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Elementos de Rigidez Prof. Me. Luiz Fernando S. Borges 4 de Março de 2018 1 Introdução Os elementos de rigidez são fabricados com vários materiais e têm diversas formas. O tipo de elemento é escolhido de acordo com os requisitos. Por exemplo, para minimizar a transmissão de vibração das máquinas para suporte da estrutura, isolar um edifício dos efeitos dos terremotos ou absorver a energia de sistemas sujeitos a impactos. Os elementos de rigidez armazenam e liberam a energia potencial de um sistema. Para estudar como a energia potencial é definida, consideremos a ilustração mostrada na Figura 1, na qual uma mola está presa na extremidade O, e, na outra extremidade, uma força de magnitude F está direcionada no sentido do vetor unitário j. Sob a ação dessa força, o elemento se estica de um comprimento inicial ou não estendido L0 + x no sentido de j. Nesse tipo de deformação, a relação entre F e x pode ser linear ou não linear. Figura 1: (a) Elemento de rigidez com uma força aplicada a ele e (b) o respectivo diagrama de corpo livre. Se Fs representar a força interna que atua no elemento de rigidez, como mostrado no diagrama de corpo livre na Figura, no segmento da mola inferior, essa força será igual e oposta à força externa F , isto é, Fs = −Fj Por tentar restaurar a configuração não deformada do elemento de rigidez, a força Fs, é chamada de força restauradora. À medida que é deformado, o elemento de rigidez armazena energia, e esta é liberada à medida que a forma do elemento de rigidez é restaurada. A energia potencial V é definida como o trabalho requerido para mudar o estado do elemento de rigidez de deformada para não deformado, isto é, o trabalho necessário para restaurar a forma original do elemento. Para o elemento mostrado na Figura, essa energia é definida como: V (x) = ∫ 0 x Fs · dx = ∫ 0 x −Fj · dxj = ∫ x 0 Fdx (1) onde utilizamos a identidade j · j = 1 e Fs = −Fj. Como a energia cinética T , a energia potencial V é uma função escalar. A relação entre a deformação de uma mola e uma força aplicada externamente pode ser linear ou não linear. 1 2 Molas Lineares 2.1 Mola de translação Se for aplicada uma mola linear, como mostra a Figura 2.1a, uma força F produzirá uma deflexão x, de modo que F (x) = kx (2) onde o coeficiente k é chamado constante elástica e uma relação linear é estabelecida entre a força e o deslocamento. Com base nas Eqs. (1) e (2), a energia potencial V armazenada na mola é definida por: V (x) = ∫ x 0 F (x)dx = ∫ x 0 kxdx = k ∫ x 0 xdx = 1 2 kx2 (3) Figura 2: Várias configurações de molas: (a) uma mola, (b) duas molas em paralelo e (c) duas molas em série. Dessa forma, para uma mola linear, a energia potencial associada é linearmente proporcional à rigidez da mola k e proporcional à segunda potência da magnitude do deslocamento. 2.2 Mola de torção Se considerarmos uma mola de torção linear com um momento τ aplicado a uma de suas extremidades e a outra extremidade presa, teremos: τ(θ) = ktθ (4) onde kt é a constante elástica, e θ a deformação da mola. A energia potencial armazenada na mola será: V (θ) = ∫ θ 0 τ(θ)dθ = ∫ θ 0 ktθdθ = 1 2 ktθ 2 (5) 2.3 Combinações de molas lineares Agora, diferentes combinação de elementos de mola linear são consideradas, e a rigidez equivalente dessas combinações é determinada. Primeiramente, combinação de molas de translação mostrada na Figura 2.1b, são consideradas e, depois consideramos combinações de molas de torção, mostradas nas Figuras. Quando existem duas molas paralelas, como mostra a Figura b, e a barra na qual a força F atua permanece paralela à sua posição original, os deslocamentos das duas molas são iguais e, desse modo, a força total é F (x) = F1(x) + F2(x) = k1x+ k2x = (k1 + k2)x = Kex (6) 2 onde Fj(x) é a força resultante na mola kj , j = 1, 2, e ke é a constante elástica equivalente para duas molas em paralelo definida por: ke = k1 + k2 (7) No caso de duas molas em série, como mostra a Figura 2.1c, a força em cada mola é a mesma, e o deslocamento total é: x = x1 + x2 (8) = F k1 + F k2 = ( 1 k1 + 1 k2 ) F = F ke (9) onde a constante elástica equivalente ke é: ke = ( 1 k1 + 1 k2 )−1 = k1k2 k1 + k2 (10) Em geral, para N molas em paralelo, temos: ke = N∑ i=1 ki (11) e para N molas em série, temos: ke = [ N∑ i=1 1 ki ]−1 (12) A energia potencial para a combinação de molas mostradas na Figura 2.1b é dada por: V (x) = V1(x) + V2(x) (13) onde V1(x) é a energia potencial associada à mola de rigidez k1, e V2(x) é a energia potencial associada à mola de rigidez k2. Aplicando a Eq. (3) para determinar V1(x) e V2(x), obtemos: V (x) = 1 2 k1x 2 + 1 2 k2x 2 = 1 2 (k1 + k2)x 2 (14) Para a combinação de molas mostradas na Figura 2.1c, a energia potencial do sistema é definido por: V (x1, x2) = V1(x1) + V2(x2) = 1 2 k1x 2 1 + 1 2 k2x 2 2 (15) onde, novamente, a Eq. (3) foi utilizada. As expressões com origem na energia potencial dos sistemas são úteis na determinação das equações de movimento de um sistema. 3
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