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A evolução histórica do Direito Empresarial

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A evolução histórica do Direito Empresarial
No início da civilização, os grupos sociais procuravam bastar-se a si mesmos, produzindo material de que tinham necessidade ou se utilizando daquilo do que poderiam obter facilmente da natureza para a sua sobrevivência. O natural crescimento das populações, com o passar dos tempos, logo mostrou a impossibilidade desse sistema, viável apenas nos pequenos aglomerados humanos. Passou-se, então, a troca de bens desnecessários, excedentes ou supérfluos para certos grupos, mas necessários a outros.
Nesse período, o comerciante levava mercadorias de uma cidade para outra através de estradas, em caravanas, sempre em direção a feiras que ocorriam, Em sua evolução, as feiras se especializam, surgem os mercados, chamados de feiras cobertas. Num mesmo local, surgem quase que simultaneamente às feiras as lojas, cuja função é a venda constante. Essa dificuldade em colocar valores em cada bem para realizar a troca, fez com que surgisse a moeda. 
É na idade média onde o direito comercial começa a se definir, devido as cidades se desenvolverem ao redor dos feudos e intensificarem o comércio. É nessa época que se pode falar do surgimento de um direito organizado para o comércio vigente, quando artesões e comerciantes procurando uma tutela jurídica para suas atividades, se uniram em corporações, chamadas corporações de ofício, estabelecendo regras para a regência do comércio, surgindo a primeira fase do direito Comercial. Os comerciantes na idade média não só elaboravam suas próprias leis, como também estavam sujeitos à jurisdição própria. Podemos concluir que o direito comercial, na sua origem autônoma, surgiu como um direito corporativo o qual deveria ser aplicado apenas aos comerciantes matriculados nas corporações, característica esta que culminou na construção da teoria subjetiva, marcando o estudo deste ramo do direito.
Com o passar do tempo, a concepção do direito comercial como o direito dos comerciantes matriculados nas corporações foi perdendo sentido, pois paralelamente a esta realidade, o comércio também era praticado por pessoas que não faziam parte dessas organizações de classe, e que inclusive se utilizavam de institutos, como a letra de câmbio, que foi criada na época para facilitar a circulação de mercadorias. Quando um comerciante inscrito em uma corporação mantinha negociação com um comerciante que não fazia parte de nenhuma corporação, a competência do juízo consular deveria se estender ao comerciante não matriculado.
 A Segunda fase surge, então, com o Code de Commerce de 1807 que marca o início da etapa contemporânea na evolução do direito comercial. Os princípios da liberdade e igualdade perante a lei, inspiradores da Revolução Francesa eram incompatíveis com a manutenção de um direito dos comerciantes, enquanto classe corporativa. Daí que o Código qualifique como comerciantes os que fazem da prática de atos de comércio profissão, e como comerciais uma série de atos (incluindo alguns ligados a indústria transformadora e aos serviços) que sejam praticados por comerciantes, acentua-se, pois, um caráter objetivo do direito comercial. Esta nova fase do direito comercial se baseou na Teoria dos Atos de Comércio  e o direito comercial passou a definir quais os atos que deveriam ser considerados como comerciais e, portanto, regidos pelas normas mercantis.
Em meados da década de 40, iniciou a terceira fase, com a Teoria da Empresa ,com a promulgação do Códice Civile  em 1942 e se estende até os dias atuais. O direito comercial de hoje esta voltado para atividade empresarial Segundo o Código Civil Italiano no art. 2.082 é considerado empresário “quem exerce  profissionalmente uma atividade económica organizada para o fim da produção ou da troca de  bens ou serviços”.
De acordo com esta teoria, o amparo do direito comercial recai sobre atividade empresarial. Considera-se atividade empresarial aquela desenvolvida profissionalmente e com habitualidade, seja por um empresário individual, seja por uma sociedade empresária, de forma economicamente organizada, voltada à produção e circulação de mercadorias e serviços,
Gradativamente, tanto o comerciante (sujeito) como o ato de comércio (objeto) passaram a ter importância para o Direito Comercial. E, com o advento do Código Civil de 2002, mudou-se o foco do Direito Comercial brasileiro, no novo texto legal, pois, a partir de 2003, ganhou importância o estudo da empresa, e não dos atos de comércio, para qualificação de um empresário e uma sociedade empresária. Portanto, o foco do direito comercial atual é a empresa, entendida como atividade profissional econômica e organizada voltada à obtenção de lucros.
Bibliografia
GOMES, Fábio Bellote. Manual do Direito Comercial, 2 ed. São Paulo: Manole, 2007.

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