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Aula 2 Comentada - Penal

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Aula 2 – Penal 1
Parte Especial
	A parte especial é que vai definir os tipos por espécie. São agrupados normalmente por tipo de lesão jurídica. No caso do Direito Penal brasileiro, começamos com os crimes contra a pessoa, particularmente pelos crimes contra a vida. Muitos Códigos Penais seguem essa divisão, mas não é unanimidade. Em outros países, por exemplo, começa-se pelos crimes contra o Estado. É uma questão política.[1: Se situam os preceitos que tratam das infrações penais em espécie (normas incriminadoras) e das sanções correspondentes. Incluem-se também regras particulares ou mesmo de exceções a princípios gerais, bem como as normas explicativas.]
	Essa questão do bem jurídico lesionado é muito importante, não só porque bem jurídico é o que vai nortear não só a conclusão do tipo, mas a própria interpretação do tipo penal. 
Exemplo 1:
Então por exemplo, se há um caso de morte por finalidade, pode ser um homicídio qualificado pela conexão teleológica, como poderia ser um latrocínio (crime patrimonial), por exemplo.
	Assim, localiza-se o bem jurídico para procurar a adequação correta. O evento morte estará presente em outros crimes, mas aí não será crime de homicídio pois haverá uma prevalência do bem jurídico tutelado no caso.
	O evento morte pode aparecer em outros tipos penais, de forma culposa. Quando isso acontecer, estaremos diante de crimes preterdolosos.[2: É aquele em que a ação causa um resultado mais grave do que o pretendido pelo agente. O sujeito quer um minus e a sua conduta produz um majus, de forma que se conjugam a ação (antecedente) e a culpa no resultado (consequente).]
Estudar consumação, dolo.[3: Diz-se o crime consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal. É também chamado crime perfeito. Art. 14. Diz-se o crime: I – consumado quando nele se reúnem todos os elementos de sua definição legal.][4: Dolo é a vontade de concretizar as características objetivas do tipo. Constitui elemento subjetivo do tipo.]
Crime de homicídio
Homicídio simples (caput) – há um tipo penal que praticamente se resume aos elementos objetivos. Não há normativos. E dentro dos objetivos, só há o núcleo, não tem referência a tempo, modo de execução, etc.[5: Homicídio simples. Art. 121. Matar alguém: Pena – reclusão, de seis a vinte anos.]
Homicídio privilegiado (§1º) – haverá uma causa de diminuição de pena na parte especial.[6: Caso de diminuição de pena. Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.]
Se houver um caso em que se for fazer dosimetria da pena e incidir uma causa de diminuição de pena e uma causa de aumento de pena, como você incide?
Pena base + agravante + atenuante genérico. Se houver uma causa de amento de pena e uma causa de diminuição de pena, qualquer das duas, será incidida em calculo cumulativo, geralmente se começa por agravante de pena. Se forem de naturezas diferentes, uma aumentar e uma diminuir, você vai incidir as duas. Se forem duas que aumentam da parte especial, pode-se escolher a que mais aumente. Se forem duas uma que aumenta, uma que diminui, tem que incidir as duas. Se você tiver a presença de causas de aumento de pena, ou de diminuição, não tem opção, tem que aplicar. [7: O Código Penal adotou o critério trifásico para a fixação da pena; ou seja, o juiz, ao apreciar o caso concreto, quando for decidir a pena a ser imposta ao réu, deverá passar por 3 fases:Fixar a pena-base: circunstâncias judiciais ou inonimadas. O juiz, em face do caso concreto, analisará as características do crime e as aplicará, não podendo fugir do mínimo e do máximo de pena cominada pela lei àquele tipo penal. São circunstâncias judiciais: culpabilidade; antecedentes; conduta social; personalidade; motivos do crime; circunstâncias do crime; consequências do crime; comportamento da vítima.Apurar circunstâncias atenuantes e agravantes: somente serão aplicadas quando não constituem elementar do crime ou os qualifiquem. Não pode o juiz ultrapassar os limites do mínimo e do máximo legal.Atenuantes: aquelas que permitirão ao magistrado reduzir a pena-base já fixada na fase anterior. Ser o agente menor de 21 anos na data do fato, ou maior de 70 na data da sentença de 1º grau; desconhecimento da lei; ter cometido o crime por motivo de relevante valor social (interessa ao grupo social, à coletividade); ou moral (se refere aos sentimentos relevantes do próprio agente); ter o agente procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; ter o agente cometido o crime sob coação a que podia resistir, ou em cumprimento de ordem de autoridade superior, ou sob influência de violenta emoção, provocada por ato injusto da vítima; ter o agente confessado espontaneamente, perante a autoridade, a autoria do crime; ter o agente cometido o crime sob influência de multidão em tumulto, se não o provocou.Agravantes: permitirão ao juiz aumentar a pena-base. Reincidência; motivo torpe (vil, repugnante) ou fútil (de pouca importância); ter o agente cometido o crime para facilitar ou assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de outro crime; ter o agente cometido o crime à traição, por emboscada, ou mediante dissimulação, ou outro recurso que dificultou ou tornou impossível a defesa do ofendido; ter o agente cometido o crime com emprego de veneno, fogo, explosivo, tortura, ou outro meio insidioso ou cruel, que podia resultar perigo comum; ter o agente cometido o crime contra ascendente, descendente, irmão ou cônjuge; ter o agente cometido o crime com abuso de autoridade ou prevalecendo-se de relações domésticas, coabitação ou hospitalidade, ou com violência contra a mulher na forma da lei específica; ter o agente cometido o crime com abuso de poder ou violação de dever inerente a cargo, ofício, ministério ou profissão. Ter o agente cometido o crime contra criança, maior de 60 anos, enfermo ou grávida; ter o agente cometido o crime quando o ofendido estava sob imediata proteção da autoridade; ter o agente cometido o crime em ocasião de incêndio, naufrágio, inundação ou qualquer calamidade pública; ter o agente cometido o crime em estado de embriaguez preordenada.Aplicação das causas de aumento e diminuição da pena: permitem ao magistrado diminuir aquém do mínimo legal bem como aumentar além do máximo legal. Se ocorrer o concurso de causas de diminuição e de aumento previstas na parte especial, deverá o juiz limitar-se a uma só diminuição e a um só aumento, prevalecendo a que mais aumente ou diminua, porém se ocorrer uma causa de aumento na parte especial e outra na parte geral, poderá o magistrado aplicar ambas, posto que a lei se refere somente ao concurso de causas previstas na parte especial do CP. ]
Às vezes, você terá agravante genérico/causa de aumento de pena + qualificador. Sempre vai prevalecer a qualificadora. É um subtipo penal, prevalece sobre as duas. E a causa de aumento de pena prevalece sobre o agravante. Muitas das formas qualificadas coincidem com as agravantes genéricas. Quando você tiver qualquer crime em que isso acontecer, você vai iniciar a dosimetria da pena em cima da qualificadora.[8: Qualificadoras são circunstâncias legais especiais ou específicas previstas na Parte Especial do CP que, agregadas à figura típica fundamental, têm função de aumentar a pena. Diferem das circunstâncias qualificativas, que se encontram na Parte Geral do CP.]
Homicídio qualificado (§2º)[9: Art. 121. §2º Se o homicídio é cometido: I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe. II – por motivo fútil.]
Homicídio culposo (tratamentos específicos sobre aumento de pena)[10: Art. 121. §3º Se o homicídio é culposo: pena – detenção, de um a três anos.]
Qual a diferença entre uma agravadora, para uma causa de aumento de pena, para um aumentogenérico?
O que é uma causa de aumento de pena – é o tempo de aumento por fração. E agravante genérico não tem parâmetros de fração, mas geralmente o máximo que se concede é 1/6. Quando há homicídio qualificado, embora seja um subtipo, há doutrinadores e reflexos na jurisprudência que tratam disso como circunstância. Isso terá efeitos práticos, muda a interpretação.
O que é uma circunstância?
São dados acessórios da figura típica. As elementares são os elementos definidores que se dividem em:[11: Várias formas pelas quais aqueles elementos genéricos se expressam nos diversos tipos penais. Exemplo: “matar” e “alguém”.]
Elementos objetivos
Elementos normativos
Elementos subjetivos
As circunstâncias são dados acessórios. São as qualificadoras e as causas de aumento de pena, agravantes também, são dados fora da figura típica. Aumentam e diminuem a pena. Como a qualificadora tem essa natureza de circunstância para alguns autores, vai ter reflexo aqui, notadamente no que diz respeito à (??? – 10:25).[12: Não incidem sobre a qualidade do crime, mas sobre a quantidade da pena. Exemplo: “motivo de relevante valor social ou moral”, “repouso noturno”, “à noite”, “emprego de arma”.]
Qualificadoras só se encontram na parte especial. Agravantes e atenuantes genéricos estão aonde? Na parte geral. E causas de aumento e diminuição de pena, estão aonde? Na parte geral e na especial, ambas.
Art. 68, § único[13: Art. 68. A pena base será fixada atendendo-se ao critério do art. 59 desse Código; em seguida serão consideradas as circunstâncias atenuantes e agravantes; por último, as causas de diminuição e de aumento. § único. No concurso de causas de aumento ou de diminuição previstas na parte especial, pode o juiz limitar-se a um só aumento ou uma só diminuição, prevalecendo, todavia, a causa que mais aumente ou diminua.]
Na parte especial, e se tiver na parte geral? 
Tem de incidir. E se forem duas da parte geral? Continua a contrario sensu, aplica-se as duas.
	Se houver uma tentativa e um homicídio, a tentativa é, no ponto de vista da dosimetria da pena, uma causa de diminuição de pena da parte geral. Vai ter que incidir as duas. Qual vai incidir primeiro? Qualquer uma, porque seu cálculo é cumulativo. Daí você vai pegar pena base, somar mais agravante e atenuante genérico, aí em cima disso você incide a primeira. Aí chegou no resultado, em cima disso você incide a segunda. [14: Tentativa é a execução iniciada de um crime, que não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente. Art. 14, II – Diz-se o crime: tentado, quando, iniciada a execução, não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente.]
No homicídio, como poderíamos classificar esse crime? 
Com relação à consumação, esse crime é material, formal ou de perigo? Material, tanto no ponto de vista naturalístico (exige uma modificação do mundo exterior que vai acontecer com o atentado à vida) quanto do normativo (o crime vai se consolidar com a efetiva lesão ao bem jurídico vida). De qualquer jeito, é crime material. É um crime material de dano, logo, a consumação vai acontecer com o evento morte. Como você tem o evento morte? Pela perspectiva da medicina legal, a morte é a paralização total das principais funções (circulatória, respiratória, cerebral); agora, há uma lei 9.434, que trata de transplante, que condiciona a morte a morte cerebral. Assim, há autores que se utilizam desse conceito, mas não é necessário, sempre se utilizou o conceito médico.[15: De resultado.][16: De evento naturalístico cortado ou de consumação antecipada.][17: Sem resultado naturalístico.]
Qual a teoria que mais se usa em matéria de (?) da tentativa?
Formal objetiva. Você vai exigir que um comportamento se exteriorize (objetiva), e que o agente ingresse no núcleo do tipo (formal). Existe uma teoria bastante ajustada à visão finalista que é a teoria objetiva individual. Essa teoria tem sido utilizada, mas pode gerar um problema sério de confundir execução com ato preparatório. O que ela fala? Na execução você vai ter os atos imediatamente anteriores ao ataque ao núcleo do tipo. Teoricamente, o indivíduo vai entrar na casa de uma pessoa para matar, sendo ele preso em flagrante lá dentro poderia considerar, em princípio, que aquilo lá é uma tentativa. Teoria objetiva individual, pois é com relação ao dolo do autor. A legislação brasileira não dá margem a esse tipo de interpretação; fala-se me atos de execução do crime, não do tipo.
O evento morte em se tratando de situação de gravidez, pode ter a seguinte situação, após o nascimento, você poderá ter homicídio ou infanticídio. Agora, a morte antes do nascimento, ela é um aborto. É uma outra tutela, outra forma de tutelar a vida, está tutelando a vida intrauterina. Então aconteceu o evento morte. A primeira coisa para constituir a adequação típica é vincular aquele resultado ao agente, aí você vai analisar quais são os nexos de causalidade, e eventualmente também a imputação objetiva. Depois nós vamos passar para a questão do dolo. Ou seja, para a tipicidade, o subjetivo. Na tipicidade subjetiva, nós vamos analisar o dolo do agente; é homicídio na medida em que o dolo do agente for o dolo de matar, que vem expressado da seguinte maneira: “ animus occidendi” – dolo de matar. Porque pode acontecer de alguns comportamentos que desencadeiem a morte não serem homicídio. Quais seriam eles? Uma ação dolosa de lesionar causando morte, ou simplesmente um comportamento qualquer não consciente com o dado morte, mas com um desviado padrão de cuidado acaba gerando a morte (homicídio culposo), ou uma ação consciente de risco, mas que acaba desencadeando o evento morte (=dirigir em alta velocidade), ou um crime de perigo com evento morte não é homicídio. Para ser homicídio, o agente tem de estar atuando com o dolo de matar. Dolo direto. Quais são os elementos que compõem o dolo? A vontade e a representação. Ele tem consciência da representação que se enquadra no tipo incriminador e tem vontade de realizar. [18: Art. 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: Pena – detenção, de dois a seis anos. | Um homicídio privilegiado, cometido pela mãe contra o filho, em condições especiais.][19: Art. 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: Pena – detenção de um a três anos. | Aborto é a interrupção da gravidez com a destruição do produto da concepção. ][20: Intenção de matar.]
Quando se trata de dolo direto, é mais fácil configurar. No dolo direto, o agente atua com a vontade predeterminada para direcionar o comportamento ao resultado que ele anteviu, O agente vislumbra determinado resultado e predireciona o comportamento dele a tal resultado. No dolo eventual, ele é diferente. O CP brasileiro fala de dolo direito e dolo eventual; mas a doutrina fala de dolo direto e dolo indireto, porque quando ele não está predeterminado a certo resultado, ele será indireto. Aí se tem o dolo alternativo e o dolo eventual propriamente dito. No alternativo, o agente elege qualquer resultado: tanto faz se é morte ou lesão corporal. E no eventual, embora ele não tenha predeterminado o comportamento dele para eleger aquele resultado, no decorrer da execução do comportamento dele, ele vislumbra o resultado e assume a eclosão desse evento, a consumação desse resultado. Na prática, ambos são equiparados no Direito brasileiro.[21: No dolo direto, o sujeito visa o resultado.][22: Ocorre dolo eventual quando o agente assume o risco de produzir o resultado; isto é, admite e aceita o risco de produzi-lo.]
Aí você tem também o chamado dolo direto de segundo grau, ou dolo de consequências necessárias, quando o agente atua vislumbrando determinada consequência do comportamento, embora tenha previamente direcionado o resultado A, vislumbra B e mesmo assim age, sabendo que B vai acontecer. No caso do Direito brasileiro, isso é absorvido pelo dolo eventual.
Exemplo 2:
	Cara atirou em uma pessoa e sabe que tem uma do lado e vai acertar aquelasegunda pessoa. Então, em relação à segunda, também é homicídio doloso. Dolo direto de segundo grau.
	Quando você diz dolo eventual no direito brasileiro, ele vai alcançar o dolo direto de segundo grau, e também o dolo alternativo. Dolo eventual não tem diferença em termos de dolo direto com relação a função do resultado. O dolo eventual de um homicídio quer o resultado também, mas em segundo momento. Quando se diz “assumiu o risco da eclosão do evento”, ele quer o resultado. Admitir como possível é querer também, mas em segundo plano. Então esses casos de trânsito, por exemplo, normalmente não entram no conceito de dolo eventual. 
Exemplo 3:
Dirigir embriagado não resulta em dolo eventual de morte
	O problema é que, no Brasil, qual a pena do homicídio simples? 6 – 20 anos. E do culposo? 3 anos de detenção. Ou seja, a diferença é brutal, e um homicídio culposo realmente é muito próximo de um homicídio doloso em dolo eventual. Por quê? Porque em ambos se tem previsibilidade do resultado, principalmente se no culposo há culpa consciente, onde o resultado é previsto. Então a distinção é muito tênue. E essa distinção vai levar a uma diferença absurda de resposta penal.
4 tipos de definições para parte subjetiva no direito penal inglês e no norte americano: Constrói-se o direito penal não a partir do resultado, mas a partir do risco.
Dolo direito
Dolo indireto
Misto de dolo de perigo com culpa consciente
Forma culposa
O cara atropela alguém e mata embriagado, tem pena de 15 anos. É comportamento com altíssimo desrespeito à regra de cuidado, uma mistura de culpa consciente com dolo de perigo (mais próximo ao dolo de perigo, quando comparado ao nosso sistema).
Exemplo 4:
	Cara sabe que naquele horário vai sair criança do colégio, e dirige a altíssima velocidade na rua da escola. Há consciência - homicídio doloso.
Dolo eventual – absorve o dolo alternativo, o indireto, o dolo direito de segundo grau; sempre se manifesta em forma de dúvida. O cara tem consciência de o resultado acontece por ele produzir o comportamento, mas continua agindo. Sempre se manifesta dessa maneira em qualquer crime: material/formal/de perigo.
Dolo eventual ≠ erro: O erro é sempre uma certeza.[23: Erro de tipo é o que incide sobre as elementares ou circunstâncias da figura típica, sobre os pressupostos de fato de uma causa de justificação ou dados secundários da norma penal incriminadora. É o que faz o sujeito supor a ausência de elemento ou circunstância da figura típica incriminadora ou a presença de requisitos da norma permissiva.]
Exemplo 5:
O cara que está em legítima defesa putativa não tem dúvida se o outro vai atrás dele ou não. Ele tem certeza de que ele será atingido, dispara na crença de que vai ser atacado, quando na verdade não vai. Não há dúvida. Se há dúvida já não há mais erro. descriminante putativa: em face de uma má compreensão do sujeito acreditando que estava sofrendo agressão injusta/antijurídica, pode-se cogitar de um erro de proibição. Erro de proibição indireto: a descriminante putativa no âmbito da consciência da ilicitude é um âmbito de proibição. Na verdade, só existe doutrinariamente, não há exemplo de erro de proibição de homicídio.[24: O agente, por erro de tipo ou de proibição plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe encontrar-se em face de agressão injusta. Art. 20, §1º, 1ª parte – É isento de pena quem, por erro plenamente justificado pelas circunstâncias, supõe a situação de fato que, se existisse, tornaria a ação ilegítima.][25: No erro de proibição indireto o agente sabe que a conduta é típica, mas supõe presente uma norma permissiva, ora supondo existir uma causa excludente da ilicitude, ora supondo estar agindo nos limites da descriminante.][26: Modalidade resultante de erro de fato, de modo a dar ao agente a impressão falsa da realidade fática e fazê-lo supor a existência da situação de fato que tornaria a ação ilegítima. Exclui a culpabilidade e, por isso, a criminalidade.]
Existe legítima defesa da honra?
Sim. Qualquer tipo de bem jurídico é possível ser bem defendido. Não há ponderação de bens.
Matar alguém por traição: joga-se por excesso, tamanho o desnível.
	Mas em outro tipo de situação, de extremíssimo ataque à honra, pode ser admitido.
Tem de ser atual e iminente. Pode acontecer uma agressão continuada (prolongamento).
Jamais pode haver legítima defesa contra legítima defesa. Pode haver contra o excesso. Legítima defesa putativa contra legítima defesa putativa é possível, por que, embora seja tratada dentro do erro de tipo, ela é uma excludente de culpa: o comportamento é típico e antijurídico, mas não é reprovável.
Exemplo 6:
	RJ, bairro perigoso. Três PMs na Avenida armados se deslocam e do outro lado vêm três caras do exército, quando eles se cruzaram, um grupo pensou que o outro era de bandidos, e atiraram um contra o outro. Depois foram cada qual a uma delegacia, dizendo que tinham atirado contra um bando de vagabundos, isto é, atuaram na certeza de que estavam se defendendo de um grupo de criminosos. Caso de legítima defesa putativa recíproca.
Desistência voluntária e arrependimento eficaz no homicídio: lembrar sempre que as duas operam no plano da execução. Art. 5º. Se ele só responde pelos atos já praticados, por qual crime ele responde? Lesão corporal, vai afastar a tentativa, restando algum resquício (lesão corporal, perigo individual, nada). No nível em que não há indício nenhum de execução não é nada.
Voluntariamente – não há força externa. Qualquer força externa afasta-os e entra no âmbito da tentativa. O “voluntário” parte dele, não parte de algo externo, mas não tem alcance espontâneo. 
Exemplo 7:
O cara entrou na casa para matar alguém, chegando lá, ao ver uma imagem de Nossa Senhora se arrepende, e vai embora. Você teve aí uma situação de ausência de procedimento de execução por uma espontaneidade.
	Agora, se ele está lá e passa a viatura, ele não para por força externa. Não é o mesmo caso.
	Em ambos os casos, ele vislumbra o resultado e freia o comportamento. Ele tem condições materiais e não faz. Deve ser analisado caso a caso.
Exemplo 8:
	Cara tem 6 balas, atira 3 vezes e para. É desistência voluntária? Normalmente não se considera, pois ele simplesmente decidiu que três tiros eram suficientes para matar. Se não for dessa maneira, e ele estiver realmente arrependido, ele vai executar algum comportamento que demonstre o arrependimento.
Exemplo 9:
	Cara tem a intenção de matar, mas ao executar, desiste, e atira na perna para apenas ferir. No entanto, atinge uma artéria e o indivíduo vai à morte. lesão corporal seguida de morte.[27: Art. 129. §3º Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo: Pena – reclusão, de quatro a doze anos.]
	A partir da execução é que incide o tipo penal, antes disso, se está no plano de não incriminação. Na execução se formou a lesão.
Exemplo 10:
	Cara atinge para matar. Depois de ferir a pessoa, se arrepende e tenta salvá-la, mas esta morre mesmo assim. A diferença é na dosimetria da pena. Não pode ser arrependimento, porque já consumou, mas pode-se aplicar a atenuante.
Você vai aplicar o crime no momento da ação praticada: considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão. Se você não considerar a partir do momento da ação ou omissão, o que você estará fazendo? Punindo em função do ato preparatório, o que NUNCA se pode fazer. Nos crimes de perigo, se isola um trecho do comportamento. Apesar de o Estado não poder punir ato preparatório, às vezes, a ação é tão grave, que o legislador antecipa a resposta pena.
Posse de arma de fogo
Formação de quadrilha
Apetrecho de falsificação
Isola-se a conduta dentro do iter criminis. Quando você isola o iter criminis e pune, a separação de ato preparatório e crime é mínima.[28: A sucessão dos vários atos que devem ser praticados pelo criminoso para atingir o fim desejado.]
Homicídio privilegiado – se o agente comete o crime por motivo de relevantevalor social ou moral ou sob ... o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Natureza eminentemente subjetiva de diminuição de pena. Eventualmente, pode haver um homicídio privilegiado e qualificado ao mesmo tempo. E aqui não dá para saber a natureza dessa circunstância (objetiva ou subjetiva).
65, 3, A[29: Art. 65. São circunstâncias que sempre atenuam a pena: III – ter o agente: a) cometido o crime por motivo de relevante valor social ou moral.]
2 tipos: 
Valor moral – índole individual: matou o estuprador da filha
Valor social – índole coletiva: matou o herói da pátria
Primeiro você vai incidir isso: homicídio simples; não vou aplicar o parágrafo primeiro do artigo 121, mas sim o 65, 3, A. Isso é possível sim, não tem diferença entre eles. Se você olhar o 121, se o agente começa o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral. O que diz o 65, 3, A? Bom motivo.
	Quando se diz “impelido” é algo extremamente grave. A situação concreta denota uma exacerbação terrível da força motriz do comportamento, não é simplesmente a presença do motivo, é impelido, gravíssimo. Em tese, portanto, se você tem a motivação, mas ela não se apresenta de maneira tão grave, você pode afastar o privilégio e incidir a atenuante. O que não pode é, sendo impelido por relevante motivo de valor moral ou social você deixar de aplicar a cláusula de diminuição de pena e aplicar atenuante.
	Supralegalidade: a mesma justificativa para excluir é a mesma para aumentar. TOMAR CUIDADO. Não usar.
	A causa de diminuição de pena sempre diminui mais.
	Então, impelido é isso. Motivos são sempre situações que denotam a força motriz do comportamento, sempre terão natureza subjetiva. Pode ser agravante ou atenuante, ou qualificadora ou causa de aumento ou causa de diminuição.
E se tiver uma tentativa? Como se calcula a prescrição em abstrato?
Utiliza-se o máximo em abstrato (com o mínimo de diminuição em abstrato).
Há três situações de homicídio privilegiado:
Impelido por motivo de relevante valor social 
Impelido por motivo de relevante valor moral
Sob o domínio de violenta emoção logo em seguida à injusta provocação da vítima – uma exacerbação de ânimo fortíssima, no caso concreto. E seguido de uma injusta provocação da vítima. 
O juiz pode reduzir de um sexto a um terço.
Como se dá essa redução? O que será levado em consideração?
A maior ou menor presença da força motriz em face da motivação do agente. Quanto mais ela contaminou o estado subjetivo, maior será a atração para diminuir.
A provocação não pode se manifestar em atos de agressão; ou vira legítima defesa.
Exemplo 11:
	Uma pessoa que joga uma pedra na sua cabeça, você pode se defender com um tiro? Eventualmente pode, depende das circunstâncias do caso concreto. Se você tem um cara que vai bater em você, você pode se defender com um tiro, matando o cara? Sim, depende da situação. Qualquer tipo de agressão injusta dá ensejo à legítima defesa. Não existe ponderação de bens.
	Não existe o fato de ter de procurar o menor resultado para a agressão no Código Penal brasileiro, só no italiano. 
	Quando se tem um desnível muito grande, caso será bem analisado para ver se há excesso.
Exemplo 12:
2 militares, um fortão. Aí o sargento era inimigo de um cabo, falou “agora vou te quebrar na porrada”, o cara partiu para cima, o cabo atirou no meio da testa. Ele não tinha outra forma de se defender, nem era obrigado a procurar.
	No direito brasileiro, a forma da legítima defesa não tem exigência de que o cara procure outro meio (atirar em outro lugar, por exemplo).
Sargento Gigantão não morreu na hora, foi parar no hospital de Brasília onde morreu por infecção generalizada, um mês depois. Houve rompimento do nexo de causalidade?
	A superveniência (parágrafo 1º) de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado. Os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou. Superveniência de causa relativamente independente.[30: Art. 13. §1º. A superveniência de causa relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o resultado; os fatos anteriores, entretanto, imputam-se a quem os praticou.]
	Na verdade, não entra nessa hipótese. Realmente há uma sucessão de fatores atuando que você poderia até dizer, em primeiro momento, que é uma superveniência. Porém, esses fatores posteriores estão atuando sobre a causação anterior no sentido de agravar o que já existe. Não nenhum tipo de rompimento. O nexo causal está prosseguindo. A cadeia causal está sendo agravada, não há rompimento. Não é por si só (algo que funciona isoladamente como causa paralela. Exemplo: ambulância que capota). Por que no laudo não ia saber que morreu de tiro, mas sim de traumatismo craniano, pelo acidente de carro.
	O agente responde por qual crime? Tentativa de homicídio. Responde pelos atos já praticados.
Art. 13: vinculação material de comportamento a resultado. Não fala da parte subjetiva (art. 18).
	Há situações em que, no ponto de vista desse evento que não foi desejado, pode ser excluído, se ingressar em plano de absoluta imprevisibilidade, exclui.
Exemplo 13:
Lesionar uma pessoa (hemofílico). Essa pessoa morre. Você vincula? Não tem papo de não sabia, não interessa. Se fala da parte objetiva. Está vinculado materialmente ao resultado. Agora, analisa a parte subjetiva, a ação era de lesionar. Então de cara nunca vai poder ir para um homicídio doloso. Lesão corporal seguida de morte. Esse evento tem condições de previsibilidade? Há uma grande chance desse resultado ser absolutamente imprevisível. Inicialmente você vincula o resultado à pessoa. Começa pela parte objetiva, não subjetiva.
Não há crime culposo sem análise de previsibilidade.
Homicídio qualificado
Qualificadoras de índole objetiva
Qualificadoras de índole subjetiva
	É importante saber isso pois você pode conjugar, eventualmente com homicídio privilegiado. Pode ter hipótese em que o homicídio seja ao mesmo tempo privilegiado e qualificado.
1º. Mediante paga ou promessa de recompensa ou motivo torpe – são qualificadoras de índole subjetiva.
Paga – homicídio em que se usou valor econômico.
Promessa de recompensa – não necessariamente econômica. Qualquer tipo vale, mas o mais correto é usar sentido econômico. Interpretação restritiva de “paga”.
Motivo torpe – o que é? O que é torpe? É um dado acessório que vai aumentar a pena referente a um conceito sociológico. Torpe = absurdamente imoral. Ataca de maneira muito grave a moralidade. Sentido muito grave. Motivo sexual, motivo egoístico, lucro, etc.
2º. Por motivo fútil – a qualificadora tem na verdade, natureza de circunstância. E sendo uma circunstância, ela só se comunica (ligada ao agente, pessoal) se estivesse na elementar. Art. 30.[31: Art. 30. Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.]
Qualificadora = subtipo penal. Outro tipo penal. O cara age com o dolo de matar, e o estado anímico alcança a motivação. É um dolo específico. Ele tem consciência da motivação torpe.
Exemplo 14: 
E se o cara foi contratado para matar o estuprador que matou a filha do outro? Haveria incompatibilidade?
É a conjugação de privilégio + qualificadora. Os dois são elementos subjetivos. Mas não vai haver conflito porque você sempre indaga primeiro dos quesitos da defesa; e num caso como esse, do privilégio. Não pode condenar para motivo torpe. Prevalece o privilégio, pois é questionado em primeiro lugar.
Para uns, sendo uma circunstância, não pode se comunicar ao mandante. Para outros, pode tranquilamente, mas se observa o caso concreto.
O que é motivo fútil?
É o motivo totalmente desarrazoado, desproporcional. 
Exemplo 15: discussões de trânsito. Briga por futebol, religião.
Pode ter homicídio com mais uma qualificadora?
Sem problema. “Fulano responde por homicídio triplamente qualificado.”
Motivo fútil é desproporcional.
A qualificadora é de índole objetiva. Inciso III.[32: Art. 121. III – com emprego de veneno, fogo,explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum.]
Qualificadoras de meio: com emprego de veneno. Asfixia, tortura, ...
	Alguns motivos aparecem e se discute a natureza deles. Exemplo: vingança e ciúmes. Seria um motivo torpe ou fútil? Seria mais para torpe, mas não dá para afirmar assim, depende do caso concreto.
Meio:
Veneno: toda a substância mineral ou orgânica que causa a intoxicação gravíssima, de que decorre o evento morte. Pode até ser uma substância aparentemente inócua, mas que para aquela pessoa, atua como veneno. Exemplo: glicose para diabético. Remédio, etc. Tem que ser aplicado de maneira escondida.
Fogo
Explosivo – qualquer artefato que uma vez acionado causa uma expansão abrupta de gases. Comumente por ignição. Granada, bomba.
Asfixia – causar a morte por ação. Mecânica (mão, instrumento) ou química (amônia).
Tortura – sofrimento desmedido, em que o cara atua com sadismo. Lei de tortura – 9.455/97: define tortura, mas no parágrafo 3º do artigo 1º diz o seguinte: ... 8 a 16. Nesse caso, essa morte tem que natureza? Dolosa? Não, é uma forma preterdolosa. Morte da qual decorre a tortura. Porque se o cara quer praticar a tortura para ocasionar a morte, não responde por esse crime, responde por homicídio doloso qualificado pela tortura. Mais grave. A tortura com resultado morte está pressupondo que ele não tem dolo de matar.[33: Lei nª 9445/97. Art. 1º. §3º. Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de 4 a 10 anos, se resulta morte, a reclusão é de 8 a 16 anos.]
Meio insidioso ou cruel – armadilhas; escondido. Cruel ≠ tortura, pois o agente não atua com sadismo. Embora o cruel seja de natureza subjetiva, ele tem um componente objetivo, uma consciência de que está empregando um meio que causa sofrimento muito grande. Depende do caso. 
Onde se possa resultar perigo comum – risco difuso; grande número de pessoas em risco. Se ele quer matar uma pessoa e pode atingir um monte, se esse perigo comum for previsto como crime, vai haver concurso de crimes. A lesão jurídica vai ser diferente. Se o cara praticar um crime de homicídio através de um incêndio, por exemplo, responde por: homicídio qualificado pelo perigo comum e pelo perigo comum. Por quê? Porque além de a lesão jurídica ser diferente, desnivelamento muito grande dos bens jurídicos, o sujeito passivo é outro. Quem é o sujeito passivo agora? No crime comum? A coletividade. Então pode gerar concurso de crimes. Não existe concurso formal dentro do perigo comum. 
Preterdoloso – vai além do dolo do agente em relação a esse resultado, o resultado superou o dolo do agente. Ele queria a morte só de A, mas matou também B, C e D. O estado anímico dele era adequado ao perigo comum (incêndio – ação de grande alcance). O legislador trata como forma preterdolosa a morte desses três caras. Se não houvesse, como você faria em relação à morte dos três. Seria homicídio culposo para cada um.
Traição – sentido material e moral. Pelas costas – no sentido físico. Moral – situação em que se ganha a confiança da vítima. Emboscada é uma espécie de traição.
Mediante dissimulação – criar uma situação onde você vai se aproximar da vítima sem que ela perceba o ataque. Envolve um engano. Cara se faz passar por funcionário leitor da água nas casas.
Ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido – qualificadora geral de surpresa. De forma alguma a vítima espera o ataque, não tem como se preparar para isso. Não tem como prever a situação. Pega a pessoa dormindo, desprevenida.
Para assegurar ... de outro crime – qualificação pela conexão teleológica ocasional ou funcional, objetivando uma outra coisa: a impunidade de um crime, facilitar a execução ou escondimento de outro crime. Exemplo: matar uma testemunha, conseguir uma ocultação. Exemplo: latrocínio. Em algumas hipóteses pode ter elemento subjetivo – matar para roubar. Prevalece o latrocínio porque fundamentalmente o bem jurídico lesionado é o patrimônio. Você tem a possibilidade de qualquer outro crime ser executado como finalidade para esse delito. E não cai na regra de absorção – aplica-se uma agravante genérica que tem relação com a agravante pela conexão teleológica. Art. 61. Se você tiver qualquer qualificadora que coincida com agravante prevalece quem?
Outra qualificadora introduzida pela lei ... – Feminicídio: contra a mulher por razões de sexo feminino. Quando envolve violência doméstica e familiar, menosprezo pela condição de mulher.
Feminicídio ≠ matar mulher
O feminicídio vai exigir que você tenha como força motriz, o menosprezo à condição de mulher. O cara matou a mulher por uma dívida, não é feminicídio. Num âmbito de violência doméstica/familiar, tem que ainda menosprezar a condição de mulher.
O feminicídio, na verdade, tem natureza subjetiva ou objetiva? Subjetiva.
Muitas situações de ciúme podem entrar no feminicídio.
Pode ter homicídio com mais de uma qualificadora? Sim. Quando tiver feminicídio + uso de veneno: incidem-se ambas as qualificadoras. Existe uma regra de interpretação que vai valer para qualquer situação do CP. Quando você tiver a incidência de mais de uma qualificadora, você vai fixar a qualificadora de índole subjetiva, é ela que vai dar o norte.
Ou situação judicial que exaspera a pena base ou agravante genérica, se houver coincidência com alguma agravante genérica.
Exemplo 16:
Feminicídio + veneno. Há agravante genérica de veneno? Sim. Homicídio qualificado pelo feminicídio em que na segunda fase de avaliação de pena, o juiz vai incidir o veneno. Outra opção subir para pena base para ver se pode enquadrar no art. 59.

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