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Direitos Humanos Uma Breve Cronologia Hélio da Câmara Paiva* RESUMO: A concepção de Direitos Humanos universais e inalienáveis é relativamente recente na história da humanidade. Este artigo busca pontuar fatos relevantes nesta cronologia fazendo um breve inventário descritivo de alguns dos mais importantes fatos, eventos e documentos que a compõe desde a Magna Carta inglesa de 1215 até a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948. Palavras-chave: direitos humanos, história, constituição, universalidade, revolução, nação, guerra, cruz vermelha, Magna Carta, habeas corpus, lei, independência, convenção, Genebra, Nações unidas, cristianismo, monarquia, república. ABSTRACT: The conception of universal and inalienable human rights is relatively recent in the history of humanity. This article seeks to punctuate relevant facts in this chronology by making a brief descriptive inventory of some of the most important facts, events, and documents composing it from the English Magna Carta of 1215 to the Universal Declaration of Human Rights of 1948. Keywords: human rights; history; constitution; universality; revolution; nation; war; red cross; magna carta; habeas corpus; law; independence; convention; Geneva; United Nations; Christianity; Monarchy; Republic. RESUMEN: La concepción de derechos humanos universales e inalienables es relativamente reciente en la historia de la humanidad. Este artículo busca puntuar hechos relevantes en esta cronología haciendo un breve inventario descriptivo de algunos de los más importantes hechos, eventos y documentos que la componen desde la Magna Carta inglesa de 1215 hasta la Declaración Universal de los Derechos Humanos de 1948. Palabras clave: derechos humanos, historia, constitución, universalidad, revolución, nación, guerra, cruz roja, Magna Carta, habeas corpus, ley, independencia, convención, Ginebra, Naciones Unidas, cristianismo, monarquía, república. * Bacharel em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração de Empresas e Ciências Contábeis de Guarulhos, SP, 1984; Graduando em Direito pela Faculdade Presbiteriana Mackenzie Rio, 3º período, 2018. Endereço para correspondência: Ministério do Trabalho e Emprego, Av. Pres. Antonio Carlos, 251 – Sala 1221 – Rio de Janeiro – RJ. CEP: 20.020-010. E-mail: helioxpaiva@gmail.com 2 A Declaração Universal dos Direitos Humanos afirma em seu preâmbulo que: O reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família humana e dos seus direitos iguais e inalienáveis constitui o fundamento da liberdade, da justiça e da paz no mundo. Dessa afirmação podemos tirar uma conclusão que nos parece óbvia: a de que todos os seres humanos possuem direitos iguais e inalienáveis à dignidade, liberdade, justiça e paz, porém, não podemos afirmar que esta é uma concepção antiga ou onipresente. Pelo contrário, a ideia da universalidade dos Direitos Humanos é relativamente recente, porém, o caminho até esta ideia (ou ideal) foi longo, tortuoso e, infelizmente, ainda está bem longe de ser universal. Apesar de já na obra "Antígona1" de Sófocles existir a defesa da existência de normas não escritas e imutáveis que são superiores aos direitos escritos pelo homem, foi somente na Idade Média que o óvulo da ideia dos Direitos Humanos foi fecundado, gerando a teoria do jusnaturalismo que defende ser o direito natural, universal, imutável e inviolável, sendo uma lei imposta pela natureza a todos aqueles que se encontrem em um estado de natureza. Porém, com a expansão do Cristianismo enfatizando a crença na igualdade de todos os homens, independentemente de origem, raça, sexo ou credo, a ideia de um direito natural transcende esse limitado “ser natural”, propagando-se a defesa da ideia de igualdade de todos os homens ao direito à dignidade. Há menos de oitenta anos atrás, o mundo enfrentou mais uma guerra mundial, onde ideias de superioridade de raça e eugenia, defendidas por homens como Arthur de Gobineau2, serviram de base para legitimar a classificação da humanidade em diferentes raças, pregando a supremacia da “raça branca” no geral, e da “raça ariana” em particular e assim justificar os horrores do holocausto. Atualmente observamos um ressurgimento preocupante dos movimentos neonazistas, não só na Europa, mas mundial. 1 Antígona é uma figura da mitologia grega, irmã de Ismênia, Polinice e Etéocles. Todos filhos do casamento incestuoso de Édipo e Jocasta. 2 Nascido no dia 14 de julho de 1816 em Ville-d'Avray, comuna da França, Joseph Arthur de Gobineau exerceu atividades como filósofo, escritor e diplomata. Durante o século XIX, suas teorias sobre o racismo foram consideradas as mais importantes entre estudiosos do tema. Disponível em <http://www.infoescola.com/biografias/arthur-de-gobineau/>. Acesso em 22 set. 2017. 3 “Mais coragem para o nosso sangue vienense, estrangeiros demais não fazem bem a ninguém”. Foi esse o slogan do FPÖ, partido austríaco fundado por neonazistas, enfatizando a pureza e superioridade do sangue vienense e que por muito pouco não venceu a corrida eleitoral à presidência da Áustria em 2016. “Todos os povos têm certo grau de paranóia. A extrema-direita historicamente se aproveita dessa paranóia para crescer, principalmente se tiver ao seu lado um líder carismático. Essas lideranças têm grande capacidade de se comunicar com a massa, principalmente se a massa estiver ressentida por viver em anos de dificuldade e restrições”, afirma a antropóloga Adriana Dias, da Unicamp, pesquisadora do neonazismo (apud Karol Pinheiro3). Como nota-se pelas palavras da pesquisadora, o Brasil não é exceção a este crescimento da extrema-direita, onde as intenções de voto para as eleições presidenciais de 2018 mostram em segundo lugar um candidato que tem por slogan “bandido bom, é bandido morto”. Como podemos então, observar, a história dos direitos humanos é feita de avanços e retrocessos, e momentos cruciais nesta cronologia forma marcados por eventos, atos e documentos que a seguir enumero. 1. MAGNA CARTA, INGLATERRA, 1215. Acredito que se me pedissem para apontar um único fator como responsável pela unidade nacional, ou seja, pela constituição daquilo que modernamente denominamos de nação, eu apontaria o absolutismo monárquico, e o conceito de nação é fundamental na evolução do Estado de Direito, consequentemente, na formulação dos Direitos Humanos, porém, absolutismo sem lei é tirania, e nesse sentido, a Magna Carta, assinada forçosamente pelo Rei João da Inglaterra, dito João Sem-Terra, em 15 de junho de 1215, após este haver violado um sem número de antigas leis pelas quais a Inglaterra havia sido governada, ser o protagonista de grandes disputas com a Igreja Católica e ter causado severos danos à população inglesa após anos de guerra contra a França, foi um marco fundamental na 3 CRISE E PARANÓIA ESTIMULAM O CRESCIMENTO DO NEONAZISMO NO BRASIL. Diário do Centro do Mundo. 18 de fevereiro de 2017. Disponível em < http://www.diariodocentrodomundo.com.br/crise-e- paranoia-estimulam-o-crescimento-do-neonazismo-no-brasil-diz-pesquisadora-da-unicamp/>. Acesso em 25 set. 2017. 4 cronologia dos Direitos Humanos, já que, apesar de essencialmente assegurar os direitos e privilégios da nobreza e da Igreja Católica, também garantiu o direito de ir e vir, o direito de todos os cidadãos livres possuírem e herdarem propriedades, estabeleceu os princípios de processos devidos e igualdade perante a lei, além de estabelecer uma lei que proibia o rei de criar novos impostos ou alterar as leis sem antes consultarum conselho, composto por representantes do clero e da nobreza. Em resumo, a importância da Magna Carta para os Direitos Humanos foi traçar os limites da atuação do Estado, mitigando a opressão da sociedade pelo soberano e semeando a ideia de respeito aos direitos individuais. Interessante notar que atualmente no direito inglês quatro dispositivos da Carta Magna ainda têm vigência. São eles: • O artigo primeiro, que trata dos privilégios da Igreja da Inglaterra; • O artigo 9 ou 13 (versão de 1225), que confirma os privilégios da cidade de Londres, bem como de outras cidades e portos; • O artigo 29 ou 39 e 40 (versão de 1225), considerado o mais importante da Carta, pois expressa o direito do indivíduo de ser julgado por seus pares e de acordo com a lei da terra; • O artigo 60, somente na parte relacionada com a limitação dos atos do Governo. 2. LEI DE HABEAS CORPUS, INGLATERRA, 1679. O Habeas Corpus Act, (muitas vezes descrito erradamente como a origem do recurso de Habeas Corpus, já que sua origem remonta ao Assentamento de Clarendon, um decreto de 1166 do rei Henrique II de Inglaterra), foi uma lei do Parlamento criada durante o reinado do Rei Charles II, em um período extremamente agitado politicamente, onde debates religiosos e políticos descambaram para o radicalismo, mergulhando a nação em uma sangrenta guerra civil. Deste modo, a história do instituto do Habeas Corpus está intrinsecamente ligada às origens dos Direitos Humanos e à sua efetivação, fazendo parte dos antecedentes históricos das declarações dos direitos humanos fundamentais. O item 39 da Carta Magna dispõe que: 5 39 – Nenhum homem livre será detido ou aprisionado, ou privado de seus direitos ou bens, ou declarado fora da lei, ou exilado, ou despojado, de algum modo, de sua condição; nem procederemos com força contra ele, ou mandaremos outros fazê-lo, a não ser mediante o legítimo julgamento de seus iguais e de acordo com a lei da terra. Nesse sentido, Fábio Konder Comparato afirma que: O sentido inovador do documento consistiu, justamente, no fato de a declaração régia reconhecer que os direitos próprios dos dois estamentos livres – a nobreza e o clero – existiam independentemente do consentimento do monarca, e não podiam, por conseguinte, ser modificados por ele. Aí está a pedra angular para a construção da democracia moderna: o poder dos governantes passa a ser limitado, não apenas por normas superiores, fundadas no costume ou na religião, mas também por direitos subjetivos dos governados.4 Porém, como passar do tempo, a Magna Carta passou a ser desrespeitada, e prisões motivadas por decreto real tornaram-se rotineiras, e o direito de ir e vir deixou de ser garantido na Inglaterra, principalmente durante o reinado de Charles I. Durante o reinado de Eduardo III (janeiro de 1327 a junho de 1377), por exemplo, ninguém poderia ser detido a mando do rei, ou de seus conselheiros, sem que houvesse acusação legal e procedente, o que deixou de existir no reinado de Charles I, e acusações de traição eram desculpas para a desobediência daquele preceito. Diante disto, o parlamento inglês convocou uma nova assembléia, redigindo em 1628 o Petition of Rights, restabelecendo o remédio do Habeas Corpus, contudo, era apenas uma reafirmação da Magna Carta, não trazendo nenhuma inovação no rito processual e se mostrando ineficaz deste modo, em 1679 o Habeas Corpus Act. Uma lei que visava garantir a liberdade dos súditos, protegendo a liberdade de locomoção, determinando que: I - A reclamação ou requerimento escrito de algum indivíduo ou a favor de algum indivíduo detido ou acusado da prática de um crime (exceto tratando-se de traição ou felonia, assim declarada no mandato respectivo, ou de cumplicidade ou de suspeita de cumplicidade, no passado, em qualquer traição ou felonia, também declarada no mandato, e salvo o caso de formação de culpa ou incriminação em processo legal), o lorde-chanceler ou, em tempo de férias, algum juiz dos tribunais superiores, depois de terem visto cópia 4 COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos direitos humanos – 3ª Ed. Rev. E ampl. – São Paulo: Saraiva, 2003. P. 77-78 6 do mandato ou o certificado de que a cópia foi recusada, concederão providência de habeas corpus (exceto se o próprio indivíduo tiver negligenciado, por dois períodos, em pedir a sua libertação) em benefício do preso, a qual será imediatamente executória perante o mesmo lorde- chanceler ou o juiz; e, se, afiançável, o indivíduo será solto, durante a execução da providência (upon the return), comprometendo-se a comparecer e a responder à acusação no tribunal competente. Esta lei teve uma importância histórica extremamente relevante, podendo-se afirmar que esta garantia judicial, criada para proteger a liberdade de locomoção, tornou-se a matriz de todas as que vieram posteriormente para garantir as liberdades fundamentais, tanto que seu conteúdo foi incorporado ao Bill of Rights de 1688, sobre o qual falarei a seguir. 3. DECLARAÇÃO DE DIREITOS (BILL OF RIGHTS), INGLATERRA, 1689. O Bill of Rights foi uma carta de direitos criada e aprovada pelo Parlamento inglês em 1689 que marcou o fim da Revolução Gloriosa5. Entrando em acordo secreto com Guilherme de Orange, príncipe da Holanda e genro de Jaime II(marido de Mary, primeira filha do Rei), o Parlamento se mobilizou contra o rei, visando entregar-lhe o poder. As tropas abandonaram Jaime II e em junho de 1688, Guilherme de Orange era feito rei com o nome de Guilherme III. Foi um importante avanço democrático na Inglaterra do século XVII e de fundamental importância na implementação dos direitos individuais, marcando o fim do absolutismo inglês, substituindo o absolutismo monárquico pela monarquia parlamentar, estabelecendo a superioridade do parlamento sobre o rei logo em seu primeiro artigo: 1. que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento. A importância da Revolução Gloriosa e do Bill of Rights, é tão grande que vários historiadores consideram estes acontecimentos equivalentes à Revolução Francesa (1789), já que marcaram o fim do absolutismo e a ascensão da Burguesia ao poder. 5 Também conhecida como Segunda Revolução Inglesa, a Revolução Gloriosa foi um movimento revolucionário encabeçado pelo Parlamento inglês de caráter pacífico, ocorrido na Inglaterra entre os anos de 1688 e 1689. Foi através desta revolução que ocorreu a troca do absolutismo monárquico pela monarquia parlamentar na Inglaterra. 7 4. DECLARAÇÃO DE INDEPENDÊNCIA E A CONSTITUIÇÃO NORTE- AMERICANA, EUA, 1776-1787. Fruto de uma longa e sangrenta batalha, que durou de 1775 a 1783, as 13 ex- colônias, agora as gestoras de uma nação jovem, estavam exaustas, desorganizadas e, principalmente, falidas pelo confronto com a Inglaterra. Tendo como seu principal autor Thomas Jefferson6, a Declaração da Independência foi uma explicação formal do porquê o Congresso votou em 02 de julho pela independência da Grã-Bretanha, e anunciava que as treze Colônias Americanas não faziam mais parte do Império Britânico. Em 4 de julho de 1776, após dois dias de debate, foi ratificada pelo Congresso a Declaração da Independência dos Estados Unidos, data considerada como do dia da independência. Em seu primeiro parágrafo, temos a exposição de motivos: Quando, no curso dos acontecimentos humanos, se torna necessário um povo dissolver laços políticos que o ligavam a outro, e assumir, entre os poderes da Terra, posição igual e separada, a que lhe dão direito as leis da natureza e as do Deus da natureza, o respeitodigno às opiniões dos homens exige que se declarem as causas que os levam a essa separação. Em seu segundo parágrafo, temos aquela que é considerada uma das frases mais conhecidas do idioma inglês, e as palavras mais potentes e conseqüentes da história americana: Consideramos estas verdades como evidentes por si mesmas, que todos os homens foram criados iguais, foram dotados pelo Criador de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão à vida, à liberdade e à busca da felicidade. Temos nesses dois parágrafos, dois temas fundamentais da evolução dos Direitos Humanos: O direito à revolução e os direitos fundamentais. Estas ideias foram imediatamente abraçadas pelo povo da recém constituída nação e se difundiram internacionalmente, influenciando particularmente a Revolução Francesa. 6 Thomas Jefferson nasceu em 13 de abril de 1743 em Albermarle County, no Estado da Virgínia. Jefferson era eloquente como correspondente, mas não era um orador público. Na Câmara dos Burgueses da Virgínia e no Congresso Continental, ele contribuiu com sua pena mais do que com sua voz à causa patriótica. Aos 33 anos, assinou a Declaração da Independência dos EUA. Disponível em <http://educacao.uol.com.br/biografias/thomas- jefferson.jhtm>. Acesso em 26 set. 2017. 8 No inverno de 1782, a insubordinação das tropas, que durante oito anos longe de suas famílias e do lar, lutaram metidos em bosque e florestas, comendo mal, morrendo congelados e enfrentando o exército mais bem treinado do mundo, estava latente. As tropas ainda mobilizadas, sem soldo e sem um miserável níquel para atravessar os meses de frio, estavam com sua paciência no limite. Folhetos começaram a circular anonimamente entre as tropas questionando o silêncio ostensivo do comandante, George Washington7, e a morosidade do congresso em liberar as verbas para os salários. Furioso com a insubordinação das tropas, Washington enviou a todos uma circular intitulada “To the Officers of the Army”, onde o General declarava o que pode ser considerada uma profissão de fé de um militar na obediência ao poder civil. Washington percebera que os salários atrasados eram o pretexto usado por certos círculos militares para proclamar sua superioridade ao congresso. Washington abominava a ideia de realeza. Acreditava que o Estado deveria ser dirigido pelo cidadão comum, pelo homem do povo. Por isso, não havia ninguém cujos planos de fazê-lo rei desagradasse mais do que a ele mesmo. Quando seu segundo mandato chegou ao fim em 1796, repeliu a Idea de perpetuar-se no poder. Em março de 1797 dirigiu-se para sua propriedade em Mount-Vernon, rejeitando convictamente que lhe falassem em continuísmo até sua morte, dois anos depois. Nem rei, nem tirano, esta era sua crença. Com seu gesto, fortificou as instituições e a Constituição que jurou obedecer e a cuja elaboração presidiu e que seguem ativas e praticamente intactas até hoje, dois séculos depois. Que me permitam pelo menos dizer que, se não deixarem ao Congresso o livre exercício da suas prerrogativas de que está incontestavelmente revestido pela Constituição, tudo, sem tardança, cairá na confusão e na desordem. George Washington, 1783 7 Nascido em 22 de fevereiro de 1732, filho de uma família de latifundiários da Virginia, em 30 de abril de 1789, tornou-se o primeiro presidente dos Estados Unidos. "Como o primeiro em todas as coisas, nossa situação servirá para estabelecer um precedente", ele escreveu a James Madison, "é devotadamente desejado da minha parte que estes precedentes sejam estabelecidos como verdadeiros princípios". Disponível em <http://educacao.uol.com.br/biografias/george-washington.jhtm> . Acesso em 26 de set. de 2017 9 Discutida, escrita e aprovada pela Convenção Constitucional da Filadélfia8 entre 25 de maio e 17 de setembro de 1787, é a lei fundamental do sistema federalista americano, que traduz um compromisso entre a tendência republicana (defensora de uma grande autonomia dos Estados membros da Federação) e a tendência federalista (defensora de um poder central forte), e é a mais antiga constituição nacional escrita ainda vigente, tendo sido emendada vinte e sete vezes, sendo as dez primeiras limitativas dos poderes do governo federal, e protetoras dos direitos de todos os cidadãos, residentes e/ou visitantes no território americano. Apesar de ser um marco indiscutível na evolução dos Direitos Humanos, possui em sua XIII emenda, na seção 1, ratificada em 6 de dezembro de 1865, a seguinte redação: Não haverá, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar sujeito a sua jurisdição, nem escravidão, nem trabalhos forçados, salvo como punição por um crime pelo qual o réu tenha sido devidamente condenado. (grifo meu) Como podemos concluir pelas palavras acima, mesmo na “terra dos livres e lar dos bravos”, ainda temos um longo caminho a percorrer na universalização dos Direitos Humanos. 5. DECLARAÇÃO DOS DIREITOS DO HOMEM E DO CIDADÃO, FRANÇA, 1789. Doze anos após a Declaração de Independência dos Estados Unidos, e dois anos após a promulgação da Constituição Americana, chegava a seu ápice a Revolução Francesa (que no princípio não possuía aspirações republicanas), com a abolição da monarquia absoluta e o estabelecimento da primeira República Francesa. Três semanas após a abolição do feudalismo, foi adotado como primeiro passo pela Assembleia Constituinte Nacional, a Declaração do Homem e do 8 Para resolver ao diferenças entre os Estados após a independência da Inglaterra, foi convocada uma Convenção para Filadélfia, em 1787, tendo sido escolhido George Washington para dirigir os trabalhos. Os delegados da Convenção Constitucional (55, representando os diversos Estados) divergiam sobre os objetivos: alguns pretendiam proteger os direitos específicos de cada Estado, embora a maioria visasse fortalecer o governo central. A Constituição Americana viria a tornar-se efetiva, após ratificação por um mínimo de 9 Estados, em Março de 1789. Disponível em <https://memoriavirtual.net/2004/10/25/estados-unidos-%E2%80%93- convencao-constitucional/>. Acesso em 26 set. 2017. 10 Cidadão, proclamando que todos os cidadãos devem ter assegurados os direitos de liberdade, propriedade, segurança e resistência à opressão. Observe-se o preâmbulo e o primeiro artigo da Declaração: Os representantes do povo francês, reunidos em Assembléia Nacional, tendo em vista que a ignorância, o esquecimento ou o desprezo dos direitos do homem são as únicas causas dos males públicos e da corrupção dos Governos, resolveram declarar solenemente os direitos naturais, inalienáveis e sagrados do homem, a fim de que esta declaração, sempre presente em todos os membros do corpo social, lhes lembre permanentemente seus direitos e seus deveres; a fim de que os atos do Poder Legislativo e do Poder Executivo, podendo ser a qualquer momento comparados com a finalidade de toda a instituição política, sejam por isso mais respeitados; a fim de que as reivindicações dos cidadãos, doravante fundadas em princípios simples e incontestáveis, se dirijam sempre à conservação da Constituição e à felicidade geral. Em razão disto, a Assembléia Nacional reconhece e declara, na presença e sob a égide do Ser Supremo, os seguintes direitos do homem e do cidadão: Art.1º. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem fundamentar-se na utilidade comum. É de fácil percepção que no preâmbulo temos a causa da revolta, e no artigo primeiro, sua principal aspiração: liberdade e igualdade, aspirações estas quesão características de todos os movimentos em busca de Direitos Humanos já empreendidos no mundo, em seu artigo temos: Art. 2º. A finalidade de toda associação política é a conservação dos direitos naturais e imprescritíveis do homem. Esses direitos são a liberdade, a propriedade a segurança e a resistência à opressão. Observa-se, portanto, a afirmação da existência de direitos naturais e argumenta-se que a lei deve existir tão somente para sua proteção, ou seja, a Declaração tem a intenção de afirmar e de prover de garantias legais os direitos individuais. 6. CONVENÇÃO DE GENEBRA, 1864. Em matéria internacional, este evento inaugurou o que se convencionou chamar de direito humanitário. A intenção específica da convenção foi estabelecer um conjunto de “leis e costumes da guerra”, objetivando mitigar o sofrimento de 11 soldados feridos e doentes, bem como da população civil, que muitas vezes é encurralada por conflitos bélicos. A convenção foi o resultado de esforços de Henri Dunant9, que foi motivado pelos horrores de que foi testemunha na Batalha de Solferino10. Pode-se dizer que esta convenção foi a pioneira na introdução de fato e de direito dos Direitos Humanos na esfera da diplomacia internacional, e evento a partir do qual fundou-se, em 1880, A Comissão Internacional da Cruz Vermelha. Interessante trazer a colação texto de Fábio Konder Comparato: A evolução posterior (da convenção), no entanto, levou ao reconhecimento da injuricidade objetiva da guerra como solução de conflitos internacional, quaisquer que sejam as razões de seu desencadear. O direito contemporâneo, a partir da Carta de São Francisco, instituidora das Nações Unidas, restringiu sobremaneira o conceito de guerra justa, elaborado pelos doutores da Igreja na Idade Média.11 Os princípios fundamentais estabelecidos nesta convenção foram mantidos nas posteriores, tais como a obrigação de ampliar o cuidado, sem discriminação, soldados feridos ou doentes, mantendo-lhes o respeito e sinalizando com cruz vermelha sobre um fundo branco os transportes de pessoal médico e equipe. Eis o preâmbulo do texto e o artigo primeiro: Sua Majestade o Rei dos Belgas, Sua Alteza Real o grão-duque de Baden, Sua Majestade o Rei da Dinamarca, Sua Majestade a Rainha da Espanha, Sua Majestade o Imperador dos Franceses, Sua Alteza Real o grão-duque de Hesse, Sua Majestade o Rei da Itália, Sua Majestade o Rei dos Países Baixos, Sua Majestade o Rei de Portugal e Algarve, Sua Majestade o Rei da Prússia, a Confederação Suíça, Sua Majestade o Rei de Wurtermberg: Animados, por igual, do desejo de suavizar, tanto quanto deles dependa, os males irreparáveis da guerra, de 9 Conhecido como o pai da Cruz Vermelha, Jean Henry Dunant nasceu em 8 de maio de 1828 em Genebra, Suíça. Fonte: <https://www.icrc.org/pt/document/henry-dunant-biografia>. Acesso em 26 de set. 2017. 10 A Batalha de Solferino ocorreu na cidade homônima, no reino da Lombardia, em 21 de junho de 1859. Os reinos italianos viviam a sua segunda guerra pela Independência contra o Império Austríaco, que tinha posses sobre uma parte da Lombardia. À frente das forças austríacas estava o imperador Franz Joseph I, que teve de enfrentar uma aliança franco-italiana, comandada pelo reino Sardo-Piemontês, com Victor Emmanuel II à frente, e pelo império francês, cujo líder era Napoleão III. Fonte:< http://guerras.brasilescola.uol.com.br/seculo- xvi-xix/batalha-solferino.htm>. Acesso em 26 de set. 2017. 11 COMPARATO, Fábio Konder. Convenção de Genebra (1864). Direito Internacional Humanitário. Disponível em < http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/anthist/gen1864.htm>. Acesso em 26 de set. 2017. 12 suprimir os rigores inúteis e melhorar a sorte dos militares feridos nos campos de batalha, resolveram concluir uma Convenção com esse objetivo e nomearam seus Plenipotenciários, a saber: (...) os quais, após terem apresentado seus poderes, encontrados em boa e devida forma, convencionaram os artigos seguintes: artigo 1º As ambulâncias e os hospitais militares serão reconhecidos como neutros e como tal protegidos e respeitados pelos beligerantes, durante todo tempo em que neles houver doentes e feridos. Como se pode perceber foi uma convenção totalmente européia, majoritariamente constituída de monarquias parlamentaristas, em uma Europa cujos conceitos de Direitos Humanos caminhavam ainda lentamente rumo à universalização. 7. CONSTITUIÇÃO MEXICANA, 1917. Entre 1884 e 1910 o México, através de sucessivas reeleições, foi governado pelo General Porfírio Dias, que havia participado do movimento das Reformas Liberais e das guerras contra a França, tornando-se presidente em 1876. Em 1880 seu aliado Manuel González foi eleito, governando de 1880 a 1884. Seu governo, tipicamente positivista, com base no Positivismo de Auguste Comte12, destacou-se pelas obras de infra-estrutura na área de transportes e pela estruturação de um sistema educacional, promovendo uma modernização institucional que favorecesse o crescimento econômico. De 1876 a 1900 o México cresceu 8% ao ano, a maior taxa de crescimento do continente, superando o crescimento da economia estadunidense no mesmo período, e sendo ate hoje um caso raríssimo de crescimento prolongado, mantido por incríveis vinte e quatro anos seguidos. Profundas diferenças regionais, existentes no México desde antes da colonização espanhola, fomentaram conflito entre as regiões e um movimento anti- reeleição, e em 1911 ocorreu uma sublevação geral, que culminou com a renuncia 12 Auguste Comte (1798-1857) foi um filósofo francês. Considerado o fundador do positivismo, corrente que propõe uma nova organização social. Foi o fundador da Sociologia. As ideias do positivismo inspiraram até a inscrição da bandeira brasileira "Ordem e Progresso" Fonte: <https://www.ebiografia.com/auguste_comte/> 13 de Porfírio Dias em 25 de junho de 1911. Surge, então, a figura carismática de Francisco Madero, que se tornara a partir do seu "Plano de San Luís de Potosí"13 o grande líder da sublevação, e tomaria posse como líder maior da nação. Inicia-se ai um período de intensos conflitos, culminando com uma guerra civil entre 1914 e 1917, onde figuras conhecidas como Francisco Villa, com um exército de trinta mil homens, e Emiliano Zapata com um exército de quinze mil homens travam violentas batalhas pelo poder. Foi nesse contexto que surgiu a Constituição Mexicana de 1917, típica do Constitucionalismo Social, e fortemente enraizada em demandas trabalhistas, foi a primeira a atribuir aos direitos trabalhistas a qualidade de direitos fundamentais, juntamente com as liberdades individuais e os direitos políticos. Vejamos o que diz seu espantoso artigo 5º: 5º — A fim de assegurar a plenitude dos poderes das massas laboriosas e de afastar qualquer possibilidade de restauração do poder dos exploradores, o Congresso decreta o armamento dos trabalhadores, a formação de um Exército vermelho socialista dos operários e camponeses e o desarmamento total das classes possuidoras”. (grifo meu) E seu artigo 4º: 4º — Tendo em vista suprimir os elementos parasitas da sociedade e organizar a economia, é estabelecido o serviço do trabalho obrigatório para todos. A importância desse precedente histórico deve ser salientada, pois na Europa a consciência de que os direitos humanos têm também uma dimensão social só veio a se firmar após a grande guerra de 1914-1918, que encerrou de fato o “longo século XIX”. A Constituição de Weimar, em 1919, trilhou a mesma via da Carta mexicana, e todas as convenções aprovadas pela então recém-criadaOrganização Internacional do Trabalho, na Conferência de Washington do mesmo ano de 1919, regularam matérias que já constavam da Constituição mexicana: a limitação da jornada de trabalho, o desemprego, a proteção da maternidade, a idade mínima de admissão nos trabalhos industriais e o trabalho noturno dos menores na indústria. 13 O "Plano de San Luís de Potosí" continha propostas relativamente moderadas, onde se destacam: o fim da reeleição, a separação entre Estado e Igreja, e o encaminhamento da questão agrária (colocado em termos muito genéricos). Fonte: <http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/historia/revolucao_mexicana_porfiriato>. Acesso em 26 de set. de 2017. 14 8. CONVENÇÕES DE GENEBRA CONTRA A ESCRAVATURA, 1926, E SOBRE OS PRISIONEIROS DE GUERRA, 1929; Como se pode concluir pela leitura do item 7, a Convenção de Genebra não foi um evento isolado. Logo após o término da 1ª Grande Guerra aconteceu, em 1919, a convenção de Saint-Germain-em-Laye, celebrada pelos Estados Unidos, Bélgica, o Império Britânico, frança, Itália, Japão e Portugal, que elaborou uma revisão e atualização das resoluções da Conferência de Bruxelas e em 25 de setembro de 1926, a Assembleia da Liga das Nações aprovou uma convenção sobre a escravidão e o tráfico de escravos, com o objetivo de “completar e desenvolver a obra realizada pelo Ato de Bruxelas, e de encontrar um meio de dar efeito prático, no mundo inteiro, à intenções expressas no tocante ao tráfico de escravos e à escravidão, pelos signatários da Convenção de St.-Germany-en-Leye”. Porém, a Convenção de 1926 falhou em implementar as propostas de seus autores. No artigo segundo as partes declaram-se obrigar a “impedir e a reprimir o tráfico de escravos”, porém, mais adiante baixam o discurso, obrigando-se simplesmente “a promover a abolição completa da escravidão sob todas as suas formas, progressivamente e assim que possível”. Como podemos observar também no que diz respeito a trabalhos forçados, ainda temos muito que progredir (vide Emenda XIII, Seção I da Constituição Americana). Em 27 de julho de 1929 foi escrita a terceira Convenção de Genebra, com o objetivo de definir o tratamento de prisioneiros de guerra, definindo como prisioneiro de guerra todo combatente capturado, podendo este ser um soldado de um exército, um membro de uma milícia ou até mesmo um civil, tais como os resistentes. As medidas dessa convenção permitiram também a entrada da Cruz Vermelha em prisões de guerra e comunicação com prisioneiros sem barreiras. Além disso, instaurou a obrigação de tratar prisioneiros humanamente, proibiu tortura, pressão física e psicológica e tratamentos desumanos, garantindo condições higiênicas, sanitárias e de alimentação, além do respeito à religião dos prisioneiros e sua liberdade de professar sua fé e seus rituais. 15 A quarta, e por enquanto, última convenção, foi realizada em 1949, e revisou as três convenções anteriores, acrescentando, especificamente, a proteção dos civis em período de guerra. 9. CARTA DAS NAÇÕES UNIDAS, 1945. A Segunda Grande Guerra chegava ao seu final, e por toda Europa, Ásia e Oceania estendiam-se cidades em ruínas e chamas. Milhões foram mortos, milhões ainda eram perseguidos, e milhões ainda estavam sem lar e/ou passando fome. Em Berlim, as forças russas bombardeavam o que restou da resistência alemã, e o provo tomava conhecimento das atrocidades genocidas da loucura nazista. No Oceano Pacífico, a marinha americana ainda combatia violentamente forças japonesas entrincheiradas em ilhas tais como Okinawa, que recusavam a rendição, mesmo ao custo de suas próprias vidas. O mundo iniciava em um novo período de medo, a Guerra Fria, porém, desta vez, com a capacidade de destruição em escala mundial, graças à energia nuclear. Foi neste panorama que delegados de cinquenta países reuniram–se em San Francisco cheios de esperança e otimismo. O objetivo primeiro era formar uma força internacional de paz, de modo a prevenir futuras guerras, e no preâmbulo de sua carta proposta temos: Nós os povos das Nações Unidas estamos determinados a salvar as gerações futuras do flagelo da guerra, que por duas vezes na nossa vida trouxe incalculável sofrimento à Humanidade. A Carta da Organização das Nações Unidas (ONU) entrou em efeito no dia 24 de outubro de 1945, que ficou conhecido como “O Dia das Nações Unidas”. 10. DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS, 1948. É a declaração que visa consolidar todas as conquistas históricas em relação aos Direitos Humanos, e tem como princípios fundamentais os ideais de igualdade, liberdade e fraternidade, bem como assegurar os direitos civis, políticos e sociais fundamentais. Em 1948 a Comissão de Direitos Humanos da ONU havia conquistado a atenção do mundo. Presidida pela viúva do presidente Franklin Roosevelt, 16 eficientemente, faça-se registrar, uma intransigente defensora dos Direitos Humanos, a Comissão elaborou o rascunho do documento, que mais tarde seria a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Eleanor referiu-se a ela como “Magna Carta Internacional para toda a Humanidade”. Foi adotada pelas Nações Unidas em dezembro de 1948. 11. CONSIDERAÇÕES FINAIS Em todos os eventos, documentos e atos da acidentada cronologia dos Direitos Humanos, temos dois pontos em comum, a insatisfação com a ordem vigente, e o desejo inato do homem pela liberdade em traçar seu próprio destino. Assim como o homem evolui, seus desejos, e por consequência seus direitos, também, deste modo, faz-se pertinente reproduzir a citação de Oscar Wilde, quando afirma: “O descontentamento é o primeiro passo na evolução de um homem ou de uma nação”, porém, sem esquecermos Napoleão Bonaparte: “Todo o homem luta com mais bravura pelos seus interesses do que pelos seus direitos.”. A morte de cada homem diminui-me, porque eu faço parte da humanidade; eis porque nunca pergunto por quem dobram os sinos: eles dobram por mim por mim. John Donne 17 REFERÊNCIAS • http://www.unidosparaosdireitoshumanos.com.pt/what-are-human-rights/brief- history/declaration-of-human-rights.html • http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0- cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9- 1919/declaracao-de-direitos-do-homem-e-do-cidadao-1789.html • http://brasilescola.uol.com.br/historiag/magna-carta.htm • https://deyselima20.jusbrasil.com.br/artigos/339806952/a-magna-carta-de-1215 • Biblioteca Virtual de Direitos Humanos da Universidade de São Paulo – USP. Disponível em http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-%C3%A0- cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9- 1919/magna-carta-1215-magna-charta-libertatum.html • https://professoragiseleleite.jusbrasil.com.br/artigos/236657310/a-marcha-da-concretizacao- dos-direitos-humanos • https://www.jurisway.org.br/v2/cursoonline.asp?id_curso=1224&pagina=13 • http://www.diariodocentrodomundo.com.br/crise-e-paranoia-estimulam-o-crescimento-do- neonazismo-no-brasil-diz-pesquisadora-da-unicamp/ • https://www.suapesquisa.com/historia/bill_of_rights.htm • https://www.suapesquisa.com/historia/revolucao_gloriosa.htm • http://www.dhnet.org.br/direitos/anthist/decbill.htm • http://www.geocities.ws/cp_adhemar/ehd11.2_Bill_of_Rights_x.html • MORGAN, Edmund S. Escravidão e liberdade: o paradoxo americano. Disponível em http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-40142000000100007> Acesso em 25 set. 2017. • http://educaterra.terra.com.br/voltaire/mundo/washington_2.htm • http://www.braziliantranslated.com/euacon01.html • http://brasilescola.uol.com.br/historia-da-america/a-constituicao-dos-estados-unidos.htm• https://memoriavirtual.net/2004/10/25/estados-unidos-%E2%80%93-convencao- constitucional/ • http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/anthist/gen1864.htm • http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/anthist/mex1917.htm • https://jus.com.br/artigos/9324/consideracoes-acerca-da-importancia-historica-da- constituicao-do-mexico-de-1917 • http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/anthist/gen1926.htm • http://www.infoescola.com/historia/convencoes-de-genebra/ • http://www.passeiweb.com/estudos/sala_de_aula/historia/revolucao_mexicana_porfiriato
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