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Aluna: Débora de Lima Braga – 26091197 – 9NNA. AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA DE FAMILIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE BELÉM DO PARÁ MÁRCIA SILVA, brasileira, casada, médica, CI nº 2222 (CRM-PA) e do CPF n., fone xxxx-xxxx, residente e domiciliado nesta cidade (endereço completo com CEP), por um de seus advogados, ao final assinado, consoante instrumento de mandato em anexo, VEM, perante V. Exª. Com fulcro nos art. 319 e seg. do CPC/2015 C/C o art. 226, § 6º da CF/1988 (com a nova redação dada pela EC. Nº 66/2010) e art. 1.580 do CC/02 e Lei nº 6.515/1977, propor a presente AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO C/C ALIMENTOS, GUARDA e REGULAMENTAÇÃO DO DIREITO DE CONVIVÊNCIA DO FILHO MENOR C/C TUTELA DE URGÊNCIA E DE EVIDÊNCIA, Contra, MARCELO SOUZA, brasileiro, casado, engenheiro, portador da CI nº 2222 (CREA-PA) e do CPF n., fone xxxx-xxxx, e-mail XXXXXXXXXXXXX, residente e domiciliado nesta cidade (endereço completo com CEP) aduzindo, para tanto, as razões que passa a expor: I – DA AUSÊNCIA DE RESOLUÇÃO DE DEMANDAS REPETITIVAS À luz do que dispõe o art. 976 do Código de Processo Civil/2015, vale afirmar ao Douto Julgador que o caso em tela não se trata de uma demanda repetitiva, nem configura um risco de ofensa à isonomia e nem à segurança jurídica. II – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO/MEDIAÇÃO A autora pleiteia, com fulcro no art. 319, inciso VII, do Diploma Adjetivo, que seja realizada audiência de autocomposição, comprometendo-se a suplicante a comparecer na referida assentada. III – DOS FATOS A requerente constituiu casamento civil com o requerido em 22.11.2014, sob o regime de comunhão parcial de bens, como consta na cópia de Certidão de Casamento em anexo sob o n° 14356, ás fls. 113, do Livro B-048, perante o Cartório de Casamento do Fórum de Belém, PA. Do enlace matrimonial, nasceu o menor, Márcio Silva e Souza, brasileiro, solteiro, menor, nascido em 25.06.2015, respectivamente com 5 a 6 anos de idade e que atualmente encontra-se sob a guarda fática da requerente. (doc. 01. em anexo). A requerente afirma que estão separados de fato há aproximadamente 2 (anos) anos, não havendo mais sentimento e motivação para continuar o casamento. Após o período de boa convivência, no último ano o relacionamento se desgastou de uma certa forma que não há mais outra opção para a autora, senão o rompimento do casamento, evitando-se a repetição de brigas e ameaças. No último ano, o Réu passou a ingerir bebidas alcoólicas com uma certa frequência (embriaguez habitual). Por conta disso, os conflitos entre o casal se tornaram cada vez mais contumaz. Isso preocupou ainda mais a Autora, pois todas as constantes e desmotivadas agressões foram, em regra, presenciadas pelo filho menor e também por toda a vizinhança no imóvel onde moravam. As agressões, de início eram verbais, com xingamentos e palavras de baixo calão direcionadas à Autora. Nos últimos meses, entrementes, usualmente aquele, por vezes embriagado, passou a agredir fisicamente a Autora. Até mesmo desferira contra o rosto da mesma, no dia 20/09/2016, um soco que lhe deixou sequelas. Comprova-se por meio do boletim de ocorrência, ora carreado. (doc. 02) Por esses motivos, visando integralmente a segurança e integridade da Autora como também a do seu filho, a mesma decidiu deixar a residência do casal e foi residir com a irmã Mara Silva, na Rua Olaria, n° 80 por 3 (três) meses. Após os meses que a Autora passou na casa de sua irmã, a mesma alugou um Flat para viver com seu filho onde reside hoje, no Bairro do Umarizal, n°101. Nessa comarca. Haja vista, que o Réu é funcionário público, trabalha em uma Construtora, exercendo a função de Engenheiro, recebendo um salário bruto mensal na ordem de R$ 16, 000.00 (dezesseis mil reais). Por outro lado, a Autora é médica recém-formada, no entanto, a mesma cuidava da casa, do filho menor ora citado, exercendo ela nesse caso, os deveres de mãe para com a criança que é menor de idade. E agora morando sozinha com seu filho continuar exercendo seus deveres de mãe, de dona de casa e de médica. IV – DO DIREITO IV.1 – DO DIVORCIO: A pretensão do cônjuge quanto à dissolução do casamento, encontra-se fundamentada no § 6º do artigo 226 da Constituição Federal de 1988, in verbis: Art. 226. 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 66, de 2010). Segundo Maria Helena Diniz, o divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias. “O divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, a extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as pessoas a convolar novas núpcias.” Com a modificação introduzida pela Emenda Constitucional nº 66, de 13 de julho de 2010, que dá nova redação ao § 6º do art. 226 da Constituição Federal, que dispõe sobre a dissolubilidade do casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais de 1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos, ampara a pretensão da autora. Diante de todo exposto, temos que a nova emenda aduz uma perspectiva socioafetiva e eudemonista do Direito de Família, para permitir que os integrantes de uma relação frustrada possam partir para outros projetos de vida. Nesse sentido, vejamos o entendimento dos nossos Tribunais: “[...] os consortes podem postular, a seu bel-prazer a separação judicial (consensual ou litigiosa) e o divórcio judicial (consensual ou litigioso) [...], além das medidas de cunho extrajudicial, enfatizando que [...] tudo vai depender do interesse de cada um dos cônjuges ou de ambos”. (Apelação 990.10.534475-5, 5a Câmara de Direito Privado, Desembargador: Mônaco da Silva, julgado em 15/12/2010). (g.n.) “[...] em razão da Emenda Constitucional, passa a haver três tipos de divórcio: Divórcio judicial litigioso (quando existirem filhos menores ou quando os cônjuges não se acertarem sobre questões essenciais e conflituosas); Divórcio judicial consensual (quando existirem filhos menores e os cônjuges estiverem de pleno acordo sobre todas as condições); Divórcio extrajudicial consensual (por escritura pública quando não existirem filhos e os cônjuges estiverem de acordo sobre todas as questões, inclusive sobre a partilha)”. (Apelação 990.10.430238-2, 4a Câmara de direito Privado, Desembargador: Ênio Zuliani, julgado em 3/02/2011) (g.n.) Portanto, pelo simples interesse do Requerente, em virtude dos fatos acima relatados, faz-se necessária a declaração imediata do Divórcio. IV.2 – DA GUARDA E DO DIREITO DA CONVIVÊNCIA: Com a separação do casal, a guarda de fato está com a genitora, que demonstra ser uma pessoa digna, possuidora de conduta ilibada, goza de plena capacidade psicológica, bem como dispõe de tempo e ambiente adequado para cuidar e educar seu filho menor, Márcio Silva e Souza. Contudo, a Autora não se opõe à visitação pelo pai em fins de semana alternados (de sábado de manhã até domingo à noite), até se estabelecer definitivamente (e de maneira consensual) a guarda compartilhada. Nesta seara, a guarda compartilhada descrita no art. 1.583, § 1°, parte final, do código Civil, é, a princípio, a que melhor atende os interesses do menor no caso em comento. Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. § 1o (...) por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. Vale mencionar que durante a semana a criança permanecerá com a mãe, a Autora, no período matutino, e na parte da tarde poderá desfrutar do conforto, lazer e educação em uma creche a qual já frequenta. Há de se ressaltar sobre o direito do pai de visitar o filho e maior que esse direito é o direito da criança em conviver harmoniosamente com seu pai. Assim,com o intuito de atender o interesse do menor, deverá ele permanecer durante a semana com a mãe, ficando reservado ao requerido o direito de ficar com o filho em finais de semana alternados, como já foi mencionado acima, bem como quaisquer outros dias do ano, desde que previamente acordado com a mãe, a autora. Com fulcro no art. 1.584, § 1o, do Código Civil, requer a autora que o filho do ex-casal, fique sob sua guarda, na modalidade compartilhada, podendo o requerente manter convívio com o menor. Sobre o assunto, no julgado dos nosso tribunais: CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. FAMÍLIA. GUARDA COMPARTILHADA. DISSENSO ENTRE OS PAIS. POSSIBILIDADE. 1. A guarda compartilhada deve ser buscada no exercício do poder familiar entre pais separados, mesmo que demande deles reestruturações, concessões e adequações diversas para que os filhos possam usufruir, durante a formação, do ideal psicológico de duplo referencial (precedente). 2. Em atenção ao melhor interesse do menor, mesmo na ausência de consenso dos pais, a guarda compartilhada deve ser aplicada, cabendo ao Judiciário a imposição das atribuições de cada um. Contudo, essa regra cede quando os desentendimentos dos pais ultrapassarem o mero dissenso, podendo resvalar, em razão da imaturidade de ambos e da atenção aos próprios interesses antes dos do menor, em prejuízo de sua formação e saudável desenvolvimento (art. 1.586 do CC/2002). 3. Tratando o direito de família de aspectos que envolvem sentimentos profundos e muitas vezes desarmoniosos, deve-se cuidar da aplicação das teses ao caso concreto, pois não pode haver solução estanque já que as questões demandam flexibilidade e adequação à hipótese concreta apresentada para solução judicial. 4. Recurso especial conhecido e desprovido. (REsp 1417868/MG, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 10/05/2016, DJe 10/06/2016) – grifo nosso. AGRAVO DE INSTRUMENTO. REGULAMENTAÇÃO DE VISITAS DO GENITOR NÃO- GUARDIÃO. VISITA À AVÓ PATERNA. INTERESSE DO MENOR. MANUTENÇÃO DO VÍNCULO AFETIVO ENTRE PAI E FILHO I. O Direito de visita do genitor não guardião ao filho menor é essencial e tem a finalidade de evitar a ruptura dos laços de afetividade existentes no seio familiar e garantir à criança seu pleno desenvolvimento físico e psíquico. II. O mesmo deve ser aplicado ao direito de visitação dos avós, tendo em vista o laço terno e amistoso que se forma entre entes tão próximos . IV. É inerente ao poder familiar, que compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores, tê-los em sua companhia, nos termos do art. 1.634, II, do CC/02, ainda que essa companhia tenha que ser regulada pelo direito de visitas explicitado no art. 1.589 do CC/02 V- O direito de visitas deve permanecer e ser regulado de forma a atender o interesse do menor. AGRAVO DE INSTRUMENTO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJ-GO - AI: 02842487120188090000, Relator: NORIVAL DE CASTRO SANTOMÉ, Data de Julgamento: 22/02/2019, 6a Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 22/02/2019) – grifamos IV.3 – DOS ALIMENTOS: Podemos ver que na questão dos alimentos do menor, o art. 229 da Constituição Federal de 1988 institui a obrigação dos pais de sustentarem seus filhos menores, in verbis: Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. O artigo 22 do ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente preceitua: Art. 22. Aos pais incumbe o dever de sustento, guarda e educação dos filhos menores, cabendo-lhes, ainda, no interesse destes, a obrigação de cumprir e fazer cumprir as determinações judiciais. O artigo 1.694 do Código Civil de 2002, assim estabelece: Art. 1.694. Podem os parentes, os cônjuges ou companheiros pedir uns aos outros os alimentos de que necessitem para viver de modo compatível com a sua condição social, inclusive para atender às necessidades de sua educação. Sobre o mesmo assunto, vejamos o entendimento dos nossos Tribunais: EMENTA: PROCESSUAL CIVIL. DIREITO PRIVADO. AÇÃO DE ALIMENTOS. SENTENÇA QUE FIXOU EM 40% DE UM SALÁRIO MÍNIMO. RECURSO DE APELAÇÃO. PRELIMINARES DE INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO RECURSAL E DE DESERÇÃO REJEITADAS. MÉRITO. REDUÇÃO PARA O PATAMAR DE 20% DE UM SALÁRIO MÍNIMO. IMPOSSIBILIDADE NÃO DEMONSTRADA. PRESUNÇÃO DE NECESSIDADE DO ALIMENTANDO. PRINCÍPIO DO MELHOR INTERESSE DO MENOR E DOUTRINA DA PROTEÇÃO INTEGRAL. INTELIGÊNCIA DO ART. 227 DA CF E ART. 3o DO ECA. PROPORCIONALIDADE DO PATAMAR FIXADO NA ORIGEM VERIFICADA. TRINÔMIO ALIMENTAR OBSERVADO. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. Em que pese o esforço argumentativo da parte apelante para tentar convencer este juízo ad quem, vislumbra-se que não se desincumbiu do ônus de fazer prova de suas alegações, tampouco de infirmar as razões de decidir do juízo a quo, porquanto não fez qualquer prova de que não teria possibilidade de manter, às suas expensas, a pensão alimentícia no patamar fixado, notadamente em vista de sua peça recursal fazer-se acompanhada tão somente do mandato outorgado ao seu causídico, nada mais. Destarte, o desemprego e a incapacidade financeira não passam de meras alegações. De posse dessas informações, a dúvida milita em prol da parte apelada, na qualidade de alimentando, cuja necessidade de alimentos deve prevalecer sobre a “impossibilidade” não comprovada de custeá-los pela parte apelante, à luz do princípio do melhor interesse do menor, corolário da doutrina da proteção integral, positivada no art. 227 da Constituição da República e no art. 3o do Estatuto da Criança e Adolescente. Por derradeiro, afigura- se que o patamar fixado na origem está consentâneo com os padrões de proporcionalidade, terceiro elemento do trinômio alimentar, na esteira do que há muito preconiza o Superior Tribunal de Justiça As necessidades do filho do casal são muitas e notórias, englobando entre outras, despesas como moradia, alimentação, vestuário, educação, assistência médica e lazer, girando em torno de R$ 3.200,00 mensais como está posto na tabela a baixo. Haja vista, que foi colocado os itens mais essenciais para a criança deixando as demais coisas sobre obrigação total da Autora. Item DESPESAS (R$) VALORES MENSAIS (R$) 1 Mercado R$ 400,00 2 Alimentação R$ 300,00 3 Higiene R$ 150,00 4 Educação (Mensalidade Escolar) R$ 350,00 5 Educação (Material Escolar) R$ 200,00 6 Plano de Saúde R$ 200.00 7 Despesas Médicas (Medicamentos) R$ 200,00 8 Vestuários por semestre R$ 500,00 9 Transporte Escolar R$ 100,00 10 Lazer R$ 200,00 11 Aluguel do Flat R$ 600,00 TOTAL R$ 3.200.00 A requerente é médica recém-formada e tem um salário bruto de R$ 5000,00 (Cinco mil reais), tirando o valor total das despesas a mesma fica com R$ 1.800 (Mil e Oitocentos) para pagar as demais despesas que estão postas na segunda tabela abaixo, e ficando com apenas R$ 80,00 (Oitenta reais) em mãos. Item DESPESAS (R$) VALORES MENSAIS (R$) 1 Consumo de água R$ 150,00 2 Consumo de Energia R$ 300,00 3 Telefone R$ 50,00 4 Escola de Natação R$ 120,00 5 Escola de Idiomas R$ 200,00 6 Internet R$ 100,00 7 Gás R$ 100.00 8 Dentista R$ 200,00 9 Prestações do carro R$ 500,00 TOTAL R$ 1.720,00 Com tal valor requerido prevê ser impossível prestar uma assistência material para uma vida digna de seu filho. Contudo, o requerido ainda não se manifestou em colaborar para o sustento de seu filho, embora exerça a profissão de Engenheiro, auferindo em média mensalmente a remuneração de R$ 16.000,00 (Dezesseis mil reais). Dessa forma, a autora requer que seja fixada judicialmente a pensão alimentícia a ser paga pelo promovido no valor de R$ 3.200,00 (Três mil e duzentos reais) o qual deve ser depositado na Caixa Econômica Federal, Agência xxx, Operação xxx, Conta Poupança 123456789-0, de titularidade da genitora da menor. Pede-se também, no presente momento, pelo pagamento de alimentos provisórios na mesma quantia retro mencionada, já que é dever do requerido fornecer partedo sustento de seu filho, pois se trata de um direito indisponível o qual o filho faz jus. V – DO PEDIDO DE TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA Os alimentos provisórios pleiteados na presente ação têm como objetivo promover o sustento dos filhos na pendência da lide. Tal pedido encontra-se previsto no art. 4º da Lei nº 5.478/68, que dispõe sobre a ação de alimentos, senão vejamos: Art. 4º. Ao despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisórios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles não necessita. Ademais, o artigo 300 do CPC/15 - Novo Código de Processo Civil assim dispõe: Art.300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 2° A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. O art.300 do CPC, estabelece que além da verossimilhança é preciso que exista aquilo que práxis forense denomina como periculum in mora, que no caso em questão independe de prova. (Art. 375 do CPC), uma vez que é inequívoco que o filho menor e absolutamente incapaz necessita do amparo de ambos os pais para sobreviver. Por fim, não há qualquer risco de irreversibilidade, uma vez que a obrigação alimentar do requerido é inequívoca, e prover o sustento dos filhos cabem primordialmente aos pais. Portanto, uma vez demonstrados os requisitos necessários, deve ser concedido a antecipação dos efeitos da tutela para o fim de condenar o requerido a pagar pensão alimentícia em favor do menor. VI – DA TUTELA DE EVIDÊNCIA Conforme preconizado na lei adjetiva, o art. 311 do CPC, in verbis: Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo, quando: § 4° - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável. Dentro do quadro apresentado, a tutela de evidência se mostra plenamente cabível, vez que preenchidos vários de seus requisitos. Vale ressaltar, que é necessária a antecipação dos efeitos da tutela de evidência, tendo em vista que a partir da Emenda Constitucional 66/2010, o divórcio tornou-se um direito potestativo incondicionado, ou seja, não se admitindo mais discussão sobre culpa, cabendo a outra parte apenas a aceita-lo, bem como razão disso, houve a supressão do requisito de prévia separação judicial, podendo o divórcio litigioso ser diretamente concedido. Tendo em vista que qualquer alegação do requerido, não será capaz de impedir, modificar ou extinguir o direito autoral, muito menos haverá prova capaz de gerar dúvida razoável quanto ao direito potestativo da autora. Portanto, requer seja deferido liminarmente o divórcio em atenção de que a ação de cognição desta já se inicia com maturação suficiente para o deferimento da antecipação dos efeitos de dissolução do vínculo conjugal. VII – DO USO DO NOME A requerente voltará a usar o nome de solteira, qual seja: Márcia Silva, que deverá ser averbado perante o competente Registro Civil, mediante a expedição desse MM. Juízo do mandado de averbação. VIII – DA CONCLUSÃO ANTE TODO O EXPOSTO, a autora, respeitosamente, requer o seguinte: A) A concessão liminar “inaudita altera parts”, em sede Tutela de Urgência, da pensão alimentícia em favor da criança, a ser fixada no percentual de 20% do salário do réu, devendo ser oficiada sua empregadora para que passe a depositar a pensão na conta bancária agência: XXXX, conta XXXXX-X de titularidade da autora, além da fixação da guarda e direito de convivência nos moldes acima; B) A concessão de Tutela de evidência para a decretação imediata do divórcio; C) A designação de audiência de conciliação; D) A Intimação do réu do teor da liminar e sua citação para comparecer à audiência de mediação, sob a pena de responder pela multa prevista no § 8º do artigo 334 do CPC; E) Seja intimado o Ilustre Representante do Ministério Público, com força no art. 178, inciso II do CPC/15, para atuar como fiscal do ordenamento Jurídico; F) Seja, ao final, DECRETADA a DISSOLUÇÃO DO VÍNCULO MATRIMONIAL das partes, a fim de que produzam os seus jurídicos e legais efeitos; G) A regulação da guarda, como compartilhada, e a fixação da residência habitual da criança no domicílio da autora, regulamentando o direito de convivência paterna, como deferido em sede de Tutela de Urgência; H) A fixação da pensão alimentícia definitiva, convertendo-se nesta a provisória anteriormente deferida, oficiando-se ao empregador para proceder ao desconto em folha e depositar na conta bancária de titularidade da Autora, alcançando todas as parcelas que compõem os rendimentos do réu, incluindo décimo terceiro e férias; I) Após, que seja DETERMINADO A EXPEDIÇÃO DE MANDADO DE AVERBAÇÃO no Cartório de Registro Civil de Casamento do Fórum de Belém, PA, para posterior expedição da nova certidão de casamento; Devendo, ainda, o réu ser condenado, ao pagamento de custas processuais e honorários de advogados. Provas: todas admitidas em direito. Valor da causa: R$ 38.400,00 Nestes termos. Pede deferimento. Belém, PA,___de_________de 2021. Advogada OAB
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