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ACE - FACULDADE GUILHERME GUIMBALA DISCIPLINA: CRIMINOLOGIA PROFESSORA: CARLA ACADÊMICOS: ANA MARIA FRANCO DANIELA FERREIRA DE SOUZA KARINE RAFAELA KUTENSKI MARCELO ROBERTO VELHO SÔNIA FACHINI TURMA: 5° B Antropologia de Cesare Lombroso Escola Positivista Joinville 2018 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 3 2. DESENVOLVIMENTO ..................................................................................................... 4 2.1. Criminoso ................................................................................................................................ 6 2.2. Classificação Criminoso ........................................................................................................... 7 2.3. O Crime .................................................................................................................................... 7 2.4. A contribuição para o Direito Penal ........................................................................................ 8 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................ 9 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo apresentar a Antropologia – Estudo sobre Cesare Lombroso, que foi primordial para formação de estudos criminais que muitos utilizam no sistema criminal. Abordaremos sua percepção do criminoso, quais as características físicas e psíquicas, suas classificações e sua evolução de pensamento. 2. DESENVOLVIMENTO Antropologia de Cesare Lombroso - Escola Positivista No início do século XIX na Europa foi quando nasceu a Escola Positivista em um contexto de desenvolvimento das ciências sociais, como a Antropologia, Psiquiatria, Psicologia, Sociologia e Jurídica. Podemos afirmar que a escola positivista passou por três fases importantes: Antropológica (Lombroso), sociológica (Ferri) e jurídica (Garófalo). Como ponto de partida surgiu a Antropologia Criminal, que também é conhecida como Biologia Criminal é uma disciplina que acredita que os criminosos possuem características físicas e mentais que o determinam como um criminoso. É um estudo que analisa o ser humano, ou seja, um estudo realizado em pessoas para averiguar suas condutas desde criança, pois segundo esse estudo os criminosos apresentam características que no futuro poderão se tornar criminosos. Esse estudo trata de localizar e identificar no ser humano, em alguma parte do seu corpo ou em seu subconsciente que venha explicar a conduta delitiva do agente, pois segundo o estudioso Cesare Lombroso essa conduta é ocasionada por alguma patologia. Cesare Lombroso era um psiquiatra, cirurgião, higienista, criminologista, antropólogo e cientista italiano, tornou-se mundialmente famoso e conhecido pelas suas pesquisas na antropologia e sua grande obra de estudos criminológicos. De acordo com FILHO, “Cesare Lombroso (1835-1909) publicou em 1876 o livro O homem delinquente, que instaurou um período cientifico de estudos criminológicos”. Cesare Lombroso, não criou uma teoria moderna e sim analisou de forma profunda qual seria o principal motivo para o ser humano cometer crimes. Desta forma, traçou vários perfis de criminosos, suas condutas e seu caráter, além disso, examinou diversos esqueletos de criminosos. Além de que o autor FILHO afirma que Lombroso “[...] Efetuou ainda estudos intensos sobre as tatuagens, constatando uma tendência à tatuagem nos dementes”. Lombroso estudou diversos crimes, onde em sua maioria os criminosos possuíam tatuagens, sendo assim essa é uma de suas características, pois apresentavam em uma insensibilidade à dor, sendo associada as pessoas que tinham algum problema de demência. Assim como outras características, cinismo, a vaidade, falta de senso moral, preguiça e a falta de caráter. Seu estudo também foi realizado nas características físicas e mentais do ser humano, pois segundo o seu entendimento o tamanho da mandíbula de um criminoso, a formação de seu cérebro, sua estrutura óssea e a sua hereditariedade, poderiam ser causadores de uma genética pré-determinada para o mal. De acordo com FILHO, o mestre Lombroso, “Assim, acabou por examinar com intensa profundidade as características fisionômicas e as comparou com os dados estatísticos de criminalidade. Nesse sentido, dados como estrutura torácica, estatura, peso, tipo de cabelo, comprimento de mãos e pernas foram analisados com detalhes”. O antropólogo Lombroso fixou suas premissas em atavismo, degeneração epilética e ao delinquente nato, sendo suas principais características físicas: fronte fugidia, crânio assimétrico, cara larga e chata, grandes maças no rosto, lábios finos), face longa e larga, apesar do crânio pequeno, cabelos abundantes, mas barba escassa, rosto pálido e olhar errante. Lombroso entende que o criminoso é uma subespécie ou um subtipo humano que, por uma regressão atávica a essas fases primitivas, nasceria criminoso, como outros nascem loucos ou doentios. A herança atávica explicaria, a seu ver, a causa dos delitos. O criminoso seria então um delinquente nato (nascido para o crime), um ser degenerado, atávico, marcado pela transmissão hereditária do mal. O criminoso seria demonstrado por uma série de “estigmas”. De acordo com o seu ponto de vista, o delinquente padece de uma série de estigmas degenerativos, comportamentais, psicológicos e sociais. Os estigmas psicológicos seriam a atrofia do senso moral, a imprevidência e a vaidade dos grandes criminosos. Assim, os desvios da contextura psíquica e sentimental explicariam no criminoso a ausência do temor da pena, do remorso e mesmo da emoção do homicida perante os despojos da vítima. Lombroso porém não esgota na teoria da criminalidade ele antevê na loucura moral e na epilepsia mais dois fatores capazes de fornecer uma elucidação biológica para o fenômeno delito. Devemos destacar que a maioria das suas pesquisas foi realizada em manicômios e prisões, quando ele concluiu que um criminoso é um ser atávico, um verdadeiro selvagem que se denegriu em tempos anteriores. Lombroso acredita que o criminoso não pode ser considerado vítima da sociedade, pois está em sua genética querer realizar o mal, pois no seu entendimento as pessoas que cometem os crimes são doentes e o crime é uma doença. Porém, não acredita que o comportamento do criminoso deve ser desconsiderado, sendo aspectos motivadores para o crime. Para FILHO, “Embora Lombroso não tenha afastado os fatores exógenos da gênese criminal, entendia que eram apenas aspectos motivadores dos fatores endógenos. Assim, o clima, a vida social etc. apenas desencadeariam a propulsão interna para o delito, pois o criminoso nasce criminoso”. 2.1. Criminoso Cesare Lombroso era psiquiatra Italiano, que em 1878 publicou a sua obra - O homem delinquente. Os criminosos possuíam sensibilidade diminuída a dor, eram mais cruéis, e por isso também faziam tatuagens, tendências sexuais precoces, preguiça, relação entre atavismo- características psíquicas e físicas (semelhança entreo criminoso e o primitivo – cabelo em abundância, face ampla e larga, assimitria craniana, epilepsia- afeccção por perda da consciência com convulsões, ataca o sistema nervoso e a moral insana. Depois viu que nem todos tinham essas características psíquicas e físicas, distinguiu então como pseudocriminoso, então se separou os ocasionais e os passionais. A maior parte dos criminosos então formavam um centro antropológico, a relevância para a sociedade então foi conter o impulso criminal. 2.2. Classificação Criminoso O criminoso nato – aqueles que permaneceram atrasados durante os demais, evoluíram e não perdeu sua agressividade, o falso criminoso – ocasional: recuperável, circunstancial, criminoso recuperável e o meio delinquente – características igual do criminoso, não aguentava uma provocação. 2.3. O Crime Cesare Lombroso (1835-1909) foi um homem polifacético; aquele que possui muitas faces, médico, psiquiatra, antropólogo e político, sua extensa obra abarca temas médicos (“Medicina Legal”), psiquiátricos (“Os avanços da Psiquiatria”), psicológicos (“O gênio e a loucura”), demográficos (“Geografia Médica”), criminológicos (“L’Uomo delincuente). Lombroso entende o crime como um fato real, que perpassa todas as épocas históricas, natural e não como uma fictícia abstração jurídica. Como fenômeno natural que é, o crime tem que ser estudado primacialmente em sua etiologia, isto é, a identificação das suas causas como fenômeno, de modo a se poder combatê-lo em sua própria raiz, com eficácia, com programas de prevenção realistas e científicos. Para Lombroso a etiologia do crime é eminentemente individual e deve ser buscada no estudo do delinquente. É dentro da própria natureza humana que se pode descobrir a causa dos delitos. Lombroso parte da ideia da completa desigualdade fundamental dos homens honestos e criminosos. Preocupado em encontrar no organismo humano traços diferenciais que separassem e singularizassem o criminoso, Lombroso vai extrair da autópsia de delinquentes uma “grande série de anomalias atávicas, sobretudo uma enorme fosseta occipital média e uma hipertrofia do lóbulo cerebeloso mediano (vermis) análoga a que se encontra nos seres inferiores”. Assim, surgiu a hipótese, sujeita a investigações posteriores, de que haveria certas afinidades entre o criminoso, os animais e principalmente o homem primitivo, que ele considerava diferente, psicológica e fisicamente, do homem dos nossos tempos. Lombroso procura demonstrar que o crime, como realidade ontológica, pode ser considerado uma característica que é comum a todos os degraus da escala da evolução, das plantas aos animais e aos homens; dos povos primitivos aos povos civilizados; da criança ao homem desenvolvido. O “crime” teria como característica ser extremamente frequente, brutal, violento e passional nos níveis inferiores dessas escalas. O ciúme, a vingança, a mentira, o desejo de destruição, a maldade para com os animais e os seres fracos, a predisposição para a obscenidade, a preguiça completa, exceto para as atividades que produzem prazer, são, entre outros, índices que Lombroso apontou, das tendências criminais na infância. A educação conduziria, porém, a criança para o período de “puberdade ética”, submetendo-a a profunda metamorfose. A etiologia do crime para Lombroso interrelaciona portanto o atavismo, a loucura moral e a epilepsia: o criminoso nato é um ser inferior, atávico, que não evolucionou, igual a uma criança ou a um louco moral, que ainda necessita de uma abertura ao mundo dos valores; é um indivíduo que, ademais, sofre alguma forma de epilepsia, com suas correspondentes lesões cerebrais. Lombroso, baseado em suas observações, encarava o seu tipo primordial de criminoso, o criminoso nato, como compondo 40 % do total da população criminosa, restando as demais àquelas outras formas de crime que tinham por fontes a loucura, a ocasião, o alcoolismo e a paixão. Para Lombroso essas formas eram ligadas mais estreitamente a suas causas ocasionais e portanto, não forneceriam uma base possível para uma etiologia desses delitos. 2.4. A contribuição para o Direito Penal Ao colocar o crime como fato natural e biológico, Lombroso colocou novos problemas ao direito penal, imprimiu-lhe nova função e quis fundar uma nova ciência penal. As ideias de Lombroso se fundavam no determinismo biológico, que, negando o livre arbítrio, considerava que não havia liberdade de escolha diante da força biológica que determina ou impulsiona o sujeito à criminalidade. Pelas ideias difundidas pela escola de Lombroso, diante da inevitabilidade do cometimento do crime, já que o criminoso é compelido ao delito por forças incontroláveis de sua natureza biológica, restaria à Justiça Penal a função de defender a sociedade contra o criminoso. A Escola Positiva Italiana destinou ferrenhas críticas ao direito penal dos clássicos. Diziam que os juristas (ou seja, os clássicos), preocupados com a teoria jurídica do crime, dedicavam- se a estudos abstratos e metafísicos, esquecendo-se do criminoso; preocupava-se com os direitos humanos dos criminosos, esquecendo-se dos direitos da sociedade de defender-se. 3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio – Manual esquemático de criminologia / Nestor Sampaio Penteado Filho. – 6.ed. – São Paulo: Saraiva, 2016. Artigo de KAFER, Josi - https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/6202/Antropologia-Criminal. Artigo de MIRANDA SANTOS, Bartira Macedo http://www.publicadireito.com.br/artigos/?cod=ea6b2efbdd4255a9 Acesso em 18 de fev. de 2018 às 14:30. https://criminologiafla.wordpress.com/2007/08/20/aula-2-o-crime-segundo-lombroso-texto- complementar/ Acesso em 18 de fev. de 2018 às 15:30. CASTELLO, Rodrigo. Criminologia Cesare Lombroso Atavismo, Epilepsia e Loucura moral, 2013 <https://www.youtube.com/watch?v=a0Ec9xZBZYI> acesso em 18 de fev. de 2018.
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