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03 NEO234 GRAP Portugues C 2011

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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa C 67
Língua Portuguesa C 
Geisa Lara do Nascimento
 (IFG-GO)
Texto 1
 O neologismo “ditabranda” ressuscita na 
imprensa e esquenta polêmica sobre a ditadura 
no Brasil
 O episódio começou como tempestade em 
copo d’água, mas não se tem notícia de tal 
alvoroço por um mero neologismo. Em 17 de 
fevereiro, a Folha de S.Paulo publicou um edi-
torial contra o presidente venezuelano Hugo 
Chávez (“Limites a Chávez”) que passaria 
despercebido, não fosse o uso de um termo 
muito peculiar para referir-se à ditadura no 
Brasil: “ditabranda”. [...] 
 Ao usar “ditabranda”, relativizando a violência 
do regime em relação a outros países, o jornal 
sofreu críticas infl amadas e foi acusado de 
desrespeitar os torturados e mortos nos anos 
de chumbo. Muitos leitores viram no neolo-
gismo um disparate. [...] 
 A palavra baseia-se na falsa ideia de que o 
termo “dura” é elemento formador de “dita-
dura”. Na verdade, vem do latim dictatura, do 
verbo dictare, “comandar”, “ordenar”. E dictatu-
ra não guarda relação com durus, dura, durum 
(duro). [...] Para Maria Helena de Moura Neves, 
professora do Mackenzie e da Unesp de Ara-
raquara, não há dúvida de que “ditadura” não 
tem sentido, etimológica ou morfologicamente 
falando, ligado ao adjetivo “dura”. E discorda 
da ideia de que seja um neologismo. [...]
 A palavra fi cou carregada de sentido a ser 
explicado. Seu uso fez barulho por ocorrer 
num contexto de retomada do debate sobre a 
ditadura. [...] Nesse contexto, o uso de “dita-
branda” vislumbra a existência de alternativas 
autoritárias mais suaves que outras. É tese a 
ser testada, mais do que defendida. Tal como 
usada pelo jornal, referindo-se a 1964, sinaliza 
que o horror tem gradações. [...] O terror de 
um Estado sempre é diverso do de outro. Mas 
é ainda mais evidente que não há diferença de 
mérito entre quem mata 100 ou milhões. São 
todos crimes contra a humanidade. Horror, ao 
que se sabe, não tem nuance.
 (MURANO, Edgar. Revista Língua Portuguesa. a. 3. n. 42, 
abril/2009)
Texto 2
“Revolução” de 64 pertence a história, diz general
– Ele tem razão. Faz parte da história mal contada.
(Folha de S. Paulo, 13/03/2009)
1. Para o autor do texto 1, a palavra “ditabranda”:
 (A) Anula o debate sobre os crimes cometidos 
durante o período da ditadura militar no 
Brasil.
 (B) Possibilita a crença de que a ditadura 
militar no Brasil foi suave.
 (C) Possui o mesmo sentido que o radical 
latino da palavra “duro”.
 (D) Exalta a memória das vítimas de tortura 
durante a ditadura militar.
 (E) É um mero neologismo, derivado da 
palavra latina “dictare”.
2. Na charge, a palavra “revolução” aparece entre 
aspas por tratar-se de: Resposta: C
 (A) uma gíria.
 (B) um estrangeirismo.
 (C) uma ironia.
 (D) uma citação.
 (E) um neologismo.
3. No texto 2, ao criticar a afi rmação do general, 
a charge: Resposta: B
 (A) Destaca a ação dos investigadores na 
descoberta de crimes do exército.
 (B) Denuncia a impunidade dos crimes 
praticados durante a ditadura militar.
Resposta: B
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL68 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa C
 (C) Nega a existência de fatos obscuros 
relativos ao período da ditadura militar.
 (D) Reforça a versão dos fatos apresentada 
pelo general ao apresentar versão dos 
investigadores.
 (E) Contrapõe a imagem dos cadáveres à fala 
dos investigadores.
4. Sabendo-se que o primeiro texto é um artigo 
de opinião e o segundo uma charge, pode-se 
afi rmar corretamente que: Resposta: D
 (A) O artigo de opinião, assim como a charge, 
caracteriza-se por satirizar os assuntos 
nele abordados.
 (B) A charge apresenta uma análise cômica, 
enquanto o artigo de opinião desenvolve 
uma análise científi ca dos fatos.
 (C) O artigo de opinião e a charge são 
classifi cados como textos informativos, 
comumente veiculados na mídia impressa.
 (D) A charge e o artigo de opinião assemelham-
se por apresentarem uma interpretação 
crítica sobre o assunto explorado.
 (E) O caráter principal da charge é informar o 
leitor e a intenção do artigo de opinião é 
convencer o interlocutor.
 TEXTO PARA QUESTÕES DISCURSIVAS 5 E 6.
O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA
 (Luiz Antônio Simas*) 
 Chegamos ao limite da insanidade da onda 
do politicamente correto. Soube dia desses 
que as crianças, nas creches e escolas, não 
cantam mais “O cravo brigou com a rosa”. A 
explicação da professora do fi lho de um cama-
rada foi comovente: a briga entre o cravo - o 
homem - e a rosa - a mulher - estimula a vio-
lência entre os casais. Na nova letra “o cravo 
encontrou a rosa/ debaixo de uma sacada/o 
cravo fi cou feliz /e a rosa fi cou encantada”. 
 Que diabos é isso? O próximo passo é en-
quadrar o cravo na Lei Maria da Penha. Será 
que esses doidos sabem que “O cravo brigou 
com a rosa” faz parte de uma suíte de 16 
peças que Villa Lobos criou a partir de temas 
recolhidos no folclore brasileiro? (...) 
 Outra música infantil que mudou de letra foi 
“Samba Lelê”. Na versão da minha infância 
o negócio era o seguinte: “Samba Lelê tá 
doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba 
Lelê precisava/ É de umas boas palmadas”. A 
palmada na bunda está proibida. Incita a vio-
lência contra a menina Lelê. A tia do maternal 
agora ensina assim: “Samba Lelê tá doente/ 
Com uma febre malvada/ Assim que a febre 
passar/ A Lelê vai estudar”. 
 Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, 
torcia pra febre não passar nunca. Os amigos 
sabem de quem é “Samba Lelê”? Villa Lobos 
de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria 
assim: “Samba Lelê”, de Heitor Villa Lobos e Tia 
Nilda do Jardim Escola Criança Feliz. 
 Comunico também que não se pode mais 
atirar o pau no gato, já que a música desperta 
nas crianças o desejo de maltratar os bichi-
nhos. Quem entra na roda dança, nos dias 
atuais, não pode mais ter sete namorados para 
se casar com um. Sete namorados é coisa de 
menina fácil. Ninguém mais é pobre ou rico de 
marré-de-si, para não despertar na garotada 
o sentido da desigualdade social entre os 
homens. (...) 
 Vivemos tempos de não me toques que 
eu magoo. (...) O politicamente correto é a 
sepultura do bom humor, da criatividade, da 
boa sacanagem. (...)
 Nas aulas sobre o barroco mineiro, não pode-
rei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o 
escultor Antônio Francisco Lisboa tinha neces-
sidades especiais... Não dá. O politicamente 
correto também gera a morte do apelido, essa 
tradição fabulosa do Brasil. (...) 
 Se Deus quiser morreremos, todos, gozando 
da mais perfeita saúde. Defuntos? Não. Sere-
mos os inquilinos do condomínio Cidade do pé 
junto.
 * Luiz Antônio Simas é mestre em História 
Social pela Universidade Federal do Rio de Ja-
neiro e professor de História do ensino médio.
 (http://ex-vermelho1.blogspot.com/2011/03/hipocrisia-o-cravo-
nao-brigou-com-rosa.html - acesso em 21/03/2011)
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa C 69
5. Em até 7 linhas, apresente seu posicionamento sobre as possíveis consequências do controle do uso de 
palavras e de comportamento considerados politicamente incorretos na nossa sociedade.
 
 
 
 
 
 
6. Apresente dois (2) exemplos, não mencionados nos textos acima, que envolvam a questão do politicamente 
(in)correto.
 
 
 
 
 
 
TEXTO I:
 Beijo no trabalho provoca demissão
 A comerciária Neuma Simone Andrade Leal, 
26, foi demitida pela empresa Lojas Brasileiras 
por causa de um beijo. Ela trabalhava como 
caixada empresa em Petrolina (a 760 km 
de Recife – PE) e estava em serviço quando 
beijou o namorado Amílton dos Santos. “Foi só 
uma bitoquinha, de leve”, afi rmou ela. O beijo 
aconteceu quando Santos a visitou na loja, na 
tarde de 5 de abril passado. No dia seguinte, ao 
retornar ao trabalho, Neuma Leal recebeu um 
comunicado da empresa avisando que estava 
suspensa por um dia. A justifi cativa era a de 
que ela havia cometido “erros gravíssimos” 
ao beijar “boca a boca com alguém do sexo 
oposto”. A comerciária decidiu então procurar 
o Sindicato dos Comerciários e a Subdelegacia 
do Trabalho.
Fonte: Folha de S. Paulo, 27 jan. 1995.
TEXTO II:
 Todo poder ao beijo
 A notícia de que uma comerciária tinha 
sido demitida por beijar o namorado na loja, 
enquanto trabalhava, logo se espalhou pelo 
país – e provocou comoção generalizada.
 Muitas pessoas fi caram consternadas, entre 
elas uma senhora que estava no estabelecimen-
to no exato momento do incidente, ou seja, da 
súbita manifestação de paixão. 
 “Foi uma coisa tão bonita”, disse ela às amigas, 
“mas tão bonita que eu tinha decidido fazer 
minhas compras só lá. Afi nal, uma funcionária 
tão carinhosa só pode ser boa pessoa. Agora 
não boto mais os pés naquele lugar”.
 Mas as reações não se limitaram à consternação. 
Imediatamente formou-se um grupo – 
trabalhadores, profi ssionais liberais, intelectuais 
– decididos a lutar pela causa da jovem. Um 
manifesto foi divulgado pela imprensa, abaixo-
assinados começaram a circular.
 E o protesto se estendeu imediatamente a 
outros países. Ondas de paixão magoada 
percorreram o globo. Por toda parte, 
enamorados protestavam; e, por toda parte, 
o protesto ganhou as ruas, as associações, as 
manchetes de jornal. “Julieta não pode mais 
beijar Romeu”, dizia uma delas, e outra: “Serão 
os namorados uma espécie em extinção?” 
O caso inspirou poemas, canções, peças de 
teatro. Um novo perfume, chamado “Amor 
Frustrado”, foi lançado com grande sucesso; 
aspirando seu melancólico odor as pessoas 
chegavam às lágrimas.
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 “Façam o amor, não o comércio”, era o slogan de 
um novo movimento de jovens, que invadiam 
lojas para se beijar diante de espantados 
gerentes.
 Um fi lósofo francês escreveu, às pressas, 
um volume de mais de quinhentas páginas, 
provando que há uma continuidade entre o ato 
de vender e o de beijar, ambos fazendo parte 
da grande área formada pelas trocas amorosas.
 Em muitos países, medidas de proteção a 
apaixonados foram adotadas. Por exemplo, a 
criação do Dia do Beijo.
 Empresas avançadas passaram a incluir a 
capacidade de beijar nos planos de controle de 
qualidade. Reproduções do famoso trabalho de 
Rodin, “O Beijo”, circulavam aos milhões pelo 
mundo.
 É claro que muitos não gostavam disto. 
Imoralidade, bradavam alguns. É o fi m da 
civilização, gritavam outros.
 Aos poucos, o assunto foi sendo esquecido. O 
comércio voltou a vender como sempre. Mas 
nem por isso os namorados deixaram de se 
beijar. Nas lojas ou fora delas.
Fonte: Moacyr Scliar, Folha de S. Paulo, 27 abr. 1995.
 O tema é a delimitação do assunto tratado em 
um texto . Assinale a alternativa que apresenta 
o tema comum aos dois textos: Resposta: D
 (A) A atitude carinhosa de uma funcionária.
 (B) O erro gravíssimo de uma funcionária.
 (C) A importância do Sindicato dos 
Comerciários e da Subdelegacia do 
Trabalho.
 (D) O beijo na boca que provocou a demissão 
de uma funcionária.
 (E) A valorização do amor e não do comércio.
8. Embora tratem do mesmo assunto, os textos 
pertencem a gêneros diferentes, são eles, 
respectivamente: Resposta: E
 (A) Notícia e carta de leitor.
 (B) Crônica e carta pessoal.
 (C) Bilhete e crônica.
 (D) Reportagem e notícia.
 (E) Notícia e crônica.
9. Analise as diferenças linguísticas e estéticas 
existentes entre esses dois gêneros narrativos, e 
escreva V nas alternativas verdadeiras e F nas falsas.
 ( ) O texto I trata de um fato recente à epoca 
e, normalmente, de relevância para os leitores 
à época e é mais curto que o texto II. 
 ( ) O texto I possui uma linguagem direta 
e objetiva, enquanto que o II possui linguagem 
mais literária. 
 ( ) O texto II revela uma visão pessoal sobre 
um fato veiculado em jornais ou sobre fatos do 
cotidiano. 
10. Assinale a alternativa que melhor caracteriza o 
texto “Todo poder ao beijo”: Resposta: E
 (A) Apesar de se basear num fato jornalístico, o 
autor não fundamenta seu ponto de vista.
 (B) O autor se baseia numa notícia divulgada 
pelos meios de comunicação para discorrer 
sobre o Dia dos Namorados.
 (C) O texto é essencialmente descritivo, pois 
se inicia pela apresentação detalhada de 
um fato e termina com a descrição de uma 
realidade futura. 
 (D) O autor debate dois temas que não 
se relacionam: o comportamento dos 
funcionários e a opinião pública.
 (E) O texto apresenta, desde o título, o ponto 
de vista do autor sobre a notícia com 
argumentos que fundamentam tal opinião.
11. Assinale a alternativa correta, segundo o texto II:
 (A) O primeiro parágrafo conclui o assunto, 
apresentando inclusive uma possível 
solução para o problema da funcionária. 
 (B) No quarto e quinto parágrafos, o autor 
dá destaque à repercussão do fato 
apresentado no primeiro parágrafo.
 (C) Nos dois primeiros parágrafos, o autor 
se posiciona de forma crítica e contrária 
diante do fato jornalístico que introduz o 
assunto do texto. 
 (D) No terceiro parágrafo, há um momento de 
nostalgia, em que a senhora relembra os 
tempos de sua juventude, idealizando-a 
em relação ao presente.
 (E) O último parágrafo revela de modo claro 
como o autor se posiciona quanto ao 
assunto abordado. 
Resposta: V, V, V
Resposta: B
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa C 71
12. Por que a senhora que estava no estabelecimento no momento do incidente diz que não voltará mais 
àquele local? 
 
 
 
 
13. Com que fi nalidade o autor utiliza em seu texto a indagação: “Serão os namorados uma espécie em 
extinção?”
 
 
 
 
14. O protesto a favor “do beijo” foi geral? Justifi que sua resposta com um trecho partir do texto II.
 
 
 
 
 Porque em sua opinião a moça foi injustiçada, pois expressava um ato de carinho, sendo a empresa desumana e injusta.
 O cronista utiliza essa indagação com a fi nalidade de argumentar favoravelmente ao fato ocorrido, mostrando que algo foi tratado 
como absurdo, anormal, quando não devia.
 Não. “É claro que muitos não gostavam disto. Imoralidade, bradavam alguns. É o fi m da civilização, gritavam outros.”
15.
 Os dias escuros
 Amanheceu um dia sem luz – mais um – e há um grande silêncio na rua. Chego à janela e não vejo as 
fi guras habituais dos primeiros trabalhadores. A cidade, ensopada de chuva, parece que desistiu de viver. 
Só a chuva mantém constante seu movimento entre monótono e nervoso. É hora de escrever, e não sinto 
a menor vontade de fazê-lo. Não que falte assunto. O assunto aí está, molhando, ensopando os morros, 
as casas, as pistas, as pessoas, a alma de todos nós. Barracos que se desmancham como armações 
de baralho e, por baixo de seus restos, mortos, mortos, mortos. Sobreviventes mariscando na lama, à 
pesquisa de mortos e de pobres objetos amassados. Depósito de gente no chão das escolas, e toda 
essa gente precisando de colchão, roupa de corpo, comida, medicamento. O calhau solto que fez parar 
a adutora. Ruas que deixam de ser ruas, porque não dão mais passagem. Carrossubmersos, aviões e 
ônibus interestaduais paralisados, corrida a mercearias e supermercados como em dia de revolução. O 
desabamento que acaba de acontecer e os desabamentos programados para daqui a poucos instantes.
 Este, o Rio que tenho diante dos olhos, e, se não saio à rua, nem por isso a imagem é menos ostensiva, 
pois a televisão traz para dentro de casa a variada pungência de seus horrores. 
 Sim, é admirável o esforço de todo mundo para enfrentar a calamidade e socorrer as vítimas, esforço que 
chega a ser perturbador pelo excesso de devotamento desprovido de técnica. Mas se não fosse essa 
mobilização espontânea do povo, determinada pelo sentimento humano, à revelia do governo incitando-o 
à ação, que seria desta cidade, tão rica de galas e bens supérfl uos, e tão miserável em sua infra estrutura 
de submoradia, de subalimentação e de condições primitivas de trabalho? Mobilização que de certo modo 
supre o eterno despreparo, a clássica desarrumação das agências ofi ciais, fazendo surgir de improviso, 
entre a dor, o espanto e a surpresa, uma corrente de afeto solidário, participante, que procura abarcar 
todos os fl agelados.
 Chuva e remorso juntam-se nestas horas de pesadelo, a chuva matando e destruindo por um lado, e, por 
outro, denunciando velhos erros sociais e omissões urbanísticas; e remorso, por que escondê-lo? Pois 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL72 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa C
deve existir um sentimento geral de culpa diante de cidade tão desprotegida de armadura assistencial, 
tão vazia de meios de defesa da existência humana, que temos o dever de implantar e entretanto não 
implantamos, enquanto a chuva cai e o bueiro entope e o rio enche e o barraco desaba e a morte se 
instala, abatendo-se de preferência sobre a mão de obra que dorme nos morros sob a ameaça contínua da 
natureza; a mão de obra de hoje, esses trabalhadores entregues a si mesmos, e suas crianças que nem 
tiveram tempo de crescer para cumprimento de um destino anônimo.
 No dia escuro, de más notícias esvoaçando, com a esperança de milhões de seres posta num raio de sol 
que teima em não romper, não há alegria para a crônica, nem lhe resta outro sentido senão o triste registro 
da fragilidade imensa da rica, poderosa e martirizada cidade do Rio de Janeiro.
 (Correio da Manhã, 14/01/1966 - Carlos Drummond de Andrade)
24 DE JANEIRO DE 2011
(
HTTP://CHARGESBRUNO.BLOGSPOT.COM/- ACESSO EM 27/03/2011
 
 Relacione a charge à crônica e posicione-se diante dos fatos apresentados. Para tanto, não deixe de 
considerar a data de publicação de ambas. Não ultrapasse o limite de 12 linhas.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Atividades preparatórias à 2a fase da UELNEO.234_GRAP - Língua Portuguesa C 73
 TEXTO PARA A QUESTÃO 16:
 Quer tomar bomba?
 Quer tomar bomba? Pode aplicar
 Mas eu não garanto se vai inchar
 Efeito estufa, ação, reação
 Estria no corpo, aí, vai, vacilão
 Deca, winstrol, durateston, textex
 A fórmula mágica pra você fi car mais sexy
 Mulher, dinheiro, oportunidade
 Um ciclo de winstrol e você é celebridade
 Barriga estilo tanque, pura defi nição
 Duas horas de tensão, não vacila, vai pro chão
 Três, quatro, quanto mais repetição
 Vai perder muito mais rápido
 Então, vem, sente a pressão
 (MAG. Quer tomar bomba? Disponível em: <www.vagalume.
com.br> Acesso em: 2 out. 2007. [Adaptado].
Canção
 Dá-me pétalas de rosa
 Dessa boca pequenina:
 Vem com teu riso, formosa!
 Vem com teu beijo, divina!
 Transforma num paraíso
 O inferno do meu desejo...
 Formosa, vem com teu riso!
 Divina, vem com teu beijo!
 Oh! tu, que tornas radiosa
 Minh’alma, que a dor domina,
 Só com teu riso, formosa,
 Só com teu beijo, divina!
 Tenho frio, e não diviso
 Luz na treva em que me vejo:
 Dá-me o clarão do teu riso!
 Dá-me o fogo do teu beijo!
(BILAC, Olavo. Melhores poemas. Seleção de Marisa Lajolo. São Paulo: 
Global, 2003. p. 70. (Coleção Melhores poemas). 
16. (UFG-GO) No rap “Quer tomar bomba?”, a 
associação do uso de “medicamentos” ao 
exercício físico sugere o seguinte dilema: 
 (A) O culto à beleza física versus o cultivo da 
beleza interior. 
 (B) O zelo com a saúde mental versus a 
preocupação com a saúde corporal. 
 (C) A obtenção de resultados pela força de 
vontade versus o recurso à medicina 
desportiva. 
 (D) A manutenção da juventude versus a 
aceitação do envelhecimento. 
 (E) O cuidado consigo mesmo versus o desejo 
de ser atraente ao outro. 
 TEXTO PARA A QUESTÃO 17:
SINAL FECHADO
 (...)
 - Me perdoe a pressa,
 é a alma dos nossos negócios...
 - Oh, não tem de quê,
 eu também só ando a cem...
 (...)
 - Tanta coisa que eu tinha a dizer,
 mas eu sumi na poeira das ruas...
 - Eu também tenho algo a dizer,
 mas me foge à lembrança...
 - Por favor, telefone, eu preciso beber
 alguma coisa rapidamente...
 - Pra semana...
 - O sinal...
 - Eu procuro você...
 - Vai abrir! Vai abrir!
 - Prometo, não esqueço...
 - Por favor, não esqueça...
 - Não esqueço, não esqueço...
 - Adeus...
Paulinho da Viola.
17. (Fuvest-SP) 
 No trecho da canção de Paulinho da Viola e nos 
quadrinhos de Juarez Machado, representa-se 
um desencontro, cuja razão maior está 
 (A) na eliminação dos desejos pessoais. 
 (B) nas imposições do cotidiano moderno. 
 (C) na falta de confi ança no outro. 
 (D) na expectativa romântica das pessoas. 
 (E) no mecanismo egoísta das paixões. 
Resposta: E
Resposta: B
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Atividades preparatórias à 2a fase da UEL74 NEO.234_GRAP - Língua Portuguesa C
 REDAÇÃO
18. (UFPR) Em 3 de setembro de 2010, a revista ISTOÉ publicou uma síntese, assinada por Paulo Lima, do 
livro ainda inédito “Fé em Deus e pé na tábua – Como e por que você enlouquece dirigindo no Brasil”, do 
antropólogo Roberto DaMatta:
 Nosso comportamento terrível no trânsito é resultado da nossa incapacidade de sermos uma sociedade 
igualitária; de instituirmos a igualdade como um guia para a nossa conduta. Nosso trânsito reproduz valores 
de uma sociedade que se quer republicana e moderna, mas ainda está atrelada a um passado aristocrático, 
no qual alguns podiam mais do que muitos, como ocorre até hoje. Em casa, nós somos ensinados que 
somos únicos, especiais. Aprendemos que nossas vontades sempre podem ser atendidas. É o espaço do 
acolhimento, do tudo é possível por meio da mamãe. Daí a pessoa chega na rua e não consegue entender 
aquele espaço onde todos são juridicamente iguais. Ir para a rua, no Brasil, ainda é um ato dramático, 
porque signifi ca abandonar a teia de laços sociais onde todos se conhecem e ir para um espaço onde 
ninguém é de ninguém. E o trânsito é o lado mais negativo desse mundo da rua. É doentio, desumano 
e vergonhoso notar que 40 mil pessoas morrem por ano no trânsito de um país que se acredita cordial, 
hospitaleiro e carnavalesco. No Brasil, você se sente superior ao pedestre porque tem um carro. Ou 
superior a outro motorista porque tem um carro mais moderno ou mais caro. O motorista não consegue 
entender que ele não é diferente de outro motorista, do pedestre, do motorista de ônibus. Que ele não 
tem um salvo-conduto para transgredir as leis. No Brasil, obedecer à lei é uma babaquice, um sintoma 
de inferioridade. Quem obedece é subordinado porque a hierarquia que permeia nossas relações sociais 
jamais foi politizada. Isso é herança de uma sociedade aristocrática e patrimonialista, em que não houve 
investimento sériono transporte coletivo e onde ainda impera o “Você sabe com quem está falando?”
(LIMA, Paulo. “Como estou dirigindo?”, ISTOÉ ed. 2130.)
 Tomando como ponto de partida as opiniões de DaMatta, escreva uma carta dirigida ao Secretário de 
Educação do Estado do Paraná, solicitando a inclusão, no currículo do Ensino Médio, de conteúdos 
voltados à educação para o trânsito. Use as afi rmações de DaMatta como argumentos para fundamentar 
sua solicitação.
  O texto deve ter de 10 a 12 linhas.
  A carta NÃO deverá ser assinada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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19. (UFPR) Observe esta sequência de quadrinhos do cartunista argentino Quino:
É importante que você 
aprenda desde pequeno 
como são as coisas
PERNAS CONTATO HUMANO
CÉREBRO O PRÓXIMO A QUEM
AMAR
IDEAIS, MORAL, 
HONESTIDADE
 Em um texto de 10 a 12 linhas, apresente as críticas que o autor faz à sociedade atual. Procure integrá-las 
em uma análise unifi cada, evitando a descrição quadro a quadro.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 TEXTO PARA A QUESTÃO 20:
A RITA
 Chico Buarque
 A Rita levou meu sorriso 
 No sorriso dela 
 Meu assunto 
 Levou junto com ela 
 E o que me é de direito 
 Arrancou-me do peito 
 E tem mais 
 Levou seu retrato, seu trapo, seu prato 
 Que papel! 
 Uma imagem de São Francisco 
 E um bom disco de Noel 
 A Rita matou nosso amor
 De vingança 
 Nem herança deixou 
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 Não levou um tostão 
 Porque não tinha não 
 Mas causou perdas e danos 
 Levou os meus planos 
 Meus pobres enganos 
 Os meus vinte anos 
 O meu coração 
 E além de tudo 
 Me deixou mudo 
 Um violão 
20. (PUC-MG) 
 Após a leitura do texto e da charge, considere 
as análises a seguir.
 I. Para criar uma paródia, o chargista, 
oportunamente, explora a coincidência de 
nomes atribuídos à letra de Chico Buarque de 
Holanda e ao furacão que atingiu os Estados 
Unidos. 
 II. A charge faz alusão aos efeitos do furacão 
sobre a imagem do presidente Bush; o texto 
explora, por sua vez, os efeitos que a ausência 
da amada provoca no poeta.
 III. Na charge, um dos mecanismos de 
construção intertextual empregado consiste na 
subversão do tema abordado na letra da canção 
de Chico Buarque.
 IV. Na charge, verifi ca-se a instauração de uma 
linguagem lúdica, recurso pouco explorado em 
gêneros que enfocam o humor.
 Assinale: Resposta: C
 (A) se apenas I for correta. 
 (B) se II e IV forem corretas. 
 (C) se I, II e III forem corretas. 
 (D) se I e IV forem corretas. 
 TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO 21:
VINGANÇA
 Eu gostei tanto,
 Tanto quando me contaram
 Que lhe encontraram
 Bebendo, chorando
 Na mesa de um bar.
 E que quando os amigos do peito
 Por mim perguntaram
 Um soluço cortou sua voz,
 Não lhe deixou falar.
 Eu gostei tanto,
 Tanto quando me contaram
 Que tive mesmo de fazer esforço
 P’ra ninguém notar.
 O remorso talvez seja a causa
 Do seu desespero
 Ela deve estar bem consciente
 Do que praticou,
 Me fazer passar tanta vergonha
 Com um companheiro
 E a vergonha
 É a herança maior que meu pai me deixou;
 Mas, enquanto houver voz no meu peito
 Eu não quero mais nada
 De p’ra todos os santos vingança,
 Vingança clamar,
 Ela há de rolar qual as pedras
 Que rolam na estrada
 Sem ter nunca um cantinho de seu
 P’ra poder descansar.
(Lupicínio Rodrigues. “Vingança”. 1951.)
OLHOS NOS OLHOS
 Quando você me deixou, meu bem
 Me disse pra ser feliz e passar bem
 Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
 Mas depois, como era de costume, obedeci
 Quando você me quiser rever
 Já vai me encontrar refeita, pode crer
 Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
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 Ao sentir que sem você eu passo bem demais
 E que venho até remoçando
 me pego cantando
 Sem mais nem porquê
 E tantas águas rolaram
 Quantos homens me amaram
 Bem mais e melhor que você
 Quando talvez precisar de mim
 ‘Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
 olhos nos olhos, quero ver o que você diz
 quero ver como suporta me ver tão feliz.
(Chico Buarque. Letra e música. 1989.)
21. (Unesp) 
 Embora explore o mesmo tema das duas letras, a tira de Glauco diferencia-se pelo tipo de abordagem, que 
não apresenta a emotividade intensa da letra de Lupicínio, nem o sentimento sutil da letra de Chico. Com 
base nesta observação e tendo em mente a natureza das tiras de jornais ou revistas,
 a) aponte essa diferença de tipo de abordagem do tema na tira de Glauco;
 
 
 
 
 
 
 b) explique a relação aparentemente absurda entre a imagem e a frase no último quadrinho.
 
 
 
 
 
 Na tira de Glauco: a intenção humorística, o espaço exíguo e a necessidade de ilustrar sentimentos e emoções por meio de 
imagens fazem com que o ciúme seja representado por um bicho monstruoso e a dor do ciúme, por uma facada.
 A relação entre a fala e a imagem não é absurda, pois a facada representada na imagem é a forma de o ciúme “matar a saudade” 
que tem da personagem. 
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 TEXTO PARA A QUESTÃO 22:
Texto I
 Largo em sentir, em respirar sucinto,
 Peno, e calo, tão fi no e tão atento,
 Que fazendo disfarce do tormento,
 Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.
 O mal que fora encubro, ou que desminto,
 Dentro no coração é que o sustento:
 Com que para penar é sentimento,
 Para não se entender, é labirinto.
 Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
 Da tempestade é o estrondo efeito:
 Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.
 Mas oh! Do meu segredo alto conceito!
 Pois não chegam a vir à boca os tiros
 Dos combates que vão dentro do peito.
 (Gregório de Matos Guerra. Sonetos)
Texto II
 O TEMPO NÃO PARA
 Disparo como um sol. Sou forte sou por acaso
 Minha metralhadora cheia de mágoas
 Eu sou um cara
 Cansado de correr na direção contrária
 Sem pódio de chegada ou beijo de namorada
 Eu sou mais um cara
 Mas se você achar que eu tô derrotado
 Saiba que ainda estou rolando os dados
 Porque o tempo ... o tempo não para
 Dias sim ...dias não eu vou sobrevivendo sem 
um arranhão
 Da caridade de quem me detesta
 A tua piscina tá cheia de ratos
 Tuas ideias não correspondem aos fatos
 O tempo não para
 Eu vejo o futuro repetir o passado
 Eu vejo um museu de grandes novidades
 O tempo não para.... não para... não... não para
 Eu não tenho data pra comemorar
 Às vezes os meus dias são de par em par
 Procurando agulha num palheiro
 Nas noites de frio é melhor nem nascer
 Nas de calor se escolhe é matar ou morrer
 E assim nos tornamos brasileiros
 Te chamam de ladrão, de bicha, maconheiro
 Transformam um país inteiro num puteiro
 Pois assim se ganha mais dinheiro
 (Cazuza)
 22. (UFF-RJ) As estéticas literárias não se confi nam a determinados tempos e a determinados autores na 
expressão do sentimento e da visão de mundo. De uma forma ou de outra, os poetas Gregório de Matos 
e Cazuza (séculos XVI e XX, respectivamente) discutemas contradições que, atemporalmente, cercam a 
existência humana.
 Transcreva DOIS VERSOS SEGUIDOS DO TEXTO I E DOIS VERSOS SEGUIDOS DO TEXTO II que 
comprovem o caráter contraditório da visão de mundo de cada autor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Texto I: “Largo em sentir, em respirar sucinto./ Peno, e calo, tão fi no e tão atento.”
 Texto II: “Cansado de correr na direção contrária/Sem pódio de chegada ou beijo de namorada.” 
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23. (UFPR) Faça um resumo de até 10 linhas do texto a seguir.
 Desastres naturais e desastres sociais
 Estudos nos mostram que os desastres “naturais” são moldados signifi cativamente pelas mes-
mas desigualdades sociais que afetam o dia a dia
 Desastres “naturais”, como o que se abateu recentemente sobre o Rio de Janeiro, produzem reações 
psicológicas intrigantes.
 Esse tipo de evento aguça nossa capacidade de empatizar com os outros e nos move a agir com genero-
sidade ampliada, que outras situações com igual ou maior impacto em termos de sofrimento humano e 
número de vítimas não fazem.
 Doações após o tsunami na Ásia são o exemplo mais claro e emblemático dos últimos anos. Em poucos 
dias, governos de todo o mundo haviam prometido doar quase US$ 5 bilhões para uma tragédia que, 
segundo estatísticas da Organização Mundial de Saúde, causou 32 mil mortes e afetou de alguma forma 
outras 500 mil pessoas.
 Já o Fundo Global para o Combate à Aids, Tuberculose e Malária vai gastar esse ano cerca de US$ 20 
bilhões (apenas quatro vezes mais), com medidas que benefi ciarão 174 milhões de pessoas.
 Mas essa reação psicológica diferenciada em face de desastres “naturais” se funda numa premissa 
enganosa (daí a utilização das aspas).
 Embora os gatilhos dos desastres sejam eventos naturais (geralmente condições geológicas e atmosféri-
cas), a magnitude de seus danos varia fortemente com as condições econômicas, sociais e políticas da 
região afetada.
 Um recente estudo da ONU sobre desastres ocorridos no mundo de 1975 a 2007 conclui taxativamente: 
populações sujeitas a riscos similares em gravidade sofrem danos signifi cativamente mais graves e 
extensos se morarem em países pobres e com governos corruptos e inefi cientes. Japão e Filipinas são 
bons exemplos.
 A probabilidade de mortes decorrentes de tufões nas Filipinas é 17 vezes maior do que no Japão, em-
bora o número de pessoas sujeitas a esse evento natural seja similar! (conforme “Risk and Poverty in a 
Changing Climate”, 2009).
 Como bem apontou a socióloga americana Kathleen Tierney ao analisar o evento do furacão Katrina em 
Nova Orleans, os desastres “naturais”, ao contrário de outras mazelas sociais do dia a dia, geram “crises 
de consenso” (em oposição às “crises de confl itos”), de onde emergem “comunidades terapêuticas” 
que dão suporte às vítimas e ampliam o grau de coesão da comunidade (“Social Inequality, Hazards and 
Disasters”, 2006).
 Há várias explicações para esse comportamento incoerente. Fazemos distinção moral rígida entre os 
danos causados por forças naturais e os causados pela ação humana.
 Nos primeiros, não temos dúvida de que as vítimas são inocentes e nossa capacidade de empatia é 
automática. Nos outros, nosso julgamento é ofuscado por dúvidas sobre causalidade e responsabilidade 
que nos paralisam na ação.
 Outro fator explicativo é a frequência com que esses eventos ocorrem. Se desastres “naturais” ocorres-
sem com muita frequência, provavelmente nossa capacidade de empatia com as vítimas diminuiria, em 
decorrência do fenômeno da “anestesia moral”.
 Precisamos refi nar nossos julgamentos morais à luz dos estudos acima citados, que mostram que os de-
sastres “naturais” são moldados signifi cativamente pelos mesmos fatores de estratifi cação e desigual-
dades sociais que infl uenciam a vida das pessoas no dia a dia.
 Se conseguirmos, com isso, responder aos desastres sociais da mesma forma como respondemos aos 
desastres “naturais”, estaremos no caminho certo para a minimização de ambos.
OCTAVIO LUIZ MOTTA FERRAZ, 39, mestre em direito pela USP, doutor em direito pela Universidade de Londres, professor da 
Escola de Direito da Universidade de Warwick, Reino Unido.
 
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 A questão a seguir baseia-se nos textos 
abaixo:
Soneto de fi delidade
 (Vinicius de Moraes)
 De tudo, ao meu amor serei atento
 Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
 Que mesmo em face do maior encanto
 Dele se encante mais meu pensamento.
 Quero vivê-lo em cada vão momento
 E em seu louvor hei de espalhar meu canto
 E rir meu riso e derramar meu pranto
 Ao seu pesar ou seu contentamento.
 E assim, quando mais tarde me procure
 Quem sabe a morte, angústia de quem vive
 Quem sabe a solidão, fi m de quem ama
 Eu possa me dizer do amor (que tive):
 Que não seja imortal, posto que é chama
 Mas que seja infi nito enquanto dure.
 Por enquanto
 (Renato Russo)
 Mudaram as estações
 Nada mudou
 Mas eu sei que alguma coisa aconteceu
 Tá tudo assim, tão diferente
 Se lembra quando a gente
 Chegou um dia a acreditar
 Que tudo era pra sempre
 Sem saber
 Que o pra sempre
 Sempre acaba.
 
24. (Ufscar-SP) Em “Por enquanto”, Renato Russo 
diz que “... o pra sempre/sempre acaba”. Essa 
ideia, no poema de Vinicius de Moraes, apa-
rece no seguinte verso: Resposta: A
 (A) “Mas que seja infi nito enquanto dure”. 
 (B) “Quero vivê-lo em cada vão momento”. 
 (C) “Quem sabe a morte, angústia de quem 
vive”. 
 (D) “Quem sabe a solidão, fi m de que ama”. 
 (E) “Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto”. 
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25. (UFPR) Leia as notícias abaixo:
Notícia 1:
 Escola secundária nos EUA vai ter biblioteca digital
 A Cushing Academy, uma escola secundária privada do Massachusetts, EUA, decidiu que os livros são 
uma tecnologia ultrapassada e vai trocá-los por versões digitais.
 O novo centro de aprendizagem de 500 mil dólares irá oferecer dezoito leitores de e-book Amazon 
Kindle e Sony, televisores planos, uma cafeteria e cubículos de estudo onde os alunos poderão usar os 
computadores portáteis.
 James Tracy, diretor da escola, disse: “Quando olhos para os livros, vejo uma tecnologia ultrapassada, tal 
como os pergaminhos foram ultrapassados pelos livros”. Tracy acrescentou que “não se trata de recriar 
Fahrenheit 451*. Não estamos desencorajando os alunos a ler.Vemos isto como uma forma natural de 
lidar com tendências emergentes e otimizar a tecnologia”.
 O diretor espera que os 20 mil livros da biblioteca transitem para uma versão virtual, juntando-se a um 
catálogo muito maior a que os alunos terão acesso. Devido às limitações de espaço, a escola está do-
ando os antigos livros a escolas locais e bibliotecas.
 * Fahrenheit 451: romance de fi cção científi ca (Ray Bradbury, 1953), que cria um futuro no qual todos os 
livros são proibidos.
 (Revista Exame Informática (Portugal), 7 set. 2009. Adaptado de <http://aeiou.exameinformatica.pt/escola-secundaria-nos-eua-vai-ter-biblioteca-
digital=f1003327>. Acesso em 21 set. 2010.)
Notícia 2:
 Lei exige que escola tenha biblioteca
 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou uma lei que determina a instalação de bibliotecas em 
todas as instituições de ensino do País em um prazo de dez anos. Atualmente,quase 100 mil colégios 
de ensino fundamental público e particular não contam com esses espaços.
 Segundo o texto, publicado nesta terça-feira no Diário Ofi cial da União, cada biblioteca deve ter, no 
mínimo, um título para cada aluno matriculado.
 Segundo o Censo Escolar de 2009, do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, só 
34,8% das escolas de ensino fundamental do País tinham bibliotecas até o ano passado. Eram 99.986 
colégios sem coleções disponíveis para consulta dos alunos.
 (Estadão.com. 26 mai 2010. <http://www.estadao.com.br/noticias/vidae,lei-exige-que-escola-tenha-biblioteca,556959,0.htm>. Acesso em 22 set. 2010.)
 A polêmica decisão da escola americana foi comentada pelos jornais e revistas do mundo todo. Qual é 
seu ponto de vista sobre a decisão da Cushing Academy? Escreva um texto posicionando-se frente ao 
fato noticiado. Seu texto deve:
  apresentar sua opinião e os argumentos que a sustentam;
  relacionar o fato com a situação das escolas brasileiras, a partir da notícia publicada no Estadão.com;
  ter de 10 a 12 linhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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26. (UEM-PR) O texto de Luis Pellegrini aborda a temática referente à autoridade parental. Tendo-o como 
apoio, redija o gênero textual solicitado.
A autoridade em crise
 Por Luis Pellegrini
 Autoridade e autoritarismo são coisas muito diferentes. Ambas as palavras têm o mesmo radical: autor. 
Mas, enquanto a primeira pode ser entendida como o poder de impor limites necessários para a con-
vivência em sociedade, a segunda indica um exacerbamento desse poder, realizado pela simples im-
posição de uma ideia sem possibilidade de contraposição.
 É exatamente por confundir e misturar os signifi cados de autoridade e autoritarismo que tantos pais, 
hoje, têm medo de exercer qualquer forma de poder sobre seus fi lhos – seja ele justo e necessário à boa 
educação da criança ou um poder ilícito e prepotente, ditado apenas pelo desejo arrogante de se impor a 
qualquer custo.
 Em qualquer tipo de relação humana, o autoritarismo é sempre estúpido e nefasto. Mas, em relações 
do tipo professor/aluno e, sobretudo, nas relações entre pais e fi lhos, a autoridade é indispensável para a 
construção sadia da criança.
 A autoridade enfrenta séria crise na sociedade contemporânea. Levadas ao exagero, sentenças do tipo “é 
proibido proibir”, que se transformaram em palavras de ordem nos anos hippies das décadas de 1960 e 1970, 
fi zeram muito mais estragos do que se poderia supor naqueles momentos de farra libertária. Plantaram nas 
mentes e nos corações a convicção falsa e perigosa de que, na vida, tudo são direitos e nada é dever. Boa 
parte dos pais de hoje (eles mesmos mal-educados) simplesmente não sabem o que fazer para controlar a 
rebeldia dos fi lhos, perdendo-se no interior de situações esdrúxulas nas quais quem deveria ser comandado 
comanda, e quem deveria mandar comete um desmando atrás do outro. (...)
 A crise da autoridade parental é real e se refl ete em projeções danosas em todos os demais aspectos da 
sociedade. No Brasil, basta prestar atenção ao que acontece atualmente em todas as esferas do poder 
governamental, seja ele executivo, legislativo ou judiciário. (...). O problema é exemplar e vem do berço. 
Quem não aprendeu desde cedo a ter consciência de limites tenderá a viver e a manifestar até o fi m a 
sua patologia de descomedimentos.
 Nos consultórios, os psicólogos especializados em problemas de família ouvem esses mesmos desaba-
fos todos os dias. Qual é a causa dessa grande desordem familiar? A ausência da autoridade, dizem os 
especialistas. Esses pais, que pensam cuidar bem de seus fi lhos e procuram ser o mais zelosos e aten-
tos possível, não impõem aquilo que deveriam impor. Seja porque rejeitam, “por princípio”, toda posição 
de autoridade, seja porque, embora querendo manifestar sua autoridade, não conseguem mantê-la por 
mais de alguns instantes.
 Sabemos todos, no entanto (e os educadores que trabalham em comunidades periféricas carentes me-
lhor que ninguém), que é a falta de educação e, portanto, de autoridade – familiar, escolar ou social 
– que fabrica a delinquência. Educar uma criança signifi ca ensiná-la a se tornar um ser civilizado. Isso 
pressupõe, no que diz respeito aos pais, fi rmeza, constância e, sobretudo, a convicção de que essa 
autoridade é legítima porque sem ela não é possível uma construção correta da criança.
 (...)
(Revista Planeta, Ano 36, Edição 433, p.48-51, outubro de 2008).
 Redija um resumo, em até 15 linhas, apresentando as informações principais sobre a autoridade paren-
tal, discutida no texto “A autoridade em crise”.
 
 
 
 
 
 
 
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27. Em até 20 linhas, elabore uma narrativa em que os dois “atores” das fotos (cão e gato) participem como 
personagens, tentando esclarecer os desejos que se escondem no coração de um doce cachorro e onde 
se esconde o poder de sedução de um frágil gatinho. Dê um título a seu texto.
(http://www.google.com.br/imgres?imgurl= acesso em 16/11/2010)
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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 (UEM-PR) A coletânea de textos a seguir aborda a temática a posição do idoso em nossa sociedade. 
Tendo esses textos como apoio, redija os gêneros textuais solicitados.
TEXTO 1
 Senilidade e a invisibilidade social
 Camila Maciel Polonio
 (...)
 A maioria dos idosos no Brasil encontram-se em condição de invisibilidade, social, política e muitas 
vezes familiar. Morte social? Morte familiar? Estão vivos, mas não possuem lugar. A visão sobre o 
ancião mudou, do patriarca para ... para o quê? Em muitas famílias não há o espaço para o idoso. Há 
alguns anos atrás o idoso era tido como patriarca, que era dotado de sabedoria. (...) O ancião era o 
guia familiar, os mais novos pediam conselho e ouviam as suas orientações. Eles exerciam um papel 
que, após o término da sua função de produtividade, assumiam o de líderes familiares. O idoso saía do 
lugar de provedor, cargo este assumido por seus fi lhos, para ocupar o de orientador. A sabedoria nada 
tinha a ver com estudos, era o arquivo das experiências da vida. Hoje, algumas famílias encontram-
se cada vez mais fechadas e mais focadas na produção, aquele que não produz não tem espaço. 
O idoso dessa forma perde o seu lugar na família e na sociedade. No entanto, acredito que, assim 
como os jovens conseguiram, ao longo da história, mudar a sua posição social e familiar, tornando-se 
importante foco da sociedade, a senilidade conseguirá novamente o respeito. Como? Se cada família 
jovem conseguir compreender que, em determinado momento precisará cuidar de seus idosos, irá 
construir em seus fi lhos a mesma compreensão. Se conseguir sair das justifi cativas capitalistas, 
conseguir valorizar o saber, sobrepondo o valor da produção, irá reconstruir o valor do idoso. Se pais, 
fi lhos e netos assimilarem o ciclo vital e conseguirem ressignifi car os papéis familiares, todos terão 
direito e lugar na sociedade. (...) A população está envelhecendo e precisamos modifi car o nosso 
olhar, a nossa educação e o respeito por aqueles que fi zeram e fazem parte da história.
(Disponível em: <http://camilamacielpolonio.blogspot.com/2010/04/senilidade-einvisibilidade-social.html>. Acesso em 18/4/2011).
TEXTO 2
 A sociedade e a terceira idade
 Dr. João Roberto D. Azevedo
 As sociedades ricas, de primeiro mundo, encaram a Terceira Idade de maneira bastante prática e objetiva. 
O idoso recebe nessas sociedades todos os seus direitos e têm bem nítidos os seus limites, sendo que 
em determinados países há clara tendência em aproveitá-lo inclusive profi ssionalmente. Infelizmente, 
sociedades pobres como a nossa tendem a isolar o idoso, não sendo rara a ideia de considerá-lo inútil, um 
verdadeiro peso morto. A exagerada valorização da juventude, tão própria da sociedade moderna, contribui 
muito para piorar o conceito de Terceira Idade em nosso meio. A Saúde Pública e a Previdência Social não 
estão estruturadas para cuidar de maneira efi ciente da Terceira Idade.
 (...)
 A nossa autoapreciação recebe então infl uências das características psicológicas individuais e, 
evidentemente, das pressões sociais: como se sentir diante de si mesmo, ou diante da apreciação 
dos outros? Qual a repercussão sobre uma pessoa saudável e ativa, com 75 anos de idade, que se vê 
absolutamente rejeitada?
(Disponível em: <http://boasaude.uol.com.br/lib/emailorprint.cfm?id=3050&type=lib>. Acesso em 14/4/2011).
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TEXTO 3
 Velhice
 Vinícius de Moraes
 Virá o dia em que eu hei de ser um velho experiente olhando as coisas através de uma fi losofi a sensata 
e lendo os clássicos com a afeição que a minha mocidade não permite. Nesse dia, Deus talvez tenha 
entrado defi nitivamente em meu espírito ou talvez tenha saído defi nitivamente dele. Então, todos os 
meus atos serão encaminhados no sentido do túmulo e todas as ideias autobiográfi cas da mocidade 
terão desaparecido: fi cará talvez somente a ideia do testamento bem escrito. Serei um velho, não 
terei mocidade, nem sexo, nem vida. Só terei uma experiência extraordinária. Fecharei minha alma 
a todos e a tudo. Passará por mim muito longe o ruído da vida e do mundo. Só o ruído do coração 
doente me avisará de uns restos de vida em mim. Nem o cigarro da mocidade restará. Será um cigarro 
forte que satisfará os pulmões viciados E que dará a tudo um ar saturado de velhice. Não escreverei 
mais a lápis E só usarei pergaminhos compridos. Terei um casaco de alpaca que me fechará os olhos. 
Serei um corpo sem mocidade, inútil, vazio, cheio de irritação para com a vida, cheio de irritação para 
comigo mesmo. O eterno velho que nada é, nada vale, nada teve o velho, cujo único valor é ser o 
cadáver de uma mocidade criadora.
(Disponível em: <http://www.viniciusdemoraes.com.br/site/article.php3?id_art icle=29>. Acesso em 18/4/2011).
28. GÊNERO TEXTUAL 1 – RESUMO
 Redija um resumo, em até 15 linhas, que exponha as ideias e as informações consideradas fundamentais 
para a compreensão da temática sobre a posição do idoso em nossa sociedade, abordada no TEXTO 1.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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29. GÊNERO TEXTUAL 2 – RESPOSTA INTERPRETATIVA
 Redija, em até 15 linhas, uma resposta interpretativa, que indique as causas que explicam a atual 
posição do idoso em nossa sociedade, presentes nos TEXTOS 1 e 2, comprovando a causa expressa 
no TEXTO 3, com fragmentos desse texto.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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SANTINHO
 Luís Fernando Veríssimo
 Me lembro com clareza de todas as minhas professoras, mas me lembro de uma em particular. Ela 
se chamava Dona Ilka. Curioso: por que escrevi “Dona Ilka” e não Ilka? Talvez por medo de que ela 
se materializasse aqui ao meu lado e exigisse o “Dona”, onde se viu tratar professora pelo primeiro 
nome, menino? No meu tempo ainda não se usava o “tia”. Elas podiam ser boas, até maternais, mas 
decididamente não eram nossas tias. A Dona Ilka não era maternal. Era uma mulher pequena com um 
perfi l de passarinho. Um pequeno passarinho louro. E uma fera.
 Eu era um aluno “bem-comportado”. Era um vagabundo, não aprendia nada, vivia distraído. Mas 
comportamento, 10. Por isso até hoje faço verdadeiras faxinas na memória, procurando embaixo de 
tudo e em todos os nichos a razão de ter sido, um dia, castigado pela Dona Ilka. Alguma eu devo ter 
feito, mas não consigo lembrar o quê. O fato é que fui posto de castigo, que consistia em fi car em pé 
num canto da sala, com a cara virada para a parede (isso tudo, já dá para ver, foi mais ou menos lá pela 
Idade Média) mas o que eu nunca esqueci foi Dona Ilka ter me chamado de “santinho do pau oco”.
 Ser bem-comportado em aula não era decisão minha nem era nada de que me orgulhasse. Era só o meu 
temperamento. Mas a frase terrível de dona Ilka sugeria que a minha boa conduta era uma simulação. 
Eu era um falso. Um santo falsifi cado! Depois disso, o imaginário com perfi l de professora pousou no 
meu ombro e me chamou de fi ngido. Os santinhos do pau oco passam a vida se questionando. (...)
 30. Relate um fato em que a personagem, como Veríssimo, tenha sido vítima de uma injustiça. Seu 
texto deverá ter até 15 linhas. Obedeça às seguintes indicações:
  Tempo: cronológico;
  Foco narrativo: 1a. pessoa;
  Crie um título para seu texto.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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