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Resumo de Direito Penal II

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Resumo de Direito Penal- Parte Especial
Classificação dos Crimes:
Crime comum: É aquele que qualquer pessoa pode praticar. Não exige uma qualificação ou condição especial do sujeito ativo. Sujeito Passivo: é a vítima; Sujeito Ativo: Aquele que pratica a ação. 
Crime próprio: Exige uma condição especial do sujeito. Ex: Infanticídio a mãe mata o filho antes do parto ou após o parto. É próprio porque a mãe que mata, se outra pessoa mata é homicídio. 
Crime Instantâneo: é aquele que a conduta se consuma com um só ato ou uma só conduta. Ex: Homicídio, consumação, ou seja, morte.
Crime Permanente: O crime se prolonga no tempo, a qualquer momento pode haver o flagrante. Ex: Sequestro. O resultado se prolonga no tempo por vontade do agente. Art. 303 CPP :  Nas infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não cessar a permanência.
Crime comissivo: é um agir, uma pratica, uma ação. É uma conduta voluntaria para praticar o crime. Ex: Furto, estelionato, homicídio. 
Crime Omissivo: É o deixar de fazer algo, uma omissão. Ex: Omissão de socorro. Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal. Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa. Art. 135- Omissão de socorro: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade publica. Pena- detenção, de 1 ano a 6 meses ou multa. 
Os comissivos vão se dividir em:
Comissivos Impróprios: São denominados de comissivos por omissão. Deixar de fazer quando você tem o dever legal de fazer. Ex: A mãe tem o dever legal de cuidar da criança. Art. 13 Parag 2º- A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. O dever de agir incumbe a quem: a) tenha por Leo obrigação de cuidado, proteção ou vigilância. Ex: pai, baba. b) de outra forma, assumiu a responsabilidade de impedir o resultado. Ex: Salto de paraquedas. c) com o seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultado. 
Comissivo Próprio: É o próprio omissivo. 
Crimes materiais: O delito ou resultado traz uma modificação no mundo exterior. Para a consumação do crime tem que ter o resultado a morte. 
Crimes Formais: Até existe uma modificação no mundo exterior, mas para configurar o crime não necessita dessa modificação. Ex: Extorsão. André prende Milton para subtrai o dinheiro, mas não consegue, já configurou o crime.
Crime de mera conduta: Não existe resultado naturalístico, não existe modificação no mundo exterior. Ex: Violação de domicilio.
Crime Plurissubjetivo: (aquele que pode ser) necessariamente deve existir mais de uma pessoa. Ex: Associação criminosa, richa.
Crime Unissubjetivo: Aquele que pode ser praticado por uma só pessoa.
Parte Especial - Crimes contra a pessoa e a vida
Direito penal
Homicídio: É a morte de um ser humano provocado por outro ser humano. Desse modo a parte Especial do Código penal é inaugurada com o delito de homicídio, que tem por objeto a vida humana extrauterina (fora do útero). O ataque à vida intrauterina é incriminado pelos tipos de aborto. (art.124 a 126). O objeto material do homicídio é a pessoa sobre quem recai a ação ou omissão. O delito de homicídio é crime de ação livre, pois o tipo não descreve nenhuma forma especifica de atuação que deva ser observada pelo agente, pode ser por meios físicos, químicos, por ação ou omissão, meios morais e psíquicos. O homicídio é a Ação Publica Incondicionada. 
Homicídio simples doloso: 
 Art. 121. Matar alguem:
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Constitui o tipo básico fundamental, é o que contém os componentes essenciais do crime. O delito de homicídio simples (tentado ou consumado), quando cometido em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por um só executor, passou a ser considerado crime hediondo. O grupo pode ser formado no mínimo duas pessoas, admitindo-se ainda, que somente uma delas execute a ação.
Homicídio privilegiado: 
Caso de diminuição de pena
Art.121 § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Está previsto no art. 121 Parágrafo 1º do CP e dá direito a uma redução de pena variável entre 1/6 e 1/3. Caso de diminuição de pena § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. O homicídio privilegiado não deixa de ser homicídio básico, todavia em virtude da presença de certas circunstancias subjetivas que conduzem a menor reprovação social da conduta homicida, o legislador prevê uma causa especial de atenuação da pena. 
Se o privilegio tiver sido reconhecido pelo júri popular o juiz está obrigado a respeitar a soberania do veredicto. 
Hipóteses de homicídio privilegiado: 
Motivo de relevante valor moral
Motivo de relevante valor social
Domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vitima.
Motivo de relevante valor social ou moral- Valor social é aquele que corresponde ao interesse coletivo. Ex: O agente por amor a pátria, elimina um traidor. Naquele momento, a sociedade almejava a captura deste e a sua eliminação. O agente nada mais fez do que satisfazer a vontade da sociedade, por isso sua conduta na esfera penal merece uma atenuação melhora da pena. 
Valor Moral: Corresponde a um interesse individual. É o caso da eutanásia, em que o agente, por compaixão ante o irremediável sofrimento da vítima, antecipa sua morte. Ex. O pai que mata o estuprador de sua filha;
Domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vitima- Emoção violenta: é um estado de animo ou de consciência caracterizado por uma viva excitação do sentimento. Tira a capacidade de raciocinar. É aquela que se apresenta forte, provocando um verdadeiro choque emocional. Somente se violenta autoriza o privilegio. Ex: Chego na minha casa e deparo com meu marido com outra mulher naquele instante pego uma arma e atiro matando, tendo uma reação imediata, estou sob o domínio de violenta emoção q tira minha capacidade de raciocinar, o domínio que faz diminuir a pena. 
Provocação injusta do ofendido: é aquela sem motivo razoável, injustificável, antijurídica. Ex: Agressão em momento anterior ao homicídio injuria real, xingar o agente. Não se pode considerar privilegiado o homicídio cometido por marido contra a esposa por se recusar a reconciliação, ainda que sem razão a vitima na separação do casal. 
Reação imediata: Exige que o impulso emocional e o ato dele resultante seguiam-se imediatamente a provocação da vitima, tem que haver a imediatividade entre provocação injusta e a conduta do sujeito. 
Homicídio Qualificado
São crimes cruéis, penas mais graves. O meio é o instrumento de que o agente se serve para perpetrar o homicídio (ex. veneno, explosivo, fogo), enquanto o modo é a forma de conduta do agente. (ex. agir a traição). As qualificadoras estão divididas em 4 grupos: - Motivos, meios, modos e fins.
Homicídio qualificado
§ 2º Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; (Motivos)
II - por motivo fútil; (Motivos)
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; (Meios)
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido; (Modos)
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. (Fins)
Feminicídio 
VI - contra a mulher por razõesda condição de sexo feminino (Motivos)
VII - contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição. Pena - reclusão, de doze a trinta anos. (Motivos)
Inciso I - Mediante paga ou promessa de recompensa, ou outro motivo torpe- Trata-se de qualificadora subjetiva pois diz respeito aos motivos que levaram o agente a pratica do crime. Torpe: é o motivo moralmente reprovável, objeto, desprezível, repugnância geral. Ex: Matar a namorada ao saber que ela não é virgem; assassinar alguém para receber herança, eliminar um coerdeiro, matar o marido para abrir caminhos aos amores... Quando cometido mediante paga ou promessa de recompensa, o homicídio será chamado de mercenário.Paga é o valor ou qualquer outra vantagem patrimonial ou não, que a pessoa recebe ANTECIPADAMENTE. A qualificadora da promessa de recompensa a pessoa não recebe antecipado, é uma circunstancia elementar, comunica-se ao mandante, tal e qual uma elementar. As elementares que estão no caput são essenciais para existência do crime. Sem a qualificadora o crime existe, só que na forma simples ou privilegiada, de modo que configura mera circunstancia. 
Inciso II - Por motivo fútil: Qualificadora subjetiva, diz respeito aos motivos. Fútil significa mesquinho, desproporcional, insignificante.
O motivo fútil não se confunde com a ausência de motivo. Assim, se o sujeito pratica o fato sem razão alguma não incide a qualificadora, nada impedindo que responda por outra, como é o caso do motivo torpe. (Rogerio Grecco)
Inciso III - Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum: Qualificadora objetiva, pois diz respeito aos modos de execução do crime de homicídio. Veneno: Qualquer substância que introduzida no organismo, seja capaz de colocar em perigo a vida ou a saúde humana através de ação química, bioquímica ou mecânica. Ex: Colocar raticida no prato de sopa da vitima, trocar o medicamento da vitima por substancia venenosa. Frise: Esta qualificadora não incidira quando a vítima tiver ciência do emprego do veneno ou quando for ministrado por meio de violência. Caso a vítima venha saber que morrera pelo veneno, que é forçada a ingerir, o agente deverá responder pelo homicídio, agora qualificado por meio Cruel. 
- Fogo ou explosivo: O fogo poderá caracterizar o meio cruel ou que resulte perigo comum. Ex: Jogar combustível e atear fogo ao corpo da vítima. O explosivo é o meio utilizado pelo agente que traz perigo a um número indeterminado de pessoas. 
- Asfixia: Consiste na supressão da função respiratória através de estrangulamento, enforcamento, afogamento, causando a falta de oxigênio no sangue. A asfixia pode ser tóxica e mecânica. Asfixia mecânica pode ser: Enforcamento, estrangulamento, imprensamento, afogamento, a esganadura.
- Tortura: É o suplício, ou tormento que faz a vítima sofrer desnecessariamente antes da morte. Ex: Mutilar a vítima (decepar os dedos, mãos, orelhas), queimar aos poucos a vítima. Meio insidioso: O agente se utiliza de mecanismo para a pratica do crime sem que a vítima tenha qualquer conhecimento.
Inciso IV - Traição emboscada ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido- Qualificadora objetiva, pois diz respeito ao modo de execução do crime. 
- Traição: Há duas espécies: Traição material ou física, que é aquela informada pelo ataque brusco, de inopino, sem discussão, colhendo a vítima muitas vezes pelas costas; Traição moral, que existe quebra de confiança entre os sujeitos, como no caso do agente que atraia a vítima a local onde existe poço. A traição só pode configura-se quando a quebra de fidelidade e lealdade entre a vítima e o agente, constituindo qualificadora de natureza subjetiva. Não se configurará traição se a vitima tiver conhecimento do propósito criminoso do agente. 
- Emboscada: O agente se coloca escondido, de tocaia, aguardando a passagem ou chegada da vitima, que se encontra desprevenida, para o fim de atacá-la. 
- Dissimulação: é a ocultação do próprio desígnio, o disfarce que esconde o propósito delituoso, a fraude precede então a violência. Ex: O agente se disfarça de encanador e logra adentrar na residência da vitima para eliminar, qualificadora material; qualificadora moral quando o agente ilude a vitima, dando mostras falsas de amizade, de modo que consiga sua confiança, propiciando com maior facilidade a concretização de sua intenção homicida. 
- Qualquer outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido- Vítima atacada quando esta dormindo, gesto repentino. É eliminar completamente qualquer possibilidade de defesa da vitima.
Inciso V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. Ex: Eu matei a vitima em consequência de um crime anteriormente praticado. OBS: Se eu pratiquei uma contravenção penal e pratico um crime para ocultar a contravenção, não se aplica a contravenção penal. 
Feminicídio 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: Cometer um crime contra a mulher em decorrência de ela ser do sexo feminino. 
1) Obs: Violência domestica familiar Lei 11.340 de 2006 (Lei Maria da Penha); 
2) Obs: Menosprezo ou discriminação a mulher, violência praticada contra mulher. 
Uma pessoa é dispensado do seu trabalho por uma empregadora, uma empresaria, resolve matá-la por não se conformar com a sua dispensa, sem justa causa. O homicídio não foi praticado simplesmente por condição de mulher da empregadora, razão pela qual não incidira a qualificadora do feminicidio.
Já o marido que mata sua esposa dentro de um contexto de violência doméstica e familiar, respondera por feminicidio. 
Menosprezo: é o desprezo, sentimento de aversão, repugnância a uma pessoa do sexo feminino. É um tratamento diferente pela virtude de ser mulher.
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado.
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto.
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos ou com deficiência. 
III - na presença de descendente ou de ascendente da vítima. 
VII- contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição: 
Se o homicídio ocorrer em contexto não ligado a segurança publica, não se enquadra nessa qualificadora.
O artigo 142 e 144 CF passa a ser homicídio qualificado por disposição do Código Penal. Ex: Matar uma pessoa em decorrência da função que ela exerce. Se relacionar o crime com a atividade, função que a pessoa faz há uma qualificadora. 
Se o homicídio for praticado contra o filho adotivo de um policial, em razão dessa condição, não poderemos aplicar a qualificadora do inciso VII do art. 121 CP.
Homicídio culposo 
§ 3º Se o homicídio é culposo: 
Pena - detenção, de um a três anos.
Ex: Um individuo na direção de seu automóvel imprime maior velocidade para chegar mais rápido ao trabalho. Há uma ação dirigida a uma finalidade licita, chegar mais depressa ao trabalho; contudo por estar imprimindo velocidade excessiva em seu automóvel (quebra do dever objetivo de cuidado através de uma conduta imprudente), não consegue freá-lo a tempo de impedir o atropelamento., não coincidiu com a finalidade inicial do agente, que era licita. Perceba-se a diferença entre a culpa e o dolo. Neste o individuo quer ou assume o risco de um resultado ilícito. Em contrapartida, na culpa, o agente não quer jamais concretizar o resultado ilícito, nem mesmo assume o risco este na realidadesobrevém por uma quebra do dever de cuidado.
No homicídio culposo não tenho a intenção de cometer o crime, ele pode ser classificado em negligencia, imprudência e imperícia. Imprudência: Ação descuida. É o atuar sem precaução, precipitado. Ex: Furar o sinal; manejar arma carregada, trafegar na contramão, realizar ultrapassagens proibidas. Negligencia: é um não fazer, é uma omissão, deixa de tomar, antes de agir, as cautelas que deveria. Ex: Age negligentemente a mãe que não retira da mesa, ao redor da qual as crianças brincam, veneno em dose letal, vindo uma delas a ingeri-lo e falecer; deixar arma ao alcance de criança vindo esta se matar; deixar substância tóxica ao alcance de criança vindo a morrer por intoxicação. Imperícia: Falta de Aptidão técnica. Ex: Engenheiro que constrói um prédio cujo material é de baixa qualidade, vindo este a desabar e a provocar a morte dos moradores; erros médicos. 
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), 
Se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, 
Se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. 
Causa Especial de aumento de pena. 
Homicídio doloso contra menor de 14 ou maior de 60 anos
Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
Trata-se de causa especial de aumento de pena porque está prevista em uma determinada norma da Parte Especial do Código Penal, sua natureza é objetiva, pois leva em consideração a idade da vítima. Se o delito for cometido no dia em que o menor completou 14 anos, afastada estará a incidência dessa causa especial de aumento de pena. Agora se o indivíduo dispara vários tiros contra um menor que contava com 13 anos de idade no dia do evento criminoso, e ele somente vem a morrer 10 dias após aquela conduta quando já completava 14 anos. Estará afastada a causa de aumento de pena, já que a vítima não mais era menor a data do óbito?? De acordo com o art. 4 do CP, a causa de aumento de pena incidirá, pois deve ser levada em consideração a data da ação, ou seja, dos disparos contra o menor, e não a da produção do resultado naturalístico. Essa causa de aumento de pena aplica-se aos homicídios dolosos, seja na forma simples, privilegiada ou qualificada. 
Perdão Judicial:
Trata-se de causa de extinção da punibilidade aplicável à modalidade culposa do delito de homicídio. 
Ex: O sofrimento da mãe que perde o filho num acidente de transito em que a mãe foi imprudente, neste caso o juiz pode deixar de aplicar a pena, passa por todo um processo o juiz analisara as circunstancias se trata de homicídio culposo e se as consequencias da infração atingiram o agente de forma muito grave, caso entenda que sim, o juiz concederá o perdão judicial.
*O perdão judicial tem efeito extensivo não se limitando ao crime de que se trata. Assim, se num mesmo contexto o agente mata culposamente o seu filho e um estranho, o perdão judicial estender-se-á a ambos os delitos. Em regra não se aplica, mas se o juiz reconhecer é valido. 
Obs: Sumula 18- A sentença concessiva do perdão judicial é declaratória da extinção da punibilidade, não subsistindo qualquer efeito condenatório.
Art. 121 § 5º CP - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as consequências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. 
Ex. Um pai possui porte legal de arma, chega em casa apressado e negligentemente coloca sobre a mesa da sala, logo em seguida vai ao banheiro. Seu filho menor ao avistar a arma, começa a brincar com ela, a arma dispara atingindo-o mortalmente. O pai sai desesperado do banheiro, mas já encontra seu filho. Será que esse pai em razão de ter deixado de observar seu dever objetivo de cuidado, culposamente causou a morte de seu próprio filho, necessita de alguma sanção? Não, devendo ser concedido o perdão judicial.
Assim sendo caso de crime cometido por ascendentes, descendente, cônjuge, companheiro ou irmão, o perdão judicial deverá ser encarado, como um direito subjetivo do agente, pois nesses casos, presume-se que a infração penal atinge o agente de forma tao grave, que a sanção penal se torne desnecessária.
Induzimento, Instigação ou Auxilio a Suicídio 
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
Suicídio é a deliberada destruição da própria vida. Suicida, segundo o Direito, é somente aquele que busca direta e voluntariamente a própria morte. Apesar de o suicídio não ser um ilícito penal, é um fato antijurídico, dado que a vida é um bem público indisponível, sendo certo que o art. 146, §3, II do CP prevê a possibilidade de se exercer coação contra quem tentar suicidar-se, justamente pelo fato de que ninguém é dado o direito de dispor da própria vida. A lei penal ela pune o comportamento de quem induz, instiga ou auxilia outrem a suicidar-se. É que sendo a vida um bem público indisponível, o ordenamento jurídico veda qualquer forma de auxílio a eliminação da vida humana, ainda que esteja presente o consentimento do ofendido. 
 O núcleo do tipo é composto por três verbos: induzir, instigar ou auxiliar. Trata-se de um tipo misto alternativo (crime de ação múltipla ou de conteúdo variado). O agente, ainda que realize todas as condutas, responde por um só crime. A participação em suicídio pode ser moral, mediante induzimento ou instigação, ou material, que é realizada por meio de auxilio. O delito em estudo é classificado como crime de ação livre, pois não exige o tipo qualquer forma especial de execução do delito, podendo este ser praticado por qualquer meio, comissivo ou omissivo. Ex: Fornecer a arma para que a vitima se suicide; fornecer veneno, etcs.
Induzir: Significa fazer nascer a ideia, criar a ideia, sugerir o suicídio. Ocorre o induzimento quando a idéia de autodestruição é inserida na mente do suicida, que não havia desenvolvido o pensamento por si só. Ex: Indivíduo que perde o emprego e é sugestionado pelo seu colega a suicida-se por ser a única forma de solucionar os seus problemas. 
Instigar: Significa reforçar, estimular, encorajar um desejo já existente. Ex: O senhor que esta acima do prédio e o pessoal embaixo começa a gritar pula, pula, e a pessoa pula. 
Prestar auxílio: Consiste na prestação de ajuda material, que tem caráter meramente secundário. O auxilio pode ser concedido antes ou durante a pratica do suicídio. Ex: Dar a corda, dar a arma, dar veneno.
I - se o crime é praticado por motivo egoístico; compreende por exemplo de o agente induzir seu irmão a cometer o suicídio a fim de herdar sozinho o patrimônio deixado por seus pais.
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência. Diminuição de capacidade vitima embriagada, substancias de entorpecentes, deprimida, angustiada.
Obs: A religião testemunha de Jeová: No pensamento de Capez. Se a pessoa é maior e capaz e o médico estiver no poder este deve agir para evitar o resultado, o médico deve fazer a transfusão do sangue. 
Há uma divergência quando a pessoa é maior é capaz. Agora se for menor e incapaz o medico deve fazer.
Quando ele é menor ou incapaz não tem divergência o medico tem que fazer a transfusão de sangue, mesmo contra a vontade dos pais. Ele é obrigado a fazer.
Qualquer pessoa pode praticar o que está previsto no art. 122. Sujeito Ativo: Qualquer pessoa (crime comum) que tenha capacidade de induzir, instigar ou auxiliar alguém, de modo eficaz e consciente, a suicida-se. Sujeito Passivo: Qualquerpessoa pode ser vitima do crime em tela, desde que possua capacidade de resistência e discernimento. Nos casos de ausência de capacidade de entendimento da vitima (louco, criança) o agente será considerado autor mediato de delito de homicídio, uma vez que a vitima, em face da ausência de capacidade penal, serviu como mero instrumento para que o agente lograsse o seu propósito criminoso, qual seja eliminar a vida do inimputável. Ex: Fornecer uma arma a um louco e determinar que este atire contra si próprio. Se falta a capacidade mental ao sujeito passivo, ou se ele age por erro quanto ação que empreende, ou coagido, ou se trata de alienação, o crime será sempre de homicídio. Exige para configurar o crime que a vitima seja capaz de praticar o suicídio com vontade livre e não viciada. Quem induz uma criança a tomar veneno não esta se convencendo a se matar, mas praticando homicídio, no qual o menor atua como simples instrumento.
Infanticídio
Art. 123 CP - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
Infanticídio é um crime próprio pois so pode ser cometido pela mãe que atua influenciada pelo estado puerperal, simples. de forma livre, doloso, e de dano material, instantâneo e de efeitos permanentes.
Os traços são marcantes e infestáveis, sendo:
Que o delito seja cometido sob a influencia do estado puerperal;
Que tenha como objeto o próprio filho da parturiente;
Que seja cometido durante o parto ou logo após.
Podemos definir o infanticídio como a ocisão da vida do ser nascente ou do neonato, realizada pela própria mãe, que se encontra sob a influencia do estado puerperal. É uma espécie de homicídio privilegiado, cujo privilegio é concedido em virtude da influencia do estado puerperal sob o qual se encontra a parturiente. O estado puerperal, pode acarretar distúrbios psíquicos na genitora que diminuem a sua capacidade de entendimento, levando a eliminar a vida do infante. O privilegio dessa figura típica é um componente essencial, pois sem ele o delito será outro (homicídio, aborto). O delito de infanticídio é composto pelos seguintes elementos: matar o próprio filho, durante o parto ou logo após, sob influencia do estado puerperal. Excluído algum dos dados constante nessa figura típica, esta deixara de existir, passando a ser outro crime. 
Meios de execução: É um crime de forma livre, que pode ser praticado por qualquer meio comissivo, por exemplo enforcamento, estrangulamento, afogamento, fraturas cranianas, ou por qualquer meio omissivo, por exemplo deixar de amamentar a criança, abandonar recém nascido com o fim de provocar sua morte. 
Sujeito Ativo: Trata-se de crime próprio. Somente a mãe, ou seja, a genitora que se encontra sob influencia do estado puerperal, pode praticar o crime em tela. Nada impede que terceiro responda por esse delito na modalidade de concurso de pessoas. Sujeito passivo: Haverá o delito de infanticídio se for constatado que o feto nascente estava vivo. Se o sujeito passivo já se encontra morto é crime impossível. 
Sujeito passivo. Adulto: Se a mãe matar um adulto sob a influencia do puerpério, responderá pelo delito de homicídio. 
Infanticídio putativo: Se a mãe matar outra criança sob a influencia do estado puerperal, haverá infanticídio putativo. 
Se depois de dias a mãe resolve matar seu filho responderá pelo delito de homicídio pois nessa hipótese não decorre do estado puerperal.
Mãe que mata o próprio filho, contando com o auxilio: A mãe é autora de infanticídio e as elementares desse crime comunicam-se ao participe, que, assim, responde por infanticídio. 
O terceiro que mata o recém-nascido, e conta com a participação da mãe: este se torna autor de homicídio (art.121 do CP), por ter realizado a conduta principal, enquanto que a mãe responde pela conduta de partícipe do mesmo crime, portanto responderá também por homicídio.
Mãe e terceiro executam em co-autoria a conduta principal matando a vitima: a mãe será autora de infanticídio e o terceiro responderá pelo mesmo crime por força da teoria unitária ou monista (art.29, CP Caput).
Admite-se o concurso de pessoas no infanticídio: posição adotada por vários autores inclusive por Nelson Hungria, co-autoria ou participação em infanticídio é admitida, se a lei não fala em condições personalíssimas. As condições de caráter pessoal comunicam-se quando elementares do crime (art.30 do CP), e as de caráter não pessoal sejam elementares ou circunstanciais, podem ser sempre comunicáveis. A condição de ser mãe e estar sob a influencia do estado puerperal são elementos do tipo, razão pela qual se comunicam aos co-autores ou partícipes. Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime. 
Aplicação do art. 20 §3º Erro sobre a pessoa, ao delito de infanticídio;
A mãe vai ao berçário logo após o parto e querendo causar a morte do próprio filho, por erro acaba estrangulando outra criança. 
No caso, ela respondera por homicídio ou infanticídio?
§ 3º - O erro quanto à pessoa contra a qual o crime é praticado não isenta de pena. Não se consideram, neste caso, as condições ou qualidades da vítima, senão as da pessoa contra quem o agente queria praticar o crime.
No caso ela será responsabilizada por infanticídio. 
ABORTO:
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
O Aborto é a interrupção da gravidez, com a consequente destruição do produto da concepção. Consiste na eliminação da vida intrauterina.
Meios de execução: Trata-se de crime de ação livre, podendo a provocação do aborto ser realizada de diversas formas, seja por ação, seja por omissão. A ação provocadora poderá dar-se através dos seguintes meios executivos: 
a) meios químicos: são substâncias não propriamente abortivas, mas que atuam por via de intoxicação, como o arsênio, fósforo, mercúrio, quinina, estricnina, ópio etc.; 
b) meios psíquicos: são a provocação de susto, terror, sugestão etc.; 
c) meios físicos: são os mecânicos (p. ex., curetagem); térmicos (p. ex., aplicação de bolsas de água quente e fria no ventre); e elétricos (p. ex., emprego de corrente galvânica ou farádica). Omissão. O delito também pode ser praticado por conduta omissiva nas hipóteses em que o sujeito ativo tem a posição de garantidor; por exemplo, o médico, a parteira, a enfermeira que, apercebendo-se do iminente aborto espontâneo ou acidental, não tomam as medidas disponíveis para evitá-lo, respondem pela prática omissiva do delito. 
Sujeito ativo a) no autoaborto ou aborto consentido (CP, art. 124): somente a gestante pode ser autora desses crimes, pois trata-se de crime de mão própria; b) no aborto provocado por terceiro, com ou sem o consentimento da gestante (CP, arts. 125 e 126): por tratar-se de crime comum, o sujeito ativo pode ser qualquer pessoa. 
 Sujeito passivo a) no autoaborto ou aborto consentido (CP, art. 124): é o feto que é detentor, desde sua concepção, dos chamados “direitos civis do nascituro” (CC, art. 2º). b) no aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante: os sujeitos passivos são a gestante e o feto. Trata-se de crime de dupla subjetividade passiva.
Formas de Aborto: Aborto provocado pela própria gestante: 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena - detenção, de um a três anos.
É a própria mulher quem executa a ação material do crime, ou seja, ela própria emprega os meios ou manobra abortiva em si mesma. O auto aborto tem somente a gestante como sujeito ativo.
O terceiro que induz, instiga ou auxilia a gestante ao autoaborto é participe (artigo 124, 1ª parte). Portanto, admite concurso eventual de agentes, exclusivamente na modalidade participação. Exemplo: fornecer medicamento de efeito abortivo. A figura do consentimento para abortar (artigo 124, parte final) não admite o concurso de pessoas, por se tratar de crime de mão própria. 
Nas figurastípicas do aborto praticado por terceiro, sem ou com o consentimento da gestante (artigos 125 e 126) o sujeito ativo é qualquer pessoa, exceto a gestante. Trata-se de uma exceção Pluralística à Teoria Unitária ou Monista adotada pelo código quando terceiro provoca o aborto com o consentimento da gestante. O terceiro responderá pelo artigo 126 enquanto a gestante pelo artigo 124, parte final.
Aborto consentido. A mulher apenas consente na pratica abortiva, mas a execução material do crime é realizada por terceira pessoa. Pode haver o concurso de pessoas na modalidade de participação quando por exemplo alguém induz a gestante a consentir que terceiro lhe provoque o aborto. Jamais pode haver a coautoria, uma vez, por se tratar de crime de mão própria, o ato permissivo é personalíssimo e só cabe a mulher. A gestante que consentir que terceiro que terceiro provoque o aborto e logo depois o auxiliar no emprego das manobras abortivas em si mesma responderá pelo delito do art. 124 e o terceiro pelo art.126. 
Aborto provocado por terceiro, sem o consentimento da gestante (art. 125 CP)
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Trata-se da forma mais gravosa do delito de aborto (pena-reclusão de 3 a 10 anos). Não é preciso que haja o dissenso expresso da gestante, basta o emprego de meios abortivos por terceiro sem o seu conhecimento, ex: ministrar doses de substancia abortiva em sua sopa. 
Matar mulher grávida com o conhecimento da gravidez, a pessoa comentou dois crime aborto e homicídio. 
O legislador, em determinados casos, considera invalido o consentimento da gestante, pelo fato de não ser livre e espontâneo, de modo que ainda que aquele esteja presente, a conduta do agente será enquadrada no tipo penal do art. 125. O dissentimento é presumido se a vitima não é maior de 14 anos, alienada ou débil mental.
Aborto provocado por terceiro, com o consentimento da gestante (art. 126 CP)
Teoria Pluralista
Para que caracterize a figura do aborto consentido é necessário que o consentimento da gestante seja valido, isto é que ela tenha capacidade para consentir. Ausente essa capacidade para consentir, o delito poderá ser outro (art. 125 CP). Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:  Pena - reclusão, de um a quatro anos.
 Parágrafo Único: Se a mãe é menor de 14 anos, ou ser débil mental, ou sofrer ameaças, responde por crime mais grave como se fosse sem o consentimento. 
Aborto Legal.Causas de Exclusão da Ilicitude (art. 128 CP)
Aborto natural ou espontâneo: É o aborto oriundo de causas patológicas decorrentes de um processo fisiológico espontâneo do organismo feminino.
Aborto acidental: Deriva de causas exteriores e traumáticas. Exemplo: escorregão.
Aborto culposo: É o aborto que resulta de culpa, de uma conduta imprudente, negligente ou imperita.
2: Aborto típico e jurídico (estão previstos em lei e não são puníveis):
Aborto terapêutico (artigo 128, inciso I): É realizado quando não há outro meio de salvar a vida da gestante.
Aborto sentimental e humanitário (artigo 128, inciso II): É o aborto autorizado quando a gravidez é resultante de estupro.
Forma qualificada
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
Aborto de Anéncefalo
STF: ADPF-54
Características: Para o STF não é um aborto, pois o feto já esta morto. Para o STF a vida humana começa com a fecundação. 
Das lesões corporais
É qualquer ofensa a integridade física dolosa ou culposa. O crime de lesão corporal é definido como ofensa à integridade corporal ou saúde, isto é como todo e qualquer dano ocasionado à normalidade funcional do corpo humano. Sujeito Ativo: Trata-se de um crime comum. Qualquer pessoa, exceto o próprio ofendido, pode praticar o crime em questão. A autolesão é considerada irrelevante penal, desde que a causação da ofensa física não tenha outra finalidade, lesiva de outro objeto jurídico. Sujeito passivo: Qualquer pessoa, salvo nas hipóteses dos §§1º, IV, e 2º, V do art. 129, que deve ser mulher grávida. Se o sujeito for menor de 14 anos ou maior de 60 anos, incide uma causa de aumento de pena. 
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. Art. 129, § 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: ( Modificado pela LEI 11.340, de07/08/2006 )
Pena detenção, de 3 (três) mese s a 3 (três) anos.
Tatuagem: Aos menores de 16 anos, absolutamente incapaz sem ou com o consentimento é crime. Art. 129, III. Para os maiores de 18 anos é permitida a tatuagem desde que não contrarie os bons costumes.
Obs: A integridade física é bem jurídico indisponível. (Não posso pedir para cortar meus dedos, autorizar não há essa possibilidade.
Formas:
O código penal prevê diversas modalidades do crime de lesões corporais: Simples: Art. 129, caput. Qualificadas: §§ 1º (lesão grave), 2º (lesão gravíssima); 3º (lesão corporal seguida de morte) e 9º (violência domestica). Privilegiadas: §4º. Culposa: §6º; Majoradas: §§7º, 10 e 11.
Lesão corporal leve ou simples:
Consiste no dano à integridade física ou a saúde que não constitua lesão grave ou gravíssima. É um conceito que chegamos por exclusão. Se as lesões forem levíssimas menores que a leve cai no pricipio da insignificância (bagatela). Pequenos arranhões, beliscões. Art. 129 - Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano. 
O crime de aborto se encerra através do inicio do parto, passando a morte do nascente a partir dai, podendo ser classificada como infanticídio.
Lesão corporal de natureza grave 
Pena - reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos. 
§1º - Se resulta: 
I - incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias: Esse inciso refere-se não só às ocupações laborais mas também às atividades costumeiras, tais como recreação, asseio corporal etc.; não há necessidade da finalidade lucrativa. Do contrário, estariam excluídos os idosos, as crianças e os enfermos. É comprovada por meio pericial. Obs: A vergonha não agrava o crime. Ex: Pessoa que não vai ao trabalho por estar com uns dos olhos roxo, a pessoa possui a capacidade para exercer sua atividade e por vergonha não vai, isso não agrava o crime.
II - perigo de vida: Para a configuração dessa qualificadora, há necessidade da existência de um perigo concreto. A lesão grave só existe, portanto, se, em um dado momento, a vida do sujeito passivo esteve efetivamente em perigo. OBS: Esta qualificadora só admite o preterdolo, tem o dolo no antecedente e culpa no conseqüente. 
III - debilidade permanente de membro, sentido ou função: a debilidade consiste na diminuição ou enfraquecimento da capacidade funcional, que não necessita ser perpétua, bastando que seja permanente ou duradoura. A qualificadora em estudo configura-se mesmo que a debilidade seja passível de correção por meio de intervenção cirúrgica ou tratamentos ortopédicos ou, ainda, que seja passível de disfarces, como a colocação de próteses. . A perda de dentes enfraquece permanentemente a função mastigatória, consistindo lesão grave. E a perda de um só? Em tese, estaria caracterizada a lesão leve, pois será demasia dizer que a falta de um único dente ocasiona debilidade da função.
IV- aceleração de parto: corre quando, em decorrência da lesão corporal produzida na gestante, antecipa-se o termo final da gravidez, ou seja, o feto é expulso precocemente do útero materno. É necessário que o feto nasça com vida e continue a sobreviver, pois, do contrário, estará caracterizada a lesão corporal gravíssima. 
Lesão corporal gravíssima
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 8 (oito) anos.
§ 2º - Se resulta: 
I - incapacidade permanente para o trabalho: Trabalho, no caso, abrange o exercício de qualquer atividade remunerada, o que exclui a criança ou a pessoa idosa aposentada. Para a existência 
 dessa qualificadora, não há necessidade de que a incapacidade seja perpétua, mas tão somente duradoura. Não há, contudo, a possibilidade de fixação de seu limite temporal
 Essa incapacidade deve ser genérica, ou seja, deve o ofendido ficar privado da possibilidade, física ou psíquica, de aplicar-se a qualquer atividade lucrativa. Obs: Não configura a qualificadora se a pessoa for readaptada no serviço. 
II - enfermidade incurável: é a doença (do corpo ou da mente) que a ciência médica ainda não conseguiu conter nem sanar. Se houver necessidade de intervenção cirúrgica arriscada e a vítima se recusar a submeter- se a ela, mesmo assim incidirá a qualificadora, pois o ofendido não está obrigado a se submeter a tratamentos incertos ou penosos ou a operações 
 arriscadas na tentativa de curar-se. 
III - perda ou inutilização de membro, sentido ou função: A perda consiste na extirpação de uma parte do corpo, diz respeito à mutilação exemplo mão decepada por um facão; ou à ampu tação (como a amputação de perna gangrenada em decorrência da ação lesiva). A inutilização refere-se à inaptidão do órgão à sua função específica. Se o ofendido, em conseqüência da lesão corporal, sofre paralisia de um braço, trata-se de inutilização de membro. Se, em face da lesão corporal, perde a mão, cuida-se também de inutilização de membro. Vindo, entretanto, a perder um dedo da mão, a hipótese é de debilidade permanente. Por último, se vem a perder todo o braço, há perda de membro. Obs: Olhos, rins, testículos, configura a qualificadora gravíssima. Embora que há divergências que para configurar a gravíssima tem que perder a visão nos dois olhos, perder os dois testículos. 
IV - deformidade permanente: Deformidade é o dano estético de certa monta. Permanente é a deformidade indelével, irreparável. Entende- -se por irreparável a deformidade que não é passível de ser corrigida pelo transcurso do tempo. Não deixa, assim, de configurar a deformidade permanente a utilização de artifícios que camuflem, com o orelha de borracha, 
 substituição de olho natural por olho de vidro, uso de aparelho ortopédico. A vítima também não está obrigada a submeter-se a cirurgia plástica para reparação da deformidade; se for, contudo, submetida a ela, e com sucesso, afastada estará a qualificadora. Exige-se que a deformidade seja visível, pouco importando em que parte do corpo esteja localizada. Pode-se, assim, localizar tanto no rosto quanto nos braços, pernas, coluna vertebral (por exemplo, cicatriz no rosto de uma mulher, indivíduo que se torna coxo em decorrência de lesão em uma das pernas). Deve o dano estético deve provocar prejuízo causar impressão vexatória, ou seja, humilhação ao portador e certo desconforto aos olhos de terceiros.
 
V - aborto: O aborto como circunstância qualificadora do delito de lesões corporais é punido a título de preterdolo, ou seja, punem-se a lesão corporal a título de dolo e o aborto a título de culpa. O desconhecimento da gravidez constitui o erro de tipo, que exclui o dolo 
 e torna o abortamento fato atípico. Se houver, assim, o dolo na lesão corporal e culpa no abortamento (o agente sabia que se tratava de gestante e foi imprudente em relação ao feto), 
 o crime será o do art. 129, § 2a, V, do CP. Na hipótese de o agente agressor desconhecer o estado de gravidez, não há falar em culpa quanto à morte intrauterina, tipificando-se apenas o delito de lesões corporais de natureza leve (art. 129, caput, do CP), pois não pode haver responsabilidade objetiva quanto ao resultado agravador (art. 19 do CP). Ocorrendo o contrário, ou seja, aborto querido e morte culposa, o sujeito responderá por: aborto qualificado (art. 127,2a parte, do CP), quando, além do aborto doloso, a vítima tiver sofrido, culposamente, lesões graves; aborto simples, se a vítima, culposamente, tiver sofrido lesões leves, que ficam absorvidas. Finalmente, se houver dolo quanto às lesões e dolo quanto ao aborto, o autor responderá por ambos os crimes em concurso formal imperfeito (somam-se as penas). Lembre-se que se, em decorrência das lesões, a criança nascer premauramente com vida, vindo a morrer posteriormente, estaremos diante de uma hipótese de lesão corporal qualificada pela aceleração de parto.
Lesão corporal seguida de morte 
§ 3º - Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: 
Trata-se de hipótese de homicídio preterdoloso. Punem-se o primeiro delito (lesão corporal) pelo dolo e o segundo delito (morte) a título de culpa. O evento morte não deve ser desejado nem eventualmente, ou seja, não deve ser compreendido pelo dolo do agente, senão o crime será de homicídio. A morte é imputada ao agente a título de culpa, pois ele não previu o que 
 era plenamente previsível, sendo-lhe, por isso, imputado o resultado mais grave. Deve, então, haver previsibilidade sobre a ocorrência do evento letal, pois, se o resultado for imprevisível ou decorrente de caso fortuito, responderá o agente tão somente pelas lesões corporais.
 Pena - reclusão, de 4 (quatro) a 12 (doze) anos. 
Diminuição de pena 
§ 4º - Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. 
Substituição da pena 
§ 5º - O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa: 
I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior; 
II - se as lesões são recíprocas. 
Prevista no § 5, possibilita ao Juiz, não sendo graves as lesões, a substituição da pena de detenção por multa nos seguintes casos:
 
 a) Inc. I: se ocorrer qualquer das hipóteses do § 4, ou seja, se a lesão 
 corporal for privilegiada. Em se tratando de lesões corporais leves, o legislador concedeu ao Juiz duas alternativas: reduzir a pena de um sexto a um terço (§ 4) ou substituí-la por multa (§ 5).
b) Inc. II: se houver reciprocidade de lesões leves. Discute-se na jurisprudência se o § 5e, II, do art. 129 pode ser aplicado aos casos em que o outro agressor não tenha sido incluído na denúncia ou tenha sido absolvido pela excludente da legítima defesa. Vejamos a solução que nos é dada pela jurisprudência:
 Se ambos se ferem e um deles agiu em legítima defesa: um será condenado com o privilégio da substituição por multa, o outro será absolvido. Parte significante da jurisprudência não vê óbice na aplicação do privilégio ao contendor que restar condenado quando o outro for absolvido.
 
Ambos se ferem e alegam legítima defesa: em face da ausência de elementos probatórios que corroborem uma das versões, a solução, segundo a jurisprudência, será a absolvição dos contendores.
 
Ambos se ferem, nenhum em legítima defesa: condenam-se os dois, com aplicação do referido privilégio (multa). 
Lesão corporal culposa 
Estaremos diante de uma lesão corporal culposa sempre que o evento lesivo decorrer da quebra do dever de cuidado por parte do agente por meio de uma conduta imperita, negligente ou imprudente, cujas conseqüências, que eram previsíveis, não foram previstas pelo agente ou, se foram, o agente não assumiu o risco do resultado. A gravidade das lesões deverá ser levada em conta no momento da fixação da pena-base pelo Juiz, pois dizem respeitoàs conseqüências do crime (art. 59 do CP).
 § 6º - Se a lesão é culposa: 
Pena - detenção, de 2 (dois) meses a 1 (um) ano. 
Aumento de pena 
§ 7º - Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do art. 121, § 4º. A pena das lesões corporais culposas em um terço, ocorrendo qualquer daquelas hipó
 teses. O aumento de pena também incide nos casos de lesões dolosas, quando a vítima for menor de 14 anos ou maior de 60 anos.
§ 8º - Aplica-se à lesão culposa o disposto no § 5º do art. 121. 
§ 9º Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade: 
Pena detenção, de 3 (três) mese s a 3 (três) anos.
§ 11. Na hipótese do § 9 o deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência 
§ 10. Nos casos previstos nos §§ 1o a 3o deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no § 9o deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3 (um terço).
LEI 9.099/95 DOS JUIZADOS ESPECIAIS
Os Juizados Criminais são órgãos da Justiça que julgam infrações penais de menor potencial ofensivo, buscando-se, com rapidez e informalidade, a reparação do dano sofrido pela vítima, a transação penal, a suspensão condicional do processo e, em último caso, uma possível condenação.
Deve olhar a pena máxima em abstrato.
Será Ordinário pena máxima igual ou acima de 4
Será Sumaríssimo quando a pena máxima for Igual ou inferior a 2 anos.
Ex: Homicídio art. 121, pena 6-20 anos. Rito Ordinário.
Art. 130 pena 3 meses 1 anos. Rito Sumaríssimo. 
Penas entre 2 a 4 esta no rito sumario
Rito: e a sequencia processual que vamos seguir para chegar a uma sentença. Sequencias logicas e encadeadas. 
Art. 61. Lei 9099/95 - Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, cumulada ou não com multa
Art. 394 CPP.  O procedimento será comum ou especial. 
§ 1o  O procedimento comum será ordinário, sumário ou sumaríssimo:
I - ordinário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
II - sumário, quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada seja inferior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade;  
III - sumaríssimo, para as infrações penais de menor potencial ofensivo, na forma da lei.
Contravenções e os crimes mais julgados nos Juizados Especiais Criminais
Contravenções:
1. Vias de fato;
2. Omissão de cautela na guarda ou condução de animais;
3. Perturbação do trabalho ou do sossego alheios;
4. Importunação ofensiva ao pudor;
5. Perturbação da tranquilidade.
Crimes:
1. Ameaça;
2. Lesão corporal;
3. Desobediência;
4. Dano;
5. Ato obsceno;
6. Comunicação falsa de crime ou contravenção;
7. Exercício arbitrário das próprias razões;
8. Dirigir sem habilitação causando perigo de dano.
Exceções Nunca será competência dos juizados:
A Lei 11.340/06 - VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER (Mª da PENHA);
A Lei 12.850/13 – Organização Criminosa
Art. 77 Lei Juizado §2º - Complexidade
- A lei 10.741 Estatuto do Idoso, Usa o juizado especial criminal só para o procedimento, os benefícios não se aplicam.
Princípios:
Princípio da celeridade: que “busca reduzir o tempo entre a prática da infração penal e a decisão judicial, para dar uma resposta mais rápida a sociedade
Princípio da oralidade: a forma escrita que predomina nos procedimentos criminais cedeu lugar à oralidade, ou seja, os atos realizados no juizado, preferencialmente, serão na forma oral. 
Princípio da informalidade: o processo no Juizado Especial Criminal deve ser despido de formalidades, isto significa dizer que, fica afastada a rigidez formal dos atos praticados perante o juizado
Princípio da economia processual: visa dar fim à lide de forma econômica, ou seja, a aplicação deste principio convém obter o máximo de resultado na atuação a lei com o mínimo emprego possível de atividade jurisdicional.
Cabe Composição Civil nos Juizados Criminais
Nos Juizados Especiais Criminais, busca-se, sempre que possível, um acordo entre o autor e a vítima quanto ao fato que deu causa ao processo. Quando a vítima sofre um prejuízo com o delito praticado pelo autor do fato, pode haver uma indenização mediante o pagamento de determinada quantia em dinheiro pelo autor. Por exemplo, o autor do fato atira uma pedra no carro da vítima e quebra um vidro, mas na audiência ele faz um acordo e paga o valor do prejuízo. Nesses casos, o acordo de indenização se chama composição civil e põe fim à questão criminal. 
A composição civil dos danos só é possível na ação civil publica incondicionada e na ação publica de iniciativa privada. A única exceção que é condicionada é das Lesões Corporais art 129.
Conforme previsão do ar 88 da Lei 9099
Art. 88. Além das hipóteses do Código Penal e da legislação especial, dependerá de representação a ação penal relativa aos crimes de lesões corporais leves e lesões culposas.
Art. 72. Lei 8099 - Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade.
Art. 74. Lei 8099 - A composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada pelo Juiz mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil competente.
Parágrafo único. Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condicionada à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou representação.
Art. 75. Lei 8099 - Não obtida a composição dos danos civis, será dada imediatamente ao ofendido a oportunidade de exercer o direito de representação verbal, que será reduzida a termo.
Ou seja conforme artigo 75 não deu acordo, há a representação e vai para o promotor.
O que é Transação Penal?
É um beneficio que o promotor oferece para extinguir o processo, não ficando antecedentes criminais, oferecendo uma antecipação de pena.
Nos delitos de competência dos Juizados Especiais Criminais, a lei permite que o Promotor de Justiça faça um acordo com o autor do fato, propondo para este uma pena alternativa, antes de oferecer a denúncia.
Caso o autor do fato e seu Advogado aceitem a proposta de transação penal e seja cumprida a pena aceita, o processo acaba sem se discutir se o autor do fato é culpado ou inocente.
Se não forem cumpridos os termos da transação penal, o Ministério Público (Promotor de Justiça) poderá oferecer denúncia e o processo ser reiniciado.
A transação penal pode ser proposta pelo Promotor quando houver indícios de que o autor do fato praticou um delito de menor potencial ofensivo e ele for primário e preencher os demais requisitos legais. O autor de fato só poderá fazer um acordo desse a cada cinco anos.
Art 76. § 4º Acolhendo a proposta do Ministério Público aceita pelo autor da infração, o Juiz aplicará a pena restritiva de direitos ou multa, que não importará em reincidência, sendo registrada apenas para impedir novamente o mesmo benefício no prazo de cinco anos.
Quando o autor do fato pode ser beneficiado pela suspensão condicional do processo?
Nos delitos de competência dos Juizados Especiais Criminais, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, a lei permite que lhe seja proposta a suspensão do processo, pelo prazo de dois a quatro anos, nos crimes em que a pena mínima for igual ou inferior a um ano, ficando este obrigado a cumprir certas condições legais durante esse prazo, como a reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo; proibição de frequentar determinados lugares;proibição de ausentar-se da cidade onde reside, sem autorização do Juiz; comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para informar e justificar suas atividades, além de outras condições que o Juiz poderá especificar, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.
Caso o autor do fato e seu Advogado aceitem a proposta de suspensão e sejam cumpridas as condições especificadas, o processo é extinto sem se discutir se o autor do fato é culpado ou inocente.
Na hipótese do autor do fato ou seu Advogado não aceitar a proposta de suspensão do processo ou descumprir alguma das condições estabelecidas, o processo prosseguirá com a realização da audiência de instrução e julgamento e posterior sentença.
Lei 11.343/06 Lei de Drogas
- A Lei 11.343/06 criou o Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas SISNAD. O termo “droga” utilizado pela Lei 11.343/06 está de acordo com o panorama internacional (“narcotic drugs”) e substitui o termo “entorpecente” utilizado na Lei 6.368/76 (nem todas as drogas são entorpecentes).
- Droga: questão de saúde pública - Tratamento brando ao usuário e dependente (PREVENÇÃO, ATENÇÃO E REINSERÇÃO) com foco ressocializador - Punição mais enérgica ao traficante de drogas
Prevenção: Incentivando o estado a fazer politicas publicas.
Reinserção Social: Voltar a ter convívio com a sociedade, incentivo fiscal, vagas de emprego. Incentivar a sociedade a aceitar o dependente de drogas.
Repressão: Punir quem trafica.
Qual é o bem jurídico tutelado pela lei de drogas?
A saúde Publica saúde de forma geral e coletiva.
-Droga (art. 1º) Toda substâncias ou produtos capazes de causar dependência, assim especificados em lei ou relacionados em listas atualizadas periodicamente pelo Poder Executivo da União.
Distinção do crime de tráfico: FINALIDADE DE CONSUMO PESSOAL. 
Art. 28 Lei de drogas - Quem adquirir guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas:
I - advertência sobre os efeitos das drogas;
II - prestação de serviços à comunidade;
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo.
Referente ao usuário, as penas menores, competência do juizados especiais, Não tem o verbo USAR droga, em hipótese alguma SE IMPORÁ PRISÃO EM FLAGRANTE.
Pelo principio da legalidade usar droga não é crime. 
Lei de Drogas - Art. 48.  O procedimento relativo aos processos por crimes definidos neste Título rege-se pelo disposto neste Capítulo, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições do Código de Processo Penal e da Lei de Execução Penal.
§ 1o  O agente de qualquer das condutas previstas no art. 28 desta Lei, salvo se houver concurso com os crimes previstos nos arts. 33 a 37 desta Lei, será processado e julgado na forma dos arts. 60 e seguintes da Lei no9.099, de 26 de setembro de 1995, que dispõe sobre os Juizados Especiais Criminais.
§ 2o  Tratando-se da conduta prevista no art. 28 desta Lei, não se imporá prisão em flagrante, devendo o autor do fato ser imediatamente encaminhado ao juízo competente ou, na falta deste, assumir o compromisso de a ele comparecer, lavrando-se termo circunstanciado e providenciando-se as requisições dos exames e perícias necessários.
Art. 32.  As plantações ilícitas serão imediatamente destruídas pelo delegado de polícia na forma do art. 50-A, que recolherá quantidade suficiente para exame pericial, de tudo lavrando auto de levantamento das condições encontradas, com a delimitação do local, asseguradas as medidas necessárias para a preservação da prova.
Previsões da CF/88
Art 5º XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem;  
art 5º LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à reforma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
- Os arts. 33 ao 39 tratam dos crimes. Vale destacar que o princípio da insignificância não se aplica aos crimes abaixo.

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