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27
FCJP – FACULDADE CIDADE DE JOÃO PINHEIRO
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM
Gisele Santiago dos Santos
PAPEL DO ENFERMEIRO TRABALHANDO OS DOUTORES DA ALEGRIA EM UM ABRIGO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PINHEIRO (MG)
JOÃO PINHEIRO
2017
GISELE SANTIAGO DOS SANTOS
PAPEL DO ENFERMEIRO TRABALHANDO OS DOUTORES DA ALEGRIA EM UM ABRIGO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PINHEIRO (MG)
Trabalho apresentado ao curso de Enfermagem da FCJP – Faculdade Cidade de João Pinheiro como requisito parcial para obtenção do título de graduação em Enfermagem.
Orientadora: Prof. Maria Célia da Silva Gonçalves
JOÃO PINHEIRO
2017
GISELE SANTIAGO DOS SANTOS
PAPEL DO ENFERMEIRO TRABALHANDO OS DOUTORES DA ALEGRIA EM UM ABRIGO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PINHEIRO (MG)
Aprovada em _______ de____________________ de 2017
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________
Professora Orientadora Dra. Maria Célia
Faculdade Cidade de Joao Pinheiro-FCJP 
___________________________________________________________________
	Prof. Examinador
Faculdade Cidade de Joao Pinheiro-FCJP
___________________________________________________________________
	Prof. Examinador
Faculdade Cidade de Joao Pinheiro-FCJP
João Pinheiro, 30 de novembro de 2017
Dedico este trabalho primeiramente а Deus, essencial em minha vida, autor dе mеυ destino, mеυ guia, socorro presente na hora da angústia. À minha joia mais preciosa minha “MAE” Ana Aparecida e ao meu Pai Geraldo Santiago, aos meus irmãos Gilberto Santiago e Gislene Santiago e a pessoa que sempre me socorreu em tudo com compreensão carinho e muito amor, meu esposo Neimar Martins da Silva e meus pedacinhos Analice Martins e Davi Arthur Martins que embora não tivessem. Conhecimento de tudo que ocorria, me compreenderam, pois tantas vezes ficaram sozinhos, mas iluminaram de maneira especial os meus pensamentos me levando a buscar mais conhecimentos.
AGRADECIMENTOS
Primeiramente quero agradecer a Deus por ter me dado o dom da vida e perseverança para vencer todos os obstáculos e chegar até aqui.
Agradeço também a minha família, em especial a minha tia Tereza Lemos, pelas suas orações e por ter estado do meu lado me apoiando sempre.
Aos profissionais da instituição FCJP, que contribuíram, e auxiliaram em minha formação.
Agradeço em especial a minha orientadora Professora. Dra. Maria Célia da Silva Gonçalves, por seu apoio que foi fundamental para realização deste trabalho.
 Meus sinceros agradecimentos aos meus irmãos da igreja, minhas comadres e todos colegas de sala pela amizade e carinho e companheirismo.
PAPEL DO ENFERMEIRO TRABALHANDO OS DOUTORES DA ALEGRIA EM UM ABRIGO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PINHEIRO (MG)
Gisele Santiago dos Santos¹
Maria Célia²
RESUMO
O objetivo deste estudo foi estabelecer um marco referencial de cuidados de enfermagem com o paciente interno, trazendo a qualidade de vida a cada um. Desta forma analiso o bem-estar dos internos, onde pode- se ver um sorriso que a muitos anos havia. Enfim uma alegria que surge do coração mesmo, não transparecendo em seu rosto, mas aliviando por dentro uma dor que é cultivada desde o dia em que foram abandonados por seus familiares em um abrigo. Pois a dor da solidão dói muito, machuca, prende a fala e o ser, e às vezes até o fazer. A metodologia utilizada foi qualitativa, com uso de questionário e observação ativa. A atuação dos doutores da alegria possui abrangência única na vida destes internos, no entanto é incipiente, pois a falta de carinho e afeto ainda é muito grande, no entanto o desempenho e a atuação deste profissional têm alcançado indicies de melhoria na qualidade de vida destas pessoas que até então eram mais críticos os quadros depressivos destas pessoas que poderão ser analisados no decorrer do trabalho.
Palavras Chaves: Doutores. Alegria. Enfermeiro. Qualidade de vida.
ABSTRACT
The objective of this study was to establish a reference frame of nursing care with the internal patient bringing the quality of life to each one. In this way I analyze a well-being with the inmates where you can see a smile that for many years had. Or finally a joy that comes from the heart even though it does not appear on your face, but relieving inside you of a pain that has been cultivated since the day they were abandoned by their relatives in a shelter. For the pain of loneliness hurts a lot, it hurts, it binds mud to speech and to being and sometimes even doing it. The methodology used was qualitative, using questionnaire and active observation. The performance of doctors of joy has a unique scope in the life of these inmates, however it is incipient, because the lack of affection and affection is still very great, however the performance and performance of this professional have achieved signs of improvement in the quality of life of these people who until then were more critical the depressive pictures of these people that can be analyzed in the course of the work.
Key Words: Doctors. Joy. Nurse. Quality of life.
_______________________________
¹- Graduanda em Enfermagem, pela Faculdade Cidade de João Pinheiro.giselejpmg192@gmail.com
² - Doutora em Sociologia da Cultura pela UNB – Universidade de Brasília. – mceliasg@yahoo.com.br
I INTRODUÇÃO
Durante o curso de graduação em enfermagem, pude observar a atuação de palhaços junto aos idosos. A partir desta observação, surgiu o interesse por desenvolver um estudo voltado para a entender o que provoca mudanças tão significativas em todos os presentes no abrigo. Mediante essa vivência, decidi desenvolver a temática sobre os Doutores da Alegria e o trabalho que desenvolvem com os idosos.
Através da observação realizada, foi possível perceber a importância de transmitir confiança a outra pessoa, que muitas vezes não tem parentes, e nem mesmo alguém com quem possa conversar. Foi possível perceber também que os idosos têm necessidade de atenção e uma grande carência, que, por vezes é imperceptível até mesmo por parte dos familiares.
A qualidade de vida está relacionada ao processo humano de busca por felicidade e prazer. Ela envolve o atendimento de necessidade de ser, estar, ter, sentir, conhecer e fazer, exigindo recursos físicos e sociais do ambiente concretos ou em potencial. (PATRÍCIO, 2005. p.16).
Esse projeto de pesquisa foi realizado em um abrigo na região da cidade de João Pinheiro, onde pude perceber quanta carência familiar há nos internos, que sonham um dia voltar ao seu lar. O projeto de pesquisa para desenvolvimento do trabalho de conclusão de curso, será realizado no abrigo localizado no município de João Pinheiro-MG, onde residem 108 pessoas, sendo a maioria idosos, dentre elas mulheres e homens.
O tema escolhido foi o trabalho dos “Doutores da alegria”. Após uma visita, observei a importância da atuação desses profissionais. O estudo tem como foco os idosos; e a mobilização que a atuação dos Doutores da alegria, juntamente com a equipe de enfermagem promovem com o cuidado o bem-estar e a saúde de cada residente do abrigo. 
A presente pesquisa buscou entender a importância da atuação dos “Doutores da Alegria “na promoção da qualidade de vida dos idosos de um abrigo no município da cidade de João pinheiro, os benefícios trazidos para os residentes com a atuação dos doutores da alegria, quais os sentimentos dos residentes diante da ação dos “Doutores da alegria” e qual a reação dos profissionais de saúde após uma visita dos “Doutores da alegria” diante os internos.
Doutores da alegria é uma organização não governamental fundado em 1991 por Wellington Nogueira, com a finalidade de levar conforto e alegria a crianças enfermas, colaborando para a transformação do ambiente. O projeto foi inspirado em modelo americano, e aqui no Brasil é mantido por doações e fundos de patrocínio. 
O objetivo deste trabalho é mostrar que a arte dos “Doutores da Alegria”visa transformar os espaços, promovendo alegria, oferecendo a oportunidade de viajar com um palhaço para um mundo novo, onde tudo é possível, além de trazer descontração, imaginação e humanização.
Foi possível perceber que faltava algo dentro dos abrigos, algo além das necessidades deles, faltava alegria, brincadeiras um gesto que lhes trouxessem momentos ou doses de felicidade, neste caso a atuação dos “Doutores da Alegria “proporcionam momentos de alegria tornando os residentes mais dispostos a tratamentos clínicos e a continuarem suas vidas.
Com isso destaca o entusiasmo, com a capacidade de enfrentar os obstáculos, com humor, e a capacidade de olhar além, escutar conhecer o outro e suportá-lo, visando auto estima de cada um deles.
Como objetivo geral a pesquisa busca identificar a importância da atuação dos doutores da alegria na promoção da qualidade de vida dos idosos de um abrigo no município de João Pinheiro. Tem como objetivo também analisar os benefícios trazidos para os residentes com a atuação dos doutores da alegria; e averiguar os sentimentos dos residentes diante a ação dos doutores da alegria.
Com base na temática abordada na pesquisa exploratória a priori, é de suma importância a atuação dos “Doutores da Alegria” visto que traria melhorias na qualidade de vida dos internos do abrigo pesquisado; uma vez que os mesmos em sua maioria se sentem excluídos da sociedade como um todo, não possuem o apoio da família, se sentem desvalorizados como seres humanos.
Sendo assim os “Doutores da Alegria” utilizando um nariz vermelho uma calça remendada e um sapato velho, tendem a resgatar o auto estima, a autoconfiança e o sorriso de cada um. Diante da ação dos “Doutores da Alegria”, os idosos que ali residem, dispunham de imensa satisfação em receber atenção, carinho, respeito e dignidade, serem tratados como alguém e não como algo.
Da mesma forma, os profissionais atuantes no abrigo pesquisado poderiam utilizar a atuação dos “Doutores da Alegria” como fonte de inspiração para levar cada vez mais alegria e carinho aos residentes, visto que estes profissionais passam grande parte do tempo cuidando zelando pela vida e bem-estar dos mesmos.
O Papel do Enfermeiro lidando com “Doutores da Alegria” junto aos internos de um abrigo trata-se de um estudo de revisão sistêmica da literatura, baseado na pesquisa bibliográfica e na pesquisa de campo no qual forma bordados o uso de técnicas de humor dos “Doutores da Alegria” e melhoria de aspectos da relação com pacientes.
Para um embasamento conceitual foram utilizadas referências bibliográficas pesquisadas nas seguintes bases eletrônicas: SciELO (ScientificElectronic Library online) e LILACS (Literatura Latino Americana e do Caribe em Ciências Sociais), dados colhidos na pesquisa de campo no período da pesquisa e observação.
A pesquisa foi realizada no abrigo, no município de João Pinheiro, localizado no Capitão Sancho, 143, no centro da cidade. O abrigo foi fundado como Vila de Conferência em 14 de novembro de 1951 pelos vicentinos. Em 16 de fevereiro 2003, foi aderido como abrigo, dando prioridade aos idosos da região. Atualmente vivem no abrigo 108 pessoas, sendo 61 mulheres e 47 homens. Com esse desenvolvimento foi criado uma diretoria que hoje da continuidade ao trabalho.
Para a realização desse estudo utilizou-se a pesquisa quali quantitativa. Segundo Godoy (1995), a pesquisa qualitativa não procura enumerar ou medir os eventos estudados, mas envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada. Minayo (2004), enfatiza que a pesquisa qualitativa responde a questões muito particulares, preocupando-se com o nível de realidade que não pode ser quantificado. Diferentemente da pesquisa qualitativa, na pesquisa quantitativa, os resultados podem ser quantificados, sendo centrados na objetividade. Pesquisa quantitativa, procura-se compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos participantes do estudo.
O estudo foi realizado através da aplicação de um questionário aos profissionais (anexo). A escolha do questionário se deu pela objetividade das perguntas, o que facilitou a coleta de dados. De acordo com Marconi e Lakatos (2003), questionário é um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que deve ser acompanhado por instruções definidas e notas explicativas, para que o informante tome ciência do que se quer dele.
II REVISÃO LITERÁRIA 
2.1 Doutores da Alegria: Breve Histórico
Em 1986, Michael Christensen, um palhaço americano, diretor do Big Apple Circus de Nova York, iniciou o treinamento de um grupo de artistas, que passariam então a visitar crianças hospitalizadas. Ao realizar uma apresentação com o seu circo, em um determinado hospital de Nova York, Michael Christensen solicitou uma visita às crianças que estavam internadas e impossibilitadas de participar da apresentação. Assim, agindo de forma alegre, improvisada e despretensiosa, surge o grupo denominado Clown Care Unit.
Em 1988, Wellington Nogueira, brasileiro, fundador e diretor artístico dos Doutores da Alegria, começa a integrar o grupo americano. Em setembro de 1991, iniciou-se a implementação de um projeto similar no Brasil, no Hospital e Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (atual Hospital da Criança), em São Paulo, enquanto outros projetos que galgavam os mesmos objetivos começaram a ser implementados na França e Alemanha. 
Os Doutores da Alegria fazem parte de uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, mantida por patrocinadores e sócios mantenedores, que realiza cerca de 50 mil visitas por ano a crianças hospitalizadas no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e Recife. Tal iniciativa possui como objetivo principal proporcionar alegria às crianças hospitalizadas, bem como suas famílias e profissionais de saúde. 
O Centro de Estudos Doutores da Alegria surge devido à necessidade de ampliar os conhecimentos que cercam tal projeto, sistematizando suas ações nos hospitais e relacionando-as ao desenvolvimento da saúde, agregando artistas e profissionais com o mesmo propósito. Também visa propiciar aperfeiçoamento para os artistas que compõem o grupo, além de disponibilizar bibliografias para alunos e demais representantes de outras entidades.
Com o passar dos anos, o grupo começou a visitar além das crianças enfermas, os adultos e idosos. Os novos integrantes recebem treinamentos que objetivam a ambientação com a instituição que será visitada e demais procedimentos hospitalares, bem como são fornecidos regularmente cursos de aprimoramento técnico e artístico. Atualmente, a atuação dos grupos de doutores da alegria é em abrigo de idosos, orfanatos, alas de hospitais; sempre levando um pouco de alegria e descontração a pessoas doentes ou que precisem de um pouco de atenção.
Para ser um Doutor da Alegria, o artista passa por uma rigorosa seleção e um treinamento que dura cerca de um ano, para que ele possa se aperfeiçoar na arte do palhaço de hospital, já que essa possui características diferentes do circo e do teatro. As visitas às pessoas internadas, em sua maioria crianças e idosos, acontecem duas vezes por semana, durante seis horas, e além dessas, o palhaço precisa dedicar mais algumas horas, semanalmente, ao seu aprimoramento artístico. Esse aspecto representa bem o slogan desta organização: “Doutores da Alegria – o engraçado é que é sério” (Doutores da Alegria, 2005).
A proposta de trabalho dos Doutores da Alegria está voltada para a abertura dos palhaços para a compreensão e atendimento das necessidades do outro de forma interativa e com qualidade. Assim, o palhaço passa a enxergar o mundo com o olhar de uma criança, favorecendo o encontro de iguais. Isso ocorre porque o palhaço traz em si a curiosidade e ingenuidade infantis, aliadas às experiências do adulto. Sem medo de ser ridículo, ele cria oportunidades para brincar e se relacionar, sempre levando em conta que, independente do diagnóstico, a criança traz em sia essência que deseja brincar (MASETTI, 2002).
Autores defendem que o humor é um recurso importante no restabelecimento e manutenção da saúde do paciente, pois alegria atua no sistema imunológico, estimulando um aumento na produção de células de defesa, tem efeito analgésico, aumentando as concentrações de endorfina e serotonina, e reduzindo a concentração de substâncias como cortisol e catecolaminas, presentes em grandes quantidades em situações de estresse (Masetti, 2002).
Ainda segundo o autor, os Doutores da Alegria usam o lúdico para levar alegria e descontração aos que precisam de atenção. A visita realizada pelos Doutores da Alegria é uma estratégia complementar de intervenção terapêutica, que pode ser entendido como processo de humanização que busca mudar a cultura institucional, e desmistificar a figura rígida dos médicos, tornando-os mais humanos com a função de aliviar o sofrimento e ajudar os pacientes a se perceber importantes no processo de cura. A ideia surgiu com o objetivo de lembrar os enfermos em que dentro deles ainda existe alegria, um sorriso e esperança, diante da situação de cada um.
Não estamos lá para perguntar de familiares, de sua vida, ou como estão, estamos lá para fazerem lembrar um sorriso, olhos brilharem por coisas tão simples; e também surgiu com a vontade e amor todo esse projeto e saber da importância de levarmos alegria e carinho para pessoas não só abrigadas mais em várias áreas na área da saúde (DOUTORES da Alegria, 2005).
A importância dos “Doutores da Alegria” é melhorar a qualidade de vida dos internos do abrigo pesquisado, visto que os mesmos, na sua maioria, não possuem apoio familiar, se sentem excluídos da sociedade como um todo. Assim, os doutores buscam resgatar a autoestima e autoconfiança e o sorriso de cada residente do abrigo. 
Segundo Patrício (1995) estamos falando de produção de conhecimentos como processos contínuos de desconstrução e reconstrução ou de contínuos processos de compreensão e aperfeiçoamento de conhecimentos e situações humanas; de um constante aprendizado, estimulado pelas circunstâncias, quase todas criadas pela cultura humana, sem negar a possibilidade de resgate de conhecimentos teóricos e práticas de tradições antigas, de forma a integrar conhecimentos e práticas do senso comum com conhecimentos científicos e suas tecnologias. 
Essas concepções, apontam para uma ciência de âmbito social, a qual concebe as multiplicidades do conhecimento e o fato de que, especialmente, tratando-se de fenômeno humano, a precisão e as certezas são ilusórias e passageiras e que as atitudes que dão forma ao mundo são estimuladas por crenças e valores individuais e grupais; admitem a complexidade dos fenômenos em suas interações e conexões, em seus padrões de energia e também a inconstância e as diferentes probabilidades de um fenômeno acontecer, a partir das interações no contexto em que está sendo construído. Em suma, esses referenciais, colocados como novos paradigmas, ou paradigmas emergentes, preconizam um fazer ciência preocupando-se menos com a grandeza do conhecimento propriamente dito e mais com a repercussão deste na qualidade de vida do ser humano, incluindo a qualidade da vida do planeta como um todo (Patrício, 1995a). 
Os estudos desenvolvidos, com base nessas concepções, também mostram possibilidades de lançar olhares diferentes à realidade que construímos nesse último século, projetando mudanças através de outras abordagens mais diversificadas, menos lineares e mais flexíveis, mais complexas e integradas; compostas por éticas mais coletivas e estéticas mais humanas. São ideias que mostram à possibilidade de fazer ciência religando o saber científico, as artes, as filosofias aos saberes tradicionais, e a parceria do humano com as demais naturezas.
A proposta é conhecer e compreender, o máximo possível, os fios e conexões das diversas redes de microcosmos, desde o útero materno até aqueles elementos de maior complexidade social e natural, tendo como finalidade contribuir com a produção de conhecimentos acerca de temas e métodos que, direta ou indiretamente, envolvam possibilidades para a promoção da qualidade de vida e da saúde integral, individual-coletiva.
Acredita- se que a humanização é essencial para a recuperação dos pacientes, e que as pessoas que trabalham nesses locais precisam também sair, nem que seja por 5 minutos, daquela dura realidade, para que possam voltar mais leves. Poder proporcionar um momento de alegria e descontração para essas pessoas é sem dúvida um ato de amor, e é nisso que acreditamos que o amor, o toque, o sorriso e o olhar transformam a vida do ser humano.
Para os Doutores da Alegria;
A porta de uma enfermaria é uma moldura importante. As novidades vêm pela porta, da injeção ao lanche, do médico à voluntária, da faxineira ao palhaço. O batente da porta é muitas vezes o espaço em que eles nos permitem ficar. Um palco e tanto! (DOUTORES da Alegria, 2005).
Pensar em qualidade de vida leva a reflexão sobre tudo àquilo que se relaciona com o grau de satisfação, felicidade e bem-estar pois embora hoje não exista consenso sobre seu significado. Tratando-se de abrigados, torna-se ainda mais fácil de compartilhar de uma concepção, visto que a qualidade de vida está relacionada principalmente a brincadeiras, harmonia e prazer e varia conforme as fases do desenvolvimento de cada um e as relações familiares. 
Nesse momento a recreação surge como um meio para amenizar essas ansiedades e aflições, pois através dela a expressa sua vitalidade marcada pelos movimentos. No abrigo deve se fazer presente nos momentos da vida de cada um deles, nos quais são imprescindíveis as manifestações de atividade e movimento, para que devido a sua situação sinta se acolhidos e amados durante aquele momento que ali está presente os doutores da alegria.
2.2 Doutores da alegria: atuação com os idosos
O processo de institucionalização asilar representa uma ruptura da rotina do idoso com a inclusão de elementos novos como o ambiente, regras e pessoas. Leva ao afastamento do lar, dos amigos, enfim, coloca o idoso em um ambiente novo, com pessoas estranhas e um aparato terapêutico, cuja finalidade é desconhecida para eles. Este processo de mudanças repentinas e inesperadas pode acelerar o processo das perdas funcionais, forçando o declínio das funções físicas e cognitivas, além de promover sentimentos de humilhação e abandono (MONTENEGRO, 2007).
Como estratégia para minimizar o desequilíbrio dos sistemas nervoso-endócrino-imunológico, frente aos agentes agressores e estressores, encontra-se o papel do lúdico, e aí entra a ação dos “Doutores da Alegria”. O lúdico é uma atividade constituída por um conjunto de elementos que transitam entre o real e o imaginário e é construído socialmente e de forma diferenciada em cada cultura (PRADO, 1991). Segundo o autor, o lúdico melhora ainda a expectativa dos pacientes a respeito de sua melhora e eleva o interesse nas atividades do cotidiano.
A humanização no atendimento ao idosos, implica em conduzir um processo de constante mudança da cultura, e no atendimento à saúde, promovendo a dignidade do ser humano. Neste sentido Baraúna (2003, pg. 304) ressalta que cuidar é “estar disposto a ouvir e respeitar o próximo como um ser independente e digno. ” O profissional de saúde precisa estar preparado para sentir o outro e lidar com a sensibilidade alheia; o que significa buscar formas alternativas de atendimento, mas que preservem a ética no desenvolvimento das competências relacionais.
Baraúna (203, pg. 305) diz que o conhecimento teórico deve ser articulado aos conhecimentos técnicos, aproximando de forma afetiva os profissionais dos pacientes. Segundo a autora, é possível contribuir para a melhora dos pacientes por meio de atitudes simples, de uma palavra ou um carinho. Masetti (1003, p. 41) relata que a interação dos palhaços em ambientes como hospitais e abrigos possibilita novas relações com os pacientes.
A humanização do cuidado em saúde é um objetivo a ser alcançado noatendimento ao idoso, a visita dos Doutores da Alegria propicia alcançar tal objetivo. A linguagem de comunicação entre o paciente e o profissional passa a ser de reflexão, diversão, alegria e confiança.
É possível identificar nos idosos as expectativas quanto ao retorno dos palhaços ao abrigo, ato que também pode ser avaliado como uma atitude positiva no processo de socialização, conforme já mencionado. Para Masetti (2002) os pacientes estariam formulando um objetivo, e pacientes que mantêm um objetivo de vida apresentam índices melhores quanto à sua recuperação e consequentemente à socialização. 
Observa- se também que os profissionais de saúde sentem- se mais motivados e proporcionam melhor atendimento, pois se descontraem e dão boas risadas, a rotina é mudada, porém não interfere na assistência e tarefas a serem executadas pelos profissionais.
As avaliações qualitativas do trabalho dos “Doutores da Alegria” realizadas durante o período da pesquisa, por meio de questionários estruturados focados em profissionais de saúde, revelaram que os trabalhos desenvolvidos pelos Doutores da Alegria transformam o humor e o bem-estar dos idosos abrigados.
III. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Pesquisas comprovam que a presença dos palhaços no abrigo para idosos de João Pinheiro proporcionam desenvolvimento no quadro clínico e emocional dos pacientes. Nesse item apresento o resultado do questionário aplicado aos funcionários do abrigo que trabalham diretamente e convivem com os idosos.
De acordo com o dicionário Aurélio (2001) a palavra “abrigo” refere-se à proteção; guarida; refúgio, mas, entretanto, há um significado bem mais relevante, visto que o abrigo para idoso é sinônimo de afeto, carinho e compreensão.
Considerando que abrigo tem funcionários que atentam para a importância da saúde e bem-estar do usuário, e que, apesar das dificuldades, está sempre empenhado em proporcionar conforto e alegria aos moradores, O papel do palhaço neste processo é necessário para a promoção do desenvolvimento emocional e social das pessoas que ali se encontram. 
A pesquisa foi feita com o quadro de funcionários do abrigo, destes, um do sexo masculino, idade entre 20 e 30anos, com graduação em enfermagem e presta serviços no abrigo entre 2 e 5 anos. Quatro do sexo feminino uma com idade entre 20 e 30 anos, duas com idade entre 31 a 40 anos, e uma com idade entre 41 a 50 anos, todas com formação em Técnico em enfermagem, e prestam serviços no abrigo a mais de 6 anos, os entrevistados serão identificados com profissional 1, profissional 2, profissional 3, profissional 4 e profissional 5.
Fonte: Pesquisa Direta,2017.
Fonte: Pesquisa Direta, 2017.
É objetivo desse item é apresentar reflexões a respeito do tema, papel do enfermeiro trabalhando os doutores da alegria em um abrigo no município de João pinheiro, e mostrar sua importância para a vida e a relevância das atitudes do enfermeiro, gerando um bem-estar e principalmente saúde e qualidade de vida.
A primeira pergunta teve como objetivo avaliar a atuação dos doutores da alegria no abrigo de João Pinheiro.
Fonte: Pesquisa Direta, 2017.
A pesquisa desenvolvida mostrou que os profissionais doutores da alegria estão empenhados em levar alegria aos moradores do abrigo. Perguntados sobre como avaliam a atuação dos doutores da alegria no abrigo, os entrevistados enfatizaram ser de grande importância, pois melhora o humor, a socialização e auto estima dos idosos. 
Ao que responderam;
Profissional 1: Avalio de forma importante do trabalho dos Doutores da Alegria Nessa trajetória de pesquisa, vários indicadores de resultado da atuação artística foram levantados junto a profissionais de saúde. Aprofundar a compreensão desses indicadores contribui para nosso desenvolvimento e apoia o planejamento de nossas futuras ações.
Profissional 2: Avalia que eles trazem carinho e afeto para os residentes.
Profissional 3: Avalia de forma lúdica onde os internos tem uma qualidade de vida melhora a auto estima faz com que eles se sintam mais importantes.
Profissional 4: Ótimo, uma injeção de ânimo que eles trazem para os abrigados.
Silva (2015) argumenta que o objetivo de levar um pouco de alegria está diretamente ligado aos serviços de saúde, e que a influência é muito positiva. Desse modo, ao realizar ações que visam o auxílio ao idoso para adaptar-se as mudanças de modo vida, contribui-se significativamente na qualidade de vida do idoso, permitindo a reintegração social.
Embora o objetivo maior do projeto seja o de levar um pouco de alegria e alívio àqueles que dependem dos serviços de saúde, percebe-se o quanto as visitas influenciam na construção da humanização de seus participantes (SILVA, 2015 pg. 4)
Desse modo, ao realizar ações que visam o auxílio ao idoso para adaptar-se as mudanças de modo vida, contribui-se significativamente na qualidade de vida do idoso, permitindo a reintegração social.
A segunda pergunta da entrevista teve como objetivo investigar o que permanece com os internos após a visita dos Doutores da Alegria no abrigo. 
Fonte: Pesquisa Direta,2017.
A pesquisa mostrou que a visita traz um misto de nostalgia e alegria que fica no coração dos internos, o que pode gerar uma sensação de vivacidade. Há melhora no comportamento, nas relações sociais, na saúde como um todo. 
Profissional 1: uma satisfação, eles se sentem mais importantes.
Profissional 2: Alegria no seu interior.
Profissional 3: Permanece uma satisfação deles sentir mais importantes.
Profissional 4: sorriem mais, uma grande satisfação e uma carga de energia muito grande.
Profissional 5: expectativa para a próxima visita.
A visita dos doutores da alegria é importante para que os abrigados percebam, apreciem e expressem alegria e outros sentimentos guardados, estabeleçam relações de afetividades e tenham momentos de socialização com os demais.
“Facilitação ao paciente para que perceba, aprecie e expresse o que é engraçado, divertido ou lúdico, a fim de estabelecer relações, aliviar tensões, liberar sentimentos de raiva, facilitar a aprendizagem ou enfrentar sentimentos dolorosos” (DOCHTERMAN, 2008, p.448).
Estima-se que a depressão em idosos seja o que causa mais transtorno à saúde, e está relacionada diretamente com o humor e bem-estar físico e social. A alegria proporcionada pelos doutores da alegria, contribui para a melhora no humor e consequentemente afasta a possibilidade de depressão no idoso.
A terceira pergunta da entrevista teve como objetivo saber a influência da atuação dos Doutores da Alegria na maneira com que o idoso lida com as experiências com o internato no abrigo e no tratamento de doenças.
Fonte: Pesquisa Direta,2017.
Quando questionados se a ação dos doutores da alegria influencia na experiência do idoso com o internato e com as doenças existentes. Conforme o gráfico acima, a melhora no humor promove melhora nas relações sociais, revitaliza e dá sentido na vida e na saúde como um todo. Estando em um espaço onde são bem aceitos e bem tratados, os idosos têm uma melhora significativa na saúde, física e emocional uma vez que o tratamento é feito corretamente.
Profissional 1: Acolhido, alegre, sempre com sorriso no rosto.
Profissional 2: de satisfação em sentir felicidade.
Profissional 3: Eles se sentem valorizados e acolhidos.
Profissional 4: Aceitação do abandono e força para lutar contra sua doença.
Profissional 5: Ficam mais ativos, falantes e animados.
De acordo com Bennett (2003), a prática do riso e da gargalhada melhora o humor, que reforça a imunidade, relaxa a tensão muscular e diminui o estresse, ansiedade e dor por liberação de neurotransmissores relacionados (serotonina e endorfinas) por envolvimento do sistema límbico. O riso tem efeito terapêutico facilitador do tratamento analgésico em ambiente hospitalar e deve ser promovido entre os internos, pois facilita a socialização, as novas amizades e o autoconhecimento.
A quarta questão foi sobre a atuação dos Doutores da Alegria diariamente, no sentido de lidar esuprir as carências afetivas de cada um.
Fonte: Pesquisa Direta,2017.
Buscou- se saber a opinião dos funcionários quanto a um grupo para trabalhar as carências afetivas dos idosos, a resposta foi afirmativa, pois os idosos abrigados, muitas vezes não tem familiares próximos e sofrem pelo abandono. A visita dos doutores da alegria ameniza e melhora a qualidade de vida, porém o trabalho deveria ser diário.
Esta terapêutica, ao instaurar o contato entre o adulto e a sua criança interior, procura justamente alcançar este estado de constante busca do novo, do aprendizado, da prosperidade emocional, do qual estão excluídas a monotonia e os hábitos condicionados ao dia a dia. (Novaes, et al. 2010, p. 63).
 De acordo com o autor esta forma de tratamento tem inovado na qualidade de vida dos internos e no tratamento de doenças principalmente ligadas ao condicionamento do dia a dia. 
Profissional 1: Sim, pois a auto estima deles seria melhor sentiriam mais importantes.
Profissional 2: sim sendo assim eles não sentiriam abandono familiar.
Profissional 3: Sim, pois a equipe de enfermagem não tem tempo de ouvir cada um individualmente.
Profissional 4: sim.
Profissional 5: Sim. Porque os internos sempre esperam um pouco mais de quem tem a oferecer um sentimento tão bom quanto carinho, e um grupo trabalhando com eles poderiam suprir afetivamente um simples sentimento a eles os quais ficam tão radiantes com qualquer gesto de carinho.
As mudanças psicológicas que ocorrem na velhice são, na maioria das vezes, as consequências mais graves em todo o processo de desenvolvimento e aceitação do idoso. 
Neste sentido, Goldfarb (1995, p. 210) afirma que:
A velhice é a fase da vida em que as perdas adquirem maior magnitude, se perde a beleza física padronizada pelos modelos atuais, a saúde plena, o trabalho, os colegas de tantos anos, os amigos, a família, o bem-estar econômico, e fundamentalmente, a extensão infinita do futuro, porque embora as condições de vida possam ser excelentes, o que não pode ser evitado, é o sentimento de finitude que se instala inexoravelmente.
A quinta pergunta da entrevista teve como objetivo investigar que tipo de impacto pode se observar da atuação dos doutores da Alegria nas relações entre os profissionais da saúde.
Fonte: Pesquisa Direta,2017.
De acordo com o gráfico são várias as sensações e sentidos que movem o profissional da saúde e não apenas o profissional, mas o ser humano que necessita de apoio, carinho e compreensão para a cura dos males e uma vida de qualidade.
Profissional 1: Os profissionais vão notar a forma que eles vão ser mais maleáveis tendo mais aceitação.
Profissional 2: boa, pois não conseguimos atender a todos com afeto pois são muitos, internos acabam fazendo alguns serviços, não tratando mal, mas fazendo somente o necessário.
Profissional 3: Os profissionais de saúde atuantes no abrigo se sentem capacitados e capazes para fazer algo diferente. 
Profissional 4: que podemos fazer muito mais que somente os cuidados de enfermagem, podemos fazê-los sorrir.
Profissional 5: Pode se perceber que não só os internos ficam contentes com a atuação, mais de todo e qualquer funcionário uma vez que se vê como eles gostam do que fazem e isto é muito importante.
Fernandes (2003), nos mostra que se estudarmos a pertença grupal, veremos que a perda da criatividade, a sensação de carência e até verdadeiras crises de identidade podem ocorrer em função de o sujeito ver-se “desacatado” quando é obrigado a se afastar do grupo ao qual pertence. Isto é o que normalmente ocorre com os idosos asilados que ao serem encaminhados para a instituição, perdem sua identidade por perderem o seu espaço, levando-os a um crescente empobrecimento da vida afetiva, instalando aí o luto.
A sexta pergunta da entrevista foi por um viés de reflexão, onde o entrevistado citou suas experiências no trabalho com os idosos, a partir da inovação dos Doutores da alegria, onde responderam sim ou não e também de forma dissertativa.
Fonte: Pesquisa Direta, 2017.
Analisando o gráfico é possível considerar que as experiências foram positivas e que o projeto é abrangente. Enfim, a opinião dos entrevistados sobre a atuação dos doutores da alegria é positiva, disseram que o fato de fazer rir, motiva os idosos e melhora a qualidade de vida, o que traz também, como já citado, melhora na saúde e nas relações sociais com os demais abrigados e com os funcionários.
Profissional 1: A atuação dos doutores da alegria e importantes sim, pois muito são abandonados pelos seus familiares, e sentem rejeitados pela família, com isso os doutores da alegria vem tampando esse vazio dentre eles.
Profissional 2: A atuação dos doutores da alegria e muito importante pois cada interno que está ali sente rejeitado pela sua família senti desprezo aí tendo os meninos eles vêm trazendo alegria sorriso no rosto e acabando com o vazio de cada um que ali reside as vezes um que nunca conseguiu sorrir senti alegria em um profissional que ali está.
Profissional 3: A atuação dos doutores da alegria, no meu ponto de vista, é de suma importância para os idosos residentes no abrigo em questão. Pois pode proporcionar a eles uma melhora considerável na qualidade de vida e autoestima. É um projeto positivo acho que deveria ser implantado todos os dias para um melhor aproveitamento da alegria dos idosos.
Profissional 4: somos gratos por todo trabalho desenvolvido por eles (doutores da alegria). Esta doação de alegria, traduz que ainda podemos contar com a caridade do próximo. Minha sugestão é: nuca deixe de fazer sorrir.
Profissional 5: o sorriso no rosto de cada idoso é gratificante, uma experiência única de ver a alegria daqueles que algum dia foram como nós, uma iniciativa não só positiva como também é uma iniciativa da qual muitos devem se orgulhar, creio que poderiam montar oficinas para poder brincarem, conversarem alegrando mais os dias dos nossos idosos ou até visitas mais frequentes.
Em suma, a atuação dos doutores da alegria contagia a todos, desde os abrigados até os profissionais de saúde envolvidos, possibilitando benefícios aos idosos. As visitas propiciam mais interação entre os membros do grupo, trocas de ideias e socialização. A repercussão observada é positiva levando em consideração a totalidade da instituição.
VI CONSIDERAÇÕES FINAIS
Acredita-se que o palhaço propicie a percepção das emoções, das histórias de vida e dos anseios, levando o idoso a enxergar além da idade e da doença em um ambiente que, com a devida capacitação e orientação, incita a utilização da criatividade e o desenvolvimento emocional. Há, portanto, a formação da empatia que auxilia o profissional da saúde a encontrar formas de ajudar o paciente a enfrentara doença e a superar a situação de abrigado, deixando o mais seguro e disposto a informar com mais desenvoltura seus problemas, sintomas e dúvidas.
Os resultados da pesquisa mostram que a atuação dos doutores da alegria no abrigo, propicia tanto aos idosos, quanto aos funcionários, momentos de alegria, descontração e ressocialização. A atuação dos doutores da alegria, proporciona aos idosos melhor qualidade de vida e saúde. Com o intuito de discorrer mais sobre, novas pesquisas devem ser desenvolvidas, visando também observar e entrevistar os idosos, principalmente em suas expectativas.
REFERÊNCIAS
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DOUTORES DA ALEGRIA. Boca Larga: Caderno dos Doutores da Alegria. São Paulo: Doutores da Alegria; 2005. v. 1.
DOCHTERMAN, J. M. Classificação das intervenções de enfermagem. 4. ed. Porto Alegre, 2008.
FERNANDES, W. J.; SVARTMAN, B.; FERNANDES, B. S. e (Cols.). Grupos e configurações vinculares. Porto Alegre: Artmed, 2003
GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. Revista de Administração de Empresas. São Paulo: v.35, n.2, p. 57-63, abril 1995.MARCONI, M. A; LAKATOS, E. M. Fundamentos da Metodologia Científica. 5.ed. São Paulo: Editora Atlas, 2003.
MASETTI, M. Soluções de Palhaços: transformações na realidade hospitalar. 3.ed. São Paulo: Palas Atenas, 2002.
MASETTI, M. Boas Misturas- A ética no contexto hospitalar. São Paulo: Palas Athena.
MINAYO, M.C.S. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. 8.ed. São Paulo: Editora Hucitec ,2004.
MONTENEGRO, S. M. R. Os efeitos de um programa de fisioterapia como promoter de saúde na capacidade funcional de mulheres idosas institucionalizadas. 2006. 80 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Saúde). Centro de Ciências da Saúde, Universidade de Fortaleza, Fortaleza, 2007.
NOVAES, Maria Helena. DESSANDRE, Suely de Almeida B. PSIG – Programa Sistêmico Integrado Global de Ativação Cerebral Criativa. Subsídios Básicos de Apoio. Ed. E-papers. Rio de Janeiro, 2010.
PATRÍCIO. Z. M. Qualidade de vida do ser humano na perspectiva de novos paradigmas: possibilidades Éticas e Estéticas nas Interações Ser Humano-Natureza-CotidianoSociedade. In: PATRÍCIO, Z. M.; CASAGRANDE, J. L.; ARAÚJO, M. F. de (Orgs.). Qualidade de Vida do Trabalhador: uma abordagem qualitativa do ser humano através de Novos Paradigmas. Florianópolis: Ed. do Autor, 1999, p. 19-88. (Patrício, 1995 a; 1999 a).
PRADO, M. M. R. Descobrindo o lúdico: a vivência lúdica infantil na sociedade moderna. Revista de Terapia Ocupacional, São Paulo, v. 2, n. 4, p. 159-166, 1991
Silva, Diego Lineker Marquetto; Yassuda, MeyreMieko; Faleiros, Francisca Teresa Veneziano. Alegria: um remédio sem nenhuma contraindicação! 8º Congresso de extensão universitária da UNESP, p. 1-5, 2015. Disponível em: http://hdl.handle.net/11449/142547. Acesso em 13 de novembro de 2017.
ANEXOS
QUESTIONÁRIO
1-Sexo 
( ) feminino ( ) masculino
2- Idade 
( ) 20 a 30 anos ( ) 31 a 40 anos ( ) 41 a 50 anos ( ) maior de 50
3- Formação
( ) técnico de enfermagem ( ) Enfermagem
4- A quanto tempo trabalha no abrigo?
( ) Até 1 ano
( ) de 2 a 5 anos
( ) 6 a 10 anos
( ) mas de 10 anos
QUESTIONARIO
 1- Como você avalia a atuação dos doutores da alegria no abrigo?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2-O que permanece com os internos após a visita dos Doutores da Alegria no abrigo?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3- Qual a influência da atuação dos Doutores da Alegria na maneira com que o idoso lida com a experiência internato no abrigo e no tratamento de doenças existentes?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4- Na sua opinião, você acha que deveria ter um grupo que trabalhe diariamente com os internos, com o objetivo de suprir as carências afetivas de cada um?
_________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________________________________________
5- Que tipo de impacto pode- se observar da atuação dos Doutores nas relações dos profissionais de saúde entre si?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6- Descreva sua em poucas palavras suas considerações, observações e experiências positivas com os idosos após o início da atuação dos Doutores da Alegria. Na sua opinião é uma iniciativa com resultados positivos ou negativos? Daria alguma sugestão de mudança ou melhoria?
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
 FACULDADE CIDADE DE JOÃO PINHEIRO 
CURSO DE ENFERMAGEM
Eu Gisele Santiago dos Santos acadêmica do décimo período de enfermagem situada ao endereço R.Barão do Rio Branco Número 773 no Bairro Agua Limpa na cidade de João Pinheiro-MG, estou em fase de elaboração do meu trabalho de conclusão de curso, sobre o tema: PAPEL DO ENFERMEIRO TRABALHANDO OS DOUTORES DA ALEGRIA EM UM ABRIGO NO MUNICÍPIO DE JOÃO PINHEIRO (MG), venho convidar vosso senhoria a colaborar com o projeto de pesquisa, sentido de relatar seus conhecimentos sobre o assunto proposto antecipadamente garanto que as informações adquiridas nesta pesquisa serão utilizadas para finalidades cientifica no nível de atenção de atendimento e mantido em sigilo a identidade e quaisquer dados pessoais, as informações fornecidas serão utilizadas, única e exclusivamente para a execução do projeto em questão, dede de já agradeço a sua colaboração.
João Pinheiro, __ de _______________ de 2017
Assinatura do (a) entrevistado
João Pinheiro-MG
2017

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