Buscar

MODELO DE PETIÇÃO INICIAL ADOÇÃO CONSENSUAL LEI 8069 90 ECA ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE ART

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 3 páginas

Prévia do material em texto

22/12/2017 MODELO DE PETIÇÃO INICIAL - ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - A…
http://processeaqui.net/?acao=petsbd&par=pett&id=8677 1/3
TODAS AS PETIÇÕES > RECEBER POR E-MAIL
 
ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - ART. 39/ECA
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE DA COMARCA DE ..............
 
......, brasileiro, casado, autônomo, ...... anos, portador do RG nº ......... e CPF/MF nº ......... e sua mulher, brasileira, casada, do lar, 40 anos, RG
nº ........ e CPF/MF nº .........., residentes e domiciliados neste município de ........... , à rua .........., nº ............, através do advogado que esta
subscreve (instrumento de mandato em anexo), vêm respeitosamente ante Vossa Excelência, para com fulcro nos Artigos 39 a 52 da Lei
8.069/90 (ECA), requerer a 
 
A D O Ç Ã O consensual 
 
de ............, brasileira, com .... meses de idade, nascida a ......... de agosto de ..............., filha de ..........., residente na Av. ........., nº ........., ......,
........., e sem paternidade estabelecida no respectivo assento de nascimento, pelos motivos de fato e de direito que passam a expor: 
 
FATOS 
 
Em meados do mês de abril do corrente ano, a criança ................ (adotanda), sobre a qual versa o presente pedido, já com 06 (seis) meses de
idade, foi entregue diretamente por sua genetriz ........ ao casal Requerente. 
 
Assim procedeu a mãe biológica da Adotanda em razão de sua precária situação sócio-econômica, por falta de alguém que a auxiliasse na
criação da filha (pai incerto), por conhecer o casal adotante e tendo em mente propiciar um futuro mais promissor à criança. 
 
DOS ADOTANTES 
 
Os Requerentes, embora tenham contraído casamento civil em ........... (Cf. Certidão em anexo), mantêm relacionamento de fato e estável
(more uxório) há mais de 20 (vinte) anos, de cuja união resultou o nascimento de três filhos, que atualmente contam com idades de 19, 17 e 14
anos. 
 
Que, desde que recepcionaram a criança .......... em seu lar, há 05 (cinco) meses, os Adotantes e filhos têm dispensado-lhe os cuidados
necessários, inclusive assistência médica, conseqüência da superação do quadro de subnutrição de que padecia a criança em período anterior
à sua entrega aos Requerentes. 
 
Enfim, já se consolidou profundo laço de afetividade entre Adotantes, seus filhos e a criança Giovanna, que vem sendo criada como se filha
fosse e dentro dos hábitos e normas de uma família estruturada. 
 
Aliás, os Requerentes e seus filhos, atualmente, não suportariam prosperar sem a presença da criança em seu lar, ao qual se encontra
perfeitamente adaptada, onde é tida como filha, recebe toda afeição e amor paterno e fraterno. 
 
Doutro vértice, a ausência da criança no seio familiar que se encontra, implicaria, sem dúvida, na imposição de grave e desnecessário
sofrimento, em face da ruptura familiar, com conseqüências psicológicas imprevisíveis, por certo irreparáveis, tanto para a criança, como para
os Adotantes e seus filhos. 
 
Os Requerentes são detentores de razoável situação econômica, residem nesta cidade de ............ há 12 (doze) anos, sendo ele proprietário de
salão de cabeleireiros, onde ela também exerce atividades, auferindo renda suficiente para manutenção, com dignidade, da entidade familiar
que constituem. 
 
DO DIREITO - aspectos a merecer consideração 
 
1. Competência. 
 
A teor do que dispõe o Art. 147, inc. II, do ECA, o juízo competente para o processamento do pedido de adoção é o do local onde se encontra a
criança adotanda. 
 
2. Ausência de cadastramento prévio. 
 
Com relação à ausência de cadastramento prévio no Juizado (Ex-vi do Art. 50 do ECA), as peculiaridades do caso em si autorizam, em caráter
excepcional, a habilitação concomitante com o pleito, à luz da "relativização" do aspecto jurídico em prol dos melhores interesses da adotanda. 
 Neste sentido, aliás, doutrina e jurisprudência têm mostrado ser o interesse do menor diretriz preponderante. 
 
A propósito: 
 " Não se deve arrancar a criança dos braços de quem, nada obstante sem vínculos biológicos, a acolhe desde os nascimento, muito menos a
pretexto de inobservância cadastral, a não ser que se comprove de plano a inabilitação moral e social para a paternidade por adoção. Retirar o
recém-nascido, depois de duas semanas de acolhimento em lar substituto digno, para colocá-la em ambiente sem calor humano de que
desfrutava, é sobrepor a burocracia à sensibilidade que deve presidir a instrução de tais processos" ( TJ-SC - Agr. Reg. nº 97.007249-0 - Lages,
Rel.: Des. Xavier Vieira, in Jurisprudência Catarinense, Vol. 78, pág. 510). 
 
Ou mais: 
 "Adoção. Criança com aproximadamente dois meses de idade entregue pela mãe diretamente ao casal pretendente, sob cuja guarda
permaneceu por período suficiente para a consolidação de laços de afetividade. Inexistência de qualquer indício revelador de fraude ou má-fé.
Ajuizamento do pedido já no dia seguinte da entrega da enfante. Ausência de cadastramento prévio no juizado. Art. 50, do ECA.
Impossibilidade jurídica do pedido reconhecida em primeiro grau, com determinação de apreensão e encaminhamento da criança a instituição
destinada a abrigar crianças abandonadas, a fim de "disponibilizá-la" para candidatos inscritos na "lista". Peculiaridades do caso concreto,
contudo, a autorizarem, em caráter excepcional, a habilitação concomitante com o pleito. "Relativização" do aspecto jurídico em prol dos
melhores interesses do adotando. Decreto de carência da ação afastado, para que o procedimento retome o seu curso. Guarda provisória
deferida aos requerentes. Recurso provido." ( TJ-PR), Rec. de Apel. nº 90978-0-Curitiba, Rel. : Des. Telmo Cherem, Ac. nº 12588-2ª Câm.
Crim., j, 10.08.2000). 
 3. Da desnecessidade da destituição prévia do pátrio poder. 
 
22/12/2017 MODELO DE PETIÇÃO INICIAL - ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - A…
http://processeaqui.net/?acao=petsbd&par=pett&id=8677 2/3
Os Autores deixam de fazer requerimento expresso da desconstituição prévia do pátrio poder da mãe biológica por entenderem estar este
pedido absolutamente implícito ao objeto da ação, porquanto constituem-se - a adoção e destituição da tutela - pleitos sucessivos em que
aquele se condiciona ao deferimento deste. 
 
É que, hodiernamente, doutrina e jurisprudência perfilam-se no sentido de que não pode ser óbice à apreciação do pedido de adoção a falta de
requerimento expresso da destituição do pátrio poder, porque está implícito naquela a perda deste, como giza o Art. 392 do Código Civil, inciso
IV, quando preceitua que o pátrio poder extingue-se pela adoção. 
 
HELOÍSA Helena Barboza, em artigo intitulado "O Consentimento na Adoção de Criança e de Adolescente" publicado na RF 341/71, elucida a
questão assim: 
 
"Razoável afirmar-se que a adoção de criança e adolescente opera a extinção do pátrio poder dos pais naturais, que se transfere, de pleno
direito e sem necessidade de qualquer procedimento específico, para os adotantes. A análise dos requisitos específicos para a adoção não
revela exigência da destituição prévia do pátrio poder. A adoção, por si só, opera o efeito extintivo, não pressupondo, portanto, prévia
destituição a qualquer título." 
 
Esse entendimento também é esposado pelo Promotor de Justiça José Luiz Mônaco da Silva, de São Paulo, que sustenta: "... o só deferimento
da adoção conduzirá automaticamente à extinção do pátrio poder, já que os institutos do pátrio poder e da adoção não poderão existir
simultaneamente, sendo um excludente do outro. Logo a adoção acarretará insofismavelmente a extinção do pátrio poder "(In JUSTITIA, nº
176, pg. 49). 
 
Ainda, a jurisprudência: 
 "Adoção - Deferimento sem prévia expressa destituição do pátrio poder - Hipótesede mãe não revel - Admissibilidade - Prevalência do
interesse da criança, e não de formalismos que não condizem com as normas do ECA - Recurso não provido - A perda do pátrio poder é
conseqüência implícita da adoção, tornando-se mesmo dispensável o consentimento exigido pelo Art. 45, § 1º, do ECA - A menor em questão
está perfeitamente integrada ao lar dos adotantes "( TJSP, Rel.: Des. Lair Loureiro - Ap. Cível 14.039-0 - Tatuí - 20.02.92 ). 
 
Também, nesta linha: 
 "Apelação cível - Adoção plena - Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/90 - Destituição prévia do pátrio poder - Desnecessidade -
Extinção desse direito automaticamente decorrente da adoção - Infante desde tenra idade sob os cuidados da madrinha, que inclusive detinha
a guarda judicial..." (In JURISPRUDENCIA CATARINSENSE, nº 86, pg. 100). 
 
Acentue-se, ademais, que a destituição do pátrio poder, também chamada de perda, inibição ou cassação do pátrio poder, é uma pena, uma
sansão imposta aos pais que praticarem conduta violadora do dever de guarda, sustento e educação dos filhos menores. O Código Civil arrola,
no Art. 395, três situações ensejadoras da perda do pátrio poder: "Perderá por ato judicial o pátrio poder o pai, ou mãe: I - Que castigar
imoderadamente o filho. II - Que deixar em abandono. III - Que praticar atos contrários à moral e aos bons costumes ". 
 
Já o Estatuto da Criança e do Adolescente diz que, além dos casos previstos no Código Civil, os pais ficarão sujeitos à perda ou suspensão do
pátrio poder se descumprirem injustificadamente os deveres e obrigações a que alude o Art. 22. Este dispositivo, por sua vez, consigna o
seguinte: "Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes, ainda no interesse destes, a obrigação
de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais ". Por aí se vê que a destituição é uma pena imposta aos pais que deixarem de cumprir
suas obrigações legais. 
 
Ora, se a destituição, como acabamos de ver, é uma pena prevista na legislação e aplicada pelo Poder Judiciário aos pais que descumprirem
os encargos paternos e maternos, as declarações dos pais, feitas com esteio no Art. 166, § único, do ECA, não traduzem nenhuma das
situações legais ensejadoras da perda do pátrio poder previstas no ordenamento jurídico. Isto porque, ao manifestarem concordância com a
colocação do filho em adoção, eles não estarão aplicando castigos imoderados ao menor (CC, Art. 395, I), ou abandonando o filho à própria
sorte (CC, Art. 395, II) e muito menos cometendo atos contrários à moral e aos bons costumes (CC, Art. 395, III). Além disso, a conduta de
ambos jamais se enquadrará no Art. 24 do ECA. 
 
Logo, a destituição do pátrio poder não encontra, no caso, o mínimo respaldo na legislação de regência, até porque a conduta da mãe,
consistente em entregar sua filha em adoção, por falta de recursos materiais, só tem em mente garantir um futuro mais promissor à filha, uma
existência feliz, livre de privações materiais e sofrimentos. Ora, por que penalizá-la então diante de tão nobre decisão? 
 
Em resumo, a concordância da mãe, tomada segundo o disposto no Art. 166, § único, do ECA, não é causa de destituição e sim de extinção do
pátrio poder. 
 
4. Do procedimento. 
 
No caso, como a genitora da Adotanda, Terezinha Iastrenski, já manifestou concordância em entregar em adoção sua filha aos Requerentes
(intuitu personae), a princípio, inexistirá lide ou pretensão resistida e o feito então se revestirá de caráter meramente administrativo ou de
jurisdição voluntária. (Cf. Ap. nº 96.629-6, Rolândia, Rel. Des. Milani de Moura, AC nº 1300 - 1ª Câm. Crim., j. 08.02.01) 
 
DO PEDIDO 
 
a) Obtenção do consentimento da mãe da Adotanda, que comparecerá espontaneamente a esse r. Juízo, em data e hora a ser designado para
tal fim (ECA, Arts. 166, § único, e 45, § 2º, respectivamente); 
 b) Dispensa do estágio de convivência previsto em lei, haja vista que a criança já se encontra com os Requerentes há 5 (cinco) meses, com
saúde e perfeita integração afetiva (Art. 46, § 1º, ECA). Contudo, poderá V. Exª., caso assim entenda, determinar realização de estudo
específico, por equipe interprofissional, para melhor avaliar as condições morais e materiais dos Requerentes; 
 c) Pretendem também, n. oportunidade, regularizar a posse e guarda de fato que vêm exercendo da criança, nos termos do § 1º do Art. 33 do
ECA-Lei 8069/90, pelo que encarecem a V. Exª. seja-lhes deferida liminarmente a guarda provisória da criança Giovanna, visando suprir seus
interesses e efeitos de lei; 
 d) Uma vez julgado procedente o presente pedido de adoção, sejam expedidos os mandados a que se referem o Art. 47 e seus §§, do ECA,
fazendo constar, no de inscrição, que a Adotanda passará a usar o nome de .........., tendo como pais .......... , como avós paternos de Abreu e
de Abreu, e avós maternos de ........., sendo certo que "nenhuma observação sobre a origem do ato poderá constar nas certidões do registro "
(Cf. Art. 47, § 3º, ECA); 
 e) Seja o Representante do Ministério Público intimado de todos os termos e atos do feito. 
 Dão à causa o valor simbólico de R$ 50,00, para efeitos de alçada. 
 
Nesses Termos,
 Pede Deferimento.
 
[Local], [dia] de [mês] de [ano].
 
[Assinatura do Advogado]
 [Número de Inscrição na OAB]
 
ROL DE TESTEMUNHAS: 
 
1 - .........................., bras., casado, zelador, RG ......................., residente à rua ...................., n º .............., ..................; 
 2 - .........................., bras., casado, Oficial/PM reformado, residente à rua .................., nº..............., ....................
22/12/2017 MODELO DE PETIÇÃO INICIAL - ADOÇÃO CONSENSUAL - LEI 8069/90 - ECA - ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE - A…
http://processeaqui.net/?acao=petsbd&par=pett&id=8677 3/3
Para o consumidor, uma novidade. Para o cidadão, uma conquista.
Acompanhe-nos nas redes
sociais
CONDIÇÕES DE USO E PRIVACIDADE :: COMUNICAR ERRO :: TODOS OS DIREITOS RESERVADOS AO PROCESSE FÁCIL LTDA. ® (2013)

Outros materiais