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Direito Empresarial - Intensivo I

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LFG – Intensivo I – Direito Empresarial – Prof. Alexandre Gialucca			 � PAGE �35�
DIREITO EMPRESARIAL
Bibliografia:
Manual de Direito Comercial – Fábio Ulhoa Coelho.
Temas do Intensivo I
Empresário
Conceito de Empresário
Obrigações do Empresário
Estabelecimento Empresarial
Nome Empresarial
Marcas e Patentes – Propriedade Industrial
Locação Comercial
�
AULA 01 – DIA 19/04/12
INTRODUÇÃO AO DIREITO EMPRESARIAL. CONCEITOS INICIAIS.
EMPRESÁRIO
Atos de Comércio:
Era a teoria adotada pelo Código Comercial de 1850. Essa teoria é uma teoria francesa (derivada do Código de Napoleão).
O Código Comercial de 1.850 possuía três partes:
Parte I – Tratava do Comércio em geral;
Parte II – Tratava do Comércio marítimo;
Parte III – Tratava das Quebras.
Ocorre que a parte III (Das quebras) já havia sido revogado pela lei 7.661/45, que, por sua vez, foi revogada pela lei 11.101/05.
A primeira parte do Código Comercial de 1850 tratava da figura do comerciante (pessoa física) e da sociedade comercial (pessoa jurídica). Nesta época, era considerado comerciante ou sociedade comercial somente aqueles que praticava, com habitualidade, atos de comércio, atividades mercantis.
Mas aí surgiu um problema, pois o próprio Código Comercial não dizia o que eram “atos de comércio”. Então, esse conceito era preenchido pelo regulamento 737, que estipulava uma lista de atos de comércio. Ocorre que apenas os atos listados no Regulamento 737 eram considerados atividades mercantis. E ele contemplava poucas hipóteses (ex. ele não contemplava a prestação dos serviços, a compra e venda de bens imóveis como por exemplo atos das imobiliárias, as atividades de agroindústria).
Assim, aquele que praticava atividade não enquadrada no regulamento 737, não poderia ser considerado comerciante ou sociedade empresária e, por isso, não tinham os benefícios como, por exemplo, a concordata, a falência etc.
Diante desses problemas, resolveu-se adotar outra teoria para explicar os atos comerciais. Adotou-se a teoria da empresa.
Teoria da Empresa:
Esta teoria foi adotada pelo Código Civil de 2002, no seu art.966 e seguintes. A teoria da empresa é uma teoria italiana.
Mas, é importante notar que, ao deixar de adotar a teoria dos atos de comércio, o CC/2002 não revogou todo o código comercial de 1850, mas apenas uma parte dele (a primeira parte). Isso foi feito no art.2.045, do CC/2002.
Art. 2.045, CC - Revogam-se a Lei no 3.071, de 1o de janeiro de 1916 - Código Civil e a Parte Primeira do Código Comercial, Lei no 556, de 25 de junho de 1850.
Então, a parte II do Código de 1850 ainda está em vigor, que regula os atos de comércio marítimo.
O que a teoria da empresa mudou no direito comercial? Hoje, não há mais a figura do comerciante, mas sim as figuras do empresário e da sociedade empresária.
O empresário:
A teoria da empresa foi consagrada no art.966, do CC, que estabelece o conceito de empresário.
Art. 966, CC - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
O conceito “empresário”, chamado pelo art.966 vale tanto para a pessoa física quanto para a pessoa jurídica. Ocorre que o empresário pessoa física é chamado de “empresário individual”, e o empresário pessoa jurídica é chamado de “sociedade empresária”.
Conceito de empresário: O empresário é aquele que, profissionalmente, exerce uma atividade econômica organizada. Então, deve ter uma organização empresarial, para a produção ou circulação de bens ou de serviços.
Destrinchando o conceito, temos:
“Profissionalmente” – O profissional é aquele que desempenha aquela atividade com habitualidade, continuidade.
“Atividade econômica” – atividade econômica significa que ele tem uma finalidade lucrativa. Não significa que sempre haverá lucro, mas este deve ser a finalidade.
“Organizada” – Deve haver uma organização empresarial. Haverá “organização empresarial” quando a atividade-fim for exercida com a colaboração de terceiros. Não haverá organização empresarial quando a atividade-fim depender exclusivamente do exercício da pessoa natural ou da figura dos sócios da sociedade.
Quando se fala em empresário individual, tem-se a pessoa natural, física, que conta com a colaboração de terceiros para exercer a sua atividade-fim.
Ex. pessoa quer organizar e montar uma churrascaria. Ela tem que contratar funcionários, churrasqueiro, manobrista, garçons, etc. Mas o dono é um só. Ele é o chefe de todos.
Quando se fala em sociedade empresária, há uma pessoa jurídica, que conta com mais de uma pessoa (há pelo menos 2 sócios).
Diversamente, quando não há organização empresarial, não há sociedade empresária nem empresário individual.
Ex. a pessoa faz trufas e vende. Nesse caso, a atividade-fim depende exclusivamente da pessoa natural.
Ex. duas pessoas resolvem montar uma pastelaria. Eles criam uma sociedade, e um sócio faz e frita os pastéis, e o outro serve os clientes e fica no caixa. Essa sociedade não é empresária. 
Nestes exemplos, aquele que vende trufa, bem como a sociedade constituída na forma de uma simples pastelaria, mão desenvolvem suas atividades com organização empresaria, pois a atividade-fim é realizada exclusivamente pela pessoa natural ou pelos sócios da sociedade.
Obs: Muitas vezes, fala-se que organização é a conjugação dos quatro fatores de produção: mão-de-obra, matéria-prima, capital e tecnologia. Isso é uma forma mais objetiva de dizer que a atividade-fim é realizada com a ajuda de terceiros.
“para a produção ou circulação de bens ou de serviços” – pode ser uma produção de bens ou produção de serviços, ou circulação de bens ou circulação de serviços. Esse conceito passa a ser bem mais abrangente do que o antigo rol de atos de comércio. Agora, o conceito envolve todo e qualquer tipo de atividade.
Ex. de produção de bens ( cerâmica; fábrica de móveis.
Ex. de produção de serviços ( prestadora de serviços, bancos.
Ex. de circulação de bens ( loja de roupas, farmácia.
Ex. de circulação de serviços ( agência de turismo (a agência de turismo não prestou o serviço de hospedagem, nem de transporte aéreo; então, o que ela fez foi uma circulação de serviços).
Quando falamos de empresário individual, falamos de pessoa natural. Mas, o empresário individual possui CNPJ. Como isso é possível? O empresário individual tem CNPJ mas não é pessoa jurídica. Para que o empresário individual tenha o mesmo tratamento tributário que a pessoa jurídica, ele tem que ter CNPJ. Então, o empresário individual possui CNPJ para ter o mesmo tratamento tributário que a sociedade (pessoa jurídica), mas não é pessoa jurídica.
( Pergunta de concurso ( Cabe desconsideração da personalidade jurídica para o empresário individual?
R: O empresário individual não tem personalidade jurídica. Então, não há que se falar em desconsideração.
Atenção! Empresário não é quem tem registro no órgão competente. É quem exerce atividade econômica profissional organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. O registro é apenas uma condição de regularidade da empresa.
Cuidado! Quem exerce a atividade empresarial é a sociedade (pessoa jurídica) e não os sócios. Portanto, não podemos classificar o sócio de sociedade empresária como empresário pelo simples fato dele figurar como sócio.
Ex. Numa sociedade (churrascaria) com 2 sócios, um dos sócios não pode dizer que ele é empresário. Quem desempenha a atividade da churrascaria é a pessoa jurídica; a sociedade, que vai ser caracterizada como empresária. Então, não é porque ele é sócio de uma sociedade que ele é empresário. Ele só seria empresário se ele fosse individual.
Excluídos do conceito de empresário:
São aqueles casos previstos no art.966, p.ú., do CC:
Art. 966, parágrafo único, CC - Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literáriaou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
Pelo que dispõe o art. 966, do CC, não são empresários:
“quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística” – esse é o chamado “profissional liberal”. 
Exemplos de atividade intelectual:
Ex. de natureza científica ( médico (ciências médicas), contador (ciências contábeis), advogado, arquiteto, engenheiro, etc. 
Ex. de natureza literária ( autor, escritor, jornalista, etc.
Ex. de natureza artística ( artista plástico, desenhista, cantor, ator, dançarino, etc.
Esse artigo também se aplica para a pessoa jurídica, como por exemplo, uma sociedade médica, uma sociedade de advogados, sociedade de contadores, sociedade de escritores, sociedade de atores, dançarinos, etc.
Quem está excluído do conceito de empresário e é pessoa natural, é um autônomo. Por seu turno, aquela sociedade que não é empresária é uma sociedade simples. Isto está no art.982, do CC:
Art. 982, CC - Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
Então, uma pessoa natural será um autônomo ou uma sociedade será simples quando exercerem uma atividade intelectual ou exerça uma atividade comercial, porém sem organização empresarial.
“ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores”:
A exclusão promovida pelo parágrafo único do art.966, do CC decorre do papel secundário que a organização assume nessas atividades. Nelas, o essencial é a atividade pessoa.
As atividades intelectuais são prestadas de forma pessoa, e ainda que contenham auxiliares ou colaboradores o personalismo prevalece.
Ex. dois médicos resolvem montar uma clínica de ortopedia. Então, montam uma sociedade simples. Só que eles resolvem contratar uma faxineira, uma secretária e uma enfermeira. Mesmo assim a sociedade não será empresária.
Ex. a pessoa vai no consultório por causa daquele médico específico.
“salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa” ( Elemento de empresa ocorre quando a natureza pessoal da atividade cede espaço a uma atividade maior, de natureza empresarial.
Casos em que há elemento de empresa: 
(1) Quando a atividade intelectual estiver integrada em um objeto mais complexo, próprio da atividade empresarial.
Ex. dois amigos montam uma veterinária. A atividade intelectual, a princípio, não é empresária. Só que na veterinária, há também, um pet shop, um hotelzinho para cachorro, sala de eventos para cachorro. Nesse caso, a atividade intelectual tornou-se um dos componentes que são oferecidas por esta veterinária. Quando isso ocorre, essa atividade intelectual passa a ser considerada “elemento de empresa” e essa clínica será uma sociedade empresária.
(2) Será também elemento de empresa a atividade intelectual sem caráter personalíssimo, mas sim um serviço impessoal, e objetivo, realizado por pessoas intelectuais contratadas a serviço da pessoa natural ou da sociedade.
Ex. um fotógrafo monta uma loja de fotografia, e começa a montar equipes para mandar para diversas festas (casamento, formaturas, etc) e tirar fotos. Neste caso, o serviço é prestado pela equipe contratada pelo empresário ou pela sociedade empresária. Ele está organizando uma atividade empresarial. E a atividade desse fotógrafo será elemento de empresa.
Obs: OAB – O Estatuto da OAB diz que a atividade de advocacia nunca pode ser mercantil. (art.1º):
Art. 1º, Lei 8.906 - São atividades privativas de advocacia:
I - a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)
II - as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.
§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.
§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advogados.
§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.
O empresário individual:
5.1) Conceito: 
Empresário individual é a pessoa natural, que possui CNPJ.
5.2) Requisitos para ser empresário individual:
Deve-se observar a regra do art.972, do CC:
Art. 972, CC - Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Os requisitos para que uma pessoa natural seja empresário individual são:
Pleno gozo da capacidade civil:
( Pergunta de concurso ( Menor (ou outro incapaz) pode ser empresário individual?
R: Para responder essa pergunta, deve-se observar dois momentos: Um menor não pode INICIAR uma atividade como empresário individual. Porém, se ele estiver enquadrado nas hipóteses de emancipação, ele poderá sim ser empresário individual, pois ele estará em pleno gozo da capacidade civil.
A lei, apesar de não permitir que o menor inicie a atividade empresária, permite ao menor CONTINUAR uma empresa já em atividade. Isso está no art.974, do CC:
Art. 974, CC - Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
Esta é uma regra de preservação da empresa.
Mas, para que o incapaz possa continuar a empresa, ele precisa de outros dois requisitos: (i) estar devidamente assistido ou representado. (ii) Ele precisa também de autorização judicial (art.974, §1º).
Art.974, §1o, CC - Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
Não ter impedimento legal:
Juiz, promotor, servidor público civil e federal não podem ser empresários individuais. Mas, atenção! Eles podem ser sócios de sociedade, desde que não exerçam a sua administração.
(Ver material de apoio).
Ex. membros do MP, magistrados, empresários falidos, leiloeiros, pessoas condenadas por determinados crimes, servidor público, etc. não podem ser empresários individuais, mas podem ser sócios, (ex. ser sócio de ações da Petrobrás, etc).
5.3) Empresário Casado:
Alienação de Imóveis:
O empresário casado pode ter a possibilidade de fazer a alienação de imóveis.
Ex. João tem uma loja de sapatos, constituindo sua loja na figura de um empresário individual. A loja deu lucro, e ele comprou um imóvel para ter a sua sede própria. Mas, agora, ele está passando por uma crise e precisa alienar o imóvel. Ele precisa da autorização da esposa?
No Código Civil, isso dependerá do regime de bens e nas relações civis, vige o art.1.647, CC. Já nas relações comerciais, o regramento é diferente. Vigora o art.978, do CC:
Art. 978, CC - O empresário casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
Mas, atenção! Isso é para os bens que integrem o patrimônio da empresa! Se for um bem que não integra, não pode haver a alienação sem autorização do cônjuge.
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AULA 02 – Dia 10/05/12
Questões patrimoniais:
As questões relativas ao patrimônio do empresário individual devem ser comunicadas na junta comercial, através de averbação. Então, é necessária a averbação na junta comercial.
Ex. pacto antinupcial; casamento do empresário. Esses atos devem ser averbados najunta comercial, fazendo constar o regime de bens.
Ex. Empresário se divorcia; é necessária a averbação do divórcio na junta comercial. 
Art. 979, CC - Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.
Art. 980, CC - A sentença que decretar ou homologar a separação judicial (e, também, o divórcio, após a EC 66/11) do empresário e o ato de reconciliação não podem ser opostos a terceiros, antes de arquivados e averbados no Registro Público de Empresas Mercantis.
Assim, é importante destacar que o divórcio ou o casamento somente produzirão efeitos perante terceiros depois da averbação na junta comercial.
5.4) Responsabilidade do Empresário individual:
O empresário individual possui responsabilidade ILIMITADA.
Essa responsabilidade ilimitada decorre do princípio da unidade patrimonial. Por esse princípio, tanto a pessoa física quanto a jurídica possuem um só patrimônio. Se o empresário individual é uma pessoa natural, ele só tem um patrimônio.
Ex. pessoa possui uma loja de perfumes; possui, também, os bens pessoais (carro, casa, ações na Petrobrás, etc). Esse patrimônio deve ser analisado como uma unidade. Isso significa que se essa loja possui dívidas, essas dívidas vão recair sobre os bens empresariais e sobre os bens pessoais desse empresário individual.
( Pergunta de concurso: A dívida pessoal do empresário pode recair sobre os bens empresariais do empresário individual ou só recai sobre o seu patrimônio pessoal?
R: Em razão do princípio da unidade patrimonial, o empresário individual, que é pessoa natural, possui um único patrimônio, composto de bens comerciais e bens pessoais. Assim, se a sua atividade empresarial possuir dívidas, estas dívidas poderão recair sobre os bens comerciais e também sobre os bens pessoais. Da mesma forma, se o empresário individual possuir dívidas pessoais, estas dívidas poderão recair sobre os bens pessoais e sobre os bens empresariais do empresário.
Obs: Para o empresário individual, não haverá separação de patrimônio.
Obs2: Exceção ao princípio da unidade patrimonial:
Ex. menor de 14 anos de idade recebe em doação uma fazenda. Essa fazenda ficou registrada em nome do menor. Quando esse menor completa 16 anos, o seu pai falece. Mas esse pai era dono de um restaurante, na condição de empresário individual. Seus pais eram divorciados e o menor, então, vai se tornar empresário individual, continuando o negócio do pai. Esse menor, com o sucesso do restaurante, adquire outros bens, como, por exemplo, ações na bolsa, imóveis, etc. Mas ele começa a se envolver com drogas, e o restaurante fica endividado. Os bens do menor respondem pelas dividas empresariais, SALVO A FAZENDA, QUE ERA UM BEM QUE ELE JÁ POSSUIA AO TEMPO DA SUCESSÃO OU INTERDIÇÃO, nos termos do art.974, §2º, CC.
Art. 974, CC. Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
§ 1o Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros.
§ 2o Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização.(...)
Os bens que o incapaz possuía antes de continuar a empresa e passar a ser empresário individual, se constarem no alvará de autorização (autorização de que o menor continue a atividade empresarial), não ficarão sujeitos às dívidas empresariais por ele contraídas (art.974, §2º, CC).
Segundo a doutrina, esta regra se trata de um caso de “patrimônio de afetação”.
EIRELI (Lei 12.441/11):
Esta lei acrescentou os artigos 44, VI e art.980-A, do CC. A EIRELI é a “Empresa Individual de Responsabilidade Limitada”.
EIRELI não é empresário individual, mas EMPRESA individual. Não se deve confundir isso!!!
A EIRELI surgiu porque as pessoas, para evitarem a responsabilidade ilimitada do empresário individual, montavam uma sociedade com outra pessoa, para que, havendo pessoa jurídica, pudesse haver responsabilidade limitada ao patrimônio da empresa, e não do sócio. Mas, havia um problema na sociedade, pois um sócio desconfiava do outro. Então, para montar uma pessoa jurídica, mas não ter um sócio, a pessoa colocava um parente como sócio (mãe, filho, etc), colocando esse sócio com 1% das ações. Isso é uma situação de fraude.
Para evitar esse contorno dado para fraudar a lei, o legislador criou a EIRELI, pois ela é uma empresa, pessoa jurídica, sendo que o titular dessa EIRELI não terá seu patrimônio confundido com o da empresa, que terá seus bens empresariais. Haverá, então, uma separação de patrimônio. Assim, por exemplo, se a EIRELI possuir dívidas, somente os bens da empresa serão afetados por suas dívidas.
6.1) Conceito: EIRELI é empresa individual de responsabilidade limitada, constituída na forma de pessoa jurídica, diferente do empresário individual, que é uma pessoa natural.
6.2) Responsabilidade: Somente os bens da EIRELI (pessoa jurídica) é que responderão pelas dívidas contraídas na atividade empresarial. As dívidas empresariais não recairão sobre os bens pessoais do titular da EIRELI.
Obs: Neste caso, haverá separação de patrimônio.
6.3) Formação da EIRELI: Trata-se de uma pessoa jurídica constituída por um único titular, que deverá ser uma pessoa natural (IN 117 do DNRC – Departamento Nacional de Registro de Comércio).
Obs: Pessoa jurídica pode ser titular de EIRELI? Estudar depois... Gialucca não vai falar.. Mas há discussão na doutrina.
6.4) Natureza Jurídica da EIRELI: Na doutrina, existem duas posições:
1ª Corrente – A EIRELI é uma sociedade unipessoal, ou seja, uma sociedade com um sócio só. Mas essa é uma posição minoritária, pois a sociedade tem, como regra, dois ou mais sócios. Falar em “sociedade” pressupõe em, no mínimo, 2 sócios.
2ª Corrente – Entende que a EIRELI é uma nova pessoa jurídica de direito privado, que é constituída por um único titular. Ademais, a EIRELI não é regulada dentro do capítulo que fala da “sociedade” no CC, mas definida no art.44, VI, CC. Assim:
Art. 44, CC. São pessoas jurídicas de direito privado:
(...)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
Enunciado 467, da V Jornada de Direito Civil, CJF - Art. 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada só poderá ser constituída por pessoa natural. 
Enunciado 468, da V Jornada de Direito Civil, CJF - Arts. 44 e 980-A. A empresa individual de responsabilidade limitada (EIRELI) não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado. 
6.5) Capital mínimo da EIRELI:
Se com a EIRELI os patrimônios do titular e da empresa são separados, é necessária outra forma de se conferir segurança ao credor (pois não mais haverá patrimônio pessoal do titular da EIRELI para saldar as dívidas empresariais).
Essa forma é o capital mínimo, ou seja, o titular deve integralizar (pagar), no ato da constituição da EIRELI um capital mínimo, que não poderá ser inferior a 100 vezes o valor do salário mínimo.
Art. 980-A, CC. A empresa individual de responsabilidade limitada será constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
As formas de integralização podem ser:
a) dinheiro;
b) bens móveis ou imóveis;
c) créditos (notapromissória a vencer; duplicata a vencer, etc).
Obs: Não será possível a integralização com prestação de serviços.
6.6) Limitação de número de EIRELI(s) por pessoa:
 
Art.980-A, §2º, CC - A pessoa natural que constituir empresa individual de responsabilidade limitada somente poderá figurar em uma única empresa dessa modalidade. (Incluído pela Lei nº 12.441/11)
A pessoa natural poderá constituir somente uma única EIRELI (é uma EIRELI por CPF).
Obs: O titular da EIRELI está impedido de constituir uma nova EIRELI, mas poderá ser empresário individual ou sócio de uma sociedade empresária.
6.7) Administrador:
A EIRELI, por ser uma pessoa jurídica, tem seu administrador. Quem pode ser o administrador de uma EIRELI? Pode ser um titular da EIRELI ou um terceiro.
Com base neste posicionamento, alguns autores afirmam que o funcionário público poderia constituir uma EIRELI, desde que o administrador seja um terceiro. Mas, atenção!! Mas, para que isso seja possível, essa doutrina deve entender que a EIRELI é uma sociedade, porque a lei só permite que o funcionário público seja sócio. 
Assim, para este posicionamento, devemos partir do pressuposto que a EIRELI é uma sociedade. Se considerarmos a EIRELI como uma nova pessoa jurídica de direito privado, e não como uma sociedade, revela-se impossível que o funcionário público seja o seu titular, vez que a lei somente o autoriza ser sócio cotista ou acionista.
6.8) Aplicação subsidiária:
Art.980-A, §6º, CC - Aplicam-se à empresa individual de responsabilidade limitada, no que couber, as regras previstas para as sociedades limitadas. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
6.9) Desconsideração da Personalidade Jurídica:
Se presente alguma das hipóteses de desconsideração (art.50, do CC), como, por exemplo, confusão patrimonial e desvio de finalidade da pessoa jurídica, haverá sim a desconsideração da personalidade jurídica e o credor poderá atingir o patrimônio pessoal do titular.
Art. 50, CC. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.
Justamente por entender a possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica é que o parágrafo 4º do art.980-A foi vetado. Ele dizia que “somente o patrimônio social da empresa responderia pelas dívidas da EIRELI, não se confundindo em qualquer situação com o patrimônio da pessoa natural que a constitui”. Esse parágrafo foi vetado por causa da expressão “em qualquer situação”.
6.10) Transformação:
Hoje, o Código Civil admite a transformação do empresário individual em EIRELI.
O mesmo pode ocorrer com a sociedade. 
Art.980-A, §3º, CC - A empresa individual de responsabilidade limitada também poderá resultar da concentração das quotas de outra modalidade societária num único sócio, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
Mas, atenção! Falar que a sociedade se transformou em EIRELI não é tecnicamente correto. Deve-se dizer que, quando a sociedade possuir só um sócio, ela poderá se transformar em EIRELI.
Quando a sociedade é pluripessoal (o que é a regra), o art.1.033, IV, do CC diz que se essa sociedade, por qualquer causa, vier a ficar só com um sócio, ela só pode permanecer com um sócio por, no máximo 180 dias. Após esse prazo, antes da criação da EIRELI, as soluções eram: (1) a dissolução da sociedade; (2) transformar a sociedade em empresário individual. (art.1.033, p.ú., CC). Mas, após a criação da EIRELI, há uma terceira opção: (3) transformar essa sociedade em EIRELI.
Art. 1.033, CC - Dissolve-se a sociedade quando ocorrer:
(...)
IV - a falta de pluralidade de sócios, não reconstituída no prazo de cento e oitenta dias;
Parágrafo único. Não se aplica o disposto no inciso IV caso o sócio remanescente, inclusive na hipótese de concentração de todas as cotas da sociedade sob sua titularidade, requeira, no Registro Público de Empresas Mercantis, a transformação do registro da sociedade para empresário individual ou para empresa individual de responsabilidade limitada, observado, no que couber, o disposto nos arts. 1.113 a 1.115 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
É importante observar que a EIRELI também pode ser transformada em empresário individual ou em sociedade.
6.11) Nome empresarial da EIRELI:
Art. 980-A - §1º O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
6.12) Art.980-A, §5º, CC:
Art.980-A, §5º, CC - Poderá ser atribuída à empresa individual de responsabilidade limitada constituída para a prestação de serviços de qualquer natureza a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de imagem, nome, marca ou voz de que seja detentor o titular da pessoa jurídica, vinculados à atividade profissional. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
Obrigações Empresariais:
Essa regra se aplica para o empresário individual, para a sociedade empresária e para a EIRELI.
7.1) Registro:
Competência para registro: 
A lei 8.934/94 trata da competência do SINREM – Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis. O SINREM é subdivido em dois órgãos: 
(1) DNRC – Departamento Nacional de Registro de Comércio – órgão de âmbito federal, que possui funções de órgão normatizador e órgão fiscalizador; 
(2) Junta Comercial – órgão de âmbito estadual, que tem função de órgão executor.
 O art.1150, do CC diz que o registro empresarial deve ser feito na junta comercial.
Art. 1.150, CC - O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.
( Pergunta de concurso: Se a junta comercial se nega a registrar um empresário, o que ele pode fazer? 
R: O empresário pode impetrar um Mandado de Segurança. Mas esse MS é da competência da justiça federal ou estadual? Vide RE 199.793/RS. Segundo o STF, a junta comercial possui dois tipos de subordinação: (1) subordinação administrativa; (2) subordinação técnica. No âmbito administrativo, a junta comercial está subordinada à unidade federativa (ex. quem paga o funcionário da junta é o Estado). Mas, no âmbito técnico, a junta comercial estará subordinada ao DNRC, que é um órgão federal. Assim, o indeferimento de registro de empresário é uma questão de ordem técnica, havendo, portanto, a competência da justiça federal para julgar a questão.
EMENTA RE 199.793/RS: Juntas Comerciais. Órgãos administrativamente subordinados ao Estado, mas tecnicamente à autoridade federal, como elementos do sistema nacional dos Serviços de Registro do Comércio. Conseqüente competência da Justiça Federal para o julgamento de mandado de segurança contra ato do Presidente da Junta, compreendido em sua atividade fim.
Principais efeitos decorrentes da ausência de registro:
O art.967, do CC diz que o empresário deve fazer o registro.
Art. 967, CC - É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início de sua atividade.
O empresário que não tiver registro fica sujeito às seguintes consequências;
Não poderá pedir falência de terceiro;
Não poderá pedir recuperação judicial;
Tratando-se de sociedade ou EIRELI, o respectivo sócio ou titular terá responsabilidade ilimitada (responderá com seus bens pessoais pelas dívidas empresariais);Não poderá participar de licitação;
Natureza Jurídica do Registro:
Art. 966, CC - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
O artigo 966, do CC não fala que é necessário o registro para caracterizar a condição de empresário. O registro é mera condição de regularidade.
Assim, o registro não é requisito para caracterização do empresário/ sociedade empresária ou EIRELI, mas sim para sua regularização. O empresário que não tem registro não deixa de ser empresário, mas será um empresário irregular.
Obs: Exceção: Empresário Rural: Para o empresário rural, o registro é facultativo, art.971, do CC.
Art. 971, CC - O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
Obs: Explicando esse artigo, temos que: Em que pese o artigo 971, do CC tratar o registro do empresário rural como facultativo, a lei somente considera o empresário rural como “empresário” (sociedade rural como empresária/ EIRELI rural como empresária) se fizerem registro na junta comercial. Nesse sentido, as regras do direito empresarial somente serão aplicáveis ao empresário rural que tiver registro na junta comercial.
Ex. só vai sofrer falência, ter recuperação judicial quem tiver registro. Se o empresário rural não tem registro, ele será responsabilizado pessoalmente.
Obs: Para o empresário rural, o registro tem natureza constitutiva!!
Enunciado 202, da Jornada de Direito Civil – CJF - O registro do empresário ou sociedade rural na junta comercial é facultativo e de natureza constitutiva, sujeitando-se ao regime jurídico empresarial. É inaplicável este regime ao empresário ou sociedade rural que não exercer tal opção.
d) Registro lato sensu:
Quando falamos do ato de registro, essa expressão compreende três atos: matrícula, arquivamento e autenticação.
A matrícula é o registro dos auxiliares do comércio, como por exemplo, o leiloeiro, o tradutor intérprete juramentado.
O arquivamento é o registro de ato constitutivo, modificativo ou extintivo de empresário, sociedade empresária ou EIRELI (ex. modificar o contrato social, dar baixa na sociedade, etc).
Art. 32, Lei 8.934/94 - O registro compreende:
I - a matrícula e seu cancelamento: dos leiloeiros, tradutores públicos e intérpretes comerciais, trapicheiros e administradores de armazéns-gerais;
II - O arquivamento:
a) dos documentos relativos à constituição, alteração, dissolução e extinção de firmas mercantis individuais, sociedades mercantis e cooperativas;
b) dos atos relativos a consórcio e grupo de sociedade de que trata a Lei nº 6.404, de 15/12/76;
c) dos atos concernentes a empresas mercantis estrangeiras autorizadas a funcionar no Brasil;
d) das declarações de microempresa;
e) de atos ou documentos que, por determinação legal, sejam atribuídos ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins ou daqueles que possam interessar ao empresário e às empresas mercantis;
III - a autenticação dos instrumentos de escrituração (livros – livro-caixa, livro-ata –, atas, etc.) das empresas mercantis registradas e dos agentes auxiliares do comércio, na forma de lei própria.
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AULA 03 – 21/05/12
7.2) Escrituração dos Livros Empresariais:
a) Classificação dos Livros:
a.1) Livros Obrigatórios: 
Livro Obrigatório Comum – art.1.180, do CC, que trata do livro diário.
Art. 1.180, CC - Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.
Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o lançamento do balanço patrimonial e do de resultado econômico.
O livro obrigatório comum é o livro diário, que poderá ser substituído por fichas em caso de escrituração mecanizada ou eletrônica. 
Livro Obrigatório Especial – É o livro que o empresário deve escriturar, mas não se trata de um livro obrigatório em todos os casos, mas apenas em algumas situações especiais, como, por exemplo, o livro de registro de duplicatas. O empresário só será obrigado a escriturar esse livro se ele trabalhar com duplicatas.
a.2) Livros Facultativos: São os livros que o empresário não é obrigado a escriturar. Ex. conta corrente, livro-caixa, livro-razão.
b) Consequências da ausência de escrituração: (IMPORTANTE PARA MP!!!)
A não escrituração do livro obrigatório, a princípio, não leva a nenhuma consequência no âmbito empresarial. Mas, cuidado! Se o empresário tiver proferida em seu desfavor sentença declaratória de falência, ter concessão de recuperação judicial ou ter homologação de plano de recuperação extrajudicial, o fato de ter deixado de escriturar passa a configurar crime falimentar, previsto no art.178, da Lei 11.101/05.
Omissão dos documentos contábeis obrigatórios
Art. 178, Lei 11.101/05 - Deixar de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios (ou seja, o livro diário):
Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa, se o fato não constitui crime mais grave.
Então, escriturar com falhas livro obrigatório ou deixar de escriturar livro facultativo não é crime falimentar.
c) Dispensados da escrituração:
Está dispensado da escrituração o pequeno empresário, conforme art.1.179, §2º, CC: 
Art.1.179, §2º, CC - É dispensado das exigências deste artigo o pequeno empresário a que se refere o art. 970.
Logo, o pequeno empresário não comete crime falimentar.
Obs: art.3º, LC 123, alterado pela LC 139:
	
	
Micro Empresa*
	
Empresa de Pequeno Porte*
	Pequeno Empresário
(microempreendedor individual)
	Modalidades empresárias possíveis
	Empresário Individual
Sociedade Empresária
Sociedade Simples
EIRELI
	Empresário Individual
Sociedade Empresária
Sociedade Simples
EIRELI
	
Empresário Individual
	Receita Bruta Anual
	Igual ou inferior a 
R$360 mil.
	Superior a R$360 mil e igual ou inferior a R$3,6 milhões.
	Igual ou inferior a 
R$60 mil.
	Escrituração
	Obrigatória
	Obrigatória
	Dispensado
*Art. 2o,, LC 139 - Os arts. 1o, 3o, 17, 18, 18-A, 19, 20, 25, 30, 31, 41 e 68 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, passam a vigorar com as seguintes alterações:
(...) 
“Art. 3º Para os efeitos desta Lei Complementar, consideram-se microempresas ou empresas de pequeno porte a sociedade empresária, a sociedade simples, a empresa individual de responsabilidade limitada e o empresário a que se refere o art. 966, do CC, devidamente registrados no Registro de Empresas Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o caso, desde que: 
I - no caso da microempresa, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais); e 
II - no caso da empresa de pequeno porte, aufira, em cada ano-calendário, receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos mil reais)”.
Logo, micro empresa e empresa de pequeno porte são classificações dadas a algum tipo de empresa/empresário para que elapossa ter algum benefício ou tratamento diferenciado das demais empresa.
Princípio da sigilosidade dos livros:
Esse princípio está no art.1.190, do CC.
Art. 1.190, CC - Ressalvados os casos previstos em lei, nenhuma autoridade, juiz ou tribunal, sob qualquer pretexto, poderá fazer ou ordenar diligência para verificar se o empresário ou a sociedade empresária observam, ou não, em seus livros e fichas, as formalidades prescritas em lei.
Isso é para evitar que essas informações comerciais vazem e interfiram, por exemplo, na livre concorrência, impera o princípio da sigilosidade dos livros.
Assim, a regra geral é a de que os livros empresariais por apresentarem informações comerciais de grande importância para a gestão empresarial devem ser tratados com sigilosidade.
Obs: Exceções à sigilosidade:
Exibição total dos livros: Ocorrerá nas hipóteses do art.1.191, do CC.
Art. 1.191, CC - O juiz só poderá autorizar a exibição integral dos livros e papéis de escrituração quando necessária para resolver questões relativas a sucessão, comunhão ou sociedade, administração ou gestão à conta de outrem, ou em caso de falência.
§ 1o O juiz ou tribunal que conhecer de medida cautelar ou de ação pode, a requerimento ou de ofício, ordenar que os livros de qualquer das partes, ou de ambas, sejam examinados na presença do empresário ou da sociedade empresária a que pertencerem, ou de pessoas por estes nomeadas, para deles se extrair o que interessar à questão.
§ 2o Achando-se os livros em outra jurisdição, nela se fará o exame, perante o respectivo juiz.
São as seguintes hipóteses de exibição integral do livro:
I.1) Tratando-se de sociedade (ex. saber algo sobre o sócio).
I.2) Em caso de Sucessão (ex. filho quer saber o que o pai tinha).
I.3) Administração ou gestão à conta de outrem (ex. terceiro está administrando o negócio e não quer exibir o livro).
I.4) Em caso de falência.
Para que o próprio sócio veja os livros, ele deve pedir ao juiz, sendo necessária uma autorização judicial, pois a regra é de sigilosidade.
Exibição parcial dos livros: É possível em qualquer ação judicial. 
Art.1.193, do CC: A sigilosidade não se aplica às autoridades fazendárias quando do exercício da fiscalização do pagamento de impostos.
Art. 1.193, CC - As restrições estabelecidas neste Capítulo ao exame da escrituração, em parte ou por inteiro, não se aplicam às autoridades fazendárias, no exercício da fiscalização do pagamento de impostos, nos termos estritos das respectivas leis especiais.
Obs: Súmula 439, STF - Estão sujeitos a fiscalização tributária ou previdenciária quaisquer livros comerciais, limitado o exame aos pontos objeto da investigação.
Ex. Se o fiscal quiser ver o recolhimento do ICMS ano-calendário 2010, só serão exibidos os livros necessários para o exame dessa questão.
e) Consequência da Ausência de apresentação dos livros:
Se não forem apresentados os livros, haverá uma ordem de busca e apreensão, prevista no art.1.192, caput, do CC. Os fatos narrados que estão diretamente relacionados à prova dos livros serão reputados como verdadeiros (trata-se de uma presunção relativa, que pode ser afastada por prova documental em contrário).
Art. 1.192, CC - Recusada a apresentação dos livros, nos casos do artigo antecedente, serão apreendidos judicialmente e, no do seu § 1o, ter-se-á como verdadeiro o alegado pela parte contrária para se provar pelos livros.
Parágrafo único. A confissão resultante da recusa pode ser elidida por prova documental em contrário.
Obs: Ausência de apresentação dos livros em caso de falência:
Art. 104, Lei 11.101 - A decretação da falência impõe ao falido os seguintes deveres:
(...)
II – depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios (livro diário), a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz;
(..)
Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência.
Então, o empresário falido deve apresentar os livros obrigatórios em cartório, sob pena de crime de desobediência.
f) Falsificação dos livros comerciais:
A falsificação dos livros comerciais configura crime do art.297, CP (falsificação de documento público):
Falsificação de documento público
Art. 297, CP - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - na folha de pagamento ou em documento de informações que seja destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório;
II - na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; 
III - em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no § 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
7.3) Os Balanços:
O empresário deve fazer dois balanços anuais – balanço patrimonial e balanço de resultado econômico. 
O balanço patrimonial é previsto no art.1.188, do Código Civil e Balanço patrimonial é apura ativo e passivo. 
Art. 1.188, CC - O balanço patrimonial deverá exprimir, com fidelidade e clareza, a situação real da empresa e, atendidas as peculiaridades desta, bem como as disposições das leis especiais, indicará, distintamente, o ativo e o passivo.
Parágrafo único. Lei especial disporá sobre as informações que acompanharão o balanço patrimonial, em caso de sociedades coligadas.
Já o balanço de resultado econômico é previsto no art.1.189, do Código Civil e apura o resultado (a partir dos lucros e das perdas).
Art. 1.189, CC - O balanço de resultado econômico, ou demonstração da conta de lucros e perdas, acompanhará o balanço patrimonial e dele constarão crédito e débito, na forma da lei especial.
7.4) Art.1.194, do CC:
Esse artigo determina que o empresário mantenha em boa guarda e conservação todos os seus livros e documentos.
Art. 1.194, CC - O empresário e a sociedade empresária são obrigados a conservar em boa guarda toda a escrituração, correspondência e mais papéis concernentes à sua atividade, enquanto não ocorrer prescrição ou decadência no tocante aos atos neles consignados.
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NOME EMPRESARIAL
Previsão Constitucional:
O nome empresarial tem previsão constitucional no art.5º, XXIX, CF:
Art.5º, XXIX, CF - A lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio temporário para sua utilização, bem como proteção às criações industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico do País;
Conceito de nome empresarial:
É o elemento de identificação do empresário, sociedade empresária ou EIRELI.
3) Espécies ou modalidades de nome empresarial:
4) Aplicação e Composição:
4.1) Firma:
4.1.1) Firma Individual:Aplicação: Somente o empresário individual poderá ter firma individual. 
Composição: A firma individual se dá pelo nome civil do empresário, nome este que poderá ser completo ou abreviado. 
Ex. Rogério Sanches Cunha. Pode a firma individual ter o nome R.S. Cunha ou Rogério Cunha.
Atenção! Pode o empresário, SE QUISER, colocar mais algum termo designativo, que se relaciona ao empresário ou ao seu ramo de atividades.
Ex. Rogério Sanches Comércio de Miniaturas; R.S. O Gigante.
Art. 1.156, CC - O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade.
4.1.2) Firma Social ou Razão Social:
Aplicação: A firma social é aplicada para sociedade que possui sócio com responsabilidade ilimitada.
Ex. Sociedade em nome coletivo, em que todos os sócios respondem de forma ilimitada.
Composição: Se dá com o(s) nome(s) do(s) sócio(s).
Ex. Rogério Sanches e Renato Brasileiro de Lima; R. Sanches e R. Brasileiro.
Poderia ser utilizado, também, o termo “e Companhia” ou “e cia”, o que significa que existe(m) outro(s) sócio(s).
Obs: A expressão “Cia” no meio do nome ou no início do nome empresarial, isso significa que a sociedade é uma sociedade anônima, como, por exemplo, Cia Brasileira de Distribuição; Porto Seguro Cia de Seguros. (Mas, deve-se ter bom senso, como, por exemplo, no caso de “Cia do Terno”).
Atenção! Aqui, o ramo de atividade também é FACULTATIVO.
Ex. Rogério Sanches e Renato Brasileiro Sauna Mista.
4.2) Denominação:
Aplicação: A denominação será aplicada para sociedade que possui sócio com responsabilidade limitada. 
Ex. na sociedade anônima o sócio tem responsabilidade limitada.
Composição: Palavras, expressões, frases ou termos.
Ex. Divina Gula; Que fome!; Alvorada; Cê qui Sabe; etc.
Atenção! Aqui, o ramo de atividade é OBRIGATÓRIO. 
Ex. Divina Gula Restaurante; Que fome! Lanchonete; Alvorada Transportadora; Cê qui Sabe Motel; etc.
Excepcionalmente, a denominação pode ter nome de sócio, desde que seja para fazer uma homenagem para o sócio, que contribuiu para o sucesso da sociedade.
Ex. Camargo Correa S/A.
4.3) Exceções: Casos em que pode ser aplicada tanto a firma quanto a denominação:
( Na Sociedade em Comandita por Ações.
( Sociedade Limitada, conforme art.1.158, do CC. Pode ser firma ou denominação. Mas, atenção!! Aqui sempre deve haver no final do nome a expressão Ltda (que pode ser por extenso ou limitada).
Ex. R.Sanches e R.Brasileiro Ltda; OU Bebezinhos da Mamãe Buffet Infantil Limitada.
Art. 1.158, CC - Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura.
§ 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social.
§ 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios.
O que acontece se houver uma omissão da palavra limitada? Atenção! Gera responsabilidade solidária e ilimitada, para o ADMINISTRADOR (não é do sócio, mas dos administradores) que assim empregarem a firma ou denominação.
Art. 1.158, §3o, CC - A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade.
( EIRELI. A EIRELI pode ter tanto denominação como, também, firma. Mas, no caso da EIRELI, necessariamente, deve ser utilizado no final do nome a expressão “EIRELI”.
Art.980-A, §1º, CC - O nome empresarial deverá ser formado pela inclusão da expressão "EIRELI" após a firma ou a denominação social da empresa individual de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011)
Ex. Renato Brasileiro EIRELI (firma); Bola Sete Comércio de Balas EIRELI (denominação).
Obs: art.1.162, do CC diz que a sociedade em conta de participação não possui nome empresarial.
Relação – Forma Empresarial e Nome Empresarial:
	
	Firma Individual
	Denominação
	Empresário Individual
	X
	------
	Sociedade em nome coletivo
	X
	------
	Sociedade em Comandita Simples
	X
	------
	Sociedade Anônima
	------
	X
	Sociedade em Comandita por Ações
	X
	X
	Sociedade Limitada
	X
	X
	EIRELI
	X
	X
 5) Proteção do Nome Empresarial (Lei 8.934/94 – art.33):
A proteção do nome empresarial decorre automaticamente do registro do empresário/ sociedade empresária/ EIRELI na Junta Comercial.
Art. 33, Lei 8.934/94 - A proteção ao nome empresarial decorre automaticamente do arquivamento dos atos constitutivos de firma individual e de sociedades, ou de suas alterações.
A proteção do nome empresarial se dá em âmbito estadual ou nacional?
O nome empresarial é registrado na junta comercial, que é um órgão estadual. Isto é a regra geral, e está previsto no art.1.166, do CC:
Art. 1.166, CC - A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado.
Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especia. (e essa lei especial ainda não existe).
6) Princípios do Nome empresarial:
6.1) Veracidade / autenticidade:
O nome empresarial deve ser verdadeiro, correspondente à realidade. Isto é, esse princípio impõe que a firma individual ou a firma social seja composta a partir do nome do empresário ou dos sócios respectivamente. 
Ex. Logo, não se pode, por exemplo, chamar uma panificadora de Drogal. 
Ex. Não se pode colocar, por exemplo, Alexandre Gialucca e Eike Batista Consultoria de Negócios, pois Eike não é sócio da sociedade.
Ex. Se, numa sociedade com dois sócios, um deles falece ou sai da sociedade, deve o seu nome ser retirado da firma, conforme art.1.165, do CC. 
Art. 1.165, CC - O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social.
A lei não fala que é necessário retirar em nome da pessoa falecida da denominação, pois é possível denominação com nome de pessoas por razão de homenagem (não importando, portanto, se a pessoa está viva ou morta).
6.2) Princípio da Novidade:
Não poderão coexistir na mesma unidade federativa dois nomes empresariais idênticos, prevalecendo aquele já protegido pelo prévio registro.
7) Término da Proteção do Nome Empresarial:
Isso ocorrerá em duas situações:
Art.60, da Lei 8.934/94. O empresário ou sociedade empresária que fica inativo por mais de 10 anos, perderá o direito ao nome empresarial, pois terá seu cancelamento na junta comercial.
Art. 60, Lei 8.934/94 - A firma individual ou a sociedade que não proceder a qualquer arquivamento no período de dez anos consecutivos deverá comunicar à junta comercial que deseja manter-se em funcionamento.
§ 1º Na ausência dessa comunicação, a empresa mercantil será considerada inativa, promovendo a junta comercial o cancelamento do registro, com a perda automática da proteção ao nome empresarial.
§ 2º A empresa mercantil deverá ser notificada previamente pela junta comercial, mediante comunicação direta ou por edital, para os fins deste artigo.
§ 3º A junta comercial fará comunicação do cancelamento às autoridades arrecadadoras, no prazo de até dez dias.
§ 4º A reativação da empresa obedecerá aos mesmos procedimentos requeridos para sua constituição.
Ocorrerá em caso de dissolução e liquidação da sociedade.
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AULA 04 – 06/06/12
8) Características do Nome Empresarial:
Inalienabilidade:
O nome empresarial é inalienável, ou seja, não é possível a sua alienação, conforme art.1.164, do CC:
Art. 1.164, CC - O nomeempresarial não pode ser objeto de alienação.
Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor.
Deve-se responder isso numa prova objetiva. Apesar disso, certa parte da doutrina até admite alienação. O nome empresarial pode ser a firma social ou a denominação. A firma social não poder ser alienada, pois ela leva o nome dos sócios. Mas, parte da doutrina admite a alienação da denominação. Mas essa é uma corrente minoritária.
Art.1.167, do CC:
Art. 1.167, CC - Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato.
Ex. Alexandre tem um restaurante e o chamou de “Garfo de Ouro”. Depois de um tempo, surge um outro restaurante com esse mesmo nome. Alexandre pode ajuizar uma ação pedindo a anulação do nome empresarial daquela outra empresa.
O prejudicado pode, a qualquer tempo, ajuizar ação de anulação de nome empresarial.
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ESTABELECIMENTO COMERCIAL ou
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL ou FUNDO DE COMÉRCIO
( Estudar somente pelo caderno.
Art. 1.142, CC ao 1.149, do CC.
Conceito de Estabelecimento Empresarial:
É todo complexo de bens organizado para exercício da empresa, por empresário, sociedade empresária ou EIRELI. 
Art. 1.142, CC. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade empresária.
Esse conjunto de bens é formado pelos bens materiais (ou corpóreos, como, por exemplo, móveis, equipamentos, maquinários, mercadorias, imóvel, veículos, etc.) e pelos bens imateriais (ou incorpóreos, como por exemplo, marca, patente, ponto comercial). Estabelecimento é tudo isso, então.
Estabelecimento não é o imóvel. Imóvel é um elemento integrante de estabelecimento.
Atenção! Vale lembrar que o estabelecimento é composto pelo conjunto de bens que estiverem diretamente relacionados à atividade empresarial.
Ex. Uma padaria possuía dois imóveis: Imóvel 1 e imóvel 2. O imóvel 1 era onde funcionava a padaria. O imóvel 2 estava sendo alugado. E o dinheiro desse aluguel era utilizado para comprar mercadorias para a padaria. Então, por não estar relacionado diretamente à atividade empresarial, esse imóvel 2 não faz parte do estabelecimento comercial. Esse imóvel fará parte do patrimônio da padaria, mas não fazem parte do estabelecimento comercial.
ESTABELECIMENTO ≠ PATRIMÔNIO
O conjunto de bens deve ser organizado.
Ademais, o estabelecimento é imprescindível para o exercício da atividade empresarial, ou seja, não há como desempenhar a atividade empresarial sem esses bens.
Natureza Jurídica:
O estabelecimento é uma universalidade. 
O estabelecimento é um conjunto de bens reunidos não por vontade da lei, mas sim por vontade do empresário, sociedade empresária ou EIRELI, razão pela qual a doutrina majoritária entende que se trata de universalidade de fato.
O estabelecimento é sujeito de direitos? Não. Sujeito de direitos é o empresário e a sociedade empresária. Para ser sujeito de direitos, deve haver personalidade jurídica. Estabelecimento é objeto unitário de direitos. Unitário porque analisa-se o estabelecimento como uma unidade.
E, nesse sentido, sendo uma unidade, o estabelecimento pode ser alienado, arrendado, etc.
Art. 1.143, CC. Pode o estabelecimento ser objeto unitário de direitos e de negócios jurídicos, translativos ou constitutivos, que sejam compatíveis com a sua natureza.
Trespasse:
Trata-se de um nome de origem portuguesa. É o nome que se dá para o contrato de compra e venda de estabelecimento empresarial (contrato de trespasse).
Ex. A padaria Ki Pão Ltda. é uma pessoa jurídica que possui dois sócios: João (com 70% das cotas) e Alfredo (que tem 30% das cotas). A Ki Pão possui duas unidades: Unidade 1 – padaria do centro; Unidade 2 – padaria do shopping. A Ki Pão está interessada em vender um dos estabelecimentos. A padaria Forno Quente Ltda. está comprando o estabelecimento 2. Será feito um contrato de trespasse (contrato de alienação do estabelecimento). Antes do trespasse, o titular da unidade 2 é a Ki Pão Ltda. Após o trespasse, o titular é a Forno Quente Ltda.
No trespasse haverá a transferência da titularidade do estabelecimento comercial.
Obs: TRESPASSE ≠ CESSÃO DE COTAS No contrato de cessão de cotas não há transferência da titularidade do estabelecimento, mas modificação do quadro social (alteração de sócio).
Ex. A padaria Ki Pão Ltda. é uma pessoa jurídica que possui dois sócios: João (com 70% das cotas) e Alfredo (que tem 30% das cotas). A Ki Pão possui duas unidades: Unidade 1 – padaria do centro; Unidade 2 – padaria do shopping. João está interessado em vender as suas cotas. A Forno Quente Ltda. está interessada nas quotas de João. João vende as suas cotas para a Forno Quente Ltda, por meio de um contrato de cessão de cotas. Na cessão de cotas, João deixou de ser sócio e transferiu as suas cotas sociais para uma pessoa jurídica chamada Forno Quente Ltda. Então, com relação ao quadro social, antes a pessoa jurídica será composta por João (com 70% das cotas) e Forno Quente Ltda. (que tem 30% das cotas). Mas, com relação à titularidade da unidade 2, temos que, antes da cessão de cotas a titularidade é a Ki Pão Ltda. Após, também.
Eficácia do Contrato de Trespasse:
O contrato produz efeito entre as partes imediatamente. Mas, esse contrato só terá eficácia perante terceiros se cumprir as formalidades previstas no art.1.144, do CC.
Art. 1.144, CC. O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabelecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.
Nesse sentido, para a produção de efeitos perante terceiros, é necessário fazer a averbação do contrato na junta comercial. Além disso, é necessária a publicação na imprensa oficial. Essa publicidade ao trespasse é importante tanto para o alienante quanto para o adquirente. Então, deve ser feita a averbação E a publicação na imprensa oficial.
5) Estabelecimento é garantia dos credores:
A garantia do credor é o conjunto de bens do seu devedor. Inclusive, o estabelecimento comercial pode ser penhorado, conforme súmula 451, do STJ:
Súmula 451, STJ – É legítima a penhora da sede do estabelecimento comercial.
Mas, atenção! O STJ entendeu que isto é possível, porém é medida excepcional, que só pode ser feito em caso de ausência de outros bens.
Ex. A Ki Pão é uma pessoa jurídica tem 2 estabelecimentos. O estabelecimento 1 está avaliado em R$2 milhões de reais. O estabelecimento 2 está avaliado em R$500 mil reais. A dívida da Ki Pão é de R$1,2 milhão de reais. Se a Ki Pãp resolver alienar a sua unidade 2, ela poderá fazê-lo livremente, pois o valor da unidade 1 é suficiente para garantir a dívida com seus credores. Logo, poderá vender sua unidade 1 sem autorização dos credores.
Ex2. No exemplo acima, se a Ki Pão quiser vender a unidade 1, contudo, ela necessitará de autorização dos seus credores, pois o valor da unidade 2 não é suficiente para saldar e garantir suas dívidas.
Art. 1.145, CC. Se ao alienante não restarem bens suficientes para solver o seu passivo, a eficácia da alienação do estabelecimento depende do pagamento de todos os credores, ou do consentimento destes, de modo expresso ou tácito, em trinta dias a partir de sua notificação.
Se o alienante não permanecer com bens suficientes para saldar a dívida (o seu passivo), o art.1.145, do CC diz que, nesse caso, o alienante precisará fazer o pagamento de todos os credores, ou vai pedir a anuência de todos os credores.
Se não forem observadas as regras do art.1.145, CC pelo alienante, o contrato de trespasse será ineficaz.
Neste caso, o credor pode executaro devedor (se a sua dívida estiver vencida) e pedir a penhora do estabelecimento. A inobservância do art.1.145, CC, configura “ato de falência”, previsto no art. 94, III, c, da Lei 11.101/05, que autoriza ao credor pedir a falência do devedor.
Art. 94, Lei 11.101/05 - Será decretada a falência do devedor que:
III – pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial:
c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;
É possível que o credor entre com o pedido de falência e peça a ineficácia do ato no processo de falência. Isso significa o retorno ao status quo ante (o negócio será desfeito).
Art. 136, Lei 11.101/05 - Reconhecida a ineficácia ou julgada procedente a ação revocatória, as partes retornarão ao estado anterior, e o contratante de boa-fé terá direito à restituição dos bens ou valores entregues ao devedor.
§1º Na hipótese de securitização de créditos do devedor, não será declarada a ineficácia ou revogado o ato de cessão em prejuízo dos direitos dos portadores de valores mobiliários emitidos pelo securitizador.
§2º É garantido ao terceiro de boa-fé, a qualquer tempo, propor ação por perdas e danos contra o devedor ou seus garantes.
6) Responsabilidade pelo Pagamento das dívidas anteriores:
	Responsabilidade pelas dívidas anteriores
	
Adquirente
	O art.1.146, CC diz que o adquirentes responderá sim pelas dívidas anteriores, mas, desde que a dívida esteja regularmente contabilizada. Mas, atenção! Essa regra se aplica para as dívidas que não sejam tributária ou trabalhista, pois estas dívidas possuem regramento diferenciado (art.133, do CTN e art. 10 e 448, do CTN).
	
Alienante
	A lei diz que o alienante responde de forma solidária pelo prazo de 1 ano. Esse um ano será contado da seguinte forma:
- Dívida vencida – 1 ano a partir da publicação.
- Dívida vincenda – 1 ano contado do vencimento.
Art. 1.146, CC - O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo prazo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.
Obs: Não confundir esse prazo de 1 ano com o prazo de 2 anos da cessão de quotas, prevista no art. 1.003, parágrafo único do CC.
Art. 1.003, parágrafo único, CC - Até dois anos depois de averbada a modificação do contrato, responde o cedente solidariamente com o cessionário, perante a sociedade e terceiros, pelas obrigações que tinha como sócio.
7) Concorrência:
Suponha-se uma concessionária de veículos, que é vendida para Pedro. Depois de um ano da venda, o vendedor compra uma outra concessionária de veículos em frente. Isso é possível?
Quem define ou não a concorrência é o contrato de trespasse.
Cuidado! Antes do CC/2002, não havia uma regra expressa dizendo o que aconteceria se isso ocorresse. Então, era muito comum nos contratos de trespasse, a inclusão de “cláusula de não restabelecimento”. Só não se admitia a concorrência se essa cláusula de restabelecimento estivesse presente no contrato de trespasse.
Mas, com o CC/2002, a regra passou a ser diferente, consoante o art.1.145, do CC.
Art. 1.147, CC. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.
Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.
Então, na omissão do contrato, o alienante não pode fazer concorrência ao adquirente pelo prazo de 5 anos. 
Isso significa que a cláusula de não restabelecimento agora está implícita aos contratos de trespasse.
Atenção! O contrato pode estabelecer prazo menor ou prazo maior para a não concorrência. Ocorre que, sobre esse ponto, o Enunciado 489, da V Jornada de Direito Civil, observa que:
Enunciado 489, da V Jornada de Direito Civil - Art. 1.147. A ampliação do prazo de 5 anos de proibição de concorrência pelo alienante ao adquirente do estabelecimento, ainda que convencionada no exercício da autonomia da vontade, pode ser revista judicialmente, se abusiva. 
Obs: A previsão do art.1.147, CC não reflete limitação à liberdade de concorrência, mas pelo contrário, expressa um dever de concorrência leal.
Art. 1.148, do CC: Sub-rogação do adquirente nos contratos relacionados à exploração do estabelecimento:
Art. 1.148, CC. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a responsabilidade do alienante.
Ex. Gialucca tem uma pizzaria e tem um contrato de fornecimento de especiaria e chopps por preço muito barato. Ele vende a pizzaria. Os contratos deverão ser mantidos para o adquirente.
Mas, atenção! Essa regra do art.1.148, CC possui uma exceção, que está no contrato de locação empresarial. Nesse caso, aplica-se o art.13, da Lei 8.245/91, em que é necessária autorização escrita pelo locador.
Art. 13, Lei 8.245/91 - A cessão da locação, a sublocação e o empréstimo do imóvel, total ou parcialmente, dependem do consentimento prévio e escrito do locador. 
§ 1º Não se presume o consentimento pela simples demora do locador em manifestar formalmente a sua oposição. 
§ 2º Desde que notificado por escrito pelo locatário, de ocorrência de uma das hipóteses deste artigo, o locador terá o prazo de trinta dias para manifestar formalmente a sua oposição. 
Sobre esse tema, há entendimento do STJ:
INFORMATIVO 465, STJ - LOCAÇÃO COMERCIAL. TREPASSE. Trata-se de ação de despejo por falta de pagamento cumulada com ação de cobrança dos aluguéis; o primitivo locador realizou a cessão do fundo de comércio a terceiros (trepasse), o que, a seu ver, exonerá-lo-ia da responsabilidade por ulteriores débitos locatícios em razão da inaplicabilidade do art. 13 da Lei n. 8.245/1991 aos contratos de locação comercial. Apesar da relevância do trepasse para o fomento e facilitação dos processos produtivos e como instrumento para a realização do jus abutendi (o poder de dispor do estabelecimento comercial), ele está adstrito a certos limites. O contrato locatício, por natureza, reveste-se de pessoalidade, pois são sopesadas as características individuais do futuro inquilino ou fiador (capacidade financeira e idoneidade moral), razão pela qual a alteração deles não pode dar-se sem o consentimento do proprietário do imóvel. Assim, não há como entender que o referido artigo da Lei do Inquilinato não possa ser aplicado às locações comerciais, visto que, ao prevalecer o entendimento contrário, tal qual pretendido pelo recorrido, o proprietário do imóvel estaria à mercê do inquilino, que, por sua conveniência, imporia ao locador honrar o contrato com pessoa diversa daquela constante do instrumento, que pode não ser apta a cumprir o avençado por não possuir as qualidades exigidas pelo proprietário. Assim, a modificação, de per si, de um dos polos do contrato de aluguel motivada pela cessão do fundo do comércio fere o direito de propriedade do locador e a própria liberdade de contratar, quanto mais não sendo permitido o fomento econômico à custa do direito de propriedade alheio. Dessarte, o juiz deve reapreciar a inicial ao considerar aplicável o disposto no art. 13 da Lei n. 8.245/1991 ao contrato de locação comercial. REsp 1.202.077-MS, Rel. Min. Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ-RS), julgado em 1º/3/2011. 
9) Título de estabelecimento:
Título de estabelecimento é o apelido comercial que se dá para um estabelecimento comercial. É o conhecido “nome fantasia”.Atenção! Título de estabelecimento não se confunde com nome empresarial. O nome empresarial identifica o empresário, a sociedade empresária ou a EIRELI. 
Ex. Cia Brasileira de Distribuição – tem o nome fantasia de Grupo Pão de Açúcar.
Ex. Globex Utilidades Domésticas S/A – tem o apelido comercial (nome fantasia) de Ponto Frio.
 
Ademais, a marca identifica o produto ou o serviço.
Ex. Marca do sapato, carro, perfume, relógio, celular, etc.
	Nome Empresarial
	Identifica a pessoa
	Nome Fantasia ou 
Título do Estabelecimento
	Nome fantasia (apelido) dado para um conjunto de bens
	Marca
	Identifica o produto ou serviço
Ex. a Hipermarcas é o nome empresarial que possui várias marcas.
10) Aviamento:
Aviamento é o potencial de lucratividade da empresa (daquela reunião de bens). A articulação de bens que compõem o estabelecimento agrega-lhe um valor econômico que o mercado reconhece como aviamento. 
É importante notar, contudo, que o aviamento NÃO É ELEMENTO INTERGRANTE DO ESTABELECIMENTO. O aviamento é, apenas, um atributo do estabelecimento.
Segundo Oscar Barreto Filho, “o aviamento existe no estabelecimento assim como a saúde existe na pessoa humana, a velocidade no automóvel e a fertilidade no solo. São qualidades dos entes a que se referem. O aviamento não existe como elemento separado, suscetível de ser alienado ou dado em garantia, mas sim um atributo do estabelecimento”.
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PONTO COMERCIAL
Conceito: 
O ponto comercial é um integrante do estabelecimento. É um bem imaterial. É o local onde o empresário, sociedade empresária ou EIRELI realiza a sua atividade empresarial.
Proteção do Ponto Comercial:
A proteção do ponto comercial se dá com o ajuizamento da ação renovatória, que tem por finalidade a renovação compulsória do contrato de locação empresarial.
2.1) Requisitos da Ação Renovatória:
Todos esses requisitos estão no art.51, da Lei 8.245/91. Vale ressaltar que esses requisitos são cumulativos:
Contrato escrito e com prazo determinado;
O contrato ou a soma ininterrupta dos contratos tem que totalizar prazo contratual mínimo de 5 anos;
O locatário deve estar explorando o mesmo ramo de atividade econômica nos últimos 3 anos. 
Art. 51, Lei 8.245/91 - Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: 
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; 
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; 
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. 
Percebe-se, por isso, que a finalidade da Lei é proteger o ponto comercial, em que já há um ponto estável.
§1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. 
§2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. 
§3º Dissolvida a sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. 
§4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. 
§5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. 
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AULA 04 – 21/06/12
Art. 1.149, CC - A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.
21/06/2012
Legitimidade ativa para a propositura da ação renovatória: o sublocatário pode ajuizar ação renovatória?
R: Art. 51, parágrafo 1º, da Lei 8.245/91, quem ajuíza a ação renovatória na sublocação é o sublocatário.
“§ 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário.”.
Prazo para ajuizamento da ação renovatória: art. 51, parágrafo 5º, da Lei 8.245/91; quando restar um ano para o encerramento do prazo da locação, inicia-se o prazo para ajuizamento da ação renovatória; o prazo para ajuizamento se expira 6 meses antes da data aprazada para término do contrato.
“§ 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor.”. 
Exceção de retomada: casos excepcionais que permitem a retomada do imóvel por parte do locador, ainda que tenha sido ajuizada ação renovatória. Cabe ao locador apresentar a exceção de retomada, em sede de contestação (e não por meio de reconvenção).
Previsão legal: art. 52 c/c art. 72 da Lei 8.245/91: 
“Art. 52 - O locador não estará obrigado a renovar o contrato se: 
I - por determinação do Poder Público, tiver que realizar no imóvel obras que importarem na sua radical transformação; ou para fazer modificações de tal natureza que aumente o valor do negócio ou da propriedade; 
II - o imóvel vier a ser utilizado por ele próprio ou para transferência de fundo de comércio existente há mais de um ano, sendo detentor da maioria do capital o locador, seu cônjuge, ascendente ou descendente. 
§ 1º - Na hipótese do inciso II, o imóvel não poderá ser destinado ao uso do mesmo ramo do locatário, salvo se a locação também envolvia o fundo de comércio, com as instalações e pertences. 
§ 2º - Nas locações de espaço em shopping centers, o locador não poderá recusar a renovação do contrato com fundamento no inciso II deste artigo. 
§ 3º - O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar.
 
Art. 72 - A contestação do locador, além da defesa de direito que possa caber, ficará adstrita, quanto à matéria de fato, ao seguinte: 
I - não preencher o autor os requisitos estabelecidos nesta lei; 
II - não atender, a proposta do locatário, o valor locativo real do imóvel na época da renovação, excluída a valorização trazida por aquele ao ponto ou lugar; 
III - ter proposta de terceiro para a locação, em condições melhores; 
IV - não estar obrigado a renovar a locação (incisos I e II do artigo 52). § 1° No caso do inciso II, o locador deverá apresentar, em contraproposta, as condições de locação que repute compatíveis com o valor locativo real e atual do imóvel. 
§ 2° - No caso do inciso III, o locador deverá juntar prova documental da proposta do terceiro, subscrita por este e por duas testemunhas, com clara indicação do ramo a ser explorado, que não poderá ser o mesmo do locatário. Nessa hipótese, o locatário poderá, em réplica, aceitar tais condições para obter a renovação pretendida. 
§ 3° - No caso do inciso I do artigo 52, a contestação deverá trazer prova da determinação do Poder Público ou relatório

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