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Direitos Humanos: noções introdutórias Neandro Vieira Thesing 1ª Edição Coordenação de Educação a Distância Faculdade de Direito de Santa Maria - FADISMA Copyright © 2020 - FADISMA - Todos os direitos reservados Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 1 DIREITOS HUMANOS: NOÇÕES INTRODUTÓRIAS Para início de estudo O que são os Direitos Humanos? É importante para um profissional da segurança pública conhecê-los? Os Direitos Humanos servem apenas para proteger apenados? É possível estabelecer alguma relação entre justiça, paz e igualdade e Direitos Humanos? Para respondermos a essas perguntas, precisamos entender o que eles são, evitando desvirtuamentos e preconceitos dos quais os Direitos Humanos têm sido alvo nos últimos anos. Ao longo desta aula, veremos como a agenda envolvendo Direitos Humanos diz, sim, respeito aos agentes de segurança pública, especialmente devido à própria natureza de sua atuação profissional. Perceberemos que o estudo e a prática não podem ser dissociados quando se trata desta temática, pois tratar dos direitos que todos os seres humanos têm significa compreender com mais clareza o cerne da nossa própria vida e de nossa condição humana. Veremos como os pressupostos básicos, os fundamentos, são a nossa semelhança (temos os mesmos direitos em todos os lugares) e as nossas diferenças (somos indivíduos diversos vivendo em nossas culturas). Nesta seção iniciaremos contextualizando as primeiras noções gerais, conceitos e concepções que são importantes para a compreensão do que são os Direitos Humanos. Em seguida, faremos um pequeno sobrevoo histórico para compreender o que chamamos de dimensões (ou gerações), ou como a noção de dignidade humana e os direitos consequentes foram tratados nos diversos contextos históricos, culturais, políticos e legais. Finalizaremos este módulo abordando como os Direitos Humanos foram tratados no Brasil, trazendo algumas noções legais. Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 2 Tendo por base esses esclarecimentos iniciais, prosseguiremos com o estudo do conteúdo. Para isso, à temática está dividida em subtítulos, a contemplar: 1. Noções gerais: conceitos e concepções sobre Direitos Humanos; 2. Aspectos históricos, culturais, políticos e legais dos Direitos Humanos; 3. Direitos humanos no Brasil: noções constitucionais. 1. Noções gerais: conceitos e concepções sobre Direitos Humanos Podemos iniciar de maneira simples e direta dizendo que os Direitos Humanos são os direitos que todos os seres humanos possuem simplesmente por serem seres humanos, considerados o necessário para uma vida com dignidade. São instrumentos para garantir a oportunidade de desenvolver nosso potencial de forma livre e plena. Se uníssemos representantes de todos os grupos humanos do mundo e perguntássemos o que são as necessidades essenciais para uma pessoa ter sua existência assegurada com dignidade, a resposta seriam os Direitos Humanos. Trata-se das necessidades que são as mesmas para todos seres humanos. Por exemplo: sem a vida, não há ser humano, então o direito à vida é um direito fundamental. Mas existem outras necessidades, como a alimentação, a saúde, moradia, e muitos outros. Como nos diz Dalmo Dallari: Todos os seres humanos devem ter asseguradas, desde o nascimento, as condições mínimas necessárias para se tornarem úteis à humanidade, como também devem ter a possibilidade de receber os benefícios que a vida em sociedade pode proporcionar. Esse conjunto de condições e de possibilidades associa as características naturais dos seres humanos, a capacidade natural de cada pessoa e os meios de que a pessoa pode valer-se como resultado da organização social. (DALLARI, 2004, p. 12). Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 3 É a esse conjunto que nomeamos Direitos Humanos. Automaticamente reconhecemos que todos temos os mesmos valores, uma pessoa não vale mais do que a outra, uma não vale menos do que a outra. Somos todos iguais. Mas igualdade não significa homogeneidade. A afirmação da igualdade de todos os seres humanos não significa igualdade física, intelectual ou psicológica. Cada pessoa tem sua personalidade, seu modo de ser, de ver e de sentir as coisas. Chamamos isso de individualidade. (DALLARI, 2004). Estarmos abertos para o diálogo e a convivência com os outros, de maneira humilde, generosa e alegre pode evitar muitos conflitos. Conhecer e agir de acordo com os preceitos estabelecidos nos Direitos Humanos torna nossa vida rica, principalmente por considerarmos o outro, com o qual estamos em contato, enquanto um igual. Quais são as características dos Direitos Humanos? Em primeiro lugar, são universais. Universalidade significa que existir como ser humano é o suficiente para se ser titular destes direitos. Não dependem da raça, cor, sexo, etnia, idioma, riqueza, religião, profissão ou nacionalidade. Na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, base para toda a discussão que faremos neste módulo, está declarado no Art. 1: "Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e em direitos." Os Direitos Humanos também são interdependentes. Isso quer dizer que os direitos dependem uns dos outros para existir: os direitos econômicos, sociais e culturais são condição para os direitos civis e políticos, e vice-versa. Indivisibilidade indica que todo o conjunto de Direitos Humanos compõem uma unidade, complementam-se, conectam-se. Sempre que um é violado, rompe-se a unidade e todos os demais são comprometidos. Devemos fazer uma distinção importante também. Os Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 4 https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10133.htm Direitos Humanos são princípios gerais. A partir do momento em que são adotados por um país, incorporados em seu ordenamento jurídico, passam a ser chamados de Direitos fundamentais. No Brasil, por exemplo, temos já no Art. 1º da CF/88 o anúncio da constituição de um Estado democrático de direito, com fundamento na dignidade da pessoa humana. No Art. 5º declara-se que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. À todos os cidadãos do País o Estado garantirá o direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade., promovendo o bem de todos. 2. Aspectos históricos, culturais, políticos e legais dos Direitos Humanos Os Direitos Humanos são uma construção histórica, feita pelos diferentes povos. Faz sentido essa afirmação? Sim. Por mais que a Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, seja um elemento fundamental para compreendê-los, ela também deve ser vista como um documento que concretiza uma longa trajetória que perpassa toda a história da humanidade. Falar sobre Direitos Humanos é uma chave de leitura possível para se entender a história dos povos, sob o seguinte aspecto: como o princípio da dignidade da pessoa humana foi tratado ao longo da nossa história? Então, os diferentes movimentos em torno deste eixo serão sempre o dos povos contra uma opressão, contra a tirania, o abuso de poder, contra alguma forma de concentração de privilégios. Compreender os Direitos Humanos historicamente é entender os contextos nos quais as diversas normas jurídicas são construídas, como as leis são feitas, por quem são feitas, como são aplicadas, sob quais interesses. As leis são escritas por seres humanos de carne e osso, com suas paixões, seus medos, seus anseios, seus interesses, sua racionalidade. O passado nos ensina que determinados direitos tiveram reconhecimento praticamente unânime no momento Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 5 em que emergiram, enquanto outros são bastante recentes. Logo, é um debate ainda em aberto. Historicamente, os princípios dos Direitos Humanos orientam-se pelo respeito ao outro, o desejo de justiça e a afirmação da paz. Para Norberto Bobbio (2004), historicamente os direitos foram se formando em gerações, visando sair da formalidade e alcançar a materialidade, subtraindo algumas prerrogativas dos poderes instituídos, ou procurando compartilhar seus benefícios.Contudo, percebeu-se que a definição de "gerações" transmitia a ideia de uma sobreposição, superação, o que não corresponde à trajetória dos Direitos Humanos, pois se complementam, interdependem, conectam-se entre si. Não há sobreposição ou prevalência. Ao se formalizar um novo direito, isso não exclui os anteriores. Dessa forma, optou-se pela designação de dimensões, que permite explicar melhor sua historicidade (mudança ao longo do tempo), percebendo e explicando sua importância nos diferentes momentos. A 1ª Dimensão de Direitos Humanos procurou garantir as liberdades públicas, os direitos políticos básicos. O documento jurídico fundamental é a Magna Carta (1215), assinada no território onde hoje se encontra a Inglaterra. Por que é um documento importante? Pois, pela primeira vez, limitou os poderes do rei. Diz respeito aos direitos dos homens livres, apoiados pelo clero, que reivindicavam tratamentos mais humanos do que o tratamento imposto pelo Rei. Isso significa que se garantem os direitos civis: à liberdade, à vida, à propriedade e à igualdade perante a lei. Garante-se também o direito à liberdade de expressão, imprensa, manifestação, reunião, associação. Os direitos políticos conquistados nesse primeiro momento foram a participação política (votar e ser votado), mesmo que limitada e necessitando obedecer a critérios pré-estabelecidos. O que chamamos de "liberdade de dispor Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 6 do próprio corpo" se traduz no direito ao devido processo legal, ou seja, que nenhum homem livre poderia ser tratado cruelmente, banido ou punido, despojado de seus bens, sem um julgamento legal, de acordo com as leis vigentes no país. Caso contrário, haveria o direito ao habeas corpus. Em suma: os direitos civis e políticos têm por titular o indivíduo em oposição ao Estado. Garantem as liberdades do indivíduo frente aos abusos de poder dos agentes estatais. Entre as duas primeiras dimensões, surgem alguns documentos importantes. O primeiro é o Bill of Rights (1689), na Inglaterra, que repete a Magna Carta, adicionando a independência do Parlamento, o que significou mais um contrapeso ao poder dos reis. Em 1776, antes da independência dos Estados Unidos, tivemos a Declaração de Direitos do Povo da Virgínia, que estabeleceu que todo o poder emana do povo e em seu nome deve ser exercido. Em 1789 há a declaração dos Direitos do homem e dos cidadãos, no estopim da Revolução Francesa, estabelecendo o Estado laico, o princípio da legalidade e a igualdade de todos os cidadãos franceses perante a lei. Os direitos de 2ª Dimensão surgem no início do século XX e invertem a lógica: traduzem-se naquilo que o Estado deve garantir aos seus cidadãos, os direitos sociais. Os documentos que traduzem as ideias de justiça social são a Constituição de Weimar, da Alemanha, e a Constituição Mexicana, de 1919. A segunda dimensão é formada pelos direitos sociais, culturais, econômicos, que são ramificações do direito à igualdade. Impulsionados pela Revolução Industrial, o excesso de exploração da mão de obra e o aumento das desigualdades sociais, as pessoas passaram a demandar o direito à greve, à sindicalização, salário mínimo, limitação da jornada de trabalho. A segunda dimensão ainda diz respeito aos direitos de Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 7 previdência social, ou seja, que o Estado deve assistir a seus cidadãos em momentos de vulnerabilidade, na velhice e na infância, quando estiverem desempregados, doentes ou inválidos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, lançada em 1948, é uma carta de intenções, tentando estabelecer os alicerces para uma convivência humana que sepultasse o ódio e os horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, com seus 50 milhões de mortos em seis anos de conflito. Os diversos pactos, tratados e convenções internacionais que se seguiram procuram reafirmar e tornar necessária a defesa e a proteção dos Direitos Humanos. Figura 1 – Em 1949, Eleanor Roosevelt exibe cartaz contendo a declaração. Fonte: Imagem disponível no site FDR Presidential Library & Museum. Quanto à terceira e quarta dimensões dos Direitos Humanos não há consenso entre os estudiosos, muito provavelmente porque são bastante recentes. A 3ª Dimensão trouxe a tomada de consciência pela necessidade de direitos para os povos, diz respeito ao direito à fraternidade e à solidariedade. Direitos à paz, à qualidade de Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 8 https://fdrlibrary.org/ https://fdrlibrary.org/ vida saudável, à proteção ao consumidor e ao desenvolvimento humano sustentável. A globalização política e econômica acelerada nas últimas décadas criou a 4ª Dimensão, formada pelos direitos de alcance planetário, à informação, ao pluralismo e diversidade. Dizem respeito também à preservação do ser humano: biossegurança, biodireito, proteção contra exploração e inclusão digital. Ainda não é unânime a aceitação desta geração. Como nos diz Comparato: A Declaração Universal, aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 10 de dezembro de 1948 (a humanidade compreendeu, mais do que em qualquer outra época da História, o valor supremo da dignidade humana) [foi] assinalada pelo aprofundamento e a definitiva internacionalização dos Direitos Humanos. [Hoje], 21 convenções internacionais, exclusivamente dedicadas à matéria, [foram] celebradas no âmbito da Organização das Nações Unidas ou das organizações regionais. Entre 1945 e 1998, outras 114 convenções foram aprovadas no âmbito da Organização Internacional do Trabalho. Não apenas os direitos individuais, de natureza civil e política, ou os direitos de conteúdo econômico e social foram assentados no plano internacional. Afirmou-se também a existência de novas espécies de Direitos Humanos: direitos dos povos e direitos da humanidade (COMPARATO, 2015, p. 35). Em 1993, os elementos básicos da Declaração dos Direitos Humanos de 1948 foram reafirmados na Conferência de Viena, fortalecendo os postulados de universalidade, indivisibilidade e interdependência. 3. Direitos humanos no Brasil: noções constitucionais O reconhecimento e incorporação dos Direitos Humanos no ordenamento jurídico brasileiro resulta de um processo de conquistas e lutas históricas. Após a redemocratização do país, com o fim da ditadura militar, o Estado brasileiro ratificou os Direitos Humanos na Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 9 Constituição de 1988, tornando-os assim direitos fundamentais. Os direitos fundamentais são essenciais no Estado Democrático, formando a base de um Estado de Direito. "Não existe liberdade fora dos direitos fundamentais; pelo contrário, tais direitos são os pressupostos da liberdade" (SIQUEIRA JR, 2016, p. 151). Quando se trata de Direitos Humanos, a Constituição Federal de 1988 é vista como um marco, protegendo-os e compondo a Constituição mais avançada nessa matéria na história constitucional do país. De sua análise, foi criado um Estado Democrático e Social de Direito. Como já estudado em outras disciplinas, por meio dessa Constituição, o Estado brasileiro se comprometeu a garantir a dignidade da pessoa humana a todos os seus cidadãos, por meio de uma sociedade livre, justa e solidária. Para que isso ocorra, deve haver o desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza, redução das desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem-estar a todos e a todas, combatendo todas as formas de preconceito e discriminação. Desde então, as ações governamentais devem pautar-se sob esse princípio. Mesmo vivendo em um país onde as violações, violências e abusos são rotineiros. Por conta disso, cabe destacar que existem diferenças entre direitos e garantias fundamentais. O Título II da Constituição Federal de 1988 trata deste tema. Os direitos são as disposições declaratórias, tornando legal algo e assegurando bens (sistema de defesa). As garantias são elementos assecuratórios, tem por finalidade proteger estes direitos e assegurar a fruição desses bens (sistema de proteção). "Os direitossão bens jurídicos constitucionalmente declarados. As garantias são os meios destinados a assegurar tais direitos." (SIQUEIRA JR, 2016, p. 156). Direitos e garantias são irmãos que caminham de mãos dadas para a defesa do cidadão diante do Estado. Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 10 Conclusão Como identificamos uma violação aos Direitos Humanos? Basta pensar: aquela pessoa ou grupos de pessoas está (estão) sendo ferida(s) em sua dignidade? Não devemos enxergar o estudo teórico sobre os Direitos Humanos como algo estéril. Seu estudo e discussão são importantes para estimular a defesa e ações para sua efetivação. Qualquer categoria profissional deve compreender esse compromisso. Falar sobre Direitos Humanos é afirmar que, na hora de pensarmos como agir ou como compreender o ser humano, o valor mais importante é a dignidade. As leis não fazem nascer a dignidade. Por se acreditar que esta é uma qualidade inerente à nossa condição humana é que devemos combater toda forma de desumanidade e degradações. Os Direitos Humanos são os direitos de ter uma vida boa. Vida boa não significa, necessariamente, uma condição socioeconômica melhor, mas sim, condições em que se consiga viver da maneira como desejar, que a trajetória de vida seja uma escolha, não uma imposição ou uma necessidade. Devemos ter acesso às mesmas coisas e ser tratados da mesma forma. Se eu quiser ser um jardineiro, um professor, um executivo, um banqueiro, bombeiro ou guarda municipal, devo ser livre para isso, levar a vida da maneira como eu gostaria. São pouquíssimas as sociedades que estão em um grau de desenvolvimento capaz de assegurar isso. Os Direitos Humanos são pensados em termos ideais, de algo a ser atingido. Nós, que vivemos no presente, queremos e agimos para atingir um patamar melhor de vida. Precisamos trabalhar e lutar para que o sonho se aproxime cada vez mais da realidade. Nós não podemos fazer isso sozinhos, precisamos de pessoas, pois conseguimos atingir nossos objetivos quando estamos juntos. O princípio da esperança deve nos mover. Todos Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 11 devemos ser promotores dos Direitos Humanos, independentemente da profissão, da classe, da raça, do sexo, do lugar, na vida pública ou privada. Defender e promover os Direitos Humanos é agir para a defesa da vida, para um mundo com menos injustiça e mais igualdade. Somos todos humanos e iguais em direitos. Por mais óbvia que esta afirmação possa parecer, não é. Defender os Direitos Humanos significa aceitar pressupostos fundamentais: somos iguais mesmo com nossas diferenças, temos o mesmo valor, nascemos livres, precisamos ser respeitados. Isto deve partir de nós mesmos. No momento que protegemos a vida de uma pessoa, protegemos a humanidade. A pessoa humana é o valor, o bem maior, que deve estar sempre acima de qualquer outro. Para refletir Leia o trecho abaixo: "Onde, afinal, começam os Direitos Humanos universais? Em pequenos lugares, perto de casa – tão próximos e tão pequenos que não podem ser vistos em nenhum mapa do mundo. Ainda assim são o mundo de cada indivíduo; a vizinhança onde vive, a escola ou faculdade que frequenta; a fábrica, fazenda ou escritório onde trabalha. Esses são os lugares onde cada homem, mulher ou criança busca igualdade de justiça, de oportunidade, de dignidade sem discriminação. A menos que esses direitos tenham sentido nesses ambientes, eles têm pouco significado em qualquer lugar. Sem a ação de uma população ciente para defendê-los perto de suas casas, esperaremos em vão pelo progresso em maior escala." Eleanor Roosevelt, foi uma importante líder política e ativista pelos Direitos Humanos norte-americana. Nasceu em 1884, na cidade de Nova Iorque, onde viveu a maior parte da vida, falecendo em 1962. Foi primeira-dama do país entre os anos de 1933 e 1945, trabalhando na melhora da situação das Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 12 mulheres trabalhadoras. Fez parte do comitê de criação da Organização das Nações Unidas (ONU), e presidiu a comissão que elaborou a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Revisão de conceitos ➔ Direitos Humanos: os direitos que todos os seres humanos têm a uma vida com dignidade, de maneira a desenvolver seu potencial. São um princípio a ser seguido. ➔ Direitos fundamentais: são os Direitos Humanos incorporados na ordenação jurídica de um Estado. Por exemplo, o Art. 5 da Constituição Brasileira. Referências bibliográficas AMARANTE, João Moretto; WEISZFLOG, André. Direitos humanos em movimento. 1. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. COMPARATO, Fábio Konder. A afirmação histórica dos Direitos Humanos. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2015. DALLARI, Dalmo de Abreu. Direitos humanos e cidadania. 2. ed. São Paulo: Moderna, 2004. SIQUEIRA JR, Paulo Hamilton. Direitos Humanos: liberdades públicas e cidadania. 5. ed. São Paulo: Saraiva, 2016. Versão 1.0 - Atualizada em 08 de maio de 2019 13
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