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Aula 4 Ética

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04/12/2017 Disciplina Portal
http://estacio.webaula.com.br/Classroom/index.html?id=1775444&classId=802583&topicId=2595332&p0=03c7c0ace395d80182db07ae2c30f03… 1/16
Ética geral e pro�ssional
Aula 4 - Os direitos dos advogados
INTRODUÇÃO
Nesta aula, vamos conhecer as prerrogativas do advogado previstas no art. 7º do Estatuto da Advocacia e da Ordem
dos Advogados do Brasil. Abordaremos ainda os deveres previstos no art. 2º do Código de Ética e Disciplina de 2015,
bem como a responsabilidade civil subjetiva contratual do advogado.
OBJETIVOS
04/12/2017 Disciplina Portal
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Identi�car as prerrogativas do advogado elencadas no EOAB;
Reconhecer os deveres previstos no Código de Ética de 2015;
Identi�car a responsabilidade subjetiva contratual do advogado pelos danos causados ao cliente.
04/12/2017 Disciplina Portal
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DAS PRERROGATIVAS
Existe hierarquia entre advogados, membros da magistratura ou Ministério Público?
O artigo 6º e seu parágrafo único do EOAB ressalta o princípio constitucional da isonomia (glossário) e independência
que visam garantir o efetivo exercício pro�ssional da advocacia.
Devemos combiná-los com os artigos 133, CR/88, art. 2°, 27 e 28, CED que tratam da importante atuação do advogado
na administração da justiça e do seu dever de urbanidade.
Fonte da Imagem:
O advogado tem o dever de urbanidade, ou seja, deve tratar a todos com respeito e consideração, ao mesmo tempo em
que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento de todos com quem se relacione. Por isso
deve, ainda, empregar linguagem escorreita e polida, bem como a observância da boa técnica jurídica.
Art. 6º EOAB - Ausência de hierarquia e subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério público.
Bem como as autoridades, servidores públicos e serventuários da justiça.
Parágrafo único. As autoridades, os servidores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado,
no exercício da pro�ssão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições adequadas a seu
desempenho.
Art. 27 do CED. O advogado observará, nas suas relações com os colegas de pro�ssão, agentes políticos, autoridades,
servidores públicos e terceiros em geral, o dever de urbanidade, tratando a todos com respeito e consideração, ao
mesmo tempo em que preservará seus direitos e prerrogativas, devendo exigir igual tratamento de todos com quem se
relacione.
§ 1º O dever de urbanidade há de ser observado, da mesma forma, nos atos e manifestações relacionados aos pleitos
eleitorais no âmbito da Ordem dos Advogados do Brasil.
§ 2º No caso de ofensa à honra do advogado ou à imagem da instituição, adotar-se-ão as medidas cabíveis,
instaurando-se processo ético-disciplinar e dando-se ciência às autoridades competentes para apuração de eventual
ilícito penal.
Art. 28 do CED. Consideram-se imperativos de uma correta atuação pro�ssional o emprego de linguagem escorreita e
polida, bem como a observância da boa técnica jurídica.
É sempre interessante lembrar a origem etimológica das palavras e, no caso, a palavra inviolabilidade vem do latim
inviabilis que signi�ca inatacável, inacessível, impraticável e imune. Portanto, a palavra inviolabilidade con�gura-se
gênero cujas espécies são:
04/12/2017 Disciplina Portal
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De quem é a competência para conhecer
fato que possa 
causar violação de direitos e prerrogativas
do advogado? 
Quais as medidas tomadas após o
conhecimento da violação?
Compete ao Conselho Federal, do Conselho Seccional ou da Subseção 
— art. 15 do RGOAB. As providências devem ser judiciais e extrajudiciais 
cabíveis para prevenir ou restaurar o império do Estatuto, em sua 
plenitude, inclusive, mediante representação administrativa.
Os art. 2°, §§ 1° e 2°, art. 3°, §§ 1° e 2°, art. 7° do EOAB devem ser combinados com art. 2°, caput e parágrafo único do
CED de 2015. No caso do art. 6° do EOAB, há o princípio da isonomia e independência entre a advocacia e demais
funções ligadas à Administração da justiça, dispositivo que deve ser combinado com os artigos 133 da Constituição de
1988, 27 e 28 do CED de 2015.
Vejamos as prerrogativas:
Art. 7º EOAB. São direitos do advogado:
I – Exercer, com liberdade, a pro�ssão em todo o território nacional; (c/c art. 5º, XIII, CR/88)
O inciso I do artigo observa que o advogado inscrito na OAB está habilitado para atuar em todo território nacional,
sendo certo observar que no território de Seccional de sua inscrição principal, atuará ilimitadamente. Nos demais entes
da federação poderá atuar desde que não con�gure habitualidade.
VOCÊ SABIA?
04/12/2017 Disciplina Portal
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O que signi�ca habitualidade para OAB?
Signi�ca ter mais de 5 causas distintas por ano em território de outra Seccional da OAB. Se o advogado con�gurar
habitualidade em outro território precisará solicitar sua inscrição suplementar. Nesse sentido, este inciso deve ser
estudado com o art. 10, EOAB.
Art. 7º EOAB. São direitos do advogado:
II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus instrumentos de trabalho, de sua
correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação
dada pela Lei nº 11.767, de 2008)
Neste inciso temos a impossibilidade de mandado de busca e apreensão para obter documentos do cliente do
advogado. O escritório ou local de trabalho são invioláveis — essa é a regra.
Inviolabilidade é espécie do gênero
imunidade e signi�ca que certas pessoas
não podem ser processadas criminalmente.
Devemos, portanto, cumular o inciso em comento com os parágrafos 6º e 7º, acrescentados pela lei 11.767/2008,
porque veri�camos neles a única hipótese em que será possível a quebra da referida inviolabilidade, qual seja, a
hipótese de advogado formalmente investigado pela prática de crime e cliente na qualidade de partícipe ou coautor do
mesmo crime.
Fonte da Imagem: Dim Tik / Shutterstock
04/12/2017 Disciplina Portal
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Quais os requisitos para quebra da inviolabilidade do escritório de advogado?
O principal é a hipótese de advogado formalmente investigado por prática de crime. Deste requisito que possibilita a
quebra da inviolabilidade do escritório ou local de trabalho decorrem os demais, a saber:
Competência exclusiva da autoridade judiciária em decisão motivada;
Mandado de busca e apreensão especí�co e pormenorizado;
A presença de representante da OAB para o cumprimento da diligência.
No �nal deste parágrafo temos a ressalva, que neste caso, não há possibilidade de busca e apreensão de documento
de clientes do advogado salvo se este cliente está na qualidade de partícipe ou coautor e está sendo igualmente
indiciado pela prática do mesmo crime.
Art. 7º EOAB.
§ 6º Presentes indícios de autoria e materialidade da prática de crime por parte de advogado, a autoridade judiciária
competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão
motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, especí�co e pormenorizado, a ser cumprido na presença de
representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documentos, das mídias e dos objetos
pertencentes a clientes do advogado averiguado,bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham
informações sobre clientes (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008).
AGORA, VAMOS TESTAR SEUS CONHECIMENTOS:
Quais os requisitos para quebra da inviolabilidade do cliente do advogado? Por quê?
Resposta Correta
É interessante destacar que a incomunicabilidade do indiciado só poderá ser decretada por juiz de direito e, mesmo
incomunicável, poderá conversar com seu advogado, contra quem jamais prevalecerá a incomunicabilidade. Temos
que vincular este direito ao conteúdo expresso no art. 2°, parágrafo único, II do CED. O descumprimento da regra
importará em crime de abuso de autoridade – Lei 4898/65, art. 3º, alínea f. (c/c art. 5º, LXIII, CR/88).
Fonte da Imagem:
Art. 7º EOAB. São direitos do advogado:
IV - ter a presença de representante da OAB, quando preso em �agrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia,
para a lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da
OAB;
§ 3º - O advogado somente poderá ser preso em �agrante, por motivo de exercício da pro�ssão, em caso de crime
ina�ançável, observado o disposto no inciso IV deste artigo.
Fonte da Imagem:
A prisão em �agrante do advogado, por motivo de exercício pro�ssional, só deverá ocorrer em hipótese de crime
ina�ançável, em nome da liberdade pro�ssional e integridade física. O STF decidiu pela constitucionalidade do inciso,
com a ressalva da validade da prisão caso a OAB não envie em tempo hábil, um representante.
Cabe à autoridade competente, a prova da comunicação expressa da prisão à OAB. Na hipótese o Presidente da
Seccional ou subseção integra a defesa no processo ou inquérito — art. 16, RGOAB.
04/12/2017 Disciplina Portal
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Art. 7º EOAB. São direitos do advogado 
V - Não ser recolhido preso, antes da sentença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações
e comodidades condignas, assim reconhecidas pela OAB (glossário), e, na sua falta, em prisão domiciliar (ADI 1.127-8 -
julgada em 17/05/06). Informativo 596 do STF.
Se for preso, �cará em Sala de Estado Maior (glossário) ou prisão domiciliar até o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória. Em todas as hipóteses em que o advogado deva ser preso, pelo cometimento de crimes comuns,
inclusive os não relacionados ao exercício da pro�ssão.
O art. 7º, VI, alíneas a-d, EOAB estabelece o direito ao ingresso em órgãos judiciários e locais públicos. “Livre acesso”
aos locais onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade pro�ssional,
tais como:
Salas de sessões dos tribunais;
Salas de audiências judiciais;
Cartórios, delegacias e prisões;
Reunião ou assembleia (procuração com poderes especiais).
O art. 7º, e incisos VII e VIII, EOAB reforçam a independência do advogado e a inexistência de vínculo hierárquico,
desde que observadas as regras legais e éticas de convivência pro�ssional reciprocamente respeitosa. Podendo neste
caso:
Permanecer sentado ou em pé;
Dirigir-se diretamente a magistrados.
Ainda sobre o artigo 7, vemos:
INCISO IX
O inciso IX foi declarado inconstitucional pelo STF no julgamento das ADI 1.127-8 e 1.105-7 (26-05-2006), sob o argumento de que
iniciado o julgamento pela manifestação do voto do relator, não poderá ser interrompido.
INCISO X
O art. 7º, inciso X, EOAB observa o direito ao uso da palavra oral para esclarecimentos e reclamações, ou seja, a intervenção
extraordinária que denota o dever de diligência por parte do causídico. Usar a palavra pela ordem; Replicar.
INCISOS XI E XII
Neste mesmo sentido, o art. 7º, incisos XI e XII, EOAB reforçam o direito à reclamação e a ausência de forma especí�ca para seu
exercício pro�ssional, podendo fazê-lo sentado ou em pé, em juízo, tribunal, órgão de deliberação coletiva da Administração
Pública ou Poder Judiciário.
INCISOS XIII AO XV
O art. 7º, incisos XIII ao XV, EOAB estabelece a prerrogativa para o acesso aos autos de processos judiciais ou administrativos
�ndos ou em andamento. Temos o direito de exame e o direito de vista.
Fonte da Imagem:
04/12/2017 Disciplina Portal
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O que signi�ca direito de examinar? Entende-se por exame dos autos, o direito irrestrito do advogado, mesmo sem
procuração, salvo as exceções previstas em lei.
Fonte da Imagem:
O que signi�ca direito de vista? Entende-se por exame de vista, o direito de o advogado constituído nos autos retirá-los
do cartório, secretaria ou repartição para realizar ato advocatício.
VOCÊ SABIA?
Quando um advogado tem o direito de vista sem procuração? Constitui direito do advogado, assegurado por lei, receber
os autos dos processos judiciais ou administrativos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias, quando se tratar
de autos �ndos (RT, 678:194).
Direito de vista (pressupõe procuração)
Direito de exame (prerrogativa de todos os advogados)
Direito de retirada de autos �ndos
O art. 7º, XIV, EOAB, com nova redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016, assinala que o advogado poderá examinar, em
qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem o instrumento de procuração, autos de
�agrante e de investigações de qualquer natureza, �ndos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade,
podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital.
Este inciso XIV deve ser cumulado com os parágrafos 10, 11 e 12, todos inseridos pela Lei 13.245/2016.
E o que estabelecem? Estabelecem que se o processo tramita em segredo de justiça a apresentação da procuração
será requerida, bem como certa restrição na hipótese de investigação em andamento ainda não documentada nos
autos.
O art. 7°§ 1º, EOAB observa o que não se aplica ao disposto nos incisos XV e XVI. Assim, o direito de exame não
alcança os processos sob regime de segredo de justiça.
04/12/2017 Disciplina Portal
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Acrescenta ainda que até o encerramento do processo, ao advogado que houver deixado de devolver os respectivos
autos no prazo legal, e só o �zer depois de intimado.
Fonte da Imagem:
Na hipótese de violação das prerrogativas, o advogado poderá requerer o desagravo público (glossário) conforme
previsto no art. 7º, XVII e § 5º, EOAB, como uma prerrogativa inclusive. O advogado poderá ser desagravado quando
ofendido no exercício da pro�ssão.
A prerrogativa estabelece que no caso de ofensa proferida à inscrito na OAB, no exercício da pro�ssão ou de cargo ou
função de órgão da OAB, o Conselho competente deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da
responsabilidade criminal em que incorrer o infrator.
O art. 7º, inciso XIX, EOAB apresenta como prerrogativa da advocacia a possibilidade de o advogado recusar-se a depor
como testemunha em razão do sigilo pro�ssional conforme o art. 38 do CED. Neste mesmo sentido, encontramos o
art. 207, CPP e o art. 197, CTN - fatos conhecidos em razão da pro�ssão.
Art. 38, CED. O advogado não é obrigado a depor, em processo ou procedimento judicial, administrativo ou arbitral,
sobre fatos a cujo respeito deva guardar sigilo pro�ssional.
Fonte da Imagem:
O art. 7º, inciso XX, EOAB traz como prerrogativa a possibilidade de retirada do recinto, ou seja, “Retirar-se do recinto
onde se encontre aguardando pregão após 30 minutos de espera, desde que a autoridade não tenha comparecido”
(ausência efetiva do juiz). Não se aplica a regra quando o juiz estiver presente e o retardamento se der em virtude de
atrasos ou prolongamentos de audiências imediatamente anteriores (LÔBO,2015).
04/12/2017 Disciplina Portal
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VOCÊ SABIA?
A Lei nº 13.245, de 2016 inclui novo inciso ao art. 7º do EOAB, o inciso XXI. Qual a novidade? A novidade foi assegurar
como prerrogativa a possibilidade de “assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena
de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos
investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da
respectiva apuração: a) apresentar razões e quesitos”. A alínea “b” foi vetada.
O advogado tem imunidade pro�ssional, não constituindo injúria e difamação qualquer manifestação de sua parte, no
exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos
que cometer, conforme o art. 7º, § 2º, EOAB. Neste parágrafo temos que retirar do rol das imunidades o crime de
desacato (glossário) porque foi decidido em ADI que não se aplica a excludente da ilicitude àquele que ofende o
magistrado.
Fonte da Imagem: wavebreakmedia / Shutterstock
Vejamos, ainda, que a imunidade pro�ssional do advogado não se estende, também, ao crime de calúnia. E, neste
mister, agiu acertadamente o legislador.
É fato que no exercício da sua relevante função, o advogado poderá, se necessário, injuriar ou difamar outra pessoa,
mas não há razão nenhuma para permitir a calúnia. Nenhuma linha de atuação pro�ssional depende da imputação
falsa de crime a outrem para desenrolar-se com qualidade e competência (MASSON, 2011, p. 190).
Assim, o advogado tem imunidade para os crimes de injúria e difamação apenas, mas poderá ser punido pela OAB
pelos excessos que cometer no exercício da pro�ssão em processo ético-disciplinar.
DOS DEVERES DA ADVOCACIA
04/12/2017 Disciplina Portal
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Fonte da Imagem: Piotr Adamowicz / Shutterstock
Identi�camos as prerrogativas existentes no art. 7° do EOAB, mas precisamos observar que a todo direito há um dever
correspondente. Os deveres estão no Código de Ética e Disciplina da OAB de 2015, particularmente no art. 2° e seu
parágrafo único. Vamos estudá-los?
O art. 2° caput do CED observa o conteúdo do art. 133 da CRFB/88 e do art. 2° do EOAB, reforçando a
indispensabilidade da advocacia para o Estado Democrático de Direito, reforçando o compromisso dos direitos
humanos e garantias fundamentais, da cidadania, da moralidade, da Justiça e da paz social.
DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADVOGADO
A responsabilidade civil é tema que por si só encontra muitos debates na doutrina e jurisprudência brasileira. Quando
transportamos esse tema para a advocacia, precisamos observar alguns detalhes, em particular, a re�exão sobre o
grande número de advogados que ingressam na carreira todos os anos. Por outro lado, como preleciona Antônio Laért
Vieira Jr. (2003), em razão do lugar de destaque que a mesma passou a ter na Constituição da República de 1988 (art.
133).
A sociedade brasileira, nos últimos anos, vem buscando o Judiciário de uma maneira crescente, o que também desvela
a importância desse pro�ssional no reconhecimento da cidadania e do poder político do Estado Democrático de Direito
que deve pugnar pelos direitos políticos e civis de todos. Neste ponto, observamos a colocação de Cesar Luiz Pasold
(apud VIEIRA Jr.,2003, XXI) quando menciona:
Fonte da Imagem:
O advogado, ao ter sido alçado constitucionalmente à condição de indispensável à administração da justiça, teve sem
dúvida — a sua condição pro�ssional extremamente valorizada, mas, paralelamente, viu as suas responsabilidades
enormemente aumentadas. A partir de tal natureza especial, o advogado tem maiores e mais sérios compromissos,
tanto os relativos à qualidade técnica do seu trabalho, quanto, e principalmente, no que concerne à sua conduta ética.
04/12/2017 Disciplina Portal
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Deve-se, portanto, analisar o sentido dos termos responsabilidade e civil, porque todos podem vivenciar con�itos.
Assim, por responsabilidade entende-se o sentido de responsabilizar-se, vir garantido, assegurar, assumir obrigação e
civil dirige-se aos cidadãos como membros políticos numa sociedade (VIEIRA Jr., 2003, p. 5).
O fato é que há uma relação jurídica que se a�gura entre advogado e cliente que se funda na vontade autônoma de
�rmar um contrato. Nessa responsabilidade contratual, ambos se encontram vinculados antes mesmo da ocorrência
de um eventual fato gerador de responsabilidade civil.
Quais seriam os elementos da responsabilidade civil do advogado?
Temos aqui uma responsabilidade contratual que vincula advogado e seu cliente.
No Estatuto da Advocacia e da Ordem dos Advogados do Brasil, art. 32, encontramos a responsabilidade do
pro�ssional de advocacia “pelos atos que, no exercício pro�ssional, praticar com dolo ou culpa”.
O caput deste artigo deve estar relacionado com o art. 31 e seus parágrafos, art. 33 e todo o Código de Ética e
Disciplina da OAB. O advogado não é responsável pelo resultado da demanda, mas por sua postura, pela boa aplicação
da lei ao convencimento do julgador. Exerce atividade meio e, neste ponto, observa Gisela Gondin (apud VIEIRA Jr.,
2003, p.71):
ATIVIDADES
À luz da lei 8.078/1990, podemos considerar que a relação advogado-cliente se encontra nos limites de uma relação de
consumo?
Parafraseando Vieira Jr. (2003, p. 82), será que a relação precisa da mesma proteção que o Código de Defesa do
Consumidor reservou ao consumidor comum?
O cliente se a�gura como parte vulnerável nessa relação contratual? O traço marcante da conceituação de consumidor
está adequado à relação advogado-cliente?
Os advogados oferecem seus serviços ao mercado consumidor nos moldes das atividades empresárias?
Resposta Correta
04/12/2017 Disciplina Portal
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VOCÊ SABIA?
Neste mesmo sentido, Vieira Jr. (2203, p. 85) observa que a advocacia guarda uma função constitucional com
impedimentos quanto à publicidade. E mais. Não exerce atividade de prestação de serviço massi�cada.
O contrato de mandato é muito especial, a começar por ser regido pela Lei 8.906/94. Cabe ainda mencionar que a
relação entre advogado e cliente é uma relação de �dúcia, ou seja, con�ança, o que dá “ensejo à relação de patrocínio
entre ambos” (VIEIRA Jr., 2003, p. 27).
Há a possibilidade da renúncia e revogação, com omissão de motivo e a qualquer tempo. Há os deveres de conduta
para o advogado, expressos no art. 2º do CED e, ademais, desde as tratativas iniciais, antes da assinatura do contrato
do mandato e da posterior procuração, há obrigações e o sigilo pro�ssional é uma delas.
Há responsabilidade pré-contratual e pós-contratual. Esta última se a�gura no dever (pós-contratual) expresso no
art. 12 do CED.
A responsabilidade pré-contratual do advogado nasce no primeiro contato com o futuro cliente e o conhecimento de
informações que estarão sob o manto do sigilo pro�ssional. E envolve o princípio da informação (art. 9° do CED) e da
proteção em que o advogado deve esclarecer, aconselhar e advertir seu cliente dos riscos da demanda.
A responsabilidade pós-contratual, no conteúdo expresso no art. 12 do CED, acima mencionado, pois terminadas e
cumpridas as obrigações contratuais, há obrigações decorrentes: guardar ou devolver documentos, guardar sigilo
sobre o que foi revelado, não comentar detalhes sobre a demanda etc.
Nas palavras de Levi Carneiro, fundadore primeiro Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil:
04/12/2017 Disciplina Portal
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ATIVIDADES
HDs de escritório de advocacia são invioláveis
O Tribunal de Justiça de São Paulo reformou decisão de primeira instância que determinava a apreensão dos discos
rígidos de um escritório de advocacia, que serviriam de prova de defesa para uma ex-funcionária do escritório que
respondia por apropriação indébita - o que motivou sua demissão.
Por maioria de votos, a 7ª Câmara de Direito Criminal da corte acolheu apelo e os HDs foram devolvidos à banca,
garantindo o sigilo pro�ssional dos advogados.
Ao acolher a apelação, o relator do caso, desembargador Sydnei de Oliveira Jr., lembrou que "assegura-se aos
advogados, no exercício de seu mister, a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus
instrumentos de trabalho, de sua correspondência escrita, eletrônica, telefônica e telemática (cf. artigo 7º, inciso II, da
Lei 8.906/94, a qual dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil)".
Para o desembargador, é possível "cogitar da quebra dessa inviolabilidade quando se vê comprometido o exercício da
ampla defesa", como ponderou juiz de primeira instância. Contudo, Oliveira Jr. diz que este não parece ser o caso dos
autos.
O desembargador aponta em sua decisão que não há, "no caso em baila, hipótese de quebra do sigilo pro�ssional de
escritório de advocacia, bem como que não haveria interesse da ora apelada em tal antecipação de prova, porquanto
poderia ser alcançada por outros meios".
O revisor do caso, desembargador Grassi Neto, apresentou voto divergente, questionando a autoria do crime de
apropriação indébita, mas o 3º juiz, desembargador Francisco Menin, acompanhou voto do relator.
A Ordem dos Advogados do Brasil acompanhou o caso através do vice-presidente da Comissão de Direitos
e Prerrogativas da OAB de São Paulo, Leandro Sarcedo. Ricardo Toledo Santos Filho, presidente da Comissão de
Direitos e Prerrogativas da OAB/SP e que também acompanhou o caso, destacou que essa foi "uma grande vitória
da advocacia" (Fonte: site OAB-RJ).
Diante do caso acima que nos apresenta uma situação que envolve a inviolabilidade dos escritórios de advocacia,
responda:
1. O que signi�ca prerrogativa pro�ssional?
Resposta Correta
2. Quais os requisitos para quebra da inviolabilidade dos escritórios de advogados?
Resposta Correta
3. Quais os requisitos para quebra da inviolabilidade do cliente do advogado?
Resposta Correta
04/12/2017 Disciplina Portal
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Glossário
ISONOMIA
A palavra isonomia é grega e signi�ca igualdade entre os iguais.
PRERROGATIVA DE INVIOLABILIDADE
O termo prerrogativa signi�ca direito especial próprio de um cargo ou situação exclusiva dos indivíduos de determinado grupo.
Assim, Inviolabilidade é uma prerrogativa do advogado e, nesse aspecto, o art. 7° do EOAB apresenta as garantias constitucionais
ao exercício da pro�ssão.
“ASSIM RECONHECIDAS PELA OAB”
Por maioria foi declarada a inconstitucionalidade da expressão “assim reconhecidas pela OAB” constante no dispositivo supra
(ADI 1.127- 8, STF, maio de 2006).
SALA DE ESTADO MAIOR
Sala de Estado Maior não se confunde com prisão especial, para discipliná-la há lei especial – Lei 8.906/94 (STF, Min. Celso de
Mello, Rcl. 6.158-2/2008).
DESAGRAVO PÚBLICO
04/12/2017 Disciplina Portal
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O desagravo público é um procedimento formal com o objetivo de registrar o repúdio coletivo ao ofensor. O desagravo não
depende nem é prejudicado por processo criminal que o advogado ofendido ajuíze contra o ofensor. O Regulamento Geral
estabelece as regras para o procedimento do desagravo.
É importante observar que se trata de uma sessão na qual o advogado expressa seu repúdio com o apoio da instituição.
DESACATO
Informativo 427, STF — “Em relação ao § 2º do art. 7º da lei (...), julgou-se, procedente, em parte o pedido, vencidos os Ministros
Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski, para excluir o termo "desacato", ao fundamento de que tal previsão cria situação de
desigualdade entre o juiz e o advogado, retirando do primeiro a autoridade necessária à condução do processo”.

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