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Fundamentos de Economia I - Tema 6

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Moeda
José Tadeu de Almeida
Introdução
Todos os dias realizamos transações para satisfazer nossas necessidades em relação à 
alimentação, vestuário, lazer e aquisição de bens, por exemplo. Além disso, também temos que 
pagar impostos. Mas, para que estas operações sejam feitas é necessária a existência de um 
denominador comum, um recurso aceito por todos. Nesta aula vamos estudar este recurso, atual-
mente, representado pela moeda. Bons estudos!
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • entender o conceito de moeda.
1 Conceituação
Antes do surgimento da moeda, você saberia dizer como as pessoas adquiriam o que precisa-
vam? Nos primórdios da civilização as necessidades da população eram limitadas e baseadas na 
sobrevivência. Mas, com a divisão do trabalho acentuando-se, na Idade Antiga, os trabalhadores pas-
saram a se especializar, surgindo os ferreiros, carpinteiros e lavradores, por exemplo. Foi desta forma, 
com a circulação de bens entre as pessoas mediante trocas, que surgiu o escambo (ROSSETTI, 2016). 
SAIBA MAIS!
No capítulo 6 da obra “Uma Breve História do Brasil” (2010), Mary Del Priore e Renato 
Venâncio explicam que, na formação da sociedade brasileira, o escambo subsistiu na 
época colonial, nos séculos XVI e XVII, por meio da troca de bens entre portugueses 
e índios, e mesmo após este período, entre escravos fugitivos (quilombolas). 
Porém, é importante perceber que o escambo enquanto atividade comercial tem uma limitação. 
Você saberia dizer qual é? Note que o escambo depende de uma sintonia de interesses em torno da 
utilidade do bem que cada indivíduo dispõe para trocar, e ambos deverão ainda estar de acordo sobre 
o valor atribuído para aquele bem. Ou seja, deve haver uma coincidência de demandas e valores.
EXEMPLO
Uma espada deve possuir a mesma utilidade de uma dúzia de ovos, pois um ferreiro 
deseja se alimentar e um criador de aves precisa defender-se. Porém, ambos neces-
sitam de roupas. Portanto, é necessário que a espada, ou os ovos, também permi-
tam a aquisição do couro de um boi para a confecção da roupa. Assim, a utilidade 
dos recursos está expressa a partir do que eles representam para cada indivíduo.
Figura 1 – Indivíduos transacionando cabras em uma praça
Fonte: Peter Stuckings/Shutterstock.com
Antes do surgimento da moeda, como a conhecemos hoje, era comum o uso de mercadorias 
para a avaliação de valores dos bens. Um destes itens, por exemplo, era o sal: foi assim que surgiu 
o termo salário (do latim salarium). No entanto, com o tempo tornou-se impossível a utilização de 
mercadorias-moeda como referencial (ROSSETTI, 2016). Foi então, no século VIII a.C, na região da 
Lídia, no Oeste da Turquia, que as primeiras moedas foram cunhadas em metal.
2 Funções da moeda
Vamos estudar agora as diferentes funções da moeda. A primeira delas, conforme vimos no 
tópico anterior, é ser um meio de troca, ou seja, uma referência para medir o valor de todos os bens 
(ROSSETTI, 2016). 
FIQUE ATENTO!
A moeda é reconhecida como meio de troca em uma sociedade quando ela, de fato, 
funciona como um equivalente-geral e é reconhecida pelas pessoas como este meio 
de troca. Mas quando a moeda perde seu valor, como no caso da hiperinflação ale-
mã, após a Primeira Guerra Mundial, o dinheiro praticamente não era mais reconhe-
cido como meio de trocas, e um pedaço de pão chegou a custar bilhões de marcos.
Figura 2 – Cédula de dez bilhões de marcos impressa em 1923
Fonte: Kondor83/Shutterstock.com
A segunda função da moeda é ser uma unidade de conta. Em uma economia monetária, ou 
seja, baseada em transações em moeda, o valor das mercadorias tem como equivalente-geral a pró-
pria moeda, que permite expressar a soma do valor dos bens produzidos (PAULANI & BRAGA, 2013). 
EXEMPLO
Se sabemos que uma bicicleta tem o valor de R$ 500,00 e um litro de leite custa, em 
média, R$ 2,50, podemos deduzir que uma bicicleta tem o mesmo valor monetário 
de duzentos litros de leite. Esta é a chamada estrutura de preços relativos. Neste 
caso, cada mercadoria tem seu valor associado a uma quantidade de moeda. Se o 
leite tem seu valor alterado para R$ 3,00 e a bicicleta não teve seu valor alterado, ela 
passa a valer pouco mais de 166 litros de leite. Ou seja, os preços relativos passa-
ram por uma distorção. Assim, quando pensamos o valor dos produtos, em função 
de unidades monetárias, verificamos que a moeda também tem a função de ser 
uma unidade de conta, ou seja, ela expressa o valor de todos os recursos somados 
e produzidos pela sociedade.
A terceira função da moeda é ser uma reserva de valor. A moeda é o vetor responsável pelas 
operações de compra e venda a qualquer tempo. Porém, os agentes podem optar por não efetua-
rem transações agora. Ou seja, a moeda permite que a utilizemos quando acharmos conveniente, 
como uma ponte entre o presente e o futuro (PAULANI & BRAGA, 2013).
FIQUE ATENTO!
Em uma economia monetária moderna, a moeda, para ser considerada um equi-
valente geral para as trocas, deve possuir três características: deve ser uma unida-
de de conta, um meio de troca e uma reserva de valor. Caso a moeda perca uma 
destas três funções ela se deteriora. Assim, ela continuará sendo um recurso, 
mas não será uma moeda. 
Agora que enfatizamos as principais funções da moeda, vamos aprender mais sobre as suas 
características, igualmente importantes, que formam o sistema monetário internacional.
SAIBA MAIS!
A moeda possui diversas funções. Ela também permite que salários, por exemplo, 
possam ser pagos ao longo do tempo, no chamado padrão de pagamentos diferidos. 
Da mesma forma, também constitui-se em um instrumento de poder, já que moedas 
de países com poder econômico e militar tornam-se referências de valor para 
outras moedas. Para aprender mais sobre as funções da moeda consulte o primeiro 
capítulo da tese do professor Raul Jorge Curro, “Mercosul: a moeda única e suas 
consequências no comércio internacional” (2009), disponível em <http://www.teses.
usp.br/teses/disponiveis/2/2135/tde-24092009-153739/pt-br.php>
3 Características
Como vimos anteriormente, a dificuldade em se estabelecer um equivalente-geral para as 
trocas tornava necessário escolher bens que pudessem ser reconhecidos como reserva de valor e 
ter facilidade de circulação, além do reconhecimento por todas as pessoas – era necessário obter 
um recurso de alta liquidez.
A liquidez é a possibilidade da moeda, ou de outros recursos, serem negociados livremente e 
aceitos pelos agentes a qualquer tempo. A moeda é o recurso líquido por excelência, pois ela pode 
ser trocada por qualquer bem, a qualquer momento, em circunstâncias normais – ela torna-se 
poder de compra imediatamente. Uma casa por exemplo não tem a mesma rapidez para trans-
formar-se em outro bem: ela possui menos liquidez do que a moeda (PAULANI & BRAGA, 2013). 
Figura 3 – Barra de ouro, recurso tão líquido quanto o dinheiro
Fonte: hidesy/Shutterstock.com
Agora, preste atenção: na evolução do mercado, os metais preciosos foram assumindo a fun-
ção de moeda. Entre eles, destacaram-se a prata e o ouro. É importante perceber que estes metais 
carregam altos valores em pequenas quantidades, não se deterioram e podem ser divididos em 
porções menores, permitindo a expressão de qualquer valor que as transações pudessem exigir 
(PAULANI & BRAGA, 2013).
Há algumas características que fizeram com que os metais, sobretudo o ouro e a prata, fos-
sem preferidos como moeda. Observe a seguir.
 • Escassez: o ouro, sobretudo, é um metal raro. Há, na crosta terrestre, em média, um 
quilo de ouro para cada 350 mil toneladas de terra.
 • Durabilidade: o ouro é resistente à oxidação, e tem uso em diversas aplicações, da 
joalheria à engenharia espacial;
 • Divisibilidade: o ouro é maleável, e pode ser moldado conforme as necessidades de 
tamanho e peso,ideais para a cunhagem de moedas.
 • Facilidade de manuseio e armazenamento: o brilho do ouro (e também da prata) é reco-
nhecido em praticamente qualquer lugar. Isto cria uma relação de confiança dos indivíduos 
em relação a estes metais, permitindo seu armazenamento e uso (ALMEIDA, 2015).
FIQUE ATENTO!
Nos séculos XVIII e XIX as economias ocidentais, lideradas pela Inglaterra, fixaram 
o valor de suas moedas a partir dos estoques de ouro e prata disponíveis, com o 
ouro assumindo o principal referencial de valor para as moedas. Este sistema fica-
ria conhecido como padrão-ouro (ALMEIDA, 2015). 
Figura 4 – Antiga moeda de pedra do arquipélago de Yap
Fonte: evenfh/Shutterstock.com
Contudo, diante dos problemas de segurança dos metais preciosos, dado o risco de roubos, 
as pessoas passaram a evitar o seu porte, preferindo guardá-los junto a pessoas e instituições de 
confiança – originando as primeiras casas bancárias. 
Em troca, elas recebiam um certificado em papel, que garantia ao portador um determinado 
valor naquela casa comercial. Com o tempo, estes papéis começaram a circular e serem aceitos pela 
comunidade como moeda, com as suas três funções. Surgia o papel-moeda, utilizado ainda hoje.
O papel-moeda é tido como uma moeda fiduciária. Não há, em todo o mundo, estoques de 
metal precioso suficientes para fornecer lastro, ou seja, cobrir o valor do papel-moeda em circula-
ção e em poder do público, como na Idade Média. 
Quem garante o valor que o papel-moeda possui é o próprio governo. Desta forma, o valor da 
moeda se assenta na confiança (fidúcia) da sociedade em relação a um governo e na estabilidade 
de sua moeda (ROSSETTI, 2016).
O papel-moeda ainda é tratado como moeda manual ou corrente, pois se caracteriza como 
um meio de pagamento que efetivamente está em poder dos agentes. Esta classificação existe 
para diferenciar a moeda manual da moeda escritural, ou seja, aquela que está guardada nas 
casas bancárias, na forma de depósitos à vista (ROSSETTI, 2016).
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • conhecer os modelos sociais primitivos e o sistema de trocas baseado no escambo e 
na utilidade dos bens;
 • estudar as três funções da moeda: unidade de conta, meio de troca e reserva de valor;
 • verificar que outros recursos também podem ser reserva de valor, porém têm menor 
liquidez do que a moeda;
 • perceber que os sistemas monetários modificaram-se em prol das trocas comerciais, e 
a moeda teve este mesmo curso, dos padrões metálicos para o papel-moeda.
Referências
ALMEIDA, José Tadeu. Padrão-ouro: Experiências comparadas Brasil-Portugal no Século XIX. 253p. 
Tese (Doutorado em História). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. Universidade de 
São Paulo, São Paulo, 2015. Disponível em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/
tde-15102015-141843/pt-br.php>. Acesso: 1 dez 2016.
CURRO, Raul Jorge de Pinho. Mercosul: a moeda única e suas consequências no comércio interna-
cional. 227p. Tese (Doutorado em Relações Internacionais). Faculdade de Direito. Universidade de 
São Paulo, São Paulo, 2009. Disponível em <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2135/
tde-24092009-153739/pt-br.php>. Acesso: 1 dez 2016.
DEL PRIORE, Mary; VENÂNCIO, Renato. Uma Breve História do Brasil. São Paulo: Planeta, 2010.
PAULANI, Leda Maria; BRAGA, Márcio Bobik. A nova contabilidade social – Uma introdução à 
Macroeconomia. 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2013.
ROSSETTI, José Paschoal. Introdução à Economia. 21 ed. São Paulo: Atlas, 2016.

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