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Direito Civil 1 - Introdução

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Civil I - P1 
 
04-08-2015 
 
Matéria: 
 
- Obrigações (até solidariedade) 
- Fato jurídico 
- Ato jurídico 
- Negócio Jurídico (elementos, conceito, interpretação) 
- Defeitos do Negócio Jurídico 
- Nulidades e Anulabilidades do Negócio Jurídico 
- Das provas 
- Representação 
- Ato ilícito 
- Direito das obrigações 
- Modalidades de obrigações 
- Obrigações Híbridas 
- Obrigações divisíveis, indivisíveis e solidárias 
- Obrigações alternativas 
 
Bibliografia: 
 
 Caio Mário 
 Silvio de Salvo 
 Washington de Barros Monteiro 
 Orlando Gomes 
 Maria Helena Diniz 
 Calos Roberto Gonçalves 
 Pablo Stolze 
 Cristiano Chaves 
 Flávio Tartuce 
 
Fato Jurídico: 
I. Natural 
II. Humano: 
a. Ato lícito (lato sensu): 
a.1. Ato jurídico (stricto sensu) 
a.2. Negócio jurídico 
b. Ato ilícito (lato sensu): 
b.1. Ato antijurídico 
b.2. Ato ilícito (stricto sensu) – Deve ter dano 
 
- Fato Jurídico: “É um termo utilizado no Direito que faz referência a todo acontecimento 
natural ou humano capaz de criar, modificar, conservar ou extinguir direitos, bem como de instituir 
obrigações, em torno de determinado objeto. É todo e qualquer acontecimento proveniente da ação 
do homem ou da natureza, a que a lei confere consequências ou efeitos jurídicos.” 
- Capacidade é o limitador da personalidade. 
- Ocupação: Ato jurídico stricto sensu 
- Ato Jurídico (Stricto Sensu): Também chamado de meramente lícito, é aquele em que a 
manifestação de vontade está pré-determinada na lei. A ação humana não se baseia em uma vontade 
qualificada, mas sim em simples intenção e conduta. 
- Negócio Jurídico: “Por Negócio Jurídico, deve-se entender a declaração de vontade 
privada destinada a produzir efeitos que o agente pretende e o direito reconhece. Tais efeitos são a 
constituição, modificações ou extinção de relações jurídicas. De qualquer modo, o negócio jurídico 
é o meio de realização da autonomia privada, e o contrato é o seu símbolo.” 
 
 
Negócio Jurídico 
 
"A expressão “negócio jurídico” não é empregada no Código Civil no sentido comum de 
operação ou transação comercial, mas como uma das espécies em que se subdividem os atos 
jurídicos lícitos. 
O Código de 1916 referia-se ao ato jurídico de forma genérica, sem distinguir as suas 
subespécies, dentre elas o negócio jurídico, porque a teoria que o concebeu desenvolveu-se na 
Alemanha e na Áustria posteriormente à sua entrada em vigor. 
O primeiro tratamento legal ao negócio jurídico deu-se no Código Civil alemão (BGB), 
quando se lhe conferiu um regime jurídico específico. O referido diploma permitiu, segundo Karl 
Larenz, que se formulasse o seguinte conceito: “Negócio jurídico é um ato, ou uma pluralidade de 
atos, entre si relacionados, quer sejam de uma ou de várias pessoas, que tem por fim produzir 
efeitos jurídicos, modificações nas relações jurídicas no âmbito do Direito Privado”. 
Miguel Reale, por sua vez, preleciona que “negócio jurídico é aquela espécie de ato 
jurídico que, além de se originar de um ato de vontade, implica a declaração expressa da vontade, 
instauradora de uma relação entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo 
ordenamento jurídico. Tais atos, que culminam numa relação intersubjetiva, não se confundem com 
os atos jurídicos em sentido estrito, nos quais não há acordo de vontade, como, por exemplo, se dá 
nos chamados atos materiais, como os da ocupação ou posse de um terreno, a edificação de uma 
casa no terreno apossado etc. Um contrato de compra e venda, ao contrário, tem a forma 
específica de um negócio jurídico...”. 
Antônio Junqueira de Azevedo, depois de criticar a teoria voluntarista, que dá ênfase à 
manifestação da vontade como elemento fundamental do negócio jurídico, e também a teoria 
objetivista, que vislumbra no negócio jurídico antes um meio concedido pelo ordenamento jurídico 
para produção de efeitos jurídicos que propriamente um ato de vontade — dissensão esta agravada 
com o debate entre a teoria da vontade (Willenstheorie) e a teoria da declaração 
(Erklarungstheorie) —, conceitua o negócio jurídico, sob o critério estrutural e encarando-o como 
fato jurídico concreto, como “todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o 
ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de 
existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ele incide”. 
Para Renan Lotufo, “negócio jurídico é o meio para a realização da autonomia privada, 
ou seja, a atividade e potestade criadoras, modificadoras ou extintoras de relações jurídicas entre 
particulares”. 
De forma precisa e adequada, Francisco Amaral, por seu turno, assevera: “Por negócio 
jurídico deve-se entender a declaração de vontade privada destinada a produzir efeitos que o 
agente pretende e o direito reconhece. Tais efeitos são a constituição, modificação ou extinção de 
relações jurídicas, de modo vinculante, obrigatório para as partes intervenientes”. Acrescenta o 
culto civilista: “De qualquer modo, o negócio jurídico é o meio de realização da autonomia 
privada, e o contrato é o seu símbolo”. 
Cumpre a esta altura relembrar que o exercício da autonomia privada não tem mais o 
caráter individualista que norteou o Código Civil de 1916. O novo diploma afastou-se dessas 
concepções para seguir orientação compatível com a socialização do direito contemporâneo, cujas 
diretrizes foram traçadas na Constituição de 1988, especialmente no tocante à função social da 
propriedade e ao respeito à dignidade da pessoa humana. 
O princípio da socialidade, acolhido pelo novo Código Civil, reflete a prevalência dos 
valores coletivos sobre os individuais. E o da eticidade prioriza, além de outros critérios éticos, a 
equidade e a boa-fé nos contratos. “Nesse sentido, é posto o princípio do equilíbrio econômico dos 
contratos como base ética de todo o direito obrigacional...” “Reconhece-se, assim, a possibilidade 
de se resolver um contrato em virtude do advento de situações imprevisíveis, que inesperadamente 
venham alterar os dados do problema, tornando a posição de um dos contratantes excessivamente 
onerosa” (CC, art. 478). 
Nessa linha, dispõe o art. 421 do novo Código Civil: “A liberdade de contratar será 
exercida em razão e nos limites da função social do contrato”. Complementa o art. 422: “Os 
contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os 
princípios de probidade e boa-fé”. 
No negócio jurídico a manifestação da vontade tem finalidade negocial, que abrange a 
aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos. 
O art. 81 do Código Civil de 1916 dizia que “todo o ato lícito, que tenha por fim imediato 
adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico”. Na 
verdade, hoje denomina-se negócio jurídico, por haver o intuito negocial. Ocorre a aquisição de 
um direito com a sua incorporação ao patrimônio e à personalidade do titular". 
 
 
11-08-2015 
 
Elementos do negócio jurídico 
 
Quanto aos elementos, podemos classificá-los em elementos essenciais e acidentais. Os 
elementos essenciais são sujeitos, objeto, manifestação de vontade e a forma. Os elementos 
acidentais são a condição, o termo e o encargo. 
 
O que caracteriza efetivamente o negócio jurídico é o ato jurídico de natureza humana e 
lícita onde se terá uma relação de acordo de vontade (de partes), e não uma relação unilateral. É, 
portanto, uma relação de natureza bilateral. 
 
Na verdade, é uma relação onde efetivamente haverá um ato praticado por uma pessoa, 
sempre haverá uma pessoa como doador, devedor, credor, donatário, testamenteiro, testamentário 
etc.Se não houver essa relação, não haverá negócio jurídico. 
 
Os elementos essenciais são aqueles que são imprescindíveis para a sua existência, sem 
eles o negócio jurídico não pode existir. São a base efetiva do negócio jurídico. Não existe negócio 
jurídico sem o sujeito, sem o objeto (aquilo que está efetivamente sendo pactuado), sem a 
manifestação de vontade (ex: se quero doar algo para alguém mas a pessoa disser que não quer 
receber só há manifestação de vontade de uma das partes, então o negócio jurídico não será 
efetivado). 
 
Forma - há o negócio jurídico formal e o negócio jurídico não formal. A forma é quando o 
legislador impõe uma sequência de atos para que o negócio jurídico tenha validade. Ex. de negócios 
jurídicos formais = casamento, compra de imóvel etc. Nesses casos há uma série de regras que 
obrigatoriamente têm que ser seguidas, ou o negócio jurídico será nulo (não terá eficácia jurídica). 
 
Obs: quando o legislador estabelece a forma, não o faz como regra geral, mas sim como 
exceção. 
 
Os elementos acidentais são: condição, termo e encargo. A condição é uma situação futura 
e incerta. É uma situação que se ocorrer futuramente resultará em um efeito jurídico, constituindo 
um direito ou excluindo o mesmo. O encargo, ou modo, tem-se uma situação futura e certa = gera-
se um encargo, uma obrigação paralela (ex: doar um imóvel com a condição de cuidar do bem). 
Nem todo negócio jurídico terá um encargo, mas poderá ter. 
 
No encargo a pessoa já sabe desde já que no momento em que ela aceitou receber o bem, 
ela terá que cuidar. Na condição ela não tem o direito ainda, é uma situação que se futuramente 
ocorrer, a pessoa terá o seu direito excluído ou constituído. 
 
Finalmente, há o termo. Estabelece-se um lapso temporal. Geralmente todo negócio 
jurídico tem um prazo, um termo inicial. O termo inicial de um contrato de locação, por ex., é o 
início da locação, mas pode ter o termo final. O termo poderá também ter um prazo indeterminado, 
depende do que for estabelecido no contrato. 
 
Em suma, os elementos acidentais são agregados ao negócio jurídico, já os essenciais 
jamais poderão deixar de existir. 
 
 Sujeito do negócio jurídico: 
 
O art. 104 do CC estabelece que o sujeito para fazer valer o negócio jurídico tem que ser 
capaz e esta capacidade está diretamente vinculada à capacidade de fato, e não à capaxidade apenas 
de direito. 
Obs: Diferença entre capacidade de fato e de direito → capacidade de direito = está 
diretamente vinculada a nossa personalidade; ao nascermos com vida adquirimos direitos e 
obrigações. Contudo, não temos a capacidade de fato para poder exercer esses direitos e cumprir 
essas obrigações → um recém-nascido será sempre representado pelos pais até completar 16 anos; 
nessa idade ele passará a ser assistido e só aos 18 anos terá a plena capacidade civil. Então, 
efetivamente, a capacidade de fato se dá no momento em que a pessoa completa 18 anos (em regra, 
pois há os relativamente e os absolutamente incapazes - terão um curador). A capacidade de direito 
nunca é perdida, acompanha a pessoa ao longo de sua vida; a capacidade de direito é adquirida aos 
18 anos, mas pode ser perdida posteriormente por problemas de saúde etc. Perder a capacidade de 
fato não quer dizer que perdeu a capacidade de direito, os direitos e as obrigações continuam sendo 
da pessoa, não sendo transferidos para alguém. A capacidade de direito é inerente à personalidade e 
uma vez nascendo com vida a teremos até a morte. 
Em relação ao negócio jurídico, espera-se que quem o pratique tenha a plena capacidade de 
fato, que tenha discernimento para praticar o ato. Se não tiver, que o negócio jurídico seja feito com 
o seu tutor ou seu curador pois, caso contrário, será um negócio jurídico viciado ou anulado. Assim, 
para a validade do negócio jurídico depende-se de plena capacidade. 
Se o negócio jurídico é praticado por uma pessoa plenamente capaz, ele é válido; se há 
uma incapacidade relativa ou absoluta, o negócio jurídico será anulado ou nulo (Obs: ato nulo x ato 
anulado → ato nulo não surte efeito por faltar eficácia; ato anulado surte efeito e tem eficácia 
jurídica, mas a partir do momento em que é declarada a sua anulabilidade é que deixa de ter 
eficácia. Ato nulo é sempre com efeito ex tunc, retroage ao momento do fato; o fato anulado é 
sempre ex nunc, ele não retroage, não visa os atos praticados anteriormente). 
 
 Objeto do negócio jurídico: 
 
É a razão da existência do negócio jurídico; é a pretensão, aquilo que fez com que o 
negócio jurídico fosse estabelecido (Ex: relação de emprego, locação, compra e venda). O 
legislador estabeleceu que o objeto tem que ser: lícito, possível, determinado ou determinável. 
- Lícito - se o objeto do negócio jurídico não for lícito, o negócio jurídico não terá 
validade. 
- Possível - se o negócio jurídico não é possível, ele é inexistente. Se não for possível, não 
é caso de nulidade, mas simplesmente de inexistência, pois se torna impossível de ser efetivado. 
- Determinado - normalmente quando se estabelece um negócio jurídico, se estabelece o 
que se vai prestar. 
 
 Forma prescrita ou não defesa em lei: 
 
Forma prescrita = se o legislador estabelece uma formalidade, obrigatoriamente a mesma 
tem que ser seguida. Caso não seja, o negócio jurídico é nulo. Toda vez que o legislador por alguma 
razão estabelecer uma forma, o negócio jurídico será considerado formal. A forma não é uma regra, 
é uma exceção. 
Não defeso em lei = pode ser feito qualquer negócio jurídico desde que o legislador não o 
proíba; se não houver formas pré-estabelecidas, se não houver proibição, pode-se fazer o que quiser. 
 
 Teoria Voluntarista: Negócio Jurídico criado para manifestar vontade (primeira 
teoria). 
 Teoria Objetivista: Negócio Jurídico viabilizador do objetivo. 
 Teoria Estrutural: Negócio Jurídico depende da estrutura (seus elementos). 
 
18-08-2015 
 
Plano de existência do negócio jurídico (art. 104 do CC) 
 
Para a existência do negócio jurídico se faz necessário os elementos essenciais como já 
visto anteriormente. Entretanto, não basta a existência dos elementos, uma vez que se faz necessário 
a efetivação da validade do negócio jurídico. 
Não adianta ter os elementos essenciais - sujeito, objeto, vontade e forma - se o negócio 
jurídico não for revestido de validade jurídica. Não adianta ter todos os elementos se não há 
licitude, os elementos sozinhos não resolvem. 
 
Quanto à validade, o art. 104 CC estabelece a capacidade do agente, objeto lícito possível 
determinado ou determinável e forma ou então que não seja defeso em lei. 
- Agente capaz - capacidade de fato = plenamente capaz; 
 
"A capacidade do agente (condição subjetiva) é a aptidão para intervir em negócios 
jurídicos como declarante ou declaratário. Trata-se da capacidade de fato ou de exercício, 
necessária para que uma pessoa possa exercer, por si só, os atos da vida civil. Agente capaz, 
portanto, é o que tem capacidade de exercício de direitos, ou seja, aptidão para exercer direitos e 
contrair obrigações na ordem civil. Esta é adquirida com a maioridade, aos 18 anos, ou com a 
emancipação (CC, art. 5º). 
Incapacidade é a restrição legal ao exercício da vida civil e pode ser de duas espécies: 
absoluta e relativa. A absoluta acarreta a proibição total do exercício, por si só, do direito, sob 
pena de nulidade (CC, art. 166, I) e decorre não só da idade como também das outras causas 
elencadas no art. 3º do Código Civil, concernentes à falta de higidez mental, mesmo que 
transitória. A relativa (art. 4º) acarreta a anulabilidade do ato (art. 171, I), salvo em hipóteses 
especiais (arts. 228, I, 666, 1.860 etc.), etambém quando o incapaz é assistido por seu 
representante legal. 
A declaração de vontade é elemento necessário à existência do negócio jurídico, enquanto 
a capacidade é requisito necessário à sua validade e eficácia, bem como ao poder de disposição do 
agente. Quando o agente é maior de idade ou emancipado, mas incapaz em consequência da falta 
ou redução do necessário discernimento decorrentes, por exemplo, de surdo-mudez, dependência de 
bebida alcoólica ou de tóxicos, de prodigalidade ou da condição de excepcional, pode ser 
declarado interdito e, assim, incapaz para os atos da vida civil (CC, art. 1.767). 
A incapacidade de exercício é suprida, porém, pelos meios legais: a representação e a 
assistência (CC, art. 1.634, V)". 
 
- Objeto lícito e possível - a licitude não tira a possibilidade; 
- Objeto determinado ou pelo menos determinável - determinado = quando estabelece no 
contrato o que irá ser feito; mtas vezes não há essa determinação do objeto, dependendo de 
situações futuras = determinável. 
 
"A validade do negócio jurídico requer, ainda, objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável (condição objetiva). Objeto lícito é o que não atenta contra a lei, a moral ou os bons 
costumes. Objeto jurídico, objeto imediato ou conteúdo do negócio é sempre uma conduta humana 
e se denomina prestação: dar, fazer ou não fazer. Objeto material ou mediato são os bens ou 
prestações sobre os quais incide a relação jurídica obrigacional. 
Quando o objeto jurídico do contrato é imoral, os tribunais por vezes aplicam o princípio 
de direito de que ninguém pode valer-se da própria torpeza (nemo auditur propriam turpitudinem 
allegans). Ou então a parêmia in pari causa turpitudinis cessat repetitio, segundo a qual se ambas 
as partes, no contrato, agiram com torpeza, não pode qualquer delas pedir devolução da 
importância que pagou. 
Tais princípios são aplicados pelo legislador, por exemplo, no art. 150 do Código Civil, 
que reprime o dolo ou torpeza bilateral, e no art. 883, que nega direito à repetição do pagamento 
feito para obter fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. Impedem eles que as pessoas participantes 
de um contrato imoral sejam ouvidas em juízo. Fora dessas hipóteses, e de outras expressamente 
previstas na lei, prevalece o disposto no art. 182: anulado o negócio jurídico, restituir-se-ão as 
partes ao estado em que antes dele se achavam. Esta não deve ser a solução, todavia, se se mostrar, 
no caso concreto, manifestamente injusta e contrária ao interesse social. 
O objeto deve ser, também, possível. Quando impossível, o negócio é nulo. A 
impossibilidade do objeto pode ser física ou jurídica. Impossibilidade física é a que emana de leis 
físicas ou naturais. Deve ser absoluta, isto é, alcançar a todos, indistintamente, como, por exemplo, 
a que impede o cumprimento da obrigação de colocar toda a água dos oceanos em um copo 
d’água. A relativa, que atinge o devedor mas não outras pessoas, não constitui obstáculo ao 
negócio jurídico. Dispõe, com efeito, o art. 106 do Código Civil que “a impossibilidade inicial do 
objeto não invalida o negócio jurídico se for relativa, ou se cessar antes de realizada a condição a 
que ele estiver subordinado”. 
A impossibilidade jurídica do objeto ocorre quando o ordenamento jurídico proíbe, 
expressamente, negócios a respeito de determinado bem, como a herança de pessoa viva (CC, art. 
426), de alguns bens fora do comércio, como os gravados com a cláusula de inalienabilidade etc. A 
ilicitude do objeto é mais ampla, pois abrange os contrários à moral e aos bons costumes. 
O objeto do negócio jurídico deve ser, igualmente, determinado ou determinável 
(indeterminado relativamente ou suscetível de determinação no momento da execução). Admite-se, 
assim, a venda de coisa incerta, indicada ao menos pelo gênero e pela quantidade (CC, art. 243), 
que será determinada pela escolha, bem como a venda alternativa, cuja indeterminação cessa com 
a concentração (CC, art. 252)." 
 
- Forma - não é regra constante do dia-a-dia, é sempre exceção; a maioria dos negócios 
jurídicos não são formais - forma é qd o legislador estabelece uma regra - ex: para adquirir uma 
propriedade, há uma formalidade, uma sequência de atos que tem que ser seguida para não tornar o 
ato nulo. Somente surge com previsão legal - se não tiver, a forma é livre, podendo fazer o que 
quiser desde que o legislador não proíba. 
 
"O terceiro requisito de validade do negócio jurídico é a forma, que é o meio de revelação 
da vontade. Deve ser a prescrita em lei. Há dois sistemas no que tange à prova como requisito de 
validade do negócio jurídico: o consensualismo, da liberdade de forma, e o formalismo ou da 
forma obrigatória. O direito romano e o alemão eram, inicialmente, formalistas. Posteriormente, 
por influência do cristianismo e sob as necessidades do intenso movimento comercial da Idade 
Média, passaram do formalismo conservador ao princípio da liberdade da forma. 
No direito brasileiro a forma é, em regra, livre. As partes podem celebrar o contrato por 
escrito, público ou particular, ou verbalmente, a não ser nos casos em que a lei, para dar maior 
segurança e seriedade ao negócio, exija a forma escrita, pública ou particular. O consensualismo, 
portanto, é a regra, e o formalismo, a exceção. 
Dispõe, com efeito, o art. 107 do Código Civil: “Art. 107. A validade da declaração de 
vontade não dependerá 
de forma especial, senão quando a lei expressamente a exigir”. É nulo o negócio jurídico 
quando “não revestir a forma prescrita em lei” ou “for preterida alguma solenidade que a lei 
considere essencial para a sua validade” (CC, art. 166, IV e V). Em alguns casos a lei reclama 
também a publicidade, mediante o sistema de Registros Públicos (CC, art. 221). Cumpre frisar que 
o formalismo e a publicidade são garantias do direito. 
Na mesma esteira do art. 166, IV e V, do Código Civil, retrotranscrito, estabelece o art. 
366 do Código de Processo Civil: “Quando a lei exigir, como da substância do ato, o instrumento 
público, nenhuma outra prova, por mais especial que seja, pode suprir-lhe a falta”. Por sua vez, 
estatui o art. 154 do mesmo diploma: “Os atos e termos processuais não dependem de forma 
determinada senão quando a lei expressamente a exigir, reputando-se válidos os que, realizados de 
outro modo, lhe preencham a finalidade essencial”. 
Podem ser distinguidas três espécies de formas: forma livre, forma especial ou solene e 
forma contratual. a) Forma livre — É a predominante no direito brasileiro (cf. CC, art. 107). É 
qualquer meio de manifestação da vontade, não imposto obrigatoriamente pela lei (palavra escrita 
ou falada, escrito público ou particular, gestos, mímicas etc.). 
b) Forma especial ou solene — É a exigida pela lei, como requisito de validade de 
determinados negócios jurídicos. Em regra, a exigência de que o ato seja praticado com 
observância de determinada solenidade tem por finalidade assegurar a autenticidade dos negócios, 
garantir a livre manifestação da vontade, demonstrar a seriedade do ato e facilitar a sua prova. A 
forma especial pode ser única ou múltipla (plural). Forma única é a que, por lei, não pode ser 
substituída por outra. Exemplos: o art. 108 do Código Civil, que considera a escritura pública 
essencial à validade das alienações imobiliárias, não dispondo a lei em contrário; o art. 1.964, que 
autoriza a deserdação somente por meio de testamento; os arts. 1.535 e 1.536, que estabelecem 
formalidades para o casamento etc. Forma múltipla ou plural diz-se quando o ato é solene mas a 
lei permite a formalização do negócio por diversos modos, podendo o interessado optar 
validamente por um deles. Como exemplos citam-se o reconhecimento voluntário do filho, que pode 
serfeito de quatro modos, de acordo com o art. 1.609 do Código Civil; a transação, que pode 
efetuar-se por termo nos autos ou escritura pública (CC, art. 842); a instituição de uma fundação, 
que pode ocorrer por escritura pública ou por testamento (art. 62); a renúncia da herança, que 
pode ser feita por escritura pública ou termo judicial (art. 1.806). 
c) Forma contratual — É a convencionada pelas partes. O art. 109 do Código Civil dispõe 
que, “no negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem instrumento público, este é 
da substância do ato”. Os contratantes podem, portanto, mediante convenção, determinar que o 
instrumento público torne-se necessário para a validade do negócio. 
Ainda se diz que a forma pode ser ad solemnitatem, também denominada ad substantiam, 
ou ad probationem tantum. A primeira, quando determinada forma é da substância do ato, 
indispensável para que a vontade produza efeitos (forma dat esse rei). Exemplo: a escritura 
pública, na aquisição de imóvel (CC, art. 108), os modos de reconhecimento de filhos (art. 1.609) 
etc. A segunda, quando a forma destina-se a facilitar a prova do ato. Alguns poucos autores 
criticam essa distinção, afirmando que não há mais formas impostas exclusivamente para prova 
dos atos. Estes ou têm forma especial, exigida por lei, ou a forma é livre, podendo, nesse caso, ser 
demonstrada por todos os meios admitidos em direito (CPC, art. 332). Entretanto, a lavratura do 
assento de casamento no livro de registro (art. 1.536) pode ser mencionada como exemplo de 
formalidade ad probationem tantum, pois destina-se a facilitar a prova do casamento, embora não 
seja essencial à sua validade. Caio Mário menciona também os casos em que o resultado do 
negócio jurídico pode ser atingido por outro meio: assim, a obrigação de valor superior ao décuplo 
do maior salário mínimo vigente no País não pode ser provada exclusivamente por testemunhas, já 
que a lei exige ao menos um começo de prova por escrito (CPC, art. 401; CC, art.227). 
Não se deve confundir forma, que é meio para exprimir a vontade, com prova do ato ou 
negócio jurídico, que é meio para demonstrar a sua existência (cf. arts. 212 e s.)." 
 
Obs: Há uma infinidade de contratos (permuta, doação, locação...). No caso concreto, não é 
necessário fazer exclusivamente um dos contratos previstos no CC - se for bom para ambos, a 
mistura de um ou mais de um contratos estabelecerá um novo contrato mais adequado às 
necessidades reais. 
 
"É possível distinguir, no mundo jurídico, os planos de existência, de validade e de 
eficácia do negócio jurídico. Malgrado esses vocábulos sejam empregados, muitas vezes, como 
sinônimos, é importante precisar o significado de cada um. 
No plano da existência não se indaga da invalidade ou eficácia do negócio jurídico, 
importando apenas a realidade da existência. Tal ocorre quando este sofre a incidência da norma 
jurídica, desde que presentes todos os seus elementos estruturais. Se faltar, no suporte fático, um 
desses elementos, o fato não ingressa no mundo jurídico: é inexistente. Nele podem, porém, 
ingressar todos os fatos jurídicos, lícitos ou ilícitos. 
O casamento celebrado por autoridade incompetente ratione materiae, como um delegado 
de polícia, por exemplo, é considerado inexistente. Por essa razão, não se indaga se é nulo ou 
ineficaz, nem se exige a desconstituição judicial, por se tratar de um nada jurídico. 
O plano da existência é dos elementos, posto que elemento é tudo o que integra a essência 
de alguma coisa. O ato existente deve passar por uma triagem quanto à sua regularidade, para 
ingressar no plano da validade, quando então se verificará se está perfeito ou se encontra eivado 
de algum vício ou defeito inviabilizante. O preenchimento de certos requisitos fáticos, como a 
capacidade do agente, a licitude do objeto e a forma prescrita em lei, é indispensável para o 
reconhecimento da validade do ato. Mesmo a invalidade pressupõe como essencial a existência do 
fato jurídico. Este pode, portanto, existir e não ser válido. 
O plano da validade é o dos requisitos do negócio jurídico, porque estes são condição 
necessária para o alcance de certo fim. Pode, também, o negócio jurídico existir, ser válido, mas 
não ter eficácia, por não ter ocorrido ainda, por exemplo, o implemento de uma condição imposta. 
O plano da eficácia é onde os fatos jurídicos produzem os seus efeitos, pressupondo a passagem 
pelo plano da existência, não, todavia, essencialmente, pelo plano da validade". 
 
Classificação do negócio jurídico 
 
1) Negócio jurídico unilateral - são aqueles que vão se aperfeiçoar com uma única 
manifestação de vontade. Podem ser receptícios ou não-receptícios. 
 
1.1. Receptício = são aqueles negócios jurídicos que, embora unilaterais, dependem do 
conhecimento da outra parte. Ex: a doação. 
 
1.2. Não-receptício = são aqueles que não dependem do conhecimento da outra parte para 
ter validade. Ex: testamento. 
 
2) Negócio jurídico bilateral - são aqueles que para sua celebração se faz necessário o 
acordo de vontades. Ex: casamento. Irá sempre gerar uma contra prestação - Bilateralidade - 
prestação vinculada a uma outra prestação. 
 
"Bilaterais são os que se perfazem com duas manifestações de vontade, coincidentes sobre 
o objeto. Essa coincidência chama-se consentimento mútuo ou acordo de vontades, que se verifica 
nos contratos em geral. 
Subdividem-se em bilaterais simples e sinalagmáticos. Bilaterais simples são aqueles em 
que somente uma das partes aufere vantagens, enquanto a outra arca com os ônus, como ocorre na 
doação e no comodato, por exemplo. Concedem, assim, vantagens a uma das partes e ônus à outra. 
Sinalagmáticos são aqueles em que há reciprocidade de direitos e obrigações, estando as partes em 
situação de igualdade. São os que outorgam ônus e vantagens recíprocos, como na compra e venda 
e na locação, verbi gratia. Essa denominação deriva do vocábulo grego sinalagma, que significa 
contrato com reciprocidade. 
Podem existir várias pessoas no polo ativo e também várias no polo passivo, sem que o 
contrato deixe de ser bilateral pela existência de duas partes, pois estas não se confundem com 
aquelas. Cada parte pode formar-se de uma ou de várias pessoas. Às vezes a noção de parte 
coincide com a de pessoa, como na hipótese em que um indivíduo aluga seu imóvel a outro. Em 
outras, há pluralidade de indivíduos e unidade de parte no negócio jurídico. Quando duas ou mais 
pessoas fazem uma declaração volitiva em direção única, constituem uma só parte. Nesse caso, 
mesmo que haja participação coletiva de indivíduos, o negócio não será bilateral". 
 
3) Negócio jurídico gratuito - são aqueles onde uma das partes será beneficiada sem que 
haja uma contra prestação da outra parte. Ex: contrato de comodato. Gera para uma das partes o 
ônus e para outra o bônus; como não há contra prestação, apenas uma das partes vai sofrer as 
consequências. 
 
"Negócios jurídicos gratuitos são aqueles em que só uma das partes aufere vantagens ou 
benefícios, como sucede na doação pura e no comodato, por exemplo. Nessa modalidade, 
outorgam-se vantagens a uma das partes sem exigir contraprestação da outra". 
 
4) Negócio jurídico oneroso - são aqueles onde há vantagens para as partes, podendo ser 
comutativo ou aleatório. 
 
4.1. Comutativo - são aqueles negócios jurídicos cuja prestação já é previamente 
conhecida. Ex: aluguel. 
 
"Comutativos são os de prestações certas e determinadas. As partes podem antever as 
vantagens e os sacrifícios, que geralmente se equivalem, decorrentes de sua celebração, porque 
não envolvem nenhum risco". 
 
4.2. Aleatório - são aqueles cuja prestação é de natureza futura e incerta. Ex:o jogo (de 
azar), contrato de seguro. 
 
"Os contratos aleatórios, ao contrário, caracterizam-se pela incerteza, para as duas 
partes, sobre as vantagens e sacrifícios que deles pode advir. É que a perda ou lucro dependem de 
um fato futuro e imprevisível. O risco é da essência do negócio, como no jogo e na aposta". 
 
Obs: oneroso - envolve a obrigação de uma contra prestação!!! não necessariamente 
dinheiro. 
 
"Todo negócio oneroso é bilateral, porque a prestação de uma das partes envolve uma 
contraprestação da outra. Mas nem todo ato bilateral é oneroso. Doação é contrato e, portanto, 
negócio jurídico bilateral, porém gratuito." 
 
5) Contrato intervivos ou negócio jurídico intervivos - é aquele que os efeitos são 
produzidos de imediato, estando as partes ainda vivas. 
 
6) Negócio jurídico causa mortis - são aqueles que só vão surtir efeitos jurídicos após a 
morte do agente. Ex: testamento. 
 
"Levando-se em conta o momento da produção dos efeitos, os negócios jurídicos dizem-se 
inter vivos e mortis causa. 
Os negócios celebrados inter vivos destinam-se a produzir efeitos desde logo, isto é, 
estando as partes ainda vivas, como a promessa de venda e compra, a locação, a permuta, o 
mandato, o casamento etc. 
Mortis causa são os negócios destinados a produzir efeitos após a morte do agente, como 
ocorre com o testamento, o codicilo e a doação estipulada em pacto antenupcial para depois da 
morte do testador. O evento morte nesses casos é pressuposto necessário de sua eficácia. 
O seguro de vida, ao contrário do que possa parecer, é negócio inter vivos, em que o 
evento morte funciona como termo. É que a morte somente torna mortis causa o negócio jurídico 
quando compõe o seu suporte fático como elemento integrativo, mas não quando constitui simples 
fator implementador de condição ou de termo. Por essa razão, também não se consideram negócios 
mortis causa: a) a doação sob condição de premoriência do doador ao donatário; b) a doação com 
cláusula de reversão se o donatário morrer antes do doador; c) a estipulação em favor de terceiro, 
para que a prestação seja cumprida depois da morte do estipulante. 
Os negócios jurídicos mortis causa são sempre nominados ou típicos. Ninguém pode 
celebrar senão os definidos na lei e pelo modo como os regula. Não podem as partes, desse modo, 
valer-se da autonomia privada e realizar negócios inominados ou atípicos dessa natureza. Podem, 
no entanto, criar tipos novos de negócios inter vivos." 
 
01-09-2015 
 
Representação 
 
- art. 115 CC - a representação é o instituto pelo qual uma pessoa emite ou recebe 
manifestação de vontade negocial em nome e por conta de outra pessoa para que o ato praticado 
seja juridicamente válido. 
Existem três modalidades de representação, que são: a representação legal, a representação 
convencional e a representação judicial. 
A legal é aquela estabelecida por força da lei. Ex: pais, tutores e curadores. 
A convencional é aquela estabelecida pelo acordo de vontades das partes, podendo ser: 
escrita, verbal ou tácita. 
A judicial é aquela nomeada pelo juiz como o inventariante no espólio. 
 
Representação = enquanto estivemos menores de 16 anos, fomos representados; a partir de 
16 anos, dos 16 aos 18, somos assistidos; e a partir de 18 anos, somos considerados plenamente 
capazes - representação é quando agimos em nome de uma terceira pessoa; o que se praticar, os 
efeitos são para outra pessoa. Instrumento de procuração = para representar outra pessoa. 
Agir em nome de terceiro, praticar atos negociais em nome de terceiro. 
 
Representação legal = já imposta pelo próprio legislador - ex: pais de menores = é 
obrigação dos pais representá-lo; na falta dos pais, é o tutor (aquele que representa o menor até 
atingir a idade de 18 anos). Tutor não funciona da mesma forma dos pais. Pais representam os filhos 
sem necessidade de prestar conta; tutor - necessidade de requerimento judicial; tutor não apenas 
administra, mas tem que prestar contas anualmente. Curatela - maior incapaz - requerida em juízo, 
curador tem que comprovar os gastos - se dá dos 18 anos até a efetiva necessidade. 
 
Representação convencional = acordo de vontade entre as partes; contrato de mandato, que 
se exterioriza através da procuração. Pode ser escrito, verbal ou tácito. A escrita é a forma mais 
comum, mais usual; estabelece os poderes; verbal - mais informal; forma tácita - age como se 
procurador fosse, mas sem o acordo de vontades (ex: ato de pagar a mensalidade de alguém); se a 
pessoa não impugnar, o ato será válido. 
 
Representação judicial = quando o próprio juiz estabelece quem vai agir como 
representante - inventário, massa falida e insolvência (pessoa física). Conjunto de bens do falecido 
= espólio; enquanto estiver como espólio, alguém tem que administrar = inventariante (quem o 
nomeia é o juiz, no momento em que se abre o inventário, e acaba no momento em que se efetiva a 
partilha de bens). Insolvência é quando pessoa física ou jurídica sem cunho comercial não tem 
patrimônio para pagar todas as dívidas. 
 
"Dá-se a representação quando uma pessoa, denominada representante, substitui outra na 
prática de ato ou negócio jurídico, agindo em nome e no interesse desta. Pode ser legal e 
convencional (CC, art. 115). No caso dos incapazes, trata-se de representação legal. Os pais são os 
representantes legais dos filhos (art. 1.634, V); os tutores, dos tutelados (art. 1.747, I); e os 
curadores, dos curatelados (art. 1.781). Em alguns casos, necessitam os mencionados 
representantes de prévia autorização judicial (art. 1.691). 
A assistência aos relativamente incapazes é necessária para validar a sua manifestação de 
vontade. Malgrado já tenham um certo discernimento que lhes permite participar pessoalmente dos 
atos e negócios jurídicos, exige a lei que sejam acompanhados e assistidos por seus representantes 
legais, deles participando juntamente com estes. 
As pessoas jurídicas participam dos negócios em geral por intermédio de quem as 
represente, ativa e passiva, judicial e extrajudicialmente. 
A incapacidade não se confunde com os impedimentos ou falta de legitimação. Esta é a 
incapacidade para a prática de determinados atos. O ascendente, por exemplo, não estará 
legitimado a vender bens a um descendente enquanto não obtiver o consentimento do seu cônjuge e 
dos demais descendentes (CC, art. 496), embora não seja um incapaz, genericamente, para realizar 
negócios jurídicos. A proibição imposta ao tutor de adquirir bens do pupilo, mesmo em hasta 
pública, também gera um impedimento ou falta de legitimação que não importa em incapacidade 
genérica. 
Silvio Rodrigues relembra que a “ideia de legitimação chegou ao direito privado pelas 
portas do processo civil, e é indispensável para explicar figuras jurídicas que não se enquadram 
dentro do conceito de capacidade”, aduzindo que não se discutem, nessas hipóteses, “as 
qualidades intrínsecas da pessoa que a fazem mais ou menos apta para exercer sua autonomia 
privada, mas sim a posição da pessoa a respeito de determinadas coisas ou bens considerados 
como possíveis objetos de negócios jurídicos em geral, ou de especiais categorias de negócios”. 
Prescreve o art. 105 do Código Civil que a “incapacidade relativa de uma das partes não 
pode ser invocada pela outra em benefício próprio, nem aproveita aos cointeressados capazes, 
salvo se, neste caso, for indivisível o objeto do direito ou da obrigação comum”. Assim, na hipótese 
de as partes serem, de um lado, pessoa capaz, e de outro, simultaneamente, um capaz e um 
relativamente incapaz, só este poderá anular parcialmente o ato, só a ele aproveitando a anulação, 
salvo se indivisível o objeto. A rescisão por incapacidadenão aproveita ao cointeressado capaz, 
salvo se indivisível o objeto". 
 
- Regras da representação: 
 
1) O representante terá que seguir as orientações dadas pelo representado. Caso haja 
excesso, o representado poderá pedir responsabilização do representante. 
Representação tem limites, obviamente; limites impostas pela sociedade e ou limites legais 
(ex: bens do filho não podem ser vendidos). Sempre se estará restrito aos poderes que lhe foram 
concedidos. 
2) Quando o ato praticado for contrário à sua destinação, o art. 119 do CC estabelece o 
prazo de 180 dias a contar da conclusão do negócio jurídico para pleitear a anulação do mesmo - 
decadência. É prazo decadencial, pois, se ficar calado, reconheceu o negócio como plenamente 
válido, não podendo mais desconstituí-lo.

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