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Nome: Lorrane Alves Quaresma 4⁰ Período
Matéria: Direito Penal III Prof⁰: Luciano Filizola
 Recebe o nome de tortura a prática intimidadora que envolve coerção física ou mental de um ou mais indivíduos, com o objetivo de obter informações ou esclarecimentos sobre determinado fato. No Brasil, a tortura foi usada desde a chegada dos portugueses como meio de obter provas através da confissão. Além disso, a exploração dos índios e a escravidão dos negros são consideradas a maior crueldade histórica do país. Segundo os dados, foram cerca de 1.700.000 africanos trazidos, na condição de escravos para o Brasil em 300 anos. Durante esse longo período escravista, a violência foi uma das características marcantes desse sistema socioeconômico. As práticas de tortura foram utilizadas com o intuito de controlar e punir as ações dos cativos frente aos seus senhores além de servir de exemplo para a obediência e bom comportamento dos outros cativos. O chicote, o tronco, a máscara de ferro, o pelourinho eram os recursos mais comuns demonstrando que os castigos obedeciam a critérios racionais, tornando-se eficientes enquanto mecanismos de dominação, exploração e controle sobre o corpo e mente de milhões de negros e negras da época. Durante séculos a tortura era tida como aceitável para manutenção da ordem.
 A preocupação com a dignidade humana tornou-se objeto de convenções internacionais somente a partir Declaração Francesa dos Direitos do Homem e do Cidadão, quando os meios de tortura se transformaram em práticas cruéis. No Brasil, com a Constituição de 1824, a tortura foi proibida às pessoas consideradas na época parte do povo brasileiro os bem-nascidos, ricos e, portanto, homens livres. No entanto, continuou sendo aplicada a negros e indígenas, considerados meros objetos na sociedade. Institucionalizada no país, o regime militar tornou-se um período delicado em nossa história. Os métodos de violência física e psicológica instalados desde o primeiro dia que foi instaurado o regime. Recife foi um dos lugares que mais sofreu atrocidades dos militares, tendo civis agredidos e mortos em passeatas que protestavam a favor da democracia. O líder camponês e comunista Gregório Bezerra foi a primeira vítima de tortura. No dia do golpe cívico-militar, o coronel Villoc amarrou Gregório com cordas e ordenou que soldados o arrastassem pelas ruas de Recife, humilhando-o verbalmente e espancando-o. O coronel incitava o povo para ver o “enforcamento do comunista”. Diante do horror, religiosos pressionaram o general Justino Alves Bastos, que impediu um martírio, no entanto, não conseguiu evitar que Gregório levasse coronhadas pelo corpo e tivesse os pés queimados com soda cáustica.
 Uma das notícias mais comentadas no ano de 2017 foi o caso do adolescente de 17 anos que teve sua testa tatuada por ter sido acusado de roubo para que o próprio assumisse a culpa. No ano de os dois homens responsabilizados pela tatuagem resolveram tortura-lo ate confessar, e a tortura foi uma tatuagem na testa que dizia "Eu sou ladrão e vacilão" feita sem nenhuma prova de que o garoto tinha furtado a tal bicicleta. No primeiro vídeo, um dos tatuadores obriga o menino a "pedir" uma tatuagem com a palavra "ladrão". O comparsa, que filmava o momento, grita que "vai doer". No outro registro, a dupla faz o menino contar que tentou roubar a bicicleta de um "homem que trabalha no farol e que não tem perna". Aos risos, os homens fazem o menino mostrar sua tatuagem e perguntam se ele gostou. Os dois estão presos no 3º Distrito Policial de São Bernardo e foram responsabilizados pelo crime e respondem por lesão corporal gravíssima. Hoje o adolescente está internado na clínica particular Grand House desde o dia 13 de junho do ano passado, onde se reabilita de dependência química. Lá, participa de atividades como atendimento psiquiátrico e psicológico, de convivência social e atividades lúdicas e esportivas.
 Como diz Beccaria no seu livro Dos Delitos e das Penas "Um crime já cometido, para o qual já não há remédio, só pode ser punido pela sociedade política" e diz também que a intenção do torturador é machucar o indivíduo até ele falar a verdade que consequentemente não foi o que aconteceu com o adolescente, ele simplesmente foi torturado sem ter provas e mesmo conhecendo as Leis o mesmo sofria de problemas psiquiátricos, a qual, não respondia por si mesmo. Sobre o efeito da pressão de dois homens ameaçando o inocente submetido a uma tortura tem tudo contra si, será condenado já o culpado será absolvido se suportar a dor com firmeza evitará as punições de que foi ameaçado e vai acabar sofrendo uma pena mais leve diz Beccaria, além disso é injusto responsabilizar um inocente por erro de outro.

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