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Movimento em uma dimensa˜o (MRUV) - Aula 3 12 de marc¸o de 2018 Acelerac¸a˜o; diagramas de movimento; movimento retil´ıneo uniformemente acelerado; objetos em queda livre. 1 Acelerac¸a˜o Quando a velocidade de uma part´ıcula varia com o tempo, diz-se que a mesma esta´ acelerada. Vejamos como quantificar esta variac¸a˜o de velocidade ou acelerac¸a˜o. Suponha uma part´ıcula movendo-se ao longo do eixo-x cuja velocidade inicial e´ vi em um tempo ti na posic¸a˜o AO, e cuja velocidade final e´ vf em um tempo tf na posic¸a˜o B O (veja Figura 1). A acelerac¸a˜o me´dia amed da part´ıcula e´ definida como sendo a variac¸a˜o da velocidade ∆v dividida pelo intervalo de tempo em que ocorreu esta variac¸a˜o, ou seja: amed ≡ ∆v ∆t = vf − vi tf − ti (1) Da mesma forma como visto para a velocidade, quando o movimento e´ unidimensional, usam-se os sinais positivo e negativo para indicar os sentidos da acelerac¸a˜o. Como as dimenso˜es de velocidade sa˜o L/T e a dimensa˜o de tempo e´ T , enta˜o, a acelerac¸a˜o possui dimenso˜es L/T 2. No SI a unidade de acelerac¸a˜o e´ metro por segundo ao quadrado (m/s2). Isto quer dizer que se uma part´ıcula possui uma acelerac¸a˜o de 3 m/s2, por exemplo, a sua velocidade esta´ aumentando 3 m/s a cada segundo. Assim, se o movimento iniciou com velocidade vi = 0 em t = 0, no instante de tempo t = 1 s, a velocidade da part´ıcula sera´ de 3 m/s, no instante de tempo t = 2 s a velocidade da part´ıcula sera´ de 6 m/s, e assim por diante. 1 Figura 1: Uma part´ıcula movendo-se ao longo do eixo-x de AO para BO, possui velocidade vi em t = ti e velocidade vf em t = tf . Na˜o e´ dif´ıcil que em va´rias situac¸o˜es a acelerac¸a˜o me´dia seja diferente para diferentes intervalos de tempo do movimento. Desta forma, e´ necessa´rio se definir acelerac¸a˜o instantaˆnea como o limite da acelerac¸a˜o me´dia quando ∆t tende a zero. Esta definic¸a˜o e´ ana´loga a` definic¸a˜o de velocidade instantaˆnea. Olhando a Figura 1, imagine o ponto BO se aproximando do ponto AO, desta forma, pode-se calcular o limite de ∆v/∆t quando ∆t tende a zero para se obter a acelerac¸a˜o instantaˆnea no ponto AO: ainst ≡ lim ∆t→0 ∆v∆t = dvdt (2) ou seja, a acelerac¸a˜o instantaˆnea e´ igual a` derivada da velocidade em relac¸a˜o ao tempo, que, por definic¸a˜o, e´ a inclinac¸a˜o da curva do gra´fico velocidade × tempo. A inclinac¸a˜o da reta azul na Figura 1 e´ igual a` acelerac¸a˜o instantaˆnea no ponto BO. Na Figura 2 e´ ilustrada a relac¸a˜o entre os gra´ficos de acelerac¸a˜o × tempo e velocidade× tempo. Em qualquer instante de tempo, a acelerac¸a˜o e´ a inclinac¸a˜o da curva velocidade× tempo. Pelo gra´fico, pode-se ver que quando a velocidade esta´ crescendo, a acelerac¸a˜o e´ positiva e quando a velocidade esta´ diminuindo, a acelerac¸a˜o e´ negativa. Como a velocidade instantaˆnea e´ v = dx/dt, enta˜o a acelerac¸a˜o instantaˆnea pode ser escrita da seguinte forma: 2 Figura 2: (a) Gra´fico velocidade × tempo para uma part´ıcula movendo- se ao longo do eixo-x. (b) A acelerac¸a˜o instantaˆnea pode ser obtida do gra´fico velocidade × tempo a = dv dt = d dt (dx dt ) = d2x dt2 Isto quer dizer que, em um movimento retil´ıneo uniformemente acelerado, a acelerac¸a˜o e´ igual a` derivada segunda de x em relac¸a˜o ao tempo. —————— Exemplo 1. Os gra´ficos da posic¸a˜o × tempo, velocidade × tempo e acelerac¸a˜o × tempo de uma part´ıcula sa˜o apresentados na Figura 3((a), (b) e (c)), respectivamente. Fac¸a uma ana´lise dos mesmos. Deslocamento – Note que o gra´fico da posic¸a˜o × tempo, Figura 3(a), e´ uma para´bola e sua equac¸a˜o e´: x(t) = −1,11t2 + 6,66t (m) Isto quer dizer que em t = 0 a part´ıcula se encontra na origem x = 0 e que inicial- mente seu deslocamento e´ no sentido positivo do eixo-x. Ainda pelo gra´fico, pode-se observar que em t = 3 s a part´ıcula alcanc¸a seu deslocamento ma´ximo em x = 10 m. Neste instante a part´ıcula se encontra em repouso e ela comec¸a a retornar para a origem, alcanc¸ando esse ponto novamente em t = 6 s. 3 Figura 3: (a) Gra´fico posic¸a˜o X tempo para uma part´ıcula movendo-se ao longo do eixo-x ; (b) Gra´fico ve- locidade X tempo obtido medindo-se a inclinac¸a˜o do Gra´fico da posic¸a˜o X tempo a cada instante; (c) Gra´fico acelerac¸a˜o X tempo obtido medindo-se a inclinac¸a˜o do gra´fico da velocidade X tempo a cada instante. Velocidade – Para se saber a velocidade da part´ıcula, basta encontrar a derivada dx/dt da equac¸a˜o do deslocamento, assim: v = dx dt = d(−1,11t2 + 6,66t) dt = d(−1,11t2) dt + d(6,66t) dt ⇒ v = −2,22t + 6,66 (m/s) Note que a equac¸a˜o da velocidade e´ uma reta com inclinac¸a˜o negativa, o que pode ser observado no gra´fico da Figura 3(b). Isso mostra que desde a origem ate´ o ponto em que a part´ıcula para momentaneamente – ponto (3,10) no gra´fico da Figura 3(a) – a mesma esta´ se movimentando no sentido positivo do eixo-x, mas sua velocidade esta´ sempre diminuindo. Apo´s este ponto, a part´ıcula comec¸a a acelerar no sentido negativo do eixo-x ou seja, seu movimento agora e´ em direc¸a˜o 4 ao ponto de origem. Acelerac¸a˜o – Para encontrar a acelerac¸a˜o da part´ıcula, basta derivar a equac¸a˜o da velocidade, ou seja: a = dv dt = d(−2,22t + 6,66) dt = d(−2,22t) dt + d(6,66) dt ⇒ a = −2,22 (m/s2) Isso mostra que a acelerac¸a˜o do movimento da part´ıcula e´ constante durante todo o seu deslocamento (veja Figura 3(c)) e ela esta´ em movimento desacelerado da origem ate´ o ponto em que a mesma para momentaneamente. Deste ponto em diante ela comec¸a um movimento acelerado, mas no sentido negativo do eixo-x, em direc¸a˜o a` sua origem. —————— Exemplo 2. A velocidade de uma part´ıcula movendo-se ao longo do eixo-x varia de acordo com a seguinte expressa˜o: v = 40 − 5,0t2 (m/s) a – Encontre a acelerac¸a˜o me´dia da part´ıcula no intervalo de tempo entre t = 0,0 e t = 2,0 s; b – Determine a acelerac¸a˜o da part´ıcula em t = 2 s. R-a – Para encontrar a acelerac¸a˜o me´dia da part´ıcula no intervalo pedido, e´ necessa´rio encontrar o valor da velocidade em t = 0,0 e em t = 2,0 s e deve-se fazer uso da Equac¸a˜o 1, assim: v(0) = 40 − 5,0 × (0,0)2 = 40 m/s v(2) = 40 − 5,0 × (2,0)2 = 20 m/s com estes valores pode-se agora usar a Equac¸a˜o 1: amed = vf − vi tf − ti = 20 − 402,0 − 0,0 ⇒ amed = −10 m/s2 Como a acelerac¸a˜o me´dia e´ negativa, isso mostra que a part´ıcula se encontra em um movimento desacelerado, o que e´ corroborado pela velocidade final ser menor que a velocidade inicial da mesma. 5 R-b – Para determinar a acelerac¸a˜o instantaˆnea da part´ıcula no instante t = 2,0 s, basta derivar a expressa˜o da velocidade e aplicar o resultado no instante t = 2,0 s. ainst = dv dt = d(40 − 5,0t2) dt = d(40) dt + d(−5,0t2) dt⇒ ainst = −10t Substituindo em t = 2,0 s, ⇒ ainst = −20 m/s2 Como neste instante de tempo a velocidade da part´ıcula e´ positiva e sua acelerac¸a˜o e´ negativa, enta˜o, pode-se afirmar que seu movimento e´ desacelerado, ou seja, sua velocidade esta´ diminuindo neste instante. —————— 2 Movimento retim´ıneo uniformemente acelerado Um exemplo de movimento muito comum e simples e´ o movimento unidimensional, no qual a acelerac¸a˜o e´ constante. Neste caso, a acelerac¸a˜o me´dia amed em qualquer intervalo de tempo e´ igual a` acelerac¸a˜o instantaˆnea do movimento ainst e, consequente- mente, a velocidade possui a mesma taxa de variac¸a˜o durante todo o movimento. Usando a Equac¸a˜o 1 e substituindo amed por a, fazendo ti = 0 e tf como sendo um tempo qualquer t maior que ti, tem-se: a = vf − vi t − 0 ou vf = vi + at (3) para uma acelerac¸a˜o constante. Usando-se a Equac¸a˜o 3 e´ fa´cil determinar a velocidade de uma part´ıcula a qualquer instante de tempo, desde que se conhec¸a a velocidade inicial da part´ıcula vi e sua ace- lerac¸a˜o a. Umexemplo de gra´fico da velocidade × tempo para uma acelerac¸a˜o constante 6 e´ apresentado na Figura 3(b). Note que o gra´fico e´ uma linha reta cuja inclinac¸a˜o e´ a acelerac¸a˜o a. O gra´fico da acelerac¸a˜o e´ apresentado na Figura 3(c). Como a acelerac¸a˜o e´ constante, enta˜o, seu gra´fico e´ uma linha reta horizontal, ou seja, com inclinac¸a˜o zero. Como a velocidade possui acelerac¸a˜o constante, a mesma varia linearmente com o tempo, assim, de acordo com a Equac¸a˜o 3, a velocidade me´dia do movimento vmed pode ser calculada como a me´dia aritme´tica das velocidades inicial e final do mesmo, ou seja: vmed = vf + vi 2 (4) Para saber a posic¸a˜o de uma part´ıcula em func¸a˜o do tempo no movimento retil´ıneo uniformemente acelerado - (MRUV) basta iniciar usando a equac¸a˜o (4), assim: vmed = vf + vi 2 Como vmed = ∆x∆t , tem-se: ∆x ∆t = vf + vi 2 E como ∆x∆t = xf−xitf−ti , tem-se: xf − xi tf − ti = vf + vi2 Fazendo ti = 0 e tf = t, tem-se xf − xi t = vf + vi 2 Fazendo vf = vi + at (Equac¸a˜o 3) e resolvendo esta equac¸a˜o para xf , obte´m-se: xf = xi + vit + 1 2 at2 (5) Esta equac¸a˜o fornece a posic¸a˜o final (xf ) de uma part´ıcula em um determinado ins- tante de tempo t, dadas a posic¸a˜o inicial (xi), a velocidade inicial (vi) e a acelerac¸a˜o (a) da part´ıcula. 7 —————— Exemplo 3. Dada a equac¸a˜o do movimento de uma part´ıcula apresentada na Figura 3(a) (xf = 6,66t − 1,11t2), (a) deˆ os valores da posic¸a˜o inicial xi, velocidade inicial vi e acelerac¸a˜o a da part´ıcula; (b) calcule a posic¸a˜o final da mesma para t = 1,00 s e t = 5,00 s. R(a) – Dada a equac¸a˜o da posic¸a˜o da part´ıcula em qualquer instante de tempo xf = 6,66t − 1,11t2 (m) e comparando com a Equac¸a˜o 5 xf = xi + vit + 1 2 at2 podemos afirmar que xi = 0; – vi = +6,66 m/s; – a = −2,22 m/s2 . R(b) – Substituindo, respectivamente, t = 1,00 s e t = 5,00 s na Equac¸a˜o 5, tem-se: Para t = 1,00 s⇒ xf = 6,66 × 1,00 − 1,11 × (1,00)2 ⇒ xf = 5,55 m Para t = 5,00 s⇒ xf = 6,66 × 5,00 − 1,11 × (5,00)2 ⇒ xf = 5,55 m —————— O gra´fico da posic¸a˜o × tempo para o movimento com acelerac¸a˜o (negativa) constante, apresentado na Figura 3(a) e´ obtido a partir da Equac¸a˜o 5. Note que a curva e´ uma para´bola. A inclinac¸a˜o da reta tangente a esta curva em qualquer pondo da mesma e´ a velocidade v da part´ıcula naquele ponto. Para t = 0, a inclinac¸a˜o da reta tangente a este ponto e´ a velocidade inicial da part´ıcula vi. Para se obter uma expressa˜o para a velocidade de uma part´ıcula que na˜o contenha o tempo como varia´vel, basta encontrar o valor de t na Equac¸a˜o 3 e substitu´ı-lo na Equac¸a˜o 5, assim: vf = vi + at⇒ t = vf − vi a 8 xf = xi + vit + 1 2 at2 ⇒ xf − xi = vivf − vi a + 1 2 a(vf − vi a )2 Resolvendo esta equac¸a˜o para vf , tem-se: (vf)2 = (vi)2 + 2a∆x (6) —————— Exemplo 4. Um avia˜o aterrissa em um aeroporto a uma velocidade de 60,0 m/s. (a) Qual e´ a acelerac¸a˜o do avia˜o se o mesmo para apo´s 12,0 s? (b) Qual o deslocamento do avia˜o nesse intervalo de tempo? R(a) – Primeiro extraem-se os dados do problema, assim: – velocidade inicial vi = 60,0 m/s; – velocidade final vf = 0,00 m/s; – tempo de deslocamento t = 12,0 s. Note que o avia˜o esta´ em movimento acelerado com acelerac¸a˜o negativa, pois vf < vi. Supondo uma acelerac¸a˜o constante durante todo o movimento, pode-se usar a Equac¸a˜o 3 para encontrar o valor da acelerac¸a˜o. 0,00 = 60,0 + a × 12,0⇒ a = −5,00 m/s2 R(b) – Para encontrar o deslocamento pode-se usar tanto a Equac¸a˜o 5 (pois ja´ se sabe a posic¸a˜o inicial, a velocidade inicial e a acelerac¸a˜o do avia˜o), quanto a Equac¸a˜o 6 (pois ja´ se sabe a velocidade inicial, a velocidade final e a acelerac¸a˜o do avia˜o). Usando a Equac¸a˜o 5: xf = 0,00 + 60,0 × 12,0 + 1 2 (−5,00)(12,0)2 ⇒ xf = 360 m —————— Exemplo 5. Um carro A, viajando a uma velocidade constante igual a 40,00 m/s, ultrapassa um carro B parado na rodovia. Um segundo apo´s a ultrapassagem, o carro B inicia seu movimento na direc¸a˜o do carro A, com uma acelerac¸a˜o de 3,000 m/s2. Quanto tempo leva para que o carro B alcance o carro A? 9 R – Os dados do problema sa˜o os seguintes: – vA = 40,00 m/s (velocidade constante do carro A); – vBi = 0 (velocidade inicial do carro B); – aB = 3,000 m/s2; (acelerac¸a˜o do carro B). Como B inicia seu movimento 1,000 s apo´s ser ultrapassado, enta˜o, nesse intervalo de tempo A ja´ se encontrava 40,00 m a` sua frente. Tomando como o instante inicial do movimento (t = 0,000) aquele em que B comec¸a a se movimentar e como a origem do movimento (xi = 0,000) a posic¸a˜o inicial de B, enta˜o, a equac¸a˜o do movimento de A e´: xA = xAi + vAt⇒ xA = 40,00 + 40,00t e a equac¸a˜o do movimento de B e´: xB = xBi + vBit + 1 2 aBt 2 ⇒ xB = 1 2 3,000t2 Como se deseja saber o instante em que B alcanc¸a A, enta˜o, basta igualar as duas equac¸o˜es, ou seja: xA = xB ⇒ 40,00 + 40,00t = 1 2 3,000t2 Rearranjando esta equac¸a˜o, obte´m-se uma equac¸a˜o do segundo grau: 3,000 2 t2 − 40,00t − 40,00 = 0,000 Encontrando as ra´ızes da equac¸a˜o, veˆ-se que uma e´ positiva e a outra e´ negativa. Visto que se trata do tempo, o valor negativo e´ descartado e a raiz positiva e´: t = 27,63 s Assim, os carros estara˜o lado a lado no instante de tempo t = 27,63 s. —————— 10 3 Objetos em queda livre A expressa˜o objeto em queda livre, na˜o necessariamente se refere a um objeto que parte do repouso. Um objeto em queda livre e´ qualquer objeto movendo-se livremente somente sob a influeˆncia da gravidade, independente das condic¸o˜es iniciais de seu movi- mento. Objetos lanc¸ados para cima ou para baixo, ou aqueles que comec¸am seu movi- mento a partir do repouso, esta˜o todos em queda livre a partir do instante em que foram liberados. Qualquer objeto em queda livre esta´ submetido a uma acelerac¸a˜o direcionada verticalmente para baixo, independente de suas condic¸o˜es iniciais de movimento (se o mesmo parte do repouso ou se possui uma velocidade inicial de lanc¸amento). A acelerac¸a˜o deste movimento e´ chamada de acelerac¸a˜o da gravidade e seu s´ımbolo e´ g. O valor de g diminui se aumenta a distaˆncia do objeto em relac¸a˜o a` superf´ıcie da terra. Ale´m disso, ha´ variac¸a˜o de g com a mudanc¸a de latitude. Na superf´ıcie da Terra, o valor de g e´ aproximadamente igual a 9,80 m/s2. Este sera´ sempre o valor usado para g, a na˜o ser que se explicite um outro valor. Desprezando a resisteˆncia do ar e a variac¸a˜o da acelerac¸a˜o para pequenas distaˆncias verticais, o movimento de um objeto em queda livre e´ equivalente ao movimento re- til´ıneo uniformemente acelerado, assim, as equac¸o˜es apresentadas para aquele movi- mento sa˜o va´lidas tambe´m aqui, lembrando que o valor da acelerac¸a˜o g sera´ sempre igual a −9,80 m/s2, pois seu sentido e´ sempre o sentido negativo do eixo-y. Desta forma, podemos descrever as equac¸o˜es do movimento em queda livre como: vyf = vyi + gt yf = yi + vyit + 12gt2 (vyf)2 = (vyi)2 + 2gh —————— Exerc´ıcio 1. Diga o que acontece com a velocidade e com a acelerac¸a˜o de um objeto que e´ lanc¸ado verticalmente para cima (a) quando o mesmo esta´ subindo; (b) quando o mesmo se encontra na altura ma´xima do movimento; (c) quando o mesmo esta´ descendo. —————— 11 Exemplo 6. Um homem arremessa uma pedra para cima a uma velocidade inicial de 20 m/s. O homem se encontra no topo de um pre´dio cuja altura e´ de 50 m. a – Encontre o tempo em que a pedra alcanc¸a sua altura ma´xima; b – Qual a velocidade da pedra quando a mesma retorna ao ponto de seu lanc¸amento? c – Qual o deslocamento da pedra apo´s 5 s de seu lanc¸amento? d – Qual o tempo total desde o lanc¸amento ate´ a pedra chegar ao cha˜o? R(a) – Os dados do problema sa˜o: vi = +20 m/s; ti = 0; g = −9,80 m/s2 e yi =0, supondo a origem do movimento no ponto de lanc¸amento da pedra. Lembre que todo o movimento se da´ na direc¸a˜o do eixo-y Como deseja-se saber o tempo em que a pedra alcanc¸a sua altura ma´xima, enta˜o, neste instante sua velocidade e´ nula (vyf = 0), enta˜o: vf = vi + gt⇒ 0 = 20 + (−9,80)t⇒ t = 2,04 s R(b) – Veja que a pedra levou 2,04 s para sair da ma˜o do homem e alcanc¸ar sua altura ma´xima. Nesse instante, ela comec¸a a fazer o caminho de volta, sendo assim, ela levara´ o mesmo tempo para retornar a` ma˜o de quem a arremessou. Como a velocidade no topo do movimento e´ igual a zero, fazendo esta velocidade ser a inicial, tem-se: vf = vi + gt⇒ vf = 0 + (−9,8) × 2,04⇒ vf = −20 m/s ou seja, o mo´dulo da velocidade da pedra ao retornar a` sua posic¸a˜o inicial e´ o mesmo de sua velocidade inicial, mas seu sentido e´ inverso. R(c) – Para encontrar a posic¸a˜o da pedra apo´s 5 s de seu lanc¸amento, usa-se a seguinte equac¸a˜o: yf = yi + vit + 1 2 gt2 Como yi = 0, enta˜o: yf = 0 + 20 × 5 + 1 2 (−9,8) × 52 ⇒ yf = −22,5 m Note que este valor quer dizer que no instante t = 5 s, a pedra se encontra a 22,5 m abaixo do ponto de lanc¸amento. Como o homem que a lanc¸ou esta´ 50 m acima do 12 cha˜o, enta˜o, neste instante, a pedra se encontra a 27,5 m acima do cha˜o. R(d) – Ao chegar ao cha˜o, a pedra tera´ se deslocado −50 m em relac¸a˜o a` posic¸a˜o inicial da mesma, enta˜o: yf = yi + vit + 1 2 gt2 ⇒ −50 = 0 + 20t + 1 2 (−9,8)t2 ⇒ 4,9t2 − 20t − 50 = 0 Resolvendo esta equac¸a˜o do segundo grau, encontram-se dois tempos, um positivo e o outro negativo. Obviamente, o valor negativo e´ descartado, enta˜o: t = 5,83 s —————— 4 Lista de Exerc´ıcios 1. Uma bola e´ arremessada diretamente para cima com uma velocidade inicial igual a 15,0 m/s. Depois de quanto tempo a bola estara´ caindo com uma velocidade de 8,00 m/s? 2. O gra´fico da velocidade × tempo de uma part´ıcula movendo-se ao longo do eixo-x e´ apresentado na Figura 4. Construa o gra´fico da acelerac¸a˜o × tempo e determine a acelerac¸a˜o me´dia da part´ıcula (a) no intervalo t = 5,0 s e t = 15 s; (b) no intervalo t = 0,0 s e t = 20 s. Figura 4: 13 3. Uma part´ıcula, saindo do repouso, move-se ao longo do eixo-x e seu gra´fico da velocidade × tempo e´ apresentado na Figura 5. (a) Encontre a acelerac¸a˜o me´dia da part´ıcula no intervalo t = 0,00 s e t = 6,00 s; (b) estime o tempo no qual a acelerac¸a˜o possui seu maior valor positivo e estime tambe´m o valor da acelerac¸a˜o neste instante; (c) quando a acelerac¸a˜o e´ zero? (d) estime o maior valor negativo da acelerac¸a˜o e o instante de tempo no qual ela ocorre. Figura 5: 4. O gra´fico da acelerac¸a˜o × tempo de uma part´ıcula que parte do repouso, e´ apresen- tado na Figura 6. (a) Determine a velocidade da part´ıcula no instante de tempo t = 10 s; (b) o deslocamento da part´ıcula apo´s 20 segundos do in´ıcio de seu movi- mento. Figura 6: 5. Uma part´ıcula move-se ao longo do eixo-x conforme a seguinte equac¸a˜o: x = 4,00+ 6,00t − 2,00t2, em que x e´ dado em metros e t em segundos. Para t = 6,00 s encontre: (a) a posic¸a˜o da part´ıcula; (b) a velocidade da part´ıcula; (c) a acelerac¸a˜o da part´ıcula. 6. Uma part´ıcula movendo-se com acelerac¸a˜o constante possui uma velocidade de 5,50 cm/s no sentido positivo do eixo-x quando sua coordenada x e´ igual a 6,00 cm. Se sua coordenada x e´ igual a −3,00 cm 2,00 s depois, qual a acelerac¸a˜o da part´ıcula? 14 7. Um carro percorre uma rodovia a uma velocidade de 80,0 km/h quando o motorista avista uma pedra bloqueando o caminho. Nesse instante ele se encontra a 100 m da pedra e imediatamente pisa o pe´ no freio. Supondo que os pneus na˜o deslizem, qual deve ser a desacelerac¸a˜o do carro para que o mesmo na˜o se choque com a pedra? 8. Um carro percorre uma rodovia a uma velocidade de 90,0 km/h quando o motorista avista uma pedra bloqueando o caminho. Nesse instante ele se encontra a 100 m da pedra e imediatamente pisa o pe´ no freio, mas as rodas travam e o carro sai deslizando pelo asfalto com uma desacelerac¸a˜o de 0,900 m/s2. Com que velocidade o carro ira´ se chocar com a pedra? 9. Uma pedra e´ lanc¸ada verticalmente para cima a partir do cha˜o com uma velocidade de 4,0 m/s. Qual o deslocamento da pedra apo´s (a) 0,41 s? (b) 1,0 s? (c) Qual a altura ma´xima alcanc¸ada pela pedra? 10. Um pedreiro trabalhando em uma construc¸a˜o lanc¸a um tijolo verticalmente para um colega que se encontra a 5,00 m acima dele. O colega pega o tijolo 2,00 s apo´s o lanc¸amento. (a) Qual a velocidade inicial do lanc¸amento? (b) Qual a velocidade do tijolo antes de ser pego? 11. Uma part´ıcula se encontra na posic¸a˜o x = 0,00 no tempo t = 0,00 e se move ao longo do eixo-x de acordo com o gra´fico da velocidade × tempo apresentado na Figura 7. (a) Qual e´ a acelerac¸a˜o da part´ıcula entre 0,00 e 4,00 s? (b) Qual e´ a acelerac¸a˜o da part´ıcula entre 4,00 s e 9,00 s? (c) Qual e´ a acelerac¸a˜o da part´ıcula entre 13,0 s e 18,0 s? (d) Quais os instantes de tempo em que a part´ıcula possui a menor velocidade? (e) Em que instante de tempo a part´ıcula se encontra mais longe de x = 0,00? (f) Qual a posic¸a˜o final da part´ıcula em t = 18,0 s? Qual a distaˆncia total percorrida pela part´ıcula no intervalo entre 0,00 e 18,0 s? Figura 7: 12. A e B sa˜o duas bolas que esta˜o conectadas por dobradic¸as a uma haste r´ıgida de comprimento L. Dois trilhos perpendiculares atravessam as bolas e elas podem deslizar livremente, conforme pode ser visto na Figura 8. Suponha que a bola A 15 esta´ se movimentando para a direita com velocidade constante vA. (a) Encontre a velocidade vB da bola B como func¸a˜o do aˆgulo θ. (b) Descreva vB em relac¸a˜o a vA, ou seja, vB e´ sempre menor que vA, maior que vA, igual a vA, ou existe alguma outra relac¸a˜o entre elas? Figura 8: 13. Numa corrida de 100-m rasos para mulheres, Maria e Joana aceleram uniforme- mente a partir do repouso. Maria leva 2,00 s para alcanc¸ar sua velocidade ma´xima, com a qual segue ate´ o final da corrida. Joana leva 3,00 s para alcanc¸ar sua ve- locidade ma´xima e tambe´m segue com esta velocidade ate´ o final da corrida. Elas cruzam a linha de chegada ao mesmo tempo, 10,4 s apo´s iniciar a corrida. (a) Qual a acelerac¸a˜o de cada uma das atletas? (b) Qual a velocidade ma´xima de cada uma delas? (c) que atleta estara´ na frente no tempo t = 6,00 s e qual a distaˆncia entre elas? (d) durante a corrida, qual sera´ a distaˆncia ma´xima entre elas e em que instante de tempo isso ocorre? 14. Duas hastes finas sa˜o fixadas no interior de um anel circular como mostrado na Figura 9. Uma haste de comprimento D e´ vertical e a outra de comprimento L faz um aˆngulo θ com a horizontal. As duas hastes e o anel esta˜o em um plano vertical. Duas pequenas contas esta˜o livres para deslizar sem fricc¸a˜o ao longo das hastes. (a) Encontre uma expressa˜o para o intervalo de tempo necessa´rio para que a conta que se encontra no ponto A chegue ao ponto C, partindo do repouso e em func¸a˜o de g e D; (b) fac¸a o mesmo para a conta que se encontra em B e encontre uma expressa˜o em func¸a˜o de g, L e θ; (c) supondo que as duas contas sejam liberadas de suas respectivas posic¸o˜es iniciais no mesmo instante de tempo, mostre que elas chegam em C ao mesmo tempo. 16 Figura 9: 5 Respostas aos Exerc´ıcios 1. t = 2,35 s; 2. (a) amed = 2,4 m/s2; (b) amed = 1,2 m/s2. 3. (a) amed = 1,33 m/s2; (b) test = 3,00 s e amax = 2,00 m/s2; (c) Em t = 6,00 s e t > 10,0 s; (d) test = 8,00 s e amax = −1,50 m/s2. 4. (a) vt=10 = 20 m/s; (b) xtotal = 3,1 × 102 m. 5. (a) xt=6 = −32,0 m; (b) vt=6 = −18,0 m/s; (c) a = −4,00 m/s2. 6. a = −10,0 cm/s2. 7. a = −2,47 m/s2. 8. vf = 21,1 m/s. 9. (a) h = 0,82 m; (b) h = −0,90; (c) h = 0,82 m. 10. (a) vi = 12,3 m/s; (b) vf = −7,30 m/s. 11. (a) a = 0,00; (b) a = 6,00 m/s2; (c) a = −4,75 m/s2;(d) 0 ≤ t ≤ 4 s; 17 (e) t = 18,0 s; (f) x = 97,0 m (g) d = 207 m. 12. (a) vB = −(vA/ tan θ). 13. (a) aM = 5,32 m/s2 aJ = 3,75 m/s2; (b) vM = 10,6 m/s vJ = 11,2 m/s; (c) Maria, por 2,63 m; (d) Distaˆncia e´ de 4,47 m em t = 2,84 s. 14. (a) ∆tD =√2Dg ; (b) ∆tL =√ 2Lgsenθ . 18
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