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O Processo e Direito Processual

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O PROCESSO E DIREITO PROCESSUAL
 O Estado moderno e sua função jurídica – 
O Estado moderno, no exercício e sua função jurídica, disciplina as relações intersubjetivas.
Legislação e jurisdição
O processo, como vimos, surge a partir do momento em que o Estado passa a ter poder sobre os particulares na resolução de seus conflitos.
O processo, como meio disso, está ligado ao escopo jurídico do Estado.
È por meio deste instrumento que o Estado, na pessoa do Juiz, toma as decisões com intuito de resolver os conflitos postos a seu julgamento.
Para a solução dos conflitos postos no processo o juiz segue parâmetros para solucionar os casos de forma mais justa, imparcial e equânime possível.
Esses parâmetros é a legislação, que dita as regras de direito abstrato sobre o lícito e ilícito, permitido e proibido.
Portanto por meio da legislação o direito tem seus parâmetros de condutas, direitos e obrigações que serviram de suporte para o juiz decidir seus processos. 
Já o ato de aplicar e fazer valer essas normas chamamos de JURISDIÇÃO, por meio da qual o juiz utiliza na prática as normas da legislação para impor o dever-ser ditado pelo Estado.
Conceito de Direito Processual
Ao surgir um litígio entre dois indivíduos, em que o interesse de um confronta com o de outro, surgindo daí uma pretensão que se dirige contra o direito subjetivo de outrem, este para fazer valer o seu direito, vedada a autotutela e não bastando a autocomposição, terá que, através de um técnico com capacidade postulatória (advogado) postular em juízo, no processo, a tutela jurídica. Estando em termos a petição inicial (CPC, 282) e devidamente instruída com os documentos indispensáveis o juiz despachará a inicial, ordenando a citação do réu, possibilitando a este a contestação do pedido dentro do prazo legal.
Passa-se, então, à defesa do réu, seguindo-se as fases do saneamento e instrução do processo e finalmente a fase decisória, o julgamento do mérito, que consiste na entrega da prestação jurisdicional do Estado.
A esse conjunto de atos das partes, do juiz e de seus auxiliares, até a final soluçai da lide, obedecendo a um sistema de normas e princípios, fazendo com que esses atos se desenvolvam de modo ordenado e não arbitrariamente, chama-se DIREITO PROCESSUAL OU PROCESSO.
POSIÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL NO QUADRO GERAL DAS CIÊNCIAS JURÍDICAS
Uma das mais antigas divisões das normas jurídicas é aquela que os separa em duas porções, uma denominada de DIREITO PÚBLICO e a outra de DIREITO PRIVADO.
Cada uma dessas classes possui um conjunto de leis que lhe são inerentes, não ocorrendo de uma lei pertencer ao mesmo tempo aos dois conjuntos.
Uma lei é de DIREITO PÚBLICO quando em um dos seus pólos aparece o Poder Público (a União, Estados, Município, autarquias e empresas, o Poder Judiciário, o Poder Legislativo ou qualquer do denominado órgãos do Estado ( como o MP).
Não figurando nenhuma dessas pessoas ou órgãos em qualquer dos pólos da relação jurídica, a lei pertence ao ramo do DIREITO PRIVADO.
O Direito Público se divide em dois outros conjuntos de leis: Direito Público Externo e Direito Público Interno. 
No Direito Público Externo – encontramos o Direito Internacional Público
O Direito Público Interno, que vige somente dentro do país, desdobra-se em vários ramos do Direito:
1 – DIREITO CONSTITUCIONAL,
2. DIREITO ADMINISTRATIVO, 
3. DIREITO TRIBUTÁRIO,
4. DIREITO PENAL
5. DIREITO ELEITORAL
6. DIREITO PROCESSUAL - cuida da administração da justiça, constituindo-se no conjunto de leis que disciplinam a atuação do Poder Jurisdicional e dos que a ele recorrem, tendo por escopo a resolução dos conflitos intersubjetivos.
O Direito Privado, por seu turno, subdivide-se em Direito Comum e Direito Especial.
Pertencem ao Direito Especial o Direito do Trabalho.
Já o Direito Comum é representado pelo Direito Civil.
Resumo: Direito Processual – Divisão e posição
O direito processual, civil, penal, trabalhista, tributário, etc. apesar de servir para utilização ou efetivação do direito material, é autônomo como todos os demais ramos do direito.
Contudo apesar de estar intimamente ligado aos demais ramos do direito, ele se insere na divisão clássica de direito público ao invés do privado como os demais.
Isso porque seus ditames estão intimamente ligados e disciplinados pelo direito constitucional, que é o principal ramo do direito público como os princípios do processo, devido processo legal (due processo of Law).
Ex.: não pode ter uma norma de direito processual contrariando a Constituição Federal.
Divisão de Direito Processual 
Direito processual civil e penal
Como é una a jurisdição, expressão do poder estatal, igualmente uno também é o direito processual, como sistema de princípios e normas para o exercício da jurisdição. 
O Direito processual como um todo decorre dos grandes princípios e garantias constitucionais pertinentes e a grande bifurcação entre processo civil e processo penal corresponde apenas a exigência relacionada com o tipo de normas jurídico-substanciais a atuar.
Apesar de muitos princípios e conceitos serem comuns a ambos os ramos o direito processual se divide em civil e penal.
Conforme a natureza da pretensão, o processo será civil ou penal. Penal é aquele que apresenta em um de seus pólos contrastantes, uma pretensão punitiva do Estado. E Civil, por outro lado, é o que não é penal e por meio do que se resolvem os conflitos entre os particulares. 
Os demais tipos de direitos processuais existentes, trabalhista, tributário, são decorrência do civil.
Mas a grande divisão existente só diz respeito a civil e penal.
DIREITO MATERIAL E DIREITO PROCESSUAL
DIREITO MATERIAL – é o conjunto de princípios e normas que disciplinam os fatos e relações emergentes da vida, ou seja, é o corpo de normas que regulam as relações referentes a bens e utilidades da vida (direito civil, administrativo, comercial, tributário, trabalhista,..)
DIREITO PROCESSUAL - o complexo de normas e princípios que regem o exercício conjugado da jurisdição pelo Estado-Juiz, da ação pelo demandante e da defesa do demandado. 
O que distingue fundamentalmente o direito material do direito processual é que este trata das relações entre atores processuais, da posição de cada um deles no processo, da forma de proceder os atos processuais, sem se preocupar a priori com o bem da vida que é o objeto do interesse primário das pessoas, por elas disputado, o que dá azo ao litígio.
O direito processual é, assim, um instrumento a serviço do direito material, já que seus institutos básicos têm como escopo a garantia da autoridade do ordenamento jurídico. 
EX.: Suponha-se que um motorista “A”, com seu automóvel, não obedecendo o sinal de transito PARE, em um cruzamento, colide com o veículo de “B” que demandava pela via transversal com prioridade de passagem. Desse fato nasce uma relação jurídica de direito material, entre os motoristas “A” e “B”, que consiste no dever de reparar o dano, nos termos do artigo 186 do CC.
Vê-se pois que o direito material fixa as regras do direito e das obrigações entre as pessoas, impondo àquele que, agindo com culpa, causar prejuízo a outrem, a obrigação de reparar o dano.
Se após o acidente, “A”, cumprir a obrigação, espontaneamente e a contento da vítima, a relação jurídica de direito material se resolve; mas, se ao contrário resistir (pretensão resistida), configura-se o litígio, a lide e, se “B” propuser a competente ação de reparação de dano, nasce o processo, estabelecendo relações processuais entre as partes (sujeitos ativos da relação processual) e o juiz (sujeito passivo a relação processual). Através do processo, que é o instrumento de composição do litígio, o juiz ouve as alegações das partes, aprecia o acervo probatório formado pelas provas trazidas pelas partes e por aquelas por ele determinada e, finalmente, decide, prestando a jurisdição, dizendo quem tem razão. 
Concorrem, assim, no caso, duas relações jurídicas: a de direito subjetivo-material e a de direito subjetivo-processual.Resumo:
Direito material e direito processual
Dentro do processo existem dois tipos de direito ao que recorremos para instruir um processo. 
Pelo direito processual temos os caminhos de trabalho dentro do processo e seu procedimento. Ex. O CPC dita as normas de como o processo se desenvolve.
Pelo direito material teremos o direito a ser aplicado ao caso concreto, no direito material é que buscamos os fundamentos que utilizaremos dentro do processo para ganhar a ação. Ex. CC, CP.
Portanto pelo direito material usamos a lei para ter o direito e pelo direito processual usamos a lei para fazer valer a lei material. 
Direito material – direito substancial
INSTRUMENTALIDADE DO PROCESSO
O processo é o instrumento da jurisdição. (meio, modo, forma, maneira) de atingir a pacificação social.
O processo é um instrumento a serviço da paz social.
È um meio de alcançar o direito material. (as normas, as leis de direito material). Para que esta prevaleça em casos concretos.
Ao mesmo tempo que o processo é o principal escopo do Estado, ele é o instrumento a serviço da paz social.
Pelo processo o Estado impõe suas normas e mandamentos utilizando assim de seu instrumento de atuação para fazer valer as leis.
	
EVOLUÇÃO DO DIREITO PROCESSUAL
A história do direito processual inclui três fases metodológicas fundamentais.
Até meados do século passado, o processo era considerado simples meio de exercício os direitos. A ação era entendida como sendo o próprio direito subjetivo material que, uma vez lesado, adquiria forças para obter em juízo a reparação da lesão sofrida. Não se tinha consciência da autonomia da relação jurídica processual em face da relação jurídica de natureza substancial eventualmente ligando os sujeitos do processo. Nem se tinha noção do próprio direito processual côo ramo autônomo do direito e, muito menos, elementos para a sua autonomia científica. Foi o longo período de sincretismo, que prevaleceu das origens até quando os alemães começaram a especular a natureza jurídica da ação no tempo moderno e acerca da própria natureza jurídica do processo.
A segunda fase foi autonomista ou conceitual marcada pelas grandes construções científicas do direito processual. Foi durante esse período praticamente um século que tiveram lugar as grandes teorias processuais, especialmente sobre a natureza jurídica da ação e do processo, as condições da ação e os pressupostos processuais, elevando-se definitivamente uma ciência processual. A afirmação da autonomia científica do direito processual foi uma grande preocupação desse período, em que as grandes estruturas do sistema foram traçadas e os conceitos largamente discutidos e amadurecidos. 
A fase instrumentalista, ora em curso, é eminentemente crítica. O processualista moderno sabe que, pelo aspecto técnico-dogmático a sua ciência já atingiu níveis muito expressivos de desenvolvimento, mas o sistema continua falho na sua missão de produzir justiça entre os membros da sociedade. È preciso agora deslocar o ponto-de-vista e passar a ver o processo a partir de um ângulo externo, isto é, examiná-lo nos seus resultados práticos. Como tem sido dito, não basta encarar o sistema do ponto-de-vista dos produtores do serviço processual (juízes, advogados, promotores de justiça), é preciso levar em conta o modo como os seus resultados chegam aos consumidores desse serviço, ou seja, à população destinatária. 
A terceira fase está longe de exaurir o seu potencial reformista. Durante ela já foi possível tomar consciência do relevantíssimo papel do sistema processual e de sua complexa missão perante a sociedade e o Estado.
Já se obteve também algum progresso no plano prático, especialmente mediante a legislação brasileira sobre Juizados Especiais (ampla assistência jurídico-judiciária, simplificação das formas, maior acessibilidade) e a ação civil pública (tutela jurisdicional a interesses supraindividuais) além das garantias constitucionais do mandado de segurança coletivo (proteção a interesses homogêneos de pessoas integrantes de determinada categoria), da assistência jurídica aos necessitados, 
Sentem-se progressos também em sede pretoriana, com juízes e tribunais gradativamente conscientizados dos valores humanos contidos nas garantias constitucionais do contraditório e do devido processo legal e necessidade de tratar o processo, sempre, como autêntico meio de acesso à ordem jurídica justa. 
Mas resta muito a fazer. A fase instrumentalista não terá desempenhado o relevante papel que se propõe para o aprimoramento do serviço de pacificação social, enquanto não tiver cumprido razoavelmente os propósitos expressos nas três ondas renovatórias desenvolvidas em sede doutrinária. 
Se temos hoje uma vida societária de massa, com tendência a um direito de massa, é preciso ter também um processo de massa. 
Se postulamos uma sociedade pluralista, marcada pelo ideal isonômico, é preciso ter também um processo sem óbices econômicos e sociais ao pleno acesso à justiça;
Se queremos um processo ágil e funcionalmente coerente com os seus escopos, é preciso também relativizar o valor das formas e saber utilizá-las e exigi-las na medida em que sejam indispensáveis a consecução do objetivo que justificaa instituição de cada uma delas. 
Tudo isso visa à efetividade do processo como meio de acesso à justiça. 
E a concretização desse desiderato é algo que depende menos das reformas legislativas, do que da postura mental dos operadores do sistema (juízes, advogados, promotores de justiça). 
É indispensável a consciência de que o processo não é mero instrumento técnico a serviço da ordem jurídica, mas acima disso, um poderoso instrumento ético destinado a servir a sociedade e ao Estado.

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