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Enfermagem I Microbiologia e Parasito I II III

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1 
 
 
Curso Técnico em Enfermagem 
Microbiologia e Parasitologia 
UNIDADE I – MICROBIOLOGIA 
 
 
Introdução 
 
Conceito: Microbiologia é o ramo da biologia que estuda os seres microscópicos e suas atividades, 
compreendendo o estudo de sua morfologia, reprodução, fisiologia, estrutura e metabolismo, além 
de sua relação com os demais seres vivos e com o meio ambiente, sejam os efeitos maléficos ou 
benéficos. 
Dentro da área médica, a microbiologia estuda a interação dos microrganismos com o 
homem. Várias espécies de bactérias são parasitas, provocando doenças em outros seres vivos 
inclusive no homem. Mas há também bactérias úteis como as que fazem parte da nossa flora 
intestinal. Ao nascer o homem recebe as primeiras bactérias que dão início a formação de sua flora 
normal, com a qual conviverá por toda a vida. 
 
 
Características dos microrganismos: 
➢ Capacidade de reprodução 
➢ Propriedade de absorver e metabolizar nutrientes para obter energia e desenvolver-se. 
➢ Excreção de produtos do metabolismo. 
➢ Aptidão de responder a estímulos do meio ambiente. ➢ Capacidade de mutação. 
 
 
Principais grupos de microrganismos: 
➢ Algas: São organismos que anteriormente eram incluídos no Reino Plantae, porém 
atualmente pertencem ao Reino Protista. Possuem em comum o fato de serem desprovidos 
raízes, caules, folhas, flores e frutos. São, portanto, organismos com estrutura e organização 
simples e primitiva. Os tipos mais comuns são unicelulares, porém outras são formadas por 
associação de células semelhantes. Independente do tamanho todas as suas células contém 
clorofila e podem realizar a fotossíntese. 
 
 
 
➢ Bactérias: As bactérias são os seres vivos mais simples do ponto de vista estrutural, e de 
menor tamanho, podendo ser conhecidas também como micróbios. São microrganismos 
 
 
 
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Curso Técnico em Enfermagem 
Microbiologia e Parasitologia 
unicelulares, procariontes, e algumas causam doenças. São abundantes no ar, no solo e na 
água e na sua maioria inofensivas para o ser humano, sendo algumas até benéficas. 
 
 
➢ Protozoários: São organismos exclusivamente unicelulares, ou seja, formados por uma 
única estrutura celular, sendo a maioria heterotrófica. Portanto, não consegue converter 
(sintetizar) matéria orgânica a partir da inorgânica, necessitando absorver os nutrientes do meio 
 externo. São organismos com ampla dispersão em ambientes úmidos e aquáticos, com 
espécies de vida livre e outras parasitárias de invertebrados e vertebrados. 
 
 
 
 
➢ Fungos: são seres desprovidos de clorofila e, portanto, incapazes de sintetizar seu próprio 
alimento. Geralmente são pluricelulares e, sem diferenciação de raízes, caules e folhas. Variam 
em tamanho e forma, desde estruturas unicelulares até gigantescos cogumelos de chapéu. 
Diferenciam-se das plantas por não possuírem clorofila, e se aproximam dos animais por 
armazenar glicogênio (e não amido como os vegetais). 
 
 
 
 
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Curso Técnico em Enfermagem 
Microbiologia e Parasitologia 
 
➢ Vírus: são as menores partículas infecciosas cujo diâmetro varia de 18 nm a quase 300nm 
(partículas com menos de 200 nm não podem ser observadas ao microscópio óptico). São 
parasitas intracelulares obrigatórios, pois necessitam da célula hospedeira para sua replicação. 
 
 
 
 
 
 
Células 
 
As células são componentes fundamentais de todos os organismos vivos. Cada célula dá 
estrutura e funcionamento ao ser vivo do qual ela faz parte, sendo assim, a célula, com suas formas 
e funções definidas, torna possível a sobrevivência dos seres. 
 
 
Estrutura celular 
 
➢ Células procariontes: As células procariontes são assim designadas em razão da carência 
de membrana nuclear (carioteca). Também não possuem organelas membranosas (retículo 
endoplasmático liso e rugoso, complexo de golgi, mitocôndrias, lisossomos e vacúolos). 
Acredita-se que essas células, com estrutura e funcionamento bem simplificado, tenham sido 
os primeiros organismos do mundo vivo, chamadas de protobactérias ou protocélulas. 
 
 
 
 
 
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Curso Técnico em Enfermagem 
Microbiologia e Parasitologia 
 
➢ Células eucariontes: Estas células possuem um núcleo delimitado por um sistema de 
membranas (a membrana nuclear ou carioteca), nitidamente separado do citoplasma. Têm 
um rico sistema de membranas que formam numerosos compartimentos, separando entre si os 
diversos processos metabólicos que ocorrem na célula. Como modelo de células eucariontes, 
temos a célula animal, vegetal e de fungos. 
 
 
 
 
Organização celular: 
 
• Membrana plasmática: Envoltório celular presente em todos os tipos de células. É formada 
por duas camadas de fosfolipídios com proteínas mergulhadas. As proteínas servem como 
portões, controlando a entrada de partículas maiores dentro da célula, como açucares, 
aminoácidos e proteínas. Então podemos considerar que a membrana plasmática possui 
permeabilidade seletiva, ou seja, apenas algumas substâncias passam por ela. 
 
 
 
 
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Curso Técnico em Enfermagem 
Microbiologia e Parasitologia 
 
 
• Núcleo: é uma estrutura geralmente esférica e central, responsável pela reprodução celular. 
Contém cromossomos e genes responsáveis pela transmissão das características hereditárias. 
 
 
 
• Citoplasma: é uma massa gelatinosa envolvida pela membrana, que ocupa a maior parte e 
onde está “mergulhado” tudo o que se encontra dentro da célula, como diferentes organelas e 
moléculas. 
 
 
Organelas: 
• Centríolo: é formado por um conjunto de microtúbulos. Tem a função de orientação do 
processo de divisão celular. 
 
 
 
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Microbiologia e Parasitologia 
 
 
• Complexo de Golgi: Sistema de bolsas achatadas e empilhadas. Possuem a função de 
armazenamento, transformação, empacotamento e secreção de substâncias produzidas pela 
célula, como as proteínas. 
 
 
• Lisossomo: São pequenas vesículas que contêm enzimas digestivas. Fazem a digestão 
intracelular (digerem partes celulares envelhecidas e desgastadas, reaproveitando as 
substâncias que as compõem). 
 
• Mitocôndrias: são organelas responsáveis pela respiração celular na maioria dos 
organismos animais e vegetais, produzindo energia para a célula na forma de ATP. A energia 
do ATP é empregada pelas células na realização de trabalho: síntese de substâncias, 
movimento, divisão celular, etc. 
 
 
 
• Ribossomo: são organelas responsáveis pela síntese de proteínas. 
 
 
 
 
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Microbiologia e Parasitologia 
• Retículo endoplasmático: conjunto de tubos, canais e sacos membranosos, por dentro dos 
quais circulam substâncias fabricadas pela célula. É responsável pelo armazenamento e 
transporte dessas substâncias no interior da célula. Pode ser agranular ou granuloso. 
 
 
 
 
 
 
Período vital das células: 
De acordo com seu período deduração, foram assim agrupadas: 
 
• Células lábeis: possuem vida muito curta (alguns dias), são pouco especializadas, possuem 
intensa atividade reprodutiva e regenerativa. Ex.: células epiteliais. 
 
• Células estáveis: período longo de especialização e menor atividade reprodutiva e 
regenerativa. 
Ex.: células hepáticas, renais. 
 
• Células permanentes: acompanham o organismo durante toda sua vida. Atingem alto grau 
de especialização, possuem atividade reprodutiva somente durante a vida embrionária, sendo 
pouco regenerativas. 
Ex.: neurônios. 
 
Reprodução celular: 
É responsável pelo crescimento dos organismos pluricelulares, recuperação de lesões e pela 
perpetuação das espécies. 
 
• Mitose: é um processo de reprodução no qual as células filhas possuem o mesmo número 
de cromossomos que a célula mãe, ocorrendo na maioria das células. 
• Meiose: é um processo de reprodução no qual as células filhas possuem a metade de 
cromossomos da célula mãe, ocorrendo em células ligadas à reprodução, como óvulos e 
espermatozóides. 
 
 
 
 
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Microbiologia e Parasitologia 
 
Número de células que constituem os seres vivos 
 
• Unicelulares: seres constituídos por uma única célula. Ex.: Bactérias 
 
• Pluricelulares: seres formados por mais de uma célula. 
Ex.: Animais 
 
 
 
Tamanho e forma das células 
 As células possuem formas e tamanhos variáveis. Um tamanho de célula típico é o de 10 µm (1 
µm = 0,000001m); uma massa típica da célula é 1 nanograma (1ng = 0,000000001g). A maior célula 
conhecida é a gema do ovo de avestruz. 
 
 
Respiração celular 
É um fenômeno que consiste basicamente no processo de extração de energia química 
acumulada nas moléculas de substâncias orgânicas diversas, tais como carboidratos e lipídios. 
Nesse processo, verifica-se a oxidação ou "queima" de compostos orgânicos de alto teor 
energético, além da liberação de energia, que é utilizada para que possam ocorrer as diversas 
formas de trabalho celular. A respiração é um fenômeno de fundamental importância para o trabalho 
celular e, portanto, para manutenção de vida num organismo. 
• Respiração aeróbica: ocorre na presença de oxigênio (animais). 
• Respiração anaeróbica: ocorre na ausência de oxigênio (algas, bactérias). 
 
Nutrição dos seres vivos 
• Autótrofos: seres capazes de produzir seu próprio alimento (plantas). 
• Heterótrofos: são organismos incapazes de produzir o alimento necessário à sua 
sobrevivência (animais, fungos). 
Regras de nomenclatura 
 Nomes científicos de animais e vegetais devem ser palavras latinas ou latinizadas. Cada espécie 
é designada por dois nomes, sendo o primeiro correspondente ao gênero (escrito em letra 
maiúscula) e o segundo, à espécie (escrito em letra minúscula). Estes nomes devem ser 
sublinhados ou devem estar em itálico. 
Ex.: lombriga: Ascaris lumbricóides ou Ascaris lumbricóides. 
 
Relações entre os seres vivos 
• Simbiose: ambos os indivíduos da relação são beneficiados, havendo vantagens pra os 
dois. As bactérias que habitam o intestino humano encontram condições ideais para o seu 
desenvolvimento, utilizando os restos alimentares ali presentes, favorecendo a digestão 
humana. 
• Comensalismo: é a relação em que um dos indivíduos se beneficia, sem que ocorram 
prejuízos ou benefícios ao outro. Ex.: rêmora e tubarão. 
 
 
 
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• Parasitismo: é a relação em que um ser vivo (parasita) retira substâncias vivas de outro ser 
(o hospedeiro), prejudicando-o e podendo, em muitos casos, levá-lo à morte. Ex.: lombrigas 
• Predatismo: é a relação em que um ser vivo (predador) mata o outro (presa) para alimentar-
se. Ex.: sapos e cobras. 
 
Mecanismos de ação dos parasitas 
• Ação tóxica: produzem substâncias que prejudicam os tecidos do hospedeiro. Ex.: bactérias 
do tétano 
• Ação espoliativa: absorvem elementos nutritivos e até mesmo sangue do hospedeiro. Ex.: 
agentes causadores de verminoses. 
• Ação inflamatória local: irritam o local parasitado. Ex.: ameba, lombriga. 
 
 
UNIDADE II – FLORA MICROBIANA NORMAL DO CORPO 
 
 
Conceito: conjunto de microrganismos que habitam de forma harmônica as nossas superfícies 
corporais. 
A formação desta flora ocorre no momento do nascimento, ao passar pelo canal do parto, e 
continua por toda a vida, distribuindo-se por diferentes partes do corpo, principalmente pele e 
mucosas. O crescimento dos microrganismos depende das condições de temperatura, umidade e 
existência de nutrientes. Sendo assim, alguns sítios apresentam condições melhores para o 
crescimento dos microrganismos, favorecendo a sua multiplicação. Por exemplo, a pele é um sítio 
mais ressecado, menos úmido, com menor disponibilidade de nutrientes, então, sua população 
microbiana é ínfima quando comparada à do intestino grosso. 
O corpo humano e sua flora normal vivem juntos em um tipo de ecossistema cujo equilíbrio 
é essencial à saúde. Em condições normais, esses microrganismos não são patogênicos e são 
inofensivos. Na verdade, podem ajudar o organismo competindo pelo espaço e pelos nutrientes 
com os microrganismos que causam doença, ou realizando tarefas especiais; por exemplo, na luz 
intestinal, os micróbios residentes podem desempenhar várias funções químicas que auxiliam a 
digestão humana. 
O número e as espécies que formam a flora microbiana normal variam de acordo com a 
região do corpo, a idade, estado hormonal, saúde, higiene pessoal, o sexo e a dieta do hospedeiro, 
bem como condições sanitárias. Porém algumas regiões do corpo estão livres de microrganismos 
(são estéreis) como o sangue, bexiga, útero, rins, trompas e líquor. 
Apenas um número relativamente pequeno de algumas espécies de microrganismos que 
vivem no ambiente consegue adaptar-se às condições existentes nos vários tecidos do corpo. 
Assim, até certo ponto, a flora de determinada espécie é previsível. 
Em algumas situações os microrganismos que fazem parte da flora normal de uma região 
do corpo podem atuar como agentes patogênicos, caso sejam transferidos para outra área. Por 
exemplo, a Escherichia coli, um tipo de bactéria que também faz parte de nossa flora gastrintestinal 
normal, pode causar infecção se for transferida, por exemplo, através de um cateter urinário. 
 
A flora microbiana pode ser dividida em dois grupos: 
 
 
 
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• Flora transitória: microrganismos que 
habitam nosso corpo por horas, dias 
ou semanas. Provém do meio 
ambiente e não estabelece uma forma 
permanente, desde que a flora normal 
(residente) esteja intacta. 
• Flora residente: microrganismos 
encontrados com regularidade em 
determinada área do corpo. Tem 
como função: impedir a colonização 
por patógenos do meio externo e o 
possível desenvolvimento de doenças; 
e a absorção de nutrientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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UNIDADE III – BACTERIOLOGIA 
 
 
Conceito: é a ciência que estuda a morfologia, genética e bioquímica das bactérias bem 
como outros muitos aspectos relacionados com elas. É uma parte ou ramo da biologia e é de grande 
importância para o homem por seus envolvimentos médicos. 
As bactérias são seres de organização muito simples, são unicelulares e não apresentam 
um núcleo diferenciado, faltando a membrana nuclear (seres procariontes). São encontradas 
livremente no ar, terra,água, materiais em decomposição ou associadas a outros seres, como 
simbiontes ou parasitas. 
 
Tamanho 
 São organismos muito pequenos, invisíveis a olho nu, da ordem de 1 mícron ou menos, sendo sua 
estrutura bem estudada somente através do microscópio eletrônico. O tamanho das bactérias varia 
grandemente. A grande maioria tem dimensões que variam entre 1 a 5 μm. 
 
Formas 
 As bactérias apresentam grande variedade de formas e tamanhos de acordo com a espécie. As 
formas mais comuns são os bastonetes (formas alongadas), cocos (formas esféricas), vibriões 
(forma de vírgula) e espirilos e espiroquetas (formas espiraladas). Variações podem ocorrer dentro 
de cada um destes grupos. 
 As bactérias podem ocorrer como células isoladas ou agrupadas em pares, tétrades, cadeias, 
grumos e outras formas. Os diversos arranjos das células bacterianas são conseqüência da 
fisiologia celular. Algumas bactérias dividem-se da tal forma a formarem blocos, cadeias ou 
agregados. 
 
• Bastonetes ou bacilos: podem ser curtos, longos, espessos, delgados, com extremidades 
arredondadas, finas ou retas, mais espessas em um lado que o outro, etc. Alguns bacilos 
são curtos e denominados de cocobacilos. A maioria dos bacilos vive como células isoladas, 
dividindo-se somente no plano transversal. Dentre os bacilos encontram-se as bactérias 
Escherichia coli, Salmonella sp, Pseudômonas sp, e outras. 
 
• Vibriões: bacilos em forma de vírgula. 
 
• Cocos: são bactérias grandes ou pequenas, de formas arredondadas ou ovaladas, 
alongadas ou achatadas em uma das extremidades. Os cocos tomam denominações 
diferentes de acordo com o seu arranjo: 
- Diplococos: cocos agrupados aos pares. Ex: Neisseria meningitides (meningococo). 
- Tétrades: agrupamentos de quatro cocos. 
- Sarcina: agrupamentos de oito cocos em forma cúbica. Ex: espécie Sarcina. 
- Estreptococos: cocos agrupados em cadeias. Ex: Streptococcus salivarius, Streptococcus 
pneumoniae (pneumococo). Streptococcus mutans. 
- Estafilococos: cocos em grupos irregulares, lembrando cachos de uva. Ex: 
Staphylococcus aureus. 
 
 
 
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- Micrococos: cocos que se separam completamente após a divisão celular. 
 
• Espiroquetas: As espiroquetas são bactérias em forma de saca-rolhas que tendem a se 
mover com um movimento ondulante semelhante ao de uma hélice. São flexíveis e 
locomovem-se provavelmente à custa de contrações do citoplasma, podendo dar várias 
voltas completas em torno do próprio eixo. As principais cepas (espécies) das espiroquetas 
incluem oTreponema, a Borrelia, a Leptospira e o Spirillum. 
 
• Espirilos: possuem corpo rígido e se movem à custa de flagelos externos, dando uma ou 
mais voltas espirais em torno do próprio eixo. Ex: Aquaspirillium 
 
 
 
 
 
 
A figura apresenta os tipos básicos que classificam as formas e arranjos das bactérias. 
 
Metabolismo bacteriano 
O termo metabolismo refere-se ao conjunto de todas as reações bioquímicas que ocorrem 
em uma célula ou organismo. O metabolismo é constituído do anabolismo e catabolismo. O 
anabolismo é o conjunto de todas as reações de síntese de compostos orgânicos estruturais 
 
 
 
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(proteínas da membrana plasmática, glicoproteínas) e funcionais (enzimas, hormônios) de uma 
célula. O catabolismo é o conjunto de todas as reações de degradação de compostos orgânicos 
destinados a fornecer matéria prima para a síntese de outros compostos e para a transformação 
de energia. O metabolismo é catalisado por sistemas integrados de enzimas. 
É um fenômeno vinculado à aquisição e uso eficiente de energia. O uso eficiente de energia 
é de grande importância do ponto de vista evolutivo. Organismos que usam energia com maior 
eficiência têm maiores chances de sobreviver e reproduzir seus genes passando à sua 
descendência qualquer característica vantajosa que possuam. 
A absorção e utilização de compostos orgânicos ou inorgânicos requeridos para o 
crescimento e manutenção das funções celulares, a capacidade de sobrevivência, funcionamento, 
replicação de células bacterianas e os processos envolvidos nesses eventos constituem o 
metabolismo bacteriano. 
Do ponto de vista nutricional as bactérias dividem-se em duas grandes classes fisiológicas 
dependendo da forma de obtenção de fontes de energia para a realização de suas atividades vitais: 
as bactérias heterótrofas e as bactérias autótrofas. 
 
• Bactérias heterótrofas: As bactérias heterótrofas, também denominadas de heterotróficas 
ou quimiorganotróficas, requerem a presença de uma fonte de carbono pré-formada em seu meio 
de crescimento, como substrato oxidável para produção de ATP e para síntese de seus 
componentes estruturais e funcionais. A glicose é fonte de carbono mais comum, a partir da qual 
compostos orgânicos como carboidratos, aminoácidos, lipídeos e vitaminas podem ser sintetizados. 
Outros açucares como lactose, aminoácidos e lipídeos também podem ser utilizados como fontes 
primárias ou alternativas de carbono. A grande maioria das bactérias heterotróficas vive como 
saprófita, apenas 1% das espécies é parasita. 
 
• Baterias autotróficas: As bactérias autotróficas independem de compostos orgânicos 
préformados como fontes de carbono. Essas bactérias sintetizam glicose a partir de uma fonte 
inorgânica de carbono e oxigênio (dióxido de carbono) e uma fonte de hidrogênio (água, gás 
sulfídrico, hidrogênio). A exemplo do que ocorre nas bactérias heterotróficas, a glicose sintetizada 
pelas bactérias autotróficas será oxidada para a síntese de ATP e será utilizada como fonte de 
carbono para a síntese de outros compostos orgânicos tais como carboidratos, aminoácidos, 
lipídeos, vitaminas, bases nitrogenadas e outros. 
As bactérias autotróficas dividem-se em dois grandes grupos com relação à fonte da energia 
utilizada para a síntese de glicose: bactérias fotossintetizantes e bactérias quimiossintetizantes. 
 
o Bactérias fotossintetizantes 
Bactérias fotossintetizantes ou fotoautotróficas sintetizam glicose a partir de dióxido de 
carbono e uma fonte de hidrogênio como água ou gás sulfídrico. A energia para a reação é luz 
solar capturada por pigmentos moleculares, principalmente uma forma procariótica de clorofila. 
 
o Bactérias quimiossintetizantes 
As bactérias quimiossintetizantes (também denominadas de quimiotróficas, 
quimioautotróficas ou quimioliotróficas)não possuem pigmentos fotorreceptores e utilizam 
 
 
 
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energia química proveniente da oxidação de compostos inorgânicos simples para sintetizar 
glicose a partir de dióxido de carbono e uma fonte de hidrogênio. 
 
 A fermentação é outro processo pelo qual as bactérias podem extrair energia das moléculas 
orgânicas. É um conjunto de reações químicas controladas enzimaticamente, em que uma 
molécula orgânica (geralmente a glicose) é degradada em compostos mais simples, libertando 
energia. Existem basicamente três tipos de fermentação. A Fermentação Alcoólica que é 
realizada por certas bactérias e leveduras e origina em sua fermentação álcool etílico e gás 
carbônico. Algumas bactérias como os Lactobacilus fermentam a lactose do leite originando ácido 
lático e gás carbônico, esse processo é chamado de Fermentação Lática. A fermentação lática é 
utilizada na indústria de alimentos para produção de derivados de leite como queijos e iogurtes. 
Outras bactérias que são utilizadas na indústria são as Acetobacter queconvertem o álcool etílico 
em ácido acético, esse processo faz com que os vinhos expostos ao oxigênio fiquem com o gosto 
azedo por um processo chamado Fermentação Acética. 
 
Respiração das bactérias 
A respiração celular é o melhor meio de extrair energia de moléculas orgânicas. Existem dois 
tipos de respiração bacteriana: 
o Respiração aeróbica 
o Respiração anaeróbica 
 
Quanto à utilização ou não do oxigênio, as bactérias são classificadas como: 
o Aeróbias: que somente vivem na presença de Oxigênio. o Anaeróbias Facultativas: que 
podem viver tanto na presença de Oxigênio como na falta dele. o Anaeróbias Obrigatórias: 
que não toleram ambientes com a presença de oxigênio. 
 
As bactérias aeróbias no final do processo de respiração produzem como produtos das reações 
o CO2+H2O, já as bactérias anaeróbias produzem CO2+substâncias inorgânicas dependendo de 
que tipo gênero ela é. 
 
Estruturas das bactérias 
 
 Membrana plasmática 
A membrana plasmática, ou citoplasmática, das bactérias apresenta estrutura e funções 
semelhantes àquelas das células eucarióticas. O modelo atual para as membranas plasmáticas 
é o “mosaico fluido”, constituído por uma camada dupla de fosfolipídeos (viscosa e fluida) e um 
arranjo de proteínas embebidas na bicamada lipídica (mosaico). As proteínas do mosaico 
distribuem-se por toda a superfície da membrana, com porções expostas em ambos os planos 
da mesma. 
A membrana plasmática funciona como uma barreira seletiva mediando trocas de íons e 
moléculas entre o citoplasma e o ambiente. As membranas plasmáticas das bactérias têm entre 
20 a 30% de fosfolipídeos e entre 50 a 70% de proteínas 
 
 
 
 
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 Parede celular 
A parede celular é uma estrutura rígida que envolve externamente a membrana plasmática de 
todas as células bacterianas, com exceção das bactérias do grupo das micoplasmas. A parede 
celular determina a forma da bactéria e garante sua integridade estrutural. Essa estrutura é 
formada por uma complexa matriz polissacarídica denominada de peptidioglicano. 
Peptidioglicano: é um polímero rígido, resistente, poroso e insolúvel constituído de uma rede de 
cadeias de polissacarídeos interconectadas por curtas cadeias peptídicas. As pontes peptídicas 
conferem rígida estabilidade ao peptidioglicano. 
 A estrutura da parede celular separa as bactérias m dois granes grupos: Gram-positivas e 
gram-negativas. 
 
Bactérias Gram-positivas: as paredes celulares das bactérias Gram-positivas são espessas, 
formadas por cerca de vinte camadas de peptidioglicano (20 a 40 nm de espessura) que responde 
por 50% ou mais do peso seco da célula. Apesar disso, essas paredes permitem a difusão de 
muitas moléculas. 
Pelo emprego da coloração de Gram, tingem-se na cor púrpura ou azul quando fixadas com 
cristal violeta, porque retêm esse corante mesmo sendo expostas a álcool. 
Embebidas na matriz de peptidioglicano dessas bactérias encontram-se pequenas quantidades 
de ácidos teicóicos. Ácido teicóico é um termo funcional para uma ampla variedade de polímeros 
contendo açucares, fosfato e glicerol. Conferem carga negativa à superfície exterior da célula, 
podendo ajudar no transporte de íons positivos para dentro e fora da célula. 
As bactérias Gram-positivas são desprovidas de membrana externa presente nas bactérias 
Gram-negativas. 
Fragmentos de peptidioglicano e ácido teicóico liberados durante infecções por bactérias Gram-
positivas são responsáveis por manifestações clínicas tais como inflamação, febre, leucocitose, 
hipotensão, perda de apetite, insônia e artrite. 
 
Bactérias Gram-negativas: possuem parede celular fina, formada por uma a três camadas de 
peptidioglicano (2 a 15 nm de espessura) que corresponde a cerca de 10% do peso seco da célula. 
Possuem uma segunda membrana lipídica, a membrana externa, (distinta quimicamente da 
membrana plasmática) no exterior da parede celular. No processo de coloração o lipídio dessa 
membrana mais externa é dissolvido pelo álcool e libera o primeiro corante: cristal violeta. Ao 
término da coloração, essas células são visualizadas com a tonalidade rosa - avermelhada do 
segundo corante, safranina que lhes confere apenas a coloração vermelha. Entre a membrana 
 
 
 
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externa e a membrana citoplasmática encontra-se o espaço periplasmático no qual está o 
peptideoglicano. 
 
 Membrana externa 
As bactérias Gram-negativas apresentam uma membrana externa que envolve a parede 
celular. Esta membrana tem uma estrutura incomum para membranas celulares por apresentar 
uma única camada fosfolipídica (voltada para a parede celular) e uma camada superposta 
constituída de um lipopolissacarídeo (LPS). A porção lipídica do polissacarídeo está voltada 
para o interior da membrana. Os açúcares nas cadeias polissacarídicas variam entre diferentes 
organismos e entre linhagens de uma mesma espécie de bactéria. 
O LPS é tóxico e é denominado de endotoxina. Fragmentos de LPS liberados durante infecções 
por bactérias Gram-negativas são responsáveis por manifestações clínicas análogas às causadas 
por fragmentos da parede celular de bactérias Gram-positivas. 
A membrana externa não contém as proteínas de transporte encontradas na membrana 
plasmática. Contudo, está repleta de amplos canais protéicos denominados de porinas. 
 
 
 
 
 
 
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• Cápsula 
 Muitas bactérias apresentam externamente à parede celular, uma camada viscosa 
denominada cápsula. As cápsulas são geralmente de natureza polissacarídica, apesar de 
existirem cápsulas constituídas de proteínas. 
 A cápsula constitui um dos antígenos de superfície das bactérias e está relacionada com a 
virulência da bactéria, uma vez que a cápsula confere resistência à fagocitose pelas células do 
sistema imunológico do hospedeiro. 
• Fímbria 
O termo fímbria descreve os longos filamentos protéicos delgados flexíveis que 
se projetam da superfície da bactéria e mediam a adesão do microrganismo à superfície 
das células, permitindo sua colonização. A colonização pode estar relacionada a 
associações simbióticas mutualistas ou a processos infecciosos. Neste último caso as 
fímbrias atuam como fatores de virulência. 
 
• Citoplasma 
Denomina-se citoplasma todo o material envolvido pela membrana plasmática, como 
água, enzimas, carboidratos, onde se encontram as organelas. Os componentes mais 
abundantes do citoplasma são as proteínas. O citoplasma apresenta uma consistência coloidal 
que permite o movimento rápido de pequenas moléculas no interior da bactéria. 
 
• Ribossomos 
Os ribossomos acham-se espalhados no interior da célula e conferem uma aparência 
granular ao citoplasma. São os sítios onde ocorre a síntese protéica. 
 
 
 
 
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• Flagelos 
O flagelo apresenta-se ancorado a membrana plasmática e a parede celular por 
uma estrutura denominado corpo basal, composta por dois anéis, nas bactérias gram-
positivas e por quatro nas gram-negativas, de onde saem uma peça intermediária em 
forma de gancho que se continua com o filamento. 
 As bactérias que apresentam um único flagelo são denominadas monotríquias e bactérias 
com inúmeros flagelos sãodenominadas peritríquias. 
 Via de regra, bacilos e espirilos podem ser flagelados, enquanto cocos, em geral, não o são. 
O flagelo é responsável pela mobilidade da bactéria. 
 
• Nucleóide 
 Os procariotos não apresentam um núcleo delimitado por membrana. Na microscopia 
eletrônica a região nuclear é visualizada como uma massa amorfa difundida pelo interior da célula. 
O material genético bacteriano – CROMOSSOMO- existe na forma de uma molécula circular única 
de DNA de cadeia dupla, altamente enovelada em contato direto com o citoplasma. O cromossomo 
contém todos os genes requeridos para o ciclo vital da bactéria.

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