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Paramyxoviridae: Estrutura e Replicação

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1 
André Felipe Breda – Microbiologia Veterinária 
Paramyxoviridae 
PARAMYXOVIRIDAE 
 
 Os vírus da família Paramyxoviridae incluem importantes patógenos do trato respiratório 
de animais e humanos. São vírus envelopados, em sua maioria esféricos, com projeções 
glicoproteicas de superfície. Os vírions possuem um nucleocapsídeo helicoidal que envolve o 
genoma de RNA fita simples e polaridade negativa. 
São responsáveis por algumas doenças de grande relevância em Medicina Veterinária, 
como por exemplo, o vírus respiratório sincicial bovino, o vírus da parainfluenza bovina tipo 3, o 
vírus da cinomose canina, o vírus da peste bovina e o vírus da doença de Newcastle. 
Classificação 
 A família Paramyxoviridae inclui duas subfamílias: Paramyxovirinae e Pneumoviridae. 
Replicação 
 Os paramixovírus podem infectar uma ampla gama de hospedeiros, tanto naturalmente 
quanto sobre condições experimentais, e a infecção é assintomática em muitas espécies. No 
entanto, as infecções de relevância clínica são restritas a algumas delas. A replicação ocorre em 
várias células primárias e de linhagem, principalmente de origem pulmonar e renal. 
 A infecção por esses vírus é citolítica, e uma característica é a fusão entre células, 
formando células gigantes multinucleadas (sincícios). A replicação ocorre no citoplasma das 
células hospedeiras, porém os morbilivírus podem produzir inclusões intranucleares acidofílicas. 
Os vírus da parainfluenza e alguns morbilivírus possuem, ainda, a propriedade de hemadsorção. 
Propriedades físico-químicas 
 Os paramixovírus são sensíveis a pH ácido e ao aquecimento a 56ºC por 30 minutos. A 
exposição a solventes lipídicos, detergentes não iônicos, formaldeído e agentes oxidantes, 
destrói a infectividade viral. Os víros são extremamente lábeis mas não permanecem viáveis a 
temperatura de -50ºC ou menos por muitos meses, porém episódios de congelamento e 
descongelamento podem inativar a infectividade. 
Estrutura dos vírions 
 Possuem uma arquitetura complexa, envelope lipoproteíco, um nucleocapsídeo e uma 
proteína matriz. As partículas virais são envelopadas, aproximadamente esféricas ou 
pleomórficas. Em ME a única estrutura visível é o envelope recoberto por projeções constituídas 
de glicoproteínas de superfície. 
Os paramixovírus possuem duas glicoproteínas de envelope, alguns rubulavíru e todos 
os pneumovírus possuem uma terceira proteína integral de membrana. Uma delas (HN, H ou G, 
dependendo do gênero) está envolvida na ligação aos receptores e a glicoproteína F é 
responsável pela fusão do envelope viral com a membrana plasmática celular durante o processo 
de penetração. O nucleocapsídeo possui simetria helicoidal e é formado por um complexo 
formado pelo genoma RNA conjugado com aproximadamente 2500 cópias da proteína N (ou 
NP). 
O complexo ribonucleico (RNA+N) se constitui no substrato para a síntese de RNA 
durante a transcrição e replicação do genoma, ou seja, mecanismo que ocorre no genoma 
recoberto pelas proteínas N. Além disso, os vírions contém múltiplas cópias da proteína matriz 
(M) que preenchem o espaço entre o nucleocapsídeo e o envelope. 
As glicoproteínas do envelope – HN, H, G – estão envolvidas na ligação aos receptores, 
e a F é responsável pela fusão do envelope viral com a membrana plasmática celular durante o 
processo de penetração. De maneira geral, a familia paramyxoviridae tem dois tipos de proteina 
no envelope. 
 
2 
André Felipe Breda – Microbiologia Veterinária 
Paramyxoviridae 
– função de hemaglutinação 
– atividade hemaglutinante e neuraminidase (possui a capacidade de clivar o ácido 
siálico – receptor celular – prevenindo que as partículas virais se liguem em células já infectadas 
ou fiquem retidas na membrana celular durante o egresso dos vírions recém-formados). 
-expressão das H ou HN com F: fomração de sincícios, participando da atividade 
fusogênica. 
– ligação com os receptores 
permitindo a penetração do nucleocapsideo na celula hospedeira, que é sintetizada pelo 
precursor F0, que se cliva em F1 e F2. Esta clivagem é essencial para a infectividade e 
patogenicidade viral. 
Outras proteínas envolvidas (estudem, são importantes): 
- P, C, W, D - nucleocapsídeo - auxiliam sobrevivência in vitro, virulência 
- M2-1 e M2-2 - patogenicidade 
- SH ou A - aumenta eficiência da proteina F, contribuindo para a formação de sincícios. 
- NS1 - inibidor da transcrição e replicação do RNA viral 
- NS2 - evasão viral - NS1 idem 
Genoma 
 É constituído por uma molécula de RNA linear de fita simples, com 15 a 19kb. Por possuir 
polaridade negativa, o genoma desnudo não é infeccioso quando introduzido em células 
permissivas. Porque ele precisa da sua duplicação do antigenômico, para estar no mesmo 
sentido do RNAm. Mas os vírions podem conter ocasionalmente, uma cópia simples de RNA de 
polaridade positiva. 
Ciclo replicativo 
 Todos os processos relacionados com a replicação viral ocorrem no citoplasma da célula 
hospedeira. 
Os vírions ligam-se a receptores celulares específicos – CD46 e CD150 – e penetram na célula 
por fusão do envelope viral com a membrana plasmática, em condições de pH neutro – pH 
independente. Para que a proteína precursora F0 exerça sua função fusogenica, é necessária a 
sua prévia clivagem em F1 e F2 por proteases nucleares. 
Depois de estarem no citoplasma, o nucleocapsideo – RNA+N – é transcrito pelo 
complexo polimerase viral. A transcrição dos genes dos vírus RNA polaridade negativa não-
segmentado ocorre de forma individual, ou seja, cada gene possui sinais para a iniciação e 
térmico da transcrição. Cada gene é transcrito e resulta em um RNAm. 
Logo após, o complexo polimerase passa a transcrever todo o genoma, produzindo 
cópias de RNA do sentido antigenomico (positivo). As proteínas N e P fazem que o complexo 
replicase não reconheça os sinais de terminação existentes, e realiza a transcrição integral do 
genoma. 
A medida que são sintetizadas (as cópias molde do RNA +) se associam com as moléculas da 
proteína N, formando nucleocapsídeos helicoidais flexíveis e posteriormente, se ligam as 
proteínas P e L. A primeira etapa da morfogênese ocorre a associação de proteínas N e o 
genoma, seguido da adição do complexo L-P. A segunda montagem ocorre na membrana 
plasmática. 
 
3 
André Felipe Breda – Microbiologia Veterinária 
Paramyxoviridae 
As glicoproteínas HN, F, SH são produzidas pelo retículo, modificadas no golgi e 
esperam na membrana plasmática para serem inseridas. Durante o transporte, ocorre a clivagem 
da F0 em F1 e F2 para a infectividade da progênie viral. 
Pontos Importantes 
 Vírus capaz de determinar sinais clínicos do sistema respiratório superior 
 Vírus da Cinomose (Morbivírus) – Não é só em cães, felinos selvagens, focas... 
 Vírus da Peste Bovina 
 Vírus respiratório sincicial bovino (tem também humano) 
 Sincício  Aglomerados multinucleares de células 
 Vírus do sarampo (Morbivírus) 
 Prevenção na vacina 
 Doença de Newcastle, Rinotraqueíte dos perus 
 Vírus da Caxumba 
 Nucleocapsideo todo enovelado mas pode apresentar a forma filamentosa, Envelope 
lipoproteíco, algumas proteínas muito importantes 
 Proteína F – Fusão com a membrana da célula Proteína M – Conexão entre 
nucleocapsídeo e envelope 
 Forma do genoma: Helicoidal, complexo RNA+N/NP+P+R 
 HM – H – G 
 Sentido 3’-5’ 
 Clivagem de F – Importante para a virulência, Genoma fita simples RNA polaridade 
negativa.

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