Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Prof. Celius A. Magalha˜es Ca´lculo III Notas da Aula 10∗ Regra da Cadeia II Ale´m do que ja´ foi visto, a regra da cadeia tem duas outras consequeˆncias. Uma e´ em relac¸a˜o a`s derivadas direcionais, com as quais e´ poss´ıvel determinar a direc¸a˜o de maior cres- cimento de uma func¸a˜o. Outra e´ uma demonstrac¸a˜o matema´tica de uma lei de conservac¸a˜o. Derivada Direcional As derivadas parciais sa˜o as inclinac¸o˜es das retas tangentes ao gra´fico de uma func¸a˜o ao longo dos eixos coordenados. E ao longo de uma outra reta qualquer, qual a inclinac¸a˜o desse gra´fico? Essa pergunta pode ser respondida com a derivada direcional, cuja interpretac¸a˜o e´ exatamente essa, a de fornecer a inclinac¸a˜o do gra´fico da func¸a˜o ao longo de uma reta dada. Assim, as derivadas direcionais sa˜o uma extensa˜o natural das derivadas parciais, e de fato essas duas derivadas possuem propriedades muito semelhantes. A derivada direcional e´ definida como segue. Seja f : D → R uma func¸a˜o dada e P0 = (x0, y0) um ponto interior a D, isto e´, tal que B(P0, δ) ⊂ D para algum δ > 0. Escolhida uma direc¸a˜o qualquer v = (a, b), a reta por P0 e na direc¸a˜o v pode ser parametrizada por P (t) = P0 + tv = (x0 + at, y0 + bt). Com essa parame- trizac¸a˜o, se |t| for pequeno, enta˜o P (t) ∈ B(P0, δ) ⊂ D, e fica definida a composta f(P (t)) = f(x0 + at, y0 + bt) P0 P (t) f(P (t)) que representa a restric¸a˜o da func¸a˜o f ao longo da reta P (t). Veja a figura acima. Definic¸a˜o 1. Caso exista, a derivada direcional de f no ponto P0 e na direc¸a˜o v e´ o limite fv(P0) = d dt f(P (t)) ∣∣∣ t=0 = lim t→0 f(x0 + at, y0 + bt)− f(x0, y0) t No caso em que v = (1, 0), a reta e´ P (t) = (x0 + t, y0), e portanto a derivada direcional fv(P0) = lim t→0 f(x0 + t, y0)− f(x0, y0) t e´ a derivada parcial fx(P0). Da mesma forma fv(P0) = fy(P0) no caso em que v = (0, 1). Isto mostra que as derivadas direcionais sa˜o uma generalizac¸a˜o das derivadas parciais. Assim como as parciais, as derivadas direcionais podem ou na˜o existir. Podem inclusive na˜o existir em todas as direc¸o˜es, como ilustra o pro´ximo exemplo. Exemplo 1. Determinar as direc¸o˜es em que a func¸a˜o f : R2 → R, f(x, y) = √ x2 + y2, possui derivada direcional no ponto P0 = (0, 0). ∗Texto digitado e diagramado por Yuri Santos a partir de suas anotac¸o˜es de sala P (t) Soluc¸a˜o. Considere uma direc¸a˜o qualquer v = (a, b) com ‖v‖ 6= 0. Enta˜o a reta por P0 e na direc¸a˜o v tem equac¸a˜o P (t) = P0 + tv = (at, bt). Da´ı segue-se que f(P (t))− f(P (0)) t = √ (at)2 + (bt)2 t = |t|√a2 + b2 t . onde √ a2 + b2 = ‖v‖ 6= 0. Ora! Como na˜o existe o limite limt→0 |t|/t, na˜o existe tambe´m a derivada direcional fv(P0). Como v e´ uma direc¸a˜o qualquer, conclu´ı-se que a func¸a˜o na˜o possui derivada direcional em todas as direc¸o˜es. � Exemplo 2. Determinar as direc¸o˜es em que a func¸a˜o f : R2 → R, f(x, y) =√|xy|, possui derivada direcional no ponto P0 = (0, 0). Soluc¸a˜o. Novamente, considere uma direc¸a˜o qualquer v = (a, b) com ‖v‖ 6= 0. Enta˜o a reta por P0 e na direc¸a˜o v tem equac¸a˜o P (t) = P0 + tv = (at, bt), e portanto f(P (t))− f(P (0)) t = √|(at)(bt)| t = |t|√|ab| t . Como no exemplo acima, a func¸a˜o na˜o possui derivada P (t) direcional nos casos em que √ |ab| 6= 0, pois nesse caso na˜o existe o limite limt→0 |t|/t. No entanto, pode-se ter √|ab| = 0 com ‖v‖ 6= 0. Basta escolher, por exemplo, v = (1, 0). Neste caso, o quociente f(P (t))−f(P (0)) t se anula identicamente, e portanto existe a derivada fv(P0) = 0. Essa derivada e´ a deriva parcial fx(P0), uma vez que a direc¸a˜o e´ v = (1, 0). Analogamente obte´m-se fv(P0) = fy(P0) = 0 para v = (0, 1). Esse exemplo ilustra o caso em que as derivadas direcionais podem existir em algumas direc¸o˜es e na˜o em outras. � Exemplo 3. Determinar as direc¸o˜es em que a func¸a˜o f : R2 → R possui derivada direcional no ponto P0 = (0, 0), onde f(P0) = 0 e f(P ) = 2x2y x4 + y2 para P = (x, y) 6= P0. P (t) Soluc¸a˜o. Mais uma vez, considere uma direc¸a˜o qualquer v = (a, b), com ‖v‖ 6= 0, e a reta de equac¸a˜o P (t) = P0+ tv = (at, bt), que passa por P0 e tem a direc¸a˜o v. Enta˜o f(P (t))− f(P (0)) t = 1 t 2(at)2(bt) [(at)4 + (bt)2] = 2a2b a4t2 + b2 . e deve-se considerar os casos em que b = 0 e b 6= 0. No primeiro caso, em que b = 0, o quociente f(P (t))−f(P (0)) t se anula identicamente, e portanto existe a derivada fv(P0) = 0. No segundo caso, em que b 6= 0, tambe´m existe a derivada direcional e e´ igual a fv(P0) = lim t→0 f(P (t))− f(P (0)) t = lim t→0 2a2b a4t2 + b2 = 2a2 b . Assim, a func¸a˜o possui derivada direcional em todas as direc¸o˜es. � Esse exemplo e´ chocante! A mesma func¸a˜o foi estudada no Exemplo 3 da Aula 04 e, usando a regra dos dois caminhos, foi visto la´ que ela nem e´ cont´ınua em P0. Assim, em um determinado ponto, a func¸a˜o pode ter derivadas direcionais em todas as direc¸o˜es e, apesar disso, na˜o ser continua no ponto. Na˜o sendo cont´ınua ela tambe´m na˜o e´ diferencia´vel. Deste exemplo conclui-se que a existeˆncia das derivadas direcionais na˜o implica em dife- renciabilidade. No entanto, de acordo com o pro´ximo resultado, vale a implicac¸a˜o contra´ria. Ca´lculo III Notas da Aula 10 2/5 Teorema 1. Se f e´ diferencia´vel em P0 enta˜o, neste ponto, ela possui derivada direcional em qualquer direc¸a˜o v = (a, b) e fv(P0) = fx(P0)a + fy(P0)b. Demonstrac¸a˜o. Esta e´ uma consequeˆncia simples da regra da cadeia. De fato, indicando por P (t) = P0 + tv a equac¸a˜o da reta por P0 e na direc¸a˜o v, a derivada direcional fv(P0), caso exista, e´ a derivada da composta f(P (t)) em t = 0. Ora! E´ claro que P (t) e´ deriva´vel com P ′(0) = v. Como f e´ diferencia´vel em P0 = P (0), da regra da cadeia segue-se que a composta f(P (t)) e´ deriva´vel em t = 0. Logo, a func¸a˜o possui a derivada direcional fv(P0). Ale´m disso, ainda pela regra da cadeia, essa derivada e´ fv(P0) = d dt f(P (t)) ∣∣∣ t=0 = 〈∇f(P (0)), P ′(0)〉 (1) = 〈∇f(P0), v〉 = fx(P0)a + fy(P0)b � O´timo! Nos pontos em que a func¸a˜o e´ diferencia´vel ela tambe´m possui derivada direcional em qualquer direc¸a˜o. Ale´m disso, a derivada direcional e´ dada por um produto escalar! Isso e´ interessante porque o produto escalar pode ser interpretado em termos da projec¸a˜o ortogonal. Vale enta˜o lembrar que a projec¸a˜o ortogonal do vetor Q = (c, d) sobre o vetor v = (a, b), com ‖v‖ 6= 0, e´ dada por rv, onde r = 〈Q, v〉/‖v‖2. Mais explicitamente, a projec¸a˜o ortogonal e´ dada por rv = 〈Q, v〉 ‖v‖2 v = 〈 Q, v ‖v‖ 〉 v ‖v‖ v rv Q No caso em que a direc¸a˜o v e´ um vetor unita´rio, isto e´, em que ‖v‖ = 1, enta˜o a projec¸a˜o e´ dada por rv = 〈Q, v〉v, onde |r| = |〈Q, v〉| e´ o comprimento da projec¸a˜o. Em particular, no caso em que Q e´ o vetor gradiente, com ‖∇f(P0)‖ 6= 0, de (1) segue-se que |fv(P0)| = |〈∇f(P0), v〉| = comprimento da projec¸a˜o de ∇f(P0) sobre v v 〈∇f, v〉v ∇f Com essa interpretac¸a˜o, e com o auxilio da figura, segue- se que, entre todas as direc¸o˜es v com ‖v‖ = 1, o maior valor de fv(P0) e´ obtido quando se escolhe v na direc¸a˜o de∇f(P0)! Como fv(P0) e´ tambe´m a inclinac¸a˜o do gra´fico da func¸a˜o ao longo da reta por P0 e na direc¸a˜o v, segue-se que a direc¸a˜o do gradiente e´ a de maior inclinac¸a˜o. Dito de outra maneira, no ponto P0 o gradiente ∇f(P0) aponta na direc¸a˜o de maior crescimento da func¸a˜o. Essa justificativa geome´trica pode ser demonstrada analiticamente como segue. Lema 1. Supor f diferencia´vel em P0 com ‖∇f(P0)‖ 6= 0. Enta˜o a direc¸a˜o w = ∇f(P0)‖∇f(P0)‖ e´ tal que fv(P0) ≤ fw(P0) para toda direc¸a˜o v com ‖v‖ = 1 Demonstrac¸a˜o. Como w = ∇f(P0)/‖∇f(P0)‖, e´ claro quefw(P0) = 〈∇f(P0), w〉 = 〈∇f(P0),∇f(P0)〉‖∇f(P0)‖ = ‖∇f(P0)‖ (2) Para uma outra qualquer direc¸a˜o v, com ‖v‖ = 1, e indicando por θ o aˆngulo entre v e ∇f(P0), de (2) acima segue-se que fv(P0) = 〈∇f(P0), v〉 = ‖∇f(P0)‖‖v‖ cos(θ) ≤ ‖∇f(P0)‖ = fw(P0) (3) como afirma o lema. � O pro´ximo exemplo e´ uma aplicac¸a˜o interessante do Lema 1, em que as linhas de fluxo do calor sa˜o as linhas ao longo das quais o calor flui. Ca´lculo III Notas da Aula 10 3/5 Exemplo 4. Determinar as linhas de fluxo do calor para a chapa semicircular D = {(x, y); x2 + y2 < 1 e y > 0} com temperatura T : D → R dada por T (x, y) = 20 pi arctan ( 2y 1− x2 − y2 ) . Soluc¸a˜o. O primeiro passo e´ estudar as curvas de n´ıvel Ck = {(x, y) ∈ D : T (x, y) = k}, que sa˜o as isotermas da chapa. Indicando por k̂ = tan(kpi 20 ), e´ fa´cil concluir que Ck e´ um arco do c´ırculo x2 + (y+ 1/k̂)2 = 1+ 1/k̂2, de centro no ponto (0,−1/k̂) e raio √ 1 + 1/k̂. Todos esses c´ırculos pas- sam pelos pontos (1, 0) e (−1, 0), conforme ilustra a figura. −1 1 x y −1 1 x y Ora! Em cada ponto P ∈ D, o calor flui na direc¸a˜o da menor temperatura, e pelo Lema 1 essa direc¸a˜o dada por −∇T (P ), isto e´, a direc¸a˜o contra´ria a` de maior crescimento. Ale´m disso, o gradiente e´ ortogonal a` curva de n´ıvel. Assim, as linha de fluxo sa˜o aquelas ortogonais a`s isotermas, conforme ilustra a figura ao lado. O exemplo pode ser melhor percebido pelo gra´fico da func¸a˜o temperatura, ilustrado na figura ao lado. Do gra´fico percebe-se que a temperatura e´ alta em pontos do domı´nio perto do c´ırculo x2 + y2 = 1, e a temperatura e´ baixa em pontos do domı´nio perto do eixo Ox. O calor flui enta˜o da maior para a menor temperatura, ao longo de linhas que sa˜o ortogonais a`s isotermas. Este exemplo ilustra bem como as propriedades do gradi- ente, obtidas a partir da Regra da Cadeia, podem ser usadas em estudos de termodinaˆmica. � x y Forc¸as Conservativas A mesma regra da cadeia pode tambe´m ser usada na demonstrac¸a˜o de algumas leis de conservac¸a˜o, conforme ilustrado a seguir. Considere a forc¸a gravitacional com que a Terra atrai um sate´lite que esta´ em o´rbita. Escolha um sistema de coordenadas Oxy em que a Terra esta´ na origem e indique por P = (x, y) a posic¸a˜o do sate´lite, por M a massa da Terra, por m a massa do sate´lite e por F (P ) a forc¸a gravitacional com que a Terra atrai o sate´lite. F v Segundo as leis de Newton, a intensidade da forc¸a e´ ‖F (P )‖ = GMm/‖P‖2, a direc¸a˜o e´ aquela que liga os centros de massa e o sentido e´ do sate´lite para a Terra. Assim, a forc¸a F (P ) tem a direc¸a˜o e sentido do vetor unita´rio U(P ) = −P/‖P‖ e portanto sua expressa˜o e´ F (P ) = ‖F (P )‖ U(P ) = GMm‖P‖2 −P ‖P‖ = − GMm ‖P‖3 P Em termos das coordenadas P = (x, y) do ponto P a forc¸a escreve-se como F (x, y) = − GMm ( √ x2 + y2)3 (x, y) = ( −GMmx (x2 + y2)3/2 , −GMmy (x2 + y2)3/2 ) Ca´lculo III Notas da Aula 10 4/5 Indique agora por F (x, y) = (L(x, y),M(x, y)) as coordenadas do vetor forc¸a, isto e´, L(x, y) = −GMmx (x2 + y2)3/2 e N(x, y) = −GMmy (x2 + y2)3/2 Com essa notac¸a˜o percebe-se uma igualdade impressionante: a func¸a˜o f(P ) = GMm ‖P‖ = GMm (x 2 + y2)−1/2 e´ tal que fx(x, y) = −1 2 GMm (x2 + y2)−3/2 (2x) = −GMm x (x2 + y2)3/2 = L(x, y) e analogamente obte´m-se que fy(x, y) = N(x, y). Da´ı segue-se que a forc¸a F e´ igual ao gradiente da func¸a˜o f , isto e´, F (x, y) = (L(x, y),M(x, y)) = (fx(x, y), fy(x, y)) Como sera´ visto no pro´ximo exemplo, essa igualdade e´ o motivo de fundo pelo qual a forc¸a gravitacional e´ conservativa. A partir dela e´ poss´ıvel mostrar que a func¸a˜o f fornece o trabalho realizado pela forc¸a F ao longo de uma trajeto´ria. Ale´m disso, como o trabalho e a energia potencial tem sinais contra´rios, se o sate´lite esta´ no ponto P = (x, y) enta˜o a sua energia potencial e´ dada por EP (x, y) = −f(x, y). A energia total do sate´lite e´ a soma EC(x, y)+EP (x, y) das energias cine´tica e potencial. Em relac¸a˜o a` energia cine´tica, indicando por P (t) = (x(t), y(t)) a posic¸a˜o do sate´lite no instante t, a velocidade vetorial e´ P ′(t) = (x′(t), y′(t)), a velocidade escalar e´ v(t) = ‖P ′(t)‖ e a energia cine´tica e´ EC(P (t)) = 1 2 mv(t)2 = 1 2 m‖P ′(t)‖2. Exemplo 5. Com a notac¸a˜o acima, verifique que a energia total E(t) = EC(P (t))+EP (P (t)) do sate´lite e´ conservada, isto e´, que E(t) na˜o muda com o tempo. Soluc¸a˜o. Basta verificar que a derivada de E(t) e´ nula! E, de fato, como EC(P (t)) = 1 2 m‖P ′(t)‖2 = 1 2 m(x′(t)2 + y′(t)2) segue-se que d dt EC(P (t)) = 1 2 m(2x′(t)x′′(t) + 2y′(t)y′′(t)) = 〈(mx′′(t), my′′(t)), (x′(t), y′(t))〉 = 〈mP ′′(t), P ′(t)〉 onde P ′′(t) = (x′′(t), y′′(t)) e´ o vetor acelerac¸a˜o do sate´lite. Por outro lado, a energia potencial EP (P (t)) = −f(P (t)) e´ uma composta, e sua derivada e´ dada pela Regra da Cadeia: d dt EP (P (t)) = 〈−∇f(P (t)), P ′(t)〉 = 〈−F (P (t)), P ′(t)〉 onde foi usado que ∇f = F . Agora e´ hora de usar mais uma das leis de Newton, a que afirma que a forc¸a e´ igual a massa vezes a acelerac¸a˜o. No caso em questa˜o essa lei assegura que F (P (t)) = mP ′′(t). Usando essa lei e somando as derivadas acima obte´m-se que d dt E(t) = d dt EC(P (t)) + d dt EP (P (t)) = 〈mP ′′(t), P ′(t)〉+ 〈−F (P (t)), P ′(t)〉 = 〈mP ′′(t)− F (P (t)), P ′(t)〉 = 0 Isso mostra que E(t) tem derivada nula, e portanto e´ independente do paraˆmetro t, o que significa que a energia total se mante´m constante ao longo da trajeto´ria do sate´lite. � Neste exemplo na˜o ha´ nada de muito particular em relac¸a˜o a` forc¸a gravitacional. O importante e´ que a forc¸a F seja o gradiente F = ∇f de alguma func¸a˜o f . Se esse for o caso, o mesmo argumento mostra que a energia total e´ conservada, e a forc¸a e´ dita conservativa. Ca´lculo III Notas da Aula 10 5/5
Compartilhar