Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profa. Karla Pimentel Maia � A compactação de um solo é a sua densificação por meio da remoção do ar, o que requer aplicação de energia mecânica. � Objetivos: � Aumentar a intimidade do contato entre os grãos de solo � Tornar o aterro mais homogêneo � Melhorar as propriedades do solo (redução de recalques, aumento da rigidez e da resistência do solo e redução da permeabilidade) pelo aumento do seu peso específico e redução dos seus vazios � Aterros, camadas do pavimento, construção de barragem de terra, construção de estruturas de contenção, preenchimento de valetas. � Tipo de solo disponível e o tipo de obra determinam o processo de compactação mais adequado, a umidade em que o solo deve se encontrar e a densidade a ser atingida. � Em fins da década de 1930, O. J. Porter da California Division of Highways, EUA, desenvolveu um método para determinação do ponto ótimo de compactação dos solos – o ponto de máxima compactação. � O método empírico de Porter consistia em compactar uma porção de solo em laboratório, com uma certa energia de compactação, variando a umidade. Para Porter, o resultado da compactação era a redução do volume de ar dos vazios, a qual é uma função da umidade dos solos. � Em 1933, Ralph Proctor padronizou o ensaio de compactação dando nome ao ensaio (Ensaio de Compactação de Proctor) e à curva de compactação (Curva de Compactação de Proctor). Curva de compactação Onde: e = índice de vazios ρs = massa específica dos grãos de solo ρd = massa específica seca ρ = massa específica do solo w = teor de umidade do solo � Curva de Saturação: lugar geométrico dos valores de umidade e massa específica seca, estando o solo saturado (S = 100%) � Curvas de igual grau de saturação Curva de compactação Onde: ρs = massa específica dos grãos de solo ρw = massa específica da água � Para S = 1 � ABNT (NBR 7.182/86) � A amostra de solo é previamente seca ao ar e destorroada � Passa-se a amostra na peneira de 4,8 mm, procurando sempre desmanchar os torrões � Inicia-se o ensaio acrescentando-se água até que o solo fique com cerca de 5% de umidade abaixo da umidade ótima. Uniformiza-se bem a umidade � Pesa-se o cilindro a ser utilizado, com resolução de 1,0 g.� Pesa-se o cilindro a ser utilizado, com resolução de 1,0 g. � Uma porção de solo é colocada num cilindro padrão (10 cm de diâmetro, altura de 12,73 cm, volume de 1.000 cm3) � Aplicam-se 26 golpes de um soquete com massa de 2,5 kg caindo de 30,5 cm em cada camada. Deve-se ter o cuidado de distribuir os golpes de forma uniforme em toda a área do cilindro � A porção de solo compactado deve ocupar cerca de 1/3 da altura do cilindro. Escarificar a superfície da camada compactada, para permitir uma melhor aderência com a camada seguintepermitir uma melhor aderência com a camada seguinte � O processo é repetido mais duas vezes, atinge-se uma altura um pouco superior ao do cilindro (anel complementar) � Acerta-se o volume raspando o excesso. � Determina-se a massa do conjunto cilindro + solo compactado e em seguida retira-se a amostra compactada do interior do cilindro com o extrator de amostras. � Coloca-se em cápsulas de alumínio, amostras de cada uma das camadas do solo compactado, para a determinação do teor de umidade do primeiro ponto. � A amostra é destorroada e a umidade aumentada (cerca de 2%) � Para as demais determinações de teor de umidade, repete-se o� Para as demais determinações de teor de umidade, repete-se o processo descrito. � Determina-se um mínimo de 5 pontos, 2 pontos acima, 2 pontos abaixo e 1 ponto próximo do teor de umidade ótimo estimado. � A massa específica seca máxima e a umidade ótima dependem da energia de compactação aplicada � Uma maior energia de compactação conduz a uma maior massauma maior massa específica seca máxima e uma menor umidade ótima, deslocando a curva para a esquerda e para o alto Onde: EC = Energia de Compactação M = massa do soqueteM = massa do soquete H = altura de queda do soquete Ng = número de golpes em cada camada Nc = número de camadas V = volume de solo compactado Energias de compactação especificadas pela norma brasileira NBR 7182 Designação Peso (N) Altura de queda (cm) Número de camadas Número de golpes Volume do cilindro (cm3) Energia (N.cm/cm3) Proctor normal (PN) 25 30,5 3 26 1.000 59 Proctor normal (PN) 45 45,0 5 12 2.000 60 Intermediário (PI) 45 45,0 5 26 2.000 130 Proctor Modificado 45 45,0 5 55 2.000 270 - floculada + dispersa direções de aumento da dispersão + floculada - dispersa Lambe (1958) � Escolha da área de empréstimo: propriedades geotécnicas do material, distância de transporte, teor de umidade natural � Transporte e espalhamento: ◦ Espessura das camadas: < 30 cm de material fofo para se ter 15 a 20 cm de solo compactado (incluindo-se 2 a 5 cm da camada anterior) � Acerto da umidade: solo muito úmido (revolvimento do solo), solo muito seco (aspersão de água)muito seco (aspersão de água) � Rolagem em passadas longitudinais das bordas ao centro da praça de trabalho com superposição de, no mínimo, 20 cm entre as passadas. � Equipamentos de campo: motoscrapers para lançamento e espalhamento do material; motoniveladora para regularização das camadas; caminhões pipa ou irrigadeiras para irrigação ou arados de discos para aeração. motoscraper motoniveladora Rolo compactador liso Rolo compactador pé de carneiro Rolo compactador pneumático Rolo vibratório Soquete manual Placas Vibratórias Mini compactadores operados remotamente Massad (2003) %100×= − campodGC γ � Grau de Compactação � Nas especificações técnicas fornecidas ao empreiteiro são indicados os solos de empréstimo e, para cada um, o grau de compactação mínimo exigido, bem como o teor de umidade, tomando como referência o teor de umidade ótimo. %100 max ×= − olaboratórid GC γ otwww −=∆ � Desvio de Umidade � Ex.: Cada camada deve ser compactada até se obter um grau de compactação de 98% em relação ao ensaio Proctor Modificado e o teor de umidade antes e durante a compactação deve ser controlado de modo a situar-se entre o valor ótimo (wot) e wot ±1% Fernandes (2014) � As especificações dos valores de γd e de w visa assegurar a semelhança do aterro a construir com as amostras compactadas em laboratório, cujas propriedades basearam o projeto. � A rigor, a especificação desses dois parâmetros físicos assegura a semelhança física entre as amostras e o aterro. Assegurada esta, é razoável esperar que as semelhanças mecânicas (isto é, a resistência e a rigidez) e hidráulica (a permeabilidade), que são determinantes para o desempenho do aterro, sejam asseguradas.determinantes para o desempenho do aterro, sejam asseguradas. Fernandes (2014) � Utilizados quando se executam obras de grande vulto � Pequeno aterro com solo selecionado para a obra, com 200 m de extensão, por exemplo, subdivido em 4 a 6 sub-trechos com umidades diferentes e compactado com o equipamento previsto � A sua construção tem como objetivos: o Orientar na seleção do equipamento a utilizar o Indicar as umidade mais adequadas para cada equipamento, asIndicar as umidade mais adequadas para cada equipamento, as espessuras de camadas, o número de passadas do equipamento a partir do qual pouco efeito é obtido o Permitir a observação visual do aterro compactado e de eventuais problemas o Retirar amostras representativas para ensaios mecânicos Fernandes (2014) � Método do frasco de areia � Densímetro nuclear Fernandes (2014) � Visualização de excesso de poeira durante o nivelamento podem indicar que o solo foi colocado muito abaixo da umidade ótima. � A insistênciada passagem de equipamento compactador quando o solo se encontra muito úmido faz com que ocorra o fenômeno conhecido como borrachudo. � A energia aplicada passa a ser transferida para a água que a devolve como se fosse um material elástico, ou uma borracha. � As pressões neutras elevam-se e o solo sofre um processo de cisalhamento ao longo de planos horizontais. O solo se apresenta Solo borrachudo cisalhamento ao longo de planos horizontais. O solo se apresenta laminado. � Dificuldade na compactação no encontro de aterros com estruturas com formas geométricas complexas � Possibilidade de recalques diferenciais decorrentes das diferentes compressibilidades obtidasobtidas Fell et al. (2015) Fluxo concentrado na barragem de Tunbridge (Tasmânia, Austrália) Fonte: Geoengineer.org Causa provável: compactação deficiente das camadas do aterro Permeabilidade � A condutividade hidráulica decresce com o aumento do teor de umidade � Alto valor de condutividade hidráulica no ramo seco é resultado da orientação aleatória Argila arenosa da Jamaica Das (2007) resultado da orientação aleatória das partículas de argila, a qual cria poros maiores Resistência (Lambe & Whitman, 1979 apud Gomes, 2012) � Solos argilosos compactados no ramo seco tendem a ser mais rígidos e apresentarem maiores resistências do que os solos compactados no ramo úmido. Otimização de seção de barragem Massad (2003) � O núcleo compactado acima da umidade ótima é menos permeável do que os espaldares de montante e de jusante, funcionando como septo impermeável. Os espaldares, por serem compactados abaixo da umidade ótima, apresentam maiores resistências garantindo a estabilidade da barragem. � Das, B. M. (2007). Fundamentos de Engenharia Geotécnica � Fell, R., MacGregor, P., Stapledon, D., Bell, G. & Foster, M. (2015). Geotechnical Engineering of Dams. CRC Press, 2nd edition. � Fernandes, M. M. (2014). Mecânica dos solos – Introdução à engenharia Geotécnica. Volume 2. Oficina de Textos, São Paulo. � Gomes, R. C. (2016). Notas de Aula – Compactação. NUGEO, Escola de Minas, UFOP. � Sousa Pinto, C. (2006). Curso Básico de Mecânica dos Solos� Sousa Pinto, C. (2006). Curso Básico de Mecânica dos Solos
Compartilhar