Trabalho de Observação com Situação Problema: Salim

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Universidade Paulista – Unip
Curso de Psicologia
Amanda Silva Gomes – RA: N30042-6
Erica Cristina Alves Steinmetz – RA: D6868E-1
Elisa Daher Pereira – RA: N301HF-0
Júlia Faria Verano – RA: N2643D-8
Loren Hannah Rodrigues Sales – RA: D73CHA-0
Mariane Santana dos Reis – RA: N300FJ-1
Trabalho de Observação com Situação Problema: Salim
 
Goiânia – GO
2018
Introdução:
Habitualmente, à separação dos pais pode afetar os filhos, desta maneira, a procura de um psicólogo na orientação de como lidar pressupõem elementar para os filhos aceitarem melhor a situação. 
Neste trabalho será abordado o desenvolvimento de um ser humano na segunda e terceira infância com o objetivo de realizar uma análise crítica sobre a situação problema de uma criança chamada Salim, de 8 anos, que terá que lidar com o divórcio dos pais. 
Será abordada uma forma para que os pais sejam orientados sobre como lidar com os problema emocionais que uma separação pode trazer e as demais dificuldade apresentadas pela criança na escola.
Situação Problema e Reflexão:
Salomão e Romana procuraram orientações de um profissional da área diante da conjuntura da separação de ambos, em relação em como seu filho Salim irá reagir e para melhor avalição do psicólogo há necessidade de algumas informações sobre como foi o desenvolvimento da criança até o momento, como tais características: Aos três anos Salim insistia em dormir na cama com os pais; Aos cinco anos, começou a frequentar a escola e no dia-a-dia das atividades ele se saía muito bem, no entanto, todos os dias escolhia quem ia busca-lo e caso não fosse a pessoa qual ele determinou, gritava e se recusava a ir embora até que a pessoa escolhida fosse busca-lo. Recebia todos os presentes pedidos; Atualmente cursando 3º ano do ensino fundamental apresenta dificuldades em matemática (multiplicação e divisão); dificuldade em português (troca de letras), gagueja e troca letras ao falar também; Nas brincadeiras com os colegas ele sempre é o líder, determina as regras e caso não é do seu gosto desiste de brincar.
 Visto assim, obtivemos algumas considerações acerta das observações citadas à cima sobre Salim: comumente crianças no início da segunda infância sentem segurança em dormir com os pais, porém devido as negações de seus pais, a criança começou a apresentar uma ansiedade e impaciência. Com a insistência de Salim seus pais ficavam com dó (ou eram vencidos pela persistência) e acabavam o deixando dormir com eles. Portanto, pode ser levantada a hipótese de que ocupando a cama dos pais, Salim ocupa outro lugar subjetivo na família que não é o dele. De acordo com Freud, existe a sexualidade infantil e essa sexualidade passa por fases, onde a criança descobre seu corpo e o prazer que pode obter a partir dele. Ao deitar-se constantemente com um adulto, o mesmo influência nessa sexualidade, com a proximidade demasiada do corpo da criança com o corpo do adulto, e traz consequências que vão desde insegurança, alterações alimentares e de qualidade de sono até sentimentos de incapacidade, angustia ou fobias. A relação de dependência afetiva também é mantida. A criança que permanece no quarto dos pais, também permanece naquele primeiro mês de vida onde não podia cuidar-se minimamente.
Aos cinco anos, ele sugere intolerância e impaciência, não aceitando ser contrariado e frustrado, tendo que ser da maneira como quer - comportamento típico do período de desenvolvimento social e da personalidade na segunda infância. Além ter dificuldades para lidar com frustrações, ele não aprendeu a aceitar ordens, opiniões contrarias, visto que é uma característica de egocentrismo na segunda infância. E as dificuldades escolares atuais, sugerem ser o reflexo das dificuldades que estão acontecendo em sua vida particular – separação dos pais: a ansiedade pode estar sendo demonstrada através da gagueira e das trocas de letras. É por meio da educação em casa que uma criança desde pequena aprende a conviver com regras e respeitar o próximo. Na visão de Gottman e De Claire (1997), os pais que não impõem limites aos seus filhos e não orientam nos seus comportamentos estaria fazendo com que os mesmos apresentem dificuldades para se concentrar, fazer amizades e se relacionar bem com o próximo. A criança se sente tão poderosa a ponto de nortear a vida da família, acredita poder tudo, decidir o que come, aonde vai, o que compra etc.  
Em sua pesquisa Piaget dividiu o egocentrismo em quatro estágios. Dos 2 aos 6 anos, a criança se encontra no estágio Pré –operatório onde ela não possui a capacidade de considerar o ponto de vista de outras pessoas, acreditando que seus motivos e explicações também são os das outras pessoas e que consequentemente, esses sentimentos podem ser compreendidos perfeitamente pelos outros. A criança acredita que todo mundo vive em função dela e dificilmente aceita mudanças. Isso pode ser visto perfeitamente no comportamento de Salim quando ele não aceita que seus pais rejeitem que ele durma com ele e quando escolhe quem irá o buscar. 
Uma criança aos 8 anos pode apresentar uma grande tristeza com a separação dos pais, devido a sua perda de um referencial e a dificuldade da mesma em compreender a situação. Isso pode piorar o rendimento escolar, o temperamento e uma maior dificuldade em suas relações e convívios sociais. Salim apresenta ser uma criança que pode estar passando pelo transtorno de conduta, causando vulnerabilidade no mesmo e resultando em um temperamento difícil, explosivo e impulsivo. O baixo rendimento do mesmo está associado a esse transtorno, uma vez que o mesmo tem dificuldades para se concentrar e consequentemente dificuldades na aprendizagem.
Na primeira infância existem diversas teorias relacionadas ao apego dos pais com o bebê, comportamento de apego, referencial social, (Walden, 1991) e este ajudaria os bebês a regular/controlar suas emoções. Por exemplo, um bebê que está zangado por que uma atividade agradável não está mais disponível pode usar as expressões emocionais reconfortantes e agradáveis do cuidador para fazer uma transição para um estado emocional que lhe seja mais agradável. Em contraste, um bebê cujo cuidador responde a sua raiva com mais raiva experimenta um aumento no nível de seus próprios sentimentos de raiva. A maioria dos desenvolvimentistas pensa que a qualidade do dar-e-receber emocional nas interações entre um bebê e seus cuidadores é importante para a capacidade da criança de controlar emoções como raiva e frustrações em anos posteriores. Relacionando essa resposta do bebê aos seus sentimentos e considerado o seu temperamento. Existem três tipos de temperamento: crianças fáceis, crianças difíceis e crianças de aquecimento lento. Dado que, o aspecto relatado de Salim aos cinco anos referente a baixa aceitação a frustações, intolerância e impaciência estima uma falha entre a transmissão de dar-e-receber em relação em como lidar com o emocional. E também, podendo está relacionado com o segundo tipo de temperamento, o qual os padrões que caracterizam as crianças nesta categoria incluem ciclos de sono e alimentação irregulares, negatividade emocional, irritabilidade e resistência à mudança.
Conclusão:
De acordo com os pontos de vista ressaltados na situação problema, Salim apresenta dificuldades emocionais e comportamentais que influenciam desde a sua vida acadêmica até seus relacionamentos pessoais, e essas dificuldades são internalizadas e exteriorizadas de diversas formas que podem ser observadas em seu comportamento.
A Salim parece ser uma criança que precisa ainda de muito apoio e segurança dos pais, e que sugere possuir uma fragilidade/vulnerabilidade emocional, intolerância, impaciência e dificuldade com frustrações. Como terapeuta, eu diria aos pais, que este, será um momento muito difícil para Salim. Para amenizar essa situação deve ser conversado claramente com ele sobre a situação e assegurar a ele que os pais o amam e ele jamais será abandonado. Tentar não fazer mudançasmuito bruscas em sua rotina cotidiana de modo que ele se sinta menos deslocado possível. Tentar minimizar os conflitos: não brigar na frente de Salim, não usá-lo como intermediário, entre outras coisas.
Estas tomadas de decisão expostas acima amenizarão bastante o conflito após a separação. Quando há acordos, a tendência é que a criança se sinta mais estável e segura emocionalmente. 
Bibliografia:
Compreendendo seu filho de 03 anos/Judith Trowell; Traduçao: Martha Rodolfo Schimidt – Rio de Janeiro: Ed.Imago , 1992.
Rappaport, Clara Regina. Psicologia do Desenvolvimento, Wagner da Rocha Fiori, Cláudia Davis – São Paulo: EPU, 1981.
Bee, Helen. A criança em desenvolvimento/Hellen Bee, Denise Boyd; Traduçao: Cristina Monteiro; revisão técnica: Antônio Carlos Amador Pereira – 12 ed. – Porto Alegre: Artmed, 2011.