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22/12/2017 MODELO DE PETIÇÃO INICIAL - ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - A… http://processeaqui.net/?acao=petsbd&par=pett&id=8677 1/3 TODAS AS PETIÇÕES > RECEBER POR E-MAIL ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ART. 39/ECA EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE .............. ......, brasileiro, casado, autônomo, ...... anos, portador do RG nº ......... e CPF/MF nº ......... e sua mulher, brasileira, casada, do lar, 40 anos, RG nº ........ e CPF/MF nº .........., residentes e domiciliados neste município de ........... , à rua .........., nº ............, através do advogado que esta subscreve (instrumento de mandato em anexo), vêm respeitosamente ante Vossa Excelência, para com fulcro nos Artigos 39 a 52 da Lei 8.069/90 (ECA), requerer a A D O Ç Ã O consensual de ............, brasileira, com .... meses de idade, nascida a ......... de agosto de ..............., filha de ..........., residente na Av. ........., nº ........., ......, ........., e sem paternidade estabelecida no respectivo assento de nascimento, pelos motivos de fato e de direito que passam a expor: FATOS Em meados do mês de abril do corrente ano, a criança ................ (adotanda), sobre a qual versa o presente pedido, já com 06 (seis) meses de idade, foi entregue diretamente por sua genetriz ........ ao casal Requerente. Assim procedeu a mãe biológica da Adotanda em razão de sua precária situação sócio-econômica, por falta de alguém que a auxiliasse na criação da filha (pai incerto), por conhecer o casal adotante e tendo em mente propiciar um futuro mais promissor à criança. DOS ADOTANTES Os Requerentes, embora tenham contraído casamento civil em ........... (Cf. Certidão em anexo), mantêm relacionamento de fato e estável (more uxório) há mais de 20 (vinte) anos, de cuja união resultou o nascimento de três filhos, que atualmente contam com idades de 19, 17 e 14 anos. Que, desde que recepcionaram a criança .......... em seu lar, há 05 (cinco) meses, os Adotantes e filhos têm dispensado-lhe os cuidados necessários, inclusive assistência médica, conseqüência da superação do quadro de subnutrição de que padecia a criança em período anterior à sua entrega aos Requerentes. Enfim, já se consolidou profundo laço de afetividade entre Adotantes, seus filhos e a criança Giovanna, que vem sendo criada como se filha fosse e dentro dos hábitos e normas de uma família estruturada. Aliás, os Requerentes e seus filhos, atualmente, não suportariam prosperar sem a presença da criança em seu lar, ao qual se encontra perfeitamente adaptada, onde é tida como filha, recebe toda afeição e amor paterno e fraterno. Doutro vértice, a ausência da criança no seio familiar que se encontra, implicaria, sem dúvida, na imposição de grave e desnecessário sofrimento, em face da ruptura familiar, com conseqüências psicológicas imprevisíveis, por certo irreparáveis, tanto para a criança, como para os Adotantes e seus filhos. Os Requerentes são detentores de razoável situação econômica, residem nesta cidade de ............ há 12 (doze) anos, sendo ele proprietário de salão de cabeleireiros, onde ela também exerce atividades, auferindo renda suficiente para manutenção, com dignidade, da entidade familiar que constituem. DO DIREITO - aspectos a merecer consideração 1. Competência. A teor do que dispõe o Art. 147, inc. II, do ECA, o juízo competente para o processamento do pedido de adoção é o do local onde se encontra a criança adotanda. 2. Ausência de cadastramento prévio. Com relação à ausência de cadastramento prévio no Juizado (Ex-vi do Art. 50 do ECA), as peculiaridades do caso em si autorizam, em caráter excepcional, a habilitação concomitante com o pleito, à luz da "relativização" do aspecto jurídico em prol dos melhores interesses da adotanda. Neste sentido, aliás, doutrina e jurisprudência têm mostrado ser o interesse do menor diretriz preponderante. A propósito: " Não se deve arrancar a criança dos braços de quem, nada obstante sem vínculos biológicos, a acolhe desde os nascimento, muito menos a pretexto de inobservância cadastral, a não ser que se comprove de plano a inabilitação moral e social para a paternidade por adoção. Retirar o recém-nascido, depois de duas semanas de acolhimento em lar substituto digno, para colocá-la em ambiente sem calor humano de que desfrutava, é sobrepor a burocracia à sensibilidade que deve presidir a instrução de tais processos" ( TJ-SC - Agr. Reg. nº 97.007249-0 - Lages, Rel.: Des. Xavier Vieira, in Jurisprudência Catarinense, Vol. 78, pág. 510). Ou mais: "Adoção. Criança com aproximadamente dois meses de idade entregue pela mãe diretamente ao casal pretendente, sob cuja guarda permaneceu por período suficiente para a consolidação de laços de afetividade. Inexistência de qualquer indício revelador de fraude ou má-fé. Ajuizamento do pedido já no dia seguinte da entrega da enfante. Ausência de cadastramento prévio no juizado. Art. 50, do ECA. Impossibilidade jurídica do pedido reconhecida em primeiro grau, com determinação de apreensão e encaminhamento da criança a instituição destinada a abrigar crianças abandonadas, a fim de "disponibilizá-la" para candidatos inscritos na "lista". Peculiaridades do caso concreto, contudo, a autorizarem, em caráter excepcional, a habilitação concomitante com o pleito. "Relativização" do aspecto jurídico em prol dos melhores interesses do adotando. Decreto de carência da ação afastado, para que o procedimento retome o seu curso. Guarda provisória deferida aos requerentes. Recurso provido." ( TJ-PR), Rec. de Apel. nº 90978-0-Curitiba, Rel. : Des. Telmo Cherem, Ac. nº 12588-2ª Câm. Crim., j, 10.08.2000). 3. Da desnecessidade da destituição prévia do pátrio poder. 22/12/2017 MODELO DE PETIÇÃO INICIAL - ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - A… http://processeaqui.net/?acao=petsbd&par=pett&id=8677 2/3 Os Autores deixam de fazer requerimento expresso da desconstituição prévia do pátrio poder da mãe biológica por entenderem estar este pedido absolutamente implícito ao objeto da ação, porquanto constituem-se - a adoção e destituição da tutela - pleitos sucessivos em que aquele se condiciona ao deferimento deste. É que, hodiernamente, doutrina e jurisprudência perfilam-se no sentido de que não pode ser óbice à apreciação do pedido de adoção a falta de requerimento expresso da destituição do pátrio poder, porque está implícito naquela a perda deste, como giza o Art. 392 do Código Civil, inciso IV, quando preceitua que o pátrio poder extingue-se pela adoção. HELOÍSA Helena Barboza, em artigo intitulado "O Consentimento na Adoção de Criança e de Adolescente" publicado na RF 341/71, elucida a questão assim: "Razoável afirmar-se que a adoção de criança e adolescente opera a extinção do pátrio poder dos pais naturais, que se transfere, de pleno direito e sem necessidade de qualquer procedimento específico, para os adotantes. A análise dos requisitos específicos para a adoção não revela exigência da destituição prévia do pátrio poder. A adoção, por si só, opera o efeito extintivo, não pressupondo, portanto, prévia destituição a qualquer título." Esse entendimento também é esposado pelo Promotor de Justiça José Luiz Mônaco da Silva, de São Paulo, que sustenta: "... o só deferimento da adoção conduzirá automaticamente à extinção do pátrio poder, já que os institutos do pátrio poder e da adoção não poderão existir simultaneamente, sendo um excludente do outro. Logo a adoção acarretará insofismavelmente a extinção do pátrio poder "(In JUSTITIA, nº 176, pg. 49). Ainda, a jurisprudência: "Adoção - Deferimento sem prévia expressa destituição do pátrio poder - Hipótesede mãe não revel - Admissibilidade - Prevalência do interesse da criança, e não de formalismos que não condizem com as normas do ECA - Recurso não provido - A perda do pátrio poder é conseqüência implícita da adoção, tornando-se mesmo dispensável o consentimento exigido pelo Art. 45, § 1º, do ECA - A menor em questão está perfeitamente integrada ao lar dos adotantes "( TJSP, Rel.: Des. Lair Loureiro - Ap. Cível 14.039-0 - Tatuí - 20.02.92 ). Também, nesta linha: "Apelação cível - Adoção plena - Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/90 - Destituição prévia do pátrio poder - Desnecessidade - Extinção desse direito automaticamente decorrente da adoção - Infante desde tenra idade sob os cuidados da madrinha, que inclusive detinha a guarda judicial..." (In JURISPRUDENCIA CATARINSENSE, nº 86, pg. 100). Acentue-se, ademais, que a destituição do pátrio poder, também chamada de perda, inibição ou cassação do pátrio poder, é uma pena, uma sansão imposta aos pais que praticarem conduta violadora do dever de guarda, sustento e educação dos filhos menores. O Código Civil arrola, no Art. 395, três situações ensejadoras da perda do pátrio poder: "Perderá por ato judicial o pátrio poder o pai, ou mãe: I - Que castigar imoderadamente o filho. II - Que deixar em abandono. III - Que praticar atos contrários à moral e aos bons costumes ". Já o Estatuto da Criança e do Adolescente diz que, além dos casos previstos no Código Civil, os pais ficarão sujeitos à perda ou suspensão do pátrio poder se descumprirem injustificadamente os deveres e obrigações a que alude o Art. 22. Este dispositivo, por sua vez, consigna o seguinte: "Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes, ainda no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais ". Por aí se vê que a destituição é uma pena imposta aos pais que deixarem de cumprir suas obrigações legais. Ora, se a destituição, como acabamos de ver, é uma pena prevista na legislação e aplicada pelo Poder Judiciário aos pais que descumprirem os encargos paternos e maternos, as declarações dos pais, feitas com esteio no Art. 166, § único, do ECA, não traduzem nenhuma das situações legais ensejadoras da perda do pátrio poder previstas no ordenamento jurídico. Isto porque, ao manifestarem concordância com a colocação do filho em adoção, eles não estarão aplicando castigos imoderados ao menor (CC, Art. 395, I), ou abandonando o filho à própria sorte (CC, Art. 395, II) e muito menos cometendo atos contrários à moral e aos bons costumes (CC, Art. 395, III). Além disso, a conduta de ambos jamais se enquadrará no Art. 24 do ECA. Logo, a destituição do pátrio poder não encontra, no caso, o mínimo respaldo na legislação de regência, até porque a conduta da mãe, consistente em entregar sua filha em adoção, por falta de recursos materiais, só tem em mente garantir um futuro mais promissor à filha, uma existência feliz, livre de privações materiais e sofrimentos. Ora, por que penalizá-la então diante de tão nobre decisão? Em resumo, a concordância da mãe, tomada segundo o disposto no Art. 166, § único, do ECA, não é causa de destituição e sim de extinção do pátrio poder. 4. Do procedimento. No caso, como a genitora da Adotanda, Terezinha Iastrenski, já manifestou concordância em entregar em adoção sua filha aos Requerentes (intuitu personae), a princípio, inexistirá lide ou pretensão resistida e o feito então se revestirá de caráter meramente administrativo ou de jurisdição voluntária. (Cf. Ap. nº 96.629-6, Rolândia, Rel. Des. Milani de Moura, AC nº 1300 - 1ª Câm. Crim., j. 08.02.01) DO PEDIDO a) Obtenção do consentimento da mãe da Adotanda, que comparecerá espontaneamente a esse r. Juízo, em data e hora a ser designado para tal fim (ECA, Arts. 166, § único, e 45, § 2º, respectivamente); b) Dispensa do estágio de convivência previsto em lei, haja vista que a criança já se encontra com os Requerentes há 5 (cinco) meses, com saúde e perfeita integração afetiva (Art. 46, § 1º, ECA). Contudo, poderá V. Exª., caso assim entenda, determinar realização de estudo específico, por equipe interprofissional, para melhor avaliar as condições morais e materiais dos Requerentes; c) Pretendem também, n. oportunidade, regularizar a posse e guarda de fato que vêm exercendo da criança, nos termos do § 1º do Art. 33 do ECA-Lei 8069/90, pelo que encarecem a V. Exª. seja-lhes deferida liminarmente a guarda provisória da criança Giovanna, visando suprir seus interesses e efeitos de lei; d) Uma vez julgado procedente o presente pedido de adoção, sejam expedidos os mandados a que se referem o Art. 47 e seus §§, do ECA, fazendo constar, no de inscrição, que a Adotanda passará a usar o nome de .........., tendo como pais .......... , como avós paternos de Abreu e de Abreu, e avós maternos de ........., sendo certo que "nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro " (Cf. Art. 47, § 3º, ECA); e) Seja o Representante do Ministério Público intimado de todos os termos e atos do feito. Dão à causa o valor simbólico de R$ 50,00, para efeitos de alçada. Nesses Termos, Pede Deferimento. [Local], [dia] de [mês] de [ano]. [Assinatura do Advogado] [Número de Inscrição na OAB] ROL DE TESTEMUNHAS: 1 - .........................., bras., casado, zelador, RG ......................., residente à rua ...................., n º .............., ..................; 2 - .........................., bras., casado, Oficial/PM reformado, residente à rua .................., nº..............., .................... 22/12/2017 MODELO DE PETIÇÃO INICIAL - ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - A… http://processeaqui.net/?acao=petsbd&par=pett&id=8677 3/3 Para o consumidor, uma novidade. Para o cidadão, uma conquista. Acompanhe-nos nas redes sociais CONDIÇÕES DE USO E PRIVACIDADE :: COMUNICAR ERRO :: TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO PROCESSE FÁCIL LTDA. ® (2013)
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