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Protozoarios, Leishmania, T. Cruzi


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PROTOZOOLOGIA
Todos os organismos protistas eucariotos constituídos por uma única célula
FILO APICOMPLEXA – Esporozoários
Todos os representantes deste filo são parasitos obrigatórios. Caracterizam-se por possuir, em determinadas fases da vida, uma estrutura chamada complexo apical. Este complexo localiza-se no pólo anterior de seu corpo alongado e destina-se a sua fixação e penetração nas células dos hospedeiros
Reprodução alternativamente sexuada e assexuada.
Trofozoíto: Forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz por diferentes processos.
Plasmodium sp.
O Plasmodium é um parasita unicelular protozoário, que infecta os eritrócitos, causando a malária, também conhecida como paludismo, febre palustre, impaludismo, maleita ou sezão. É transmitido a seres humanos pela picada da fêmea do mosquito Anopheles. São parasitas esporozoides das células sanguíneas. Têm diversas formas, deacorodo com a fase do ciclo de vida, e em média cerca de 1-2 micrómetros de diâmetro (a hemácia tem cerca de 7 micrómetros). Têm duas fases de reprodução, assexual no ser humano e sexual no mosquito.
AGENTE ETIOLOGICO
As espécies normalmente responsáveis pela malária humana são quatro:
Plasmodium falciparum - “febre terçã maligna”, acessos febris com intervalos de 36 a 48 horas. Maioria dos casos fatais.
Plasmodium vivax - “febre terçã benigna” , acesso febril intervalo de 48 horas - mais frequente no Brasil.
Plasmodium ovale - “febre terçã benigna”. Limitada à África
Plasmodium malariae - “febre quartã”, com acessos febris a cada 72 horas. Pouco frequente no Brasil.
MORFOLOGIA
Formas evolutivas extracelulares: capazes de invadir as células. Possuem complexo apical.
Esporozoíto – é alongado e apresenta núcleo central único. Sua membrana externa é foemada principalmente pela proteína CS, a qual participa de diversas interaçoes celulares durante o ciclo vital do parasito, dentre elas a eficiência da invasão dos hepatócitos.
Movimentação: Proteína –Circum- esporozoíto (CS) Trombospondina (TRAP)
Reconhecimento: Região II (CS) liga-se a proteoglicanos (Heparan-sulfato)
Merozoíto - Células capazes de invadir somente hemácias.
Oocineto – forma alongada de aspecto vermiforme, móvel. Resultado do microgameta com o macrogameta no estomago do inseto.
Formas intracelulares: a morfologia varia de acordo com a espécie causadora da malária.
Trofozoito jovem, trofozoito maduro, esquizonte e gametócito (microgametócito – precursora de gametas masculinos, macrogametócito- gametas femininos, mais numerosos no sangue).
VETORES
Anopheles sp , mais conhecido como, mosquito prego ou carapanã.
Brasil- A. darling, A.aquasalis, A.albitarsis, A. cruzi, A. bellator
Regiões rurais e semi-rurais, ocasionalmente em áreas urbanas (periferias) - água salobra, doce – Locais sombreados.
Maior atividade noturna – fêmeas hematófogas. Infectam-se ao picar portadores da doença.
HABITAT
Homem – Interior de eritrócitos e hepatócitos.
Inseto – interior da matriz peritrofica, epitélio médio, hemolinfa, glândulas salivares.
TRANSMISSÃO
Vetor: inoculam forma infectante durante o repasto sangüíneo
Outros modos de transmissão: transfusão sanguínea, transmissão congênita (rara), acidentes de laboratório.
CICLO BIOLÓGICO
Ciclo asexuado ou esquizogônico – Homem
O ciclo de vida do Plasmódio inicia-se com a picada de uma pessoa por um mosquito fêmea do gênero Anopheles que, antes de sugar o sangue dos capilares, injecta uma pequena quantidade de saliva anticoagulante rica em plasmódios na corrente sanguínea. Os plasmódios estão na fase de esporozoítos, e chegam em menos de 30 min pela corrente sanguínea ao fígado, onde invadem os hepatócitos. Após invadir os hepatócitos os esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-eritrócitos. Estes se multiplicam por reprodução assexuada, dando origem aos esquizontes teciduais e posteriormente a milhares de merozoítos que invadirão os eritrócitos. Essa primeira fase do ciclo é denominada pré-eritrocítica ou tissular e, portanto, precede o ciclo sanguíneo do parasito.
O ciclo eritrocítico inicia-se quando os merozoítos tissulares invadem os eritrócitos. O desenvolvimento intra-eritrocítico do parasito se dá por resproduçao assexuada, com consequente formação de merozoítos, que se multiplicam até ocorrer lise, saindo a descendência e substâncias tóxicas para o sangue que irá infectar mais eritrócitos. Depois de algumas gerações de merozoítos sanguíneos, ocorre a diferenciação em estágios sexuados, os gametócitos, que não mais se dividem e seguirão o seu desenvolvimento no mosquito vetor dando origem aos esporozoítos.
Ciclo sexuado ou esporogônico – Inseto
Durante o repasso sanguíneo, a fêmea do anofelino ingere as formas sanguíneas do parasito, mas somente os gametócitos, serão capazes de evoluir no inseto. No intestino do inseto começa o processo de gametogênese, onde gametócitos se transformam em gametas extracelulares. Os gametócitos femininos transformam-se em macrogametas, e os masculinos em microgametas. O microgameta sofre exflagelação fecundará o macrogameta, gerando um ovo ou zigoto. 
Este diferencia-se em oocineto, uma forma móvel, que atravessa a matriz peritrófica e atinge a parede do intestino médio e se aloja na membrana basal diferenciando-se em oocisto e desenvolvendo-se até ocorrer a ruptura da sua parede liberando esporozoítos. Estes se disseminam por todo o corpo do inseto através da hemolinfa até atingir as células das glândulas salivares do inseto, ingressarão nos ductos salivares para serem injetados no hospedeiro vertebrado, juntamente com a saliva, durante o repasso sanguíneo infectante.
Observações:
Recaídas tardias – P. vivax e P. malariae
Ciclos pré-eritrocíticos e eritrocíticos consequentes das esquizogonia tardia de parasitos dormentes no interior dos hepatóciots (hipnozoítos) – aproximadamente 6 meses.
A constituição genética diferente dos esporozoítos permite que eles se desenvolvam em períodos diferentes- hipnozoítas.
Reconhecimento
As interaçoe dos merozoítos com o eritrócito envolve o reconhecimento de receptores específicos. Para o P. falciparium, principal receptor são as glicoforinas, glicoproteínas presentes nos eritrócitos, e para o P. vivax , a glicoproteína do grupo sanguíneo Duffy.
DOENÇA – Malária.
	
	P. vivax
	P. falciparum
	Período pré-patente
	13-17
	7-12
	Período de incubação
	10-15
	8-10
A resistência à infecção depende tanto de fatores genéticos e mecanismos fisiológicos inespecífico.
IMUNIDADE
Espécies especificas e estágios específicos
- Reação aos esporozoítos
- Reação às formas hepáticas
- Reação às formas eritrocitárias assexuadas
Imunidade Inata
- A ausência de receptores específicos na superfície dos eritrócitos impede a interção do s merozoítos. Sendo assim, algumas populações negras africanas que não apresentam o antígeno de grupo sanguíneo Duffy são resistentes à infecção pelo P. vivax .
- Indivíduos heterozigotos que apresentam traço falciforme são protegidos contra a malária. Nos eritrócitos falciformes, o nível de potássio intracelular esta diminuído em virtude da baixa afinidade da hemoglobina S pelo oxigênio, o que causa a morte do parasito.
- Acredita-se que a deficiência de glicose-6-fosfato-desidrogenase pode impedir o desenvolvimento dos parasitos por efeitos oxidantes, pois sabe-se que a hemoglobina de eritrócitos deficientes desta enzima é facilmente oxidada, formando metemoglobina, que é toxica para o parasito.
Imunidade adquirida
- A transferência passiva de anticorpos IgG da mãe para o filho é considerado um dos fatores responsáveis pela resistência do recém-nascido nos três primeiros anos de vida;
- Presença dos eritrócitos contendo grande quantidade de hemoglobina fetal, gera um microambiente desfavorável ao crescimento do parasita;
- A dieta do recém-nascido, deficiente em PABA (ácido paraminobenzóico) impede o desenvolvimento do parasito;
- Atingindo a idade adulta, os sintomas clínicos da doença são menos pronunciados e os níveis de parasito sanguíneosmuito baixos, refletindo então o desenvolvimento de uma imunidade ativa (produção de anticorpos). Esse processo tem características definidas que podem ser assim resumidas:
- Estado imune de lenta aquisição e necessita de contatos repetidos com o plasmódio.
- Imunidade não-esterilizante mantém níveis baixos de parasitemia.
- Fatores ainda desconhecidos tornam algumas pessoas resistentes ou levam-nas a só apresentarem quadros benignos de malária.
PATOGENIA E SINTOMATOLOGIA
Apenas o ciclo eritrocítico assexuado é responsável pelas manifestações clinicas e patológicas da malária. A passagem do parasito pela figado não é patogênica e não determina sintomas. A destruição dos eritrócitos e consequente liberação dos parasitos e de seus metabolitos na circulação provocam uma resposta do hospedeiro, determinando alterações morfológicas e funcionais observadas no individuo com malária.
- Destruição dos eritrócitos parasitados. A anemia é ocasionada por vários fatores, como:
- Destruição de hemácias parasitadas após a esquizogonia
- Destruição de hemácias parasitadas no baço
- Destruição de hemacias sadias no baço, hemólise de hemácias normais, por auto anticorpos
- Toxicidade resultante da liberação de citocinas (febre, reações toxicas, lesões do endotélio); Durante a fase aguda da malária, ocorre ativação e mobilização das células imunocompetentes que produzem citocinas que agirão direta ou indiretamente sobre o parasito, mas que podem ser nocivas ao hospedeiro.
- A febre, por exemplo, ocorre devido aos pigmentos maláricos, que são substâncias pirogênicas e a liberação do pirogênio endógeno pelos monócitos e macrófagos ativados pelo parasito.
• Acesso malárico - Apresenta três fase:
1. Sensação de frio intenso ou calafrios, quando a febre já se encontra emelevação. O paciente apresenta-se pálido, com a pele fria (15-30minutos).
2. Em seguida, o paciente sente muito calor, com forte cefaléia, e a temperatura elevada (39-40ºC) (2 a 4 horas).
3. Na última fase, a temperatura cai, ocorre sudorese abundante .
- Sequestro dos eritrócitos parasitados na rede capilar, no caso especifico do P. falciparum. Durante o desenvolvimento esquizogônico sanguíneo (trofozoítos maduros e esquizotes), o P. falciparum induz uma serie de modificações na superfície da hemácias parasitadas, que permitem a sua adesão á parede endotelial do capilares. Esse fenômeno de citoaderência é mediado por proteínas do parasito expressa na superfície dos eritrócitos infectados, formando protuberâncias ou Knobs. Isso ocorre principalmente nas vênulas do novelo capilar de órgãos vitais como cérebro, coração, fígado, rins e intestino. Dependendo da intensidade, podem levar a obstrução da microcirculação e á consequente redução do fluxo de oxigênio, ao metabolismo anaeróbico e acidose lática.
QUADRO CLINICO
Malária branda: Sintomas básicos –– fator de confusão no diagnóstico: febre, dor de cabeça, dor muscular, fraqueza e mal estar.
Malária severa: Vários órgãos vitais, comprometendo vários sistemas – coração, rins, pulmões, fígado e cérebro.
Malária cerebral: Agravamento da malária severa acomete principalmente o cérebro.
DIAGNOSTICO
Tem que ser específico, para definição da espécie.
Clínico – Anamnese; Febre- intermitente e irregular, Anemia e baço aumentado
Métodos imunológicos - Somente em inquéritos epidemiológicos
Métodos parasitológicos - Gota espessa, Esfregaço sanguíneo
QBC - “Quantitative buffy coat” – Técnica de concentração dos parasitas por centrifugação - incorporação do corante acridina orange aoDNA e RNA do parasito
KITS
• Parasight Proteína 2 de P. falciparum rica em
• Ictmalariapftm histidina (Pf – HRP2) e Lactato
• OptiMAL desidrogenase (pLDH)- plasmodios em geral
PCR
TRATAMENTO
	Drogas
	Ação
	Primaquina e Pirimetamina - sulfadoxina
	Esquizonticida tecidual
	Cloroquina, Mefloquina e Quinina
	Esquizonticida sanguíneo
	Medicina preventiva - Quinina, primaquina e cloroquina
	Gametocitocida
	Medicina preventiva
	Esporonticida
Desenvolvimento e expansão da resistência aos antimaláricos
Auto-medicação - Administração da droga até o desaparecimento dos sintomas.
Baixa aceitação- Suspensão do tratamento devido aos efeitos colaterais causados pelos antimaláricos.
Tratamento em massa- Amplo uso da droga em áreas de intensa transmissão aumenta a pressão seletiva sobre o parasito.
Vida média longa - Drogas de eliminação demorada permite a longa exposição do parasito à concentrações subterapêuticas da droga.
EPIDEMIOLOGIA
Malária afeta cerca de 500 milhões de pessoas e causa cerca de 1,7 a 3 milhões de mortes a cada ano. Um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Atinge geralmente Países tropicais e subtropicais, sendo a principal parasitose tropical com frequentes causas de morte em crianças (mata um milhão de crianças com menos de 5 anos ano).
OMS- malária mata uma criança africana cada 30 segundos, as que sobrevivem a casos severos - danos cerebrais graves e dificuldades de aprendizagem.
No Brasil, acomete mais a região da Amazônia.
PROFILAXIA
Individual: Evitar a aproximação às áreas de risco após o entardecer e logo ao amanhecer do dia; Uso de repelentes, dormir com mosquiteiros, telar janelas e portas; Uso de quimioprofiláticos - Iniciar 01 semana antes (Mefloquina), Terminar 30 dias após
Coletiva: Medidas de combate ao vetor e às larvas; Medidas de saneamento básico; Medidas para melhorar as condições de vida; Tratamento dos doentes.
Toxoplasma gondii
O T. gondii é um protozoário microscópico, do filo apicomplexa, que parasita aves e mamíferos, tendo como seu hospedeiro definitivo os gatos e outros felídeos. É o agente causador da toxoplasmose, uma protozoonose de distribuição mundial. Doença infecciosa, congênita, ou adquirida.
MORFOLOGIA E HABITAT
T. gondii pode ser encontrado em vários tecidos e células (exceto hemácias) e líquidos orgânicos. Nos felídeos não imunes pode ser encontradas as formas do ciclo sexuado nas células do epitélio intestinal, formas do ciclo assexuada em outros locais do hospedeiro e também formas de resistência no meio exterior junto com as fezes desses animais após completar a fase intestinal. Assim sendo, o parasita apresenta uma morfologia múltipla, dependendo do habitat e do estado evolutivo.
As formas infectantes que o parasito apresenta durante o ciclo biológico são: Taquizoitos, bradizoítos e esporozoítos.
- Taquizoítos: forma encontrada durante a fase aguda da infecção, sendo também denominada forma proliferativa, forma livre ou trofozoítos. É uma forma móvel de multiplicação rápida, encontrada dentro do vacúolo citoplasmático (parasitóforo) de varias células. São pouco resistentes ação do suco gástrico no qual são destruídos em pouco tempo.
- Bradizoíto: è a forma encontrada em vários tecidos, geralmente durante a fase crônica da infecção. São encontrados dentro do vacúolo parasitóforo de uma célula, cuja membrana forma a capsula do cisto tecidual, onde eles se multiplicam lentamente. São muito mais resistentes e podem permanecer viáveis no tecido por vários anos.
- Oocisto: é a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente as condições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais de felídeos não imunes e eliminados imaturos junto com as fezes. Após esporulação no meio ambiente o oocisto dois esporocistos, com quatro esporozoítos cada.
CICLO BIOLOGICO
Apresenta um ciclo heteróxeno, no qual os gatos são considerados HD por possuírem um ciclo coccidiano, apresentando uma fase sexuada, dentro do vacúolo parasitóforo, nas células epiteliais do intestino, e uma fase assexuada em outros tecidos. O homem e outros mamíferos, juntamente com as aves são os HI pois possuem apenas o ciclo assexuado.
Fase assexuada
Os hospedeiros intermediários se infectam através da ingestão de oocistos maduros contendo esporozoítos, taquizoitos eliminados no leite, ou ainda cistos contendo bradizoitos na carne crua, adquirindo assim o parasito.As formas taquizoitos que chegam ao estomago serão destruídas, mas as que penetram na mucosa oral poderão evoluir do mesmo modo que os cistos e oocistos, como se segue:
Todas as formas infectantes sofrerão intensa multiplicação, após rápida passagem pelo epitélio intestinal e penetrará em vario tipos de células do organismo, formando um vacúolo parasitóforo, onde sofrerão divisões sucessivas por endodiogenia, formando novos taquizoítos (fase proliferativa), que irão romper a célula parasitada , liberando novos taquizoítos que invadirão novas células. Essa disseminação do parasito no organismo ocorre através de trofozoítos livre na linfa ou no sangue circulantem que poderão provocar um quadro polissintomatico. Essa fase inicial da infecção caracteriza a fase aguda da doença.
Fase coccidiana
Ocorre somente nas células epiteliais, principalmente do intestino delgado de gatos e de outros felídeos. Durante o desenvolvimento desse ciclo ocorre uma fase assexuada (merogonia) e outra sexuada (gamogonia) do parasito.
Ao penetrarem no epitélio intestinal do gato, após infecção oral, as forma infectante do parasito sofrerão um processo de multiplicação por endodiogenia e merogonia (esquizogonia, dando origem a vários merozoítos) dentro do vacúolo prasitóforo da célula. O rompimento da célula parasitada libera os merozoítos que penetrarão em novas células epiteliais e se transformarão nas formas sexuadas: após um processo de maturação, os gametócitos formarão os gametas masculinos móveis – microgametas ( com dois flagelos) e femininos imóveis- macrogametas. Estes últimos, permanecerão dentro de uma célula epitelial, enquanto os microgametas moveis sairão de suas células e irão fecundar o macrogameta, formando o ovo ou zigoto. Este evoluira dentro do epitélio formando uma parede externa dupla, dando origem ao oocisto. A célula epitelial sofrera rompimento, liberando o oocisto ainda imaturo. Esta forma alcançará o meio exterior juntamente com as feze. A sua maturação no meio exterior se dará por um processo chamado esporogonia que liberarão os esporozoítos.
TRANSMISSÃO
A toxoplasmose pode ser adquirida pela ingestão de agua e/ou alimentos contaminados com os oocistos esporulados, presentes nas fezes de gatos e outros felídeos; por carnes cruas ou mal passadas, principalmente de porco e de carneiro, que abriguem os cistos do protozoário T. gondii; A ingestão de leite cru contendo taquizoítos do parasito, principalmente de cabras, pode ser uma forma de infecção
Além disso, pode ser transmitida de mãe para filho de forma transplacentária (adquire toxoplasmose durante a gravidez), rompimento de cistos no endométrio, taquizoítos livres no liquido amniótico.
PATOGENIA
A patogenicidade da taxoplasmose humana depende muito da virulência da cepa.
Taxoplasmose ocular: a retinocoroidite é a lesão mais frequente associada a taxoplasmose. É consequência de uma infecção aguda, com a presença de taquizoítos ou crônica com a presença de cistos contendo bradizoitos localizados na retina.
DIAGNOSTICO
Seu diagnóstico é feito levando em conta exames clínicos e exames laboratoriais de sangue, onde serão pesquisadas imunoglobulinas como a IgM e IgG. O medico solicita tambem exame de imunofluorecência e ELISA para taxoplasmose.
Principais Fármacos: pirimetamina e sulfadiazina, para controlar a multiplicação do T. gondii.
PROFILAXIA
- Evitar alimentos crus ou mal cozidos.
- Gestantes devem ser examinadas e acompanhadas sorologicamente.
- Controlar a população de gatos vadios.
- Incinerar todas as fezes dos gatos e proteger as caixas de areias para que os gatos não defequem nesse local.
Coccídeos - Sarcocystis, Isospora, Cryptosporidium, Cyclospora
Os coccídeos são geralmente parasitas intestinais do homem e tem como hospedeiro intermediario aves, bovinos, ovinos, caprinos, suínos, equinos e coelhos. Seu ciclo reprodutivo divide-se em três fases: esporulação; infecção e esquizogonia; gametogonia e formação de oocisto
CARACTERISTICAS GERAIS
Cisto e Oocisto: São formas de resistência. O protozoário secreta uma parede resistente (parede cística) que o protegerá quando estiver em meio impróprio ou em fase de latência. Sendo que o oocisto é proveniente da rep. Sexuada.
 
Sarcocystis sp.
Responsáveis por causar a doença sarcocistose.
Nesse gênero se encontra duas espécies que parasitam o homem causando alterações intestinais. Dentre elas temos: S. hominis – ciclo assexuado no gado bovino e o ciclo sexuado no homem, e S. suihominis – ciclo assexuado no musculo do porco e o ciclo sexuado no homem.
MORFOLOGIA
Merontes (esquizontes): presentes no endotélio dos vasos sanguíneos do HI.
Sarcocistos (cistos): presentes nos músculos, e ocasionalmente, em outros tecidos do HI.
Bradizoitos: presentes dentro dos sarcocistos. Forma infectante para o HD.
Oocistos: presentes nas fezes do homem. É eliminado esporulado, contendo dois esporocistos (forma infectante para o HI, mas para o homem não) contendo quatro esporozoítos cada.
CICLO BIOLOGICO (S. siuhominis)
Ciclo heteróxeno obrigatório, envolvendo uma relação presa-predador.
Os suínos se infectam ao ingerir oocistos esporulados ou esporocistos que são eliminados com as fezes do homem. Os esporozoítos são liberados no intestino delgado, atravessam a parede intestinal e penetram em células endoteliais de veias do fígado, onde evoluem para merontes primários. Estes, quando maduros, liberam merozoítos que penetram em células endoteliais de veias de qualquer órgão para dar origem aos merontes secundários. Os merozoítos secundários são liberados e penetram em células musculares para formar a terceira geração de merontes ou sarcocistos. O homem se infecta ao ingerir sarcocitos maduros contendo bradizoítos. Estes, no intestino delgado, dão origem diretamente a gametas. Há fecundação do macrogameta pelo microgameta formando-se oocistos que esporula na própria parede intestinal. Os oocistos esporulados ou esporocistos são eliminados nas fezes.
TRANSMISSÃO
HD: Ingerir carne crua ou mal cozida de boi ou porco contendo Sarcocystis maduros de S. hominis ou S. suihominis.
HI: Ingerir oocistos ou esporocistos provenientes de fezes do hospedeiro definitivo (homem).
PATOGENIA
Infecçoes são subclínicas e autolimitantes. Podem apresentar sintomas como : diarreia, náusea, vômitos, distúrbios circulatórios, calafrios e sudorese.
As alterações aparecem de 6 a 24h após a ingestão da crane infectada, desaparecendo, na maioria dos casos em 48h.
Sarcocitose muscular humana: ocorre quando o homem ingere oocistos contendo esporocistos de outras espécies de Sarcocystis.
Isospora spp.
Parasito monoxênico – o homem é o único hospedeiro;
Responsáveis por causar isosporose. Doença mais frequente em regiões quente, onde as condições de higiene são precárias.
Nesse gênero duas espécies são encontradas parasitando o homem: I. belli e I. natalensis.
Apresentam ciclo biológico típico de coccídeo, com multiplicação assexuada (mergonia) e sexuada (gametogonia), que termina com a formação de oocistos nas células do intestino do hospedeiro. Os oocistos são eliminados nas fezes sem esporular, e o processo de esporulação ocorre no meio ambiente dependendo da condições climáticas, tornando-se assim infectantes. O homem se infecta através da ingestão de oocistos esporulados junto com a agua e alimentos. Os esporozoítos liberados dos oocistos invadem o intestino delgado, provavelmente o íleo, onde ocorre a evolução do parasito ate a formação de oocistos.
A patogenia envolve alterações na mucosa do intestino delgado que resulta na síndrome da má absorção. As lesões são caracterizadas por destruição das células epiteliais e consequente atrofia das vilosidades, hiperplasia das criptas e citoplasma vesiculoso. Essas incões são benignas e autolimitantes.
Os sintomas relatados incluem febre, diarreia, cólicas abdominais, perda de peso, astenia, dor de cabeça e náuseas.
Essa doença é crônica e intermitente em crianças e pacientes com AIDS. Causando diarréia severa, esteatorréia, dor de cabeça,febre, mal estar, dor abdominal, vomito, desidratação, perda de peso, requerendo frequentemente hospitalizações.
Cryptosporidium sp.
Pequenos coccidios responsáveis por causar a criptosporidíase. Nesse gêneros as principais espécies que parasitam o homem causando alterações intestinais são o C. muris, encontrados pela primeira vez nas glândulas gástricas de camundongos, e o C. parvum, encontrado no intestino delgado de camundongos.
Desenvolvem-se, preferencialmente nas células do epitélio respiratório e digestivo de humanos e animais em vacúolos parasitóforos. Localização extracitoplasmatica.
O ciclo biológico é monoxênico, típico dos coccídeos, e inclui um processo de multiplicação assexuada (merogonia) com ocorrência e duas gerações de merontes e outro de multiplicação sexuada (gametogonia) com formação de macrogametas e microgametas que, após fecundação, resultam na formação de oocistos. Dois tipos de oocistos são formados: um de parede espessa, que é excretado para o meio externo junto com as fezes, e um de parede delgada que se rompe no intestino delgado e, acredita-se, que seja responsável pelos casos de auto-infecção. Os oocistos esporulam no interior do hospedeiro e já são infectantes quando eliminados para o meio ambiente.
A infecção do homem ocorre por meio da ingestão ou inalação de oocistos ou pela auto-infecção. A transmissão da criptosporidiose é feita pelas seguinte vias:
-Pessoa a pessoa: creches e hospitais;
-Animal a pessoa: principalmente bezerros e cordeiros, que apresentam diarréia e se encontram eliminando oocistos;
- Pessoa a animal: ocorre quando indivíduos infectados manipulam animais susceptíveis;
- Alimentos e fontes de água usadas para consumo ou recreação infectados com oocistos = SURTOS
Os oocistos podem resistir por longos períodos em meios úmidos, frios, ácidos, clorificados, ou com ozônio.
A patogenia e o quadro clinico da criptosporidiose são influenciados por vários fatores. As alterações provocadas por esse parasitismo nas células epiteliais da mucosa intestinal interferem nos processos digestivos e resultam na síndrome da má absorção. Em indivíduos imunocompetentes a doença se caracteriza por diarreia aquosa severa, anorexia, dor abdominal, flatulência, febre e dor de cabeça, náuseas, vômitos e desidratação, Outras manifestações, como: hepatite, pancreatite e artrite
Cyclospora cayetanensis
-Parasito monoxênico
- A partir de 1986 – casos de diarréia aquosa prolongada – associada a um grande Cryptosporidium sp.
- Coccídio intracelular – reemergente® AIDS.
- Parasitose clinicamente indistinguível da criptosporidiose e da isosporose.
- Alta prevalência em indivíduos imunocomprometidos
Introdução
CICLO BIOLOGICO
Quando fezes frescas são liberadas, o oocisto contém um esporonte esférico e não infectante; com isso a transmissão fecal-oral direta não pode acontecer, diferenciando-se de outro coccídeo parasita importante - o Cryptosporidium. No ambiente, a esporulação acontece depois de dias ou semanas em temperaturas entre 26° C a 30° C, resultando na divisão do esporonte em dois esporocistos, contendo cada um dois esporozoítas alongados. Frutas, legumes, e água podem servir como veículos para transmissão e os oocistos esporulados são ingeridos (em comida ou agua contaminada). O oocisto libera no trato gastrointestinal o esporozoíta que invade as células epiteliais do intestino delgado. Dentro das células eles sofrem multiplicação assexuada e desenvolvimento sexual para originar oocistos maduros que serão eliminados nas fezes. A potencial existência de hospedeiro animal como reservatório, e os mecanismos de contaminação de alimentos e água, ainda não são bem conhecidos e estão sendo investigados
Sinais clínicos : autocura
Abrupto na maioria dos pacientes, persistindo por aproximadamente 7 semanas: Náusea severa, Anorexia, Cólicas abdominais, Diarréia aquosa, Diarréia alternada c/constipação.
FORMAS
Sarcocystis – Oocisto, Esporocisto: 2 esporocistos com 4 esporozoítos – eliminados esporulados
Isospora : esporocistos com 4 esporozoítos – eliminados não esporulados
Cyclospora: esporocistos com 2 esporozoítos – eliminados não esporulados
Cryptosporidium: Esporozoítos livres – eliminados esporulados
DIAGNOSTICO
Sarcocystis sp: Esporocisto ou oocisto nas fezes frescas - ´técnicas de concentração e métodos de coloração, além de biópsias de tecidos.
Isospora sp: Oocistos nas fezes – métodos de concentração e coloração
Cyclospora sp: Oocistos nas fezes – métodos de coloração
Cryptosporidium sp: Biópsia – formas endógenas Exame de fezes – formas exógenas, através de métodos de coloração
PROFILAXIA
Sarcocystis sp: _ Evitar o consumo de carne crua ou mal cozida de Boi e Porco.
Isospora, Cryptosporidium e Cyclospora: ¨Saneamento básico; Proteção dos reservatórios de água; Cuidados especiais com higiene pessoal e com vestuário; Medidas de higiene rigorosas em ambientes especiais (creches e hospitais); As pessoas dos grupos de alto risco devem evitar contato com animais domésticos e pessoas infectadas, e adotar rigorosa higiene pessoal.
TRATAMENTO
Sarcocystis sp: Não existe um tratamento terapêutico (Infecções são autolimitantes ou de pequena duração)
Isospora sp: Reidratação e medicação terapêutica em imunossuprimidos. Sulfametoxazol – trimetoprim, metronidazol, Cura após 40 dias
Cyclospora sp: Único tratamento eficiente: trimetroprim-sulfametoxazole
Cryptosporidium sp: Imunocompetentes: cura espontânea; Crianças e imunossuprimidos: o tratamento é essencialmente sintomático (aliviar os efeitos da diarréia e da desidratação).
Leishmanioses
Leishmaniose Tegumentar Americana – LTA
Doença parasitária da pele e mucosas, de caráter pleomórfico, causada por protozoários do gênero Leishmania. A doença cutânea apresenta-se classicamente por pápulas, que evoluem para úlceras com bordas elevadas e fundo granuloso, que podem ser únicas ou múltiplas e são indolores. Também pode manifestar-se como placas verrucosas, papulosas, nodulares, localizadas ou difusas. A forma mucosa, secundária ou não à cutânea, caracteriza-se por infiltração, ulceração e destruição dos tecidos da cavidade nasal, faringe ou laringe. Quando a destruição dos tecidos é importante, podem ocorrer perfurações do septo nasal e/ou do palato.
AGENTE ETIOLÓGICO
A LTA é uma doença causada por parasitos do gênero Leishmania, sendo uma enzootia, primairiamente, de animais silvestres. Este protozoário tem seu ciclo biológico realizado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado. Os hospedeiros vertebrados incluem grande variedade de mamíferos: roedores, tatu, tamanduá, preguiça, gambá, canídeos e primatas. Incluindo o homem. Os hospedeiros invertebrados são pequenos insetos do gênero Lutzomya.
A transmissão ao homem ocorre quando este adentra áreas de mata para realizar suas atividades. Neste caso, a doença transforma-se em uma zoonose.
Atualmente são conhecidas várias espécies de Leishmania que causam LTA. Aqui, nos deteremos apenas ao complexo L. braziliensis e L. mexicana.
MORFOLOGIA
O gênero compreende parasitas dimórficos que apresentam dois estágios morfológicos principais: o amastigota intracelular, no sistema fagocítico mononuclear do hospedeiro vertebrado, principalmente macrófagos residentes na pele, e o promastigota flagelado, no trato intestinal do inseto vetor.
CICLO BIOLÓGICO
Ciclo no vetor
A infecção do inseto ocorre quando a fêmea pica o vertebrado e juntamente com o sangue ingere macrófagos parasitados por formas amastigotas. Durante o trajeto pelo trato digestivo, os macrófagos se rompem liberando as amastigostas. Essas sofrem uma divisão binaria e se transformam rapidamente em promastigotas, que também, por processo sucessivo de divisão multiplicam-se ainda no sangue ingerido, que é envolto por uma membrana peritrófica secretada pelas células do estomago do inseto. Após a digestão do sangue essa membrana se rompe e as formas promastigostas ficam livres. Estas migram para a parte anterior do tubo digestivo (faringe e esôfago) e atingemum estagio infectivo, ou seja , se transformam em promastigotas metaciclicas infectantes.
Ciclo no vertebrado
Durante o processo de alimentação do flebotomíneo é que ocorre a transmissão do parasito. Na tentativa da ingestão do sangue, as formas promastigostas metacíclicas são introduzidas no local da picada. Os macrófagos teciduais, fogocitam as promastigostas que perdem seu flagelo e rapidamente se transformam em amastigotas. Dentro do vacúolo fagocitário dos macrófagos, as amastigostas estão adaptadas ao novo meio fisiológico e resistem a ação destruidora do lisossomas, multiplicando-se por divisão binaria até ocupar todo o citoplasma. Esgotando-se sua resistência, a membrana do macrófago se rompe liberando as amastigostas no tecido, sendo novamente fagocitadas, iniciando no local uma reação inflamatória.
TRANSMISSAO
Ocorre pela picada de insetos hematófagos do gênero Lutzomyia, conhecido no Brasil com birigui, mosquito palha, tatuquira, entre outros. A saliva do flebotomideo possui neuropeptideos vasodilatadores que atuam facilitando a alimentação do inseto, ao mesmo tempo imunossuprimindo a resposta do hospedeiro vertebrado, exercendo assim, importante papel no sucesso da infectividade das promastigostas metaciclicas.
PATOGENIA
A lesão inicial é manifestada por um infiltrado inflamatório composto principalmente de linfócitos e macrófagos na derme, estando estes últimos abarrotados de parasitas. Esta forma inicial pode evoluir para um nódulo dérmico, localizado no sítio da picada do vetor infectado, caracteriza-se pela hipertrofia do extrato córneo (pele intacta), com um forte infiltrado de macrófagos com números parasitos. Como resultado, forma-se no local uma reação inflamatória, onde ocorre necrose resultando na desintegração da epiderme com a formação de uma lesão ulcero-crostosa. Após a perda da crosta observa-se uma pequena ulcera com bordas ligeiramente saliente e fundo seropurulento. Essa lesão progride para uma típica ulcera leishmaniótica, caracterizada por ter configuração circular, bordos altos, fundo granuloso, de cor vermelha intensa, recoberto por exsudato seroso ou seropurulento, dependendo da presença de infecções secundarias. As lesões podem assumir outras formas menos características: seca e hipercerastosica, vegetativa framboesiforme, com exsudato seropurulento.
Formas Clinicas
As diferentes formas clinicas são provocadas por diferentes espécies de Leishmania e estão associadas ao estado imune do hospedeiro. Sendo assim, podemos agrupa-las em 3 tipos básicos:
Leishmaniose cutânea: caracterizada pela formação de ulceras únicas ou múltiplas confinadas na derme, com epiderme ulcerada. Resultam em ulceras leishmanióticas típicas, ou, então, evoluem para formas vegetantes verrucosas ou framboesiformes. Densidade de parasitos nas bordas, com tendência à escassez nas úlceras crônicas - 2-8 sem. após infecção.
* L. (V.) braziliensis : úlcera de Bauru (tendência cura espontânea)
* L. (V.) guyanensis : úlceras únicas ou múltiplas
Leishmaniose cutaneomucosa: o agente etiológico é a L. braziliensis. O curso da infecção nas fases iniciais ocorre como na fase cutânea. Essa forma clinica se manifesta meses ou anos após as lesões iniciais e caracteriza-se por lesões destrutivas secundarias envolvendo mucosas e cartilagens. As regiões mais comumente afetadas pela disseminação metastática são o nariz, faringe, boca, laringe. É um processo lento de curso crônico.
Leishmaniose cutânea difusa: caracteriza-se pela formação de lesões difusas não ulceradas em toda a pele, contendo grande número de amastigotas. Esta forma clinica é provocado por parasitos com complexo mexicana, cujo agente etiológico é L. pifanoi na Venezuela, e L. amazonenses no Brasil. A LCD esta diretamente ligada a uma resposta imune celular deficiente, sendo que o paciente não responde aos tratamentos habituais.
IMUNIDADE: Resposta humoral e celular, contudo o grau com que ocorrem essas respostas varia muito com as diversas formas clínicas da doença.
LTA: Imunidade celular manifesta-se tardiamente, sendo fundamental no processo de cura.
PROFILAXIA
Dificil controle nas áreas florestais.
_ Proteção individual ou residencial
_ Construção das casas distante das matas em áreas de colonização
_ Doença ocupacional
_ Tratamento e vacina
Leishmaniose Visceral Americana – LVA
Também conhecida por seu nome indiano calazar (kala-azar) – a LVA é uma enferminade infecciosa generalizada, crônica, caracterizada por febre irregular, de longa duração, hepatoesplenomegalia, linfadenopatia, anemia, emagrecimento e debilidade progressiva. Causada por três espécies de protozoários pertencentes ao complexo donovani, onde são reconhecidas: Leishmania donovani (Asia e Africa), Leishmania chagasi (America Latina)e Leishmania infantum (Mediterrâneo, Africa e China).
Sua transmissão se dá através de picada de mosquitos flebótomos –  também conhecidos como mosquitos-palha, com destaque para a fêmea da espécie Lutzomyia longipalpis.
A doença afeta, além do homem, um número considerável de mamíferos, com destaque para os cães, gatos e mesmo ratos. Em zonas urbanas os cachorros são o principal reservatório da doença. Em zonas rurais os bovinos e equinos desempenham tal papel.
CICLO BIOLOGICO: Se dá de forma semelhante ao ciclo da LTA.
PATOGENIA
No sitio da picada do flebotomídeo pode desenvolver-se uma reação inflamatória que determina a formação de um nódulo, leishmanioma que não se úlcera. A partir daí ocorre a visceralização das amastigotas, ou seja, migração para as vísceras, através de vias hematogênicas ou linfáticas, principalmente para os órgãos linfoides e ricos em células do SMF como: medula óssea, baço, fígado, e linfonodos, embora macrófagos infectados possam ser encontrados em todos os tecidos incluindo sangue, pele, pulmões, rins, testículos, meninges e outros;
O período de incubação depende susceptibilidade genética para cura e para infecção, estado imune e nutricional do hospedeiro;
Quadro clinico
Em pacientes não tratados a doença progride e pode atingir altos níveis de motalidade: cerca de 90 %. A doença crônica é marcada pelo progressivo emagrecimento e enfraquecimento geral, com aumento da suscetibilidade as infecções secundária. Leucopenia e trombocitopenia estão associadas com tendências a hemorragias. Anorexia e anemia, aumentam a incapacidade geral, levando a deficiência de vitaminas e a uma sequencia de eventos que aumentam a debilidade do individuo, levando-o a caquexia.
Incubação 20 dias a dois anos. Febre 38-40C.
- Alterações hepáticas e esplênicas- Aumento do volume abdominal (hepatoesplenomegalia), órgãos densamente parasitados
- Alterações no tecido hemocitopoético - anemia, hemorragias
- Alterações renais - lesões renais pela presença de imunocomplexos
- Alterações pulmonares - pneumonite intersticial devido a presença de material antigênico do parasita. Tosse seca.
Leishmaniose visceral canina
No Brasil, os cães são os principais reservatórios da doença, que tem caráter endemo-epidêmico. Os cães variam entre assintomáticos ATÉ um estado grave: Úlceras disseminadas pela pele (rica em leishmanias); As unhas longas indicam falta de atividade, em fase avançada da doença; Descamação da pele, Alopecia, Perda de apetite, Apatia, Caquexia, diarréia.
MEDIDAS DE CONTROLE – Visceral
- Detecçã e eliminação de cães soropositivos.
- Aplicação de inseticidas residuais no intradomicílio e anexos (Deltametrina)
- Tratamento dos casos humanos.
- Vacinas: Cães a partir dos 4 meses de idade, saudáveis e soronegativos para Leishmaniose Visceral Canina.
DIAGNOSTICO
Clínico: LTA- presença de úlcera de bordas cortantes/ com fundo granuloso e avermelhado.
Parasitológico: Esfregaços de material oriundo do baço, medula óssea, linfonodos ou fígado; Cultura, Inoculação em animais, Exame direto (Biópsia da lesão).
Imunológico e molecular humano: Imunofluorescência, Aglutinação direta, Intradermoreação de Montenegro, Elisa, Proteína K39, PCR, Alta sensibilidade (até o nível de1 parasita),Pouca viabilidade no campo.
TRATAMENTO: Glucantime (IV- 20mg-kg-dia-30dias), Pentamidina, Anfotericina B.
Trypanosoma cruzi
O T. cruzi causa, no homem, uma parasitose chamada Doença de Chagas. Trata-se de uma infecção transmissível em que o parasita circula no sangue periferico e tecidos, provocando lesões teciduais graves, principalmente no coração e em órgãos do aparelho digestivo (esôfago e intestino).
A sua transmissão exige a participação de um vetor: o inseto Triatoma infestans, mais conhecido no Brasil como barbeiro.
MORFOLOGIA: epimastigotas (barbeiro), tripomastigotas (corrente circulatória), amastigota (intracelular).
CICLO BIOLOGICO
No hospedeiro invertebrado (rep. Assexuada)
Os vetores se infectam ao ingerir as formas tripomastigotas (sanguicolas) presentes na corrente sanguínea do hospedeiro vertebrado durante o hematofagismo. No estomago do inseto eles se transformam em formas arredondadas e epimastigotas. No intestino médio, os epimastigotas se multiplicam por divisão binaria, sendo portanto responsáveis pela manutenção da infecção no vetor. No reto, porção terminal do tubo digestivo, os epimastigotas se diferenciam em tripomastigotas metacíclicos (forma infectante para o vertebrado). Quando inseto pica o hospedeiro vertebrado, defeca simultaneamente e esta ultima forma evolutiva fica presente nas fezes causando uma reação alérgica, quando o homem coça a região o tripomastigota penetra na pele.
No hospedeiro vertebrado
Os tripomastigotas metaciclicos eliminados nas fezes e urina do vetor, penetram na pele pelo local da picada e interagem com as células do SMF da pele ou mucosa. Neste local, ocorre a perda do flagelo gerando a transformação do tripomastigotas em amastigotas que ai se multiplicam por divisão binaria no vacúolo parasitóforo da célula. A seguir, ocorre a diferenciação dos amastigotas em tripomastigotas saguicolas que são liberados da célula hospedeira caindo na corrente sanguínea , atingem outras células de qualquer tecido ou órgão para cumprir novo ciclo celular ou são destruídos por mecanismos imunológicos no hospedeiro. Podem ainda ser ingeridos novamente por barbeiros, onde cumprirão o seu ciclo extracelular.
Disseminação: infecção local -> nódulo linfático -> SNC, aparelho digestivo ou coração
A DOENÇA
Fase aguda- período de incubação 7 dias
- Pode ser sintomática (aparente) ou assintomática (inaparente). Esta é a mais frequente. Ambas estão relacionadas com o estado imunológico do hospedeiro.
- As manifestações gerais são representadas por febre, cefaleia, hipertrofia de linfonodo, mialgia (dor muscular). Nessa fase temos uma parasitemia alta, com raras alterações cardíacas ou neurológicas.
- Leva a morte em 10% dos casos devido principalmente a meningoencefalite ou miocardite aguda.
- Grande parte dos pacientes evoluem para a cura aparente.
Inicia-se através de manifestações locais como:
Sinal de Romaña: ocorre quando o T. cruzi penetra na conjutiva. Caracteriza-se por um edema inflamatório bipalpebral, unilateral, elástico indolor, associado a conjuntivite.
Chagoma de inoculação: ocorre quando o T. cruzi penetra na pele. Formação cutânea ligeiramente saliente, caracterizada pelo aumento da derme, e por ser arredondada, dura, incolor. È acompanhada de descamação. Lembra um furúnculo não supurado.
Fase crônica
Assintomática ou interminada - aprox. 10 anos
Nessa fase não se detecta mais parasitas no sangue. Existem amastigostas dentro da célula, musculo cardíaco ou SNC. Sendo assim, caso o barbeiro pique essa pessoa, não se infecta.
Caracterizada pelos seguintes parâmetros: 1) positividade de exames sorológicos e/ou parasitológicos; 2) ausência de sintomas e/ou sinais da doença; 3)eletrocardiograma e exames digestivos sem alterações e 4) coração, esôfago e cólon radiologicamente normais. Pode haver uma miocardite discreta. O paciente pode evoluir para a fase crônica sintomática.
Sintomática
Nessa fase temos baixa parasitemia e ninhos de amastigostas escassos; alterações anatomopatológicas e manifestações clinicas graves e intensas; alterações no aparelho cardiovascular e digestório.
Forma cardíaca ou cardiopatia chagásica crônica: alterações no ritmo cardíaco (arritmia), devido ao retardamento da circulação e da hipóxia (que atinge órgãos diversos), podendo levar também a hipertrofia do musculo cardíaco e consequente colapso cardíaco e morte subta.
Forma digestiva crônica: megaesôfago (mal do engasgo) e megacólon (constipação) – intestino grosso aumentado.
ASPECTOS IMUNOLOGICOS.
Indivíduos com baixa resposta imunológica: forma crônica branda
Indivíduos com alta resposta imunológica: forma crônica grave (miocardiopatias).
Indivíduos com resposta imunológica adequada: forma assintomática
TRANMISSAO: sanguínea, congênita, ocasionais ( acidentes laboratoriais, transplante de órgãos, ingestão de partes de triatomideos juntamente com alimentos líquidos ou sólidos).
DIAGNOSTICO
Fase aguda: microscopia (detecção de tripomastigota) e sorologia.
Fase crônica: IFI, ELISA, PCR, WB.
IPP: Xenodiagnóstico: método de diagnostico indireto de escolha quando se quer detectar o parasito na fase crônica da doenças. Pode detectar baixas parasitemias. Nesse exame, coloca-se os triatomideos para sugar o braço do paciente. As vantagens desse método é que no barbeiro há substancias quimiotroficas que favorecem a multiplicação dos parasitas, o que demonstra a eficiência do xenodianostico.