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CAPÍTULO 5 : CUIDADOS COM O RECÉM-NASCIDO 
DE BAIXO PESO 
 
 
Este capítulo tratará principalmente das crianças com baixo peso ao 
nascer pois devem ter cuidados apropriados tanto no pré-natal como 
no período neonatal. Poucas observações serão feitas sobre 
intervenções antes do nascimento para sensibilizar o profissional de 
saúde envolvido com a assistência ao RN, visando a promoção de 
cuidados adequados antes do parto em colaboração com os obstetras 
e parteiras. 
 
1. CUIDADOS ANTES DO NASCIMENTO 
 
TRABALHO DE PARTO PREMATURO 
 
O diagnóstico de trabalho de parto prematuro depende, 
evidentemente, da correta estimativa da idade gestacional. Se faltam 
algumas semanas até o termo, e a mulher relata aumento das 
contrações uterinas, contrações mais prolongadas e dolorosas, isto 
deve ser causa de preocupação. Interrogatório cuidadoso pode 
distinguir esses sintomas de iminente parto prematuro das contrações 
normais irregulares que gradualmente aumentam durante uma 
gravidez normal. Pressão no baixo ventre e dor no quadril (a chamada 
"dor nas cadeiras") aumenta a probabilidade de trabalho de parto 
prematuro na mulher com suspeita de contrações uterinas. 
 
No caso de ameaça de trabalho de parto prematuro recomendam-se 
as seguintes intervenções: 
• REPOUSO NA CAMA EM CASA - eventualmente hospitalizar a 
gestante para hidratação 
• REFERIR AO HOSPITAL se persistência das contrações uterinas 
para INFUSÃO DE TOCOLÍTICOS*. Se colo amadurecido usa-se 
CORTICÓIDES** na gravidez muito pré-termo. 
 
* Drogas tocolíticas são efetivas em retardar o parto (no nosso meio 
usa-se salbutamol, terbutalina, sulfato de magnésio). 
** Corticosteróides aceleram a maturação pulmonar do feto reduzindo 
o risco de "síndrome do desconforto respiratório" (Doença da 
Membrana Hialina). Estão indicadas quando a idade gestacional for 
maior que 28 semanas e menor que 34 semanas. Usa-se a 
betametasona na dose de 12 mg/dia, IM, durante 2 dias e repete-se 
semanalmente até 32 - 34 semanas. 
 
 
ROTURA PRECOCE DAS MEMBRANAS 
 
• REFERIR AO HOSPITAL 
• INDUÇÃO DO PARTO SE HÁ SUSPEITA DE INFECÇÃO OU 
PRESENÇA DE MATURIDADE PULMONAR FETAL 
• ANTIBIÓTICOS* 
 
* Na rotura precoce das membranas se houver indicação do parto, 
faz-se a antibioticoterapia profilática na genitora após início do 
trabalho de parto ou definição da interrupção da gestação. Pode ser 
usada a Cefalotina - 1g IV 6/6h, mantendo-se por 24 horas após o 
parto. Os antibióticos são efetivos na redução da morbi-mortalidade 
materna, incluindo a corioamnionite e a infecção perinatal. 
Em caso de corioamniotite mantém-se a antibioticoterapia com 
Cefalotina e associa-se Cloranfenicol 1g IV 6/6 h após o 
clampeamento do cordão, durante 5 dias ou 2 a 3 dias após o último 
pico febril. 
 
 
CRESCIMENTO UTERINO RETARDADO 
 
• REFERIR AO HOSPITAL (para monitoramento) 
• INDUÇÃO DO TRABALHO DE PARTO OU CESAREANA, após 
análise criteriosa da maturidade pulmonar e maior 
comprometimento da vitalidade fetal. 
 
 
2. CUIDADOS APÓS O NASCIMENTO 
 
A. CLASSIFICAÇÃO DO RN DE BAIXO PESO AO NASCER 
 
É considerado baixo peso todo aquele RN que nasce com peso 
inferior a 2.500g. 
 
É importante classificar o RN de baixo peso de acordo com o peso e a 
idade gestacional. 
 
• Pequeno para a Idade Gestacional (PIG) é o recém-nascido com 
peso abaixo do percentil 10 para a sua idade gestacional. 
• Pré- termo Adequado Idade Gestacional (AIG) - neste capítulo 
serão denominados como pré- termo apenas para simplificação - 
é o recém-nascido pré- termo com peso entre o percentil 10 e 90 
para a sua idade gestacional. 
 
Com o uso do cartão de crescimento intrauterino, onde o peso é 
marcado em relação a idade gestacional, é possível distinguir as 
crianças com baixo peso que tem crescimento uterino adequado para 
sua idade gestacional e são pré-termo (com crescimento uterino 
correto) daquelas que são pequenas para idade gestacional (PIG, 
retardo do crescimento uterino) - ver figura. 
 
A avaliação da maturidade dos bebês de baixo peso ao nascer é de 
considerável interesse prático devido as diferenças entre os pré-termo 
e os PIG tanto em relação as complicações como ao prognóstico. 
 
A avaliação da idade gestacional pode ser feito por: 
- data da última menstruação 
- medida do Perímetro Craniano 
- avaliação clínica do RN 
 
Utilizando medidas da população latino-americana saudável, o CLAP 
(Centro Latino Americano de Perinatologia e Desenvolvimento 
Humano) elaborou uma fita neonatal que possibilita estimar a idade 
gestacional nos RN pré-termo através da medida do Perímetro 
Cefálico ao nascer. Esta tabela também fornece o peso médio e os 
valores máximos (P90) e os mínimos (P10) para determinada idade 
gestacional (ver tabela no anexo). 
 
Levando em conta que a data menstrual pode ser incerta ou 
desconhecida, pode ser útil o uso de um sistema de pontuação que 
classifique a maturidade dos bebês. O sistema Capurro de pontuação 
da maturação baseado em sinais físicos e sinais neurológicos é 
confiável e de fácil uso. (ver figura no anexo ) 
 
QUADRO 1. Avaliação, classificação e manuseio do RN de baixo peso 
 
 NASCIMENTO 
 ⇓ 
 SEQUE O BEBÊ e se necessário DESOBSTRUA AS VIAS AÉREAS 
 
 AVALIE 
 1. RESPIRAÇÃO NORMAL 
 
 2.FREQUÊNCIA CARDÍACA FC > 100 bpm 
 
 3. PESO PN < 2500 
 IDADE GESTACIONAL < ou > 37 semanas 
 
 4.ANOMALIA CONGÊNITA AUSENTE 
 TRAUMATISMO DE PARTO 
 ↓ 
 CLASSIFIQUE BAIXO PESO 
 ! " 
 PIG PRÉ -
TERMO 
 
 MANUSEIE ∗ ASSEGURE A PROTEÇÃO TÉRMICA 
 ∗ ASSEGURE ADEQUADA OFERTA 
CALÓRICA 
 ∗ PREVINA E TRATE A HIPOGLICEMIA 
 
 
 
A incidência de certas complicações neonatais variam com o peso de 
nascimento, idade gestacional e o peso ao nascer para idade 
gestacional. Existem situações onde há associação de complicações. 
O resultado final destas crianças depende da causa do baixo peso e 
do manuseio das complicações que possam apresentar. 
 
Crianças pequenas para idade gestacional tem risco aumentado 
de: 
- dificuldades respiratórias ao nascimento (asfixia neonatal, aspiração 
de mecônio) 
- hipotermia 
- hipoglicemia 
- dificuldade de mamar 
- infecções 
- malformações congênitas 
- policitemia 
 
Crianças pré-termo tem risco de: 
- dificuldade respiratória após o nascimento (período de apnéia, 
doença da membrana hialina) 
- hipotermia 
- hipoglicemia 
- dificuldade de mamar 
- infecções 
- hiperbilirrubinemia 
- hipocalcemia 
- hemorragia intraventricular 
 
 
 
 
 
 
B. MANUSEIO DAS CRIANÇAS COM BAIXO PESO AO NASCER 
 
O manuseio de um bebê saudável com baixo peso ao nascer consiste 
em: 
• assegurar proteção térmica 
• assegurar adequada cota calórica 
• prevenir e tratar a hipoglicemia 
 
Outros possíveis problemas (infecção, trauma, icterícia) serão 
discutidos nos capítulos seguintes. 
 
 
1. ASSEGURAR PROTEÇÃO TÉRMICA 
 
Como está ilustrado no capítulo 2 em "Princípios para os Cuidados 
Essenciais com RN", os bebês de baixo peso ao nascer têm maior 
risco de desenvolver hipotermia. Entretanto, o profissional de saúde 
deveria: 
 
• aplicar cuidadosamente os princípios da "cadeia de calor" 
• utilizar tecnologias apropriadas para manter regulação térmica 
adequada 
• medir rotineiramente a temperatura usando um termômetro que 
mede hipotermia 
• reaquecer o bebê hipotérmico 
 
Os seguintes métodos de proteção térmica e reaquecimento são 
apropriados: 
a) Contato pele a pele (Método Canguru) 
b) Colchão dágua 
c) Fonte de calor radianted) Incubadora 
 
 
a) Contato pele a pele (Método Canguru) 
 
Ao lado de outras vantagens quando usado por períodos prolongados 
como um sistema global de cuidados para os bebês de baixo peso, o 
contato pele a pele pode ser usado também por períodos menores 
para assegurar proteção térmica ou reaquecer bebês hipotérmicos. 
 
A criança é mantida sem roupas, exceto por uma fralda, e colocada 
em contato com a pele da mãe, entre os seus seios. A mãe cobre a 
criança com suas próprias roupas e acrescenta um cobertor ou lençol 
se desejar. Uma cinta em torno da cintura pode ajudar a manter a 
criança bem posicionada. Esta posição permite a mãe perceber 
quando a criança se movimenta e atender imediatamente às suas 
necessidades. 
 
Este método é apropriado para bebês que estão com respiração 
regular, sem cianose e sem déficits neurológicos. 
 
O pai ou outro membro da família deverá ser estimulado a participar. 
Bebê, mãe e pai parecem ter benefícios psicológicos quando este 
procedimento é utilizado, fortalecendo o compromisso entre os três. 
 
Se o RN é entregue à sua mãe logo após o parto, também ajuda a 
iniciar a amamentação ao seio, nos primeiros 30 minutos pós-parto. A 
mãe deve ser orientada por pessoal treinado sobre a posição 
adequada do seu bebê e outras técnicas de amamentação. 
 
 
 
 
 
b) Colchão d’água 
 
O colchão d’água é um método relativamente novo para manter os 
bebês aquecidos. Deve ser colocado no berço com 5 litros d’água. 
Uma chapa de aquecimento elétrico é ajustada embaixo do colchão 
para a água entre 36,5º - 37º C. A criança é mantida vestida e coberta 
com um cobertor no berço. 
 
Ao contrário de outros aparelhos de aquecimento elétrico, o colchão 
pode ser usado por várias horas sem estar ligado, após ter sido 
aquecido a temperatura ideal. A temperatura da água cai muito 
lentamente. Este equipamento tem sido testado amplamente e 
funciona bem como uma alternativa às incubadoras, quando não é 
necessário observar o bebê nú. 
 
Uma alternativa na prática diária seria a bolsa de água quente que 
nunca deve estar em contato com a pele do RN, mesmo estando 
envolvida com panos. Deve-se ter segurança que a temperatura da 
água esteja em torno de 36,5º - 37º C. As bolsas devem ser evitadas 
ou usadas com muito cuidado porque freqüentemente causam 
queimaduras na pele fina do bebê. 
 
 
c) Fonte de calor radiante 
 
Aquecedores radiantes são aparelhos com a fonte de calor no alto 
que fornece um ambiente quente por transferência de calor radiante e 
ao mesmo tempo permite a observação direta e o livre acesso ao 
bebê, porém só devem ser usados durante poucas horas porque 
apresentam o risco de superaquecimento e desidratação para o RN. 
Quando seu uso for necessário apenas por poucas horas, um 
aquecedor radiante de 400 W colocado 50 cm acima do bebê será 
suficiente. "Spots lights" ou "bulbos" são perigosos porque podem 
queimar ou cair sobre o bebê, causando ferimentos. 
 
O uso por longo tempo de fonte de calor radiante requer 
equipamentos caros e pessoal bem treinado, é adequado apenas em 
centros de cuidados terciários. 
 
 
d) Incubadoras com aquecimento 
 
As incubadoras são atualmente utilizadas amplamente para fornecer 
um ambiente limpo e aquecido com controle de temperatura e da 
umidade e suprimento de oxigênio. A umidade é obtida com um 
reservatório d’água. Permitem a observação adequada do bebê sem 
roupa e isolamento, quando necessários. Novos modelos estão sendo 
construídos com paredes duplas para maximizar a habilidade de 
manter a temperatura ambiental estável. 
 
Há dois tipos principais de incubadoras disponíveis: 
− uma que depende da distribuição interna de ar quente por 
convecção. A corrente de ar sendo produzida naturalmente pelo 
aquecedor da incubadora sem o uso de ventilador. 
− outra que circula ar quente produzido por um ventilador com um 
pequeno aquecedor dentro da incubadora. 
 
Incubadoras com regulação manual de temperatura são mais 
seguras, pois os dispositivos automáticos podem se quebrar e causar 
dano ao RN, tanto por superaquecimento como por hipotermia, e 
também são mais baratas (melhor relação custo-benefício). 
 
Devido às necessidades de pessoal treinado e manutenção, as 
incubadoras deveriam ser usadas apenas em hospitais de maior 
porte. 
 
Para diminuir as perdas de calor por radiação (para o ambiente) em 
RN muito pequenos usa-se um túnel de plástico transparente dentro 
da incubadora. 
 
É importante verificar e adaptar a temperatura da incubadora ao peso 
do RN tendo como orientação a tabela abaixo: 
 
 PESO AO NASCER (kg) TEMPERATURA DO AMBIENTE 
 1,0 -1,5 34- 35 ° C 
 1,5-2.0 32- 34° C 
 2,0-2,5 30-32° C 
 > 2,5 28-30° C 
 
 
Reaquecendo bebês hipotérmicos 
 
O diagnóstico de hipotermia é confirmado pela aferição da 
temperatura com um termômetro de baixa temperatura. Se a 
temperatura estiver entre 32 e 36ºC (hipotermia moderada), o bebê 
pode ser reaquecido pelo Método Canguru (pele a pele), em quarto e 
berço aquecidos, ou em incubadora. O processo de reaquecimento 
deverá ser mantido até o bebê atingir a temperatura normal (36,5 - 
37,5º C) , sendo monitorado a cada 15-30 minutos. 
 
Na hipotermia severa (temperatura abaixo de 32ºC) há diversas 
opiniões. Uma revisão recente concluiu que o rápido reaquecimento 
de bebês severamente hipotérmicos é preferível. Isto pode ser 
facilitado pelo uso de colchão aquecido com temperatura controlada 
por termostato entre 37-38ºC e pelo controle das perdas de calor. 
Deve ser enfatizado a necessidade de iniciar a amamentação ao seio 
o mais precoce possível, como também a oferta adequada de fluidos 
que compensará a vasodilatação e também fornecerá a necessidade 
energética. Há aumento do consumo de oxigênio durante o rápido 
reaquecimento. Por isso, pode ser administrado oxigênio nesse 
momento para evitar a apnéia devido a hipotermia. 
 
Caso haja incubadora disponível, a temperatura deverá ser ajustada 
entre 35-36ºC e a temperatura corporal aferida freqüentemente, pelo 
menos a cada 30 minutos. 
 
Quando a temperatura da criança atingir 34ºC, o processo de 
reaquecimento deverá ser diminuído lentamente para evitar 
superaquecimento. 
 
 
2. ASSEGURAR ADEQUADA OFERTA CALÓRICA 
 
RN de baixo peso ao nascer pode apresentar problemas com 
alimentação (reflexo de sucção débil). Métodos alternativos podem 
ser usados para alimentá-los. Entretanto a capacidade de sucção ao 
seio deverá ser sempre testada, até mesmo parcialmente antes de 
decidir por outros métodos, para manter a estimulação da produção 
de leite materno independente do método utilizado para alimentar o 
RN. 
 
Um método alternativo poderia ser alimentar a criança com um copo 
ou uma colher pequena o qual poderia ser útil e eficiente (até mesmo 
para pré-termo, em torno de 32-34 semanas de gestação). 
 
Alimentação por gavagem (sonda orogástrica) é um método usado 
com freqüência nos hospitais - é seguro se certas precauções forem 
tomadas antes do início da alimentação. Uma sonda de calibre 
adequado (número 6 a 8 NF) deve ser usada. A distância da boca 
para a orelha e para o estômago é medida e marcada na sonda. O 
tubo é introduzido delicadamente pela boca até o estômago. A 
posição da sonda deve ser checada aspirando-se o conteúdo gástrico 
e injetando-se um pouco de ar enquanto se ausculta com o 
estetoscópio colocado sobre o estômago. A sonda deve ser bem 
fixada e antes de cada alimentação por gavagem deve ser verificado 
o ponto de fixação. O tubo pode permanecer no estômago por três 
dias. 
 
A administração do alimento por sonda orogástrica pode ser feita de 
forma intermitente ou contínua. Utilizamos mais a infusão intermitente 
com seringa esterilizada adaptada à sonda deixando fluir o alimento 
por gravidade. Nos RN de muito baixo peso é mais prudente infusão 
intermitente, porémde forma lenta (em 30 a 60 minutos). 
 
O princípio básico da alimentação do RN de baixo peso e pré-termo 
após o início é prosseguir gradual e cautelosamente. As 
necessidades nutricionais dos pré-termos são inteiramente satisfeitas 
pelo leite materno, pois contém uma quantidade adequada de 
proteínas, vitaminas, lipídios e minerais. Além disso tem um efeito 
protetor anti-infeccioso nessas crianças que têm risco aumentado de 
infecção. Por isso a alimentação por gavagem deveria ser sempre 
feita com leite materno da própria mãe, se por qualquer razão o leite 
da mãe não estiver disponível, substituí-lo pelo de outras mães 
desde que seja pasteurizado. 
 
Na tabela abaixo consta uma sugestão para o plano de alimentação 
do RN pré-termo de acordo com o peso ao nascimento. 
 
 PESO VOLUME INICIAL INTERVALOS AUMENTOS 
DIÁRIOS 
 1000 -1500 g 3 - 5 ml 2 -2 horas 3 ml 
 1501-1999 g 5 -10 ml 3 - 3 horas 5 ml 
 ≥ 2000g 10 ml 3 - 3 horas 10 ml 
 
Tabela 1. Quantidades adequadas de leite materno para 
diferentes pesos 
 expressa em ml/Kg/dia 
________________________________________________________
_______ 
Peso ao nascer (g) Dia 1º 2º 3º 4º 5º 10º 
14º 
 
 ≥ 2000g 50ml 60ml 70ml 80ml 100ml 150ml 
180ml 
________________________________________________________
_______ 
 
 
3. PREVENÇÃO E TRATAMENTO DA HIPOGLICEMIA 
 
A hipoglicemia pode ocorrer em 15% dos pré-termo e em 67% das 
crianças com crescimento uterino retardado. A amamentação precoce 
e freqüente (por sonda, se o bebê estiver com problema de sucção, 
ou ao seio) pode reduzir a incidência a menos de 5%. 
 
Os bebês com baixo peso ao nascer não têm depósito de gordura e 
têm uma alta taxa de metabolismo, por isso é importante que a 
privação de alimento não continue após o nascimento. Em vez do 
organismo utilizar como fonte de energia o estoque de gordura, este 
deveria ser reposto com o aleitamento materno precoce, dentro da 1ª 
- 2ª hora após o nascimento. 
Determinar a glicemia pelo método Dextrostix através de punção 
capilar com 3, 6, 12, 24 e 48 horas de vida. Se Dextro entre 20 - 40 
mg/dl e RN com boas condições, com boa sucção e deglutição tentar 
controlar a hipoglicemia com leite materno ou glicose a 10% via oral; 
se a sucção for débil instalar sonda orogástrica. Controlar o Dextro 
30 minutos a 1 hora após. 
 
Em caso de hipoglicemia - glicemia (Dextro) < 20 mg/dl, o RN pode 
ou não apresentar sinais clínicos tais como: tremores, convulsão, 
período de apnéia, hipotonia, sucção lenta e débil além de letargia na 
presença de fatores de risco (sepsis, doença de membrana hialina, 
policitemia, asfixia, etc...) ou de sintomatologia, o tratamento deve ser 
intravenoso. Deve ser feito um push de glicose a 10% - 2 ml/Kg em 5-
10 minutos. Continuar com glicose a 10% com uma VIG (velocidade 
de infusão de glicose) de 6-7 mg/Kg/min. Após 2 horas deve ser 
repetido o Dextro, se > 40mg/dl continuar com a mesma velocidade 
de infusão, caso contrário pode aumentar a VIG para 8mg/Kg/min, 
sempre controlando a glicemia. A alimentação enteral poderá ser 
aumentada nos próximos dias, tão rápido quanto possível, enquanto 
se diminui a solução glicosada venosa que poderá ser suspensa 
quando a VIG for menor ou igual a 4 mg/Kg/min. 
 
 
PROMOVER O MÉTODO CANGURU 
 
RN de baixo peso hospitalizados representam um ônus pesado para 
os serviços de saúde que têm poucos recursos financeiros e 
materiais. É bem conhecido que a superlotação nas unidades 
neonatais representa um alto risco para as infecções cruzadas, 
hipotermia e aspiração de leite principalmente se a hospitalização for 
prolongada. Ainda mais, a separação da mãe nos primeiros dias de 
vida impede o adequado aleitamento ao seio, o qual é extremamente 
importante para o bem-estar do RN de baixo peso. 
 
O método Canguru estimula uma forte ligação entre a mãe e o bebê 
durante o período de internamento, a mãe reconhece as 
necessidades do RN o que facilita um retorno rápido ao lar. 
 
O método Canguru é uma alternativa segura e eficiente ao método de 
cuidado tradicional. Mantém uma adequada termorregulação, facilita o 
aleitamento materno e permite uma monitorização do bem-estar do 
bebê. 
 
A mãe (da mesma forma que os marsupiais) mantém o RN em 
contato íntimo com seu corpo em posição ventral e de pé (ver 
também o parágrafo "contato pele a pele") oferecendo a máxima 
proteção durante todo tempo de hospitalização. Quanto mais cedo 
iniciar a experiência após o parto, maior a probabilidade de sucesso. 
 
A segurança e a eficácia desse método tem sido comprovada por 
vários estudos. As vantagens incluem: 
• reduzir o risco de hipotermia a qual aumenta o risco de morbi-
mortalidade especialmente nos RN de baixo peso 
• reduzir o risco de infecção cruzada e hospitalar 
• melhorar o desempenho psicomotor em resposta ao estímulo 
neurosensorial recebido da mãe 
• promover o aleitamento materno 
 
Os bebês cuidados com Método Canguru têm sono mais profundo e 
maior atividade quando acordados, choram menos, ganham mais 
peso e têm alta mais precoce quando comparados com o método 
tradicional. 
Entretanto, nem todos os RN estão aptos para o Canguru logo após o 
nascimento. 
Os critérios de admissão para o Método Canguru são os seguintes: 
# idade gestacional > 30 semanas 
# peso ao nascer > 1.100g 
# boas condições de vitalidade 
# capacidade de deglutir - em alguns serviços a criança é admitida 
com sonda 
 gástrica para fazer a transição com o copo e em seguida para o 
peito. 
Organização da área para o Método Canguru 
 
Deve-se ter em mente que o período de internação pode ser muito 
longo (normalmente várias semanas). É importante organizar 
adequadamente a área de acordo com as necessidades específicas 
da mãe e da criança. 
 
 
 
A área do Canguru deverá ser instalada próxima da unidade neonatal 
que será capaz de fornecer cuidados aos RN quando necessário, 
especialmente para os de muito baixo peso (com menos de 1.500g). 
Também é necessário a presença ou a disponibilidade contínua de 
uma enfermeira pelo menos durante o dia. A tarefa da enfermeira 
inclui os cuidados de rotina e também a educação das mães 
(cuidados com o bebê durante a hospitalização, higiene pós-parto, 
limpeza do RN, informações sobre os riscos em casa, 
comparecimento às consultas de seguimento, necessidades 
alimentares e como estocar o leite materno). 
 
Durante os dias no hospital as mães devem ter uma acomodação 
apropriada, consistindo em uma cama separada, um travesseiro, uma 
cadeira, um banheiro. Deve ser providenciado também uma sala para 
atividades sociais com televisão, possibilidade para ler, escrever e 
receber visitas. Nutrição adequada para as mães também deve ser 
incluída. 
 
A mãe pode ter que deixar o bebê por pequenos períodos para 
necessidades pessoais. Durante estes períodos o RN pode ser 
enrolado com roupas e cobertas quentes e mantido em local 
"aquecido", em decúbito elevado (nunca deitar em decúbito 
horizontal). 
 
A observação clínica diária, feita pela enfermeira pode ser rápida, 
mas deve sempre considerar as condições clínicas gerais, 
temperatura corporal e o peso, anotado no gráfico. Todos os RN 
dessa área requerem exame clínico pelo menos 3 (três) vezes por 
semana, ou em dias alternados. 
 
 
Critérios de alta para os RN de baixo peso 
 
Pelas razões já descritas acima, os RN de baixo peso não deverão 
ser mantidos em hospital por períodos maiores que o estritamente 
necessário. 
 
 Os seguintes critérios de alta podem ser adotados: 
• PESO 1.800 - 2000g ou MESMO 1.500g se as seguintes condições 
estão satisfeitas: 
 •• BOAS CONDIÇÕES DE SAÚDE 
 •• GRÁFICO DE PESO MOSTRANDO TENDÊNCIA A SUBIR (PELO 
MENOS NOSÚLTIMOS TRÊS DIAS) 
 •• BOA REGULAÇÃO TÉRMICA 
 •• BOA SUCÇÃO 
 •• MÃE COM CONDIÇÕES DE CUIDAR DO BEBÊ EM CASA.

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