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Investimentos Financeiros e Projetos de Negócios


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Gestão Financeira 
Projeto Econômico Financeiro 
 
 
 
 
 
 
 
Aula 2 
 
 
Professor Fernando Eduardo Kerschbaumer 
 
 
 
 
 
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Conversa Inicial 
Querido aluno, esta é a nossa segunda aula de Projeto Econômico 
Financeiro e depois que apresentamos um pouco sobre o que são projetos, e 
como eles influenciam positivamente na tomada de decisões dos investidores, 
vamos explorar um pouco sobre o que realmente é investimento, e como 
devemos analisar os investimentos para que possamos alcançar os melhores 
resultados. 
Ao longo desta disciplina, vamos buscar entender o que é poupança e o 
que é investimento, buscando os meios que nos possibilitam tomar a iniciativa 
de investir. 
Junto com o entendimento sobre investimento, precisamos buscar meios 
para entender quais as melhores opções para atingir a rentabilidade pretendida. 
Diversas são as opções disponíveis no mercado, diversos projetos podem ser 
analisados por um único investidor, para que ele possa optar por aquele que 
apresente a melhor proposta de resultados. 
Assim, compreenderemos as técnicas disponíveis para avaliação de 
investimento, interpretando sua aplicação nos projetos de investimento. Com 
isso, chegando ao processo decisório, e interpretando melhor o resultado que 
cada opção apresenta. 
Ao final de nossa aula, vamos compreender melhor a importância de 
comparar as opções de investimento, bem como entender as técnicas mais 
utilizadas para apoiar a decisão. 
 
Bons estudos!!! 
 
Para dar início ao seu estudo, confira no material online a 
apresentação do conteúdo com o professor Fernando! 
 
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Contextualizando 
Inicialmente, precisamos entender que diversas opções de investimento 
estão disponíveis no mercado. Há opções de investimento financeiro, que são 
aqueles em que o investidor compra títulos, ou outros elementos, e não possui 
qualquer envolvimento com a produção de resultados para gerar os ganhos 
financeiros. 
Por outro lado, há algumas opções onde há envolvimento na geração de 
resultados, que são os chamados projetos de investimento. Esses projetos estão 
atrelados a empresas ou negócios que irão diretamente produzir os resultados 
que vão gerar rendimento ao investimento. 
Há muitas oportunidades de negócios, o mercado é bastante dinâmico e 
nos oferece diversas possibilidades de atuação, onde podemos buscar os 
ganhos potenciais para o capital investido. 
No entanto, essas opções devem ser analisadas com critério, para que a 
decisão possa resultar naquilo que realmente é esperado pelo investidor. Os 
aspectos técnicos do projeto devem ser levados em consideração para a sua 
concepção, e indicarão os investimentos que serão necessários, onde eles serão 
aplicados e qual retorno deve ser gerado, bem como os riscos envolvidos. Com 
a boa definição desses aspectos técnicos, teremos em mãos, material suficiente 
para nos proporcionar as saídas de caixa (desembolsos) e as entradas de caixa 
(retorno) do projeto. 
Assim, poderemos usar estas informações para comparar as diversas 
opções que estão sendo analisadas, a fim de optar por aquelas que tragam 
rentabilidade e segurança dentro do esperado. 
É importante lembrar que para podermos concluir que se uma opção de 
investimento é melhor do que a outra, precisamos buscar elementos 
comparáveis, ou seja, buscar colocar as opções num mesmo plano, e assim 
analisar os aspectos que são relevantes. 
 
 
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O conhecimento sobre o negócio também é relevante para o 
entendimento de que as variáveis estudadas realmente estão corretas, e que 
os riscos mensurados estão em acordo com a realidade do negócio. Portanto, 
vão permitir que a análise financeira seja validada. Assista à contextualização 
com o professor Fernando no material online. 
 
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TEMA 1: Investimentos Financeiros 
Em nossa disciplina temos conversado sobre os aspectos que envolvem 
projetos de negócios, sua viabilidade e estruturação, para que possa propiciar o 
melhor retorno financeiro ao investidor. Mas afinal, quem é esse investidor? De 
onde vem esse capital a ser investido? Para entender a esses questionamentos, 
precisamos voltar a alguns conhecimentos básicos: 
 
O que é poupança? 
As mais variadas definições sobre poupar nos trazem a ideia gastar com 
moderação, economizar, evitar, não desperdiçar. Portanto, a poupança pode ser 
definida como o ato de abrir mão de utilizar parte de nosso dinheiro para guardá-
lo. 
 
Mas, e a Caderneta de Poupança? 
A caderneta de poupança é um serviço ofertado pelos bancos, com regras 
específicas estabelecidas pelo governo e que constituem a forma de 
investimento mais tradicional no Brasil, por seu baixo risco. No entanto, assim 
como oferece baixo risco, a caderneta de poupança também oferece uma 
remuneração baixa sobre o capital investido. 
 
 
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Quando pensamos em poupança, muitas vezes confundimos com este 
produto bancário de investimento que é a caderneta de poupança. Também 
quando falamos em investir, ou aplicar, nosso dinheiro, logo pensamos na 
caderneta de poupança, justamente pelo baixo risco oferecido. 
 
E os investimentos? O que realmente são? 
 
Investir é abrir mão de utilizar no presente os valores poupados, buscando 
algum benefício no futuro. Não está errado dizer que estamos investindo na 
poupança, quando estamos nos referindo à caderneta de poupança, pois a 
caderneta constitui uma dessas opções de investimento. 
No entanto, se estamos abrindo mão de usufruir no presente, teremos que 
escolher dentre as opções aquela que melhor remunere nosso capital, mas que 
ao mesmo tempo ofereça riscos condizentes com aquilo que estamos dispostos 
a tolerar. 
 
A aceitação ao risco é diferente de investidor para investidor, sendo 
que quanto maior os riscos assumidos, maior será a intenção de remuneração, 
ou seja, o investidor que optar por deixar de aplicar o seu capital na caderneta 
de poupança, o fará investindo em outro meio que oferece maior risco, portanto 
a promessa de retorno deve ser maior do que a remuneração da poupança. 
Assim, podemos entender, por exemplo, que o investidor que aplica seu 
capital na bolsa de valores, vai esperar uma remuneração bastante alta, dada a 
vulnerabilidade e volatilidade deste tipo de investimento, onde as coisas oscilam 
muito, e os resultados vão do positivo ao negativo em curto espaço de tempo. 
Também o investidor que opta por projetos de investimento, estará 
buscando entender os riscos envolvidos para determinar suas expectativas de 
ganhos. Assim, os projetos que oferecem menor risco, tendem a ser mais 
facilmente escolhidos. 
 
 
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Como já conversamos, a elaboração dos projetos deve ser bastante rica 
em detalhes, e deve conter todos os elementos exploratórios que indiquem as 
probabilidades de que os resultados sejam alcançados, mesmo assim, a 
incerteza está presente, pois fatores externos influenciam nos resultados dos 
projetos e das organizações. Com isso, conseguimos entender que a 
rentabilidade está atrelada aos riscos, que o investidor irá procurar a melhor 
rentabilidade, de acordo com os riscos que pretende assumir. 
O processo decisório para investimento está atrelado à análise de 
viabilidade das diversas opções, e também à visualização do riscoe incerteza 
identificados para o investimento. Desta mesma forma trabalham os bancos, que 
procuram tomar emprestado o capital pelo menor valor possível, para que 
possam emprestar este capital a terceiros, buscando a maior remuneração 
possível. 
Quanto maior for o risco do tomador não arcar com o contrato firmado, 
maior será a remuneração (juros) que incidirá no contrato. Os bons pagadores 
nesta linha de risco estarão pagando mais caro para cobrir a inadimplência dos 
maus pagadores. 
Assim, entendemos que os bancos estão buscando meios para entender 
os riscos e reduzir a incerteza, portanto, com este mesmo pensamento devemos 
conduzir nosso processo decisório para investir nosso capital. Teremos que 
buscar meios para interpretar o mercado e seus riscos, onde entram os projetos 
como ferramenta para a identificação desses elementos, e ainda teremos que 
comparar esses projetos para tomar uma decisão mais consistente para a 
aplicação de valores. 
Nesse contexto, precisamos definir o que nós estamos dispostos a 
assumir com nossos investimentos, para que a análise não se limite à frieza dos 
números e indicadores. No entanto, os números são elementos fundamentais 
para a tomada de decisão, pois com eles vamos poder realizar mais 
comparações. 
 
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A maioria das técnicas de análise permite que os projetos sejam 
colocados num mesmo plano para interpretação comparativa dos 
resultados propostos. 
Para dar início a esse entendimento, precisamos então estipular nosso 
objetivo de rendimento, que poderá ser diferente, em cada uma das opções 
analisadas, já que respondem a essas características de risco e incerteza. 
Nesse momento estabelecemos a Taxa Mínima de Atratividade (TMA), 
que corresponde à expectativa mínima de ganho sobre o capital investido. Não 
existe uma fórmula para a obtenção da TMA. Ela é estabelecida de acordo com 
a intenção do investidor. 
A TMA também pode ser estabelecida de acordo com as opções de 
investimento que já são conhecidas pelo investidor, e que oferecem menor risco, 
ou até mesmo de acordo com as opções comerciais ou produtos de investimento. 
Veja dois exemplos a seguir: 
1. Se o investidor deixaria aplicado o seu montante na caderneta de poupança, e 
esta tem o rendimento aproximado de 6,5% ao ano, sendo considerado um 
investimento seguro, não faria sentido tirar esse valor da caderneta e aplicá-lo 
em uma operação de risco para ganhar 8% ao ano. Neste caso, deve analisar 
as opções de investimento com uma TMA superior que realmente garanta que 
os resultados podem ser melhores. 
2. Para deixar mais claro, imagine que o investidor já tem um negócio, e que este 
tem rendimento de 20% ao ano. Ainda, que há a possibilidade de um novo 
investimento nesse negócio, que irá trazer o mesmo retorno de 20%. Para que 
ele decida por investir em outro negócio, a TMA deve ser superior a estes 20%, 
pois esse já é o mínimo que ele terá de retorno sobre o investimento de capital. 
Portanto, apesar de não ter fórmula, a TMA será estabelecida com critérios, 
para que os demais investimentos possam ser corretamente comparados às 
demais opções presentes no mercado. 
 
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Por fim, o que vimos nesse contexto nos demonstra a importância de 
poupar, para que se possa acumular capital que não pretendemos usufruir no 
presente, mas que este deve ser bem aplicado a fim de garantir ganhos 
financeiros que compensem a espera por usufruir o capital. Acompanhe com o 
professor Fernando a videoaula no material online sobre este tema! 
 
TEMA 2: Análise da Viabilidade – Parte 1 
Para caracterizar um projeto como uma opção de investimento, vamos 
precisar primeiro entender se ele é viável economicamente, ou seja, se ele 
propõe retorno para o capital investido. 
Como já vimos em conteúdo anterior, o projeto deve estar bem planejado 
e estruturado, com critérios técnicos definidos por especialistas, que garantam o 
entendimento dos riscos e a redução da incerteza presente no negócio proposto. 
Esse planejamento vai gerar a previsão de fluxo financeiro do projeto, que será 
utilizada para compreender como se dará o retorno sobre o investimento, tanto 
em questão de tempo, quanto em volume financeiro. 
É importante perceber que em muitos casos vemos as pessoas tomando 
decisões sobre projetos que não foram integralmente elaborados, que acabam 
não tendo identificado todos os elementos presentes em sua composição e que 
tendem a não gerar os resultados esperados. 
 
Quanto mais informações, de maneira clara, com nível de detalhe 
coerente, maior será a proximidade dos resultados executados em relação ao 
que foi previsto. 
A partir disso, podemos compreender como o processo de análise irá 
ocorrer, pois temos informações suficientes para comprovar a tendência a atingir 
os objetivos traçados, e também teremos meios para controle da execução, para 
corrigir o que for necessário para manter o projeto em direção ao seu objetivo. 
Portanto, podemos dizer que o projeto é viável, se conseguimos identificar 
que as entradas de caixa são maiores do que as saídas de caixa, ao longo de 
 
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seu ciclo de vida, mas precisamos incluir alguns critérios para poder defender 
esse projeto em relação às situações de menor risco no mercado, por isso a TMA 
(Taxa Mínima de Atratividade) é utilizada para os cálculos nas metodologias de 
análise. 
 
O fluxo de caixa corresponde a uma série de pagamentos ou 
recebimentos, que irão caracterizar a operação financeira. Esta ferramenta é 
extremamente importante para demonstrar como estão ocorrendo as etapas do 
projeto, e pode ser demonstrada graficamente para facilitar o processo de 
análise. Basicamente estamos tratando no fluxo de caixa as entradas e saídas 
financeiras, assim, podemos entender também o saldo de caixa em cada 
período, a demanda adicional por capital. 
Em projetos, usamos o chamado fluxo de caixa descontado, pois são 
usadas projeções de caixa livre futuros, descontando com métodos médios 
ponderados o capital, para chegar a um valor atual. 
A partir das informações obtidas no fluxo de caixa, podemos elaborar o 
diagrama do capital no tempo, que representa como essas saídas e entradas de 
capital estão se comportando ao longo do projeto, para dar o entendimento sobre 
retorno. 
 
Diagrama do capital no tempo: 
 
Com base neste diagrama, podemos compreender os desembolsos 
(saídas de caixa) que ocorreram ao longo do projeto, bem com o retorno 
(entradas de caixa) apresentados em cada período de tempo. 
1 2 3 4 5 60 7
(-) Saídas de Caixa
(+) Entradas de Caixa
Tempo
 
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Nas representações do diagrama, sempre teremos a indicação de saídas 
para baixo, pois conotam algo negativo, e as entradas serão representadas 
acima da linha por demonstrar movimentação positiva no caixa. 
Os projetos podem representar estas movimentações de diversas formas, 
pois podem conter um único desembolso no seu início, ou podem ter vários 
desembolsos ao longo das fases de execução, bem como o retorno pode ser 
único ao término, ou pode trazer entradas em vários períodos. 
Desta forma o fluxo de caixa vai proporcionar ao gestor entender melhor 
essa movimentação do projeto, para que aplique as diversas técnicas de 
avaliação de investimento que são embasadas no fluxo de caixa, como payback 
simples, o payback descontado, a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor 
Presente Líquido (VPL). 
Cada técnica possui características muito específicas, portantoé válido 
que o gestor compare os resultados de vários elementos, para que o cruzamento 
destas informações possa proporcionar a tomada de decisão mais consistente 
com o que é esperado. 
Como estamos falando em comparações, precisamos entender então o 
custo de oportunidade, que se refere ao custo do dinheiro no tempo. Vamos 
analisar esta ideia considerando que o capital possui diversas opções para 
investimento, sendo algumas delas investimentos financeiros, e não em projetos. 
Para que o investidor possa optar por um determinado projeto, ele está abrindo 
mão da remuneração que poderia receber em um desses investimentos 
financeiros (poupança, títulos, CDB, ações, renda fixa, ouro, dólar e outras) ou 
até mesmo em outro projeto. 
 
Portanto, a remuneração que ele está deixando de receber dessas outras 
fontes é considerada custo de oportunidade, pois ele deixa de receber este 
valor, para acreditar em outra opção que julga ser mais interessante. 
 
 
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Com esses conceitos, podemos perceber as condições iniciais para uma 
análise de investimento, onde a busca por viabilidade está presente, e esta será 
conduzida através de diversas técnicas, sendo que algumas das principais estão 
ligadas ao fluxo de caixa, e obrigatoriamente o investidor deve entender o custo 
de oportunidade abandonada, para ter certeza que está decidindo corretamente. 
 
O que precisamos entender para começar o processo de análise? 
Confira no material online com o professor Fernando explicando sobre este 
tema! 
 
TEMA 3: Análise da Viabilidade – Parte 2 
Uma vez entendidos os elementos básicos que serão analisados nos 
projetos, precisamos agora entender que todo esse processo é relativo. Ele 
depende dos objetivos e decisões dos gestores, que por sua vez são 
estabelecidos de maneira diferente pelos diversos investidores. 
Compreender melhor esses critérios de análise vai fazer com que 
possamos usar com maior facilidade as técnicas de avaliação de projetos que 
vamos estudar ainda nesta aula. Os critérios de análise estão ligados a como 
vamos aplicar o estudo do projeto, com os métodos disponíveis. Lembrando que 
os principais métodos baseados no Fluxo de Caixa dos projetos são o Payback 
(simples e descontado), a Taxa Interna de Retorno (TIR) e o Valor Presente 
Líquido (VPL). 
Devem ser estabelecidos os objetivos do investidor para permitir uma 
análise dos resultados projetados, identificando se são aceitáveis. Com isso, 
teremos uma visão mais completa sobre os interesses do investidor, 
compreendendo prazos, interesses, riscos permitidos, etc. 
 
 
 
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Os diferentes métodos, quando aplicados se complementam, porém cada 
um traz um tipo de informação específica para que o investidor possa analisar e 
tomar suas decisões. Quando o investidor possui várias opções de projetos, a 
análise individual de cada projeto deverá ocorrer, rejeitando aqueles que não 
atendem aos objetivos previamente estabelecidos. Os projetos que forem 
aprovados serão então comparados, para que a decisão possa ser tomada. 
É importante entender a relação do dinheiro no tempo para os 
investimentos, pois é o tempo que permite a rentabilidade, ao mesmo tempo em 
que é ele que proporciona a exposição aos riscos inerentes ao projeto. 
 
O tempo é o fator que permite a execução das atividades do projeto, 
portanto, ele proporciona que ocorram as entradas de caixa que irão compor os 
resultados ou retorno do projeto. Da mesma forma que o tempo age de maneira 
positiva, ao longo dele as muitas variáveis do cenário poderão ser influenciadas 
por fatores ambientais, alterando os resultados propostos. Assim, os riscos são 
maiores quando o intervalo de tempo é maior, portanto, a decisão do investidor 
deve levar em consideração também o tempo de retorno do investimento. 
Ainda, o tempo está relacionado também às demais opções de 
investimento financeiro, que são alternativas aos projetos, e oferecem menor 
risco, portanto acabam influenciando na decisão. 
Com todos esses elementos, a comparação entre as opções de projetos 
deve ocorrer tendo como base os objetivos do investidor, e o entendimento dos 
riscos apresentados pelo projeto, favorecendo o processo decisório. 
 
A partir de quais critérios analisaremos os investimentos? Entenda 
melhor com o professor Fernando sobre isso, no material online. 
 
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TEMA 4: Técnicas de Avaliação de Investimento – Parte 1 
 
É imprescindível que os projetos sejam elaborados seguindo todos os 
elementos apresentados ao longo de nossa conversa, e o nível de detalhes tem 
que permitir a visão de todos os elementos que apresentam o risco e as 
incertezas que envolvem o negócio. 
Com todo esse embasamento, facilita o processo de criação de 
estratégias e, portanto, o projeto bem elaborado irá apresentar um retorno 
previsto que realmente é possível de ser atingido, e para o qual se conhecem os 
esforços a ser despendidos para a realização. 
Partindo deste conceito de ter em mãos um projeto bem elaborado, que 
contemple todos os elementos necessários, o investidor irá analisar as 
informações financeiras para que possa tomar a decisão sobre o investimento. 
 
De acordo com Macedo e Corbari (20104 p. 62): 
“Financeiramente, qualquer investimento pode ser analisado em 
função do lucro ou prejuízo econômico que produz, da taxa 
percentual de retorno que proporciona ou do tempo que leva para 
retornar o investimento inicialmente despendido. Na teoria 
econômico-financeira, existe uma diversidade de técnicas de 
análise de investimento, em que cada uma é responsável por 
informar o gestor sobre determinado aspecto do projeto.” 
 
 
Valor Presente Líquido (VPL) 
 
O Valor Presente Líquido (VPL) é uma das técnicas que permite analisar 
o retorno proporcionado pelo investimento. Ele evidencia o lucro econômico 
gerado pelo projeto, ou seja, irá descontar a TMA (Taxa Mínima de Atratividade) 
para demonstrar o lucro adicional que o projeto gera. 
 
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Para um melhor entendimento, precisamos visualizar que o VPL 
concentra na data zero o VP (Valor Presente) de todos os fluxos de caixa do 
investimento, descontados pela TMA. 
Esta operação irá apresentar um montante que representa o valor em 
reais dos ganhos adicionais ao rendimento da TMA. Logo, precisamos relembrar 
que estamos descontando a TMA por essa estar ligada ao custo de 
oportunidade, ou seja, àquilo que o investidor está deixando de ganhar se 
mantivesse o capital aplicado em outras opções de investimento. 
 
Desta forma, para a análise teremos duas condições: 
Quando o VPL for negativo, o projeto deve ser rejeitado, pois indica que 
a TMA é maior que o resultado apresentado pelo projeto, ou seja, é mais 
vantajoso optar pelas outras opções que o investidor tinha em vista. 
Se estiver tratando de comparação de dois ou mais projetos, deve levar 
em consideração que quanto maior for o VPL, melhor, pois está indicando um 
maior retorno sobre o investimento. 
 
Analisando a fórmula para compreensão dos elementos que compõe o 
VPL, temos: 
 
Onde: 
CF0 = Desembolso inicial 
CFj = Fluxo de caixa esperado como retorno do investimento 
n = período de cada fluxo de retorno 
i = TMA, ou taxa de desconto 
 
 
 
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Portanto, a aplicação da fórmula irá utilizar o desembolso inicial 
(acompanhado do sinal negativo por representar um desembolso, além de estarisolado de CFj por não carregar a TMA, uma vez que está no período zero), e a 
somatória do fluxo de caixa esperado como retorno do investimento, descontado 
período a período até o período zero na linha do tempo. 
Então, o que temos com o resultado deste cálculo, é que o valor em reais 
obtido como VPL, quando positivo, indica que além de recuperar o valor 
investido, o investimento remunerou a TMA e ainda teve como lucratividade extra 
o montante resultante do VPL. 
 
Valor Presente Líquido Anualizado (VPLa) 
 
O VPLa possui os mesmos critérios para aceitação de um projeto, ou para 
a classificação de dois ou mais projetos que o VPL. O que difere é que o cálculo 
do VPLa demonstra os ganhos de período a período, enquanto o VPL apresenta 
apenas um saldo final do projeto. 
Podemos então definir que o VPLa apresenta um ganho médio, por 
período para o investimento, ao invés de demonstrar o lucro total obtido. As 
regras de aceite e classificação de projetos são as mesmas que as do VPL. 
 
Analisando a fórmula VPLa, temos: 
 
Onde: 
VPL = Valor presente líquido 
n = número de períodos do fluxo caixa 
i = TMA, ou taxa de desconto 
 
 
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O que podemos concluir com a aplicação da fórmula é que vamos 
utilizar o cálculo de juros compostos para reaplicar o valor obtido com o VPL, 
aos juros correspondentes à TMA, e assim teremos um valor médio por período 
de rendimento com o investimento. 
 
Como interpretamos esses resultados? Veja no material online a 
videoaula com o professor Fernando para esclarecimento! 
 
TEMA 5: Técnicas de Avaliação de Investimento – Parte 2 
 
Como passo inicial na apresentação de técnicas de avaliação de 
investimentos, tivemos contato com o VPL e o VPLa, que indicam valores a 
serem obtidos como retorno do investimento. 
Outras técnicas trazem diferentes informações para o investidor, como a 
TIR, que apresenta um percentual de retorno, e o payback que apresenta o 
tempo de retorno do investimento. Vamos analisar estas duas alternativas (TIR 
e payback), pois juntas com o VPL compõem os principais métodos de avaliação 
de viabilidade para investimentos, e com elas poderemos ter um conjunto de 
informações que poderão trazer maior confiabilidade ao processo decisório, 
atendendo a todos os objetivos do investidor. 
 
Taxa Interna de Retorno (TIR) 
A TIR corresponde à taxa de desconto que iguala o VP das entradas de 
caixa ao investimento inicial, ou seja, uma taxa percentual que indicará o retorno 
obtido pelo projeto. 
A análise da relação entre a TIR e o VPL permite entender o ponto de 
cruzamento que indica quanto a TIR é maior que a TMA exigida pelo investidor. 
No entanto, o cálculo da TIR não é tão simples, e acaba demandando 
aproximações sucessivas até se obter a TIR aproximada. 
 
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O objetivo é ajustar a TIR até zerar o VP. As taxas de desconto menores 
que a TIR produzem VPL positivo, enquanto as maiores que a TIR tornam o VPL 
negativo. 
 
Analisando a fórmula da TIR, temos: 
 
Onde: 
CF0 = Desembolso inicial 
CF = Fluxo de caixa 
n = período de movimento do fluxo de retorno 
 
 
Temos com isso que para a TIR aproximar o VPL de zero, vamos testar 
diversos índices, interpretando seus resultados. Geralmente uma tabela auxiliar 
é montada, para que estes resultados sejam tabulados, entendendo qual 
resultado está positivo e passa a ser negativo. Neste intervalo está o percentual 
que zera o VPL. 
Portanto, o ideal é a utilização de uma calculadora financeira, ou do Excel, 
para que o cálculo seja mais dinâmico. 
 
O projeto será aceito ou continuará a ser analisado se a TIR for maior que 
a TMA. No caso de comparação de dois ou mais projetos, quanto maior a TIR, 
melhores são os resultados do projeto. A TIR independe da TMA, portanto 
apresenta uma forma diferente de visualização para o resultado. Além disso, a 
facilidade de interpretação de uma taxa percentual beneficia a tomada de 
decisão. 
 
 
 
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Payback 
O payback corresponde à análise do tempo de retorno do investimento, 
portanto irá caracterizar o prazo que o projeto levará para dar retorno, para que 
possa ser comparado e analisado em relação ao máximo de tempo aceitável 
pelo investidor. 
Por definição, quanto menor for o payback de um projeto de investimento, 
mais rápido o investidor terá seu retorno. Assim, na comparação de projetos, o 
mais adequado será aquele com menor período de payback. 
 
Período de payback simples (PPs) 
O cálculo de payback leva em consideração a soma dos valores do fluxo 
de caixa, onde o conceito base é entender o saldo da saída de caixa 
(desembolso) que é representado como um valor negativo, somando-se aos 
valores positivos das entradas de caixa (retorno) até que o resultado se igual a 
zero. 
O período em que o saldo se iguala a zero equivale ao momento em que 
o investidor terá recuperado todo o capital investido, sendo que a partir desse 
momento as entradas de caixa passam a representar os ganhos obtidos com o 
investimento. 
 
Período de payback descontado (PPd) 
Este modelo de payback considera o custo de oportunidade, ou custo do 
dinheiro no tempo, uma vez que os fluxos são descontados pela TMA, para 
indicar o retorno real do investimento. 
Para cálculo, o payback descontado é realizado através do VP dos fluxos 
de caixa, e o resultado acumulado é calculado da mesma forma que o payback 
simples. 
 
Confira também o material online para entender melhor este assunto! 
 
 
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Trocando ideias 
Para que você possa ampliar o seu entendimento sobre o conteúdo 
apresentado, vamos buscar as respostas a todos os questionamentos 
apresentados no início da nossa rota, e outras que devem ter surgido durante 
este processo de aprendizado, acesse o FÓRUM da disciplina e exponha o seu 
posicionamento quanto aos seguintes questionamentos: 
 
 Qual a diferença entre poupança e investimento? 
 Como os investidores podem ter objetivos diferentes no que se 
refere à rentabilidade, prazo e risco? 
 
Na Prática 
Faça uma pesquisa sobre os mais variados tipos de investimento, 
elenque-os e depois descreva quais os pontos fortes e fracos entre um e outro. 
Sobre isso e o que você aprendeu na aula de hoje debata com os seus 
amigos e familiares, destacando para eles quais os melhores tipos de 
investimentos. 
Síntese 
O conteúdo desta aula representa bastante a análise de projetos 
econômico-financeiros. Em nossa primeira aula pudemos compreender um 
pouco melhor o que são projetos e como eles proporcionam informação na 
tomada de decisão para investimentos financeiros. 
Hoje, pudemos entender um pouco mais que poupança se refere ao ato 
de poupar, que é guardar dinheiro, e que difere de caderneta de poupança que 
é um serviço de investimento financeiro promovido pelo sistema bancário. 
 
 
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Já os investimentos, são caracterizados como abrir mão do uso imediato 
do capital, buscando uma remuneração futura por este, mediante certo risco. 
Para poder analisar as possibilidades de investimento, fomos 
apresentados à TMA (Taxa Mínima de Atratividade), que corresponde ao mínimo 
que o investidor espera como remuneração para aceitar um projeto. Por meio de 
métodos de análise, poderemos determinar a viabilidade ou não do projeto, já 
que consideramos o custo de oportunidade para determinação da TMA. 
O importante é queos objetivos sejam bem determinados, para a análise 
direcionar aos melhores resultados. Os objetivos do investidor podem estar 
atrelados tanto a valores como a prazos, sendo observados os riscos envolvidos, 
que variam de acordo com as expectativas de ganhos. 
Para que a análise possa trazer os melhores resultados, três das 
principais metodologias foram explicadas, sendo o VPL, a TIR e o payback. O 
VPL indica o montante, descontada a TMA, em valor presente que o projeto 
apresenta como retorno, sendo que se este valor for maior que zero significa que 
o projeto pode ser aprovado por ser maior que a TMA. O VPLa complementa 
esse entendimento, trazendo período a período (média) a representação de 
ganhos com o projeto 
 
A TIR facilita a visualização do retorno por ser apresentada como 
percentual, e corresponde à taxa que zera o VPL do projeto. Já o payback 
apresenta o prazo de retorno do projeto, podendo ser apresentado de forma 
simples (apenas com base no fluxo de caixa), ou descontado (quando os fluxos 
são descontados pela TMA). 
Com todos esses elementos, começamos a perceber a importância da 
análise de viabilidade, bem como as principais técnicas utilizadas pelos 
investidores. Assim, podemos evoluir com o entendimento sobre projetos, e 
compreender melhor que a decisão deve ser tomada com base em situações 
que permitam comparação. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
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O professor Fernando também traz a sintetização do encontro de 
hoje, confira no material online! 
 
Referências 
 
MACEDO e CORBARI. Análise de projeto e orçamento empresarial. 
2014. Disponível em: 
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788582129647/pages
/-2. 
REBELATTO, D. Projeto de Investimento. 2004. Disponível em: 
http://uninter.bv3.digitalpages.com.br/users/publications/9788520415603/pages
/-22