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* DISPOSITIVOS ANATOMOFISIOLÓGICOS DE ADAPTAÇÃO Geógenes Gonçalves * BÚFALO Deve-se estudar o búfalo em separado, não podendo-se compará-lo ao Bos-Taurus, onde os pêlos estão muito bem distribuídos na pele, existindo uma certa eqüidistância. * BÚFALO * BÚFALO * BÚFALO Esta distribuição só ocorre com bovinos e eqüinos. Nos búfalos não ocorre; eles têm no corpo apenas alguns pêlos de formação bastante diferente do Bos-Taurus, pois se distribuem em forma de tufos, isto é, vários folículos num só local. A exceção é nos membros, onde encontramos bastante pêlos * BÚFALO TIPO DE GLÂNDULAS SUDORÍPARAS O Búfalo tem glândulas sudoríparas do tipo apócrina, porém o número das mesmas é muito pequeno. * BÚFALO Tabela 1 – Número de folículos, de glândulas sudoríparas e o volume das mesma,em búfalos na Índia. * BÚFALO O suor do búfalo é do tipo ácido e possui baixa quantidade de minerais; Possui alta capacidade de resfriamento pelo suor; Possui pouca ação pela respiração; E nenhuma ação pela reflexão, pois sua pele é preta. * BÚFALO Nem todos os folículos pilosos têm glândulas sudoríparas. Comparando com o Zebu, o búfalo tem 124 glândulas sudoríparas contra 1.200 do Zebu, em igual área de superfície. No búfalo, o volume destas glândulas é grande, porém seu número é pequeno. * BÚFALO Os bubalinos podem ser criados nas mais diversas condições climáticas, muitas vezes apresentando-se como uma opção para o aproveitamento de áreas da propriedade às quais os bovinos não se adaptam. * BÚFALO A preferência por regiões alagadas ou áreas pantanosas é bastante peculiar para a espécie; isto ocorre porque os búfalos possuem um menor número de glândulas sudoríparas em relação aos bovinos e sua pele escura apresenta uma espessa camada de epiderme, fazendo com que eles sejam menos eficientes na termorregulação corpórea. * OVINOS Todas as raças primitivas de ovinos apresentavam sobre o velo de lã uma segunda cobertura de pêlos grossos e mais compridos que os fios de lã, como acontece ainda com algumas raças locais asiáticas e das altas regiões da Grã-Bretanha. * OVINOS * OVINOS * OVINOS * OVINOS Esse tipo de cobertura externa parece estar associado basicamente à proteção contra chuva (Yeates, 1965), facilitando o escoamento da água e impedindo que o encharcamento da camada interna de pêlos finos destrua o isolamento térmico * OVINOS * OVINOS Nos ovinos ocorrem folículos primários, que originam pêlos e fios heterotípicos que se desenvolvem primeiro; e secundários, que dão crescimento à lã propriamente dita e se desenvolvem mais tarde ao redor dos primários. * OVINOS Folículos primários: são os pêlos, que são fibras meduladas. São formados na ovelha a partir do 4º dia de gestação. B) Folículos secundários (lã): formam-se nos últimos dois meses de gestação da ovelha. São diferenciados dos primários por não possuírem glândula sudorípara nem músculo eretor e a glândula sebácea é de pequeno tamanho. * Figura 1 – Folículo secundário de ovino (a) e folículo primário (b). * OVINOS A base desses folículos é irrigada por vasos sanguíneos que penetram através da papila; quanto maior a papila, maior a quantidade de vasos em seu interior e maior a irrigação sangüínea do folículo. Ryder (1958) destaca a importância dessa irrigação para um crescimento ativo dos pêlos e da lã. * TABELA 2 – Comportamento da raça Merino diante das condições de tropicalidade. (MacFARLANE 1966) * OVINOS Quando a temperatura do ar é elevada, faz aumentar o ritmo respiratório; O velo, no verão, deve atuar como sombra para o ovino; A sombra e a água são mais importantes para os borregos que para os animais adultos; * OVINOS O ovino tem grande superfície em relação à massa; O pelame do borrego dá pouca proteção ao calor, ao passo que o adulto tem o velo agindo como se fosse verdadeira sombra animal. * OVINOS ESPESSURA DA PELE: A grossura da pele aumenta nos ovinos em pastoreio depois da esquila (tosquia). Isto pode ser conseqüência do frio e do aumento de ingestão após a esquila. O frio parece ser a mais provável causa, já que é comprovado o engrossamento da pele do ovino mesmo com baixos níveis nutricionais. * OVINOS CRESCIMENTO DA LÃ: A resposta ao crescimento da lã difere de acordo com a raça de ovinos, as condições físicas do animal, o plano nutricional, o sexo, as variações estacionais, o período luminoso e o meio ambiente. * OVINOS CRESCIMENTO DA LÃ: Durante o verão há o crescimento máximo, sendo o mínimo no inverno. Isto devido à lactação e prenhez, que atrasam o crescimento. Na maioria dos países, os alimentos são abundantes na primavera e verão. * OVINOS A natureza e o comportamento dos folículos em outras espécies, particularmente os ovinos, é diferente; é muito provável que o controle hormonal tenha grande importância, o que evidenciaria pela influência do fotoperíodo na atividade folicular. * OVINOS Considerando a influência da luminosidade equatorial como fator fundamental para alteração do pelame, o efeito do fotoperíodo na muda em ovinos é considerável, visto que a muda de outono é um fator fundamental para o acerto do relógio biológico do ciclo anual dos pêlos e da lã. * OVINOS Com respeito às mudas, os folículos podem estar em repouso ou em crescimento ativo. Na fase de repouso, a papila dérmica está parcialmente ou completamente destacada, ao passo que na fase de crescimento o folículo velho dá origem a uma nova papila e então começa a crescer um novo pêlo. * OVINOS Wodzicka (1959) estudou a variação estacional da lã dos ovinos nas raças Merino, Hampshire e Columbia-Southdale, na Austrália, observando que a produção de lã era sempre maior no verão que no inverno, sendo controlada pela temperatura ambiente e não pelo fotoperíodo. * OVINOS Johnson (1973), verificou que nos ovinos as descargas de suor ocorrem com mais freqüência sob altas temperaturas e quando os animais são tosquiados, não havendo a esse respeito diferença consistente entre inverno ou verão. A perda de água entre as descargas de suor se devem à difusão de água através da epiderme (perspiração insensível) e não ao processo de sudação propriamente dito. * OVINOS SUOR: O suor nos carneiros é bastante reduzido. Os ovinos têm uma capacidade muito grande de reter líquido, diminuindo a quantidade de urina e o índice metabólico, que também serve para manter o nível mínimo de urina. * OVINOS SUOR: Trabalhos realizados comprovaram que os carneiros sobreviveram a perdas de 27 a 32% do seu peso corporal durante uma desidratação. O suor da ovelha é extremamente alcalino (pH 7,5 a 8,5), devido a alta concentração de bicarbonato de potássio. * OVINOS Os carneiros têm certos hábitos para seus acampamentos ou paradouros; quando o clima é frio ficam nas partes altas; quando é quente procuram a parte mais baixa, perto da água ou onde exista sombra. * CAPRINOS A cabra é um animal de grande resistência ao calor; mesmo cabras que possuem uma densa cobertura, como é o caso da cabra Angorá, quando esquiladas são muito sensíveis ao frio. Para elevar a temperatura, as cabras usam tremor muscular e a respiração, ou taquipnéia para perder calor. * CAPRINOS * CAPRINOS É o pêlo não medulado que dá à cabra e à ovelha a proteção. Caso contrário, a cabra teria comportamento diferente e seria um animal menos resistente ao calor, pois seria semelhante ao bovino. Os ovinos são os melhores a se adaptarem aos trópicos. * AVES Vários sistemas anatômicos exercem ação recíproca para manter a homeotermia, tais como: TEGUMENTO EXTERNO SISTEMA RESPIRATÓRIO SISTEMA CARDIOVASCULAR SISTEMA NERVOSO* AVES TEGUMENTO EXTERNO : As aves são um caso especial. Sua epiderme é fina elástica em quase toda sua totalidade, apresentando uma superfície pouco vascularizada, sem glândulas sudoríparas e a superfície é seca e escamosa coberta com descamações do tecido epitelial. * AVES A única exceção é a glândula uropígia, localizada sobre a última vértebra caudal e que produz uma secreção oleosa, utilizada pelas aves para espalhar sobre as penas. Essa glândula é mais desenvolvida nas aves aquáticas ou de hábitos aquáticos, sendo essencial para proporcionar-lhes flutuabilidade e está ausente em muitas espécies de pombos e de aves tropicais. * AVES A camada de penas é chamada ptilose e a cobertura produzida por uma muda de penas é a plumagem. A ptilose cobre o pescoço (exceto em certas aves), tronco, cauda, asa, fêmur e parte das pernas. Quanto às penas, variam muito quanto ao tamanho, e sua coloração é proporcionada por grânulos de melanina (como nos pêlos dos mamíferos) e pigmentos carotenóides. * AVES As penas são estruturas epidérmicas encaixadas em folículos na pele e seu movimento é feito por um músculo liso ( eretor plumorium)Há diversos tipos de pena. As penas de contorno são predominantes e contribuem para dar o formato corporal à ave. A parte inferior dessas penas é caracterizada por uma formação plumácea e a superior é mais rígida. * AVES As penugens apresentam filamentos soltos compridos. Entremeiam a base das penas propriamente ditas e sua função parece ser essencialmente de isolamento térmico. As perdas de calor por radiação dependem do tamanho da ave e da cor da pena. * AVES As semiplumas são um tipo intermediário entre as penas e as plumagens. Além dessas há ainda as fitoplumas, semelhante a pêlos, que se distribuem por todo o corpo; na galinha entre 1 a 50 mm de comprimento. * AVES * AVES SISTEMA RESPIRATÓRIO: Está bem adaptado a sua função, com bolsas de ar, não muito vascularizadas, permitindo, assim, extensas regiões úmidas, favorecendo um ótimo resfriamento por evaporação, mas não participam da troca gasosa. * AVES * AVES SISTEMA CARDIOVASCULAR: Tem a sua grande ação de regulação da temperatura na crista, pois no resto do corpo esta situação fica prejudicada pelas penas. Também a ingestão de água é elemento importante da regulação de temperatura das aves. * AVES * AVES SISTEMA NERVOSO: Encontra-se na região hipotalâmica o sistema termorregulador das aves. Diante do calor, as aves se excitam muito, vindo a piorar sua situação. As aves foram feitas para climas mais amenos, já que possuem grande capacidade de reter calor através de suas penas. * AVES Nas aves, a densidade de massa de plumagem constitui um fator importante para a variação do isolamento térmico. É interessante notar que quando se acham sob intenso estresse de calor, as galinhas e os pombos tendem a arrepiar as penas em toda a superfície corporal, numa visível tentativa de incrementar a condutividade térmica da plumagem. * AVES Alguns autores concluíram que quando as penas estão arrepiadas ocorre uma substancial termólise por convecção. É interessante notar que a piloereção nas aves é geralmente considerada como uma resposta associada ao estresse de frio, e não de calor. * SUÍNOS Os suínos são animais de pouca adaptação aos climas quentes; sobrevivem em altas temperaturas porque possuem um alto grau de domesticação. * SUÍNOS Não sendo animais de grande excitabilidade diante do calor, diminuem seus movimentos respiratórios e quase todas as suas atividades, ficando quase em estado de latência, o que ajuda a vencer este obstáculo. * SUÍNOS GLÂNDULAS: Os suínos têm muitas glândulas na pele, mas não parecem ter função alguma quanto à termorregulação. Ao nascerem, são muito sensíveis ao frio e, à medida que crescem, ficam mais resistentes ao frio e menos ao calor. * SUÍNOS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES: Os suínos são, dentre os animais, os que têm mais baixa tolerância ao calor: acima de 35°C sua vida está ameaçada; Se assemelha ao homem, com exceção das glândulas sudoríparas no suíno, que não são ativadas. * SUÍNOS ALGUMAS CONSIDERAÇÕES: C) São capazes de fazer hipertermia controlada, mantendo um pico de temperatura, arranjando condições térmicas; D) Os pêlos estão agrupados; eles não têm mais de 2 a 3 glândulas sudoríparas por cm2 . * SUÍNOS * TABELA 3 – Raça Duroc e Polland, submetidos a radiação solar por dois períodos curtos de tempo ( 15 a 30 min. Respectivamente). * SUÍNOS PROPRIEDADES QUE FAVORECEM MUITO O AUMENTO DE CALOR CORPORAL: Aproveita muito bem os alimentos energéticos e acumula gordura sob a pele. É um grande conversor de amido. * TABELA 4 – Comparação da conversão do amido entre espécies.
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