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Alessandro Loguercio Alessandra Reis Claudio Sato Adriano Sapata Rodrigo Albuquerque "Quem me dera ao menos uma vez, que o mais simples fosse visto como o mais importante..." Renato Russo 07 CA PÍ TU LO RESINAS BULK Evidências Científicas Para a Sua Aplicação 004 003 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E Écada vez mais frequente a busca pelos pacien-tes por restaurações estéticas, tanto em dentes anteriores quanto em posteriores, e a resina composta geralmente é o material de escolha quando não há desgaste excessivo da estrutu-ra dental devido ao fácil acesso, ao custo rela- tivamente baixo e à possibilidade de preparos mais conservadores. No entanto, uma característica inerente dos materiais resinosos, que é a contração de po- limerização1,2, pode gerar tensões no substrato dental3, que por conseguinte podem ocasionar vários problemas clínicos, tais como: falhas adesivas da interface dente-restauração, desco- loração marginal e cárie adjacente à restaura- ção4,5, deflexão de cúspide6, sensibilidade pós- -operatória e microfissuras de esmalte5, entre outros. Para minimizar estes efeitos deletérios recomenda-se o uso da técnica incremental para inserção da resina composta. Outra desvantagem das resinas compostas convencionais é a sua limitada profundidade de polimerização. Conforme há um aumento na espessura do incremento da resina composta, há uma redução gradati- va no grau de conversão da resina composta e, com isso, uma redu- ção nas propriedades mecânicas do material7,8. Estas duas características inerentes das resi- nas compostas (contração de polimerização e limitada profundidade de polimerização) requerem que sua aplicação ou inserção na cavidade seja realizada em incrementos. Assim, a restauração de resina composta con- vencional deve ser realizada em incremen- tos que, idealmente, não deveriam ter mais do que 1 mm de espessura8 para assegurar ótima polimerização mesmo em condições adversas, como intensidade ou tempo de exposição inferiores aos recomendados pelo fabricante. No entanto, 2 mm de espessura é considerado aceitável, desde que a intensi- dade de luz e o tempo de exposição totalizem uma densidade de energia em torno de 16-24 J/cm7 (Figura 01A) 01A-C § Modo de inserção convencional em incrementos de 2 mm de espessura (A). Em cavidade com até 4mm de espessura, pode- mos completar a cavidade com apenas um único incremento (B). Quando se utiliza resinas bulk do tipo flow, será necessário o uso de uma resina bulk em massa ou convencional para con- fecção da última camada (C). Por outro lado, a técnica de inserção incremental possui vários inconvenientes5, tais como: a pos- sibilidade de ocorrer contaminação ou incorpo- ração de bolhas entre as camadas e um maior tempo clínico para execução, já que são inseridos vários incrementos e estes precisam ser individu- almente polimerizados9,10. Este último fator, sem dúvida, é o maior responsável pelo aumento dos custos envolvidos na confecção de uma restaura- ção direta com resinas compostas. Assim, uma resina composta ideal seria aquela que pudesse ser efetivamente fotoativada e atingisse proprie- dades mecânicas satisfatórias para uso clínico quando inserida em um único incremento. Esta é a razão pela qual diversos fabricantes já tentaram com gerações anteriores de re- sinas compostas, os materiais denominados de “condensáveis”11,12 e, em outros casos, com tecnologias já utilizadas no passado13. Mais recentemente, reeditaram este concei- to produzindo resinas compostas bulk-fill al- tamente “tecnológicas”. Estas novas resinas compostas bulk-fill per- mitem a inserção e polimerização de incre- mentos de espessura de até 4 mm de uma única vez (Figura 01B). Estas novas resinas bulk-fill atuais podem ser de baixa (flow) ou média/alta viscosidade, sendo que as resi- nas flow requerem a cobertura por um in- cremento de resina composta de média/alta viscosidade convencional ou bulk-fill (Figu- ra 01C), o que não se faz necessário quando se utiliza apenas as resinas compostas bulk- -fill de média/alta viscosidade. A B C 006 005 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E São exemplos de resinas bulk-fill flow: Surefil SDR flow (Dentsply); Venus Bulk Fill (Heraeus Kulzer); Filtek Bulk Fill Flow (3MESPE); X-tra base (Voco) e Opus bulk-fill (FGM). Já as resi- nas compostas bulk-fill de média e alta viscosi- dade são as seguintes: Tetric N-Ceram Bulk Fill (Ivoclar Vivadent); X-tra fill (Voco); Sonic-Fill (Kerr) e Filtek Bulk-fill (3M ESPE). A facilidade e a rapidez proporcionadas por esta técnica a tornaram muito popular em vários países, mas este não é o caso do Bra- sil, onde os clínicos, até o presente momen- to, se sentem muito inseguros quanto ao seu emprego já que conhecem as limitações das resinas compostas convencionais. Questionamentos sobre os mecanismos pe- los quais as resinas bulk-fill têm melhor profundidade de polimerização e como elas foram capazes de reduzir os efeitos deleté- rios advindos da contração de polimerização comparativamente às resinas compostas convencionais são bastante pertinentes e devem ser elucidados. Basicamente a profundidade de polimerização das resinas bulk-fill foi melhorada através dos seguintes mecanismos: § Aumento da translucidez da matriz monomé- rica através de alterações nos índices de refra- ção matriz-carga e redução do uso de pigmen- tos ou agentes opacificadores que absorvem a luz e assim reduzem sua passagem para regi- ões mais profundas14; § Melhoria na eficácia da polimerização atra- vés do uso de maior concentração de inicia- dores ou através do uso de diferentes co-i- niciadores com maior potência, tais como o Irgacure 819 e o Ivocerin. Além disso, foram feitas modificações na matriz monomérica das resinas bulk-fill para diminuir a geração de tensões na interface. 02 § Resinas Bulk. 008 007 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E No entanto, o Prof. Jack Ferracane13 considera que existam vários outros mecanismos, como os indicados a seguir: § Aumento da translucidez diminuindo a dis- persão de luz: § Melhoria do índice de refração entre a matriz e a carga. § Uso de opacificadores e/ou pigmentos para aumentar a absorção de luz. § Melhoria da eficiência de polimerização: § Aumento da concentração de iniciadores. § Uso de co-iniciadores, tais como Irgacure e Ivocerin. § Uso de partículas pré-polimerizadas. § Uso de monômeros ou modificadores para di- minuir as tensões de polimerização: § Uso de monômeros que se “fragmentam” durante a polimerização. § Modificadores para aumentar o relaxa- mento advindo da tensão de polimerização. § Mistura de todas estas possibilidades. § Retorno às resinas compostas quimicamente ativadas. Todas estas diferenças fazem com que, em ge- ral, cada resina bulk-fill tenha características muito diferentes uma das outras e, sendo as- sim, o profissional deverá pesquisar sobre as propriedades quase que individualmente de cada material15-17, antes de poder confiar na sua aplicabilidade. De forma geral, estudos laboratoriais atestam que a maioria das resinas bulk-fill atuais possui uma adequada profundidade de polimerização, de até 4 mm18-20, microdureza21,22, além de redu- zida liberação de monômeros23,24 e deformação plástica25 comparativamente com as resinas compostas convencionais. Dois recentes estu- dos têm mostrado, inclusive, que a resistência à fratura de cavidades MOD restauradas comresinas bulk-fill foi semelhante ou melhor em comparação às resinas compostas convencio- nais restauradas através de incrementos26,27, e desta forma, neste quesito, podem ser utiliza- das com segurança desde que outros fatores envolvidos, tais como tempo de exposição e in- tensidade de luz da unidade fotoativadora, con- forme já comentado, sejam apropriados para uma adequada conversão monomérica7,8. Obviamente, todos os dentistas sempre se per- guntam: e quanto às tensões desenvolvidas durante a contração de polimerização? Quais foram os mecanismos desenvolvidos para mi- nimizar estes efeitos? Sabe-se que a compo- sição da resina composta e que a técnica de inserção são fatores primários empregados para reduzir o desenvolvimento de tesões da contração de polimerização28,29 e seus conse- quentes efeitos deletérios. Neste quesito, vá- rias modificações foram realizadas como, por exemplo, no material Surefil SDR (Smart Den- tin Replacement) flow, a molécula de uretano dimetracrilato foi modificada pela adição de grupamentos fotoativos, que gerou menores tensões de polimerização quando comparados a outras resinas compostas flow ou de média e alta viscosidades30. A resina Tetric N-Ceram Bulk-Fill usa um fotoiniciador patenteado pela empresa que garante um excelente padrão de polimerização, além de monômeros “rela- xadores” de tensões que compensam parte da tensão de polimerização gerada durante a polimerização31. Este material também usa a estratégia de adicionar partículas de carga pré-polimerizadas à semelhanças do que já foi feito com as resinas compostas microparticu- ladas no passado. No entanto, a grande maio- ria das empresas empregou algum tipo de mo- dificação que não é revelada. Estas modificações têm mostrado resultados satisfatórios nos estudos laboratoriais, por ve- zes melhores ou por vezes similares àqueles observados com as resinas compostas con- vencionais que requerem inserção incremen- tal. Estes estudos mostram que estas resinas bulk-fill apresentam tensões de contração de polimerização similar ou reduzida comparati- vamente às resinas compostas convencionais que usam técnica incremental26,33. A integri- dade marginal33,34 e a infiltração marginal35,36 são semelhantes àquelas observadas com as resinas convencionais, porém observa-se re- duzida deflexão cuspídea com as resinas com- postas bulk-fill35,37. Estudos de adesão à denti- na com diferentes tipos de cavidade também mostram que a aplicação das resinas bulk-fill não demonstram menores valores de adesão à dentina quando comparadas às resinas com- postas convencionais que usam técnica incre- mental27,38,39. Os mecanismos envolvidos nes- tes resultados não estão bem elucidados e são dependentes da marca comercial do produto. Entretanto, apesar destes materiais já estarem no mercado há pelo menos 6-7 anos, ainda são muito incipientes os estudos clínicos que avaliam criticamente o seu desempenho. Isto obviamente é fruto do pouco investimento feito por parte das empresas em realizar estu- dos clínicos randomizados e cegos, que são o mais alto padrão de evidências em termos de avaliação da efetividade de uma nova terapia, mas também da pouca cobrança por parte dos clínicos e formadores de opinião de que sejam apresentados os mencionados estudos antes de que sua indicação e aplicação seja indica- da de forma irrestrita. Destacam-se os estudos com a resina composta Surefill SDR flow e com a Tetric N-Ceram Bulk-Fill40-43. Nos estudos dos professores Van Dijken e Pal- lesen40-42 sempre foi avaliada a resina compos- ta flow bulk-fill Surefill SDR flow (Dentsply) associada a uma resina convencional híbrida como última camada e este grupo foi compa- rado com a mesma resina composta híbrida (Ceram X Mono+, Dentsply). Em uma das avaliações de 3 anos41 ocorreram 7 falhas de restaurações, sendo 4 da bulk-fill e 3 da in- cremental, todas por fratura. Após 5 anos de avaliação, ocorreram as mesmas 4 falhas para a bulk-fill e a resina pelo sistema incremen- tal teve 6 falhas (10 no total de 200 restaura- ções), sendo que, neste tempo, além da fratu- ra, também ocorreram falhas devido às lesões de cárie adjacente à restauração42. Estes dois tipos de falhas são as mais esperadas quando são avaliadas restaurações de resina compos- ta ao longo do tempo44,45. No entanto,o mais importante é que a aplicação da resina com- posta flow bulk-fill Surefill SDR flow (Dents- ply), associada a uma resina convencional híbrida como última camada, apresentou ex- celentes resultados clínicos após 3 e 5 anos de avaliação clínica40-42. Uma importante observa- ção a ser feita destes estudos é que os autores não indicam qual a profundidade em que as cavidades foram executadas, mas como cerca de 60% das restaurações foram feitas em ca- vidades de classe II e em molares, certamente com uma largura da cavidade maior do que 2 mm não seria possível a restauração com uma resina flow que não fosse bulk-fill. 010 009 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E Ainda neste ano foi publicado um estudo clíni- co randomizado e cego com a resina composta Tetric N-Ceram Bulk-Fill43. Este estudo avaliou uma pergunta frequente feita pelos clínicos quando se faz a indicação de uma resina bulk- -fill: “usar uma resina bulk-fill não gera mais sensibilidade pós-operatória?” Na verdade, a sensibilidade pós-operatória quando se realiza restaurações de resina composta em dentes posteriores na técnica incremental é muito baixa46, o que nos levaria a crer que este não seria um problema clínico relevante. Contudo, quando estudos clínicos são realizado em cavi- dades mais profundas e/ou amplas em dentes posteriores e estas são restauradas com resi- na composta, se observa que a sensibilidade pós-operatória pode variar de 25 a 40%47-50. Ca- vidades profundas e amplas são exatamente o tipo de cavidade em que a tecnologia bulk- -fill poderia ajudar ao clínico geral. Costa et al.43 realizaram 118 restaurações com a Tetric N-Ceram Bulk-Fill em apenas uma única por- ção e outras 118 restaurações com a mesma resina composta, mas agora no sistema incre- mental em cavidades médias e profundas, a grande maioria em molares e em cavidades de classe II. A sensibilidade pós-operatória não diferiu entre os dois grupos, sendo de 17% para a técnica bulk-fill e de 22% para a técnica incremental. Outro estudo publicado apenas na forma de resumo51 demonstrou igualmente que, em cavidades profundas, a técnica incre- mental gerou mais sensibilidade pós-operató- ria do que a técnica bulk-fill usando uma resi- na bulk-fill flow (Surefill SDR flow). Vale salientar que nos estudos dos professo- res Van Dijken e Pallesen40-42 sempre foi usado um adesivo autocondicionante simplificado. No estudo de Costa et al.43 duas estratégias adesivas simplificadas diferentes foram uti- lizadas, uma autocondicionante e outra com ácido fosfórico, e assim como os resultados de uma recentemente meta-análise publicada sobre o tema, não houve qualquer diferença entre a sensibilidade pós-operatória usando estes duas técnicas adesivas52. Isso significa que as resinas bulk-fill podem ser usadas com adesivos que usam ácido fosfórico ou não (au- tocondicionante) e que isso não deverá gerar maior sensibilidade pós-operatória. O estudo de Costa et al.43 está em processo de avalia- ção (3 anos), mas as avaliações de 1 e 2 anos não demonstraram quaisquer problemas de desempenho das restaurações quando com- paradas à técnica incrementalcom a técnica bulk-fill (dados não publicados). Estes resulta- dos parecem ser muito semelhantes quando comparados a estudos clínicos de até 4 anos de acompanhamento que foram publicados com resinas compostas mais antigas e tam- bém indicadas na técnica bulk-fill53-55. Mas as resinas bulk-fill não apresentam ne- nhum problema? Sim, elas apresentam. Devido a sua maior translucidez e ao limitado número de cores, existe o consenso entre os clínicos de que a combinação de cor imediatamente após a restauração não é tão boa quanto na técnica em incrementos. No entanto, quando um adequado treinamen- to for realizado por parte dos dentistas, é pos- sível realizar restaurações mais estéticas com estes novos materiais56. Uma publicação que avalia diferentes materiais e técnicas restau- radores ainda aponta a dificuldade de exe- cução de ponto de contato, já que nem todos os materiais têm uma viscosidade adequada para serem “condensáveis”57. Mesmo ainda sendo importante a publicação de mais estudos clínicos com estas novas resi- nas compostas bulk-fill, estes novos materiais devem se tornam mais populares com o passar do tempo e seu uso deve-se tornar corriqueiro, principalmente em dentes posteriores. Como esta é uma categoria relativamente nova de materiais, certamente materiais cada vez me- lhores devem ser lançados no mercado em um futuro próximo17. TRAINING O training a seguir demonstra a restauração de uma cavidade do tipo classe II, restau- rada com a associação de uma resina bulk flow (Surefil SDR Dentsply) e uma resina convencional (Spectra Smart Dentsply). O sistema de matriz utilizado foi o parcial (Pa- lodent Dentsply) com auxílio de grampo de afastamento dental. 03A-D § Foto inicial do dente 26 com cavidade de classe II OD (A). Foto após isolamento absoluto (B). Cunha de para afastamento dental associada à matriz para proteção do dente vizinho; observe que neste sistema essa cunha já está conjugada com a matriz (Palodent Dentsply) (C). Uso da pinça especial para remoção da matriz de separação e manutenção da cunha (D). A C B D 012 011 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E 04A-E § Inserção da matriz de parcial proximal para reconstrução da parede distal (A). Posicionamento do anel separador, que irá promover afastamento dental e estabilização e adaptação da matriz nas paredes proximais (B,C). Recomenda-se brunir a matriz contra a parede do dente adjacente para uma melhor adaptação da mesma e obtenção de um melhor ponto de contato; neste sistema podemos usar a própria pinça do kit (D). Condicionamento total do esmalte e da dentina (E). A B C D E 014 013 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E 05A,B § Lavagem do condicionamento com ácido (A). Aplicação do sistema adesivo (XP Bond Dentsply) (B). 06A,B § Fotoativação do sistema adesivo (A). Inserção da resina bulk-fill flow na caixa proximal (B). A A B B 016 015 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E 07A-E § Inserção da resina bulk-fill flow na caixa oclusal (A). Vista oclusal após inserção da resina bulk-fill flow (B). Fotopolimerização da resina bulk-fill (C). Com uma sonda milimetrada ou um condensador esférico calibrado, podemos checar o espaço deixado para a camada de esmalte em torno de 1,3 a 1,5 mm (D,E). A B C D E 018 017 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E 08A,B § Primeiro incremento oblíquo proximal para restaurar a parede proximal (A). Segundo incremento oblíquo proximal para restaurar a parede proximal (B). 09A,B § Instrumental de ponta afilada para dar conformidade à parede proximal (A). Parede proximal distal concluída; no caso da utilização de uma resina bulk em massa, esta parede poderia ser realizada toda em um só incremento (B). A A B B 020 019 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas S IM P L E 10A-C § Remoção da cunha e matriz proximal (A,B). Vista oclusal da parede proximal concluída (C). 11A-C § Alisamento com pincel do incremento referente à cuspide mésio-vestibular na cor A3 (Spectra Smart Dentsply) (A). Aplicação de pigmento cor marrom (Em- press Direct Color - Ivoclar) na região do sulco principal (B). Aplicação de pigmento cor branco (Empress Direct Color - Ivoclar) na região das vertentes das cúspides (C). A A B B C C 022 021 S IM P L E Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas 12A-E § Vista oclusal após aplicação dos pigmentos (A). Vista oclusal final após remoção do isolamento absoluto (B). Vista proximal final (C,D). Vista proximal final (E). A B C D E 024 023 S IM P L E Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas CLINICAL CASE #1 DENTE 36 O caso clínico a seguir demostra a restauração do dente 36 pela técnica da resina do tipo bulk- -fill flow associada a a uma resina convencional como última camada; podemos denominar esta técnica de bulk and body. Desta forma, preen- chemos a cavidade ampla e profunda com a re- sina bulk e podemos esculpir a anatomia final com uma resina de consistência mais adequa- da, que pode ser uma resina bulk em massa ou uma resina de cor de corpo. 13A-D § Aspecto inicial da restauração evidenciando infiltração marginal ao longo do ângulo cavo-superficial (A). Aspecto inicial após isolamento do campo operatório e profilaxia (B). Aspecto imediato após remoção da restauração de amálgama nas faces oclusal e vestibular (C). Aspecto após remoção de tecido cariado na parede pulpar evidenciando dentina esclerótica com alteração de cor (D). 14A-E § Técnica de condicionamento seletivo do esmalte evitando contato com a dentina. Esta técnica de condicionamento é indicada para sistemas adesivos autocondicionantes ou sistemas adesivos universais A C B D A C B D E 026 025 S IM P L E Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas 15A-F § Técnica de condicionamento seletivo do esmalte evitando contato com a dentina. Esta técnica de condicionamento é indicada para sistemas adesivos autocondicionantes ou sistemas adesivos universais (A-D). Aplicação do sistema adesivo Single Bond Universal (E). A aplicação na região de dentina deve ser de forma ativa durante 30 segundos (F). 16A-E § Fotoativação do sistema adesivo pelo tempo recomendado pelo fabricante (A). Aspecto imediato após hibridização dos tecidos (B). Aplicação de incre- mento de resina, cor A3 dentina, na região mais profunda da parede pulpa,r com o objetivo de mascarar a região de dentina escurecida (C). Inserção de uma camada de resina cor de dentina posicionada na caixa vestibular. Observa-se a confecção de um pequeno sulco nessa camada (D). Confecção da camada de esmalte cor A2 tomando o cuidado de se esculpir o sulco vestibular seguindo o alinhamento do sulco remanescente (E). A C E B D F A C B D E 028 027 S IM P L E Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas 17A-E § Inserção de resina do tipo bulk-fill flow que será utilizada para preencher parcialmente a cavidade devolvendo a dentina perdida. A ponta aplicadora deve estar tocando a parede pulpar. Deve-se evitar movimentos de “vaivém” para não inserir bolhas de ar nesta camada (A,B). Aspecto da camada de resina após polimerização. Note a elevada translucidez desse material justificada para permitir incrementos de até 4mm de espessura (C). Incremento de resina refe- rente à cúspide mésio-vestibular na cor A1B. Deve-se utilizar resinas de esmalte com translucidez intermediária do tipo corpo para mascarar a alta translucidez da resina do tipo bulk-fill flow (D). Inserção do incremento de resina da cúspide mésio-lingual (E).18A-E § Inserção do incremento de resina da cúspide mésio-vestibular (A). Inserção do incremento de resina da cúspide disto-lingual (B). Inserção do incremento de resina da cúspide disto-vestibular (C). Inserção da resina para preenchimentos de pequenos espaços nas regiões de sulco (D). Aspecto após a aplicação de pigmento Ocre Tetric Color na região de sulcos oclusais (E). A A A C C C B B D D E E 030 029 S IM P L E Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas 19A-E § Aspecto final da restauração finalizada em diferentes vistas, evidenciando as características anatômicas reproduzidas. A B C D E 032 Uma Abordagem Simples em Resinas Compostas 031 S IM P L E 20A,B § Aspecto final da restauração finalizada, evidenciando as características anatômicas reproduzidas (A). Aspecto final após a remoção do isolamento abso- luto e acabamento e polimento (B). REFERÊNCIAS 1. Ruttermann S, Dluzheveskaya I, Grossteinbeck C, Raab WH, Janda R. Impact of replacing Bis-GMA and TEGDMA by other commercially available monomers on the properties of resin-based composites. Dent Ma- ter 2010; 26(4):353-9. 2. Oliveira KM, Consani S, Gonçalves LS, Brandt WC, Ccahuana-Vásquez RA. Photoelastic evaluation of the effect of composite formulation on polymerization shrinkage stress. Braz Oral Res 2012;26(3):202-8. 3. Stansbury JW, Trujillo-lemon M, Lu H, Ding X, Li Y, Ge J. Conversion-dependent shrinkage and strain in dental resins and composites. Dent Mater 2005;21(1):56-67. 4. Braga RR, Ferracane JL. Alternatives in polymeri- zation contraction stress management. 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