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FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE APOSTILA DE BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA ROTEIROS PARA AULAS PRÁTICAS IDENTIFICAÇÃO DO ALUNO NOME: ___________________________________________________________ CONTATO: ________________________________________________________ CURSO DE BIOMEDICINA / FARMÁCIA FACULDADES PEQUENO PRÍNCIPE – 2017 1 APOSTILA DE BIOQUÍMICA ROTEIROS PARA AULAS PRÁTICAS APRESENTAÇÃO Esta apostila inclui os roteiros para as aulas práticas de Bioquímica Geral e Metabólica, além do aspecto teórico das aulas ministradas em laboratório. A apostila também traz exercícios para estudo dirigido e questões para serem entregues em relatório. DICAS PARA OS RELATÓRIOS Os relatórios deverão estar nas normas da ABNT (verificar no Manual de Normas Técnicas Para Trabalhos Científicos da FPP) A introdução pode e deve ser breve, englobando os aspectos básicos sobre o conteúdo da aula. Em materiais e métodos devem estar descritos os materiais utilizados juntamente com os procedimentos (reagentes, tempo de aquecimento, etc.) realizados. Em resultados e discussão devem ser abordados os resultados (ou seja, o que ocorreu durante o processo experimental e o porquê destes resultados). O porquê dos resultados é que constitui a discussão. Na conclusão vocês retomam os objetivos da aula e concluem os resultados de maneira sucinta e objetiva. Na conclusão não se discute nem se aborda qualquer novo tópico, mas sim se afirmam os resultados discutidos. 2 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 1 PH E SOLUÇÕES TAMPÃO OBJETIVOS Objetivo geral: - reconhecer a importância do controle de pH na homeostase dos organismos, enfatizando os conceitos de pH e soluções tampão Objetivos específicos: - determinar o pH de soluções através de método colorimétrico, utilizando indicador universal - entender o funcionamento de soluções tampão e sua importância fisiológica EXPERIMENTO A. REAGENTES - Soluções de pH determinado 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10 - Indicador universal 0,05g de laranja de metila; 0,15g de vermelho de metila; 0,3g de azul de bromotimol; 0,35g de fenolftaleína e álcool etílico a 66% para 1L - Hidróxido de sódio NaOH 0,1 mol/L - Ácido clorídrico HCl 0,1 mol/L - Solução-tampão pH 7,0 B. TÉCNICA 1. ESCALA PADRÃO Preparar uma bateria de 8 tubos de ensaio Colocar em cada tubo 1 mL de solução pH 3 a 10 Adicionar 5 gotas do indicador universal a cada tubo Adicionar 9 mL de água destilada a cada tubo e homogeneizar RESPONDA: Qual a função da escala padrão? __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ __________________________________________________________________________ 2. EXPERIMENTO I Preparar uma bateria de 4 tubos de ensaio, de acordo com a tabela abaixo: Tubos Reagentes 1 2 3 4 Indicador universal 5 gotas 5 gotas 5 gotas 5 gotas Água destilada 10 mL 9 mL 10 mL 9 mL Solução Tampão pH 7,0 - 1 mL - 1 mL pH O pH deve ser avaliado de acordo com a escala padrão preparada no item 1 e anotado na tabela anterior. 3 3. EXPERIMENTO II Após o experimento I, adicionar os seguintes reagentes aos 4 tubos anteriores, de acordo com a tabela abaixo: Tubos Reagentes 1 2 3 4 NaOH 0,1 mol/L 1 gota 1 gota - - HCl 0,1 mol/L - - 2 gotas 2 gotas pH Soprar o ar expirado 15 segundos 1 minuto - - pH - - HCl 0,1 mol/L - - - Gota a gota nº de gotas=_____ Anote na tabela o pH resultante após a adição de NaOH e HCl aos tubos e depois sopre o ar expirado nos tubos 1 e 2 durante o tempo previsto na tabela e anote o resultado. Por fim adicione HCl 0,1 mol/L gota a gota no tubo 4 até que este resulte na cor do tubo 3 e anote o número de gotas. ASPECTOS TEÓRICOS ÁGUA: AMBIENTE CELULAR - Substância mais abundante nos seres vivos - Perfaz 70% ou mais da massa da maioria dos organismos - Evolução marcada pelas propriedades do meio aquoso, onde a vida começou - Forças de atração entre moléculas de água - Pequena tendência da água se ionizar - A molécula de água e seus produtos de ionização influenciam profundamente a estrutura, a automontagem e as propriedades de todos os componentes celulares - A água pura é ligeiramente ionizada H2O ↔ H+ + OH- IONIZAÇÃO DA ÁGUA H2O ↔ H+ + OH- A ionização da água é expressa por uma constante de equilíbrio (Ka) O Ka = [H+] [OH-]/ [H2O] = 1,8 x 10-16 mol/L a 25ºC Água é ácido fraco, só uma fração muito pequena se dissocia e se considera sua concentração constante e = a 55,55mol/L (1000g/18 = 55,55mol/L) Produto iônico da água = [H+] [OH-] = Kw = 1,8 x 10-16 . 55,55 [H+] [OH-] = Kw = 1,0 x 10-14 O Kw expressa o produto da [ ] de H+ e íons OH- em soluções aquosas Em água pura a 25ºC, [H+] = [OH-] = 1 x 10-7 mol/L 4 Assim se 0,1 mol/L de HCl for adicionado à água pura, a nova [] de H+ será 0,1 mol/L (HCl é ácido forte, se dissocia completamente) e a de OH- 1 x 10-13, mantendo o valor de Kw = 1 x 10-14. pH: ESCALA E SIGNIFICADO Os valores de prótons e íons hidróxidos em soluções diluídas são muito pequenos Por isso foi definido o termo pH como escala logarítmica de base 10: pH = log 1/[H+] = - log [H+] O termo pH expressa a concentração de prótons O pH da água pura é, então, pH = - log (10-7) = 7 É importante notar que a diferença de uma unidade na escala de pH significa uma diferença de 10 vezes na concentração de prótons Assim, uma solução pH 4 possui [H+] = 10-4 mol/L e outra pH 5 possui [H+] = 10-5 mol/L SOLUÇÃO TAMPÃO Soluções tampão consistem, basicamente, de soluções mistas de ácido fraco e sua base conjugada ou base fraca e seu ácido conjugado em concentrações aproximadamente iguais. Uma solução tampão corresponde a uma solução na qual o pH resiste à mudança quando ácidos ou bases fortes são adicionadas. Se um ácido for adicionado: A- + H+ → HA Se uma base for adicionada: HA + OH- → A- + H2O Se a [HA] for muito menor do que a de A (mais do que 10 vezes), quando for adicionada uma base, o pH aumentará por falta de HÁ para neutralizá-la e vice-versa. EQUAÇÃO DE HENDERSON-HASSELBACH Para o ácido acético por exemplo: Ka = [H+] [CH3COO-] / [CH3COOH] Aplicando-se log em ambos os lados e rearranjando: pH = pKa + log [CH3COO-] / [CH3COOH] Para um ácido HA: pH = pKa + log [A-] / [HA] onde A- é a base conjugada e HÁ o ácido não dissociado 5 Esta equação descreve a variação do pH de uma mistura de um ácido fraco não- dissociado e sua base conjugada, relacionando pH da solução e concentrações das espécies químicas. MÉTODOS PARA SE DETERMINAR O PH Determinação colorimétrica: Indicadores universais e de papel de pH Conhecimento dos pKs dos indicadores (ácidos ou bases fracos) Dissociação de um indicador ácido Hin ↔ In- + H+ Ácido base Cor A Cor B A cor do indicador é uma função do pH da solução Os papeis são impregnados com indicadores MÉTODOS PARA SE DETERMINAR O PH Determinação potenciométrica: potenciômetro Método mais preciso Eletrodo de calomelano (cloreto mercuroso em solução KCl(aq) saturada) Eletrodo de vidro com um bulbo especial contendo solução HCl 0,1mol/L Eletrodo imerso em solução externa de concentração desconhecidaCria-se um potencial entre as soluções interna e externa Voltagem do eletrodo é cte, assim a diferença de potencial entre os 2 eletrodos é relacionada com a concentração de H+ da solução desconhecida IMPORTÂNCIA DE SISTEMAS TAMPÃO Equilíbrio ácido-base – homeostase Exemplo Sistema-Tampão Bicarbonato (pH ~ 7,4) Quando há ácido lático produzido por exercício vigoroso (excesso de H+) Quando há produção de NH3 do catabolismo de proteínas (pouco H+) 6 RELATÓRIO – pH e soluções tampão O relatório de aulas práticas deve ser realizado de acordo com as regras da ABNT. As questões que se seguem devem ser abordadas no relatório. 1. De onde surgiu e qual a importância da escala de pH? 2. O que é solução tampão e como funciona? 3. Qual a importância dos sistemas tamponantes em nosso organismo? 4. Explique o que a Equação de Henderson-Hasselbach relaciona e demonstre sua dedução, considerando que o equilíbrio de ionização de um ácido fraco pode ser representado pela equação: HA H+ + A-, onde HA e A- correspondem a um par ácido- base conjugada. Lembre-se dos conceitos de constante de equilíbrio de uma reação (K) e das constantes de ionização dos ácidos (pK). 5. Qual a importância do estado ácido-base do líquido intracelular ser influenciado e influenciar o estado ácido-base do sangue? 7 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 2 CARACTERIZAÇÃO DE PROTEÍNAS OBJETIVOS Objetivo geral: - identificar proteínas, enfatizando as propriedades gerais, estrutura e isolamento destas moléculas. Objetivos específicos: - caracterizar proteínas em material biológico através de reações colorimétricas - verificar precipitação de proteínas em diferentes condições, correlacionando as observações com a estrutura das proteínas. EXPERIMENTO A. REAGENTES 1. Solução de proteínas a 10% 2. Solução de ninhidrina 0,1% 3. Hidróxido de sódio (NaOH) 2,5 mol/L 4. Solução de sulfato de cobre (CuSO4) a 1% 5. Ácido tricloroácetico (TCA) a 10% v/v 6. Acetato de chumbo a (PbCH3COO-) 5% p/v 7. Álcool etílico (CH3CH2OH) absoluto 8. Clara de ovo “in natura” 9. Cloreto de sódio (NaCl) 1 mol/L 10. Solução saturada de sulfato de amônio [(NH4)2SO4] 76,6g% p/v B. PREPARO DOS REAGENTES 1. Solução de proteínas: preparar uma solução de clara de ovo a 10% v/v em solução salina (NaCl 0,9g/100mL) ou tampão fosfato 10mmol/L, pH 7,0. 2. Solução de ninhidrina: pesar 100mg de ninhidrina e dissolver em 100mL de tampão fosfato 0,01 mol/L, pH 7,0. Conservar em frasco escuro e em geladeira. C. TÉCNICA 1. REAÇÕES DE COLORAÇÃO REAÇÃO DA NINHIDRINA TUBO 1 - 2mL de ninhidrina + 1mL proteína a 10%, banho-maria por 5 min., a 100ºC. Anotar o resultado. REAÇÃO DO BIURETO TUBO 2 - 1 mL de proteína a 10 % + 5 gotas de NaOH 2,5 mol/L e 3 gotas de sulfato de cobre a 1%. Anotar o resultado. TUBO 3 - 1 mL de água destilada + 5 gotas de NaOH 2,5 mol/L e 3 gotas de sulfato de cobre a 1%. Anotar o resultado. 8 2. REAÇÕES DE PRECIPITAÇÃO AÇÃO DO CALOR TUBO 4 - 2 mL de proteína a 10 %, aquecer em banho-maria a 100ºC por 3 min. Anotar o resultado. REAÇÃO COM REAGENTES PARA ALCALÓIDES TUBO 5 - 1 mL de proteína a 10 % + 1mL de TCA 10%. Anotar o resultado. REAÇÃO COM SAIS DE METAIS PESADOS TUBO 6 - 1 mL de proteína a 10 % + 1 mL de acetato de chumbo a 5%. Anotar o resultado. REAÇÃO COM SOLVENTES ORGÂNICOS TUBO 7 - 1 mL de proteína a 10 % + 3 mL de álcool etílico. Anotar o resultado. EFEITO DA ADIÇÃO DE SAIS TUBO 8 - 3 mL de clara in natura + 3mL de água destilada. Agitar com bastão até a formação de precipitado esbranquiçado. Adicionar NaCl 1 mol/L gota a gota e homogeneizar o conteúdo do tubo até o precipitado redissolver. Anotar o resultado. TUBO 9 - 2 mL da solução anterior + 4 mL de solução saturada de sulfato de amônio. Observar. Adicionar 4 a 6 mL de água destilada e observar o efeito. Anotar o resultado. ASPECTOS TEÓRICOS Fundamentos das reações Fig. 1 - reação da ninhidrina NINHIDRINA AMINOÁCIDO NINHIDRINA PIGMENTO PÚRPURA 9 CONSTITUINTES DAS PROTEÍNAS Constituídas por aminoácidos Estrutura básica dos aminoácidos – grupos AMINO e CARBOXILA – cargas negativas e positivas – caráter dos grupamentos R (+ ou -; polares ou apolares) – conformação protéica LIGAÇÃO PEPTÍDICA Ligações peptídicas – desidratação e constituição da ligação ESTRUTURA DAS PROTEÍNAS Estrutura PRIMÁRIA – aminoácidos ligados por ligações peptídicas Estrutura SECUNDÁRIA – cadeias α-hélice e folha β Estrutura TERCIÁRIA – dobramentos Estrutura QUATERNÁRIA – mais de 1 proteína (subunidades; exemplo - Hemoglobina) DESNATURAÇÃO DE PROTEÍNAS As estruturas 4ª, 3ª e 2ª podem ser desfeitas A estrutura 1ª é mantida Fig. 2 - reação do biureto 10 Agentes desnaturantes promovem floculação e coagulação (precipitação) pH alteram as cargas dos aminoácidos calor alteram interações que estabilizam a estrutura tridimensional reagentes para alcalóides (ácidos) combinam com proteínas de carga positiva e formam complexos insolúveis sais de metais pesados combinam com proteínas de carga negativa e formam proteinatos insolúveis solventes orgânicos (etanol) promovem grande atração entre cargas opostas e precipitam (porque estes solventes têm constante dielétrica inferior à água) F = e+ e- / D . r2 (D da água é maior do que do etanol) D= constante dielétrica (inversamente proporcional a F) Se D é pequeno, F tende a ser grande, por isso a F (força de atração entre as cargas e+ E e-) é maior e a agregação das cargas favorece a precipitação Se D é grande, F tende a ser pequeno, por isso a F (força de atração entre as cargas e+ E e-) é menor e a solubilização é favorecida SOLUBILIDADE DE PROTEÍNAS Variação da solubilidade depende da proporção dos grupos polares e apolares. Proteína solúvel: interação proteína-água Proteína insolúvel: interação proteína-proteína RECIPITAÇÃO E SOLUBILIZAÇÃO DE PROTEÍNAS Podem precipitar proteínas sem desnaturá-las: Variação de pH Alterações da força iônica do meio Ação de solventes orgânicos à baixa temperatura Quando o pH varia: os radicais dos aa se dissociam e no ponto isoelétrico a força de atração eletrostática é máxima, tendendo a precipitar a proteína “SALTING-IN” e “SALTING-OUT” - influência de sais neutros em função da força iônica (proteínas não sofrem desnaturação) concentração reduzida de sal – “SALTING-IN” - solúvel diminui interação proteína-proteína (proteína- fica solúvel) concentração aumentada de sal – “SALTING-OUT” – insolúvel tira água de solvatação, aumenta interação proteína-proteína (proteína- fica insolúvel) 11 IMPORTÂNCIA: diferentes concentrações de sal podem ser usadas para separar (precipitar/salting-out) diferentes proteínas REAÇÕES DE COLORAÇÃO São possíveis devido à presença de: GRUPOS AMINO LIGAÇÕES PEPTÍDICAS Reação com NINHIDRINA (aa) – coloração púrpura grupos amino Reação do BIURETO (oligo/peptídeos) – coloração lilás grupos de ligações peptídicas RELATÓRIO – caracterização de proteínas O relatório de aulas práticas deve ser realizado de acordo com as regras da ABNT. As questões que se seguem devem ser abordadas no relatório. 1. Quais os fundamentos das reações de coloração, as quais envolvem ninhidrina e sulfato de cobre? 2. Qual a é importância das reações de precipitação de proteínas por reagentes para alcalóides e por sais de metais pesados?3. Explique os mecanismos que levam uma proteína a se dissolver quando há um pequeno aumento na força iônica da solução e os mecanismos que levam uma proteína precipitar quando há um grande aumento na força iônica da solução. 4. As solubilidades de duas proteínas em função da concentração de sulfato de amônio estão mostradas no diagrama abaixo. Como esta observação pode ser usada para separar as proteínas A e B? 12 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 3 ESPECTROFOTOMETRIA: DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNAS OBJETIVOS Objetivo geral: - abordar a espectrofotometria como método analítico para se determinar a concentração de soluções Objetivos específicos: - elaborar curva de calibração de acordo com o método espectrofotométrico - determinar diferentes concentrações de proteínas em amostra-problema EXPERIMENTO A. REAGENTES Solução padrão de proteína (albumina bovina) 5 mg/mL Amostra problema Reagente de Biureto B. TÉCNICA A. CURVA DE CALIBRAÇÃO 1. Organizar uma bateria com seis tubos e ensaio 2. Identificá-los com números de 1 a 6 3. Adicionar os reagentes conforme a tabela abaixo: Tubos Regentes (mL) 1 2 3 4 5 6 Solução padrão de proteína (5mg/mL) - 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Água destilada 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 - Reagente de Biureto 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 4. Agitar os tubos e deixar em repouso por 10 minutos 5. Utilizar o tubo 1 para calibrar o espectrofotômetro: 0 de absorbância em 540 nm 6. Determinar a absorbância das soluções dos tubos 2 a 6 e anotar na tabela abaixo Tubos 1 2 3 4 5 6 Absorbância 1 branco B. DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNAS EM AMOSTRA PROBLEMA 1. Separar dois tubos de ensaio 2. Identificá-los como tubo A e tubo B 3. Adicionar os reagentes conforme abaixo, considerando que o volume da amostra a ser analisada será de 1mL. Reagentes (mL) Tubos A B* Amostra 1,0 0,5 Água destilada - 0,5 Reagente de Biureto 5,0 5,0 13 4. Agitar os tubos e deixar em repouso por 10 minutos. 5. Utilizar o tubo 1 do experimento A para calibrar o espectrofotômetro: 0 de absorbância em 540 nm. 6. Determine a concentração de proteínas (mg/mL) presente nas amostras problema utilizando a curva de calibração (próxima aula no Laboratório de Informática). 7. Calcule a concentração de proteínas (mg/mL) presente nas amostras problema utilizando a relação AD/AP = CD/CP. Considere a absorbância do padrão de concentração igual a 3mg/mL (tubo 4) do experimento A (curva de calibração). (* Anotar fator de diluição da amostra = __________ ) Tubos A B Absorbância 1 ASPECTOS TEÓRICOS A espectrofotometria é uma técnica analítica que avalia a capacidade dos solutos absorverem luz em comprimentos de onda específicos. A medida da luz absorvida permite inferir sobre a concentração do soluto em determinada solução ou material biológico. Este método físico é conhecido também por fotometria ou colorimetria, e é indicado para se determinar a concentração de solutos normalmente corados como também dos incolores, mas passíveis de adquirir cor mediante o emprego ajustado de certos reativos. Compostos desconhecidos podem ser identificados por seus espectros característicos ao ultravioleta, visível ou do infravermelho. As concentrações de soluções de compostos conhecidos podem ser determinadas medindo-se a absorção em um ou mais comprimentos de onda. Reações enzimáticas podem ser frequentemente seguidas medindo-se espectroscopicamente o aparecimento ou desaparecimento de substrato. O aparelho utilizado é o espectrofotômetro e os componentes principais são: A. fonte luminosa (energia radiante); B. dispositivo de focalização (colimador), o qual transmite um intenso feixe retilíneo de luz; C. monocromador (prisma ou grade) utilizado na resolução da radiação emitida pela fonte luminosa em seus vários comprimentos de onda (); D. dispositivo para selecionar o comprimento de onda desejado; E. compartimento para a amostra contida em um tubo de ensaio ou cubeta; F. detector com célula fotoelétrica; G. medidor elétrico (galvanômetro) para registrar a intensidade de energia captada pelo detector. O monocromador permite selecionar o comprimento de onda ou faixa de comprimentos de onda que incide sobre a solução, usando-se um prisma ou um filtro ótico (vidro colorido). O prisma apresenta maior poder de resolução, permitindo análises tanto na região do visível quanto do ultravioleta – caso do espectrofotômetro. O filtro ótico deixa passar faixas de comprimentos de onda e é de uso limitado à região do visível – caso do fotocolorímetro, uma versão simplificada do espectrofotômetro. As relações quantitativas nesta técnica são dadas pela combinação de duas leis: - Lei de Lambert: quando um feixe de luz passa através de um meio absorvente (sólido ou líquido), porções iguais deste meio irão absorver luz. - Lei de Beer: a absorção da luz é proporcional à concentração do soluto na solução. Da conjunção das duas leis tem-se a Lei de Lambert-Beer, sendo que através dessa lei intensidades da radiação incidente e emergente podem ser relacionadas com as concentrações do material presente na solução. Deve-se levar considerar que: Fig. 1 - Diagrama da absorção de um feixe de luz atravessando uma cubeta de tamanho l. 14 1. São considerados desprezíveis os efeitos de reflexão, refração e espalhamento 2. A radiação incidente deve ser monocromática Assim, de acordo com a Figura 1, I0 e I são, respectivamente, as intensidades da radiação incidente e transmitida pela amostra. Muitas vezes, a intensidade transmitida decai exponencialmente com o aumento do caminho percorrido na solução (comprimento l da Figura 1), e também com o aumento da concentração c: log I0/I = l c sendo c a concentração do material em estudo, l o comprimento interno do recipiente que contém a solução e () o coeficiente de extinção ou absortividade ou coeficiente de absorção, um fator característico da substância absorvedora (e o solvente), que depende do comprimento de onda da radiação. A grandeza que medimos experimentalmente é a absorbância A, e equivale ao logaritmo da razão entre a intensidade incidente e a transmitida: A = log I0 / I sendo que A = l c O logarítmo da relação inversa I / I0 (intensidade transmitida/ intensidade incidente) também é mensurável e definido como transmitância T: T = log I / I0 T = 10- l c Desta forma, destaca-se que: A = l c A absorbância é, portanto proporcional à concentração e à espessura da solução. A constante ou coeficiente de extinção corresponde à absorbância de uma solução de concentração unitária, por unidade de distância percorrida pela luz incidente. Quando a concentração (c) é expressa em mol/L e a espessura (l) é expressa em centímetros. A absorbância e transmitância são lidas em escalas duplas no espectrofotômetro. A absorbância é lida em escala logarítmica enquanto que a transmitância é lida em porcentagem em uma escala linear de o a 100%. Estabelece-se a seguinte relação: A = log I0 / I log 100/I log 100 – log I 2 – log I Então: Quando I0 = 100% A = 2 – log I Quando I = 1 A = 2 Quando I = 100% A = 0 Quando I = zero A = A transmissão é medida em termo de luz incidente e luz emergente mas, na realidade, os instrumentos não medem luz incidente uma vez que, se ela for considerada para efeito e cálculo, a solução absorvente parecerá mais concentrada do que realmente é, devido à absorção do tubo (cubeta) e dos outros reagentes eventualmente utilizados. Por isso, é necessário descontar todas as interferências possíveis durantea medida da absorbância de um soluto específico. Para tanto, faz-se a calibração do espectrofotômetro com uma solução contendo um sistema como o estudado, exceto o composto de análise, em um tubo (cubeta) igual àquele que contém a solução-problema. Este tubo é conhecido como “branco” e com ele calibra-se o instrumento para 100% de transmitância o que significa zero e absorbância. Moléculas de substâncias diferentes têm diferentes níveis moleculares de energia, por isso cada substância absorve a radiação de maneira peculiar. Dito de outra forma, os 15 comprimentos de onda que certa substância absorverá são característicos da sua estrutura, enquanto outras substâncias absorverão outros comprimentos de onda. Se levantarmos dados referentes a intensidade de luz absorvida por uma substância, em função dos comprimentos de onda da radiação, estaremos obtendo uma curva chamada espectro de absorção da substância. O importante é que cada substância tem um espectro característico e, desse modo, se quisermos identificar um material desconhecido, poderemos fazê-lo a partir de sua curva de absorção, que pode ser construída testando-se as absorbâncias em diferentes comprimentos de onda em um espectrofotômetro. Portanto a seleção do comprimento de onda (λ) a ser utilizado nos métodos de quantificação de substâncias (exemplo: determinação da concentração de proteínas pelo método do biureto que utiliza λ igual a 540nm) é feita de acordo com a sensibilidade máxima, isto é, quando há maior alteração na absorbância por unidade modificada na concentração. CURVA PADRÃO OU DE CALIBRAÇÃO A determinação da concentração de um soluto em uma solução-problema pelo método espectrofotométrico envolve a comparação da absorbância da solução-problema com uma solução de referência, na qual já se conhece a concentração do soluto. Em geral é utilizada uma solução-padrão com diferentes concentrações que têm sua absorbância determinada. Com os valores de absorbância e concentração conhecidos pode-se traçar um gráfico cujo perfil é conhecido como “curva de calibração” ou “curva-padrão”. A reta, que deve passar obrigatoriamente pela origem, indica a proporcionalidade entre o aumento da concentração e da absorbância. A porção linear da reta corresponde ao limite de sensibilidade do método espectrofotométrico para o soluto em questão. Caso os valores de absorbância das amostras de concentração desconhecida estejam fora do limite de sensibilidade do método, estes valores devem ser desconsiderados, repetindo-se o experimento com a amostra mais diluída, no caso de absorbâncias superiores ao limite máximo da curva ou mais concentrada, no caso de absorbâncias inferiores ao limite mínimo da curva de sensibilidade. Pois valores fora da sensibilidade não permitem confiabilidade na concentração final resultante. Aplicando-se a lei de Lambert-Beer, ao se plotar o valor da absorbância da amostra- problema no gráfico da curva de calibração pode-se, por projeção, determinar a concentração do soluto. Isto só será válido se a absorbância, tanto do padrão quanto da solução-problema for determinada utilizando-se as mesmas condições experimentais [comprimento de onda (λ), espessura (l) e coeficiente de extinção molar (α)]. Considerando-se então duas soluções, padrão (P) e desconhecida (D), temos: A P = α . l . C P AD = α . l . CD Como α e l são iguais para as duas situações: RELATÓRIO – espectrofotometria O relatório de aulas práticas deve ser realizado de acordo com as regras da ABNT. As questões que se seguem devem ser abordadas no relatório. 1. Qual a finalidade e o fundamento da técnica espectrofotométrica? 2. O que significa faixa de sensibilidade do método espectrofotométrico e como ela é determinada? 16 3. Que critério deve ser usado para selecionar determinado comprimento de onda para uma técnica espectrofotométrica? 4. Qual o conteúdo e a finalidade do tubo “branco”? 5. De acordo com as Leis de Lambert-Beer, se um determinado composto apresenta um máximo de absorção em 545nm e para uma concentração de 3mg/mL foi obtida uma absorbância de 0,22, calcule a concentração deste composto correspondente a uma absorbância de 0,15, sabendo-se que o limite de sensibilidade do método utilizado é de 0,5 a 5mg/mL. 17 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 4 LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA: CONSTRUÇÃO DA CURVA PADRÃO PARA DETERMINAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DE PROTEÍNAS (ESPECTROFOTOMETRIA) OBJETIVOS Objetivo geral: - aprender a construir curvas de calibração no programa Excel®, utilizando-se de ferramentas para conferir a confiabilidade da curva Objetivos específicos: - elaborar curva de calibração para determinar a concentração de proteínas das amostras problema da aula anterior - relembrar cálculos de concentrações - resolver exercícios CÁLCULOS DE CONCENTRAÇÃO Calcular a concentração em cada um dos tubos da curva de calibração, de acordo com a tabela utilizada para a construção da curva (aula 3 - espectrofotometria): TABELA UTILIZADA PARA CONSTRUIR A CURVA DE CALIBRAÇÃO Tubos Regentes (mL) 1 2 3 4 5 6 Solução padrão de proteína (5mg/mL) - 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Água destilada 1,0 0,8 0,6 0,4 0,2 - Reagente de Biureto 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 5,0 Cálculos de concentração para o tubo 3, por exemplo: Ci . Vi = Cf . Vf 5 mg/mL 0,4 mL = Cf (?) . 1 mL (0,6 + 0,4mL) 5 x 0,4 = Cf 1 Cf = 2 mg/mL 18 ROTEIRO PARA UTILIZAR O EXCEL® 1. Após encontrar as concentrações de proteína para cada tubo da curva de calibração deve-se correlacioná-las com a absorbância e cada tubo. Inserindo estes dados numa planilha do Excel, como se segue: TUBO [ ] mg/mL ABS. (nm) 1 0 0,000 2 1 0,07 3 2 0,15 4 3 0,23 5 4 0,31 6 5 0,39 2. Selecionar primeiramente a coluna [ ] mg/mL (eixo de X, abscissa) e depois a coluna ABS. (nm) (eixo de Y, ordenada). Para selecionar as colunas: pressionando o botão esquerdo do mouse arraste-o sobre a primeira coluna a ser selecionada e então pressionando a tecla CTRL seleciona-se a outra coluna. 3. Com as colunas selecionadas solicita-se que o programa monte o gráfico: a. No menu INSERIR selecione a opção GRÁFICO b. No ASSISTENTE DE GRÁFICO selecione: Tipo de gráfico DISPERSÃO e o subtipo DISPERSÃO COM PONTOS DE DADOS CONECTATO POR LINHA SUAVES e clique em AVANÇAR c. A opção Intervalo de dados deve estar selecionada na opção SÉRIES EM COLUNAS e então clique em AVANÇAR d. Preencha os dados do seu gráfico, clicando nas diferentes fichas que estão disponíveis: TÍTULO (título do gráfico, eixo X e eixo Y); EIXOS (preencha as duas quadrículas de opções para que pareçam os dois eixos); LINHAS DE GRADE (desmarque todas as quadrículas); LEGENDA (desmarque a quadrícula de legenda); RÓTULOS DE DADOS (deixe todas as quadrículas desmarcadas também) e finalmente clique em AVANÇAR e depois CONCLUIR e. Selecione o quadro cinza do gráfico resultante e delete apertando a tecla DELETE no teclado 4. Clique na curva do gráfico resultante com o botão direito do mouse e então clique na opção ADICIONAR LINHA DE TENDÊNCIA: a. selecione o tipo LINEAR na ficha TIPO b. e na ficha OPÇÕES selecione as três últimas quadrículas (Definir interseção = 0, Exibir equação no gráfico e Exibir o valor de R-quadrado no gráfico) e clique em OK c. Então, utilizando-se da equação do gráfico verifique a confiança através da análise do valor de R-quadrado exibido. Quanto mais próximo de +1 o valor do R2, mais confiável está sua curva de calibração. Partindo da equação do gráfico é possível descobrir a concentração da amostra problema, pois: y = ax + b, logo y corresponde ao valor de absorbância da amostra problema, enquanto o valor de x será correspondente à concentração da amostra problema. Portanto basta colocar o valor da absorbância da amostra problema e isolar x, desta forma encontra- se a concentração da amostra em questão. Posto que a equação gerada pelo programa Excel nos permite obter os valores de a e b. Sendo que o valor de b não foi gerado devido a opção Definir interseção = 0 que obriga que a curva passe no ponto e origem, desta forma a curva cruza o eixo y em 0, logo b é zero. (Exemplo com valores hipotéticos de absorbância) 19 EXERCÍCIOS 1. Construa a curva padrão para os seguintes dados experimentais: Conc. (mg/mL) Abs 1 Abs 2 Abs 3 Abs 4 Abs 5 Abs Média (nm) 1 0,08 0,07 0,09 0,05 0,06 2 0,15 0,17 0,15 0,13 0,16 3 0,23 0,25 0,22 0,26 0,21 4 0,30 0,31 0,33 0,30 0,32 5 0,37 0,40 0,40 0,35 0,44 Considere que as absorbâncias, em triplicata, das amostras-problema foram: Amostra Abs 1 Abs 2 Abs 3 Abs Média (nm) A 0,09 0,07 0,08 B 0,15 0,17 0,16 C 0,31 0,33 0,32 Sendo a amostra A, a amostra C diluída (fator de diluição = 4), calcule as concentrações das amostras A, B e C utilizando dois métodos: - da relação AD / AP = CD / CP - equação da reta obtida com a construção da curva-padrão 20 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 5 CINÉTICA ENZIMÁTICA I OBJETIVOS Objetivo geral: - entender como se dá a compreensão dos mecanismos de ação das enzimas, através do estudo da cinética enzimática, a qual permite determinar a velocidade da reação e como esta se altera em função das mudanças nos parâmetros experimentais Objetivo específico: - analisar o efeito da variação concentração da enzima e do tempo de incubação sobre a atividade enzimática EXPERIMENTO A. REAGENTES 1. Solução de enzima invertase a10% (v/v) 2. Substrato: Sacarose 0,2 mol/L 3. Solução tampão acetato 0,05 mol/L, pH 4,7 4. Solução alcalina de 3,5-dinitro-salicilato 5. Soluções pH 4, 5, 6, 7 e 8 B. PREPARO DOS REAGENTES 1. Solução de enzima invertase (0,1 mg proteína/mL): isolamento a partir de leveduras. Pesar 50 mg de leveduras secas (fermento de pão), suspender em 250 mL de bicarbonato de sódio 0,15 mol/L e manter em banho-maria a 37ºC durante 6 horas, com agitação ocasional. Centrifugar o sobrenadante por 20 min. a 3.500 rpm. Coletar o sobrenadante, o qual contém a enzima ativa. Conservar a temperatura de 4ºC. Normalmente a concentração de enzimas para os ensaios é de 0,1 mg proteína/mL. 2. Substrato: Sacarose 0,2 mol/L (68 g para 1L de água, balão volumétrico) usar esta solução para obter as soluções mais diluídas. 3. Solução tampão acetato 0,05 mol/L, pH 4,7: Acetato de sódio 0,05 mol/L(A), ácido acético 0,05 mol/L (B). Misturar 150 mL da solução A e 300 mL da solução B. 4. Solução alcalina de 3,5-dinitro-salicilato: dissolver sob aquecimento 5g de ácido 3,5- dinitro-salicílico em 100 mL de NaOH 2 mol/L. Separadamente dissolver sob aquecimento 150 g de tartarato duplo de sódio e potássio em 250 mL de água destilada. Misturar as duas soluções e completar o volume para 500 mL com água destilada. ATENÇÃO!!! OS GRÁFICOS DESTA AULA, DEVERÃO SER PLOTADOS NA AULA NO LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA 21 C. TÉCNICA 1. EFEITO DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DA ENZIMA Organizar uma bateria de 6 tubos de ensaio, numerando de 1 a 6 e adicionar os reagentes de acordo com a tabela: ATENÇÃO: A ENZIMA É SEMPRE A ÚLTIMA ADIÇÃO!! REAGENTES (mL) TUBOS 1 2 3 4 5 6 1 Tampão acetato (0,05 mol/L pH4,7) 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 2 Água destilada 1,0 0,9 0,8 0,6 0,2 - 3 Sacarose (0,2 mol/L) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 4 Solução de Enzima (0,1 mg/mL) - 0,1 0,2 0,4 0,8 1,0 5 Banho-maria a 25°C por 5 minutos 6 3,5-di-nitrosalicilato 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 7 Banho-maria 100ºC por 5 minutos e deixar resfriar por 5 minutos 8 Água destilada 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 9. Calibrar o espectrofotômetro a 540nm com o TUBO 1 10. Proceder a leitura das absorbâncias dos demais tubos 11. Trace o gráfico: concentração de enzima (g/mL) X absorbância (Obs. Utilize a relação C1.V1=C2.V2, para encontrar a concentração final de enzima (proteína) em cada tubo, sendo o volume final (V2) igual a 2,5mL. Interprete os resultados) TUBOS 1 2 3 4 5 6 ABSORBÂNCIA branco 2. EFEITO DA VARIAÇÃO DO TEMPO DE INCUBAÇÃO Organizar uma bateria de 5 tubos de ensaio, numerando de 1 a 5 e adicionar os reagentes de acordo com a tabela: ATENÇÃO: A ENZIMA É SEMPRE A ÚLTIMA ADIÇÃO!! REAGENTES (mL) TUBOS 1 2 3 4 5 1 Tampão acetato (0,05 mol/L pH4,7) 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 2 Água destilada 1,0 0,8 0,8 0,8 0,8 3 Sacarose (0,2 mol/L) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 4 Solução de Enzima (0,1 mg/mL) - 0,2 0,2 0,2 0,2 5 Banho-maria a 25°C durante os tempos indicados abaixo para os tubos 2, 3, 4 e 5 6 TEMPO (min) - 0 5 10 15 7 3,5-di-nitrosalicilato 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 8 Banho-maria 100ºC por 5 minutos e deixar resfriar por 5 minutos 9 Água destilada 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 10. Calibrar o espectrofotômetro a 540nm com o TUBO 1 11. Proceder a leitura das absorbâncias dos demais tubos 12. Trace o gráfico: tempo (min) X absorbância e interprete os resultados TUBOS 1 2 3 4 5 ABSORBÂNCIA branco 22 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 6 CINÉTICA ENZIMÁTICA II OBJETIVOS Objetivo geral: - entender como se dá a compreensão dos mecanismos de ação das enzimas, através do estudo da cinética enzimática, a qual permite determinar a velocidade da reação e como esta se altera em função das mudanças nos parâmetros experimentais Objetivo específico: - analisar o efeito da variação o pH e da concentração de substrato sobre a atividade enzimática - enfatizar a importância do estudo da cinética enzimática para aplicação da ação das enzimas EXPERIMENTO TÉCNICA 3. EFEITO DA VARIAÇÃO DO pH SOBRE A ATIVIDADE ENZIMÁTICA Organizar uma bateria de 6 tubos de ensaio, numerando de 1 a 6 e adicionar os diferentes tampões e os demais reagentes conforme a tabela: ATENÇÃO: A ENZIMA É SEMPRE A ÚLTIMA ADIÇÃO!! REAGENTES (mL) TUBOS 1 2 3 4 5 6 1 Tampão acetato (0,05 mol/L pH 4,0) 1,0 1,0 - - - - 2 Tampão acetato (0,05 mol/L pH 5,0) - - 1,0 - - - 3 Tampão fosfato (0,05 mol/L pH 6,0) - - - 1,0 - - 4 Tampão fosfato (0,05 mol/L pH 7,0) - - - - 1,0 - 5 Tampão fosfato (0,05 mol/L pH 8,0) - - - - - 1,0 6 Água destilada 1,0 0,8 0,8 0,8 0,8 0,8 7 Sacarose (0,2 mol/L) 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 8 Solução de Enzima (0,1 mg/mL) - 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 9 Banho-maria a 25°C por 5 minutos 10 3,5-di-nitrosalicilato 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 11 Banho-maria fervente por 5 minutos e resfriar por 5 minutos 12 Água destilada 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 13. Calibrar o espectrofotômetro a 540nm com o TUBO 1 14. Proceder a leitura da absorbância dos demais tubos 15. Trace o gráfico: variação do pH X absorbância e interprete o resultado TUBOS 1 2 3 4 5 6 ABSORBÂNCIA branco 23 4. EFEITO DA VARIAÇÃO DA CONCENTRAÇÃO DO SUBSTRATO Organizar uma bateria de 6 tubos de ensaio, numerando de 1 a 6. Adicionar os reagentes de acordo com a tabela: ATENÇÃO: A ENZIMA É SEMPRE A ÚLTIMA ADIÇÃO!! REAGENTES (mL) TUBOS 1 2 3 4 5 6 1 Tampão acetato (0,05 mol/L pH 4,7) 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 2 Água destilada 1,3 0,3 0,3 0,3 0,3 0,3 3 Sacarose (0,01M) 4mM - 1,0 - - - - 4 Sacarose (0,02M) 8mM - - 1,0 - - - 5 Sacarose (0,05M) 20mM - - - 1,0 - - 6 Sacarose (0,1M) 40 mM - - - - 1,0 -7 Sacarose (0,2M) 80mM - - - - - 1,0 8 Solução de Enzima (0,1 mg/mL) 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 9 Banho-maria a 25°C por 5 minutos 10 3,5 dinitro-salicilato 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 11 Banho-maria fervente por 5 minutos e resfriar por 5 minutos 12 Água destilada 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 6,5 13. Calibrar o espectrofotômetro a 540nm com o TUBO 1 14. Proceder a leitura da absorbância dos demais tubos 15. Trace o gráfico: concentração final de substrato (mM) X absorbância 16. Trace o gráfico Duplo-Recíproco e calcule o Km (constante de Michaelis) TUBOS 1 2 3 4 5 6 ABSORBÂNCIA branco Interprete os resultados 24 ASPECTOS TEÓRICOS TÉCNICA A invertase é uma enzima que catalisa a hidrólise da molécula de sacarose. As unidades de hexose resultantes (-D-glucose e -D-frutose), em meio alcalino e a quente, formam enedióis que cedem elétrons para reduzir o reagente 3,5-di-nitrosalicilato (DNS) (de cor amarelo forte) a 3-amino-5-nitrosalicilato (de cor laranja-marrom forte). Cada mol de açúcar redutor presente na solução formará 1 mol de 3-amino-5-nitrosalicilato. Portanto, pela determinação da luz absorvida a 540nnm pelo 3-amino-5-nitrosalicilato, pode-se determinar a concentração de açúcar redutor presente na solução. A sensibilidade da técnica de determinação de açúcar redutor pelo DNS é de 1- 20mols de glucose. Fig. 1 – Hidrólise da sacarose pela enzima invertase Fig. 2 – Reação de detecção dos produtos da hidrólise da sacarose empregando o 3,5-di-nitrosalicilato 25 CINÉTICA ENZIMÁTICA Enzimas são proteínas catalisadoras de reações que sob condições naturais seriam muito lentas. O aumento da velocidade de uma reação se deve à diminuição da energia livre de ativação. O estudo da velocidade das reações químicas chama-se cinética e a cinética enzimática tem por objetivo a compreensão do mecanismo de ação das diferentes enzimas e da velocidade das reações por elas catalisadas. Este estudo avalia também as alterações na velocidade da reação em resposta a modificações de parâmetros experimentais, como a concentração do substrato, o tempo de incubação, a temperatura de incubação ou a variação de pH. A quantidade de enzima utilizada em experimentos é indicada como “unidades de enzima” e é definida como “a quantidade de enzima necessária para transformar 1mol de substrato em produto por minuto e sob condições adequadas”. Esta definição é dita “Unidade Internacional” ou simplesmente “Unidade”. A atividade pode ser também definida como a “atividade específica” em que se considera a relação entre unidades de enzima e a quantidade de proteína. Atividade enzimática específica = unidade/mg de proteína Atividade enzimática específica = mols de produto/minuto/mg de proteína Em 1913 Leonor Michaelis e Maud L. Menten propuseram uma teoria geral para a atividade enzimática, em que: Enzima + Substrato Complexo Enzima-Substrato Enzima + Produto E + S [ES] E + P Um procedimento comum para se determinar a velocidade de uma reação enzimática consiste em se misturar enzima com substrato e se observar a formação de produto imediatamente após se fazer a mistura. Desta forma, evita-se a interferência da variação da concentração do substrato e tem-se que a concentração deste será muito próxima do valor inicial. Esta situação aplicada a um experimento cinético permite a medida da velocidade inicial (V0) da reação, quando [S] é geralmente muito maior que [E], ou seja, pode-se considerar a concentração de substrato como sendo sempre saturante. O estudo do efeito da variação da [S] na velocidade inicial da reação, quando [E] e tempo de incubação são constantes, fornece um gráfico com um perfil de hipérbole retangular perfeita: Analisando o gráfico para a condição: concentração de enzima constante X aumento da concentração de substrato Fig. 1 – Efeito da concentração do substrato sobre a velocidade da reação (Km = constante de Michaelis-Menten) 26 Em baixa concentração de substrato [S] tem-se quase toda a enzima na forma livre e a velocidade será proporcional à concentração de substrato porque o equilíbrio de E + S ES será deslocado para ES à medida que [S] aumenta. A velocidade máxima (Vmáx) desta reação será atingida quando toda a E está presente como ES e a concentração de enzima livre, [E], é infinitamente pequena. Nestas condições E está saturada por S e cada molécula de enzima estará catalisando a formação de produto tão rapidamente quanto as condições experimentais o permitirem. Neste caso, qualquer aumento em [S] exercerá um efeito desprezível sobre Vmáx. Esta condição existirá quando [S] for suficientemente elevada para que toda E esteja na forma de ES. Quando E é inicialmente misturada com um excesso de S, há um período inicial de aumento da concentração de ES. Esta etapa é geralmente muito rápida para ser facilmente detectada. A reação então atinge um estado no qual a [ES] permanece aproximadamente constante num certo período de tempo. Este é o período onde a velocidade da reação é conhecida como Velocidade Inicial (v0) relativa a Vmáx. O tratamento matemático da reação E + S [ES] E + P permitiu o desenvolvimento da equação de Michaelis-Menten: Em que: Km é conhecida como constante de Michaelis e representa concentração de substrato necessária para se atingir a metade da velocidade máxima. Km é expressa em mols de substrato por litro de solução. Uma vez que no plot de Michaelis-Menten os valores de Vmáx e Km não podem ser precisamente determinados, em 1934, H. Lineweaver e D. Burk desenvolveram um tratamento adequado à sua determinação. Este tratamento considera o inverso da concentração de substrato (1/[S]), ou seja, é a recíproca do plot de Michaelis-Menten. Obtém-se então uma equação linear na forma y = mx + n cnhecida como Equação de Linewever-Burk ou Equação do Duplo-recíproco. Analisando a equação em relação ao gráfico (Figura 2): y = 1/Vmáx mx = Km/Vmáx . [S] n = 1/Vmáx (intersecção) m = Km/Vmáx (inclinação da reta) Abcissa é dada por 1/[S] Fig. 2 – Gráfico do duplo-recíproco: 1/v0 é posto em gráfico como função de 1/[S]. A inclinação é Km/Vmáx, intersecção com o eixo vertical é 1/Vmáx, e a intersecção com o eixo horizontal é -1/Km. Quando 1/v0 = zero (ou y = zero) tem-se que 1/[S] = -1/Km 27 O valor numérico de Km é de interesse por diversas razões: - Km é uma constante particular de cada enzima para um determinado substrato e seu valor fornece um meio de comparação entre as enzimas; - um variação no valor real de Km induzida por um ligante é uma maneira de regular a atividade enzimática; - quando se conhece Km, pode-se ajustar as condições experimentais para se obter [S] >> Km e se determinar a velocidade máxima da reação; - Km indica a interação de substratos alternativos para uma determinada enzima. O substrato com menor valor de Km tem uma afinidade maior para a enzima; - Km permite avaliar se a um nível intracelular de substrato a enzima estará ativa. MOTTA, V.T. Bioquímica Básica: Enzimas, Capítulo 3. Autolab Análises Clínicas; p. 68-101, 2000-2004. In: RELATÓRIO – cinética enzimática I e II O relatório deve seguir as regras da ABNT, sendo que as seguintes questões devem estar respondidas e/ou abordadas no relatório (as questões que não forem abordadas no corpo do relatório deverão estar apresentadas em ANEXO): 1. Descreva a ação enzimática da invertase. 2. Como se pode determinar a concentração dos produtos da reação catalisada pela invertase? 3. Qual o Km obtido para a invertasee qual o seu significado? 4. Qual o pH ótimo determinado para a invertase e qual o seu significado? 5. Pesquise a importância de se compreender os mecanismos de ação das enzimas e correlacione este fato com o uso industrial destas proteínas. ATENÇÃO AOS GRÁFICOS QUE FORAM SOLICITADOS E ÀS SUAS INTERPRETAÇÕES 28 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 7 LABORATÓRIO DE INFORMÁTICA: ENZIMOLOGIA OBJETIVOS Objetivo geral: - demonstrar o estudo da cinética enzimática utilizando-se os dados obtidos dos experimentos realizados nas aulas 8 e 9 com a enzima invertase (enzima modelo) Objetivos específicos: - analisar do efeito da variação da concentração de enzima, do tempo de incubação, do pH e da concentração de substrato sobre a atividade enzimática após traçar os gráficos que correlacionam a velocidade inicial com estes parâmetros experimentais - traçar o gráfico duplo-recíproco da variação experimental concentração de substrato - relembrar e aprimorar os conceitos e métodos da utilização do programa Excel na produção de plotagens gráficas ATIVIDADES Utilizando-se dos dados obtidos nas aulas anteriores 5 e 6: A. Traçar o gráfico: Concentração de Enzima (g/mL) X Absorbância* (nm) GRÁFICO 1 – EFEITO DA CONCENTRAÇÃO DA ENZIMA NA VELOCIDADE INICIAL DA REAÇÃO DE HIRÓLISE CATALISADA PELA ENZIMA INVERTASE *Absorbância equivale a Velocidade Inicial (V0) 1. Encontrar a concentração da enzima em cada um dos tubos de ensaio e correlacioná-las com a absorbância e cada um. Inserindo estes dados numa planilha do Excel, como se segue: TUBO [E] g/mL ABS. (nm) 1 0 0,000 2 4 0,161 3 8 0,373 4 16 0,798 5 32 1,500 6 40 1,990 2. Selecionar primeiramente a coluna [E] g/mL (eixo de X, abscissa) e depois a coluna ABS. (nm) (eixo de Y, ordenada). Para selecionar as colunas: pressionando o botão esquerdo do mouse arraste-o sobre a primeira coluna a ser selecionada e então pressionando a tecla CTRL seleciona-se a outra coluna. 3. Com as colunas selecionadas solicita-se que o programa monte o gráfico: a. No menu INSERIR selecione a opção GRÁFICO b. No ASSISTENTE DE GRÁFICO selecione: Tipo de gráfico DISPERSÃO e o subtipo DISPERSÃO COM PONTOS DE DADOS CONECTATOD POR LINHA SUAVES e clique em AVANÇAR c. A opção Intervalo de dados deve estar selecionada na opção SÉRIES EM COLUNAS e então clique em AVANÇAR d. Preencha os dados do seu gráfico, clicando nas diferentes fichas que estão disponíveis: TÍTULO (título do gráfico, eixo X e eixo Y); EIXOS (preencha as duas Ci . Vi = Cf . Vf 0,1mg/mL 0,1mL = Cf . 2,5mL 0,1 0,1 = Cf 2,5 Cf = 0,004 mg/mL = 4 g/mL 29 quadrículas de opções para que pareçam os dois eixos); LINHAS DE GRADE (desmarque todas as quadrículas); LEGENDA (desmarque a quadrícula de legenda); RÓTULOS DE DADOS (deixe todas as quadrículas desmarcadas também) e finalmente clique em AVANÇAR e depois CONCLUIR e. Selecione o quadro cinza do gráfico resultante e delete apertando a tecla DELETE no teclado 4. Compare o gráfico resultante com o modelo do gráfico teórico que relaciona a Concentração de Enzima com a Velocidade da reação enzimática e então interprete e discuta os resultados. B. Traçar o gráfico: Tempo (min) X Absorbância GRÁFICO 2 – EFEITO DO TEMPO DE INCUBAÇÃO DA ENZIMA A 25ºC NA VELOCIDADE INICIAL DA REAÇÃO DE HIRÓLISE CATALISADA PELA ENZIMA INVERTASE 1. Relacionar os tempos de incubação da enzima com as absorbâncias de cada um dos tubos de ensaio. Inserindo estes dados numa planilha do Excel, como se segue: TUBO TEMPO (min.) ABS. (nm) 1 _ 0,000 2 0 0,784 3 5 0,788 4 10 0,789 5 15 0,789 2. Selecionar primeiramente a coluna TEMPO (min.) (eixo de X, abscissa) e depois a coluna ABS. (nm) (eixo de Y, ordenada). Seguem-se então as mesmas orientações para o GRÁFICO 1 (Pontos 2 e 3). 3. Compare o gráfico resultante com o modelo do gráfico teórico que relaciona o Tempo e incubação com a Velocidade da reação enzimática e então interprete e discuta os resultados. C. Traçar o gráfico: Variação do pH X absorbância GRÁFICO 3 – EFEITO DA VARIAÇÃO DO pH NA VELOCIDADE INICIAL DA REAÇÃO DE HIRÓLISE CATALISADA PELA ENZIMA INVERTASE 1. Relacionar a ABS. encontrada em cada tubo com seus respectivos valores de pH. Inserindo estes dados numa planilha do Excel, como se segue: TUBO pH ABS. (nm) 1 _ 0,000 2 4 0,391 3 5 0,558 4 6 0,320 5 7 0,093 6 8 0,072 2. Seguem-se então as mesmas orientações para o GRÁFICO 1 e 2. 3. Compare o gráfico resultante com o modelo do gráfico teórico que relaciona a Variação de pH com a Velocidade da reação enzimática e então interprete e discuta os resultados. D. Traçar o gráfico: Concentração final de substrato (mmol/L) X absorbância 30 GRÁFICO 4 – EFEITO DA CONCENTRAÇÃO FINAL DE SUBSTRATO NA VELOCIDADE INICIAL DA REAÇÃO DE HIRÓLISE CATALISADA PELA ENZIMA INVERTASE 1. As concentrações de substrato já constam na tabela do roteiro de aula prática, mas caso não estivesse elas poderiam ser calculadas da mesma forma que no Gráfico 1 para a concentração de enzima. Portanto, basta correlacionar as concentrações de substrato com as absorbâncias de cada um dos tubos. Insira estes dados numa planilha do Excel, como segue: TUBO [S] (mM) ABS. (nm) 1 0 0,000 2 4 0,045 3 8 0,083 4 20 0,245 5 40 0,364 6 80 0,450 2. Seguem-se então as mesmas orientações para os gráficos 1, 2 e 3. 3. Compare o gráfico resultante com o modelo do gráfico teórico que relaciona a Concentração de substrato com a Velocidade da reação enzimática e então interprete e discuta os resultados. E. Traçar o gráfico Duplo-Recíproco da concentração final de substrato X absorbância (V0). Não esquecer de inverter os valores de [S] (1/[S]) e Absorbância (1/Abs. = 1/V0). GRÁFICO 5 – DUPLO-RECÍPROCO DO EFEITO DA CONCENTRAÇÃO FINAL DE SUBSTRATO NA VELOCIDADE INICIAL DA REAÇÃO DE HIRÓLISE CATALISADA PELA ENZIMA INVERTASE 1. Deve-se inverter a concentração de substrato e os valores de absorbância e então coloca-los na planilha do Excel: TUBO 1/[S] mM 1/ABS. (nm) 1 0 0,000 2 0,2500 22,22 3 0,1250 12,05 4 0,0500 4,08 5 0,0250 2,75 6 0,0125 2,22 2. Seguem-se então as mesmas orientações para os gráficos 1, 2, 3 e 4. 3. Clique na curva do gráfico resultante com o botão direito do mouse e então clique na opção ADICIONAR LINHA DE TENDÊNCIA: a. selecione o tipo LINEAR na ficha TIPO b. e na ficha OPÇÕES selecione as duas últimas quadrículas (Exibir equação no gráfico e Exibir o valor de R-quadrado no gráfico) e clique em OK c. Então, utilizando-se da equação do gráfico encontre a Vmáx e depois o Km, lembrando-se da equação de Lineweaver-Burk. d. Lembre-se que o valor de Km é expresso em concentração, pois refere-se a concentração de substrato presente quando a Vo é igual a Vmáx pela metade. Por isso a concentração deve ser ajustada para mmol/L de solução, pois no experimento tínhamos um volume final de 10mL o eu equivale a 0,01L. 31 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 8 CARACTERIZAÇÃO DE TRIACILGLICERÓIS OBJETIVOS Objetivo geral: - caracterizar lipídios de acordo com suas características físico-químicas, enfatizando a importância biológica destas moléculas Objetivos específicos: - identificar triacilgliceróis através de reações de hidrólise alcalina: reação de saponificação - evidenciar a formação dos produtos de hidrólise (sabões) pelas suas propriedades - identificar a presença de ácidos graxos insaturados por reação de halogenação EXPERIMENTO A. REATIVOS - solução alcoólica de hidróxido de sódio: 1 volume de hidróxido de sódio a 40% e1 volume de etanol a 95% - óleos vegetais - ácido acético concentrado - solução de cloreto de cálcio a 10% - solução saturada de cloreto de sódio - éter etílico (H3C-CH2-O-CH2-CH3) - hidróxido de sódio (NaOH) 0,1M B. TÉCNICA 1. TESTE DE SOLUBILIDADE Colocar 20 gotas da amostra em cada um de 3 tubos de ensaio Acrescentar 2ml dos seguintes solventes: - primeiro tubo: água destilada - segundo tudo: éter etílico - terceiro tubo: hidróxido de sódio 0,1M Agitar, observar e anotar na tabela a solubilidade da amostra nos respectivos solventes: Tubo Solvente Solubilidade 1 água destilada 2 éter etílico 3 hidróxido de sódio 2. REAÇÃO DE SAPONIFICAÇÃO A. Em um tubo de ensaio grande colocar: - 30 gotas de óleo vegetal - 10mL de solução alcoólica de hidróxido de sódio B. Aquecer em banho-maria fervente durante 30 min. Nestas condições, o óleo é saponificado obtendo-se uma solução opalescente de sais de potássio de ácidos graxos (sabões) e glicerol. 32 3. PROPRIEDADES DOS SABÕES A partir da solução de sabões realizar os seguintes testes: ABAIXAMENTO DA TENSÃO SUPERFICIAL ERLENMEYER: adicionar 2mL de sabão a um erlenmeyer e adicionar água destilada (até ~20mL). Agitar a solução de sabões e verificar a formação de espuma. PRECIPITAÇÃO DE ÁCIDOS GRAXOS TUBO 1: a um tubo de ensaio adicionar 1mL de sabão e depois adicionar gota a gota ácido acético concentrado (na capela) até notar o aparecimento de um precipitado branco de ácidos graxos, que são insolúveis devido ao seu baixo grau de dissociação. PRECIPITAÇÃO DE SABÕES DE CÁLCIO TUBO 2: ao segundo tubo de ensaio adicionar 1mL de sabão e depois adicionar cloreto de cálcio a 10% gota a gota até notar o aparecimento de um precipitado de sabões de cálcio PRECIPITAÇÃO POR EXCESSO DE ELETRÓLITOS TUBO 3: ao terceiro tubo de ensaio adicionar 1mL de sabão e igual volume de solução saturada de cloreto de sódio. Observar a formação de um precipitado de sabão por excesso de sais neutros, sendo explicada pelo efeito do íon comum, que reprime a dissociação dos sabões fazendo que as micelas percam a carga e precipitem. 4. TESTE DO IODO REAGENTES - amostra (óleo) - solução de lugol fraco: iodo 1g, iodeto de potássio 5g, água destilada para completar 100mL TÉCNICA TUBO 4: Colocar num tubo de ensaio 1mL da amostra (óleo) Adicionar 3 gotas de lugol Aquecer CAUTELOSAMENTE em banho-maria fervente Observe e analise, descrevendo as alterações do meio reacional abaixo: Coloração ANTES do banho-maria Coloração DEPOIS do banho-maria 33 ASPECTOS TEÓRICOS TESTE DE SOLUBILIDADE Este teste permite identificar a presença de lipídios nas amostras. Para isso utilizamos algumas substâncias como éter, clorofórmio, água, ácido clorídrico e hidróxido de sódio. Sabendo que os lipídios são moléculas apolares e conhecendo a lei de dissolução "semelhante dissolve semelhante", certamente as amostras que contém lipídios formarão soluções de apenas uma fase com as substâncias apolares; e com as substâncias polares soluções onde observaremos mais de uma fase. Testando a Solubilidade da amostra que contém lipídio, temos: - Éter; Clorofórmio – Solúvel - Água; Ácido clorídrico; Hidróxido de sódio - Insolúvel TESTE DE SAPONIFICAÇÃO O teste da saponificação identifica a presença de ácido graxo. Para isso coloca-se a amostra na presença de uma base como KOH (hidróxido de potássio) ou NaOH (hidróxido de sódio). Os compostos resultantes, sais de ácido graxo (fig. 1), são moléculas anfipáticas, com uma "cabeça" polar (COO- Na+) e uma cauda apolar formada pelo radical "R". Quando em meio aquoso, moléculas anfipáticas tendem a se agrupar formando estruturas esferóides, as micelas. Este é o princípio da limpeza de gorduras produzida pelo sabão. Fig. 1 – Reação de Saponificação 34 TESTE DO IODO Este teste identifica a presença de ácido graxo insaturado. Ocorre uma reação de halogenação, em que o iodo reage com as duplas ligações do ácido graxo insaturado. Fig. 2 – Reação de Halogenação Se houver dupla ligação, o iodo será consumido e a coloração característica da solução de iodo diminuirá de intensidade. UM POUCO MAIS SOBRE O LIGAÇÕES SATURADAS E INSATURADAS Óleos são lipídios constituídos principalmente por ligações duplas, ou seja, insaturadas, enquanto que gorduras (pastosas, consistentes) são constituídas por ligações simples entre os carbonos das longas cadeias carbônicas, por isso são chamadas gorduras saturadas. A margarina é de origem vegetal, advinda da hidrogenação de óleos poliinsaturados. A reação de hidrogenação caracteriza-se pela quebra das duplas ligações (insaturadas) sendo que a ligação quebrada é substituída por duas moléculas de hidrogênio, por isso hidrogenação, adição de hidrogênios. Reações de hidrogenação são produzidas artificialmente com catalisadores inorgânicos e altas temperaturas, portanto os hidrogênios são adicionados inespecíficamente e desta forma podem formar as gorduras do tipo TRANS. Antes todas as insaturações eram hidrogenadas, mas com a descoberta de que triglicerídeos saturados aumentam os riscos de desenvolvimento de problemas circulatórios e cardíacos, nem todas as insaturações são hidrogenadas, apenas as necessárias para atingir a consistência da margarina. RELATÓRIO – caracterização de triacilgliceróis O relatório deve seguir as regras da ABNT, sendo que as seguintes questões devem estar respondidas e/ou abordadas no relatório (as questões que não forem abordadas no corpo do relatório deverão estar apresentadas em ANEXO): 1. Explique cada uma das reações ocorridas no ERLENMEYER e nos tubos 1, 2, 3 e 4, fundamentando-as. 2. Cite as principais funções biológicas dos lipídios correlacionando-as com a estrutura destas moléculas. 3. Por que se utiliza etanol na reação de saponificação? 4. Explique a ação detergente dos sabões. 5. Explique o que ocorre na reação de halogenação no teste com iodo. 35 6. Os lipídios podem ser saturados (apenas ligações simples) ou insaturados (ligações duplas). As gorduras são lipídios consistentes, pois as moléculas apresentam apenas ligações simples, enquanto os óleos são líquidos devido às insaturações. A manteiga e a margarina são produzidas com gordura animal e óleos vegetais, respectivamente. Então como se explica que ambas sejam consistentes, posto que óleos são caracteristicamente líquidos? CURIOSIDADE: Sabões na indústria farmacêutica... ZANIN, S. M. W.; MIGUEL, M. D.; BUDEL, J. M.; DALMAZ, A. C., Desenvolvimento de sabão base transparente. Revista Visão Acadêmica, Curitiba, v. 2, n. 1, p.19-22, Jan./Jun, 2001. 36 BIOQUÍMICA GERAL E METABÓLICA AULA 9 HIDRÓLISE E CARACTERIZAÇÃO DO AMIDO OBJETIVOS Objetivo geral: - caracterização do amido, enfatizando dois diferentes tipos de hidrólise e suas implicações Objetivo específico: - caracterizar o amido através de hidrólise ácida - revisar os conceitos de estrutura desse carboidrato juntamente com as propriedades das enzimas EXPERIMENTO A. REATIVOS 1. Solução de amido a 1 % 2. Solução de lugol fraco 3. Reativo de DNS (3,5-dinitrosalicilato) 4. HCl concentrado B. TÉCNICA HIDRÓLISE ÁCIDA DO AMIDO: teste do iodo e reação do DNS 1. Colocar 5mL de solução de amido em um tubo de ensaio (tubo de hidrólise) e levá-lo ao banho-maria fervente. Deixar 1 minuto para homogeneizar a temperatura. Observar se a solução passa a ficartranslúcida. 2. Para dar início à hidrólise, adicionar ao tubo 0,2 mL de HCl concentrado, misturar e retirar em outros 2 tubos de ensaio: 0,2mL para o teste do iodo 0,2mL para o teste de açúcares redutores (DNS) ESTE É O TEMPO ZERO DA REAÇÃO 3. Imediatamente após a retirada das alíquotas do tempo zero (item 2), recolocar o tubo de hidrólise (solução de amido mais HCl concentrado) no banho-maria fervente. A seguir nos tempos 5, 10, 20 e 30 minutos de hidrólise, retirar novas alíquotas de 0,2mL para o teste do iodo e dosagem do açúcar redutor. PROTOCOLOS PARA OS TESTES DO IODO DE DO DNS: O teste do iodo é realizado tomando-se: 0,2mL da amostra (amido + HCl) 3 gotas de lugol 5mL de água destilada. A dosagem de açúcar redutor (teste do DNS), consiste em adicionar: 0,2mL da amostra (amido + HCl) 1,0mL de água 1,0mL de DNS Deve-se aquecer em banho-maria fervente por 5 min e então adicionar 3mL de água destilada. 37 A intensidade das colorações resultantes deve ser anotada na tabela abaixo: TEMPO (min) 0 5 10 20 30 TESTE DO IODO (indicar a intensidade da cor) DNS (indicar a intensidade da cor) Interpretar os resultados ASPECTOS TEÓRICOS O monossacarídeo glucose é a mais importante unidade de formação de polissacarídeos na natureza. Os polissacarídeos de reserva das plantas (amido), dos animais (glicogênio) e os polissacarídeos estruturais das plantas (celulose) são formados exclusivamente de glucose. O amido encontra-se largamente distribuído no reino vegetal, sendo encontrado em sementes, tubérculos, etc. Dentro das células encontra-se na forma de grânulos, sendo característica a aparência microscópica dos amidos de diferentes fontes. Os principais constituintes do grânulo de amido são a amilose e a amilopectina, polissacarídeos que diferem na estrutura molecular. Quando se aquece uma suspensão de amido em água os grânulos se desintegram e formam uma solução coloidal de amido. Quando se adiciona uma solução de iodo ao amido desenvolve-se uma coloração azul, que é devida a formação de um complexo de amido com o iodo. O amido é um grão formado por dois polissacarídeos: amilose e amilopectina. Estes polissacarídeos de reserva vegetal constituem-se em unidades de glucose ligadas por ligações glicosídicas do tipo (14) (amilose) e unidades de glucose ligadas por ligações glicosídicas do tipo (14) e (16), a amilopectina, que possui pontos de ramificação. A reação com iodo é utilizada para a pesquisa do amido (carboidrato), que forma um complexo colorido com o iodo. A amilose dá origem a uma coloração negro-azulada, enquanto que a amilopectina dá origem a uma coloração vermelho-violácea. Este complexo se dissocia por aquecimento e torna a se formar quando a solução é resfriada. A explicação para este fenômeno advém do fato das cadeias lineares de amilose apresentarem uma conformação helicoidal capaz de ocluir o iodo, resultando no desenvolvimento da coloração azul-intensa típica. Para cada 6 resíduos glicosil ligados por (14) da amilose estabelece- se um passo da hélice. O aquecimento da solução de amido deve então alterar esta conformação e como conseqüência abolir a coloração resultante da interação amilose-iodo. A amilopectina apresenta uma reação semelhante mas a formação da hélice fica em parte dificultada pelos pontos de ramificação da molécula (= ligações (16). Por esta razão a intensidade da cor iodo-amilopectina é menor e seu matiz (máximo de absorção) é também diferente (violáceo-avinhado). No glicogênio, ainda mais ramificado que a amilopectina, este impedimento é maior e a cor resultante é acastanhada. Numa solução de amido em presença de ácido (HCl) e aquecimento, ocorre hidrólise das ligações glicosídicas dos polissacarídeos. Em função do tempo de hidrólise encontram- se produtos intermediários (oligossacarídeos), sendo que o produto final da hidrólise ácida é a glucose. Coloração do amido com lugol (iodo): - Amido: negro-azulado - Oligossacarídeos maiores: azul à púrpura - Oligossacarídeos menores: avermelhados - Glucose: não desenvolve cor com lugol 38 Fig. 1 – Amilopectina: ligações glicosídicas (14) e (16) ligação glicosídica α (1→4) ligação glicosídica α (1→6) extremidade redutora RELATÓRIO – hidrólise e caracterização do amido O relatório deve seguir as regras da ABNT, sendo que as seguintes questões devem estar respondidas e/ou abordadas no relatório (as questões que não forem abordadas no corpo do relatório deverão estar apresentadas em ANEXO): 1. Com relação à natureza dos produtos de hidrólise, diferencie a ação de um ácido mineral da -amilase salivar sobre o amido. 2. Explicar os resultados obtidos na hidrólises ácida do amido, em função da evolução das cores obtidas (aos zero, 5, 10, 0 e 30 minutos) com o iodo. 3. Fundamento do método do 3,5-di-nitrosalicitato para dosagem de açúcares redutores. 4. Supondo que a hidrólise ácida mineral do amido fosse parcial a ponto de permitir o isolamento preferencial de dissacarídeos qual seria a estrutura dos mesmos (tipos de ligações glicosídicas)?
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