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Direito Processual Civil p/ TJ-PE (Técnico - Áreas Judiciária e Administrativa) - Com
videoaulas
Professores: Equipe Gabriel Borges, Gabriel Borges
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 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
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DIREITO PROCESSUAL CIVIL P/ TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE 
PERNAMBUCO 
¾ Apresentação do curso 
Primeiramente, quero dizer que é um grande prazer encarar este desafio 
com vocês. Faremos um curso de teoria e exercícios voltado para o concurso 
do TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE PERNAMBUCO - TÉCNICO. 
Faremos um curso bastante didático, deixando de lado a linguagem 
excessivamente técnica e a formalidade. Utilizaremos recursos visuais: 
marcadores de texto, negrito e muitas questões de concurso, no corpo da 
aula, bem como ao final. 
As questões são de provas passadas e eventualmente inéditas 
(elaboradas pelo próprio professor). O objetivo é preparar o candidato para 
resolução de questões no grau de complexidade que a banca Fundação Carlos 
Chagas - FCC tem atribuído aos certames mais concorridos. 
Iremos trabalhar todo o conteúdo de Direito Processual Civil exigido no 
último edital, por meio de teoria e exercícios de concursos anteriores e tendo 
como base a Lei nº 13. 105/2015 ± NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. Será um 
curso de 07 encontros, além deste, em que iremos trabalhar o conteúdo de 
modo objetivo e com o foco na sua aprovação. 
x Sobre o Prof. Gabriel Borges 
O Professor Gabriel Borges é Consultor Legislativo do Senado Federal; pós-
graduado em Direito e Relações Internacionais; e leciona a matéria de Direito 
Processual Civil para concursos desde 2010. Até tornar-se Consultor, foi aprovado em 
vários concursos públicos. 
JURISDIÇÃO 
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 Direito Processual Civil 
 Teoria e Exercícios comentados 
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OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: 
Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, 
atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. 
Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram 
os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site 
Estratégia Concursos. 
 
 
¾ Vamos ao nosso cronograma 
 
CONFORME NOVO CPC ± NOÇÕES DE PROCESSO CIVIL PARA TÉCNICO 
DO TJPE 
AULA CONTEÚDO DATA 
Aula 0 Da jurisdição Disponível 
Aula 1 Competência Disponível 
Aula 2 Das partes e dos procuradores. 7/3 
Aula 3 O juiz, o ministério público, o defensor. Auxiliares da 
justiça 
10/3 
Aula 4 Atos processuais. 14/3 
Aula 5 
Do processo e do procedimento: das disposições gerais. 
Da antecipação dos efeitos da tutela de mérito. Do 
procedimento ordinário: da petição inicial. 
 17/3 
Aula 6 Defesa do réu. Revelia. Da sentença e a coisa julgada. Dos 
recursos. 
18/3 
Aula 7 Do processo de execução em geral: das disposições 
gerais. 
21/3 
 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Capítulo I: Jurisdição 02 
2. Resumo 41 
3. Questões comentadas 44 
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4. Lista das questões apresentadas 52 
5. Gabarito 54 
6. Bibliografia 56 
 
 
CAPÍTULO I: JURISDIÇÃO 
 
Como já vimos logo no artigo 1º, o Novo CPC deve ser interpretado, 
ordenado e pensado de maneira integrada à Constituição. Evidentemente, este 
tipo de previsão não seria sequer necessária em razão da supremacia das 
normas constitucionais, mas não deixa de simbolizar uma nova e importante 
didática e, acima disso, a tendência contemporânea de atribuir aos princípios o 
valor diretivo que lhes é inerente aos operadores do Direito, inclusive àqueles 
que se equivocam ao restringir sua leitura aos dispositivos do Código, como se 
não houvesse outra fonte de Direito Processual Civil. 
Há, nesse contexto, uma nova hermenêutica, consubstanciada no § 1º 
do artigo 5º da Constituição da República, a saber: 
Art. 5º [...] § 1º As normas definidoras dos direitos e garantias 
fundamentais têm aplicação imediata. 
Cumpre-se interpretar a Constituição como um todo normativo, no qual o 
Novo CPC é recepcionado e, com base nos preceitos fundamentais, deve-se 
evitar qualquer tipo de antinomia entre as normas. 
A partir dessas linhas introdutórias, passemos ao estudo do instituto da 
Jurisdição. 
LIVRO I 
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS 
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TÍTULO ÚNICO 
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
CAPÍTULO II 
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS PROCESSUAIS 
 
Art. 13. A jurisdição civil será regida pelas normas processuais brasileiras, ressalvadas 
as disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos 
internacionais de que o Brasil seja parte. 
Art. 14. A norma processual não retroagirá e será aplicável imediatamente aos 
processos em curso, respeitados os atos processuais praticados e as situações 
jurídicas consolidadas sob a vigência da norma revogada. 
Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou 
administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e 
subsidiariamente. 
 
 INTRODUÇÃO 
O conflito é uma característica inerente do ser humano. Quando não 
havia um Estado organizado, a solução dos conflitos dava-se pela atuação dos 
próprios interessados - aquele que dispusesse de maior força ou sagacidade 
vencia a disputa. A solução dos conflitos consolidava-se, desse modo, por 
instrumentos parciais. 
A partir da consolidação do Estado, passou a existir um poder central 
para a solução dos conflitos, o poder estatal. Ao poder judiciário, não 
participante do litígio, portanto imparcial, atribuiu-se a função de aplicar a lei, 
em regra abstrata, em busca da pacificação social. Atribuiu-se a ele o chamado 
poder jurisdicional. 
Percebam, então, que a consolidação de um poder central veio 
acompanhada de um sistema que desse segurança jurídica à sua população, 
sob risco de o poder central ser mera peça de manobra de forças 
preponderantes. 
São duas figuras indissociáveis: 1) O Poder Central (Estatal) e 2)a 
instituição de um controle imparcial da conduta dos jurisdicionados. Imaginem a 
existência de uma sociedade onde não há segurança jurídica, onde não se 
sabe ao certo como garantir a propriedade sobre seus bens e a justeza no 
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conflito com seus pares... Esse cenário impediria os indivíduos de buscarem 
prosperidade porque estariam voltados, a todo momento, para questões de 
segurança. A jurisdição veio dar ao Estado a legitimidade para agir em nome 
do interesse público e ao jurisdicionado a segurança jurídica para prosperar. 
Em seu conceito tradicional, jurisdição é o poder de resolver um conflito 
entre as partes, substituindo a vontade delas pela da lei. Ela tem como 
característica a substitutividade, que consiste em dizer que o Estado, na 
figura do juiz, ao solucionar a lide, estaria substituindo a vontade das partes, 
proibindo a elas de estarem, em regra, fazendo valer a justiça do mais forte. No 
entanto, não é somente quando há conflito entre as partes que o poder estatal 
atua, nem é sempre que há substituição da vontade das partes. 
Na concepção moderna, jurisdição é a atuação estatal ao caso 
concreto; uma atuação com caráter de definitividade ± diz respeito à 
imutabilidade da sentença, que faz coisa julgada material ±, objetivando a 
pacificação social. 
Assim, a jurisdição consiste no poder conferido ao estado, por meio 
dos seus representantes, de atuar no caso concreto quando há situação que 
não pôde ser dirimida no plano extrajudicial, revelando a necessidade da 
intervenção do estado para que a pendenga estabelecida seja solucionada. 
De modo sucinto, Marcus Vinícius R. Gonçalves define Jurisdição 
FRPR�D��³Função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos 
de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos 
concretos que lhe são submetidos´���'LUHLWR�3URFHVVXDO�&LYLO�(VTXHPDWL]DGR�� 
Há entendimento da doutrina de que o poder jurisdicional não se 
restringe a dizer o direito (juris-dicção), alcança também a imposição do direito 
(juris-satisfação). Obviamente, não é suficiente esperar que o Estado apenas 
diga o caminho a ser trilhado, espera-se que o poder estatal faça o direito ser 
efetivamente aplicado. Por isso, o Estado-juiz, por meio do seu poder 
jurisdicional, tem a capacidade de impor suas decisões. É um poder coativo. 
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Dúvida: Qual dos três poderes, da clássica divisão montesquiana, é 
responsável pela jurisdição? Ela é atribuída ao poder judiciário como função 
típica, mas também a outros poderes, como função atípica. Exemplo: processo 
de impeachment, que pode ser conduzido pelo legislativo, ou das sindicâncias, 
pelo poder executivo. 
Fredie Didier Jr. mantém o conceito abrangente e inovador à Jurisdição 
em seu novo Curso de Direito Processual Civil, a saber: 
³$� MXULVGLomR�p�D� IXQomR�DWULEXtGD�D� WHUFHLUR� LPSDUFLDO� �D��
de realizar o Direito de modo imperativo (b) e criativo 
(reconstrutivo) (c), reconhecendo/efetivando/protegendo 
situações jurídicas (concretamente) deduzidas (e), em 
decisão insuscetível de controle externo (f) e com aptidão 
para tornar-se indiscutível (g). (Curso de Direito 
3URFHVVXDO�&LYLO´��YRO��,�����HG��S������� 
 
Esse conceito moderno apresentado por Didier deve ser analisado, 
pois está de acordo com a realidade das transformações por que passou o 
Estado. 
A inovação mais relevante neste conceito é apontar o exercício da 
jurisdição a terceiro imparcial, não considerando o Estado detentor exclusivo 
desse poder/dever. Importante salientar que a imparcialidade não se confunde 
com a neutralidade. Não existe juiz neutro, pois todo ser humano tem vontade 
inconsciente, formada por suas experiências ao longo da vida, por sua 
vivência, traumas, medos, preferências. 
Sobre a questão, importante registrar que gerou polêmica no Fórum 
Permanente de Processualistas Civis (FPPC), sendo que dois enunciados (4 e 
5) que tratavam da questão foram posteriormente revisados e cancelados 
porque consideravam que árbitro também poderia ser detentor de jurisdição: 
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Os enunciados sobre arbitragem foram aprovados por aclamação no 
FPPC de Salvador; por isso, no FPPC-Rio, tiveram de passar por uma 
reavaliação criteriosa da assembleia. Disso resultou que alguns foram 
FDQFHODGRV�� �� 5HGDomR� RULJLQDO�� ³2� iUELWUR� p� GRWDGR� GH� MXULVGLomR� Sara 
SURFHVVDU�H� MXOJDU�D�FRQWURYpUVLD�D�HOH�DSUHVHQWDGD��QD� IRUPD�GD�OHL´�� �*UXSR��
$UELWUDJHP�����5HGDomR�RULJLQDO��³2�iUELWUR�p�MXL]�GH�IDWR�H�GH�GLUHLWR�H�FRPR�WDO�
H[HUFH� MXULVGLomR� VHPSUH� TXH� LQYHVWLGR� QHVVD� FRQGLomR�� QRV� WHUPRV� GD� OHL´��
(Grupo: Arbitragem) 
Ainda mais convincente a parte do conceito que considera o aspecto de 
criação e reconstrução do exercício de se dizer o direito, já que o sistema 
normativo tende, como temos visto, a uma dimensão mais aberta, transferindo 
ao órgão jurisdicional a tarefa de completar o sentido da norma, a criação do 
direito. 
Feitas essas considerações, vejamos cada elemento elencado no 
conceito. 
a) Terceiro imparcial: na solução da lide utiliza-se a técnica de 
heterocomposição ± o conflito é solucionado por um agente 
exterior à relação conflituosa original. Os sujeitos do processo 
submetem a terceiro seu conflito, em busca de solução. Chiovenda 
chama essa heterocomposição de substutividade, sendo esta a 
característica que diferencia jurisdição das outras funções estatais. 
Ok! E o que é substutividade? Bem pessoal, como falamos há pouco a 
substitutividade consiste em dizer que o Estado, na figura do juiz, ao 
solucionar a lide, está substituindo a vontade das partes, já que elas estariam 
proibidas de, em regra, fazer valer a justiça do mais forte (característica do 
conceito de jurisdição tradicional). 
 
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Gabarito: Certo 
 
Destaque-se, uma vez mais, que é importante não se confundirneutralidade com imparcialidade. Neutralidade é o mito que se sustenta na 
possibilidade de o juiz não ter vontade inconsciente; segundo a qual 
predominaria a vontade dos sujeitos processuais e não o interesse geral da 
justiça. 
A imparcialidade, por seu turno, determina que o magistrado não pode 
ter interesse na lide, bem como possui o dever de tratar as partes com 
igualdade, garantindo o contraditório em paridade de armas. 
b) Manifestação de Poder: a jurisdição coloca-se de modo 
imperativo, aplicando o direito a situações que são levadas ao 
Estado, ao órgão jurisdicional. 
c) Atividade criativa: ³cria-se a norma jurídica do caso concreto, bem 
como se cria, muitas vezes, a própria regra abstrata que deve 
UHJXODU�R�FDVR�FRQFUHWR�´� �&XUVR�GH�'LUHLWR�3URFHVVXDO�&LYLO�� YRO�� ,��
Didier Jr., Fredie). As normas não são capazes de determinar todas 
as decisões dos Tribunais. Há necessidade de interpretação ou 
confirmação da consistência dos textos normativos quando 
aplicados ao caso concreto. Dessa forma, cabe aos Tribunais 
interpretar, construir e distinguir os casos para formulação da 
decisão. Eles exercem um papel singular na produção normativa. 
d) Técnica de tutela: a jurisdição é considerada uma importante 
técnica de tutela de direitos. A proteção jurídica deve contemplar 
todas as situações jurídicas. 
(TJ ES) Acerca da função jurisdicional, da ação e suas características, 
julgue o item seguinte. 
A função jurisdicional é, em regra, de índole substitutiva, ou seja, 
substitui-se a vontade privada por uma atividade pública. 
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e) Situação jurídica concreta: a jurisdição atua em situações 
concretas. Exemplo: ameaça de lesão a direitos (em que se requer 
uma tutela inibitória). 
f) Impossibilidade de controle externo da função jurisdicional: 
uma das características da função jurisdicional é a capacidade de 
produzir a última decisão sobre o caso concreto deduzido em juízo: 
ao caso aplica-se o Direito sem que aja possibilidade de 
apreciação, controle de outro poder. A jurisdição é controlada, 
somente, pela própria jurisdição. 
g) Aptidão para tornar-se indiscutível: sabemos que a coisa julgada é 
uma situação jurídica referente às decisões jurisdicionais, 
exclusivamente. Só uma decisão judicial pode vir a ser indiscutível e 
imutável pela coisa julgada material. No entanto, não podemos 
deduzir que somente haverá jurisdição se houver coisa julgada, pois 
esta é uma opção política do Estado. Há casos em que o legislador 
não retira das decisões a aptidão de submeter-se à coisa julgada, 
mas isso não aniquila a jurisdicionalidade das decisões. Ora, a 
coisa julgada é um elemento a posteriori da decisão e, portanto, não 
pode ser elemento ou característica de existir da decisão. É fato 
que somente a jurisdição possui a característica da definitividade ± 
diz respeito ao caráter de imutabilidade da sentença, que faz coisa 
julgada material (característica do conceito moderno de jurisdição). 
No intuito de preencher todas as possíveis formas de ser cobrado o 
conceito de jurisdição, vamos compreendê-lo de uma outra perspectiva. A 
doutrina diz que a jurisdição é o poder que o estado avocou para si de dizer o 
direito, de fazer justiça, em substituição aos particulares. Podemos, na 
realidade, dizer que a jurisdição é poder, função e atividade. É poder devido 
à capacidade de imposição das decisões às partes pelo Estado ± o poder 
decorre da potestade (força para impor sua decisão) do Estado exercida de 
maneira definitiva sobre as partes litigantes. Função por cumprir a finalidade 
de fazer valer a ordem jurídica em face de um conflito. Por último, é atividade 
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por consistir em uma série de manifestações (atos) externas e ordenadas que 
resultam na declaração do direito e na concretização do que foi pleiteado. 
Atente-se para o fato de que o poder da jurisdição se subdivide em três 
espécies: o poder de decisão, o de coerção e o de documentação. No poder de 
decisão, o Estado-juiz deve conhecer a pendenga judicial, colher provas e 
decidi-la. É o poder do Estado- juiz de analisar, verificar e decidir o litígio ± 
poder de decisão. O segundo [de coerção], diz respeito ao poder do Estado-juiz 
em impor à parte vencida o cumprimento da decisão por ele proferida. O poder 
de documentação, por sua vez, ocorre quando o Estado-juiz documenta os 
atos processuais. 
 
(DPE BA) No Direito Processual Civil Brasileiro, a jurisdição compreende 
três poderes, que são o de 
a) decisão, o de coerção e o de documentação. 
b) coerção, o de documentação e o de exposição. 
c) documentação, o de exposição e o de disposição. 
d) exposição, o de disposição e o de decisão. 
e) disposição, o de decisão e o de coerção. 
Gabarito: A 
 
CPC/2015 
LIVRO II 
DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
TÍTULO I 
DA JURISDIÇÃO E DA AÇÃO 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em todo o 
território nacional, conforme as disposições deste Código. 
Art. 17. Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade. 
Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando 
autorizado pelo ordenamento jurídico. 
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Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir 
como assistente litisconsorcial. 
Art. 19. O interesse do autor pode limitar-se à declaração: 
I - da existência, da inexistência ou do modo de ser de uma relação jurídica; 
II - da autenticidade ou da falsidade de documento. 
Art. 20. É admissível a ação meramente declaratória, ainda que tenha ocorrido a 
violação do direito. 
 
1. EQUIVALENTES JURISDICIONAIS 
O Estado não detém exclusividade na solução de conflitos. Existem 
formas alternativas: autotutela, autocomposição, arbitragem. 
A autotutela (autodefesa) é a forma mais antiga de se resolver 
conflitos. Ocorre o sacrifício integral do interesse de uma das partes, pelo uso 
da força da outra parte. Assim, a autotutela ocorre quando a própria parte 
busca afirmar seu interesse impondo-o à parte contrária. Podemos considerar 
que a autotutela, de certo modo, permite o exercício de coerção por um 
particular em defesa de seus interesses. Modernamente, tem-se buscado 
restringir as formas de exercício da autotutela, transferindo para o Estado as 
diversas formas de coerção. ODireito prevê casos excepcionais em que pode 
ser empregada: legítima defesa (art. 188, I, do CC), desforço imediato no 
esbulho (art. 1.210, parágrafo 1o do CC). A autotutela pode ser totalmente 
revista pelo poder judiciário. 
A autocomposição consiste no acordo entre as partes envolvidas no 
conflito para chegar a uma solução, ou seja, o conflito é solucionado pelas 
partes sem a intervenção de agentes externos no processo de pacificação da 
lide. A autocomposição ocorre quando há o despojamento unilateral em favor 
de outrem (da vontade por este almejada); quando há aceitação ou resignação 
de um dos sujeitos aos interesses do outro ou quando há concessão recíproca 
efetuada pelas partes. Em tese, não há de se falar em coerção dos indivíduos. 
As modalidades de autocomposição são três: renúncia, aceitação 
(resignação/submissão) e a transação. A renúncia ocorre quando o titular do 
direito, unilateralmente, dele de despoja em favor de outrem. A aceitação, por 
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sua vez, ocorre quando um dos sujeitos reconhece o direito do outro, passando 
a guiar-se pela plena consonância com este reconhecimento. Já a transação 
ocorre quando os sujeitos que se consideram titulares do direito pleiteado 
solucionam a lide por meio de concessões recíprocas. 
A arbitragem é uma técnica de solução de conflitos em que as partes 
buscam em uma terceira pessoa a solução do litígio. Dessa forma, a 
arbitragem ocorre quando a fixação da solução da lide entre as partes é 
entregue a um terceiro, denominado árbitro, em geral escolhido pelas partes. 
No direito brasileiro, a arbitragem somente pode se dirigir a 
acertamento de direitos patrimoniais disponíveis. É o que aduz o art. 1º da Lei 
���������TXH� UHJXOD�D�DUELWUDJHP�� ³DV�SHVVRDV�FDSD]HV�GH�FRQWUDWDU�SRGHUmR�
valer-se da arbitragem para dirimir litígios relativos a direitos patrimoniais 
GLVSRQtYHLV�´� 
A arbitragem possui caráter voluntário podendo ser de direito ou de 
equidade, a critério das partes, que poderão escolher, livremente, as regras de 
direito que serão aplicadas, desde que não haja violação aos bons costumes e 
à ordem pública. Igualmente, poderão as partes convencionar que a arbitragem 
se realize com base nos princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas 
regras internacionais de comércio. 
As partes interessadas podem, por exemplo, submeter a solução de seus 
litígios ao juízo arbitral mediante convenção de arbitragem, assim entendida a 
cláusula compromissória e o compromisso arbitral. 
A cláusula compromissória (prévia e abstrata) é a convenção por meio 
da qual as partes em um contrato comprometem-se a submeter à arbitragem 
os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal contrato. Deve ser 
estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio contrato ou em 
documento apartado que a ele se refira. 
Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o 
aderente tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, 
expressamente, com a sua instituição, desde que por escrito em documento 
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anexo ou em negrito, com a assinatura ou visto especialmente para essa 
cláusula. 
A cláusula compromissória é autônoma em relação ao contrato em que 
estiver inserta, de tal sorte que a nulidade deste não implica, necessariamente, 
a nulidade da cláusula compromissória. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou 
por provocação das partes, as questões acerca da existência, validade e 
eficácia da convenção de arbitragem e do contrato que contenha a cláusula 
compromissória. 
Já o compromisso arbitral (posterior e concreta) é o estabelecimento 
posterior ao conflito que esse será solucionado por meio da arbitragem. 
Art. 6º da Lei 9.307/96: Não havendo acordo prévio sobre a forma de 
instituir a arbitragem, a parte interessada manifestará à outra parte sua 
intenção de dar início à arbitragem, por via postal ou por outro meio qualquer 
de comunicação, mediante comprovação de recebimento, convocando-a para, 
em dia, hora e local certos, firmar o compromisso arbitral. 
O compromisso arbitral pode ser judicial ou extrajudicial. O compromisso 
arbitral judicial celebra-se por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal, onde 
tem curso a demanda. O compromisso arbitral extrajudicial é celebrado por 
escrito particular, assinado por duas testemunhas, ou por instrumento público. 
A mediação é uma conduta pela qual um terceiro coloca-se entre as 
partes e tenta conduzi-ORV� j� VROXomR� DXWRFRPSRVWD�� 'LGLHU� DGX]� ³WUDWDU-se de 
uma técnica paUD� FDWDOLVDU� D� DXWRFRPSRVLomR´� �&XUVR� GH� 'LUHLWR� 3URFHVVXDO�
Civil, vol. I. Didier Jr., Fredie). Na mediação, diferentemente do que ocorre na 
conciliação, o foco não recai no conflito propriamente, mas se desloca para as 
causas desse conflito. 
A mediação surge como um instrumento de pacificação social, uma vez 
que há a perspectiva de solução da lide sem qualquer decisão impositiva e 
busca-se a preservação do interesse das partes litigantes. 
O mediador tem a função de conduzir, e não propor soluções ao conflito 
das partes como o conciliador faz. Os litigantes devem discutir as causas do 
conflito e chegar a uma solução. Assim, a função do mediador é de induzir as 
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SDUWHV� D� FKHJDU�� SRU� HODV� PHVPDV�� j� VROXomR� GD� OLGH�� ³2� VHQWLPHQWR� GH�
capacidade que certamente será sentido pelas partes também é aspecto que 
torna a mediação uma forma alternativa de solução de conflitos bastante 
DWUDHQWH�´� �1HYHV�� 'DQLHO� $PRULP� $VVXPSomR�� SJ�� ��� 0DQXDO� GH� 'LUHLWR�
Processual Civil) 
 
CONCILIAÇÃO E MEDIAÇÃO (Tabela com artigos do novo CPC) 
AUTOCOMPOSIÇÃO 
A solução negocial, além de ser um meio efetivo de resolução de conflitos, 
é um elemento de desenvolvimento da cidadania. As partes passam a ser 
protagonistas na solução do litígio. A autocomposição, assim, pode ser 
compreendida como um reforço do poder das partes em regular suas relações 
conflitantes. Vê-se, nestes meios de solução alternativos de conflito, um forte 
caráter democrático. 
A Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça normatizou a 
mediação e a conciliação até a edição do Novo CPC, que dedica um capítulo 
inteiro a estes meios de solução de controvérsias. 
Dessa forma, pode-se dizer que o sistema brasileiro vem se estruturando 
no sentido de estimulara autocomposição. Vejamos o que diz o artigo 3º do 
Novo CPC. 
NCPC: 
Art. 3o Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito. 
§ 1o É permitida a arbitragem, na forma da lei. 
§ 2o O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos conflitos. 
§ 3o A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos 
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e membros do 
Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial. 
 
MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO 
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Mediação e conciliação são, igualmente, formas de solução de conflitos 
em que um terceiro intervém no processo conflituoso com o intuito de auxiliar 
as partes envolvidas a chegar à autocomposição. Aqui não cabe ao terceiro 
resolver a pendenga, como ocorre na arbitragem. Cabe a ele exercer um papel 
estimulante na solução negocial do litígio. Por isso, não estamos diante de uma 
espécie de heterocomposição, mas, sim, diante de exemplos de 
autocomposição, com a integração de um terceiro. 
As duas formas são os principais exemplos de resolução alternativa de 
controvérsias. A diferença entre elas é sutil, mas a doutrina as considera 
técnicas distintas de autocomposição. 
O conciliador participa da negociação de modo mais ativo. Pode ele, 
inclusive, sugerir às partes soluções para a pendenga. É indicada, com mais 
frequência, na solução de conflitos em que as partes não tenham tido vínculo 
anterior. 
O mediador, por seu turno, já possui um papel mais amplo. Exerce um 
papel de comunicador das partes, um facilitador do diálogo. Auxilia os 
envolvidos a compreender as questões do conflito, para que possam chegar a 
soluções consensuais. É mais indicada quando já existe uma relação anterior 
entre as partes, como nas relações familiares e societárias. A mediação atinge 
êxito quando as partes atingem um resultando que gerem benefícios mútuos. 
NCPC: 
Art. 165. Os tribunais criarão centros judiciários de solução consensual de 
conflitos, responsáveis pela realização de sessões e audiências de conciliação e 
mediação e pelo desenvolvimento de programas destinados a auxiliar, orientar e 
estimular a Neste sentido é importante ler o artigo 165 do Novo CPC. 
autocomposição. 
§ 1o A composição e a organização dos centros serão definidas pelo respectivo 
tribunal, observadas as normas do Conselho Nacional de Justiça. 
§ 2o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver 
vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a 
utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes 
conciliem. 
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§ 3o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo 
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os 
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da 
comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios 
mútuos. 
 
As duas modalidades podem ocorrer judicial ou extrajudicialmente. 
Judicialmente, o mediador e o conciliador serão auxiliares da justiça, o que 
implica dizer que a eles serão aplicadas as regras relativas a este tipo de 
sujeito processual, inclusive no que tange às questões de impedimento e 
suspeição. 
A mediação e a conciliação podem ocorre em câmaras públicas, em 
câmaras privadas ou em ambientes mais informais, como nos escritórios de 
advocacia. 
NCPC: 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação e 
mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça ou 
de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com 
indicação de sua área profissional. 
Art. 174. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios criarão câmaras 
de mediação e conciliação, com atribuições relacionadas à solução consensual de 
conflitos no âmbito administrativo, tais como: 
I - dirimir conflitos envolvendo órgãos e entidades da administração pública; 
II - avaliar a admissibilidade dos pedidos de resolução de conflitos, por meio de 
conciliação, no âmbito da administração pública; 
III - promover, quando couber, a celebração de termo de ajustamento de conduta. 
Art. 175. As disposições desta Seção não excluem outras formas de conciliação e 
mediação extrajudiciais vinculadas a órgãos institucionais ou realizadas por intermédio 
de profissionais independentes, que poderão ser regulamentadas por lei específica. 
Parágrafo único. Os dispositivos desta Seção aplicam-se, no que couber, às 
câmaras privadas de conciliação e mediação. 
 
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Vejamos agora quem pode exercer o papel de mediador ou conciliador. 
Podem exercer essa função tanto funcionários públicos como profissionais 
liberais. 
NCPC: 
Art. 167. Os conciliadores, os mediadores e as câmaras privadas de conciliação 
e mediação serão inscritos em cadastro nacional e em cadastro de tribunal de justiça 
ou de tribunal regional federal, que manterá registro de profissionais habilitados, com 
indicação de sua área profissional. 
§ 1o Preenchendo o requisito da capacitação mínima, por meio de curso realizado 
por entidade credenciada, conforme parâmetro curricular definido pelo Conselho 
Nacional de Justiça em conjunto com o Ministério da Justiça, o conciliador ou o 
mediador, com o respectivo certificado, poderá requerer sua inscrição no cadastro 
nacional e no cadastro de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. 
§ 2o Efetivado o registro, que poderá ser precedido de concurso público, o tribunal 
remeterá ao diretor do foro da comarca, seção ou subseção judiciária onde atuará o 
conciliador ou o mediador os dados necessários para que seu nome passe a constar 
da respectiva lista, a ser observada na distribuição alternada e aleatória, respeitado o 
princípio da igualdade dentro da mesma área de atuação profissional. 
§ 3o Do credenciamento das câmaras e do cadastro de conciliadores e 
mediadores constarão todos os dados relevantes para a sua atuação, tais como o 
número de processos de que participou, o sucesso ou insucesso da atividade, a 
matéria sobre a qual versou a controvérsia, bem como outros dados que o tribunal 
julgar relevantes. 
§ 4o Os dados colhidos na forma do § 3o serão classificados sistematicamente 
pelo tribunal,que os publicará, ao menos anualmente, para conhecimento da 
população e para fins estatísticos e de avaliação da conciliação, da mediação, das 
câmaras privadas de conciliação e de mediação, dos conciliadores e dos mediadores. 
§ 5o Os conciliadores e mediadores judiciais cadastrados na forma do caput, se 
advogados, estarão impedidos de exercer a advocacia nos juízos em que 
desempenhem suas funções. 
§ 6o O tribunal poderá optar pela criação de quadro próprio de conciliadores e 
mediadores, a ser preenchido por concurso público de provas e títulos, observadas as 
disposições deste Capítulo. 
 
Quanto à remuneração ou não dessas atividades, o NCPC prevê tanto a 
remuneração como atuação voluntária. É importante destacar que a 
remuneração dessas atividades ajuda no aprimoramento e capacitação destes 
auxiliares de justiça. 
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NCPC: 
Art. 169. Ressalvada a hipótese do art. 167, § 6º, o conciliador e o mediador 
receberão pelo seu trabalho remuneração prevista em tabela fixada pelo tribunal, 
conforme parâmetros estabelecidos pelo Conselho Nacional de Justiça. 
§ 1º A mediação e a conciliação podem ser realizadas como trabalho voluntário, 
observada a legislação pertinente e a regulamentação do tribunal. 
§ 2º Os tribunais determinarão o percentual de audiências não remuneradas que 
deverão ser suportadas pelas câmaras privadas de conciliação e mediação, com o fim de 
atender aos processos em que deferida gratuidade da justiça, como contrapartida de seu 
credenciamento. 
Dúvida: Quem escolhe estes auxiliares? Consensualmente, as partes 
podem escolher o mediador e o conciliador e a câmara privada para a 
realização da autocomposição. Se a escolha recair sobre um profissional não 
cadastrado no tribunal, deverá ser realizado o devido cadastro deste para que 
ele se habilite a participar. 
NCPC: 
Art. 168 do NCPC. As partes podem escolher, de comum acordo, o conciliador, o 
mediador ou a câmara privada de conciliação e de mediação. 
§ 1º O conciliador ou mediador escolhido pelas partes poderá ou não estar 
cadastrado no tribunal. 
§ 2º Inexistindo acordo quanto à escolha do mediador ou conciliador, haverá 
distribuição entre aqueles cadastrados no registro do tribunal, observada a respectiva 
formação. 
§ 3° Sempre que recomendável, haverá a designação de mais de um mediador ou 
conciliador. 
 
1.1. CLASSIFICAÇÃO 
A jurisdição é una e indivisível, mas é comum dividi-la para efeitos 
didáticos, quanto ao objeto, à hierarquia, ao órgão. Também é dividida em 
contenciosa e voluntária. 
Quanto ao objeto, a jurisdição pode ser civil ou penal. São de natureza 
civil todas as que não tenham caráter penal. Há doutrinadores que discordam 
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da limitação a essas duas espécies e incluem as outras esferas jurisdicionais 
na classificação: trabalhista, penal militar, eleitoral. 
Quanto à hierarquia, classifica-se em inferior ou superior. Inferior é a 
que tem a chamada competência originária, ou seja, que recebe o processo 
primeiro; a superior tem atuação recursal. 
Relativamente ao órgão que a exerce, poderá ser especial e comum. 
Especial é definida pela Constituição Federal com base na matéria a ser 
tratada: Justiça Eleitoral, Justiça do Trabalho e Justiça Militar; sendo a comum 
todo o restante (daí, falar-se em competência residual). A Justiça Comum é 
composta pela Justiça Federal e pela Justiça Estadual. 
 
x JURISDIÇÃO: pode ser nacional ou internacional. Vejamos: 
x 
 
Jurisdição Nacional: UNA 
 
Jurisdição Internacional 
 
x Jurisdição UNA: Adotada no Brasil: Poder Judiciário exerce a jurisdição com 
exclusividade (causas comuns e administrativas). As causas que envolvem o Estado 
são julgadas pelo Poder Judiciário. 
x Jurisdição DUAL: Adotada, por exemplo, na França. Tribunais Judiciários (causas 
comuns) e Tribunais Administrativos (causas administrativas). As causas que 
envolvem o Estado são julgadas pelo Poder Administrativo. 
 
LIVRO II 
Jurisdição Comum 
Jurisdição Federal e Estadual. Dividem-se em 
jurisdição civil e penal. 
Jurisdição Especial 
Jurisdição trabalhista, eleitoral e militar. 
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DA FUNÇÃO JURISDICIONAL 
TÍTULO II 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL E DA COOPERAÇÃO 
INTERNACIONAL 
CAPÍTULO I 
DOS LIMITES DA JURISDIÇÃO NACIONAL 
Art. 21. Compete à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as ações em 
que: 
I - o réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil; 
II - no Brasil tiver de ser cumprida a obrigação; 
III - o fundamento seja fato ocorrido ou ato praticado no Brasil. 
Parágrafo único. Para o fim do disposto no inciso I, considera-se domiciliada no 
Brasil a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver agência, filial ou sucursal. 
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária brasileira processar e julgar as 
ações: 
I - de alimentos, quando: 
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil; 
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse ou propriedade de bens, 
recebimento de renda ou obtenção de benefícios econômicos; 
II - decorrentes de relações de consumo, quando o consumidor tiver domicílio ou 
residência no Brasil; 
III - em que as partes, expressa ou tacitamente, se submeterem à jurisdição 
nacional. 
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira, com exclusão de qualquer outra: 
I - conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil; 
II - em matéria de sucessão hereditária, proceder à confirmação de testamento 
particular e ao inventário e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da 
herança seja de nacionalidade estrangeira ou tenha domicílio fora do território 
nacional; 
III - em divórcio, separação judicial ou dissolução de união estável, proceder à 
partilha de bens situados no Brasil, ainda que o titular seja de nacionalidade 
estrangeira ou tenha domicílio fora do território nacional. 
Art. 24. A ação proposta perante tribunal estrangeiro não induz litispendência e não 
obsta a que a autoridade judiciária brasileira conheça da mesma causa e das que lhe 
são conexas, ressalvadas as disposições em contrário de tratados internacionais e 
acordos bilaterais em vigor no Brasil. 
Parágrafo único. A pendência de causa perante a jurisdição brasileira não impede a 
homologação de sentença judicial estrangeira quando exigida para produzir efeitos 
no Brasil.00000000000
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Art. 25. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o 
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro 
em contrato internacional, arguida pelo réu na contestação. 
§ 1o Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional 
exclusiva previstas neste Capítulo. 
§ 2o Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1o a 4o. 
 
A jurisdição também poderá ter natureza contenciosa ou voluntária. 
Contenciosa é a rotineira; enquanto na voluntária não há, em tese, conflito de 
interesses (exemplo: homologação de acordo previamente firmado entre as 
partes). Nessa espécie, o interessado ou interessados buscam a prestação 
jurisdicional do Estado quando não podem alcançar seus objetivos sozinhos. 
 
(TJ ± CE/ Adaptada) Sobre jurisdição e ação é correto dizer que: 
a) Pelo princípio da aderência os juízes e tribunais exercem a atividade 
jurisdicional apenas no território nacional. Essa atividade é repartida de 
acordo com as regras de competência. 
COMENTÁRIOS: 
 A questão está correta. Percebam que o princípio da aderência ligado ao 
princípio internacional da não ingerência em assuntos de outros povos impõe 
os limites territoriais do País para exercício da jurisdição pelo Estado-juiz 
nacional. 
Gabarito: A 
 
(TST) A jurisdição é a atividade desenvolvida pelo Estado por meio da 
qual são resolvidos conflitos de interesses visando-se à pacificação 
social. Acerca desse tema, é correto dizer que a jurisdição pode ser 
classificada em comum ou especial. 
Gabarito: A 
 
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(TST) Por seu inegável alcance social, a justiça trabalhista é exemplo 
claro de jurisdição comum. 
Gabarito: B 
 
(TST) Considerando-se a sistemática federativa vigente no Brasil, a 
justiça comum é dividida em federal e estadual. 
Gabarito: A 
 
 
1.1.1. JURISDIÇÃO VOLUNTÁRIA VERSUS JURISDIÇÃO CONTENCIOSA 
Art. 16. A jurisdição civil é exercida pelos juízes e pelos tribunais em 
todo o território nacional, conforme as disposições deste Código. (Novo CPC) 
A jurisdição pode ser: contenciosa ou voluntária. Vejamos cada uma 
delas. 
Em regra, a jurisdição contenciosa decorre de processo judicial. Ela é 
marcada pelo litígio entre as partes, que, por sua vez, termina com a sentença 
de mérito. Sua decisão pode ser, e comumente o é, traumática porque 
beneficia uma das partes somente, causando prejuízo à outra. 
A jurisdição voluntária, também conhecida como administrativa ou 
integrativa, é uma atividade estatal de integração e fiscalização. Em verdade, 
não é voluntária: há obrigatoriedade, em regra, de participação do Poder 
Judiciário para integrar as vontades e, dessa maneira, tornar apta a produção 
de seus efeitos. 
As garantias fundamentais do processo são aplicadas à jurisdição 
voluntária e também aos magistrados, que estão atrelados a dois elementos: 
a) Inquisitoriedade: o magistrado poderá decidir de modo contrário 
à vontade das partes. 
b) Possibilidade de decisão fundada em equidade (art. 723 do 
CPC): não se observa na decisão a legalidade estrita. A sentença é baseada 
nos critérios de conveniência e oportunidade. O órgão jurisdicional tem ampla 
discricionariedade na condução e na decisão do processo em jurisdição 
voluntária. 
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1.1.2. CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS DE JURISDIÇÃO 
VOLUNTÁRIA 
1 ± Receptícios: a atividade judicial limita-se a registrar, documentar 
ou comunicar manifestações de vontade. Exemplo: notificações, protestos. 
2 ± Probatórios: a atividade jurisdicional limita-se à produção da 
prova. Exemplo: justificação. 
3 ± Declaratórios: o magistrado limita-se a declarar a existência ou 
inexistência de uma situação jurídica. Exemplo: da posse em nome do 
nascituro. 
4 ± Constitutivos: a criação, modificação ou extinção de uma situação 
jurídica dependem da concorrência da vontade do magistrado, por meio de 
autorizações, homologações, aprovações. Exemplo: interdição. 
5 ± Executórios: o magistrado deve exercer uma atividade prática que 
modifica o mundo exterior. Exemplo: alienações de coisas. 
6 ± Tutelares: a proteção de interesses de determinadas pessoas que 
se encontram em situação de desamparo é confiada ao Poder Judiciário ± 
poderá instaurar os procedimentos ex officio. Exemplo: Nomeação de 
curadores. 
 
Quanto à natureza da jurisdição voluntária, há divergência 
se ela é de administração pública de interesses privados ou se de 
atividade jurisdicional. 
a) Como administração pública ± linha que tem crescido 
na doutrina brasileira ± parte-se do pressuposto de que a 
jurisdição voluntária não é jurisdição, mas sim administração 
pública de interesse privado. 
Isso porque não existe lide a ser resolvida nem a 
possibilidade de substitutividade ± o magistrado insere-se entre as 
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x Jurisdição voluntária como administração pública de interesses 
privados 
Na doutrina brasileira, discute-se se a questão de que a jurisdição 
voluntária não seria jurisdição, mas administração pública de interesses 
privados realizada pelo Poder Judiciário. Essa construção doutrinaria parte da 
premissa, como exposto no quadro acima, de que a jurisdição voluntária, por 
não possuir lide a ser solucionada, não pode ser considerada jurisdição. 
Também não poderíamos falar em substitutividade uma das 
características da jurisdição, porque o juiz não substitui os sujeitos processuais, 
e, sim, insere-se entre os participantes do negócio jurídico. Desse modo, 
porque não há conflito, não existem sujeitos processuais, só meros 
interessados. 
Não havendo jurisdição, não haveria que se falar em ação nem em 
processo, mas em requerimento e procedimento. Igualmente, não existindo 
jurisdição, não há coisa julgada, mas preclusão. 
 
partes do negócio jurídico e não as substitui. Além disso, por não 
ocorrer ajurisdição, não se falaria em coisa julgada, mas em 
preclusão. 
b) Como atividade jurisdicional: a jurisdição voluntária 
tem natureza de atividade jurisdicional. Pode ocorrer relação 
conflituosa nessa modalidade de jurisdição. 
Os casos de jurisdição voluntária são conflituosos em 
potencial e, por isso, submetem-se ao poder judiciário. 
Vamos, logo abaixo, analisar um pouco mais sobre esse 
assunto: jurisdição voluntária como administração pública de 
interesses privados e jurisdição voluntária como atividade 
jurisdicional. 
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Diferenças doutrinárias acerca da jurisdição voluntária 
Ju
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n
tá
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Doutrina majoritária (clássica) 
 
Doutrina minoritária (moderna) 
Não há jurisdição Há jurisdição 
Não existem partes no processo, 
meros interessados 
Há partes 
Não há ação nem processo, mas 
requerimento e procedimento 
Há processo 
Não faz coisa julgada, mas preclusão Há coisa julgada 
É uma atividade administrativa É uma atividade jurisdicional 
Não há substutividade; juiz é 
administrador 
Há substutividade: juiz é juiz 
 
(TJ - ES) A jurisdição civil pode ser contenciosa ou voluntária, esta 
também denominada graciosa ou administrativa. Ambas as jurisdições 
são exercidas por juízes, cuja atividade é regulada pelo Código de 
Processo Civil, muito embora a jurisdição voluntária se caracterize pela 
administração de interesses privados pelos órgãos jurisdicionais, ou seja, 
não existe lide ou litígio a ser dirimido judicialmente. 
COMENTÁRIOS: 
Correto. Percebam que a banca considerou correta a questão da 
ausência de litígio na jurisdição, um elemento que destacamos em nossa aula, 
mas que tem sido combatido pela doutrina moderna. No enunciado da questão, 
a jurisdição voluntária é também nomeada de administrativa, mais uma 
característica da doutrina clássica. 
 
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(TRT 11ª Região/ Adaptada) Sobre jurisdição, é correto afirmar: 
Nos procedimentos não contenciosos, há função jurisdicional apenas sob 
um ponto de vista estritamente formal. 
COMENTÁRIOS: 
Correto. (QWUH�DV�RSo}HV�RIHUHFLGDV�SHOD�EDQFD��³D´�D�³H´���FRQVLGHURX-
VH� FRUUHWD� D� OHWUD� ³F´�� TXH� FLWDPRV�� 'HVVH� PRGR�� R� HQWHQGLPHQWR� GD� EDQFD��
clássico e majoritário, é de que a jurisdição voluntária é jurisdição apenas em 
seu aspecto formal, já que relativamente ao conteúdo pode ser entendida como 
administração de interesses particulares pelo Poder Judiciário. 
A Teoria Revisionista, por seu turno, considera a Jurisdição Voluntária 
uma jurisdição propriamente dita, já que é possível a ocorrência da lide. 
Relativamente à existência da lide, o STJ já se pronunciou de acordo 
com esta teoria, afirmando que o litígio pode ou não estar presente na 
jurisdição administrativa, mas não é essencial para a propositura da ação. 
Sentido em que se manifestaram consagrados autores como Alexandre de 
Freitas Câmara e Fredie Didier. 
É exemplo de jurisdição voluntária a separação consensual, já que o 
ato judicial irá conferir validade ao negócio jurídico que se realizar. Mas 
acidentalmente pode haver conflito na separação consensual; diz-se 
acidentalmente porque não é parte essencial do negócio jurídico. Percebam a 
diferença, na qualidade de voluntária, a jurisdição não tem como aspecto 
essencial a lide, mas é um possível elemento acidental, ou seja, que pode vir a 
ocorrer num dado momento; enquanto na qualidade de contenciosa, a lide está 
virtual/real e essencialmente ligada à jurisdição. 
Didier cita os casos de interdição e de retificação de registro como 
procedimentos de jurisdição voluntária que normalmente dão ensejo a 
controvérsias. De fato não são raros os casos em que surgem questões que 
devem ser solucionadas pelo magistrado, por exemplo, as divergências entre o 
pai e o menor que queira se emancipar (jurisdição voluntária com lide 
acidental). 
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³É por isso que se impõe a citação dos possíveis interessados, 
que podem, de fato, não opor qualquer resistência, mas não estão impedidos 
de fazê-lo. São frequentes os casos em que, em pleno domínio da jurisdição 
voluntária, surgem verdadeiras questões a demandar juízo do magistrado.´�
(Didier) 
Outra distinção que pode ser considerada entre Jurisdição 
Voluntária e Contenciosa refere-se, ainda, à pretensão. Nesse aspecto, vale 
destacar: pode haver processo sem lide, mas não há processo sem pretensão. 
O Juiz exerce a função jurisdicional quando provocado ± esta provocação é 
que chamamos de pretensão e, por meio dela, dá-se a integração da jurisdição 
voluntária ou da jurisdição contenciosa. 
Não se debrucem em demasia sobre estas contradições, pelo 
menos, não para o concurso. Como bem disse Leonardo Greco, ³WRGRV�HVVHV�
critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma variedade 
tão heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o 
desmentido de um ou de outro desses FULWpULRV´� 
Leiam este elucidativo acórdão do STJ, em que grifamos os 
trechos mais importantes sobre a matéria: 
[...] não parece adequado afirmar categoricamente que na jurisdição 
voluntária não há bem litigioso e tampouco lide. 
A mais recente doutrina processualista tem ressaltado o equívoco em 
se qualificar a chamada jurisdição administrativa de atividade não jurisdicional 
em razão da suposta ausência de lide. 
Afirma-se, modernamente, que a jurisdição voluntária não equivale 
a demanda sem lide. O litígio pode ou não verificar-se no seio da 
jurisdição administrativa: ele apenas não é essencial para a propositura da ação. 
[...] 
Para ilustrar a atenuação que se verifica na diferenciação entre a jurisdição voluntária e 
a jurisdição contenciosa, transcrevo trecho da obra de Leonardo Greco (GRECO, 
Leonardo. Jurisdição Voluntária Moderna. São Paulo: Editora Dialética, 2003, p. 23): 
Apesar das divergências de opinião, há algumas características que geralmente são 
apontadas pela doutrina para diferenciar a jurisdição contenciosa e a jurisdição 
voluntária. 
Na primeira haveria lide, na segunda não; na primeira haveria partes em posições 
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subjetivas antagônicas, na segunda apenas um ou mais interessados concordantes em 
suas postulações; a primeira incidiria sobre situações fáticas preexistentes, enquanto a 
segunda teria caráter constitutivo; a primeira seria repressiva e a segunda preventiva; 
na primeira, a atividade judicial seria substitutiva da vontade das partes, na segunda os 
interessados dependeriam da concorrência da vontade estatal manifestada pelo juiz, 
sem a qual não poderiam isoladamente alcançar o efeito jurídico almejado; na primeira 
o juiz tutelaria direitos subjetivos, enquanto na segunda, meros interesses; na primeira, 
os procedimentos previstos em lei não seriam exaustivos, na segunda o juiz somente 
poderia atuar com expressa previsão legal; na primeira haveria formação da 
coisa julgada, na segunda não; na primeira o juiz estaria adstrito ao pedido do autor, 
enquanto na segunda o juiz poderia agir de ofício ou adotar providência diversa da que 
lhe fosse requerida. 
Todos esses critérios são imperfeitos, porque a jurisdição voluntária abrange uma 
variedade tão heterogênea de procedimentos, nos quais sempre vamos encontrar o 
desmentido de um ou de outro desses critérios. 
 
REsp 942.658-DF, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, j. 2.6.2011. 
 
1.2. ESCOPOS DA JURISDIÇÃO 
O estudo da jurisdição pode ter em consideração os objetivos que 
persegue. Distinguindo-se em: escopo jurídico, social, educacional e político. 
O escopo jurídico decorre da efetiva aplicação da vontade da lei, dando 
fim à lide. Já está vencido o entendimento de que esse seria o único objetivo 
da jurisdição (aplicação da lei; fim do conflito). 
No escopo social, pretende-se a pacificação social, de modo que se 
resolva a lide de caráter social. Nesse escopo, a jurisdição não tem como 
intenção fundamental a solução do conflito jurídico, mas a solução no plano 
fático, que traga a maior satisfação possível às partes. 
A transação consiste, assim, em excelente modo de alcançar esses 
objetivos, porque ocorre a partir da cessão mútua de interesses e tende a 
extinguir o conflito sem imposição severa a alguma das partes (solução do 
conflito (fático); satisfação das partes). 
O escopo educacional deriva da função de divulgar (ensinar) a todos os 
jurisdicionados, incluindo-se ± obviamente ± as partes envolvidas no processo, 
quais os seus direitos e deveres. É escopo bem amplo, que ganhou 
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importância nos julgados contemporâneos, que se revestem de verdadeiro 
caráter didático. Os mais importantes julgamentos são acompanhados por 
meios de comunicação, que os tornam acessíveis a grande número de 
indivíduos (divulgação dos direitos e deveres de todos os jurisdicionados). 
O escopo político, por sua vez, prisma pelo bom funcionamento 
jurisdicional que eleva a credibilidade do Estado perante os indivíduos e, desse 
modo, estimula a participação democrática por meio do processo (estimula a 
participação democrática). 
 
1.3. PRINCÍPIOS INERENTES À JURISDIÇÃO 
1.3.1. INVESTIDURA 
O Poder Judiciário possui um caráter inanimado e, por isso, necessita 
escolher pessoas para representar o Estado no exercício concreto da atividade 
jurisdicional. Investido do poder jurisdicional, o juiz (sujeito escolhido para ser o 
agente público representante do Estado), também chamado de Estado-Juiz, é 
o responsável pela solução da lide. 
No Brasil, existem duas maneiras de obter a investidura: o concurso 
público (art. 93, I, CF) e indicação do Poder Executivo (quinto constitucional ± 
art. 94 da CF). 
x Somente a autoridade investida de poder jurisdicional pode 
exercer a jurisdição. 
x Tanto a jurisdição civil, voluntária como a contenciosa é exercida 
pelos Juízes, em todo o território nacional ± a jurisdição é UNA. 
 
 
(Furnas) Nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte 
ou o interessado a requerer, nos casos e forma legais. Assim sobre 
jurisdição é correto afirmar que a jurisdição 
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a) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o 
território nacional. 
b) civil é contenciosa e involuntária e é exercida pelos juízes, em todo o 
território nacional. 
c) civil é voluntária, exercida pelos juízes de paz, em todo o território 
nacional e internacional. 
d) militar, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes estaduais, em 
todo o território nacional. 
e) civil, contenciosa e voluntária, é exercida pelos juízes, em todo o 
território nacional e internacional. 
COMENTÁRIOS: 
Letra a é a correta. A jurisdição, seja contenciosa ou voluntária, é 
exercida pelos juízes. Os juízes são investidos de jurisdição para atuar em todo 
o território nacional conforme sua competência. 
O erro da letra B está em mencionar jurisdição involuntária, modalidade 
que não existe. 
Na letra C, o erro está em mencionar os juízes de paz como aqueles 
investidos de jurisdição. 
 Erro da letra D: A jurisdição militar é da competência dos Juízes-
Auditores, integrante da Justiça Militar da União (vide Lei nº 8.457, de 4 de 
setembro de 1992), não pelos juízes estaduais. 
Erro da letra E: Os juízes nacionais não têm jurisdição internacional. 
Gabarito: A 
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Gabarito: D 
 
1.3.2. TERRITORIALIDADE 
A autoridade dos juízes será exercida nos limites territoriais do seu 
Estado. Assim, a jurisdição é exercida em um dado território (art. 60 e 255). 
Existem, no entanto, exceções ao princípio da territorialidade. 
Situações em que o juízo poderá praticar atos fora de sua comarca ou seção 
judiciária. Um exemplo é a citação pelo correio (art. 247, caput, NCPC). 
x Esse princípio é uma forma de limitação do exercício da 
jurisdição. 
 
1.3.3. INDELEGABILIDADE 
Deve ser analisado por meio de dois prismas, o externo, tendo a 
Constituição Federal atribuído a função jurisdicional ao Poder Judiciário, não 
poGH�GHOHJDU�WDO�IXQomR�D�RXWURV�SRGHUHV�RX�yUJmRV��([FHomR��³IXQomR�HVWDWDO�
DWtSLFD´��H�R� LQWHUQR��HP�TXH�D�FRPSHWrQFLD�DWULEXtGD�D�XP�yUJmR� MXULVGLFLRQDO�
para analisar uma demanda não poderá ser delegada a outro. 
x O exercício da função jurisdicional não pode ser delegado. Nãoé 
possível delegar o poder decisório a outro órgão, pois violaria a regra da 
(Procurador Maricá-RJ) A jurisdição é entendida como o: 
a) poder do juiz em prolatar sentenças 
b) poder do juiz em efetivar pretensões 
c) poder do juiz em possibilitar a todos uma prestação jurisdicional 
d) poder-dever-atribuição do Estado em possibilitar a todos uma 
prestação jurisdicional 
e) poder do STF, na solução superior das demandas. 
COMENTÁRIOS: 
ÒQLFR� LWHP� FRP� UHVSRVWD� DGHTXDGD� p� D� OHWUD� ³'´�� -i� TXH a jurisdição 
confere ao Estado-juiz mais do que um poder, mas um dever, uma atribuição 
de prestar a tutela jurisdicional pleiteada. 
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competência e o princípio do juiz natural. No entanto, existem hipóteses de 
delegação a outros poderes judiciais, como o poder de execução das decisões. 
 
1.3.4. INEVITABILIDADE 
O princípio da inevitabilidade ocorre em dois momentos distintos. 
Primeiro, quando os sujeitos do processo sofrem a vinculação obrigatória ao 
processo judicial, ou seja, uma vez integrantes da relação jurídica processual, 
os sujeitos não podem, independendo de concordância ou vontade, deixar de 
cumprir o chamado jurisdicional. 
Segundo, em consequência da integração obrigatória, os sujeitos ficam 
em um estado de sujeição ± suportam todos os efeitos da decisão judicial, mais 
uma vez, independentemente de gostar ou concordar com ela. 
x Devem as partes submeter-se à decisão do órgão jurisdicional. 
 
1.3.5. INAFASTABILIDADE 
De acordo com o inciso XXXV do art. 5o da CF, a lei não pode excluir 
da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça de direito. O 
acesso à ordem jurídica adequada não pode ser negado a quem tem justo 
direito ameaçado ou prejudicado. 
Esse princípio também pode ser analisado sob o aspecto da relação 
entre a jurisdição e a solução administrativa de conflitos. Nessa visão, o sujeito 
não é obrigado a utilizar os mecanismos administrativos antes de provocar o 
poder judiciário em razão de ameaça de lesão ou lesão ao direito. No entanto, 
há exceções, como: 
x Nas questões desportivas: art. 217, § 1° da CF: O Poder 
Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas 
após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei. 
x O juiz não pode invocar a lacuna da lei e deixar de julgar o 
processo. 
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x Não é necessário esgotar as vias administrativas para provocar o 
Poder Judiciário. O interessado pode procurar tanto a via administrativa como a 
judiciária. 
 
1.3.6. JUIZ NATURAL 
O princípio do juiz natural apresenta duas facetas: a primeira 
relacionada ao órgão jurisdicional e a segunda com a pessoa do juiz ± a 
imparcialidade do magistrado. 
O primeiro aspecto do princípio quer assegurar que os processos 
sejam julgados pelo juízo competente, ou seja, que a competência 
constitucional preestabelecida seja cumprida. Já o segundo aspecto surge para 
garantir que o juiz responsável pelo julgamento da demanda seja imparcial. 
Trata-se da essencial exigência de imparcialidade que permite que o 
julgamento do processo seja justo. Em razão dessa segunda faceta, as leis 
processuais estabelecem as causas de impedimento e suspeição do 
magistrado. 
x Hipóteses de Impedimento do Juiz 
 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, funcionou 
como membro do Ministério Público ou prestou depoimento como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer parente, 
consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou companheiro, 
ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau, 
inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de pessoa 
jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de qualquer 
das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha relação 
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de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por advogado de 
outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando o 
defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público já integrava o 
processo antes do início da atividade judicante do juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no caso de 
mandato conferido a membro de escritório de advocacia que tenha em seus 
quadros advogado que individualmente ostente a condição nele prevista, mesmo 
que não intervenha diretamente no processo. 
 
x Hipóteses de Suspeição do Juiz 
 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa antes 
ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das partes acerca do 
objeto da causa ou que subministrar meios para atender às despesas do litígio; 
III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu cônjuge 
ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, sem 
necessidade de declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique manifesta 
aceitação do arguido. 
 
É uma cláusula do devido processo legal. Uma garantia fundamental 
implícita que se origina da conjugação dos seguintes dispositivos 
constitucionais: o dispositivo que proíbe o tribunal ou juízo de

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