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Magistratura e MP CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: Direito Empresarial Professor: Marcelo Iacomini Aulas: 05 e 06 | Data: 24/02/2016 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO TEORIA GERAL 1. Empresário 2. Espécies de empresário 2.1. Empresário propriamente dito 2.2. Sociedade empresária * Sociedades em espécie (cont.) a) Sociedade em comum b) Sociedade em conta de participação c) Sociedade Limitada @Mpiacomini TEORIA GERAL 1. Empresário 2. Espécies de empresário 2.1. Empresário propriamente dito 2.2. Sociedade empresária Em nossa ultima aula vimos que o empresário é um gênero que abrange 3 espécies: Vimos os conceitos de empresário propriamente dito e iniciamos o estudo das espécies de sociedade empresária. Iniciamos o estudo da 1ª espécie: a sociedade em comum. Hoje daremos continuidade ao estudo desta e das demais espécies de sociedade empresária. Sociedades em espécie Há 7 sociedades empresárias. Empresário Empresário propriamente dito Sociedade empresária Eireli Página 2 de 6 a) Sociedade em comum (art. 986, CC) É uma sociedade despersonificada, pois o seu contrato social não foi levado a registro em nenhum órgão. (ela também pode exercer atividade não empresarial). Não tem nome empresarial por falta do registro. Embora não tenha personalidade jurídica, a sociedade terá um patrimônio especial, do qual os sócios serão titulares em comum (art. 988, CC) Por não ter registro, os sócios terão responsabilidade solidária e ilimitada, embora os sócios tenham direito ao chamado benefício de ordem (salvo aquele que contrata em nome da sociedade). Em prova, é comum apresentarem casos em que as sociedades não foram registradas ou foram registradas fora do prazo. A sociedade em comum não tem personalidade jurídica, mas tem capacidade de estar em juízo. Obs.1. Benefício de ordem Benefício de ordem é a possibilidade de o sócio indicar para os credores bens da sociedade que deverão responder pelas obrigações que ela contraiu. Ou seja, os bens dos sócios só responderão quando os bens da sociedade não forem suficientes para cumprir a obrigação. Não tem benefício de ordem aquele que assina pela sociedade (=administrador). Obs.: a sociedade em comum é aquela que possui um contrato social e que recebeu uma disciplina legal pelo atual legislador. A sociedade de fato é aquela que existe sem contrato e sem ter recebido uma disciplina específica pelo legislador atual. (consequência: nesta não há benefício de ordem). A sociedade irregular, por sua vez, é aquela que já obteve registro no órgão competente, mas, em virtude de algum vício, ela foi posta na irregularidade. Ex.: sociedade que fica unipessoal e ultrapassa o tempo para adequação. Ex.: sociedade será irregular se constituída entre marido e mulher sob o regime de separação obrigatório ou comunhão universal de bens. CC/02 - Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger- se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. Art. 987. Os sócios, nas relações entre si ou com terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. Art. 988. Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. Art. 989. Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. Art. 990. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. b) Sociedade em conta de participação (art. 991, CC) Página 3 de 6 É uma sociedade que não possui personalidade jurídica. Não tem nome empresarial. Mesmo que o contrato social seja registrado em algum órgão, isto não conferirá personalidade jurídica para a sociedade. (art. 993, CC) Esta sociedade possui duas categorias de sócio: sócio ostensivo e sócio participante. a) Sócio ostensivo Obrigatoriamente deve ser empresário ou sociedade empresária, pois é ele que praticará atividade empresarial em nome próprio e, portanto, terá responsabilidade exclusiva e ilimitada. b) Sócio participante (antigamente chamado de sócio oculto) Não precisa ter a qualidade de empresário ou de sociedade empresária, pois não pratica atividade empresarial em nome próprio. Não assumirá nenhuma responsabilidade perante terceiros. Se o sócio ostensivo tiver sua falência decretada, o eventual crédito do participante será considerado quirografário; se o participante vier a falir, o administrador judicial determinará se o contrato será ou não cumprido. A única espécie societária em que o contrato social pode ser formalizado verbalmente, sem interferir em sua estrutura, é a sociedade em conta de participação. CC/02 - Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social. Art. 992. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. Art. 993. O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este pelas obrigações em que intervier. Art. 994. A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais. § 1o A especialização patrimonial somente produz efeitos em relação aos sócios. § 2o A falência do sócio ostensivo acarreta a dissolução da sociedade e a liquidação da respectiva conta, cujo saldo constituirá crédito quirografário. § 3o Falindo o sócio participante, o contrato social fica sujeito às normas que regulam os efeitos da falência nos contratos bilaterais do falido. Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Página 4 de 6 Art. 995. Salvo estipulação em contrário, o sócio ostensivo não pode admitir novo sócio sem o consentimento expresso dos demais. Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Parágrafo único. Havendo mais de um sócio ostensivo, as respectivas contas serão prestadas e julgadas no mesmo processo. c) Sociedade Limitada (1052, CC e seguintes) Conceito: É uma espécie societária em que a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor de suas cotas, mas todos responderão solidariamente pela integralização do capital social. Se o capital social está subscrito e integralizado, os sócios não podem ser acionados por dívidas dasociedade. Se, contudo, o capital social está subscrito e não integralizado qualquer um dos sócios poderá ser acionado pelo montante que faltou para a integralização. Obs.: incapaz pode ser sócio de sociedade (art. 974, parágrafo 3º, CC) LTDA e S/A. No caso da LTDA ele só poderá fazer parte se o capital estiver integralizado. Obs.: art. 1055, parágrafo 1º, CC – pela exata estimação dos bens conferidos pelo capital social, os sócios responderão solidariamente pelo prazo de 5 anos contados da constituição da sociedade. Tendo em vista este dispositivo, não seria possível admitir-se que incapaz pudesse participar de uma sociedade limitada em que o capital social foi integralizado com bens. (Difere da S/A, pois lá o bem é avaliado. Isso dá maior segurança). CC/02 – Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. § 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. § 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. § 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) Utilizador Highlight Utilizador Highlight Página 5 de 6 I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) Art. 1.052. Na sociedade limitada, a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Art. 1.055. O capital social divide-se em quotas, iguais ou desiguais, cabendo uma ou diversas a cada sócio. § 1o Pela exata estimação de bens conferidos ao capital social respondem solidariamente todos os sócios, até o prazo de cinco anos da data do registro da sociedade. § 2o É vedada contribuição que consista em prestação de serviços. Art. 1.056. A quota é indivisível em relação à sociedade, salvo para efeito de transferência, caso em que se observará o disposto no artigo seguinte. § 1o No caso de condomínio de quota, os direitos a ela inerentes somente podem ser exercidos pelo condômino representante, ou pelo inventariante do espólio de sócio falecido. § 2o Sem prejuízo do disposto no art. 1.052, os condôminos de quota indivisa respondem solidariamente pelas prestações necessárias à sua integralização. Exceções às regras da sociedade limitada (casos em que os sócios respondem) a) Dívida trabalhista (é construção jurisprudencial) Se a sociedade tiver passivo trabalhista, todos os sócios responderão. Não responde só no limite da quota. b) Art. 50, CC teoria maior da desconsideração da personalidade jurídica. Atenção: aqui não é de todo mundo! A desconsideração poderá ocorrer se houver uma das 3 situações: - fraude - desvio - confusão do patrimônio Se os sócios abusarem da personalidade jurídica desviando a sua finalidade ou se houver confusão de patrimônios, os sócios que praticaram essas condutas passarão a ter responsabilidade ilimitada. Caberá ao credor indicar qual a conduta e qual foi o sócio que praticou o ato. Obs.: Diferentemente da estadual, na Magis federal: defender que a responsabilidade é de todos: de quem praticou e de quem não fiscalizou. CC/02 - Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Página 6 de 6 determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. c) Art. 1080, CC Se os sócio deliberarem e aprovarem alguma matéria que esteja proibida ou pela lei ou pelo contrato, os que expressamente aprovaram a matéria passam a ter responsabilidade ilimitada. (note, não são todos!) Ex.: distribuição de lucros com prejuízo do capital social. CC/02 - Art. 1.080. As deliberações infringentes do contrato ou da lei tornam ilimitada a responsabilidade dos que expressamente as aprovaram. Obs.: sócio não responde pelo passivo tributário. Há casos onde os bens do administrador são penhorados. Resumo das sociedades em espécie já estudadas: Empresário a) Empresário propriamente dito b) Sociedade empresária 1. Comum 2. Conta de participação 3. LTDAc) Eireli Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight Utilizador Highlight
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