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Fichamento - Linguísticas Discursivas

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Fichamento do texto As Linguísticas Discursivas 
PAVEAU, Marie-Anne; SARFATI, Georges-Élia. As grandes teorias de linguística: da gramática comparada à pragmática. São Carlos: Claraluz, 2006, pp. 191 – 214. 
“A linguística textual aparece num contexto epistemológico dominado pela linguística da frase, produto da cultura da gramática tradicional e da influência da gramática chomskyana e transformacional” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 192). 
“O discurso é, com efeito, para eles, uma unidade semântica (eles falam em uma unidade de “uso da linguagem”), e não uma unidade gramatical. Essa definição está no cerne da linguística textual no conjunto de seus desenvolvimentos” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 193).
“[...] um discurso é um enunciado caracterizável certamente pelas propriedades textuais, mas, sobretudo, como um ato de discurso realizado em uma dada situação (participantes, instituições, lugar, tempo) [...] O texto, ao contrário, é um objeto abstrato resultante da subtração de contexto operada sobre o objeto concreto (o discurso)” (ADAM, 1990, p. 23 apud PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 193).
“Os trabalhos de Teun van Dijk [...] inscrevem-se na tradição alemã e nórdica de linguística textual, que se desenvolve nos anos de 1960 e 1970. Sua abordagem é cognitiva, na medida em que ele reflete sobre as capacidades que os sujeitos têm de reconhecer textos aceitáveis, i.e. bem formados sobre o plano de sua organização formal, em relação aos planos dos encaixamentos que não seriam aceitos” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 193). 
“van Dijk distingue três níveis de estruturação textual: o nível microestrural é aquele das microestruturas textual, i. e. o que ele chama de proposições (unidade semântica de base), que possuem um sentido (plano da significação) e correspondem aos atos de linguagem (plano pragmático); o nível macroestrtural é aquele das macroestruturas textuais, i. e. das grandes proposições ou macroproposições que são, como explica Adam, “condensadas para serem estocadas na memória de trabalho e permitirem a busca do tratamento das enunciados sucessivos” (1999, p. 9); seu funcionamento não é semântico como as microestruturas, mas cognitivo; o nível superestrutural, é aquele das superestruturas textuais, que organiza a produção e a interpretação dos discursos em gêneros ou esquemas de texto. São as organizações convencionais que permitem ao locutor/receptor produzir/reconhecer uma narrativa, uma argumentação, etc.” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 194). 
“O termo [coesão] foi introduzido por Halliday & Hasan (1976)” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 195).
“A coesão intervém quando a interpretação de um elemento do discurso depende de um outro. Um pressupõe o outro, no sentido de que um apenas pode ser compreendido quando se recorre ao outro. Quando isso ocorre, uma relação coesiva é estabelecida e os dois elementos, o pressuponente e o pressuposto são potencialmente integrados em um texto” (HALLIDAY; HASAN, 1976, p. 4 apud PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 195). 
“Trata-se, nesse caso, da “textura” do discurso, definível como a organização formal do texto, na medida em que ela assegura a continuidade semântica” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 195). 
 “A coesão é [...] inseparável da noção progressão temática. Todo texto apresenta, por um lado, um equilíbrio entre as informações pressupostas e as informações retomadas de frase em frase, sobre as quais os novos enunciados apoiam-se (princípio de coesão-repetição assegurado pelos temas); e, por outro, a presença de informações novas (princípio de progressão assegurado pelos remas)” (ADAM, 2002, p. 99 apud (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 195 – 196). 
“A noção de coerência, desenvolvida por Beaugrande & Dressler (1981), não concerne ao nível linguístico, mas à organização das representações que configuram o universo instaurado pelo texto. De ordem extralinguística com uma dimensão cognitiva, ela se articula sobre a competência enciclopédica dos sujeitos, que podem, então, avaliar a conformidade dos dados do universo textual com os dados pré-linguísticos que constituem suas crenças e seus saberes sobre o mundo” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 196). 
“A noção de progressão temática é constituída sobre o par tema/rema, situada em uma perspectiva lógico-semântica: todo texto comporta um tema, i. e. aquilo que está em questão e que é conhecido, e um rema, i, e. o que se diz a propósito do tema, que constitui uma informação nova” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 196).
“Aprendemos a moldar nossa fala às formas do gênero e, ao ouvir a fala do outro, sabemos de imediato, bem nas primeiras palavras, pressentir-lhe o gênero, adivinhar-lhe o volume (a extensão aproximada do todo discursivo), a dada estrutura composicional, prever-lhe o fim, ou seja, desde o início, somos sensíveis ao todo discursivo” (BAKHTIN, 2000, p. 302 apud PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 197).
“[...] as operações de textualização são mecanismos específicos ao objeto texto (diferentes operações sintáticas aptas a dar conta do objeto frase) que produzem as unidades textuais, objeto da linguística textual” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 200).
“Ao fim dos anos 60 emerge uma corrente das ciências da linguagem que toma como objeto o discurso. [...] Na abordagem [...] denominada Escola Francesa, definiremos a análise do discurso como a disciplina que estuda as proporções verbais no interior de suas condições sociais de produção. Essas são consideradas como partes integrantes da significação e do modo de formação dos discursos” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 201 – 202).
“[...] para Althusser, a ideologia não é da ordem psicológica, mas se situa ao lado da práxis, que modula as identidades e os modos de ser dos indivíduos. [...] interpelação, introduz a dimensão discursiva de ideologia. Com efeito, ele [o termo] contém a ideia de que o sujeito, contrariamente à concepção clássica que o coloca ao lado da autonomia e do domínio de si, é um produto da ideologia” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 205).
“A análise do discurso pode, pois, constituir-se em uma prática que permite a análise crítica da ideologia” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 206).
“Em A arqueologia do saber (1969, Michael Foucault (1926 – 1984) expõe seu projeto de análise do discurso. [...] Foucault que interrogar as relações práticas discursivas e práticas sociais, e, nesse sentido, nem o pensamento, nem a língua constituem seu objeto. No início do seu trabalho, ele coloca a questão da definição das unidades do discurso, sendo o discurso, para ele, um conjunto de fenômenos que permite escrever uma história discursiva do pensamento” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 206).
“Segundo os termos de François Rastier: “O texto é o verdadeiro objeto da linguística” (1989). [...] Antes de definir positivamente as principais orientações da semântica de textos, Rastier formula um certo número de críticas preliminares. Ele marca de início, suas diferenças em relação às teorias que examinam apenas “os pólos extrínsecos do texto” (2001, p. 13) que são, respectivamente, os modelos da referência, da intenção e da interpretação” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 210 – 211). 
“Um texto é uma série linguística empírica atestada, produto de uma prática social determinada, e fixada sobre um suporte qualquer” (2001, p. 21 apud PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 212).
“A situação do texto, apreendido como produção cada vez mais singular, permite, ao mesmo tempo, conceber a materialidade à luz de determinações prévias (notadamente genéricas), operando entre o resultado que ele constitui e as condições da língua. Essa conceituação é de suma importância para compreender as relações que mantém a tríade texto/gênero/língua” (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 213). 
“As tarefas principais de uma semântica de textos colocam-se em três linhas convergentes: elaborar uma semântica unificada pelos principais patamares de descrição (palavra, frase e texto); elaborar categorias para uma tipologia dos textos (literários e míticos, científicos e técnicos); desenvolver essas teorias descritivas em relação com o tratamento automático de textos” (RASTIER, 1987, p. 38apud (PAVEAU; SARFATI, 2006, p. 213).

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