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FICHA TÉCNICA FILME 'SEM PENA'

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FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS Curso: DIREITO
DISCIPLINA: CRIMINOLOGIA Turma: B
PROFESSOR: EDSON FERREIRA 
ALUNO: THEMÍSTOCLES MARTINS JÚNIOR RA: 2124719-2
ASPECTOS GERAIS
 
Título: Sem Pena Produtor: Eugênio Puppo Gênero: Documentário 
Dirigido por: Eugênio Puppo Roteiro: Eugênio Puppo e Marina Dias
País de Origem: Brasil Ano produção: 2014 Duração: 87 minutos
Classificação: 12 - Não recomendado para menores de 12 anos
BREVE SUMÁRIO COMENTADO 
Na sinopse de Sem Pena afirma-se que a população carcerária brasileira é a que mais cresce no mundo e já ocupa a terceira posição nessa indesejável escala estatística. 
Neste documentário, o diretor Eugênio Puppo adentra nas entranhas da sistemática judicial do país, tanto em questões que dizem respeito ao direito penal quanto àquelas que preocupam e interessam a ciência criminológica, principalmente em relação às propostas de melhoria das condições sociais e de vida daqueles que se encontram em prisões brasileiras. 
Nesse aspecto, o filme revela como o preconceito, a cultura do medo, a morosidade da resposta judicial - em parte pelo acanhado comprometimento do Poder Judiciário, aliada a má administração do já precário sistema penitenciário – missão confiada desacertadamente ao Poder Executivo, geram consequências que provocam cada vez mais ampliação e distanciamento dos extremos existentes na sociedade brasileira.
ANÁLISE DO FILME 
INTRODUÇÃO
A produção do filme Sem Pena, que levou cinco anos para ser concluído, revela a verdadeira origem do cometimento de crimes e delitos, tais como a disparidade social como a falta de oportunidades de estudo e trabalho e, o que faz que a maior parte da população carcerária seja jovem, negra e pobre, ou, como define um dos entrevistados do filme, trata-se do “encarceramento da pobreza”.
O documentário retrata com pertinência o conteúdo do filme, embora apresente seu desenvolvimento diferentemente do que se costuma conceber em tema de gênero tele jornalístico. Ao invés de contextualizar os argumentos se utilizando de números, focar na gestão do sistema prisional ou se valer de denúncias relacionadas à superlotação carcerária, o diretor Eugênio Puppo busca o envolvimento do público fazendo perguntas essenciais sobre a noção de justiça e a própria função da cadeia, colocando em cheque, de forma bem fundamentada em princípios constitucionais, a efetividade do atual modelo.
COMENTÁRIOS GERAIS
A maior surpresa diante desta obra é o fato de não mostrar as pessoas que prestam depoimentos ao filme. Não que elas apareçam com algum tipo de distorção da imagem sobre o rosto, para proteger sua identidade. Enquanto os entrevistados (detentos, juízes, filósofos) falam sobre a sua visão da prisão e suas experiências com o tema, o diretor busca analogias mais ou menos diretas à questão, como a fachada de prédios públicos, estátuas com símbolos de liberdade, tribunais etc. Desfilam pela tela dezenas de imagens de corredores de prisões, mas Sem Pena opta por tornar o debate intelectual, cerebral. A intenção nunca é comover o espectador através das histórias de abusos e injustiças, e sim fazê-lo pensar, ativamente.
Um jovem cumpre pena de quatro anos em regime fechado por um crime que não cometeu. Outro, há anos, teria direito à progressão de regime e, no entanto, continua atrás das grades. Dezenas de casos como esses são retratados no documentário “Sem Pena”, coprodução entre o Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e a Heco Produções, que ganhou o prêmio de melhor filme eleito pelo júri popular no Festival de Cinema de Brasília 2014.
A fala de um dos entrevistados no documentário resume o espírito do filme: “Não existe crime individual, todo crime é social”. Na opinião de Augusto, o documentário contesta alguns lugares comuns como de que “as leis são ruins” ou “no Brasil o preso só cumpre um sexto da pena e vai embora”, o que não acontece na realidade, e que o processo é muito lento, a estrutura é falha e há poucos juízes que atendem a um número desumano de processos.
A ausência de imagem dos depoentes torna a obra mais áspera e também menos comercial – as perspectivas de bilheteria deste belo filme não são nada promissoras. Mesmo assim, Eugênio Puppo opta por uma abordagem radical que se justifica plenamente diante do resultado obtido. Os depoimentos coletados são excelentes, não apenas pelo valor de denúncia, mas pela profundidade do discurso. Todas as pessoas entrevistadas, desde juízes a detentos, possuem uma reflexão complexa sobre o assunto, marcada pelo distanciamento de quem convive com o tema há muitos anos. Não há lágrimas ou súplicas neste filme, apenas uma série de constatações amargas a respeito do preconceito contra os mais pobres, a corrupção de policiais e juízes, a impossibilidade de reinserção social dos presos e os maus-tratos estendidos à família dos detentos.
 ASPECTOS CRIMINOLÓGICOS 
O documentário vai muito além da situação dramática das penitenciárias brasileiras e retrata a realidade do sistema de justiça criminal e a dificuldade de obtenção de direitos pelos presidiários – situação constantemente mostrada nos mutirões carcerários realizados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Desde 2008, os mutirões do CNJ devolveram a liberdade a mais de 50.000 detentos, seja com extinção de pena - por indulto, soltura ou livramento condicional, seja com medidas alternativas ao regime fechado ou com relaxamento do flagrante, e até com revogação de prisão preventiva. 
Registre-se que os beneficiários que foram favorecidos com a liberdade por previsão legal, já possuíam esse direito, no entanto, esses indivíduos continuariam presos não fosse o mutirão promovido pelo CNJ, que não tem responsabilidade direta na gestão do sistema prisional, cuja (in)competência é do Poder Executivo.
 Em face do abismo social em que se encontram os marginalizados encarcerados, sem conhecimento e condições de constituir procurador hábil que os representem e pleiteiem a liberdade conforme estabelece a lei, sem também o aparato do Estado na efetiva gestão e controle do cumprimento das penas, a fim de minimizar o sofrimento de quem se encontra recolhido em estabelecimento de regime fechado, muitos ainda se encontram nessa situação poder ter sua liberdade restituída, na forma disposta em lei, mas ainda não foram contemplados pelo direito constitucional que lhes é assegurado, tanto por que nossas instituições públicas responsáveis não são competentes o bastante para garantir a todos um dos mais básicos e fundamental direito, o de ir e vir, quanto porque a própria coletividade parece não se importar com o infortúnio alheio..
 CONCLUSÃO – COMENTÁRIOS PESSOAIS 
A maior surpresa diante desta obra é o fato de não mostrar as pessoas que prestam depoimentos ao filme. Não que elas apareçam com algum tipo de distorção da imagem sobre o rosto, para proteger sua identidade. Enquanto os entrevistados (detentos, juízes, filósofos) falam sobre a sua visão da prisão e suas experiências com o tema, o diretor busca analogias mais ou menos diretas à questão, como a fachada de prédios públicos, estátuas com símbolos de liberdade, tribunais etc. Desfilam pela tela dezenas de imagens de corredores de prisões, mas Sem Pena opta por tornar o debate intelectual, cerebral. A intenção nunca é comover o espectador através das histórias de abusos e injustiças, e sim fazê-lo pensar, ativamente.
O debate vem a calhar na época em que os governadores e prefeitos das maiores cidades do país defendem a redução da maioridade penal e a intensificação das penas como solução para a segurança pública. Ora, o filme apresenta o fato de que o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, e a primeira em termos de crescimento anual. Sem Pena apresenta o sistema carcerário brasileiro como umainstituição totalmente falida, não por falta de investimentos, mas por pertencer a uma estrutura que visa, acima de tudo, proteger os bens dos cidadãos em liberdade contra aqueles mantidos em isolamento.

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