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OBRIGAÇÕES/REVISÃO: conceito, modalidades, adimplemento - até dação

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OBRIGAÇÕES 
Rege as relações jurídicas de ordem patrimonial, as quais têm por objeto prestações 
de um sujeito em proveito de outro. É o vínculo jurídico que confere ao credor (sujeito 
ativo) o direito de exigir do devedor (sujeito passivo) o cumprimento de determinada 
prestação. Corresponde a uma relação de natureza crédito e débito, de caráter 
transitório (extingue-se com seu cumprimento). 
 CONCEITOS: 
 
 Dever Jurídico – Se não agir em observância das leis, estará sob pena de sanção. 
 Sujeito – determinável ou indeterminável. 
 Ônus Jurídico – Não se trata de um direito ou obrigação, e sim de um ônus, a quem 
incube fazer a prova de fato, suportará as conseqüências e prejuízos da sua falta e 
omissão. O ônus é de interesse do próprio agente. 
Ônus é oportunidade e conveniência. Não sou obrigado a fazer a prova, mas se não o 
fizer importa presunção favorável à outra parte. Parte-se do princípio de que ninguém 
é obrigado a fazer prova contra si. 
 Direito Potestativo e estado de sujeição: Consiste no poder de produzir efeitos 
jurídicos mediante uma declaração unilateral de vontade do titular, gerando um 
estado de sujeição. 
 Elementos: 
 Sujeito ativo – credor 
 Sujeito Passivo – devedor 
Podem ser pessoas de qualquer natureza jurídica (sociedade, natural, jurídica) 
 Objeto – Prestação debitória 
a) (De dar: a coisa certa (art. 233); incerta (indeterminada quanto à qualidade, art. 
243); de entregar ou restituí-la) 
b) De fazer: fungível ou infungível (arts. 249 e 247) 
c) De não fazer: (arts. 250 e s.) 
 Art. 104, II – requisitos do objeto imediato (prestação) da obrigação. 
Lícito, possível, determinado ou determinável e economicamente apreciável. 
 
 
 FONTES DAS OBRIGAÇÕES: 
 Lei – fonte primária (imediata) 
A obrigação resulta da vontade do Estado, por intermédio da lei (fonte imediata), ou 
da vontade humana (a lei atua como fonte mediata), por meio de contrato da 
declaração unilateral da vontade ou do ato ilícito. 
Quando não se cumpre a obrigação, ela se extingue e virá responsabilidade, que tem 
como garantia o patrimônio geral do devedor. É uma conseqüência jurídica 
patrimonial do descumprimento da relação obrigacional. 
Cumprimento – extinção; Inadimplemento – responsabilidade. 
 MODALIDADES DAS OBRIGAÇÕES: 
 Obrigações de dar – positiva: consiste na transmissão de patrimônio 
Coisa certa: arts. 233 a 242 – Perfeitamente individualizada. 
Coisa incerta: arts. 243 a 246 – Considerada genericamente, não em sua 
individualidade. 
Obs.: art. 313 (coisa mais valiosa) 
O credor não pode exigir coisa diferente, ainda que menos valiosa. 
 Obrigações de não fazer – negativa. 
 Obrigações simples – um objeto. 
Obrigações compostas – dois objetos ou mais. 
Cumulativas (e); alternativas (ou); facultativas (sui generis, faculdade de 
substituição) 
 Multiplicidade de sujeitos: 
Divisíveis – O objeto de prestação pode ser dividido entre os sujeitos. 
Indivisíveis – art. 258 
Solidárias – Independem da divisibilidade ou indivisibilidade, já que resulta da lei 
ou vontade das partes (art. 265). 
 Obrigação de entregar: 
 
– Perecimento: Com culpa do devedor > Acarreta a responsabilidade de perdas e 
danos. O credor tem o direito a receber o equivalente em dinheiro, mas as perdas e 
danos. (art. 234) 
Sem culpa do devedor > Ela se perde e a obrigação se extingue. (art. 234). // art. 49 
– Deterioração: Sem culpa do devedor > O credor ou poderá aceitar no estado em 
que se encontra, com abatimento do preço, proporcional a perda; ou poderá optar 
por resolver a obrigação (extingui-la). (art. 235, primeira parte) 
Com culpa do devedor > Resolver a obrigação, exigindo o equivalente em dinheiro, 
ou aceitar a coisa, com abatimento (art. 235, segunda parte); mas com direito à 
indenização das perdas e danos comprovados. (art. 236). 
 
- A obrigação de restituir: Impõe a necessidade de devolver a coisa. 
i. Perecimento sem culpa do devedor: (art. 238); (art. 399). 
Perecimento com culpa do devedor: art. 239 
ii. Deterioração sem culpa do devedor: at. 240 
Deterioração com culpa do devedor: art. 239; art. 240 (segunda parte). 
 
Obrigação de dar coisa incerta (art. 243): indicada pelo gênero e quantidade, não 
pela qualidade. 
– Escolha - concentração: é o processo de escolha da coisa devida, de média 
qualidade, feita via de regra pelo devedor (244). A concentração implica também em 
separação, pesagem, medição, contagem e expedição da coisa, conforme o caso. As 
partes podem combinar que a escolha será feita pelo credor, ou por um terceiro, 
tratando-se este artigo 244 de mais uma norma supletiva, que apenas completa a 
vontade das partes em caso de omissão no contrato entre elas. 
Após a concentração a coisa incerta se torna certa (245). Antes da concentração a 
coisa devida não se perde pois genus nunquam perit (o gênero nunca perece). Se 
João deve cem laranjas a José não pode deixar de cumprir a obrigação alegando que 
as laranjas se estragaram, pois cem laranjas são cem laranjas, e se a plantação de 
João se perdeu ele pode comprar as frutas em outra fazenda (246). Todavia, após a 
concentração, caso as laranjas se percam (ex: incêndio no armazém) a obrigação se 
extingue, voltando as partes ao estado anterior, devolvendo-se eventual preço pago, 
sem se exigir perdas e danos (arts 234, 389, 402). Pela importância da concentração, 
o credor deve ser cientificado quando o devedor for realizá-la, até para que o credor 
fiscalize a qualidade média da coisa a ser escolhida. 
– Obrigação de fazer: conduta humana que tem por objeto um serviço. Espécie de 
obrigação positiva pela qual o devedor se compromete a praticar algum serviço lícito 
em benefício do credor. Enquanto na obrigação de dar o objeto da prestação é uma 
coisa, na obrigação de fazer o objeto da prestação é um serviço. A obrigação de fazer 
tem duas espécies: 
a) Fungível: quando o serviço puder ser prestado por uma terceira pessoa, 
diferente do devedor, ou seja, quando o devedor for facilmente substituível, sem 
prejuízo para o credor, a obrigação é fungível (ex: pedreiro, eletricista, mecânico, 
caso não possam fazer o serviço e mandem um substituto, a princípio para o 
credor não há problema). As obrigações de dar são sempre fungíveis, pois visam 
a uma coisa, não importa quem seja o devedor (304). 
b) Infungível: ao credor só interessa que o devedor, pelas suas qualidades 
pessoais, faça o serviço (Chama-se esta espécie de obrigação de 
personalíssima ou intuitu personae ( = em razão da pessoa). São as 
circunstâncias do caso e a vontade do credor que tornarão a obrigação de fazer 
fungível ou não. Em geral quanto mais qualificada a profissão, mais infungível o 
serviço. 
– Em caso de inexecução da obrigação de fazer: O credor só pode exigir perdas e 
danos (247). Viola a dignidade humana constranger o devedor a fazer o serviço por 
ordem judicial, de modo que na obrigação de fazer não se pode exigir a execução 
forçada como na obrigação de dar coisa certa (art. 475 – sublinhem exigir-lhe o 
cumprimento). O credor do show exigir perdas e danos (389). Ninguém pode ser 
diretamente coagido a praticar o ato a que se obrigara. Assim, a execução “in natura” 
do art. 475 do CC deve ser substituída por perdas e danos quando for impossível ou 
quando causar constrangimento físico ao devedor (ex: obrigação de fazer). 
– Se ocorrer recusa do devedor de executar obrigação fungível, o credor pode 
pedir a um terceiro para fazer o serviço, às custas do devedor (ex: derrubar um muro, 
art. 249). Havendo urgência, o credor pode agir sem ordem judicial, num autêntico 
caso de realização de Justiça pelas próprias mãos. Mas se tal recusa decorre de umcaso fortuito (ex: o cantor gripou e perdeu a voz), extingue-se a obrigação (248). 
 Obrigação alternativas: As obrigações alternativas ou disjuntivas são aquelas que 
têm como objeto duas ou mais prestações (objeto múltiplo), e o devedor exonera-se 
cumprindo apenas uma delas. A palavra-chave desta obrigação é a conjunção ou, 
e, como regra geral, a escolha da obrigação cabe ao devedor. 
– Tipos de Obrigação: 
a) Obrigação jurídica simples: é aquela relação que contem somente um 
credor, um devedor e um objeto. Art. 313 
b) Obrigação jurídica complexa: nesta relação existe pluralidade de credores, 
devedores e objetos. 
b. 1) Obrigação jurídica complexa com pluralidade de objetos: essas 
obrigações jurídicas complexas podem ser classificadas em obrigações 
cumulativas e obrigações alternativas. (disjuntiva) 
b. 2) Obrigação cumulativa ou conjuntiva: é uma relação complexa com 
pluralidade de objetos, na qual o devedor deve prestar todos os objetos. Art. 
314 
- Quando a obrigação for de prestações periódicas, a faculdade de opção poderá ser 
exercida em cada período. 
- No caso de pluralidade de optantes, não havendo acordo unânime entre eles, 
decidirá o juiz, findo o prazo por este assinado para a deliberação. 
- Se o título deferir a opção à terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, 
caberá ao juiz a escolha se não houver acordo entre as partes. 
– Impossibilidade de cumprimento 
- Se uma das duas prestações não puder ser objeto de obrigação ou se tornada 
inexequível, subsistirá o débito quanto à outra. 
- Se por culpa do devedor, não se puder cumprir nenhuma das prestações, não 
competindo ao credor a escolha, ficará aquele obrigado a pagar o valor da que por 
último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar. 
- Quando a escolha couber ao credor e uma das prestações tornar-se impossível por 
culpa do devedor, o credor terá direito de exigir a prestação subsistente ou o valor da 
outra, com perdas e danos; se, por culpa do devedor, ambas as prestações se 
tornarem inexequíveis, poderá o credor reclamar o valor de qualquer das duas, além 
da indenização por perdas e danos. 
- Se todas as prestações se tornarem impossíveis sem culpa do devedor, extinguir-se-
á a obrigação. 
Base: Código Civil - artigos 252 a 256. 
– Direito de escolha: A escolha da prestação no código civil, em primeiro lugar, 
respeita a vontade das partes. Em falta de estipulação ou de presunção ao contrário, a 
escolha caberá ao devedor (art. 252). Para que escolha caiba ao credor, em caso de 
omissão do devedor, deverá estar expresso no contrato. 
As partes também podem estipular que a escolha se faça pelo credor ou deferir a 
opção a terceiro, que atuará na condição de mandatário comum. “Art. 252, §2º: Se o 
título deferir a opção a terceiro, e este não quiser, ou não puder exercê-la, caberá ao 
juiz a escolha se não houver acordo entre as partes.”; sorteio (art. 817) 
– Indivisibilidade do pagamento (art. 252, § 1): O direito de escolha não é, todavia, 
irrestrito, pois o § 1º do citado art. 252 do Código Civil proclama que “não pode o 
devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra”, pois 
deve uma ou outra. Se, se obriga a entregar duas sacas de café ou duas sacas de 
arroz, por exemplo, não poderá compelir seu credor a receber uma saca de café e 
uma de arroz. O aludido dispositivo legal estabelece a indivisibilidade do pagamento. 
 Quando, no entanto, a obrigação for de prestações periódicas (mensais, anuais, 
p. ex.), “a faculdade de opção poderá ser exercida em cada período” (CC, art. 252, § 
2º). Poderá, assim, em um deles (no primeiro ano, p. ex.), entregar somente sacas de 
café, e no outro somente sacas de arroz, e assim sucessivamente. 
 
– Impossibilidade de prestações (art. 253): 
a) Impossibilidade Material: Decorrente, por exemplo, do fato de não mais se 
fabricar uma das coisas que o devedor se obrigou a entregar, ou de uma delas 
ser um imóvel que foi desapropriado. A obrigação, nesse caso, concentra-se 
automaticamente, independentemente da vontade das partes, na prestação 
remanescente, deixando de ser complexa para se tornar simples 
 
b) Impossibilidade Jurídica: por ilícito um dos objetos (praticar um crime, p. ex.), 
toda a obrigação fica contaminada de nulidade, sendo inexigíveis ambas as 
prestações. Se uma delas, desde o momento da celebração da avença, não 
puder ser cumprida em razão de 
 
c) impossibilidade física, será alternativa apenas na aparência, constituindo, na 
verdade, uma obrigação simples. 
– Sem culpa do devedor: Quando a impossibilidade de uma das prestações é 
superviniente e sem culpa do devedor, “extinguir-se-á a obrigação”, por falta de objeto, 
sem ônus para este (CC, art. 256). 
– Culpa do devedor, cabendo-lhe a escolha, ficará obrigado “a pagar o valor da que 
por último se impossibilitou, mais as perdas e danos que o caso determinar” (CC, art. 
254). Isto porque, com o perecimento do primeiro objeto, concentrou-se o débito no 
que por último pereceu. 
- Mas, se a escolha couber ao credor, pode este exigir o valor de qualquer das 
prestações (e não somente da que por último pereceu, pois a escolha é sua), além das 
perdas e danos. Se somente uma das prestações se tornar impossível por culpa do 
devedor, cabendo ao credor a escolha, terá este direito de exigir ou a prestação 
subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos (CC, art. 255). Neste caso, o 
credor não é obrigado a ficar com o objeto remanescente, pois a escolha era sua. 
Pode dizer que pretendia escolher justamente o que pereceu, optando por exigir seu 
valor, mais as perdas e danos. No exemplo supra, pode alegar, por exemplo, que não 
tem onde guardar o animal, se este for o remanescente, e exigir o valor do veículo que 
pereceu, mais perdas e danos. 
 
 Das obrigações divisíveis e indivisíveis: Em geral, numa obrigação existe 
apenas um credor e um devedor. Mas caso existam na mesma relação vários 
devedores ou vários credores, o razoável é que cada devedor pague apenas parte 
da dívida, e que cada credor tenha direito apenas a parte da prestação. Essa regra 
sofre exceção nos casos de indivisibilidade, que veremos hoje, e de solidariedade, 
na próxima aula. Tanto na indivisibilidade como na solidariedade, embora 
concorram várias pessoas, cada credor pode reclamar a prestação por inteiro, e 
cada devedor responde também pelo todo (259 e 264). Comecemos pela 
divisibilidade e indivisibilidade: 
– Obrigação divisível: é aquela cuja prestação pode ser parcialmente cumprida sem 
prejuízo de sua qualidade e de seu valor (ex: uma dívida de cem reais pode ser paga 
em duas metades; um curso de Direito Civil pode ser ministrado em várias aulas). Mas 
a depender do acordo entre as partes, o devedor deve pagar de uma vez só, mesmo 
que a prestação seja divisível (314). Presume-se esta “divida em tantas obrigações, 
iguais e distintas, quanto aos credores, ou devedores” (CC, art. 257). 
– Obrigação indivisível: a prestação só pode ser cumprida por inteiro (ex: quem deve 
um cavalo não pode dar o animal em partes, 258; mas se tal cavalo perecer e a dívida 
se converter em pecúnia, deixa de ser indivisível, 263). Como dito, a indivisibilidade vai 
despertar interesse prático quando houver mais de um credor ou mais de um devedor. 
– Pluralidade de credores: Sendo divisível a prestação, cada credor só pode exigir 
sua parte (257). Mas sendo indivisível aplica-se o art. 260, pelo que o devedor deverá 
pagar a todos os credores juntos, para que um não engane os outros. Ou então o 
devedor deverá pagar àquele credor que prestar uma garantia (= caução) de que 
repassará o pagamento aos outros (ex: João deveum carro a três pessoas, mas não 
encontra os três para pagar, assim, para se livrar logo daquela obrigação, paga ao 
credor que ofereceu uma fiança; se este credor não repassar o carro aos demais 
credores, o fiador poderá ser processado pelos prejudicados; fiança é assunto de Civil 
3). Se o devedor pagar sem as cautelas do art. 260, terá que pagar de novo àquele 
credor que, eventualmente, venha a ser lesado pelo credor que recebeu todo o 
pagamento, afinal quem paga mal paga duas vezes, concordam? 
- Diz-se por isso que o pagamento integral da dívida a um só dos vários credores pode 
não desobrigar o devedor com relação aos demais concredores. Mas pagando o 
devedor corretamente, caberá aos credores buscar sua parte com o credor que 
recebeu tudo (261). 
- Tratando-se de coisa indivisível (ex: carro, barco, casa), poderão os credores usar a 
coisa em condomínio, ou então vendê-la e dividir o dinheiro (1320). 
– Pluralidade de devedores: imaginem que um pai morre e deixa dívidas, seus filhos 
irão pagar estas dívidas dentro dos limites da herança recebida do pai (1792, 1997). 
Então o credor do pai terá mais de um filho para cobrar esta dívida. Se a prestação for 
divisível, cada filho responde pela parte correspondente a sua herança, e a insolvência 
de um deles não aumentará a quota dos demais (257). Mas se a prestação for 
indivisível, cada filho responde pela dívida toda, e aquele que pagar ao credor, cobrará 
o quinhão correspondente de cada irmão (259 e pú – veremos sub-rogação em breve). 
A relação obrigacional antes era do credor com os filhos do pai morto, agora é do 
irmão pagador contra os outros irmãos. 
– Espécies de indivisibilidade: 
a) física: a prestação é indivisível pela sua própria natureza, pois sua divisão alteraria 
sua substância ou prejudicaria seu uso (ex: obrigação de dar um cavalo, obrigação de 
restituir o imóvel locado, etc); 
b) econômica: o objeto da prestação fisicamente poderia ser dividido, mas perderia 
valor (ex: obrigação de dar um diamante, art. 87); 
c) legal: é a lei que proíbe a divisão (ex: a lei 6.766/79, que dispõe sobre o 
parcelamento do solo urbano, determina no art. 4º, II, que os lotes nos loteamentos 
terão no mínimo 125 metros quadrados, então um lote deste tamanho não pode ser 
dividido em dois); 
d) convencional: Nesta, o deveor não tem certeza se deve realizar a prestação, pois 
pode liberar-se pelo não inadiplemento da condição. A obrigação condicional é incerta 
quanto ao vínculo obrigacional. A alternativa, no entanto, não oferece dúvidas quanto 
ao vínculo obrigacional, o indeterminado é apenas o objeto de prestação. 
Percebe-se que qualquer das três espécies de obrigação (dar, fazer e não-fazer) pode 
ser divisível ou indivisível (ex: dar dinheiro é divisível, mas dar um cavalo é indivisível; 
pintar um quadro é obrigação de fazer indivisível, mas plantar cem árvores é divisível; 
não revelar segredo é indivisível, mas não pescar e não caçar na fazenda do vizinho é 
divisível). 
 Obrigação solidária: Caracteriza-se a obrigação 
solidária pela multiplicidade de credores e/ou de devedores, tendo cada credor direito 
à totalidade da prestação, como se fosse credor único, ou estando cada devedor 
obrigado pela dívida toda, como se fosse o único devedor (art. 264). Desta forma, o 
credor poderá exigir de qualquer co-devedor o cumprimento por inteiro da obrigação. 
Cumprida por este a exigência, ficam liberados os demais devedores ante o credor 
comum (art. 275 - CC). 
Na solidariedade não se tem uma única obrigação, mas tantas obrigações quantos 
forem os titulares. Cada devedor passará a responder não só pela sua quota como 
também pelas dos demais; e, se um devedor vier a cumprir por inteiro a prestação, 
poderá recobrar dos outros as respectivas partes. Pode, entretanto, o credor dividir a 
obrigação cobrando uma quota somente, sem que com isso perca a dívida quanto ao 
restante o caráter de solidariedade que lhe é próprio. 
– Diferenças entre solidariedade e indivisibilidade: Na solidariedade, cada devedor 
solidário pode ser compelido a pagar, sozinho, a dívida inteira, por ser devedor do 
todo; mesmo que a obrigação venha converter em perdas e danos, continuará 
indivisível o seu objeto no sentido de que não se dividirá entre todos os devedores ou 
credores, porque a solidariedade decorre da lei ou da vontade das partes (fontes) e 
independe da divisibilidade ou indivisibilidade do objeto; advém da lei ou o do contrato, 
mas recai sobre as próprias pessoas; a sua função consiste em reforçar o direito do 
credor, em parte como garantia, em parte como favorecimento da satisfação do 
crédito; enquanto na indivisibilidade, o devedor só deve ser compelido a pagar a 
totalidade do objeto, somente quando é impossível fracioná-lo; perde a qualidade de 
indivisível a obrigação que se resolver em perdas e darnos (art. 263); resulta da 
natureza da coisa, que constitui o objeto da prestação; destina-se a tornar possível a 
realziação unitária da obrigação. 
– Perdas e danos: Perdas: culpa ou dolo. 
 CULPA: Negligência (age por omissão); imprudência (age 
positivamente); imperícia (falha técnica) 
 Danos: subsiste a solidariedade. Imprudência. 
 
– Características da Obrigação Solidária: 
 
a. Pluralidade de sujeitos ativos ou passivos; 
 
b. Multiplicidade de vínculos, sendo distinto ou independente o que une o credor a 
cada um dos codevedores solidários e vice-versa; 
 
 
c. Unidade de prestação, visto que cada devedor responde pelo débito todo e cada 
credor pode exigi-lo por inteiro. A unidade de prestação não permite que esta se 
realziar por mais de uma vez; se isto ocorrer, ter-se-á repetição (art. 876) 
d. Corresponsabilidade dos interessados, já que o pagamento da prestação 
efetuado por um dos devedores extingue a obrigação dos demais, embora o que 
tenha pago possa reaver dos outros as quotas de cada um. 
– Princípios Comuns a Solidariedade: 
a. Inexistência de solidariedade presumida art. 265: Não se admite 
solidariedade fora da lei ou do contrato, Com exceção ao princípio de que cada 
devedor responde somente por sua quota e por importar, consequentemente, 
agravamento da responsabilidade dos devedores, que passarão a ser 
obrigados ao pagamento total. Deve ser expressa. Portanto, se não houver 
menção explícita ou previsão legal, não será solidária, porque solidariedade 
não se presume. É essencial que resulte de manifestação inequívoca das 
partes. 
- Fontes: lei, contrato, testamento (mediata). 
b. Possibilidade de a solidariedade não ser igual para a pluralidade de 
sujeitos art. 266: A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos 
co-credores ou co-devedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar 
diferente, para o outro. 
– Espécies: 
1. Solidariedade ativa (credores): Multiplicidade de credores, com direito a uma 
quota da prestação. Todavia, em razão da solidariedade, cada qual pode 
reclamá-la por inteiro do devedor comum. Este, no entanto, pagará somente a 
um deles. O credor que receber o pagamento entregará aos demais as quotas 
de cada um. O devedor se libera do vínculo pagando a qualquer co-credor, 
enquanto nenhum deles demandá-lo diretamente. 
2. Solidariedade passiva (devedores): Havendo vários devedores solidários, o 
credor pode cobrar a dívida inteira de qualquer deles, de alguns ou de todos, 
conjuntamente. Qualquer devedor pode ser compelido pelo credor a pagar toda 
a dívida, embora, na sua relação com os demais, responda apenas pela sua 
quota-parte. 
 
 – Solidariedade ativa: 
 
- Pagando o débito a qualquer um dos cocredores, o devedor se exoneradas 
obrigações. 
 
- O credor pode ser insolvente, ou seja, não pagar aos consortes as quotas de cada 
um. 
 
- Oferece ao devedor a comodidade de poder pagar a qualquer um dos credores, à 
sua escolha, sem a necessidade de procurar os demais. Contudo, qualquer um dos 
credores solidários pode reclamar cumprimento integral da prestação. 
 
– Hipóteses: 
 
 - Art. 267: Cada credor pode, individualmente, cobrar a dívida toda, entretanto, o 
devedor só deverá pagar quantia uma vez, e o credor deverá repassar aos outros 
credores, fazendo com que extinga a obrigação para o devedor. 
 
- Art. 270: Herdeiros de credores solidários: Os herdeiros não podem exigir a 
totalidade do crédito, apenas o respectivo quinhão hereditário. Contudo, isso não 
acontece se: se o credor falecido só deixou um herdeiro; se todos os herdeiros agem 
conjuntamente; se indivisível a prestação. Em qualquer desses casos, pode ser 
reclamada a prestação por inteiro. Para os demais credores, permanece intacto em 
toda plenitude e em qualquer hipótese, o vínculo de solidariedade com todos os seu 
consectários. Só tem direito a prestação por inteiro o credor solidário. 
 
A indivisibilidade é qualidade real das obrigações, então passa aos herdeiros a relação 
obrigacional com essa qualidade, fazendo com que cada um destes seja credor do 
total. 
 
- Art. 271: Perdas e Danos: Mesmo com a conversão em perdas e danos, a unidade 
da prestação não é comprometida, a solidariedade permanece, pois a vontade emana 
da lei, não da natureza do objeto. 
 
As obrigações indivisíveis perdem essa qualidade e transformam-se em divisíveis 
quando convertidas para perdas e danos, por ter alterado a natureza do objeto da 
prestação, sendo a soma do dinheiro em que converteram é divisível. 
 
- Art. 273 e art. 274: A norma permite, claramente, o desdobramento em duas 
situações bem distintas, a que correspondem soluções também diferentes, quais 
sejam: 
 
a) Um credor solidário aciona o devedor e perde a demanda (tem o pedido julgado 
improcedente), caso em que a coisa julgada fica subjetivamente restrita às partes do 
processo, tal como se prevê no art. 472 do CPC. Por conseguinte, outros credores não 
estarão inibidos de exercerem em novo processo a pretensão de exigir o cumprimento 
da mesma obrigação. A indiscutibilidade do julgamento anterior não os atinge, visto 
que não figuraram como partes no processo em que a sentença foi proferida e 
assumiu a autoridade de res iudicata[9]. 
b) Um credor solidário aciona o devedor e ganha a demanda (seu pedido é julgado 
procedente). Aqui surge a grande novidade heterotópica da norma do Código Civil: 
embora a sentença tenha sido dada em favor de um dos credores solidários apenas, 
os demais poderão dela se prevalecer. A eficácia da sentença, portanto, dar-se-á ultra 
partes e secundum eventum litis: se é desfavorável ao credor demandante, não 
prejudicará os demais co-credores; se é favorável, todos os credores solidários da 
mesma obrigação dela se beneficiarão. 
Até aqui está tudo muito claro na compreensão do preceito com que o Código Civil 
alterou, em parte, a regra processual constante do art. 472 do Código de Processo 
Civil. A dificuldade surge diante da ressalva aposta no final do texto do novel art. 274 
da lei material, in verbis: "O julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se 
funde em exceção pessoal ao credor que o obteve". A propósito da solidariedade é 
bom registrar que, sem embargo de poder cada credor exigir por inteiro a obrigação, 
ou cada devedor se sujeitar ao cumprimento integral dela, não há necessariamente 
uniformidade da situação jurídica de todos os devedores ou de todos os credores. 
 
Nesse sentido, dispõe o art. 273 do Código Civil que o devedor acionado por um dos 
credores solidários, não pode opor "exceções pessoais oponíveis aos outros". Isto 
quer dizer que, diante da obrigação solidária, podem coexistir exceções comuns e 
exceções pessoais. Vale dizer: as defesas com que se resiste à pretensão podem 
variar, conforme seja o credor que promove a exigência do cumprimento da prestação. 
O que a lei civil não tolera é que o devedor demandado se defenda com exceções 
pessoais que digam respeito a outro ou outros credores. Cada credor sujeita-se, 
porém, a sofrer as exceções comuns a toda a obrigação solidária e mais as que 
pessoalmente se lhe apliquem na demanda individual. 
Se o devedor derrubar a pretensão de um dos credores com base em exceção 
pessoal, a improcedência da demanda em nada prejudicará a futura pretensão de 
outros credores, contra quem o devedor não terá a mesma exceção a opor. 
 
Aliás, se a exceção é acolhida, pouco importa saber se ela é comum ou particular, 
porque quando há insucesso da demanda do credor solidário, nunca se forma a coisa 
julgada ultra partes, segundo a primeira parte do art. 274. Sob o ponto de vista 
processual, a norma "dá suporte do fenômeno da coisa julgada secundum eventus litis 
e in utilibus, já que, pela própria previsão legal em análise, o resultado desfavorável a 
um dos credores solidários não atinge os demais". Assim, não se vê maior significado 
na ressalva que o legislador inseriu na segunda parte do art. 274, já que se alguma 
exceção tiver alguma influência no fracasso da demanda, nunca se formará a coisa 
julgada oponível aos co-credores que não figuram no processo. 
 
Ademais, em sua literalidade é de difícil interpretação o teor da Segunda parte do art. 
274, quando correlaciona o julgamento favorável ao credor com decisório fundado "em 
exceção pessoal ao credor que o obteve". Se só ao demandado cabe excepcionar, 
como pode uma sentença contrária ao devedor fundar-se na exceção pessoal que ele 
mesmo invocou em vão? A impressão que prevalece diante desse dilema parece ser 
a de que a literalidade do dispositivo não traduz o que, de fato, esteve na intenção 
normativa do legislador. A ressalva final, para não ficar totalmente sem sentido, deve 
cingir-se ao impedimento de formar-se a coisa julgada contra os outros credores na 
parte em que a exceção pessoal foi rejeitada, "que, exatamente por isso, nada tem 
que ver com os outros". Merece acolhida, nessa ordem de idéias, a exegese proposta 
por FREDIE DIDIER JÚNIOR: "Segundo nosso entendimento, o que se afirma no 
Código civil é que: a) se um dos credores vai a juízo e perde, qualquer que seja o 
motivo (acolhimento de exceção comum ou pessoal), essa decisão não tem eficácia 
em relação aos demais credores; b) se o credor vai a juízo e ganha, essa decisão 
beneficiará os demais credores". A ressalva da lei a essa extensão só pode se referir a 
outra "exceção pessoal que possa ser oposta a outro credor não participante do 
processo". 
Em suma: frente ao art. 274 do Código Civil, a sentença obtida por um credor solidário 
contra o devedor comum estende sua eficácia em benefício dos demais co-credores, 
formando a coisa julgada ultra partes. Esta eficácia exterior do julgado não impede ao 
devedor vencido o manejo de novas exceções pessoais que acaso disponha contra 
outro ou outros credores que não figuraram no primitivo processo, e que ulteriormente 
venham a cobrar a mesma obrigação. A respeito dessas exceções não se pode 
pensar em eficácia da coisa julgada, porque versam sobre questões que não figuraram 
no processo anterior, nem poderiam ter figurado, e por dizerem respeito a pessoas 
que tampouco participavam da relação processual em que a sentença foi proferida. 
São essas questões estranhas ao objeto da causa já decidida que, segundo a ressalva 
do art. 274 do Código Civil, não podem ser prejudicadas pela coisa julgada. 
– Extinção da obrigação solidária: 
Art. 264: Uma vez feito opagamento a um dos credores produz extinção do crédito 
para todos. 
Art. 269: Para que haja extinção da obrigação de crédito, só ocorrerá mediante ao 
pagamento integral. O parcial a extingue somente “até o montante do que foi pago”. 
Dação em pagamento: Celebrada entre um dos credores solidários e o devedor, 
libera este para com aquele e para com os outros credores solidários, até o valor da 
coisa recebida. O credor consente em receber coisa, que não seja dinheiro, em 
substituição da prestação que era devida. 
– Direito de Regresso: Art. 272: A prestação, paga por inteiro pelo devedor comum, 
deve ser partilhada entre todos os credores, por aquele que a tiver recebido. 
A principal característica das relações internas entre cocredores solidários consiste no 
fato de o crédito se dividir em partes ou quotas que se presumem iguais até prova em 
contrário, tanto que o credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento 
responderá aos outros pela parte que lhes caiba. 
 – Solidariedade Passiva: Ocorrência de dois ou mais devedores, cada um com 
o dever de prestar dívida toda, como se tivesse contraído sozinho o débito. 
- Lado externo (devedores e credor); interno (devedores entre si). 
- Os devedores se apresentam como se fosse um devedor único, pois dele pode 
credor exigir a totalidade do crédito (art. 275). Os devedores apresentam entre si uma 
relação unitária, sendo responsáveis uns pelos outros. 
 - Art. 277: O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele 
obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até a concorrência da quantia 
paga ou relevada. 
- O devedor demandado pela prestação integral pode chamar os outros ao processo. 
- Art. 276: Efeitos da morte de um dos devedores solidários: No caso de um dos 
devedores solidários falecer deixando apenas um herdeiro, este assume a posição 
deixada pelo de cujus inclusive no tocante à solidariedade com relação aos demais 
devedores. Entretanto, o herdeiro do devedor falecido só será responsabilizado pelo 
adimplemento da obrigação até a medida de sua herança. Sendo assim, se o dito 
devedor deixou um patrimônio equivalente a R$ 20.000,00 e uma dívida no valor de 
R$ 35.000,00, seu herdeiro ao ser demandado na justiça ficará obrigado a pagar 
apenas o equivalente aos R$ 20.000,00 deixados pelo de cujus, subsistindo para o 
credor o direito de cobrar os outros R$ 15.000,00 dos demais devedores. No caso de 
algum dos co-devedores falecer deixando mais de um herdeiro, estes serão 
considerados como um devedor solidário em relação ao credor e aos demais 
devedores, sendo que a condição de solidariedade extingue-se entre os herdeiros, 
perdurando, porém, quanto a estes e os demais co-devedores. Assim, inexiste o 
vínculo solidário entre os herdeiros, ficando cada um responsável pelo equivalente às 
respectivas quotas-partes perante o credor, isso se o detentor do crédito demandar 
seu cumprimento após a partilha da herança, caso contrário "... o monte responderá 
por toda a dívida, em razão de os herdeiros formarem um grupo que, em conjunto, 
pode ser demandado por todo o débito". (PEREIRA, 1994, p.73) 
Caso seja indivisível, cessa a regra em que prevê o fracionamento, entre os herdeiros, 
cada um será obrigado a pagar a dívida toda. 
- Art. 277: O pagamento parcial reduz o credito, então o credor só pode cobrar o 
saldo remanescente. A remissão parcial concedida apenas reduz a divida, em 
proporção ao valor remetido. Não extingue a solidariedade. Se o devedor é perdoado, 
nada mais pode ser obrigado. 
- Art. 278: A cláusula pactuada entre credor e um dos devedores e que venha a 
onerar o contrato, sem que tenha existido anuência dos demais, não prejudicará estes. 
Ninguém pode ser obrigado a mais do que consentiu ou desejou. Se, por exemplo, um 
dos devedores estipula com credor, À revelia dos demais, cláusula penal, taxa de juros 
elevada ou outra vantagem, a estipulação será pessoal, não podendo afetar os demais 
codevedores. Para que o credor obrigue solidariamente aos devedores solidários, 
impõe-se que hajam consetindo. 
- Art. 282: Renúncia de solidariedade: A renúncia ao crédito equivale ao perdão, 
exonerando-se da obrigação o devedor beneficiado, remanescendo para os demais 
devedores o restante da dívida. Já na renuncia à solidariedade, o devedor beneficiado 
não é exonerado, continua responsável por uma parcela da dívida. O credor que 
renuncia a solidariedade continua sendo credor, mas sem vantagem de poder 
reclamar de um dos devedores a prestação por inteiro. 
A renúncia à solidariedade pode ser total ou parcial. Será total se em relação a todos 
os devedores, transformando a obrigação em divisível, pois cada um será responsável 
por apenas uma parcela do debito. 
A renúncia à solidariedade parcial é aquela que ocorre em relação a um ou alguns co-
devedores, subsistindo a solidariedade quanto aos demais co-devedores em relação 
ao remanescente do débito. Os contemplados continuam devedores, porém nãi mais 
da totalidade, senão da sua quota-parte no débito; suportam sua parte na insolvência 
de seus ex-codevedores (art. 283) 
A renúncia pode ser expressa ou tácita. 
- Impossibilidade de prestação (art. 279): A impossibilidade de pagar a prestação é 
bancada pelo culpado. O inadimplemento é sempre presumido como sendo culposo. 
Cabe ao devedor provar que o ocorrido deveu-se a caso fortuito ou força maior. Caso 
assim seja provado, não responderá pelos prejuízos. A impossibilidade, para invalidar 
deve ser absoluta, não cabendo a relativa. A insolvência, por exemplo, é relativa, pois 
afeta somente um dos devedores, sendo os outros ainda obrigados. Apenas o culpado 
responde pelas perdas e danos. Os demais codevedores são responsáveis perante o 
credor pelo equivalente. 
- Responsabilidade pelos juros (art. 280): A responsabilidade decorrente da prática 
de atos eivados de culpa é pessoal e exclusiva. O devedor culpado responde aos 
codevedores solidários pela obrigação acrescida. Todos os devedores podem ser 
exigidos a pagar os juros. Porém, na hora do rateio entre os devedores, o culpado terá 
que bancar com este valor extra. Os juros não seguem a mesma sorte das perdas e 
danos porque são acessórios da obrigação final. Contudo, no final, em ambos os 
casos, somente o culpado é responsabilizado. 
Perdas e danos (Art. 402) 
- Meios de defesa dos devedores (art. 281): Aí então, só o devedor exclusivamente 
atingido por tal exceção é que poderá alegá-la. São as exceções pessoais, que não 
atingem nem contaminam o vínculo dos demais devedores. Assim, um devedor que se 
tenha obrigado por erro, só poderá alegar esse vício de vontade em sua defesa. Os 
outros devedores, que se obrigam sem qualquer vício, não podem alegar da sua 
defesa a anulabilidade da obrigação, porque o outro coobrigado laborou em erro. 
Destarte, cada devedor pode opor em sua defesa, nas obrigações solidárias, as 
exceções gerais (todos coobrigados podem fazê-lo), bem como as exceções que lhe 
são próprias as pessoais Assim, não pode o coobrigado,que se comprometeu livre e 
espontaneamente, tentar invalidar a obrigação porque outro devedor entrou na 
solidariedade sob coação” 
Exceções: as defesas propriamente ditas, a qual pode alegar em contrário a 
pretensão do credor. Comuns: podem ser argüidas por qualquer devedor, como a 
nulidade, prescrição, extinção, etc.; Pessoais: Não atingem nem contamina o vínculo 
dos demais devedores. Os demais devedores não podem alegar em sua defesa a 
anulabilidade da obrigação porque o outro coobrigado laborou em erro. 
– Relação dos codevedores entre eles (art. 283): Extinta a relação entre os 
devedores e os credores, o que surge é uma relação entre os próprioscodevedores. 
Resta partilhar entre todos a quota atribuída a cada um no débito extinto. O débito se 
divide e cada devedor responde apenas pela sua quota em comum. 
Embora só deva parte da prestação, o devedor, como vimos, pode ser compelido a 
prestá-la por inteiro. Por sorte, para recompor tal desequilíbrio, a lei confere ao 
devedor que pagou o direito de exigir de cada coobrigado a sua quota. É possível que, 
após ser paga a dívida de todos por um dos devedores, não possa este receber de 
cada um a quota correspondente, em virtude de um deles ter caído em insolvência. A 
fim de que não fique desembolsado de seu quinhão e da quota do insolvente, o art. 
283 vem estabelecer que “(...) tem o direito de exigir de cada um dos codevedores a 
sua quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente (...)”. Sujeita todos ao 
rateio da cota do insolvente, embora não a devam. Ademais, o art. 284 invoca também 
os já exonerados de solidariedade pelo credor. 
– Direito de regresso: 
Ação regressiva: o acerto entre os codevedores se faz por meio da ação regressiva. 
São pressupostos: que o devedor tenha satisfeito a dívida, através do pagamento 
direto ou indireto, uma vez que extingue a dívida e libera todos os devedores para com 
o credor. Se um devedor satisfez a dívida e não comunicou o fato a outro coodevedor, 
que também pagou ao credor, contra este último caberá o regresso, e não contra o 
que efetuou o segundo pagamento. 
Insolvência de um dos codevedores: A parte da dívida será rateada entre todos os 
codevedores, inclusive os exonerados (art. 284). 
– Dívida solidária de interesse exclusivo de um dos devedores (Art. 285): Isso 
acontece nos casos em que os co-devedores são apenas avalistas necessários para a 
concessão de crédito. O devedor interessado somente é obrigado a pagar toda a 
dívida na hora do rateio. O credor pode exigir o pagamento tanto deste quanto de 
qualquer outro devedor, mesmo que não seja interessado. Se o único interessado 
paga a dívida ao credor, não haverá ação regressiva. Os coobrigados não 
interessados, quando na figura de fiadores, podem dividir e estipular entre si o quanto 
da dívida é de responsabilidade de cada um. Estando isso no acordo, cada qual não 
pode ser exigido a mais que sua parte. 
– Insolvência de um dos codevedores solidários (art. 284): após ser paga a dívida 
de todos por um dos devedores, não possa este receber de cada um a quota 
correspondente, em virtude de um deles ter caído em insolvência. A fim de que não 
fique desembolsado de seu quinhão e da quota do insolvente, o art. 283 vem 
estabelecer que “(...) tem o direito de exigir de cada um dos codevedores a sua 
quota, dividindo-se igualmente por todos a do insolvente (...)”. Sujeita todos ao rateio 
da cota do insolvente, embora não a devam. Ademais, o art. 284 invoca também os já 
exonerados de solidariedade pelo credor. 
 ADIMPLEMETNO DAS OBRIGAÇÕES 
– Princípios: 
Boa-fé (Art. 422) 
Pontualidad (Art. 478): Exige que a prestação seja cumprida em tempo, no momento 
aprazado e de forma integral, no lugar e modo devidos. 
 – Espécie de pagamento: 
 Direto 
Indireto: pagamento por consignação e a dação em pagamento. 
Normais: direto e indireto 
Anormais: impossibilidade de execução sem culpa do devedor, prescrição, 
nulidade, anulabilidade, novação, compensação ou advento do termo. 
Voluntariamente; Execução Forçada: sentença judicial. 
– Natureza jurídica: Atos jurídicos em sentido amplo; lícito. 
– Requisitos de validade: existência de vínculo obrigacional, intenção de solvê-la, 
cumprimento de prestação, solvente e accipiens. 
 – De quem deve pagar: 
- Pagamento efetuado por pessoa interessada: art. 304; interesse jurídico na 
extinção da dívida. 
Sub-rogação; 
Consignação: A recusa do credor em receber o pagamento oferecido pelo 
devedor ou por qualquer outro intressado lhes dá o direito de promover a 
consignação (art. 334 e s.) 
- Pagamento efetuado por não interessado (art. 304, parágrafo único): O credor 
pode se recusar recebimento advindo do terceiro não interessado juridicamente, mas, 
se o terceiro efetuar o pagamento em nome e à conta do devedor, não poderá. É a 
consagração do parágrafo único do artigo 304. Assim, se João tenta firmar o seguinte 
recibo com o credor: “recebi de João o pagamento referente a dívida de Maria”, o 
credor tem o direito de recusar. Caso o credor aceite, haverá a sub-rogação em favor 
de José; transferindo a divida de Maria para José, seu novo credor. Se, porém, José 
celebrou o pagamento em nome e à conta de Maria, celebrou pagamento com recibo 
nominal à Maria: “recebi de Maria o pagamento da dívida”, ao credor não caberá a 
prerrogativa de recusar, visto que o parágrafo único contempla esse fato; todavia, José 
não se sub-roga na posição credora, vinda o artigo 305 lhe subsidiar. 
O art. 305 trata do terceiro que não é juridicamente interessado. Paga por interesse 
afetivo, moral, só não é jurídico. Neste caso, haverá dois caminhos: a doação, 
liberando Maria da dívida, ou o pleito da dívida, “Maria estava abatida, paguei para 
reanimá-la, mas quero meu dinheiro de volta”. Há doutrina que se presume a doação, 
visto que aceitou o pagamento em nome de Maria; outrossim, há doutrina que apregoa 
que atos gratuitos não se presumem, há que se provar. 
 
Pois bem. A única diferença, que nos interessa de perto, são as vantagens que o 
antigo credor tinha, vejamos. No caso de sub-rogação, José se mune de todas as 
garantias que o antigo credor tinha contra Maria. Todavia, se o fez em nome e à conta 
de Maria, somente poderá cobrar o montante e a respectiva atualização monetária. A 
sub-rogação se reveste com o interesse jurídico, ou seja, se se provar que tinha 
interesse jurídico se sub-roga nos direito do credor. 
 
O art. 306 trata do pagamento feito com desconhecimento do devedor, ou contra sua 
vontade, fixando que o devedor não ficará obrigado a reembolsá-lo. O devedor pode 
não querer pagar porque tem interesse no não pagamento, pode ter sido vítima 
de assinatura falsa, coação etc. Apresentará os motivos de resistência ao terceiro que 
efetuou o pagamento; poderá, se for terceiro interessado, opor as suas exceções 
pessoais. 
 
- Pagamento efetuado mediante transmissão de propriedade: O artigo 307 traz a 
regra do pagamento feito com propriedade alheia, i.e., entrega de um bem imóvel ao 
credor. Se dada pessoa entrega o que não é seu como forma de pagamento, 
adimplindo sua dívida, e tal bem é infungível, o credor deverá devolvê-lo. Se for 
fungível, não poderá reclamá-la ao credor que a recebeu de boa-fé. Neste último caso, 
considera-se a dívida paga, cabendo ao terceiro, que era o verdadeiro proprietário, 
buscar as reparações cabíveis do devedor que entregou o que não lhe pertencia, i.e., 
se resolverá em perdas e danos. 
 – Daqueles a quem se deve pagar: 
- Pagamento efetuado diretamente ao credor (art. 308): quem recebe é o credor. 
Há hipóteses que não é-lhe pago diretamente, mas a um representante; mister se faz, 
que demostre a representação regularmente. O artigo 311, admite que o representante 
se mostre como tal com a apresentação da quitação; ou seja, não tendo procuração, a 
quitação revela-se como autorização válida para pagamento. O credor pode ser o 
herdeiro, legatário, cessionário, sub-rogado nos direitos creditórios. Se a dívida for 
solidária ou indivisível, qualquer dos cocredores está autorizada a recebê-la (art. 260 e 
267). Se a obrigação for ao portador, quem apresenta o título é credor. 
- Pagamento efetuado ao credor putativo: O verdadeiro credor (art. 309): 
O credor putativo é aquela pessoa que se apresenta como legítima credora; nesses 
casos,a aparência deve ser suficiente e o credor verdadeiro deve ter contribuído para 
tal suposição. Se considerar-se de fato, o credor putativo não é o verdadeiro, mas se o 
credor real contribuiu para que assim parecesse, o pagamento é válido. Se 
determinado devedor entrega, habitualmente, a quantia para o irmão do verdadeiro 
credor, autorizado, ainda que não se revista de solenidades, pelo credor, há um credor 
putativo. Note-se: a habitualidade influiu, o fato e o comportamento aparentaram, 
notadamente, a ponto de tornar válido os pagamentos. 
- Art. 310: Credor incapaz; se fez o pagamento ignorando o fato da incapacidade e 
não havia meios como saber, faz pagamento válido; protege-se a boa-fé, pois, 
notadamente, o incapaz que age naturalmente, com recibo, denota pagamento válido. 
Se o paga por intermédio do seu representante, fez pagamento regular. 
Se, porém, pagou diretamente ao incapaz, o respectivo artigo impõe ao 
devedor que prove que o pagamento se reverteu em benefício do credor, visto que, ao 
pagar absolutamente incapaz, assumiu um risco. 
- Pagamento efetuado ao credor cujo crédito foi penhorado (art. 312): Mesmo 
feito ao verdadeiro credor, o pagamento não valerá. Quando a penhora recai sobre o 
crédito, o devedor é notificado a não pagar o credor, mas a depositar em juízo o valor 
devido. Ex., se o locador falece e o locatário se vê frente à viúva e os herdeiros, que 
reclamam juntamente o pagamento; há que se depositar em juízo, mediante ação de 
consignação, deferindo ao juiz a prerrogativa de descobrir a quem pertence de direito, 
sob pena de, se pagar errado, dever pagar duas vezes. 
 – Do objeto de pagamento: Prestação. 
- Artigo 313: fixa que não se pode receber coisa alheia à aventada, ainda que mais 
valiosa; e é claro ao afirmar isso. Todavia, se notório for o abuso do direito, esse 
dispositivo não valerá. P.ex., se o dono do posto de abastecimento combina o 
fornecimento de álcool mensalmente a uma frota de táxis, ainda que haja culpa do 
dono, e fornecimento do objeto torna-se impossível, sendo substituído pela mesma 
quantidade, sem ônus nem bônus para nenhuma das partes, porém em gasolina, não 
há motivos para recusa da frota. Ora, há que se verificar o uso do direito, sob pena de 
incorrer no art. 187 do CC (abuso de direito), enriquecimento ilícito. 
- (Art. 314): deve ser analisado sob o mesmo prisma, a equidade. Ora, ele apregoa 
que ninguém será obrigado a receber, o que aventou na integralidade, em partes. 
Porém, se tomarmos como problema de fundo as circunstância que levam ao 
pagamento fracionado, desde que justificada, há que se aceitar. V.g., a aposentada 
que, mediante pagamento de remédios, impossibilita-se de pagar conta de luz. 
 – Do lugar de pagamento: 
- Convenção das partes. 
- Se silentes, paga-se no domicílio do devedor; dessa forma, temos a “dívida 
quesível”.O credor deve ir buscar, procurar o pagamento no domicílio do devedor. 
 
- Se, porém, foi acertado alhures, não podem as partes alterar; salvo caso fortuito. O 
pagamento, portanto, feito em outro lugar, diverso do aventado, é válido nessa 
circunstância, qual seja, se houve impossibilidade de efetuar o pagamento no local 
aventado; e.g., se se depositar o dinheiro na conta do credor no dia de chuva que 
impossibilitou a locomoção até o domicílio do credor. Denomina-se “dívida portável” se 
houver estipulação de que competirá ao devedor oferecer pagamento em lugar 
aventado. 
 
- Da mesma forma, se houver mudança tácita do local de pagamento, isto é, quando o 
comportamento é capaz de induzir a um local costumeiro. Se, p.ex., apesar de 
acordarem que o devedor levaria o pagamento ao domicílio do credor este o busca 
todo mês no domicílio do devedor. 
 
 SUB-ROGAÇÃO: Sub-rogar é substituir o credor, de modo que o pagamento 
por sub-rogação se assemelha à cessão de crédito por se tratar da substituição da 
pessoa do credor (348; veremos cessão de crédito mais adiante). Dá-se sub-rogação 
pessoal quando a dívida de alguém é paga por outrem. Pagando-a, o terceiro 
adquire o crédito. Extingue-se a obrigação, mas o devedor não se libera porque 
passa a dever a quem a extinguiu, como se o credor houvesse cedido o crédito. 
Como vocês já sabem, a lei permite que qualquer pessoa pague a dívida dos outros, 
então se o devedor quer evitar isso, deve se antecipar e cumprir logo suas obrigações. 
O terceiro que paga essa dívida pode ou não ter interesse jurídico. 
Se o terceiro solvens tem interesse jurídico vai se sub-rogar nos direitos do credor 
primitivo, ou seja, vai adquirir todas as eventuais vantagens, privilégios, garantias e 
preferências do credor primitivo, além de, é óbvio, exigir o reembolso. Ex: A deve cem 
a B com uma garantia de fiança ou hipoteca; se C pagar essa dívida terá direito a 
cobrar os cem de A, mas só terá direito à garantia da fiança ou da hipoteca caso C 
possua interesse jurídico (346, III). Veremos fiança e hipoteca, respectivamente, em 
Civil 4 e Civil 5. Caso C não possua interesse jurídico só terá direito ao reembolso 
(305). A lei trata diferente para evitar especulações e constrangimentos. 
– Efeitos da sub-rogação: 
1) satisfativo em relação ao credor primitivo. O credor primitivo vai se 
satisfazer com o pagamento feito pelo terceiro, mas a obrigação permanece 
para o devedor; a sub-rogação não extingue a dívida; 
2) translativo: o novo credor vai receber todas as vantagens e direitos do 
credor primitivo, desde que o pagamento tenha sido feito por sub-rogação 
(349). 
 
– Espécies de sub-rogação: 
1) legal: decorrente da lei, nas hipóteses do art. 346; a lei determina 
independente da vontade das partes; 
 2) convencional: depende de acordo escrito entre as partes, quando o 
terceiro solvens faz acordo com o credor primitivo e fica com o direito de sub-
rogação mesmo sem interesse jurídico e mesmo sem a anuência do devedor. 
Através de acordo escrito se transferem todas as vantagens do credor primitivo 
para o solvens, igual a uma cessão de crédito (347 e 348). 
– Dação em Pagamento: É dar alguma coisa em pagamento, diferente da 
prestação devida. Os romanos chamavam de datio in solutum. Dação vem 
assim do verbo dar. Conceito: é o acordo liberatório em que o credor concorda 
em receber do devedor prestação diversa da ajustada (356). Não pode haver 
imposição do devedor em pagar algo diferente do devido (313), afinal quem 
deve dinheiro só paga com um objeto se o credor aceitar, dentro da liberdade 
da autonomia privada. Ex: devo dinheiro e pago com uma TV, um livro, uma 
casa, conforme ajuste com o credor. 
– Requisitos da dação: 
 
1) consentimento, concordância, anuência do credor; 
2) prestação diversa da ajustada, então não se trata de obrigação 
alternativa, pois nesta a obrigação nasce com duas opções de pagamento; 
na dação é só depois que as partes trocam o objeto do pagamento. 
 
– Efeitos da dação: 
 
1) satisfatório em relação ao credor, mesmo recebendo outra coisa, pois o 
credor pode preferir receber coisa diversa do que receber com atraso ou nada 
receber; 
2) liberatório em relação ao devedor, pois a dívida se extingue e o devedor se 
exonera da obrigação. Estes dois efeitos são os mesmos do pagamento 
natural.

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