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Toxinas e Venenos Toxicologia – ciência que estuda ou trata dos tóxicos. Toxicum do latim, veneno. Agente tóxico. + = Efeito Nocivo Organismo vivo. O objetivo vai ser realizar a prevenção, diagnosticar os casos e tratar a intoxicação. Princípios gerais da toxicologia Agente tóxico – entidade química capaz de causar alteração na função, dano e pode levar a morte. Veneno – é um agente tóxico que destrói funções vitais, proveniente de animais. Toxicidade – potencial do agente tóxico. Ação tóxica – maneira pela qual o ag.tóxico exerce sua atividade. Antídoto – capaz de antagonizar os efeitos tóxicos. Intoxicação – processo patológico provocado por substancias endógenas ou exógenas, caracterizado por desequilíbrio fisiológico. Processo evidenciado por sinais e sintomas mediantes exames laboratoriais. Xenobióticos – substância estranha ao organismo. Pode ser benéfico ou adverso. Categorias de compostos tóxicos: Asfixiantes –compostos que diminuem a absorção de oxigênio pelo organismo (nitrogênio, monóxido de carbono, cianetos); Irritantes – materiais que causam inflamação nas membranas e mucosas; Carcinogênicos – provocam câncer; Neurotóxicos – danos no sistema nervoso; Mutagênicos – causam mutações genéticas; Teratogênicos – provocam malformações congênitas; Hepatotóxico – danos ao fígado. Agentes químicos com efeito adverso: toxicante, toxinas, xenofóbicos. Agentes físicos: calor, frio, choque, radiação. As intoxicações podem ser de ação local ou ação sistêmica E serão classificadas pelo tempo de exposição, sendo agudas ou crônicas. Vias de introdução : Respiratória, cutânea, digestiva, circulação sanguínea. Fases da intoxicação 1) Fase de exposição – momento que a droga entra em contato com o organismo; 2) Fase de toxicocinética – absorção, distribuição, biotransformação e excreção; 3) Fase de toxicodinâmica – interação das moléculas com os sítios específicos/orgãos alvo; 4) Fase clínica – sinais e sintomas. Fase de exposição – via de introdução, disponibilidade química, susceptibilidade individual, tempo/frequência; Fase de toxicocinética – Distribuição (lipossolubilidade, grau de ionização, afinidade c/ moléculas orgânicas. Fatores ligados ao organismo: aporte sanguíneo, conteúdo hídrico ou lipídico, capacidade de biotransformação. Biotransformação – transformar moléculas mais hidrossolúveis (ocorre no fígado), facilitando a excreção renal e reduz a toxicidade do agente. Fase de toxicodinamica – interação da molécula com o sitio de ação – consequente aparecimento de desequilíbrio homeostático. Fase clinica – fatores individuais (idade, sexo, imunidade, hábitos pessoais, raça) Aula de epidemiologia dos acidentes por toxinas e venenos foi falado basicamente da ocorrência dos acidentes – saber qual população é a mais atingida. Maioria são homens, acidente ocupacional (trabalhadores rurais, criadores de serpentes, veterinários). Acidentes costumam atingir os membros inferiores, devido sua proximidade com o solo. Em animais, outra área mais atingida é o “focinho”. Avaliação de toxicidade Fatores relacionados com o agente tóxico. - propriedades físico-químicas, pH, solubilidades - formulação - presença de impurezas - presença de excipientes Fatores relacionados com a exposição. - doses, concentração, volume - via, velocidade e local de administração - duração e frequência da exposição - período da administração (hora, época do ano) Fatores inerentes ao organismo. - espécie - linhagem - estado nutricional - estado de hidratação - estado hormonal - estado emocional - idade, peso, maturidade fisiológica, fatores genéticos. Fatores ambientais relacionados ao organismo. Relação dose/resposta – indica a proporção da população que manifesta um efeito definido. A resposta é a taxa de incidência do efeito. Ofidismo. Acidentes com serpentes, de maior incidência. Veneno vai produzir a lesão, alterar funções fisiológicas e causar enfermidades. Serpentes peçonhentas no Brasil: Bothrops (jararaca), Lachesis (surucucu), Crotalus (cascavel) e Micrurus (coral). Caracteriza-se por: - presença de dentes inoculadores de venenos - presença de fosseta loreal (exceto a coral) Venenos podem ser do tipo: Proteolítico – inflamação com surgimento de edema; Coagulante – alteração na coagulação, podendo ocorrer sangramento da gengiva; Miotóxica – lesão na musculatura; Neurotóxico – atua em terminação nervosa, causanado paralisia motora; Hemorrágico – alteração da coagulação. Acidente botrópico (gênero Bothrops – solenóglifa) 90% dos acidentes. Letalidade em torno de 0,3% nos tratados. Ações da peçonha Veneno – defesa, captura da presa. - Neutraliza a reação da presa - Matar a presa - Auxiliar na digestão Proteolítica – hialuronidades, fosfolipases, proteases Coagulante – vai inibir a cascata de coagulação Quadro clínico – hemorragia, dor, processo inflamatório. Mecanismo de ação do veneno Bradicinina – mediador da inflamação, responsável pela iniciação e manutenção da dor. Ela é vasodilatadora e permeabilizadora. Captropil – inibidora da ECA (enzima conversora de angiotensina), vai haver supressão do sistema renina-angiotensina-aldosterona. É utilizada no ramo farmacológico, indicada para insuficiência cardíaca e hipertensão. Ação coagulante (Bothrops e Lachesis) Bloqueiam o processo de coagulação em diversos pontos da cascata de coagulação. Tratamento: - internar o paciente - realizar o tempo de coagulação - limpeza do local com KMnO₄ - manter o equilíbrio hidro-eletrolitico - antibiótico se necessário Soroterapia Leve – 100mg ou mais de soro antibotrópico Moderado – 200mg ou mais de soro antibotrópico Grave – 300mg ou mais de soro antibotrópico. Jacqueline Scholten
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