Buscar

Slide 6 Obrigação de Dar Coisa Incerta (1)


Continue navegando


Prévia do material em texto

Professora 
Vera 
Carmem
Avila
DIREITO DAS OBRIGAÇÕES
DE DAR COISA INCERTA
AULA 6
CONCEITO
Consiste na relação obrigacional em que o objeto, indicado de forma genérica no início da relação, vem a ser determinado mediante um ato de escolha; deve ser indicado ao menos, pelo gênero e pela quantidade, sua prestação é indeterminada, porém suscetível de determinação.
 
ENQUADRAMENTO CC/02
Coisa incerta 
Art. 243. A coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e pela quantidade.
Coisa determinada
Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor. 
Momento da escolha 
Art. 245. Cientificado da escolha o credor, vigorará o disposto na Seção antecedente. (VIRA COISA CERTA)
Perda ou deterioração da coisa incerta 
Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito.
INCERTA MAS DETERMINÁVEL
Ao invés de uma coisa determinada/certa, temos aqui uma coisa determinável/incerta (ex.: cem sacos de café; dez cabeças de gado, um carro popular, etc.). 
Tal coisa incerta, indicada apenas pelo gênero e pela quantidade no início da relação obrigacional, vem a se tornar determinada por escolha no momento do pagamento. Ressalto que coisa “incerta” não é “qualquer coisa”, mas coisa sujeita a determinação futura. 
Ex.: se João deve cem laranjas a José, estas frutas precisam ser escolhidas no momento do pagamento para serem entregues ao credor.
CONCENTRAÇÃO
CONCEITO: 
é o processo de escolha da coisa devida, de média qualidade, feita via de regra pelo devedor (244). A concentração implica também em separação, pesagem, medição, contagem e expedição da coisa, conforme o caso. 
As partes podem combinar que a escolha será feita pelo credor, ou por um terceiro, tratando-se este artigo 244 de mais uma norma supletiva, que apenas completa a vontade das partes em caso de omissão no contrato entre elas.
Após a concentração a coisa incerta se torna certa (245). 
Antes da concentração a coisa devida não se perde pois genus nunquam perit = o gênero nunca perece. 
Se João deve cem laranjas a José não pode deixar de cumprir a obrigação alegando que as laranjas se estragaram, pois cem laranjas são cem laranjas, e se a plantação de João se perdeu ele pode comprar as frutas em outra fazenda (246).
Todavia, após a concentração, caso as laranjas se percam (ex.: incêndio no armazém) a obrigação se extingue, voltando as partes ao estado anterior, devolvendo-se eventual preço pago, sem se exigir perdas e danos (arts. 234, 389, 402). 
Pela importância da concentração, o credor deve ser cientificado quando o devedor for realizá-la, até para que o credor fiscalize a qualidade média da coisa a ser escolhida.