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Apostila Primeiro Semestre direito penal

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APOSTILA DE DIREITO PENAL – 1º SEMESTRE
SUMÁRIO 
1 - HISTÓRIA DO DIREITO PENAL.................................................................................... PAG 25
A – ORDENAÇÕES AFONSINAS................................................................................PAG 25
B – ORDENAÇÕES MANOELINAS.............................................................................PAG 25TRANSFERIDO PARA O FINAL DA APOSTILA
C – ORDENAÇÕES FILIPINAS....................................................................................PAG 26
	D – CÓDIGO CRIMINAL DO IMPÉRIO 1830..............................................................PAG 28
	E – CÓDIGO PENAL REPUBLICANO 1890..................................................................PAG 32
	F - CONSOLIDAÇÕES DAS LEIS PENAIS 1932.............................................................PAG 34
	G – CÓDIGO PENAL DE 1940....................................................................................PAG 35
	H – CAPITÂNIAS HEREDFITÁRIAS.............................................................................PAG 38
2 - CORRETA FORMA DE LEITURA DOS ARTIGOS.............................................................PAG 03
3 - FENÔMENO DA RECEPÇÃO........................................................................................PAG 03
4 - LEI PENAL NO TEMPO................................................................................................PAG 03
	A - PRINCÍPIO DA LEGALIDADE.................................................................................PAG 03
	B - PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL............................................................................PAG 04
	C - PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE..........................................................................PAG 04
	D - PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE.............................................................................PAG 04
		D1. COMO SE CRIA UMA LEI.......................................................................PAG 04
	E- ABOLIÇÃO DO CRIME..........................................................................................PAG 05
	F - REFORMA DA LEI PENAL....................................................................................PAG 05
	G - LEI EXCEPCIONAL................................................................................................PAG 05
	H- LEI TEMPORÁRIA.................................................................................................PAG 06
	I - TEMPO DO CRIME...............................................................................................PAG 07
		I1- TEORIA DA ATIVIDADE
		I2- TEORIA DO RESULTADO
		I3 – TEORIA DA UBIGUIDADE
	
5 – CONFLITO APARENTE DE ESPAÇO.............................................................................PAG 07
	A – TERRITORIALIDADE............................................................................................PAG 07
	B – LUGAR DO CRIME..............................................................................................PAG 08
 	C – EXTRA-TERRITORIARIDADE ART 7º....................................................................PAG 08
	D – PRINCÍPIO NE BIS IN IDEM 	ART 8º...................................................................PAG 09
	E – EFICÁCIA DA SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA ART 9º......................................PAG 09
6 – CONFLITO APARENTE DE NORMAS...........................................................................PAG 10
	A – PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE...........................................................................PAG 10
	B – PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO...............................................................................PAG 10
	C – PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE.......................................................................PAG 10
	D – PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE .....................................................................PAG 11
7 – TEORIA DO CRIME....................................................................................................PAG 11
		CONCEITO MATERIAL DE CRIME.................................................................PAG 11
		CONCEITO LEGAL DE CRIME........................................................................PAG 11
		CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME................................................................PAG 11
		ESTRUTURA DO FATO TÍIPICO....................................................................PAG 12
	A – TEORIA CAUSALISTA..........................................................................................PAG 13
	B – TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA..........................................................................PAG 13
	C – TEORIA FINALISTA BIPARTIDA............................................................................PAG 14
	D – TEORIA SOCIAL DA AÇÃO..................................................................................PAG 16
	E – CONCAUSAS.......................................................................................................PAG 18
F – EXERCÍCIOS (DIFERENÇA ENTRE AS TEORIAS)....................................................PAG 19
	
8 – CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO...................................................................PAG 20
9 – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ .........................................PAG 22
10 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR..............................................................................PAG 22
11 – CRIME IMPOSSÍVEL................................................................................................PAG 23
12 – TEORIAS TEXTOS (CAUSALISTA, SOCIAL, FINALISTA TRIPARTIDA E BIPARTIDA)......PAG 23
MATERIAL PARA AUXÍLIO NA PROVA CONFORME SUMÁRIO
2 – CORRETA FORMA DE LEITURA DOS ARTIGOS
ARÁBICOS E ROMANOS:
ARÁBICOS:DO 1 AO 9 = SE LÊ NA FORMA ORDINAL E DO 10 EM DIANTE NA FORMA CARDINAL
1 = PRIMEIRO; 2 = SEGUNDO; 3= TERCEIRO; 4 = QUARTO; 5=QUINTO; 6=SEXTO; 7=SÉTIMO 
8 = OITAVO; 9 = NONO; 10 = DEZ ; 11=ONZE; 12=DOZE; 13=TREZE E ASSIM POR DIANTE
OBS: ARÁBICOS SÃO USADOS SOMENTE PARA ARTIGOS E PARÁGRAFOS
ROMANOS:DO 1 AO 10= SE LÊ NA FORMA ORDINAL E DO 11 EM DIANTE NA FORMA CARDINAL
1=PRIMEIRO; 2=SEGUNDO; 3=TERCEIRO; 4=QUARTO; 5=QUINTO; 6=SEXTO; 7=SÉTIMO
8=OITAVO; 9=NONO; 10=DÉCIMO; 11=ONZE, 12=DOZE, 13=TREZE; E ASSIM POR DIANTE
ROMANOS UTILIZADOS PARA TÍTULOS, INCISOS E CAPÍTULOS
3- FENOMÊNO DA RECEPÇÃO
É O MOMENTO QUE NA CRIAÇÃO DE UMA NOVA CONSTITUIÇÃO, AS LEIS DA ANTIGA CONSTITUIÇÃO PASSAM POR UMA ANALISE, E SERÁ DECIDIDO SE SERÃO RECEPCIONADAS OU NÃO.
EXEMPLO: QUANDO FORMULARAM A ULTIMA CONSTITUIÇÃO A DE 1988, ANALISARAM A LEI “Nº 500” DA CONSTITUIÇÃO ANTERIOR (A DE 1967), SE OPTARAM POR MANTÊ-LA NA ATUAL DE 1988, ESSE FATO SE CHAMA RECEPCIONADA (ELA FOI ACEITA), CASO CONTRÁRIO NÃO RECEPCIONADA (ELA NÃO FOI ACEITA).
4 – LEI PENAL NO TEMPO
A – PRINCÍPIO DA LEGALIDADE CRIADO EM 1906
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE FOI CRIADO JUNTO COM OS DEMAIS, POR QUEM CRIOU O NOSSO CÓDIGO PENAL.
OBS: POR QUE FOI CRIADO: Resp. PORQUE ELE DECIDIU (NÃO TEM UMA JUSTIFICATIVA)
PRINCÍPIO DA LEGALIDADE É COMPOSTO POR 3 ÍTENS:
POLÍTICA: SÃO TODOS OS DIREITOS E GARANTIAS INDIVIDUAIS, PREVISTOS EM LEI, E ESTÃO ASSEGURADOS NA CONSTITUIÇÃO. (FEDERAL, ESTADUAL E MUNICIPAL).
JURÍDICA LATU SENSU: DIREITO ADMINISTRATIVO (AMPLO E ABERTO)
JURÍDICA STRICTU SENSU: SENTIDO ESTRITO
 POLÍTICA
LEGALIDADE = JURÍDICA LATU SENSU PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL
 JURÍDICA STRICTU SENSU PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE
 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE
OBS: O CATEDRÁTICO QUE CRIOU O NOSSO CÓDIGO, ACRESCENTOU MAIS 03 PRINCÍPIOS SUB-ITENS (NO ITEM JURÍDICA STRICTU SENSU, COM A FINALIDADE DE BLINDAR AINDA MAIS O CÓDIGO, ACREDITO QUE AFIM DE TENTAR EVITAR INJUSTIÇAS).
B –PRINCÍPIO DA RESERVA LEGAL: PROCESSO LEGISLATIVO QUE A LEI PASSA PARA SER CRIADA, PROCESSO LEGISLATIVO PRÓPRIO QUE A LEI PENAL DEVE PASSAR PARA TER VALIDADE.
C – PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE: A LEI DEVE SER SEMPRE ANTERIOR AO FATO, (SÓ PODE SER APLICADA AOS FATOS POSTERIOR A CRIAÇÃO DA LEI) OU SEJA: NÃO HÁ CRIME SEM LEI ANTERIOR QUE O DEFINA (ART. 1º) 
D – PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: A LEI DEVE SER CLARA, OBJETIVA e EXPRESSA
_____________________________________________________________________________
D1- COMO SE CRIA UMA LEI: (PROCESSO LEGISLATIVO QUE A LEI PASSA) FEDERAL
ALGUM DEPUTADO APRESENTA O PROJETO DE LEI
PASSA PELA COMISSÃO DE JUSTIÇA DO PLENÁRIO (CÂMARA DOS DEPUTADOS)
	SE APROVADA:
SERÁ SUBMETIDA A VOTAÇÃO NA CÂMARA
	SE APROVADA
PASSA PELA COMISSÃO DE JUSTIÇA DO SENADO
	SE APROVADA
SERÁ SUBMETIDA A VOTAÇÃO NO SENADO
	SE APROVADA
SEGUE PARA O PRESIDENTE (SANCIONAR OU VETAR)
OBS: UMA LEI PENAL NÃO PODE SER ATRAVÉS DE UMA MEDIDA PROVISÓRIA (PARTICULARIDADE DA NORMA PENAL)
E - ABOLIÇÃO DO CRIME (ESTÁ RELACIONADO COM ART 2º)
ABOLITIO CRIMINIS = DEIXA DE SER CRIME (OU SEJA) O CRIME FOI ABOLIDO
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.   
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
F - REFORMA DA LEI PENAL (ESTÁ RELACIONADO COM O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART 2º)
a- REFORMATIO LEGIS IN MELIUS: REFORMA DA LEI PARA MELHORAR (ESTÁ RELACIONADO COM O PARÁGRAFO ÚNICO DO ART 2º)
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado. 
OBS: NESTE CASO, COMO A REFORMA DA LEI FOI PARA MELHOR, PODE RETROAGIR, POIS BENEFICIA O RÉU.
EX: A LEI ANTERIOR CONDENAVA O FURTO POR 2 ANOS, A NOVA CONDENA POR 01 ANO, ESTÁ SENDO BENÉFICA RETROAGI
b- REFORMATIO LEGIS IN PEJUS: REFORMA A LEI PARA PIORAR
OBS: NESTE CASO, COMO A REFORMA DA LEI FOI PARA PIORAR, NÃO PODE RETROAGIR, POIS PREJUDICA O RÉU.
EX: A LEI ANTERIOR CONDENAVA O FURTO POR 2 ANOS, A NOVA CONDENA POR 04 ANO, ESTÁ SENDO PREJUDICIAL NÃO RETROAGI
G – LEI EXCEPCIONAL (RELACIONADA AO ARTIGO 3º)
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
LEI EXCEPCIONAL: A CAUSA É POR FORÇA DA NATUREZA, CALAMIDADE PÚBLICA (DURA ENQUANTO FOR NECESSÁRIO, NÃO TEM PRAZO DE VALIDADE) PODE ABRANGER O PAÍS TODO, OU PARTE DELE.
EX: BARRAGEM DE MARIANA: TERIA UMA LEI SÓ PARA AQUELA CIDADE
OBS 1: CESSADA A VIGÊNCIA DA LEI, OS CRIMES COMETIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIA, SERÃO CONDENADOS COM BASE NESTA LEI, MESMO QUE ELA JÁ TENHA SIDO ABOLIDA. SEUS EFEITOS VALEM ATÉ A SENTENÇA.
EX 1: SUPONHAMOS QUE EM MARIANA TINHA UMA LEI (EXCEPCIONAL) QUE PUNIA OS SAQUES COM 4 ANOS DE PRISÃO, PASSADO UM TEMPO, A SITUAÇÃO NORMALIZOU, E ESTA LEI FOI ABOLIDA, PORÉM ALGUMAS PESSOAS ESTAVAM SENDO JULGADAS POR ESTE CRIME, E QUANDO FORAM SENTENCIADAS A LEI JÁ NÃO EXISTIA, NESTE CASO A LEI RETROAGI, MESMO EM MALEFÍCIO DO RÉU. PODEMOS CITAR NESTE CASO, A ULTRATIVIDADE GRAVOSA
OBS 2: DENTRO DO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI (ENQUANTO ELA ESTIVER VALENDO), APLICA-SE A REGRA GERAL, SE HOUVER REDUÇÃO DA PENA, ELA RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU. 
EX 2: SUPONHAMOS QUE EM MARIANA TINHA UMA LEI(EXCEPCIONAL) EM VIGÊNCIA QUE PUNIA OS SAQUES COM 4 ANOS DE PRISÃO, PORÉM A SITUAÇÃO SE ACALMOU, E A PENA FOI REDUZIDA PARA 02 ANOS, E ALGUMAS PESSOAS JÁ ESTAVAM CUMPRINDO A PENA, NESTE CASO A LEI RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU, USO DA REGRA GERAL.
H – LEI TEMPORÁRIA (RELACIOANADA AO ART 3º)
Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência. 
TEMPORÁRIA: A CAUSA É POR VONTADE DO HOMEM (NASCE COM PRAZO DE VALIDADE, JÁ SE SABE A DATA DE TÉRMINO) 
EX : COPA DO MUNDO E OLIMPÍADAS
OBS 1: CESSADA A VIGÊNCIA DA LEI, OS CRIMES COMETIDOS DURANTE A SUA VIGÊNCIA, SERÃO SENTENCIADOS COM BASE NESTA LEI MESMO QUE ELA JÁ TENHA SIDO ABOLIDA. SEUS EFEITOS VALEM ATÉ A SENTENÇA. PODEMOS CITAR NESTE CASO, A ULTRATIVIDADE GRAVOSA
EX 1: SUPONHAMOS QUE DURANTE O PERÍODO DA COPA DO MUNDO, TINHA UMA LEI QUE PUNIA O CRIME DE PORTE DE ARMA COM 3 ANOS DE PRISÃO, TERMINADA A COPA, ESTA LEI FOI ABOLIDA, PORÉM ALGUMAS PESSOAS ESTAVAM SENDO JULGADAS POR ESTE CRIME, E QUANDO FORAM SENTENCIADAS, A LEI JÁ NÃO EXISTIA, NESTE CASO A LEI RETROAGI, MESMO EM MALEFÍCIO DO RÉU.
OBS 2: DENTRO DO PERÍODO DE VIGÊNCIA DA LEI (ENQUANTO ELA ESTIVER VALENDO), APLICA-SE A REGRA GERAL, SE HOUVER REDUÇÃO DA PENA, ELA RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU. 
EX 2: SUPONHAMOS QUE DURANTE O PERÍODO DA COPA DO MUNDO, TINHA UMA LEI (EM VIGÊNCIA) QUE PUNIA O CRIME DE PORTE DE ARMA COM 3 ANOS DE PRISÃO, DURANTE A COPA ESTE CRIME FOI ALTERADO PARA 01 ANO, E ALGUMAS PESSOAS JÁ ESTAVAM CUMPRINDO A PENA, NESTE CASO A LEI RETROAGI PARA BENEFICIAR O RÉU, USO DA REGRA GERAL.
ULTRATIVIDADE GRAVOSA = SÓ SE ENCAIXA NA LEIS EXCEPCIONAIS E TEMPORÁRIAS.
I – TEMPO DO CRIME (RELACIONADO COM O ART 4º)
CONSIDERA-SE PRATICADO O CRIME NO MOMENTO DA AÇÃO OU OMISSÃO, AINDA QUE OUTRO SEJA O MOMENTO DO RESULTADO.
I1- TEORIA DA ATIVIDADE
	MOMENTO DA CONDUTA, SEJA A AÇÃO OU OMISSÃO
	I2- TEORIA DO RESULTADO
	O CRIME ACONTECE NO MOMENTO DA CONSUMAÇÃO
	I3 – TEORIA DA UBIGUIDADE OU MISTA
TANTO FAZ, PODE SER NA HORA DA CONDUTA, COMO PODE SER NA HORA DA CONSUMAÇÃO
	
5 – CONFLITO APARENTE DE ESPAÇO (REFERENTE AO Art 5º)
A – TERRITORIALIDADE
	É A POSSIBILIDADE DE SE APLICAR A LEI BRASILEIRA AOS CRIMES OCORRIDOS DENTRO DO TERRITÓRIO NACIONAL, SALVO SE HOUVER TRATADOS, CONVENÇÕES OU REGRAS DE DIREITO INTERNACIONAL QUE DIGAM O CONTRÁRIO, O PRINCÍPIO ADOTADO NO ART 5º, FOI DA TERRITORIARIEDADE TEMPERADA.
OBS 1: O AGENTE DIPLOMÁTICO QUE EXERCE FUNÇÃO EM TERRITÓRIO ESTRANGEIRO, TEM IMUNIDADE ABSOLUTA DE JURISDIÇÃO DO PAÍS ONDE EXERCE SUA FUNÇÃO. RESPONDERÁ PELAS LEIS DO PAÍS DE ORIGEM.
EX: DIPLOMATA, CÔNSUL (E TODA SUA FAMÍLIA)
SERÁ CONSIDERADO EXTENSÃO DO TERRITÓRIO BRASILEIRO:
EMBARCAÇÕES (NAVIOS) E AERONAVES PÚBLICAS (DO GOVERNO) OU OUTRA QUE ESTEJA À SERVIÇO DO GOVERNO;
ESPAÇO TERRESTRE: VAI ATÉ O LIMITE DAS FRONTEIRAS;
MAR TERRITORIAL: 
ATÉ 12 MILHAS, A PARTIR DA MARÉ BAIXA;
APÓS AS 12 MILHAS, MAIS 200 MILHAS SENDO ESTAS DE ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA
ESPAÇO AÉREO: TEORIA DA ATMOSFÉRA, ABAIXO PERTENCE AO PAÍS, E ACIMA É O ESPAÇO CÓSMICO REGIDO POR TRATADOS E CONVENÇÕES.
SUBSOLO: NÃO EXISTE DISTÂNCIA, SERÁ SEMPRE NOSSA SOBERANIA
OBS 1: QUALQUER AVIÃO PRECISA PEDIR AUTORIZAÇÃO PARA PASSAR PELO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO, CASO NÃO PEÇA SERÁ INTIMADO A DESCER A AERONAVE, CASO CONTRÁRIO SERÁ ABATIDA(DERRUBADA). AS EMBARCAÇÕES DEVEM PEDIR AUTORIZAÇÃO SOMENTE PARA ENTRAR NOS PORTOS BRASILEIROS, SENDO QUE NO MAR TERRITORIAL BRASILEIRO NÃO HÁ NECESSIDADE.
B – LUGAR DO CRIME (REFERENTE ART 6º)
TEORIA DA UBIGUIDADE. É A SOMATÓRIA DA AÇÃO/OMISSÃO COM CONSUMAÇÃO/RESULTADO.
SE ACONTECER NO ART 5º, UMA AÇÃO/OMISSÃO OU RESULTADO, SERÁ APLICADA A LEI BRASILEIRA.
OBS: SE ACONTECER ALGUM CRIME DECORRENTE DA AÇÃO/OMISSÃO OU CONSUMAÇÃO/RESULTADO, EM ALGUM DOS LOCAIS CITADOS ACIMA COMO TERRITÓRIO BRASILEIRO, SERÁ APLICADA AS LEIS BRASILEIRAS (CONFORME ART. 5º)
CASO ACONTEÇA ALGUM CRIME DENTRO DE UMA EMBARCAÇÃO EM ALTO MAR (APÓS AS 200 MILHAS ZONA ECONÔMICA BRASILEIRAS) SERÁ APLICADA A LEI DA BANDEIRA DO NAVIO (OU SEJA LEI DO PAÍS QUE O NAVIO PERTENCE)
C – EXTRA-TERRITORIALIDADE (REFERENTE ART 7º) 
É A POSSIBILIDADE DE SE APLICAR A LEI BRASILEIRA AOS CRIMES OCORRIDOS FORA DO TERRITÓRIO NACIONAL.
A EXTRA-TERRITORIALIDADE PODE SER:
INCONDICIONADA
 OU
OU CONDICIONADA
EXTRA-TERRITORIALIDADEINCONDICIONADA:
OCORRENDO UM CRIME NO ESTRANGEIRO SERÁ APLICADA A LEI BRASILEIRA, INDEPENDENTE DE QUALQUER CONDIÇÃO. ART 7º, I, a,b,c,d parágrafo 1º Código Penal.
Parágrafo 1º (as condições)
EXTRA-TERRITORIALIDADE CONDICIONADA
OCORRENDO O FATO NO ESTRANGEIRO, A LEI BRASILEIRA SÓ SERÁ APLICADA SE OCORREREM ALGUMAS CONDIÇÕES ESPECIFICADAS NO ART 7º, II, a,b,c, parágrafo 2º a,b,c,d, e parágrafo 3º Código Penal.
Parágrafo 2º se atender essas condições:
Indivíduo tem que ingressar no território nacional(brasileiro)
Ser crime nos dois países (aqui e no país que aconteceu o crime)
Não basta entrar no Brasil e ser crime nos dois países, tem que estar no tratado
Indivíduo não pode ter sido absolvido lá no outro país
Atender todas as condições anteriores
EX. MATOU O PRESIDENTE DO BRASIL NO ESTRANGEIRO, O CRIME SERÁ APURADO AQUI NO BRASIL.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA OU QUE ESTEJA A SEU SERVIÇO:
EX: FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUE ESTEJA EM NOME DO PAÍS
EX: FUNCIONÁRIO PÚBLICO QUE COMETER CRIME LÁ FORA
D – PRINCÍPIO NE BIS IN IDEM 	(ART 8º)	
NINGUÉM SERÁ PROCESSADO E PUNIDO MAIS DE UMA VEZ PELO MESMO FATO MESMO CRIME.
VERIFICA-SE A PENA NOS DOIS LUGARES, SE FOR IGUAL O TIPO: (COMPUTADA)
EX: A PESSOA É CONDENADA PELO MESMO CRIME A UMA PENA DE:
30 ANOS NOS ESTADOS UNIDOS, FICA 10 ANOS E VEM PARA O BRASIL
20 ANOS NO BRASIL ➔ CUMPRE APENAS OS 10 ANOS FALTANTE PARA CUMPRIR OS 20 DAQUI
VERIFICA-SE A PENA NOS DOIS LUGARES, SE FOR DIFERENTE O TIPO: (ATENOADA)
EX: A PESSOA É CONDENADA PELO MESMO CRIME A UMA PENA DE:
NOS ESTADOS UNIDOS A UMA MULTA DE U$$ 1.000
NO BRASIL A 30 ANOS ➔ DIMINUI A PENA DE 30 ANOS EM 1/6 (UM SEXTO)
E – EFICÁCIA DA SENTENÇA PENAL ESTRANGEIRA (ART 9º)
A LEI ESTRANGEIRA, QUANDO A APLICAÇÃO DA LEI BRASILEIRA, PRODUZ NA ESPÉCIE AS MESMAS CONSEQUÊNCIAS, PODE SER HOMOLOGADA NO BRASIL PARA:
I – OBRIGAR O CONDENADO À REPAÇÃO DOS DANOS, A RESTITUIÇÕES E A OUTROS EFEITOS CIVIS
II – SUJEITÁ-LO A MEDIDA DE SEGURANÇA =➔ AFASTA OS IMPUTÁVEIS DO CONVÍVIO SOCIAL
PARA FINS DE INDENIZAÇÃO =➔ PARTE INTERESSADA
A HOMOLOGAÇÃO DEPENDE:
Para os efeitos previsto no inciso I, de pedido da parte interessada
Para os outros efeitos, da existência de tratado de extradição com o país de cuja autoridade judiciária emanou a sentença, ou na falta de tratado, de requisição do Ministério da Justiça ao STJ.
6 – CONFLITO APARENTE DE NORMAS (quando mais que uma norma no mesmo fato) ART 12º
	A – PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE
	LEI ESPECIAL DERROGA LEI GERAL ➔ APLICA LEI ESPECIAL
EX: UMA MÃE EM ESTADO PUERPERAL MATA O PRÓPRIO FILHO (SE ENQUADRA EM DOIS TIPOS PENAIS: INFANTICIDIO + HOMICIDIO), PORÉM TEMOS UMA LEI ESPECIAL QUE TRATA DE INFANTICIDIO (A LEI ESPECIAL DERROGA LEI GERAL)
	B – PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO
	PASSAR POR UM CRIME MENOR PARA CHEGAR NO MAIOR
	O CRIME MAIOR ABSORVE O MENOR, SÓ RESPONDE PELO MAIOR
	EX: PRIMEIRO LESIONA, SEGUIDO DE HOMICÍDIO ➔ RESPONDE PELO HOMICÍDIO
	EX: INVASÃO + FURTO DE CASA ➔ RESPONDE PELO FURTO
CRIME PROGRESSIVO: INDIVÍDUO QUERIA LESIONAR, MAS OCORRE O HOMICÍDIO ➔ MORTE CONSOME A LESÃO (RESPONDE PELA MORTE)
PROGRESSÃO CRIMINOSA: BUSCA O RESULTADO MAIS GRAVOSO, CONDUTA ÚNICA, FRACIONADO EM ATOS PARCELARES, VAI DO MENOS GRAVE AO MAIS GRAVE, O CRIME MENOR É CHAMADO DE CRIME DE PASSAGEM ➔ SO RESPONDE PELO MAIS GRAVE
DIFERENÇA ENTRE CRIME PROGRESSIVO E PROGRESSÃO CRIMINOSA = É A INTENÇÃO INICIAL
	
C – PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE
	SE O FATO NÃO SE ENCAIXAR NA NORMA PRINCIPAL, BUSCA NA NORMA SUBSIDIÁRIA
EX: O INDIVÍDUO ESTA PRÓXIMO DE UM VEÍCULO EM ATITUDE SUSPEITA, NÃO SE ENQUADRO NO FURTO, MAS ESTAVA COM MIXA (CHAVE FALSA);
EX: TAPA NO ROSTO (AVERMELHAMENTO), NÃO HOUVE LESÃO ➔ MAS ENQUADRA EM AGRESSÃO SEM LESÃO
	D – PRINCÍPIO DA ALTERNATIVIDADE 
	CRIME DE AÇÃO MULTIPLA
	TANTO FAZ PRATICAR UM OU TODOS OS VERBOS, VAI RESPONDER UM SÓ
	INDUZIR: CRIAR IDÉIA
	INVESTIGAR: INCENTIVAR A IDEIA JÁ EXISTENTE
	AUXILIAR: PRESTAR AJUDA
7 – TEORIA DO CRIME (ART 13º)
PARA ESTUDAR A TEORIA DO CRIME É NECESSÁRIO SABER DEFINIR O CONCEITO DE CRIME. PARA TANTO EXISTE 3 CONCEITOS ESTABELECIDOS NESTA ANALISE:
1 - CONCEITO MATERIAL DE CRIME: É TODA CONDUTA HUMANA QUE LESA OU EXPÕE A PERIGO UM BEM JURÍDICO TUTELADO.
BEM JURÍDICO: É TODO DIREITO PROTEGIDO PELA LEI, COMO A VIDA, O PATRIMÔNIO, A HONRA, A LIBERDADE SEXUAL, ETC.
2 - CONCEITO LEGAL DE CRIME: ESTA PREVISTO NO ARTIGO 1º DA LEI DE INTRODUÇÃO AO CÓDIGO PENAL. CONSIDERA-SE CRIME AS CONDUTAS QUE SÃO APENADAS COM RECLUSÃO OU DETENÇÃO. 
CONTRAVENÇÃO, AS CONDUTAS APENADAS COM PRISÃO SIMPLES. 
NOS CRIMES AINDA PODEMOS TER, JUNTAMENTE COM A PENA DE RECLUSÃO OU DETENÇÃO, A MULTA CUMULATIVA OU ALTERNATIVAMENTE APLICADA. NAS CONTRAVENÇÕES A PENA DE MULTA TAMBÉM PODERÁ SER APLICADA CUMULATIVA OU ALTERNATIVAMENTE COM A PENA DE PRISÃO SIMPLES. PODERÁ TAMBÉM, NAS CONTRAVENÇÕES SOMENTE SER APLICADAS A PENA DE MULTA, AUTONOMAMENTE.
3 - CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME:
NESTE CONCEITO ESTUDAM-SE AS TEORIAS DA AÇÃO, COMO O CAUSALISMO, O FINALISMO TRI E BIPARTIDO E A TEORIA SOCIAL DA AÇÃO.
ANALISANDO-SE ANALITICAMENTE O CRIME, VERIFICA-SE QUE O CRIME FOI DIVIDIDO EM ESTRUTURAS E CADA ESTRUTURA ESTUDADA MINUCIOSAMENTE.
PELAS TEORIAS DA AÇÃO OU CONCEITO ANALÍTICO DE CRIME, DIVIDIU-SE O CRIME EM FATO TÍPICO, ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL.
1ª ESTRUTURA: FATO TÍPICO: 
É O FATO DESCRITO NA LEI PENAL COMO CRIME, POSSUI 4 ELEMENTOS:
	CONDUTA, RESULTADO, NEXO CAUSAL e TIPICIDADE
CONDUTA: LESA E EXPÕE A PERIGO UM BEM JURÍDICO (AÇÃO OU OMISSÃO, DOLOSA OU CULPOSA, CONSCIENTE E VOLUNTÁRIA DIRIGIDA A UMA FINALIDADE)
NEXO CAUSAL: É O LIAME (VÍNCULO) QUE LIGA A CONDUTA AO RESULTADO
TIPICIDADE: É O PERFEITO ENQUADRAMENTO DO FATO AO TIPO PENAL
2ª ESTRUTURA: ANTIJURIDICIDADE
É A LESÃO AO BEM JURÍDICO PROTEGIDO, NELA ENCONTRAM-SE AS EXCLUDENTES.
3ª ESTRUTURA: CULPABILIDADE REFERE-SE A PENA (SERA ANALISADA DE ACORDO COM CADA TEORIA)
SE A PENA FOR DE DETENÇÃO OU RECLUSÃO = > CRIME (PODE SER ACRESCIDO DE MULTA)
SE A PENA FOR PRISÃO SIMPLES = > NÃO É CRIME E SIM CONTRAVENÇÃO
LESA O BEM JURÍDICO PROTEGIDO
ESTÁ ESCRITO NA LEI
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL
MATAR ALGUÉM VIDA PROTEGE PENA DE RECLUSÃO
PENA: RECLUSÃO 06 A 20 ANOS
ART 121 (06 A 20 ANOS)
 CONDUTA: AÇÃO OU OMISSÃO
FATO TÍPICO RESULTADO:
NEXO CAUSAL: IMPUTA A ALGUEM AUTORIA DA CONDUTA QUE GERA O RESULTADO
TIPICIDADE: ENQUADRAR O FATO A NORMA (EX. HOMICIDIO)
A - TEORIA CAUSALISTA :RESPONSABILIDADE OBJETIVA
(TEM QUE TER AS 3(TRÊS ESTRUTURAS) PARA SER CRIME: 
FATO TÍPICO + ANTIJURIDICO + CULPÁVEL 
 ELEMENTOS DOLO E CULPA 
CONDUTA
RESULTADO
NEXO CAUSAL
TIPICIDADE
CONDUTA VOLUNTÁRIA: LIVRE, EXPONTÂNEA, NATURAL
ATOS REFLEXOS: REAÇÃO
CAUSALISTA = NÃO FAZER ➔ FEZ NADA = RESPONDE PELO RESULTADO 
EXISTE NORMATIVAMENTE MAS É REFUTADA
_____________________________________________________________________________
B - TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA: (TEM QUE TER AS 3 TRÊS ESTRUTURAS PARA SER CRIME):RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
FATO TÍPICO + ANTIJURIDICIDADE + CULPÁVEL
 IMPUTABILIADE
POTENCIAL DA ILICITUDE
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
ELEMENTOS VONTADEDOLO 
CONDUTA CONSCIÊNCIA
 CULPA ===➔ VOLUNTÁRIA
RESULTADO
NEXO CAUSAL
TIPICIDADE
 DOLO: VONTADE, QUERO O RESULTADO
 CULPABILIDADE CULPA: NÃO TINHA INTENÇÃO
 IMPUTABILIDADE: MENTE SADIA
C – TEORIA FINALISTA BIPARTIDA (SOMENTE 2 ESTRUTURAS PARA SER CRIME)RESPONSABILIDADE SUBJETIVA
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO
 CULPÁVEL: PRESSUPOSTO APLICAÇÃO DA PENA
IMPUTABILIDADE
POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE
EXIGIBILIDADE DE CONDUTA DIVERSA
ELEMENTOS
 DOLO = VONTADE
CONDUTA CULPA = VOLUNTARIEDADE 
_____________________________________________________________________________
TEORIA FINALISTA BIPARTIDA (SOMENTE 2 ESTRUTURAS PARA SER CRIME)
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO
ELEMENTOS AÇÃO => FAZER DÁ CAUSA AO RESULTADO => RESP. PELO CRIME
 DOLO VONTADE OMISSÃO => TEORIAS => CONTINUA Nº 1
CONDUTA CULPA VOLUNTARIA (ARTIGO 18)
 JURIDICO: É A LESÃO AO BEM JURIDICO TUTELADO
RESULTADO NATURALISTICO: É A TRANSFORMAÇÃO DO MUNDO FENÔMENICO DOS FATOS: 
NEXO CAUSAL MATERIAL
TIPICIDADE FORMAL
 MERA CONDUTA 
 NATURALISTA: NÃO FAZER É FAZER = > RESPONDE PELO RESULTADO
= > Nº 1 = NORMATIVA: NON FACERE = > NÃO FAZ = > NÃO DÁ CAUSA AO RESULTADO = >
	 = > NEXO NORMATIVO (FATO / NORMA) ARTIGO 135 CP.
 NON FACERE + QUOD DEBETUR = > NÃO FAZER O QUE TINHA O DEVER DE FAZER
 OMISSÃO PENALMENTE RELEVANTE = > RESPONDE PELO RESULTADO ART 13 = >
 = > PARAG 2º = > DEVER LEGAL	 
 = > GARANTE => CONTRATO, MANIFESTAÇÃO UNILATERAL
 = > INGERENTE
DOLO = > TEORIA DA VONTADE = > BUSCA O RESULTADO
AÇÃO = > FEZ RESPONDE PELO RESULTADO
NORMATIVA = > RESPONDE PELO NEXO NORMATIVO, QUE PREVE QUE ERA PARA FAZER = > 
 NÃO RESPONDE PELO RESULTADO.
NÃO FAZER OQUE TINHA QUE FAZER (DEVER LEGAL) = > RESPONDE PELO RESULTADO
EX: MÃE NÃO AMAMENTOU, SE BEBE MORRER = > MÃE RESPONDE POR HOMICÍDIO 
GARANTE: CONTRATO = > MANIFESTAÇÃO UNILATERAL DE VONTADE
EX: SALVA VIDA DEIXA DE PRESTAR SOCORRO, RESPONDE POR HOMICÍDIO
EX: GUIA ALPINISTA = > RESPONDE PELO RESULTADO
EX: MÉDICO NO PRONTO SOCORRO DEIXA DE ATENDER = > RESPONDE PELO RESULTADO
INGERENTE: COMPORTAMENTO ANTERIOR CRIOU O RISCO DO RESULTADO, DEVERIA TENTAR SALVAR, MAS SE HOUVER RESULTADO RESPONDE.
EX: JOGAR ALGUÉM NA PISCINA E ESTE ALGUÉM VIR A MORRER = > RESPONDE PELO RESULTADO
EXAURIMENTO: OCORRE SOMENTE NOS CRIMES FORMAIS, DEPOIS DE CONSUMADO A INFRAÇÃO COM A PRÁTICA DA CONDUTA, OCORRE O RESULTADO PREVISTO NA NORMA. ESTE RESULTADO É O EXAURIMENTO DA INFRAÇÃO.
D – TEORIA SOCIAL DA AÇÃO : SOMATÓRIA DA CAUSALISTA + FINALISTA
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO + CULPÁVEL
ELEMENTOS
 DOLO
IMPUTABILIDADE 
DOLO
CULPA
POTENCIAL CONSCIENCIA DA ILICITUDE
EXIGIBILIDADE DA CONDUTA DIVERSA
CONDUTA CULPA : VOLUNTARIEDADE 
RESULTADO
NEXO CAUSAL
TIPICIDADERELEVÂNCIA SOCIAL
+
ADEQUAÇÃO SOCIAL
ADEQUAÇÃO SOCIAL: JOGO DO BICHO ➔ TODO MUNDO FAZ ➔ COSTUME REVOGA A LEI
O COSTUME REVOGA O CRIME
__________________________________________________________________________
CRIME FORMAL: 
EX: SEQUESTRO = > SE HOUVER PAGAMENTO A PENA SE AGRAVA
CRIME MATERIAL
EX: HOMICÍDIO = > SE NÃO OCORRE = TENTATIVA
MERA CONDUTA
A LEI DESCREVE SOMENTE A CONDUTA, NÃO EXISTE RESULTADO NATURALISTICO, EXISTE SOMENTE JURÍDICO.
EX: VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO (LESA O BEM JURÍDICO)
NEXO CAUSAL:
ÍNCULO ENTRE A CONDUTA E O RESULTADO. AQUELE QUE NOS PERMITE IDENTIFICAR QUE DEU ORIGEM AO RESULTADO, OU SEJA, QUEM DEVE RESPONDER POR ELE.
ART 13: O RESULTADO DE QUE DEPENDE A EXISTÊNCIA DE CRIME, SOMENTE É IMPUTÁVEL A QUEM LHE DEU CAUSA, CONSIDERA-SE CAUSA A AÇÃO OU OMISSÃO SEM O QUAL O RESULTADO NÃO TERIA OCORRIDO.
TIPICIDADE: ESTABELECEU A RELAÇÃO DA CONDUTA PRATICADA POR ALGUÉM AO TIPO PENAL, CASO ISSO OCORRA O FATO É TÍPICO. PARA QUE A CONDUTA HUMANA SEJA CONSIDERADA CRIME É NECESSÁRIO QUE SE AJUSTE HÁ UM TIPO LEGAL.
TIPICIDADE: AQUELE FATO PERTENCE AO DIREITO PENAL
TIPICIDADE FORMAL: COMPOSTA POR :
 CONSCIÊNCIA QUE PODE OCORRER
NEXO CAUSAL
CONDUTA GERA RESULTADO + ADEQUAÇÃO TÍPICA LEI
 
 VONTADE = DESEJO 
RESULTADO: É A MODIFICAÇÃO DO MUNDO EXTERIOR PROVOCADO PELA CONDUTA
OBS: NEM TODO CRIME POSSUI RESULTADO
CRIME MATERIAL: EXISTE RESULTADO (EX. MORTE = > VÍTIMA)
CRIMES FORMAIS: A LEI PREVÊ UM RESULTADO (EX: EXTORSÃO)
MERA CONDUTA: NÃO HÁ RESULTADO (EX: VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO) 
__________________________________________________________________________
TEORIA FINALISTA BIPARTIDA
FATO TÍPICO + ANTIJURÍDICO
ELEMENTOS
CONDUTA
RESULTADO
NEXO CAUSAL: TEORIA DA CONDITIVA SINE QUA NON = > CONDIÇÃO SEM A QUAL NÃO = > TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES = > MÉTODOS DE ELIMINAÇÃO HIPOTÉTICO
E- CONCAUSAS
CONCAUSAS = > DEPENDENTES = > DENTRO DA LINHA DE DESDOBRAMENTO DA AÇÃO = > RESPONDE PELO RESULTADO
 PRÉ-EXISTENTESHAVERÁ ROMPIMENTO DO NEXO CAUSAL
INDEPENDENTES = > ABSOLUTAMENTE CONCOMITANTES 
 SUPERVENIENTE 
NÃO ROMPE O NEXO CAUSAL
 PRÉ-EXISTENTE
 = > RELATIVAMENTE CONCOMITANTE
 SUPERVENIENTE 
CONCAUSAS: É UMA CAUSA PARALELA A PRINCIPAL
DEVE SER ANALISADA SE A CONCAUSA É DEPENDENTE OU INDEPENDENTE, A FIM DE SE IMPUTAR O NEXO CAUSAL.
PRÉ-EXISTENTE: ANTES DO ESTADO TOMAR CIÊNCIA
CONCOMITANTE: DURANTE
SUPERVENIENTE: 
CONCAUSA INDEPENDENTE ABSOLUTAMENTE = > CONCOMITANTE
EX: INDIVÍDUO A e INDIVÍDUO B ATIRAM em C
A = MATA => RESPONDE POR HOMICÍDIO
B = RESPONDE POR TENTATIVA
QUANDO NÃO SE IDENTIFICA QUEM MATOU COM OS TIROS AO MESMO TEMPO:
 OS DOIS RESPONDEM POR TENTATIVA
CONCAUSA INDEPEDENTE ABSOLUTAMENTE = > SUPERVENIENTE
EX: INDIVÍDUO A envenena B, porém B vai para hospital e o indivíduo C vai ao hospital e mata B, o indivíduo A, responde por tentativa e o indivíduo C responde por homicídio consumado.
CONCAUSA INDEPENDENTE RELATIVAMENTE PRÉ-EXISTENTE 
EX: O indivíduo A agredi B que tem Hemofilia e sangra até morrer, o indivíduo A, responde pelo resultado = > Homicídio consumado
CONCAUSA INDEPENDENTE RELATIVAMENTE CONCOMITANTE (AO MESMO TEMPO)
 EX: O indivíduoA assalta B, e B sofre infarto, sendo o indivíduo A responsável pelo resultado = > homicídio consumado.
CONCAUSA INDEPENDENTE RELATIVAMENTE SUPERVENIENTE
O indivíduo A esfaqueia B, o motorista está levando B para o hospital e bate a ambulância e B morre.
Tem dois autores = > haverá rompimento do resultado.
F - EXERCÍCIOS:
a - DIFERENCIE TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA DA BIPARTIDA
NA TEORIA FINALISTA TRIPARTIDA PARA QUE HAJA CRIME O FATO DEVE SER ILÍCITO, ANTIJURÍDICO E CULPÁVEL, ENQUANTO NA BIPARTIDA O DEVE SER ILÍCITO E ANTIJURÍDICO SENDO A CULPABILIDADE UM PRESSUPOSTO PARA APLICAÇÃO DA PENA.
b – DIFERENCIE DOLO E A CULPA DO CAUSALISMO PARA O DOLO E A CULPA DO FINALISMO TRIPARTIDO
NA TEORIA CAUSALISTA O DOLO E A CULPA ESTÃO NA CULPABILIDADE, ENQUANTO NA TEORIA TRIPARTIDA O DOLO E A CULPA ESTÃO NA CONDUTA.
c – DIFERENCIE A ANTIJURIDICIDADE DA TEORIA SOCIAL DA AÇÃO, PARA ANTIJURIDICIDADE DA TEORIA CAUSALISTA
NA TEORIA SOCIAL DA AÇÃO, A ANTIJURIDICIDADE LEVA EM CONSIDERAÇÃO A RELEVÂNCIA E ADEQUAÇÃO SOCIAL, ONDE O COSTUME REVOGA O CRIME E NA CAUSALISTA NÃO CONSIDERA ESTES FATORES.
d– DIFERENCIE A CULPABILIDADE DA TEORIA CAUSALISTA DA CULPABILIDADE DO FINALISMO TRIPARTIDO
R: NA CAUSALISTA A CULPA E O DOLO ESTÃO NA CULPABILIDADE E NA FINALISTA TRIPARTIDA O DOLO E CULPA ESTÃO NA CONDUTA, E A CULPABILIDADE CONTÉM A IMPUTABILIDADE, POTENCIAL CONSCIÊNCIA DA ILICITUDE E EXIGIBILIDADE DA CONDUTA DIVERSA.
8 – CRIME CONSUMADO E CRIME TENTADO (ART 14)
CONCEITO LEGAL DIFERENTE DE CONCEITO DOUTRINÁRIO
 
 COGITAÇÃO
INTER CRIMINIS PREPARAÇÃO 
 EXECUÇÃO
 CONSUMAÇÃO 
CONCEITO DOUTRINÁRIO
INTER CRIMINIS: CAMINHO PERCORRIDO PELO CRIMINOSO ATÉ CHEGAR A CONSUMAÇÃO.
COGITAÇÃO: PENSAR (SE NÃO EXTERIORIZAR NÃO PAGA)
PREPARAÇÃO: COLOCAR A IDÉIA EM PRÁTICA (EX: COMPRAR VENENO)
EXECUÇÃO: ATACA O BEM JURÍDICO
CONSUMAÇÃO: RESULTADO ACONTECE
 PERFEITO
TENTADO IMPERFEITO
 BRANCA
 CRUENTA
CRIME CONSUMADO: É QUANDO NELE SE REUNE TODOS OS ELEMENTOS DE SUA DEFINIÇÃO LEGAL (QUANDO TODAS AS PALAVRAS DO ARTIGO ESTIVEREM PRESENTE, SE FALTAR ALGUMA PODE SER TENTATIVA).
TODAS AS PALAVRAS QUE FORMAM O TIPO, SE TODAS ESTÃO NO FATO = > CONSUMADO (CRIME CONCRETO)
CRIME CONSUMADO: RESULTADO ACONTECE
CRIME TENTADO: OCORRE QUANDO NÃO ACONTECE O RESULTADO POR CIRCUNSTÂNCIA ALHEIAS A VONTADE DO AGENTE.
TENTATIVA PERFEITA: UTILIZOU TODOS OS RECURSOS EM MÃOS(DISPONÍVEIS), MAS NÃO ALCANÇOU O RESULTADO.
TENTATIVA IMPERFEITA: NÃO CONSEGUE UTILIZAR TODOS OS MEIOS A DISPOSIÇÃO PARA CONSUMAR, SENDO IMPEDIDO POR OUTRO.
TENTATIVA BRANCA: CRIME CONTRA A VIDA, NÃO ACERTO O ALVO (PODE SER PERFEITA OU IMPERFEITA)
TENTATIVA CRUENTA / SANGUINÁRIA: CRIME CONTRA A VIDA, ACERTO O ALVO E HOUVE SANGUE (PODE SER PERFEITA OU IMPERFEITA)
FATO TÍPICO 
ELEMENTOS
 COGITAÇÃO NÃO HÁ PUNIÇÃO 
 PREPARAÇÃO
CONDUTA EXECUÇÃO
RESULTADO CONSUMAÇÃO 
NEXO CAUSAL
TIPICIDADE
TENTATIVA: QUANTO MAIS SE APROXIMA DO CRIME CONSUMADO(RESULTADO) SERÁ MENOR A REDUÇÃO DA PENA
TENTATIVA BRANCA PERFEITA: REDUÇÃO 2/3
TENTIVA CRUENTA PERFEITA: REDUÇÃO 1/3
CONCEITO DOUTRINÁRIO: TRAZEMOS(ANALISAMOS) OS ELEMENTOS DO FATO TÍPICO (CONDUTA, NEXO CAUSAL e etc).
CONCEITO LEGAL: TRAZEMOS AS PALAVRAS FORMADORAS DO TIPO
9 – DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA E ARREPENDIMENTO EFICAZ 
TENTATIVA ABANDONADA QUALIFICADA: O RESULTADO NÃO OCORRE PORQUE O INDIVÍDUO NÃO DEIXA ACONTECER.
 DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA
TENTATIVA ABANDONADA / QUALIFICADA ARREPENDIMENTO EFICAZ 
DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: O INDIVÍDUO DESISTE VOLUNTARIAMENTE 
EX: TENHO ARMA COM 15 “BALAS” DOU 1 TIRO E DESISTO E PRESTO SOCORRO A VÍTIMA
O INDIVÍDUO INTERROMPE A EXECUÇÃO = > DESISTE NA EXECUÇÃO
ARREPENDIMENTO EFICAZ: ANTES DO RESULTADO EU SOCORRO A VÍTIMA
O INDIVÍDUO UTILIZA TODOS OS MEIOS DISPONÍVEL, MAS NÃO DEIXA O RESULTADO ACONTECER.
OBS: SE O RESULTADO ACONTECER É CONSUMADO
TEORIA PONDE DE OURO:
QUANDO OLHAR PARA TRAZ VERA UMA PONTE DE OURO E SE VOLTAR GANHARÁ A PONTE COMO PREMIO
ART 15: O INDIVÍDUO SÓ RESPONDE PELOS ATOS JÁ PRATICADOS
10 – ARREPENDIMENTO POSTERIOR (ART 16)
ARREPENDIMENTO POSTERIOR: POSTERIOR A PRÁTICA DO CRIME = >ACONTECE O RESULTADO
CABERA O ARREPENDIMENTO POSTERIOR NAS SEGUINTES SITUAÇÕES:
A – CRIME SEM VIOLÊNCIA OU GRAVE AMEAÇA A PESSOA
B – ATO VOLUNTÁRIO DO AGENTE: ELE BUSCAR O RESSARCIMENTO OU DEVOLVER OQUE 
 SUBTRAIU
C – ELE DEVE RESSARCIR OU DEVOLVER
D – ANTES DO RECEBIMENTO DA QUEIXA (REGISTRO DA QUEIXA)
A PENA PODE SER REDUZIDA DE 1/3 a 2/3 a CRITÉRIO DO JUÍZ
QUANTO MAISM RÁPIDO ELE SE ARREPENDER, MAIS BENÉFICA SERÁ A REDUÇÃO
11 – CRIME IMPOSSÍVEL (ART. 17)
NÃO SE PUNE A TENTATIVA POR INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO
EX: QUERO MATAR ALGUÉM COM ARMA DE BRINQUEDO
A INEFICÁCIA ABSOLUTA DO MEIO = > JAMAIS SE CONSUMARÁ (NÃO SE PUNE A TENTATIVA)
OBJETO ABSOLUTO IMPRÓPRIO : TENTAR MATAR ALGUÉM QUE JÁ ESTA MORTO (CRIME VIOLAÇÃO DE CADÁVER)
12 – TEORIAS TEXTOS (CAUSALISTA, SOCIAL, FINALISTA TRIPARTIDA E BIPARTIDA)
TEORIA CAUSALISTA
Teoria Causalista – concebida por Franz Von Liszt e defendida por Ernst Von Beling e Radbruch. Para esta teoria “a estrutura do crime estava dividida em três partes: fato típico + antijuridicidade (ou ilicitude) + culpabilidade. A primeira parte, qual seja, o tipo, abarcava somente os aspectos objetivos do crime, enquanto a culpabilidade ficava com os de natureza subjetiva (dolo e culpa), ou seja, a parte externa do crime ficava no tipo e a interna, na culpabilidade”
A teoria causalista, também chamada de naturalista, tradicional, clássica, causal-naturalista, foi a primeira teoria desenvolvida acerca da ação humana. Para a mesma, a conduta é um comportamento humano voluntário no mundo exterior, consistente num fazer ou não-fazer, livre de qualquer valoração. É, pois, suficiente que se tenha a certeza de que o agente atuou voluntariamente, sendo irrelevante o que queria, para se afirmar que praticou a ação típica.
TEORIA SOCIAL DA AÇÃO
Social – criada por Johannes Wessels, tendo como principal adepto Hans-Heinrich Jescheck. Destaca a importância da análise da relevância social da conduta na configuração do fato típico, sem desprezar os postulados finalistas. Por essa linha, uma ação socialmente adequada não pode ser considerada típica, embora atenda aos demais requisitos inerentes ao fato típico
FINALISTA TRIPARTIDA - Hans Welsel,
Como podemos visualizar, a Teoria Tripartida exige que, para que haja crime, o fato seja típico, ilícito e culpável, faltando um desses elementos o crime é afastado.
Para que não haja crime, o fato precisa ser: ou atípico; ou enquadrado em uma das hipóteses de exclusão da ilicitude (estado de necessidade; legítima defesa; estrito cumprimento de dever legal ou exercício regular de direito, CP, art. 23, incisos I, II e III); ou que seja cabível ao caso concreto alguma das excludentes de culpabilidade (inimputabilidade; potencial desconsciência da ilicitude; e inexigibilidade de conduta diversa).
Seguindo o pensamento tripartido, mesmo que um inimputável pratique um fato típico e ilícito, ele não cometeu crime, pois se valerá de sua inimputabilidade para se escusar da culpabilidade, que é, segundo esta corrente, requisito necessário para a formação do crime. Porém, mesmo sem poder ser apenado, o inimputávelpoderá sofrer medida de segurança prevista no caput do art. 26 do Código Penal:
A segunda grande teoria, a teoria finalista da ação, cujo maior expoente foi Hanz Welzel, rechaçou a idéia de que a conduta era um mero acontecimento causal e trouxe para a ciência penal algo que era inatingível para os naturalistas: o fato de que a conduta é a ação humana, voluntária e consciente, dirigida a um fim.
Volta-se para a intenção do agente, instituindo-se um iter criminis.
A vontade finalista pertence à ação, à conduta, primeiro elemento do fato típico, e não é mera conseqüência do resultado.
Importante dentro desta linha de pensamento é asseverar que não se pode desmembrar a ação da vontade do agente, vale dizer, sempre que o homem pratica um determinado comportamento é porque antes refletiu e seu raciocínio lógico o levou a praticá-lo.
Isso transparece uma preocupação com o dolo (vontade de concretizar um fato ilícito) e com a culpa (o fim da conduta não é dirigido a um fato lesivo, o qual decorre de ausência do devido cuidado). Neste passo, para os finalistas, há o deslocamento do dolo e da culpa que antes integravam a culpabilidade para a conduta que é o primeiro elemento do fato típico. Portanto, para os que se filiam a teoria finalista da ação, o crime é um fato típico e antijurídico e o dolo, que antes era normativo, passa a ser natural, i.e., prescinde da potencial consciência da ilicitude.
Calha trazermos à baila o exemplo dado com perfeição ímpar pelo Professor Flávio Augusto Monteiro de Barros (3), vejamos suas palavras:
“(...) O médico que toca nas partes íntimas da paciente pode ou não cometer o delito do art. 216 do CP. Tudo vai depender do seu” querer interno”. Se assim agiu para melhor realizar o diagnóstico, não haverá crime. Se, ao inverso, quis satisfazer a sua lascívia responderá pelo delito(...)”.
FINALISTA BIPARTIDA - Hans Welsel,
Por conta da importação do dolo e da culpa para o fato típico, a culpabilidade perdeu sua principal função, passando a exercer apenas um papel valorativo, servindo tão-somente como requisito para a aplicação da pena. Portanto, segundo o raciocínio bipartido, o crime só é afastado se o fato for atípico ou se sobre ele incidir alguma das excludentes de ilicitude.
Diante de todo o exposto, ficou nítido que o crime é composto tão-somente por fato típico e ilícito (ou antijurídico), sendo a culpabilidade tão somente um pressuposto para a aplicação da pena. Portanto, somos aderentes ao pensamento bipartido.
1 HISTÓRIA DO DIREITO PENAL
ORDENAÇÕES AFONSINAS
As Ordenações Afonsinas (1500-1514), aparecidas no século XV, atribuídas a João Mendes, Rui Fernandes, Lopo Vasques, Luis Martins e Fernão Rodrigues, foram elaboradas sob os reinados de João I, D. Duarte e Afonso V como o trabalho foi finalizado no reinado de Afonso V, recebeu o nome de Ordenações Afonsinas (1446).
Compunham-se de cinco livros, compreendendo organização judiciária, competências, relações da Igreja com o Estado, processo civil e comercial. As Ordenações Afonsinas consagraram-se como fonte do direito "nacional" e prevalente, tendo por fontes subsidiárias os direitos romanos e canônico, as glosas de Acúrsio e as opiniões de Bartolo e, por último, as soluções dadas pelo Monarca. Dessa forma, observa-se, desde já, que a consolidação das regras nas Ordenações, inclusive costumeiras, enfraqueceram as que não foram incluídas. No entanto, o apreço ao direito romano fica constatado na sua valoração como primeira fonte subsidiária.
ORDENAÇÕES MANOELINAS
As segundas ordenações, as Ordenações Manuelinas (1514-1603), foi determinada pela existência de vultoso número de leis e atos modificadores das Ordenações Afonsinas. Foram seus compiladores: Rui Boto, Rui da Grá e João Cotrim, que iniciaram seu trabalho em 1501, no reinado do Dom Manuel I e terminaram-no, mais ou menos, em 1514. Apresentavam a peculiaridade de uma duplicidade de edições: a primeira data de 1512-1514 e a segunda de 1521.
A reforma se deu na parte atinente às fontes subsidiárias, onde após a afirmação da prioridade das leis portuguesas, deveriam ser observados primeiro o direito romano e em segundo lugar o direito canônico. Seguem-se como fontes subsidiárias. As glosas de Acúrsio e as opiniões de Bartolo.
ORDENAÇÕES FILLIPINAS
As Ordenações Filipinas, juntamente com as leis extravagantes, tiveram vigência no Brasil de 1603 até 1916. Esta compilação data do período do domínio espanhol, sendo devida aos juristas Paulo Afonso, Pedro Barbosa, Jorge de Cabedo, Damião Aguiar, Henrique de Souza, Diogo da Fonseca e Melchior do Amaral, que começaram seus trabalhos no reinado do rei espanhol Felipe I (1581-1598), terminaram-no em 1603, no reinado de Felipe II (1598-1621). Essas ordenações objetivaram a atualização das inúmeras regras esparsas editadas no período de 1521 a 1600, não produzindo grandes alterações nas fontes subsidiárias exceto transformações de cunho formal. Como última norma legal de fontes subsidiárias ao direito português, em ordem sucessiva: o direito romano, o direito canônico (quando a aplicação do direito romano resultasse em pecado) e as glosas de Acúrsio ou as opiniões de Bartolo (desde que de acordo com a comunis opinio doctorum).
Este quadro se manteve até 1769 quando por obra do Marquês do Pombal, foi editada a Lei da Boa Razão. Essa lei, sem revogar as Ordenações Filipinas, estabeleceu novos critérios para a interpretação, integração e aplicação das normas jurídicas.
A lei em questão visava combater abusos cometidos quando da interpretação dos preceitos legais e aplicação das fontes subsidiárias, suprimindo as glosas e as opiniões, conservando as soluções do direito romano conforme a boa razão. Ser conforme à boa razão eqüivalia a corresponder aos princípios de direito natural e das gentes.
Essas ordenações não eram códigos no sentido atual, mas compilações de leis, atos e costumes.
Até mesmo os crimes mais simples eram apenados pela Sentença Capital (com a morte), como por exemplo, o Roubo, a Falsificação de Moeda, o Falso Testemunho, a Feitiçaria, a Bigamia, o Adultério, o incesto (união sexual ilícita entre parentes consanguíneos ou afins), sexo com animais ou com freiras e rebeliões, em paralela igualdade com os crimes mais graves, como o homicídio e o estupro. E para se ter noção disso necessário se faz a análise das penas previstas legalmente no “Livro do Terror”. Senão vejamos:
a)      morte natural - era o típico enforcamento;
b)      morte natural para sempre - o Réu era enforcado e ficava pendente até cair podre sobre o solo do patíbulo, mas não era sepultado. Segundo Cândido Mendes[1], depois de cair morto, o Réu tinha seus ossos despido da carne, depois era conduzido até a Confraria da Misericórdia em suas tumbas, para a igreja, e no dia seguinte o soterravam;
c)       morte natural cruelmente - o agente era morto, esquartejado, seus restos mortais expostos, seus bens confiscados, atingindo-se a infância decorrente do crime até sua quarta geração. Tais mortes dependiam da ferocidade de seu executor e capricho dos juízes, que tinham o arbítrio vingativo na condenação dos acusados;
d)      morte pelo fogo, até ser feito o condenado em pó, para que nunca de seu corpo e sepultura pudesse haver memória - Segundo Cândido Mendes[2], antes de ser lançado nas chamas, o Réu, por costume e prática antiga, era submetido a garrotes (colar de ferro que estrangula);
e)      açoites, com ou sem baraço (laço de forca);
f)       pregão pela cidade ou vila - o Réu, depois de morto, era levado ao lugar mais público da cidade e aos sítios de maiores povoações, esquartejado e pregado em postes altos, até que o tempo o consumisse;
g)      degredo para as galés - eram trabalhos forçados com os condenados acorrentados pelos pés ou aprisionados em embarcação e obrigados a remar;
h)      degredo, perpétuo ou temporário - os condenados eram enviados para a África, para a Índia, para o Couto de Castro Marim, para o reino ou fora da vila, para fora do bispado e, quando o julgamento ocorria em Portugal, parao Brasil;
i)        mutilação das mãos e da língua;
j)        queimaduras com tenazes ardentes (metal muito quente);
k)      capela de chifres na cabeça - essa pena era aplicada aos maridos condescendentes (traídos por suas mulheres), no qual eram submetidos a andarem com uma grinalda com chifres em suas cabeças até segunda ordem do magistrado. As mulheres adúlteras também eram punidas, mas com a morte;
l)        polaina ou enxavaria vermelha na cabeça - era uma pena aplicada às alcoviteiras, que por sua vez eram submetidas a usarem na cabeça uma peça de lã vermelha até segunda ordem do juiz;
m)    confisco, como pena principal ou acessória, ou multa -privava os descendentes do condenado da sua herança; e
n)      prisão até a nossa mercê – era a condenação por tempo indeterminado, a critério do julgador. Os arruaceiros eram condenados a essa pena. 
Nosso amado Tiradentes fora condenado à pena de morte natural para sempre cumulada com açoites com baraço, pregão pela cidadee confisco de bens como pena acessória. 
D – O CÓDIGO CRIMINAL DE 1830 
Proclamada a independência do país, duas ordens de motivo viriam contribuir para a substituição das velhas Ordenações: de um lado, a situação de vida autônoma da nação, que exigia uma legislação própria, reclamada mais ainda pelo orgulho nacional e a animosidade contra tudo o que pudesse lembrar o antigo domínio. 
Por outro lado, as idéias liberais e as novas doutrinas do Direito, do mesmo modo que as condições sociais, vale lembrar que, bem diferentes daquelas que as Ordenações foram destinadas a reger, exigiam a elaboração de um Código Penal brasileiro, no plano constitucional, que segundo o artigo 179, 18, da Carta Política do Império, que impunha a urgente organização de "um Código Criminal fundado nas sólidas bases da justiça e da equidade". 
Esse artigo 179, reúne como premissas do novo regime punitivo alguns dos postulados iniciais do Direito Penal Liberal , sendo eles os mais opostos ao regimes das Ordenações, como o princípio da igualdade de todos perante a lei (§ 13); o da não retroatividade da lei penal (§ 3.°); o de que a pena não passará da pessoa do criminoso (§ 20). 
Da elaboração de um novo Código passou a ocupar-se a Câmara dos Deputados desde a sessão de 4 de maio de 1827, quando Bernardo Pereira de Vasconcelos apresentou o seu projeto. A este seguiu-se o trabalho de José Clemente Pereira, que a 15 do mesmo mês oferecia um projeto de bases para a formação do Código e, no dia seguinte, e projeto mesmo do Código Criminal, projeto que, embora aceito e louvado como o de Bernardo de Vasconcelos, pouco veio a influir sobre a redação final. 
Preferido pela Comissão da Câmara, o projeto Vasconcelos, sobre este, assentaram os trabalhos da Comissão mista da Câmara e do Senado e, por fim, o projeto que saiu desta Comissão e que, estudado por outra de três membros, discutido e emendado, veio a aprovar-se a 23 de outubro de 1830 e a ser sancionado como Código Criminal do Império a 16 de dezembro seguinte. 
Foi esse Código obra legislativa realmente honrosa para a cultura jurídica nacional, como expressão avançada do pensamento penalista no seu tempo; legislação liberal, baseada no princípio da utilidade pública, como havia de resultar naturalmente da influência de Bentham, que se exerceu sobre o novo Código, como já se fizera sentir no Código francês de 1810. 
No decurso da sua longa vigência, foi o Código do Império sofrendo diversas alterações, mas a necessidade de modificações mais numerosas surgiu com a emancipação dos escravos, a 13 de maio de 1888. A Comissão nomeada para estudar o projeto apresentado por João vieira de Araújo, concluiu, pelo seu relator, Batista Pereira, que mais valia cogitar-se da reforma total do Código, e o mesmo Batista Pereira recebeu do governo a incumbência de elaborar o respectivo projeto. 
Da promulgação do Código de Processo Criminal em 1832 
Com a promulgação do Código de Processo Criminal, em 1832, temos outro monumento legislativo que muito honra os nossos pendores liberais e democráticos. 
Muitas foram as reações contra esse liberalismo de nossa justiça penal, entre elas podemos citar a Lei de 3 de dezembro de 1841,no plano de processo criminal, com seu regulamento 120, dando causa a reações cruendas de movimentos revolucionários desencadeados em São Paulo e Minas Gerais. Já no campo de Direito Penal temos a Lei de 10 de junho de 1835, que cuidava dos "escravos que matavam ou feriam seus senhores". Segundo Noé Azevedo os textos dessas leis lembravam os draconianos, imitando o que ocorria na Antiga Roma, onde o senhor tinha sobre o escravo o jus vitae necisque - o direito de vida e de morte. 
Algumas leis posteriores são de valia lembra, sendo elas: a Lei de 4 de setembro de 1850, que tratou da repressão ao crime de tráfico negreiro; A Lei de 18 de setembro de 1851, sobre crimes militares; a Lei de 20 de setembro de 1871, que definia crimes culposos ( não previstos no código de 1830) e tratando também do estelionato; a Lei de 4 de agosto de 1875, que versava sobre direito penal internacional; a Lei de 15 de outubro de 1886, relativa a crimes de dano, incêndio e outros. 
Contudo abolida a escravidão em 13 de maio de 1888, várias alterações sofreu o estatuto penal do Império, apresentando em 4 de outubro daquele ano, o deputado Joaquim Nabuco seu projeto autorizando uma edição oficial das leis penais de forma a adaptá-las à nova situação, não chegando nem a ser discutido; porém o prof. João Vieira de Araújo, então deputado, apresentou ao Ministro da Justiça," um anteprojeto de nova edição do Código Criminal". 
Em 10 de outubro de 1889, opinou a Comissão que se fizesse, em lugar de uma simples revisão, reforma completa da legislação penal, já que se impunha " a urgente necessidade de reformar-se o atual regime de repressão". Daí o então Conselheiro Cândido de Oliveira, Ministro dos Negócios da Justiça, encarrega Batista Pereira de organizar o projeto de reforma, missão que este aceitou de pronto. 
O trabalho de Batista Pereira foi interrompido pela Proclamação da República em 15 de novembro de 1889, mas Campos Sales, Ministro da Justiça do Governo Provisório, cometeu ao mesmo jurista a tarefa de elaboração de um novo Código Penal, trabalho logo terminado e submetido ao estudo de uma comissão presidida pelo próprio ministro, que se transformaria finalmente por meio do Decreto nº 847, de 11 de outubro de 1890, no "Código Penal Brasileiro". Pelo Decreto nº 1.127, de 6 de dezembro do mesmo ano, marcou-se o prazo de 6 meses para a sua execução no território nacional. 
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO CÓDIGO CRIMINAL DE 1830
I - INTRODUÇÃO
Da descoberta do Brasil até a entrada em vigor do Código Criminal de 1830, vigoraram entre nós as Ordenações do Reino (Ordenações Afonsinas até 1521, seguidas pelas Ordenações Manuelinas e, a partir de 1603, as Ordenações Filipinas), `assinaladas pela exorbitância das penas, desigualdade de tratamento entre os agentes do delito e confusão entre direito, moral e religião`[1] .
José Henrique Pierangelli assinala que De todas, foram as Ordenações Filipinas as que mais tiveram aplicação. Numa síntese perfeita do que era o Livro V das Ordenações Filipinas, Batista Pereira assim se manifestou: Espelho, onde se refletia, com inteira fidelidade, a dureza das codificações contemporâneas, era um misto de despotismo e de beatice, uma legislação híbrida e feroz, inspirada em falsas idéias religiosas e políticas, que invadindo as fronteiras da jurisdição divina, confundia o crime com o pecado, e absorvia o indivíduo no Estado fazendo dele um instrumento. Na previsão de conter os maus pelo terror, a lei não media a pena pela gravidade da culpa; na graduação do castigo obedecia, só, ao critério da utilidade. Assim, a pena capital era aplicada com mão larga; abundavam as penas infamantes, como o açoite, a marca de fogo, as galés, e com a mesma severidade com que se punia a heresia, a blasfêmia, a apostasia e a feitiçaria, eram castigados os que, semlicença de El-Rei e dos Prelados, benziam cães e bichos, e os que penetravam nos mosteiros para tirar freiras e pernoitar com elas. A pena de morte natural era agravada pelo modo cruel de sua inflição; certos criminosos, como os bígamos, os incestuosos, os adúlteros, os moedeiros falsos eram queimados vivos e feitos em pó, para que nunca de seu corpo e sepultura se pudesse haver memória. Com a volúpia pelo sangue, negação completa de senso moral, dessa lei, que na frase de Cícero, é in omnibus diffusa, naturae, congruens, constans, eram supliciados os réus de lesa-majestade, crime tão grave e abominável, e os antigos sabedores tanto o estranharam, que o compararam à lepra, porque, assim como esta enfermidade enche o corpo, sem nunca mais se poder curar, assim o erro da traição condena o que a comete, e impece e infama os que da sua linha descendem, posto que não tenham culpa. A este acervo de monstruosidade outras se cumulavam: a aberrância da pena, o confisco dos bens, a transmissibilidade da infâmia do crime (Cfr. em Tratado de Direito Penal de José Frederico Marques, vol 1º, pág. 85, Vicente Piragibe, Legislação Penal, 1932, vol. II, páginas 14 e 15) .
Assim, o Brasil, colônia de Portugal, foi regido por mais de dois séculos pelas Ordenações Filipinas. Contudo, durante esse espaço de tempo, o mundo experimentou grandes avanços nas idéias políticas e jurídicas, o que acabou refletindo também em nosso país.
No presente trabalho, inicialmente serão abordados, ainda que superficialmente, os acontecimentos que, no meio jurídico, antecederam a vinda da Corte Portuguesa para o Brasil.
Em uma segunda etapa, será estudado o período compreendido entre 1808 e 1822 no Brasil, objetivando demonstrar a influência que os fatores desencadeantes da proclamação da independência tiveram sobre a produção do Direito nacional.
Serão, então, analisadas as circunstâncias em que foi redigida a Constituição de 1824, bem como os aspectos relevantes do processo de criação do Código Criminal do Império, sua forma final e repercussão no meio jurídico internacional.
Enfim, o presente trabalho tem por finalidade fazer um apanhado das principais causas históricas que levaram à elaboração do Código Criminal de 1830, que substituiu o Livro V das Ordenações Filipinas, até então em vigor mas totalmente fora da realidade vivida no Brasil e no mundo
II - ANTECEDENTES DA CHEGADA DA CORTE PORTUGUESA
De acordo com René Ariel Dotti, no final do século XVIII, as influências da filosofia iluminista e das idéias liberais irradiadas pelos movimentos da Revolução Francesa e proclamadas na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (1789), já se faziam sentir não apenas na Europa, como também na América, em razão da independência dos Estados Unidos (1776) .
Diante disso, pode-se afirmar que principalmente após o aparecimento da obra Dei delitti e delle pene, de Cesare Bonesana, o Marquês de Beccaria, ocorrido em 1764, que imensa influência exerceu na reforma das idéias penais , e também com a Revolução Francesa (1789), que universalizou os direitos do Homem e do Cidadão, o mundo todo passou a viver um clima de inquietação, afirmando-se a idéia da autonomia do indivíduo contra as formas de opressão .
Tal inquietação atingiu, também, Portugal, determinando o movimento para reformar a legislação portuguesa. Em 1778 foi constituída uma comissão, à qual se juntou Pascoal de Mello Freire  em 1783, e que foi encarregada de elaborar os projetos de Códigos de Direito Público e Direito Criminal. Os trabalhadores foram apresentados em 1789 e continham revolucionárias mudanças no sistema vigente.
Muito embora o Projeto Freire fosse abandonado, a história do Direito Penal luso-brasileiro consagrou os esforços daquele jurisconsulto que tanto lutou contra a carnífica tortura alimentada pelo Livro V das horrendas ordenações. Relativamente às reações penais, o projeto de código criminal de Mello Freire destaca: a) a proporcionalidade da sanção tendo em vista a quantidade e gravidade do delito e a maldade do delinqüente; b) o caráter utilitário das penas (revelando, assim, a influência da teoria do contrato social de Rousseau e de doutrina de Beccaria); c) o fim de prevenção das penas inúteis ou cruéis; e) a atrocidade das penas gerando a impunidade e a indulgência do delito ... .
Abandonado o Projeto Freire, permaneceram em vigor as Ordenações Filipinas, ainda que claramente fora da nova realidade mundial.
No final de 1807, diante da invasão de Portugal pelo exército de Napoleão Bonaparte , toda a Corte Portuguesa transferiu-se para o Brasil, ocasionando diversas e importantes alterações no relacionamento entre a então colônia e sua metrópole, acelerando o processo de independência e, conseqüentemente, a mudança de toda a legislação.
E – CÓDIGO PENAL DE 1890 e os movimentos reformistas 
O "Código dos Estados Unidos do Brasil" foi promulgado pelo Decreto de Governo Provisório, sob o n.° 847, de 11 de outubro de 1890, só tendo entrado em vigor no ano de 1891, face o Decreto 1.127, de 6 de dezembro de 1890, que assinava o prazo de seis meses para a sua execução no território nacional (art.411, CP). 
O Código, era dividido em 4 livros, sendo que o primeiro tratava dos crimes e penas, o segundo militava sobre os crimes em espécie, o terceiro, das contravenções em espécie, e o quarto, das disposições gerais, sendo composto de quatrocentos e doze artigos. 
O primeiro Código penal republicano foi menos feliz que o seu antecessor. A pressa com que foi concluído, prejudicou-o em mais de um ponto, e nele a crítica pôde assinalar, fundadamente, graves defeitos, embora, muitas vezes com excesso de severidade. Não tardou a impor-se a idéia de sua reforma, e em menos de três anos depois da sua entrada em vigor, já aparecia o primeiro projeto de Código, para substituí-lo. 
Por muito tempo as idéias de reformas ficaram sem êxito, e o Código foi acrescendo de alterações e aditamentos, para sanar-lhes os defeitos, completá-lo às novas condições práticas e cientificas. Essas leis esparsas retificadoras ou complementares do Código, o desembargador Vicente Piragibe, complicou e sistematizou em um corpo de disposições que denominou Consolidação das Leis Penais , tornando oficial, por Decreto de 14 de dezembro de 1932. 
Foi interrompida, por muito tempo toda a atividade dirigida à reforma penal, até que em 1916, o ministro Esmeraldino Bandeira, em relatório, declarava urgente a substituição do Código, e a 7 de janeiro de 1911, uma resolução do Congresso autorizava o mesmo a mandar elaborar novo projeto, esforço que ficou, ainda, sem nenhum efeito. 
O movimento de reforma, entretanto tornara-se imperioso. Em 1916, o Instituto da Ordem dos Advogados, no Rio de Janeiro, fazia sentir no Congresso a necessidade urgente da reforma penal e dois anos depois, uma Comissão da Câmara e do Senado, entrava a discutir as bases de um projeto, que ficou também sem andamento. 
Por fim, o governo de Artur Bernardes incumbiu o desembargador Sá Pereira da elaboração de novos projetos, cuja parte especial, com uma exposição de motivos, era publicada no Diário Oficial de 10 de novembro de 1927, e a 23 de dezembro de 1928, o projeto completo, inclusive com a parte geral reelaborada, foi publicado também. O Golpe de Estado, de 10 de novembro de 1937, interrompeu a marcha do projeto, já aprovada pela Câmara dos Deputados, e então submetida à apreciação da Comissão de Justiça de Senado. 
A esse tempo, o movimento de reforma penal na Europa chegara a uma fase, em que se definia a posição das legislações penais do nosso tempo. A longa elaboração do Código suíço unitário, estava praticamente concluída, com o projeto de 1927 e as discussões do Reichstag , que iriam conduzir ao projeto de 1930. Na Itália, o projeto renovador de Arturo Rocco, de 1927, já fora apresentado e, atravessava, a esse tempo, a fase de discussões e pareceres, que concluíram o Código de 1930, desde então em vigor. 
O projeto de Sá Pereira, ao qual se ofereciam tão valiosos precedentes, soubetomar, em consideração, essa enorme soma de experiência legislativa e doutrinária e apresentar-se como obra de estrutura geral avançada, e de louvável harmonia técnica e oportuna orientação cientifica, segundo os princípios da moderna política criminal. Não ficou, porém isento de críticas, algumas delas bem árduas, mas, apesar de tudo, este projeto, representa um momento relevante no curso dos trabalhos pela reforma penal no Brasil. 
Essas críticas, sobretudo as que se levantaram na Conferência Brasileira de Criminologia, celebrada no Rio de Janeiro, em 1936, fizeram com que diminuíssem as simpatias em volta do projeto, justificando a idéia de elaboração de novos trabalhos. 
Regia, então no país, a ordem da política do "Estado Novo", e o ministro Francisco Campos resolveu incumbir da redação de outro projeto ao prof. Alcântara Machado, da Universidade de São Paulo. 
Em maio de 1938, o eminente professor paulista, entregava ao Governo o anteprojeto, que correspondia à parte geral do Código Criminal Brasileiro. Contudo, só em agosto do mesmo ano, foi entregue o projeto completo, que iria ser o ponto de partida, para o Código Penal vigente. 
A redação apresentada, porém, requeria ainda, alguns reparos, para chegar-se à definitiva. O projeto foi submetido a uma comissão constituída por Nélson Húngria, Roberto Lira, Narcélio de Queiróz e Vieira Braga, com a colaboração do insigne Costa e Silva. Em fase dos reparos dessa comissão, foi levado ao conhecimento de Machado, o teor das críticas, que a redação primitiva do projeto, havia provocado, logo o então ilustre professor, tratou de refazer o seu trabalho, apresentando-o em abril de 1940, totalmente de roupas novas. 
F – CONSOLIDAÇÕES DAS LEIS PENAIS (1932) 
DECRETO N.° 22.213, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1932 
Aprova e adota a Consolidação das Leis Penais de autoria do Sr. Desembargador Vicente Piragibe 
O CHEFE DE GOVERNO PROVISÓRIO DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DO BRASIL 
Considerando que, o Código Penal Brasileiro, promulgado pelo Decreto n.° 847, de 11 de outubro de 1890, tem sofrido inúmeras modificações, quer na classificação dos delitos e intensidade das penas, quer com a adoção de institutos reclamados pela moderna orientação da penalogia; 
Considerando que essas modificações constam de grande número de leis esparsas, algumas das quais já foram, por sua vez, profundamente alteradas, o que dificulta não só o conhecimento como a aplicação da lei penal; 
Considerando que, não sendo lícito invocar a ignorância do direito, devem as leis estar ao alcance de todos, já pela clareza, já pela divulgação, o que, com rigor maior, cumpre seja observado em relação às leis penais, em virtude da particular incidência destas sobre a liberdade individual; 
Considerando que, malogradas as várias tentativas de reforma do Código Penal Brasileiro, a que ora se empreende ainda tardará em ser convertida em lei, não obstante a dedicação e competência da respectiva Sub- -Comissão Legislativa; 
Considerando que, sem desarticular o sistema do Código atual nem alterar as disposições em vigor, é de todo conveniente seja adotada uma consolidação das leis penais; 
Considerando que esse objetivo pode ser alcançado com o trabalho "Código Penal Brasileiro, completado com as leis modificadoras em vigor", de autoria do Sr. Desembargador Vicente Piragibe, Juiz da Corte de Apelação do Distrito Federal, com exercício em uma das Câmaras Criminais desse alto tribunal judiciário; 
Considerando que a própria Sub-Comissão legislativa do Código Penal, em parecer emitido sobre o mencionado trabalho, reconhece a sua utilidade prática e se pronuncia pela sua aprovação oficial, pensando, do mesmo modo, o Instituto dos advogados, o Club dos advogados e a unanimidade dos desembargadores das Câmaras Criminais da Corte de apelação do Distrito Federal; 
Considerando que o autor da obra consente na sua adoção, independentemente de qualquer indenização ou prêmio, ressalvados apenas os seus direito autorais, quanta à edição já publicada e às reedições futuras: 
DECRETA: 
Art. 1.°- Fica aprovado e adotado, como "Consolidação das Leis Penais", o trabalho do Sr. Desembargador Vicente Piragibe, publicado sob o título "Código Penal Brasileiro, completado com as leis modificadoras em vigor", que a este acompanha, subscrito pelo Ministro da Justiça. 
§ Único- a Consolidação, assim aprovada e adotada, não revogará dispositivo algum da legislação penal em vigor, no caso de incompatibilidade entre os textos respectivos. 
Art. 2.°- Ficam ressalvados os direitos do autor, quanto à edição já publicada e a futuras reedições da mesma obra. 
Art. 3.°- Revogam-se as disposições em contrário. 
Rio de Janeiro, em 14 de dezembro de 1932, 111.° da Independência e 44.° da República. 
(aa) GETÚLIO VARGAS 
Francisco Antunes Maciel. 
O Desembargador Vicente Piragibe consolidou essas leis, e o seu trabalho recebeu o cunho oficial, pelo Decreto n.° 22.213, de 14 de dezembro de 1932. A Consolidação das Leis Penais passou a ser o novo estatuto penal brasileiro: eram assim enfeixados em um só corpo o Código de 1890 e as disposições extravagantes. A numeração dos artigos foi conservada, colocando-se em parágrafos os preceitos inovadores. Para bem se distinguir, na Consolidação, a proveniência dos textos, os dispositivos do Código foram impressos em determinado tipo gráfico e o das leis posteriores em caracteres diferentes, com realce. 
Teve grande utilidade esse empreendimento de metodização e síntese. Mas prosseguiu a faina legislativa, e muitos decretos-leis, em matéria criminal, continuaram sendo publicados. As últimas edições da Consolidação Piragibe inseriram, em adendo, esses textos subsidiários. 
G – O CÓDIGO PENAL DE 1940 
Os estudos da comissão, entretanto, continuaram, sob a presidência do ministro Francisco Campos; concluindo com o projeto definitivo, apresentado ao governo em 4 de novembro de 1940 e sancionado como Código Penal pelo Decreto-Lei n° 2.848 de 7 de dezembro do mesmo ano, porém só entrando em vigor no dia 1° de janeiro de 1942. 
Ficou decidido excluir do corpo do Código as contravenções, que passaram a ser objeto de lei à parte, embora não exista diversidade ontológica entre crime e contravenção. 
O Código é composto de 8 oito títulos na parte geral, sendo que o quinto e o sexto, subdividem-se em capítulos. 
Os títulos compreendem as seguintes matérias: (1) da aplicação da lei penal; (2) do crime; (3) da responsabilidade; (4) da co-autoria; (5) das penas; (6) das medidas de segurança; (7) da ação penal; (8) da extinção da punibilidade. 
A responsabilidade penal continua a ter como fundamento a responsabilidade moral, que pressupõe no autor do crime, contemporaneamente à ação ou omissão, a capacidade de entendimento e a liberdade de vontade, embora nem sempre a responsabilidade penal fique condicionada à plenitude do estado de imputabilidade psíquica, prescinde de sua coexistência com a conduta, desde que esta possa ser considerada libera in causa ou ad libertatem relata. 
Na aplicação da pena, o Código dá ao juiz um grande poder de apreciação, não só em relação ao quantum da pena, mas em determinados casos, o Código lhe confere a escolha entre as penas alternativamente cominadas, a faculdade de aplicar cumulativamente penas de espécie diversa e mesmo de deixar de aplicá-las. 
As penas são divididas em duas categorias: principais e acessórias. As primeiras sendo de três tipos: reclusão, detenção e multa. Enquanto que as segundas consistem: na perda da função pública, nas interdições de direitos e na publicação da sentença. A reclusão é a mais rigorosa, executando-se de acordo com o sistema progressivo, dividindo-se sua duração em quatro períodos. 
As penas não privativas de liberdade não admitem absorção e são aplicadas distinta e integralmente, ainda que previstas para um só dos crimes concorrentes. 
À reincidência são atribuídas conseqüências legais particularmente severas, quer do pontode vista repressivo ou da pena, quer do ponto de vista preventivo ou da medida de segurança. 
O Código não faz classificação especial de criminosos para a individualização da pena, não se fazendo necessária uma prévia catalogação, mais ou menos teórica, de espécie de criminosos, desde que ao juiz se configure um amplo arbítrio na aplicação concreta das sanções legai, assumindo sentido marcadamente individualizador. 
Dentro do critério de medir a responsabilidade do ponto de vista da quantidade do crime e da temibilidade do agente, dispõe, divergindo da teoria subjetiva, que a pena da tentativa é inferior (de um a dois terços) à do crime consumado. 
No tocante à culpabilidade, não conhece outras formas além do dolo e da culpa stricto sensu , e em relação à culpastricto sensu , absteve-se de uma conceituação teórica, limitando-se a dizer que o crime é culposo "quando o agente deu causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia." 
O Código de 1940 não faz distinção entre erro de direito e o erro de direito extrapenal, e entre as causas de isenção de pena, ou de exclusão de crime, não inclui o consentimento do ofendido. Aliás, entre as causas de isenção de pena, são disciplinadas a coação irresistível e a ordem de superior hierárquico, e é declarada a inexistência de crime nos casos de legítima defesa, estado de necessidade, estrito cumprimento de dever legal e exercício regular de direito. 
Não cuida o Código dos imaturos (menores de 18 anos), senão, para declará-los, inteira e irrestritamente fora do direito penal (art.23), sujeitos apenas à pedagogia corretiva de legislação especial. 
No art. 24, n.° I, o projeto dispõe que não isenta de pena "a emoção ou a paixão". Ao resolver o problema da embriaguez, do ponto de vista da responsabilidade, aceitou em toda a sua plenitude a teoria da actio libera in causa seu ad libertatem relata, quando voluntária ou culposa, ainda que plena, não isenta de responsabilidade (art. 24, n.° II) e a habitual faz presumir, juris et de jure, a periculosidade do agente (artigo 78, n.° III), para o efeito de aplicação de medida de segurança. 
O Código de 1940 aboliu a distinção entre autores e cúmplices (todos os que tomam parte no crime são autores), não havendo mais diferença entre participação principal e acessória, entre auxílio necessário e secundário, entre a societas criminis e a societas in crimine . O resultado por natureza é indivisível, e todas as condições que cooperam para a sua produção se eqüivalem. 
A fórmula do concurso formal é mais completa do que a do Código de 1890, contemplando a hipótese do concurso formal homogêneo (atividade única e múltipla incidência em penas idênticas) e fornecendo um justo critério para a gradação da pena única. 
Entre os efeitos necessários de condenação, foi incluído o confisco dos instrumenta et producta sceleris, feita a devida ressalva quanto ao direito do lesado ou de terceiros de boa-fé. 
O Código de 1940 faz ingressar na órbita da lei penal as medidas de segurança, e seguindo o modelo italiano, faz preceder de uma série de disposições gerais a divisão e enumeração das diferentes espécies de medidas e modos de sua execução. 
A parte especial é dividida em onze títulos, que com exceção do quarto e do nono, são todos subdivididos em capítulos, tendo como bens tutelados os a seguir expostos: (1) dos crimes contra as pessoas; (2) dos crimes contra o patrimônio; (3) dos crimes contra a propriedade material; (4) dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos; (5) dos crimes contra os costumes; (6) dos crimes contra a família; (7) dos crimes contra a paz pública; (8) dos crimes contra a fé pública;(9) dos crime contra a administração pública. As duas partes estão divididas em 361 artigos. 
O infanticídio é considerado um delictum exceptum quando praticado pela parturiente sob a influência do estadopuerperal . Ao configurar o crime de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio, contém inovações, pois é punível o fato ainda quando se frustra o suicídio, desde que resulte lesão corporal grave, sendo a pena cominada aplicada em dobro se o crime obedece a móvel egoístico ou é praticado contra menor ou pessoa, que por qualquer outra causa, tenha diminuída a capacidade de resistência. Quanto às lesões de maior gravidade, também não é o coincidente com o Código de 1890. 
Ao definir os crimes de abandono (art. 133) e omissão de socorro (art. 135), o Código, não limita a proteção penal aos menores, mas atendendo ao ubi eadem ratio, ibi eadem dispositio amplia-a aos incapazes em geral, aos enfermos, inválidos e feridos. 
Outra inovação do Código de 1940, em matéria de crimes contra a pessoa, é a incriminação per se da rixa. 
O tipo de constrangimento ilegal é previsto como uma fórmula unitária, e na conceituação do crime de ameaça, diverge, em mais de um ponto, do Código de 1890, pois não é previsto que o "mal prometido" constitua crime, bastando que sejainjusto e grave . No art. 149, é previsto um tipo penal ignorado do Código de 1890, isto é, o fato de reduzir alguém, por qualquer meio à condição análoga à de escravo. 
Várias foram as inovações introduzidas pelo Código de 1940 no setor dos crimes patrimoniais . Não se distingue, para diverso tratamento penal, entre o maior ou menor valor da lesão patrimonial. Tratando-se de furto, apropriação indébita ou estelionato, quando a res subtraída, desviada ou captada é de pequeno valor, e desde que o autor seja primário, pode o juiz substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a de multa (art. 155, § 2.°, 170, 171, § 1.°). É equiparada à coisa móvel e, conseqüentemente, reconhecida como possível objeto de furto a "energia" elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico. Por outro lado, somente quando há emprego de força, grave ameaça ou outro meio tendente a suprimir a resistência pessoal da vítima, passa o furto a ser qualificado roubo . No caso de violência contra a coisa bem como, quando o crime é praticado com escalada ou emprego de chave falsa, não perde o furto seu nomem iuris , embora seja especialmente aumentada a pena. É prevista como agravante especial do furto a circunstância de ter sido praticado "durante o período de sossego noturno". A extorsão é definida numa fórmula unitária, suficientemente ampla para abranger todos os casos possíveis na prática. É especialmente equiparado à apropriação indébita o fato do inventor do tesouro em prédio alheio que retém para si a quota pertencente ao seu proprietário. 
O Código de 1940 consagra um título especial aos "crimes contra a organização do trabalho", que o Código de 1890, sob o rótulo de "crimes contra a liberdade de trabalho", classifica entre os "crimes contra o livre gozo e exercício dos direitos individuais". Também se afasta do Código de 1890, não só quando deixa de considerar os crimes referentes ao culto religioso como subclasses dos crimes contra a liberdade individual, mas também quando traz para o catálogo dos crimes lesivos do respeito aos mortos certos fatos que o Código de 1890 considerava simples contravenções como aviolatio sepulchri e a profanação de cadáver. Ao configurar o crime de corrupção de menores, não distingue, como fazia o Código de 1890, entre corrupção efetiva e corrupção potencial, englobando as duas espécies e cominando a mesma pena. 
O Código Penal de 1940, editado no Estado Novo, não poderia deixar de trazer os pecados do Código Rocco, editado sob a chancela do fascismo, entretanto, ele resultou em conjunto, obra de harmoniosa estrutura, de boa técnica, bem redigida, clara, concisa, e que soube aproveitar com equilíbrio as inovações das mais recentes e autorizadas legislações penais. 
H - FORMAÇÃO DAS CAPITANIAS HEREDITÁRIAS
 
Entre os anos de 1534 e 1536, o rei de Portugal D. João III resolveu dividir a terra brasileira em faixas, que partiam do litoral até a linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. Estas enormes faixas de terras, conhecidas

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