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Alterações radiográficas do sist locomotor de peq animais

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INTRODUÇÃO À RADIOLOGIA ÓSSEA E ARTICULAR 
A radiografia é um exame complementar essencial para o estudo das afecções que acometem tanto o sistema ósseo quanto articular. Além de fornecer informações diagnósticas permite acompanhar a evolução do caso clínico. Algumas afecções necessitam de um razoável tempo para se manifestarem radiologicamente, até que as reações ósseas alterem a densidade do tecido, mesmo o paciente apresentando sinais clínicos precoces. 
ESTRUTURA ÓSSEA 
Os ossos longos são constituidos de diáfise (corpo do osso que contém a medula óssea), duas epífises (extremidade proximal e distal) e entre elas as metáfises (fig.1). 
Em animais jovens, as cartilagens ou placas epifisiárias (linha radiolucente), são nítidas entre as epífises e as metáfises. Quando as cartilagens estiverem totalmente substituídas por tecido ósseo, o crescimento cessa. Nos cães, o crescimento se completa em torno do 10° ao 14°mês de idade (fig. 2) (Quadro 1) e nos gatos, mais tardiamente, principalmente nos castrados. A cortical é a região periférica e mais radiopaca dos ossos e a medular é a região central. O periósteo recobre a cortical externamente (exceto nas superfícies articulares) enquanto o endósteo a envolve internamente, ambos promovem o reparo e a consolidação óssea.
Figura 1 – Membro de animal jovem (5 meses de idade) apresentando as fises abertas ( - linhas radiolucentes. ) 
Figura 2 – Desenvolvimento em dias do membro anterior de cão em projeção dorsopalmar. (FONTE: SCHEBITZ & WILKENS, 2000).
	Quadro 1 - Idade de fechamento epifisário em cães. Estrutura 
	Idade de Fusão 
	Tuberosidade Escapular 
	4-7 meses 
	Úmero Proximal 
	10-13 meses 
	Úmero Distal 
	6-8 meses 
	Rádio Proximal 
	6-11 meses 
	Rádio Distal 
	8-12 meses 
	Ulna Proximal (olécrano) 
	6-10 meses 
	Ulna Distal 
	8-12 meses 
	Metacarpianos e Metatarsianos 
	5-7 meses 
	1a e 2a Falanges 
	4-5 meses 
	Pelve: - Acetábulo 
	5-6 meses 
	- Crista Ilíaca 
	1-2 anos 
	- Tuberosidade Isquiática 
	8-10 meses 
	Fêmur Proximal (cabeça) 
	7-11 meses 
	Fêmur Distal 
	8-11 meses 
	Tíbia Proximal 
	6-11 meses 
	Tíbia Distal 
	8-11 meses 
	Tuberosidade Tibial 
	6-12 meses 
	Fíbula Proximal 
	8-12 meses 
	Fíbula Distal 
	7-11 meses 
	Tuberosidade Calcânea 
	3-8 meses 
 
 
TIPOS DE RESPOSTAS ÓSSEAS: DIMINUIÇÃO DA DENSIDADE (OSTEOPENIA): a reabsorção ou destruição óssea podem resultar de traumas, desuso, doença metabólica, infecção e neoplasia. Alterações radiograficamente identificáveis ocorrem a partir de 50% de perda de conteúdo mineral dos ossos. AUMENTO DA DENSIDADE: está associado a neoformações ósseas ou aumento na mineralização, o que pode ser referido como esclerose óssea na imagem radiográfica. 
OSTEÓFITOS: são proliferações ósseas em forma de espículas. 
OSTEÍTE: é uma reação inflamatória do osso sem o envolvimento da medular. PERIOSTITE: é uma reação inflamatória do periósteo determinando irregularidade em sua superfície. 
EXOSTOSE: é uma proliferação óssea mais acentuada que a periostite podendo ser lisa (estacionária) ou irregular (proliferativa). 
OSTEOMIELITE: é um processo inflamatório e ou infeccioso com envolvimento da cortical e medular, decorrente de ferimentos de origem traumática, cirúrgica ou via hematógena. Radiograficamente observa-se lise e esclerose óssea, com perda do padrão trabecular normal e reação periosteal. 
LUXAÇÃO: é o deslocamento completo entre as superfícies articulares. 
SUB-LUXAÇÃO: é o deslocamento parcial entre as superfícies articulares. 
FRATURA: é a solução de continuidade de uma estrutura óssea. 
ANQUILOSE: é a fusão de duas ou mais estruturas ósseas, podendo ser provocada por reação inflamatória e / ou infecciosa, ou induzida cirurgicamente por artrodese. 
TRIÂNGULO DE CODMAN: ocorre em processos neoplásicos e inflamatórios, quando há lesão com destruição de cortical, elevação do periósteo e neoformação subperiosteal, determinando um ângulo. 
PROJEÇÕES RADIOGRÁFICAS
Para a análise radiológica precisa, são requeridas no mínimo duas projeções perpendiculares entre si, sendo que projeções com articulações flexionadas, incidências obliquadas e skyline contribuem eventualmente. 
O uso de sedativos, tranquilizantes ou anestesia geral pode tornar-se necessário para um posicionamento correto, desde que o estado físico do paciente permita. Para a obtenção de boa imagem de uma lesão, é recomendável que a mesma esteja o mais próximo possível do filme.
RADIOLOGIA DO APARELHO LOCOMOTOR 
Para a avaliação apropriada da condição óssea e articular, pelo menos duas projeções, realizadas em ângulo reto uma em relação à outra em incidências padronizadas (crânio-caudal, dorsopalmar/ dorso-plantar e médiolateral) são necessárias. Incidências obliquadas e flexionadas podem contribuir. É importante o conhecimento da posição dos centros de ossificação e o período em que as linhas epifisárias se fecham. 
Ao se avaliar articulações, pode-se efetuar exames contrastados quando os simples não forem esclarecedores. Estes exames poderão ser realizados com contraste positivo denominando-se artrografia, com contraste negativo denominando-se pneumoartrografia ou, ainda, associando os dois meios de contraste que se chama artrografia de duplo-contraste. Estas técnicas poderão ser utilizadas para observação de cápsula articular, superfícies articulares, meniscos, etc. Para realização desses exames deverão ser seguidas as normas de preparo prévio: limpeza da região, tricotomia, anti-sepsia e sedação ou anestesia, sendo esta última a mais aconselhada. 
Ultrassonografia é meio de imagem indicado para avaliação articular. 
FRATURAS 
Poderão ser traumáticas ou patológicas (espontâneas). Caracterizam-se pela presença de solução de continuidade óssea (fig. 3). 
A radiografia desempenha importante papel na avaliação das fraturas nas seguintes etapas: pré, trans e pós-procedimento terapêutico. A primeira etapa comprova a fratura e avalia os diversos aspectos relacionados à mesma, como sua extensão, alinhamento, etc. Durante o procedimento terapêutico, permite avaliar a eficácia do método realizado e a terceira etapa faz o acompanhamento do processo de cicatrização ou reparo ósseo. Com relação ao reparo ósseo, animais jovens apresentam consolidação mais rapidamente que os velhos. O método de imobilização da fratura (talas e pinos) e a presença de doença local ou metabólica afetam a velocidade de consolidação óssea
Figura 3 – A- Fratura de colo femoral direito. B- Fratura distal de metáfise do fêmur.
ALTERAÇÕES LIGADAS AO DESENVOLVIMENTO E / OU DE ORIGEM DESCONHECIDA 
LUXAÇÃO PATELAR: A luxação de patela pode ser medial ou lateral (fig. 4-A). As projeções radiográficas indicadas são a crânio-caudal, médiolateral e skyline da articulação fêmoro-tíbio-patelar. Radiograficamente a patela se encontrará deslocada lateral ou medialmente. Na incidência médio-lateral, a patela não se encontra no sulco troclear e está sobreposta aos côndilos femorais. Outras anormalidades ósseas poderão estar presentes como sulco troclear raso, rotação e curvatura da porção proximal da tíbia e angulação anormal da articulação fêmuro-tibial. 
Caso a luxação seja intermitente, a patela poderá estar posicionada em seu local anatômico no sulco troclear, no momento do posicionamento para o exame.
 
NECROSE ASSÉPTICA DE CABEÇA DO FÊMUR 
Também conhecida como Doença de Legg-Perthes, Doença de Legg-Calvé-Perthes ou Necrose Avascular da Cabeça Femoral, esta enfermidade ocorre geralmente em raças de pequeno porte, em crescimento, geralmente unilateral. A etiologia, ainda não bem esclarecida, inclui fatores hereditários, hormonais, conformação anatômica, pressão intracapsular e infarto da cabeça do fêmur. 
Ao exame radiográfico evidencia-se densidade óssea da cabeça do fêmur diminuída (rarefação óssea), podendo haver fragmentação da mesma e encurtamento do colo femoral (fig. 4-B). Pode-seobservar, dependendo do estágio da enfermidade, alterações degenerativas secundárias, ou seja, osteoartrose.
Figura 4 – A- Luxação lateral de patela observada em projeção skyline. B- Necrose asséptica da cabeça do fêmur, lado esquerdo.
PANOSTEÍTE EOSINOFÍLICA 
Também conhecida como Panosteíte Canina ou simplesmente Panosteíte, ocorre em cães jovens e tem etiologia desconhecida. Clinicamente os animais apresentam claudicação sem história de lesão, podendo ocorrer em um membro e após em outro. 
Na imagem radiográfica observa-se aumento de radiopacidade na medula dos ossos longos, geralmente, mais evidente próximo ao forame nutrício. Poderá ocorrer perda do padrão trabecular normal do osso. Há casos em que as lesões são tão intensas que chegam a tomar por completo a cavidade medular. Espessamento endosteal e reação periosteal regular poderão aparecer independentemente da opacidade da medula (fig. 5).
Figura 5 – Panosteíte. Aumento de radiopacidade do canal medular da tíbia (seta).
OSTEOARTROPATIA HIPERTRÓFICA PULMONAR 
Também chamada Doença de Marie ou Osteopatia Hipertrófica Pulmonar, esta doença está, geralmente, associada a enfermidades pulmonares (fig. 6-A) como neoplasias e tuberculose, doença pulmonar crônica, neoplasias na bexiga ou prostáticas e alterações metabólicas. Clinicamente os animais afetados apresentam edema na região distal dos membros, demonstrando dor à palpação e claudicação. Quando a lesão pulmonar é tratada com sucesso, as alterações ósseas regridem rapidamente. 
Características radiográficas incluem grande proliferação periosteal perpendicular à cortical, a qual permanece íntegra. A reação óssea do tipo osteofitose ou espículas, geralmente simétrica e generalizada, afeta ossos longos (fig. 6-B) e pode estender-se até as cápsulas articulares, não chegando, porém, a atingir as superfícies articulares.
Figura 6 – A- Imagem radiográfica de nódulos pulmonares. B- Membros torácicos de cão. Observar o novo tecido periosteal formado.
DISPLASIA COXOFEMORAL 
Não existe uma única etiologia definida, sabe-se que está ligada a fator hereditário, distúrbios hormonais, crescimento rápido, excesso de exercícios físicos, sendo assim descrita como de etiologia multifatorial, afetando cães de raças grandes, na maioria das vezes. 
O diagnóstico definitivo para a raça pastor alemão e labrador é feito com 1 ano de idade enquanto que para rottweiler, fila brasileiro, mastif, dogue alemão e demais raças gigantes, este é feito com 1 ano e seis meses. Para posicionamento ideal para a avaliação da articulação coxofemoral representado na figura-7, é necessário que estejam incluídas na radiografia as asas do ílio e a extremidade distal dos fêmures. Deve haver perfeita simetria entre as asas do ílio e forames obturadores, os fêmures devem estar paralelos e as patelas posicionadas nos sulcos trocleares. 
A displasia caracteriza-se por uma instabilidade articular ou sub-luxação da articulação, podendo estar envolvidos nesta enfermidade: acetábulo, cabeça de fêmur e colo femoral. 
a) Os animais normais apresentam: 
Acetábulo profundo, cabeça de fêmur redonda ou esférica, colo femoral delgado, articulação com perfeita congruência e “Ângulo de Norberg” igual ou superior a 105o. 
b) Animais em fase de transição: 
São animais que apresentam boa articulação e o ângulo levemente inferior a 105o ou animais em que a articulação é ligeiramente incongruente e tem o ângulo maior ou igual a 105o. 
c) Displasia de grau leve (fig. .8-A): 
As características são: “Ângulo de Norberg” maior que 100o e menor que 105o. Sem sinais de artrose. 
d) Displasia de grau médio (fig. .8-B): 
 acetábulo pouco profundo; 
 cabeça de fêmur poderá estar facetada, achatada, etc.; 
 colo de fêmur poderá estar levemente engrossado; 
 aparecem os primeiros sinais de artrose; 
 perda da congruência ou seja imagem de sub-luxação acentuada; 
 “Ângulo de Norberg” maior que 90o e menor que 100o. 
e) Displasia de grau grave (fig. .8-C): 
 acetábulo pouco profundo, até plano; 
 cabeça de fêmur poderá estar afilada, achatada, em forma de cogumelo, etc.; 
 colo de fêmur geralmente curto e engrossado; 
 poderá apresentar sub-luxação ou até luxação completa; 
 artrose geralmente evidente. 
 “Ângulo de Norberg” inferior a 90o (só medido em ausência de artrose). 
Figura .7 – Posicionamento adequado para avaliação de displasia coxofemoral.
FIGURA C Displasia em grau grave demonstrando subluxação e grande deformidade da cabeça femoral, arrasamento de acetábulo, engrossamento de colo femoral e artrose – osteófito 
FIGURA B Displasia em grau médio com deformidade de cabeça femoral (facetada) e leve engrossamento de colo femoral. 
FIGURA A Displasia em grau leve.
Figura 8 – Diferentes graus de displasia coxofemoral.
C- Displasia em grau grave demonstrando subluxação e grande deformidade da cabeça femoral, arrasamento de acetábulo, engrossamento de colo femoral e artrose – osteófito 
ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS E/ OU INFECCIOSAS 
ARTRITE INFECCIOSA 
Esta infecção ocorre via hematógena ou por feridas punctórias. Clinicamente se observa aumento de volume articular, dor, calor, claudicação e diminuição da amplitude dos movimentos articulares. 
Nos estágios iniciais da enfermidade há um espessamento da membrana sinovial, distensão da cápsula articular, pequeno alargamento do espaço articular, devido ao aumento de volume e pressão no interior da articulação. Com o desenvolvimento do processo observa-se reação periosteal nos ossos envolvidos e destruição das cartilagens articulares. 
OSTEOMIELITE SUPURATIVA 
Segundo a definição, osteomielite é o processo inflamatório da medular e cortical óssea. Ocorre devido à invasão bacteriana da estrutura óssea, a qual pode ocorrer por feridas cirúrgicas ou traumáticas, ou via hematógena. 
Observam-se alterações no padrão ósseo com áreas de rarefação e perda dos padrões trabeculares, lise óssea, esclerose, periostite, áreas de neoformação óssea periosteal, presença do “Triângulo de Codman” e poderá ocorrer presença de sequestro ósseo. Pode haver osteopenia por desuso do membro afetado. 
OSTEOMIELITE NÃO SUPURATIVA 
É uma reação inflamatória não infecciosa ocasionada, em geral, por reação do organismo a implantes metálicos, sendo comum a metalose. 
A característica radiológica da metalose é lise óssea em torno do implante, e reação periosteal intensa, situação observada, nas reduções de fraturas com pinos transfixados, dependendo do material utilizado. 
ALTERAÇÕES DE ORIGEM METABÓLICA E NUTRICIONAL 
Anormalidades metabólicas podem ser refletidas nos ossos e provocar graves alterações. E para que essas alterações tornem-se radiograficamente evidentes, aproximadamente 50% do cálcio do osso deve estar reduzido. Deve-se suspeitar de causa metabólica quando ocorrerem alterações em todo o esqueleto e não lesões isoladas. 
HIPERPARATIREOIDISMO SECUNDÁRIO NUTRICIONAL 
Esta enfermidade também chamada de Osteodistrofia Fibrosa, Osteodistrofia Nutricional, Osteoporose Nutricional, Osteodistrofia Juvenil (no homem e pequenos animais) e, no equino de Osteomalácea ou “Cavalo da Cara Inchada”.
Esta afecção ocorre em animais em crescimento como cães e gatos jovens e equinos, pelo desequilíbrio na relação cálcio-fósforo, sendo um mecanismo compensatório para manter a calcemia. Clinicamente os animais parecem bem nutridos apesar de apresentarem dificuldade de locomoção, defecação e dor à palpação. É comum que cadelas e gatas recuperadas apresentem distocia na idade adulta em função do estreitamento da cintura pélvica ocorrida durante o curso da doença quando jovens. No caso dos equinos, quando estes são desmamados, passam a receber uma quantidade de grãos maior que a adequada, em contrapartida pouca quantidade de alimento volumoso, iniciando o desequilíbrio. 
Radiograficamente manifesta-se por rarefação óssea generalizada, cortical delgada e, possivelmente, fratura patológica chamada de fratura em “GALHOverde”, onde a cortical óssea dobra, contudo, não há fratura completa (fig. 9). 
Figura 9– Radiografias de um cão jovem demonstrando diminuição generalizada da densidade óssea e adelgaçamento de cortical presente na osteodistrofia fibrosa. A- Ingestão de corpos estranhos para suprir carência alimentar. B- Fratura em talo verde (seta).
OSTEODISTROFIA IDIOPÁTICA 
Ocorre em animais de raças de grande porte na fase de crescimento, associada a fatores nutricionais. 
Nas radiografias das regiões metafisárias de rádio e ulna, observa-se discreto aumento de opacidade na metáfise (esclerose) e irregularidade de periósteo. A epífise e a cartilagem epifisária aparecem normais.
RAQUITISMO 
Afecção não muito frequente na clínica veterinária. 
Sua etiologia é discutida, podendo estar associada ao desequilíbrio dos níveis de vitamina D e Cálcio. A falta de exposição ao sol também pode ser fator determinante no processo. 
Radiograficamente além do “Rosário Raquítico”, observa-se certo grau de desmineralização óssea e, na extremidade distal do rádio, linha epifisária e metáfises aumentadas de largura, proporcionando aspecto de cálice invertido.
OSTEODISTROFIA HIPERTRÓFICA 
Também chamada de Escorbuto Canino, Escorbuto Esquelético, Osteopatia Metafisária, Displasia Metafisária e Doença de Moeller-Barlow, esta afecção, cuja etiologia permanece incerta, causa destruição das trabéculas metafisárias de ossos longos de cães de grande porte com crescimento rápido. Clinicamente os animais afetados apresentam aumento de volume nas metáfises, principalmente, de rádio, ulna e tíbia, demonstrando dor à palpação. As lesões são simétricas e bilaterais. 
Radiograficamente, aparenta linha fisária dupla, determinada por uma zona radiolucente irregular paralela à fise (fig. 10). Há edema de tecidos moles junto à metáfise e calcificação justacortical ao redor da metáfise.
Figura 10 – A- Osteodistrofia hipertrófica. Linha radiolucente paralela a fise (seta). 
B- Fechamento prematuro da epífise da ulna causado por trauma ocasionando o encurvamento do rádio.
ALTERAÇÕES NEOPLÁSICAS 
TUMORES MALIGNOS 
OSTEOSSARCOMA 
Este é o mais frequente, representando 50% dos tumores ósseos dos caninos e felinos, atingindo principalmente ossos longos, podendo ocorrer também em ossos do crânio, vértebras, escápula e costelas. A idade média de aparecimento dos osteossarcomas é de 7,7 anos. As raças caninas mais atingidas são as de grande porte como pastor alemão, dinamarquês, são bernardo, boxer, labrador, doberman e collie. Em felinos, os locais de maior aparecimento da doença são ossos longos, crânio, vértebras e ossos da pelve. Não tem etiologia definida, embora acredite-se que agentes químicos (salicato de zinco e berílio), vírus (vírus do sarcoma de Moloney), radiação e implantes metálicos (placas e pinos intramedulares) possam estimular. Sua evolução é extremamente rápida.
As alterações radiográficas mais importantes do osteossarcoma dos ossos longos são: destruição da cortical óssea, neoformação óssea e possível progressão para os tecidos moles adjacentes, os quais poderão apresentar calcificação. 
As características mais evidentes destes tumores são o “triângulo de Codman” (fig. 11) e o efeito “Sunburst”. O triângulo de Codman é uma elevação do periósteo sobre a neoformação óssea. O efeito “sunburst” é causado pela proliferação óssea com aspecto que lembra raios de sol ou explosão. 
Deve-se levar em consideração que outras lesões como osteomielite, por exemplo, poderão ser confundidas com tumor, por isto, se faz necessário uma biopsia para diagnóstico definitivo. Frequentemente se encontra fratura patológica no osso atingido e metástases nos pulmões que são achados em quase a totalidade dos casos. 
CONDROSSARCOMA 
É o segundo tumor ósseo mais encontrado nos cães e gatos, ocorrendo em animais de meia idade, ou seja, 7 - 8 anos. As raças caninas mais afetadas são o pastor alemão e o boxer, tendo como locais mais comuns a região nasal, costelas, maxilar e ossos da pelve. Já nos felinos os locais de maior aparecimento são escápula, tíbia e mandíbula. 
O exame radiológico revela um tecido tumoral infiltrativo com destruição cortical irregular e extensão parcialmente mineralizada com os tecidos moles adjacentes. 
As metástases ocorrem em aproximadamente 18% dos casos e se localizam nos pulmões, coração, rins e linfonodos regionais.
Figura 11 – B Neoplasia óssea em terço Proximal de tíbia.
Figura 11 – A- Neoplasia afetando carpo e rádio. Triângulo de Codman elevando o periósteo (seta) e efeito de explosão óssea.
 Figura 11 – C- Neoplasia óssea em terço Distal de fêmur.
FIBROSSARCOMA 
Ocorre geralmente em animais velhos. Aproximadamente 60% destes tumores estão associados a ossos do crânio (maxila, mandíbula e osso nasal) e 30% ocorrem em ossos longos. 
Ao exame radiográfico, há tumefação dos tecidos moles e provoca reação osteolítica dos ossos subjacentes. Na maioria dos cães e gatos, a destruição óssea já é intensa na ocasião do diagnóstico. Metástases são raras. Possui crescimento lento e tem a característica de invadir os espaços articulares adjacentes. 
TUMORES BENIGNOS 
OSTEOMA 
São achados radiográficos que, geralmente, aparecem no crânio de cães e gatos. A neoplasia apresenta características de um processo benigno crônico, usualmente assintomático. 
Radiograficamente os osteomas aparecem em forma de uma massa radiopaca arredondada, esclerótica e de consistência dura de contorno regular, na superfície dos ossos. Não há reação periosteal nos ossos adjacentes. 
ENCONDROMA 
O Encondroma é encontrado nas extremidades dos membros dos cães, geralmente, nos metacarpos e metatarsos. Estes tumores têm a característica de causar expansão da córtex óssea, tornando esta mais delgada com a evolução do processo. Podem ocorrer fraturas patológicas. 
OSTEOCONDROMA 
É um tumor benigno composto de cartilagem e tecido ósseo. Pode ser único ou múltiplo, quando múltiplo é denominado Osteocondromatose, Exostose Cartilaginosa Múltipla ou Exostose Hereditária Múltipla. Geralmente aparecem nas extremidades dos ossos longos e costelas. Sua patofisiologia é incerta e quanto à etiologia, acredita-se estar ligada a fatores genéticos com transmissão hereditária. 
Pode estar ligeiramente associado à intumescência do tecido mole, contudo esta não é uma característica marcante. Ainda que a lesão seja insignificante, ela pode interferir com o osso e tecidos moles adjacentes causando claudicação. 
Radiograficamente apresenta-se como uma exostose situada na metáfise óssea perpendicular à córtex. O osteocondroma tem córtex e cavidade medular comunicada com a cavidade medular do osso no qual se originou.

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