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INTERAÇÃO CELULAR
- o desenvolvimento, desde a iniciação até a diferenciação terminal, se dá graças a comunicação entre as células, seja no estágio embrionário ou no adulto. Ocorre interação entre o tecido epitelial e seu conjuntivo adjacente, bem como entre as células que compõe cada um desses tecidos. Quando estamos em bom estado de saúde, essa interação é extremamente harmônica, com reações equilibradas.
- ao receber um determinado estímulo, a célula produz mediadores químicos, chamados de citocinas, que atuam em “endereços marcados”, pela presença de receptores químicos na membrana plasmática da célula alvo, as proteínas receptoras. Ocorre, então, um efeito biológico celular. 
Estímulos Benéficos: auxiliam na manutenção da estabilidade celular.
Estímulos Deletérios: prejudicam o material genético celular, alterando sua conformação. Um exemplo é o raio UV, que funciona como um estímulo para produção de mediadores prejudiciais.
Com o estímulo, ocorre a produção de uma citocina, considerada o primeiro mensageiro. Quando uma célula, através dos receptores membranais, identifica a mensagem contida nessa citocina, ocorre a transdução do sinal. Então, após traduzir, a célula promove uma cascata de sinalizações que culminam na formação de um segundo mensageiro. Esse segundo mensageiro sofre transcrição para que, finalmente, ocorra o sinal biológico na célula: sobreviver, dividir-se, diferenciar-se ou sofrer apoptose.
- além de receber estímulos através de citocinas, as macromoléculas da matriz extracelular também enviam sinais às células. Portanto, a comunicação não é somente celular, e sim entre matriz e célula. Dependendo da estabilidade da matriz, ela enviará o estímulo necessário.
Citocinas: são os sinais químicos produzidos por uma célula, que irão atuar em outra ou na própria célula. Entre eles estão os fatores de crescimento, as linfocinas, os hormônios e os neurotransmissores.
	Dependendo da composição dessas substâncias, há necessidade de receptores ou pode ocorrer livre passagem. Somente gases, benzeno, etanol, água e hormônios hidrofílicos conseguem atravessar a membrana sem a necessidade de ligar-se complementarmente a um receptor. Já substâncias como glicose, aminoácidos e diversos íons, necessitam de receptores membranais.
Fatores de Crescimento:são moléculas polipeptídicas extracelulares que geralmente atuam como mediadores locais, exigindo muitas etapas no processo de transdução intracelular. Geralmente, não são requeridos em grande quantidades para causar o efeito biológico celular, que pode ser de diferenciação, mitose, secreção ou migração. Estão presentes em quantidades e tipos diferentes conforme a célula.
	Um dos fatores de crescimento mais conhecidos é o TGF (“Fator de Crescimento e Transformação”) representado pelas BMP, que são glicoproteínas morfogênicas ácidas e não colágenas, que possuem alta capacidade de indução de diferenciação das células primitivas. Estão presentes principalmente no tecido ósseo, mas podem ser encontrados em outros tecidos.
	Nossa polpa dentária também é dotada de fatores de crescimento, assim como a dentina e o periodonto. Há presença do TGF beta (mitógeno e quimiotáxico), responsável pela regeneração tecidual, visto que funciona como um primeiro mensageiro que capta a perda de tecidos e envia estímulos às células para produzir matriz. Também há o VEGF, responsável pela angiogênese, o que, em grandes quantidades pode alterar a compressão das células, causada pela pressão sanguínea dos vasos.
	Ao utilizarmos fatores de crescimento para prática clínica como, por exemplo, na injeção em determinados tecidos lesados, uma grande quantidade de considerações clínicas devem ser feitas. Entre elas é qual a relação entre a dose e a resposta, a vida média da molécula em questão e os possíveis efeitos colaterais que essas citocinas podem causar.
Recptores de Membrana: são os responsáveis por ligar-se de forma complementar ao sinal que estão recebendo. Possuem uma porção extracelular (que reconhece o sinal recebido), uma porção intramembranosa e uma região de cauda (onde o sinal é dissipado para ser traduzido, gerando a cascata e o efeito biológico). Cada membrana celular possui receptores extremamente específicos para cada citocina.
“Tipos de células diferentes, respondem de maneira diferente à determinada citocina, devido à presença de receptores celulares específicos”.
Citoesqueleto: são proteínas celulares que promovem a manutenção celular, auxiliam na produção de substâncias e ajudam na movimentação. É composto pelos microtúbulos, pelos filamentos de actina e os filamentos intermediários. Os microtúbulos são filamentos extremamente finos que auxiliam no transporte de substâncias intracelulares, como os mensageiros. Já os filamentos de actina estão presentes em vesículas, microvilosidades e junções celulares, auxiliando também na condução. Enquanto isso, os filamentos intermediários e desmossomos auxiliam na marcação celular.
Tipos de Interação Celular:
Secreção Autócrina: ocorre quando a célula produz uma citocina que irá atuar nela mesma, através da produção de segundos mensageiros, como o cálcio ou o AMP cíclico.
Secreção Parácrina: ocorre quando a célula produz uma citocina que irá atuar em uma célula vizinha, que então irá produzir o segundo mensageiro.
Secreção Endócrina: ocorre quando a célula produz uma citocina que entra na corrente sanguínea, atuando em células à distância, responsáveis pela produção do segundo mensageiro.

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