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Estatuto de ética da OAB

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1. INTRODUÇÃO
Neste trabalho irei relatar sobre a criação da OAB, que foi em 18 de novembro de 1930, por força do art. 17 do Decreto n. 19.408. Ela é caracterizada por ser uma entidade que possui natureza mista, um serviço público independente, submetida ao direito público na realização de atividades administrativas e jurisdicionais e ao direito privado no desenvolvimento de suas finalidades institucionais e de defesa da profissão. A OAB possui imunidade tributária total ao patrimônio e à sua receita, mantidos pelas contribuições obrigatórias, multas e preços de serviços. 
A Sua função esta disposta no artigo 44 do Estatuto e divide-se em: Defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direitos humanos, a justiça social, pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida administração da Justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas; e promover, com exclusividade, a representação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em todo o Brasil.
O Conselho Federal da OAB criou um Estatuto de Disciplina para a regulação da advocacia, contudo alguns pontos da Lei 8.906 de 94 são superados por súmulas do Supremo Tribunal Federal e outros são tachados de inconstitucionais. Serão postas em exame as limitações para o exercício da profissão e as garantias que mantém a livre prática do princípio constitucional de que o advogado é fundamental para a administração da justiça. 
 O Estatuto veio para fortalecer os advogados, transformando a OAB em entidade de classe,em representação. Não se pode prescindir da figura do advogado para se fazer prevalecer a justiça no meio social, sendo ele responsável por seus atos, devendo conhecer e ter formação sócio-política do meio em que pretende atuar, devendo sempre se pautar pela ética parcial esperada do causídico, lutando por uma advocacia preventiva, pugnando pela inclusão do litígio como último meio de entendimento, buscando sempre a harmonia social.
Neste trabalho serão abordados os principal pontos abordados pela lei 8.906/94.
2. ESTATUTO DA OAB	
 
O advogado não deve ter participação obrigatória em qualquer ato jurídico no sentido estrito e negócios jurídicos, porém devido à complexidade dos contratos atuais o advogado encontra outra área aonde sua presença torna-se quase indispensável.  Tudo isso baseado sempre na advocacia preventiva, cada vez mais praticada, sempre visando evitar qualquer tipo de litígio. Dessa forma o Estatuto considera nulos os atos que não estejam visados por advogados.
 O Estatuto define as características essenciais da advocacia, sendo elas, a indisponibilidade, a inviolabilidade, a função social e a independência. 
 A indispensabilidade do advogado não é nenhum tipo de favor coorporativo a classe ou para reserva de mercado, e sim devido à importância do advogado para ordem pública e relevante interesse social, e como instrumento de garantia da efetivação da cidadania.
 A inviolabilidade, pela qual o advogado se torna inatacável e incensurável por seus atos e palavras quando do exercício de seu munus, salvo os casos de infração disciplinar e os limites da responsabilidade, adiante melhor explicados.
 A função social, a qual é realizada pelo advogado quando concretiza a aplicação do direito e obtém as prestações jurisdicionais, participando desta forma, da construção da justiça social.
 Já na Independência, o advogado deve ser independente até de seu cliente, utilizando-se da ética da parcialidade, porquanto esta é uma luta antiga da classe, uma vez que a forma de conduta do advogado conduz à formação do senso que envolve toda a classe.
 A advocacia Pública é uma espécie do gênero da advocacia, já que integra a administração da justiça e não tem natureza nem atribuições da Magistratura ou do Ministério Público.
 Mesmo sendo o Estatuto lei ordinária e a Advocacia-Geral da União ou a Defensoria Publica serem regidas por leis complementares, ressalta-se que o Estatuto é lei geral, assim a regularidade da inscrição na OAB é exigência permanente, bem como a observância das normas gerais da legislação da advocacia e dos deveres ético-profissionais, quando no exercício da advocacia pública.
 O Estatuto atual permite o exercício do estagiário em atos não privativos de advogado. Porém a atuação do estagiário não constituiu atividade profissional, e sim tem função pedagógica. Todos os atos processuais devem ser realizados com a participação do advogado podendo conter também o nome do estagiário, sendo que a ausência do advogado gera nulidade do ato e responsabilidade disciplinar para ambos, em virtude de infração de norma estatutária expressa.
Quando temos atos que são privativos de advogado, porem são praticados por pessoas não inscritas na OAB temos a nulidade em seu sentido estrito, denominada também nulidade absoluta do ato, sendo que a mesma não pode ser suprida nem sanada. Responderá também o praticante do ato na esfera cível pelos danos decorrentes, ao prejudicado, devido a pratica do ilícito, e responderá também criminalmente por exercício ilegal da profissão e até mesmo administrativamente caso lhe couberem sanções.
 No que diz respeito aos poderes para o foro, o Estatuto preferiu não indicar quais os poderes especiais que estão excluídos, deixando-os a critério das várias legislações processuais.
O advogado pode também renunciar o mandado judicial no momento em que julgar conveniente é imposto também a ele o dever de renuncia sempre que o advogado sentir faltar-lhe a confiança do cliente. A renuncia é uma imposição ética, em determinadas circunstancias que estão previstas no Código de Ética e Disciplina, configurando-se assim não apenas uma faculdade atribuída ao advogado.
O estagiário que se refere nossa Lei é aquele inscrito na OAB sendo estudante de direito ou já bacharel em direito. O estagiário atua sempre com a assistência de um advogado e não pode isoladamente praticar atos da profissão, exceto os autorizados pelo Regulamento Geral. A inscrição deve ser feita sempre na seccional da OAB do Estado do Curso Jurídico do estagiário e ele deve reunir os incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º já comentados e o comprovante de matricula. O estagiário está sujeito as mesmas regras de impedimento e incompatibilidade que veremos quando estudarmos este assunto e seu estágio durará no máximo dois anos. Não há dispensa do Exame de Ordem para o exercício da advocacia e o estágio da OAB não é obrigatório, apenas para os interessados em integrar o quadro de estagiários da instituição.
 Deve-se considerar aqui a distinção entre o estágio profissional de advocacia que é para se obter o título de estagiário profissional para a inscrição nesse respectivo quadro na OAB, do estágio de  prática jurídica: aquele ministrado pelas instituições de ensino com natureza curricular e obrigatória para todos os alunos de cursos jurídicos. 
O advogado pode exercer livremente a profissão em todo o território nacional. Seu domicílio profissional é aquele declarado na inscrição principal sob as penas da lei. Não há necessidade deste domicilio ser idêntico com o de Estado de conclusão do curso jurídico ou do que o advogado prestou exame de ordem. Em caso de dúvidas prevalece o domicílio da pessoa física do advogado. Existe ainda a possibilidade de inscrição profissional em mais de uma Seccional ou Estado, esta inscrição suplementar só é obrigatória quando há a habitualidade de até cinco causas por ano no Estado que não se possui domicílio profissional. O domicílio profissional é imprescindível para fins de jurisdição do respectivo Conselho, para as eleições, fiscalizações e contribuições obrigatórias.
 Nos casos de transferência de tal domicílio para outro Estado o advogado pode ou não ter inscrição suplementar na nova Seccional, se possuir, esta não pode negar-se de aceitar a transferência do domicílio profissional original caso a inscrição principal não possua vícios. Essa transferência é obrigatória sempre que o advogado passar de fato a sede principal de sua atuação profissionalpara a outra Unidade da Federação. 
O Estatuto prevê o cancelamento da inscrição na OAB quando o profissional o requerer, sofrer penalidade de exclusão, falecer, passar a exercer definitivamente atividade incompatível ou ainda perder qualquer um dos requisitos exigidos para a inscrição. Há exceção para a perda ou suspensão dos direitos políticos que não gera cancelamento da inscrição. O efeito do cancelamento éex tunc e em casos de inexistência de inscrição, por exemplo, obtida por falsa prova seria ex nunc.
Somente o Conselho Federal da Oab pode dispor sobre a identificação do advogado ou do estagiário. Essa identificação emitida pela OAB tem validade nacional e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais e não apenas para os fins profissionais. O número de inscrição deve acompanhar o nome do advogado em todos os documentos por ele assinados no exercício de sua profissão e também nas placas de identificação de escritórios jurídicos e publicidades de advocacia. 
Os advogados podem reunir-se em sociedade civil para prestação de serviços exclusivamente de advocacia, também sujeita ao código de ética e disciplina, adquirindo personalidade jurídica quando seu registro for aprovado no Conselho Seccional da OAB de sua sede. O advogado não pode integrar mais de uma sociedade de advogados em um mesmo Estado e lhe é vedado representar em juízo clientes da sociedade de advogados com interesses opostos. Todos os sócios devem possuir título de advogado inscrito validamente na OAB e deve estar permitido de advogado.
O advogado empregado é o profissional assalariado com remuneração predeterminada e periódica independentemente do montante de serviços prestados no período. A remuneração ainda é devida quando o serviço do advogado empregado for zero. A relação de emprego não alcança o profissional que é empregado no exercício de sua função, pois tem total autonomia quanto à correta aplicação dos atos, meios e prazos processuais e não pode prosseguir com orientação tecnicamente incorreta ditada pelo empregador.           
O advogado exerce uma atividade necessariamente remunerada com o pagamento do preço do serviço por ele estipulado, observadas as diretrizes tabeladas pela OAB sobre os honorários. O advogado é considerado fornecedor de serviços pelo Código de defesa do Consumidor. Os honorários podem ser fixados dentro da média estabelecida para cada caso, com base no prestígio do profissional, na sua qualificação, na reputação na comunidade, no tempo de experiência, na titulação acadêmica, na dificuldade da matéria, nos recursos do cliente, no valor da demanda, entre outros.
 O atual Estatuto da OAB optou por uma enumeração taxativa das hipóteses de alcance dos impedimentos e incompatibilidades, portanto, não se pode interpretar a ocorrência de um dos vícios, pois não há legislação genérica, uma vez que. Como salientado, a letra da lei traz em si todas as possibilidades.
 A incompatibilidade é sempre total e absoluta e não se acaba com o afastamento temporário do cargo. A incompatibilidade ocorre por conta do cargo, do nome da função e, não, da atividade exercida pelo funcionário. Desta forma, não deixará de ser incompatível aquele que é lotado em cargo que gera tal vício mas, em seu dia a dia, elabora tarefas não relacionadas com a sua original função, sendo dela desviado, bem como acontece o mesmo com o funcionário posto à disposição. A incompatibilidade é nulidade absoluta, impassível de ratificação. O Estatuto da OAB traz oito hipóteses de incompatibilidades, senão vejamos.
O impedimento, por sua vez, é nulidade relativa, passível de ratificação. As hipóteses de impedimentos são menos vastas que as de incompatibilidade. 
A ética profissional faz parte da ética geral, tratando-se de uma ciência da conduta. Leciona o autor que a sociedade tem em sua concepção a idéia de um profissional correto, exemplar, fazendo parte do senso comum. 
3.  DIVISÕES DA OAB
 
O Estatuto considera órgãos da OAB, o Conselho Federal, os Conselhos Seccionais, as Subseções e as Caixas de Assistência.
Dentre as competências específicas, o Conselho Federal tem jurisdição em todo o País, os Conselhos Seccionais e as Caixas de Assistência sobre o território das respectivas unidades federativas e a Subseção sobre a área territorial a ela delimitada pelo Conselho Seccional.
Quanto às eleições, o sistema eleitoral aplicado é o comum, com o direito de voto direto assegurado a todos os advogados inscritos, sem necessidade de instalação de assembleia.
4. DAS ELEIÇÕES E MANDATOS
 
O sistema de eleição para os cargos da OAB foi unificado, ocorrendo na mesma data. A eleição é direta para todos os cargos, exceto para o de presidente nacional da OAB, ocasião em que se dará pela eleição indireta.
 São suas características gerais: votação direta e obrigatória para todos os advogados; votação em chapa completa (diretoria e demais membros do Conselho Seccional, conselhos federais, diretores da Caixa de Assistência, diretores da Subseção quando for este o caso); data única; célula única; e mandato uniforme de três anos.
 A eleição no Conselho Seccional ocorrerá na segunda quinzena do ultimo ano do mandato, em dia previamente definido, na forma estabelecida pelo Regulamento Geral.
É exigido: o exercício ininterrupto da profissão a mais de cinco anos (considerado como período regular, não sendo admitida a soma), excluindo-se o período de estágio; a inscrição principal ou suplementar na respectiva Seccional; ausência de condenação disciplinar, salvo se houver sido reabilitado; e , como ultima exigência, não ocupar o concorrente cargo ad nutum (provimento em comissão, de funções de confiança ou administração na Administração Pública direta ou indireta – caso das autarquias, fundações publicas, empresas de economia mista ou públicas).
 Apenas serão admitidas candidaturas integrantes de chapas completas, que indiquem com clareza quais os concorrentes aos cargos da diretoria e do Conselho, de conselheiros federais e da diretoria da Caixa. No caso da Subseção, a chapa especifica indicara os concorrentes aos cargos de diretoria e de seu conselho, quando houver.
 No caso de empate entre as chapas concorrentes, será realizado novo pleito.
 O Estatuto trata especificamente da eleição da diretoria do Conselho Federal.
 Nesse caso o sistema é o semi-direto. O colégio eleitoral é composto pelos Conselhos Seccionais, e o voto majoritário em cada unidade valerá um voto.
 Os mandatos para os cargos da OAB (Conselho Federal, Conselhos Seccionais, Subseções e Caixa de Assistência) são uniformes: três anos.
 A posse, que independe de qualquer ato da diretoria, e ocorrerá em 1° de janeiro do ano seguinte da eleição, exceto para o Conselho Federal, que se inicia em 1° de fevereiro seguinte.
 O Estatuto prevê ainda quatro hipóteses de perda do mandato (art. 66): cancelamento da inscrição; licenciamento voluntário ou legal; condenação disciplinar de qualquer tipo, em caráter definitivo; e, falta injustificada a três reuniões sucessivas de qualquer órgão deliberativo da OAB a que se vincule.
 Ocorrendo dúvida quanto à ordem dos suplentes eleitos, prevalece a regra geral da preferência à inscrição mais antiga.
 Dando-se um dos quatro motivos a perda do mandato é automática, cabendo ao presidente, mediante comunicação da Secretaria respectiva, solicitar ao Conselho Seccional competente a escolha do substituto, caso não haja suplente eleito. Neste ultimo caso, a posse será imediata.
 Ocorrendo as referidas hipóteses antes da posse, o mandato não se inicia, aplicando-se analogicamente a mesma regra.
Ocorrendo renúncia, tem entendido a 3ª Câmara do Conselho Federal da OAB que o candidato terá de obter maioria de votos do Conselho.
O Estatuto aplica subsidiariamente para o processo e procedimento disciplinar as normas da legislação processual penal comum, para os demais casos, aplicam-se subsidiariamente, em primeiro lugar, as normas de procedimento administrativo comum, e em segundo, as normas de processo civil.
 Os prazos, para qualquerato administrativo na OAB, tanto para os membros de órgão da OAB como para as partes, foram unificados em quinze dias. 
 A contagem dos prazos é feita da seguinte forma: se a notificação foi pessoal, conta-se a partir do dia útil seguinte (inclusive da data em que foi anotado o recebimento, não necessariamente ao da juntada do AR); se a notificação foi feita mediante imprensa oficial, contam-se a partir do primeiro dia útil seguinte, inclusive da publicação. Fundamental dizer que no período de recesso os prazos são suspensos, reiniciando-se no primeiro dia útil que se seguir ao seu término.
 O poder de punir os inscritos na OAB cabe exclusivamente ao Conselho Seccional em cujo território tenha ocorrido a infração, salvo se a falta fora cometida perante o Conselho Federal.
 Somente após o transito em julgado da decisão do Conselho Seccional por onde tramitou o processo é que se comunicará ao Conselho onde o condenado tenha inscrição, para fins de registro no seu cadastro.
 O processo disciplinar possui duas fases: a de instrução e a de julgamento.
 O procedimento disciplinar se instaura mediante representação de qualquer pessoa ou autoridade, por escrito, ou por determinação de oficio do presidente do Conselho Seccional ou da Subseção, quando esta contar com conselho.
 Toda instrução processual é presidida por relator designado pelo presidente do Conselho Seccional ou Subseção, concluindo-a com perecer prévio a ser submetido ao julgamento do Tribunal de Ética e Disciplina.
 Cabe ao relator designado determinar a notificação do profissional representado e a instrução do processo.
 Recebida a notificação, o representado apresentará a defesa prévia escrita e provas, acompanhando o processo pessoalmente ou mediante advogado.
 No caso do representado não apresentar a defesa previa, o relator designará defensor dativo.
 A dilação de prazo poderá ocorrer por decisão do relator, desde haja razoável motivação para tal medida.
 Instruído o processo, com as provas requisitadas apresentadas, cabe ao representado a oportunidade de oferecer as razoes finais, após notificado.
 Encerra-se a instrução com o parecer do relator, que deve conter a descrição clara dos fatos e o enquadramento legal.
 O relator, convencido da insubsistência da representação, poderá opinar pelo arquivamento pelo presidente. Se o presidente não concordar, o relator prosseguirá com a instrução até o final.
 Enquanto o processo não tiver decisão definitiva, o seu acesso fica restrito aos defensores, às partes, ao relator e aos seus auxiliares.
 A representação contra membros do Conselho Federal e presidente do Conselho Seccional é processada e julgada pelo Conselho Federal.
 Encaminhada a instrução ao Tribunal de Ética e Disciplina, o seu presidente poderá acompanhar ou não o parecer do relator.
 O representado é intimado com quinze dias de antecedência pela Secretaria do Tribunal para a sustentação oral.
 O Tribunal de Ética, por iniciativa ou a atendimento do presidente do Conselho, poderá suspender preventivamente o inscrito, medida tomada somente nos casos em situações de notória repercussão profissional.
 Nessa hipótese, o procedimento é cautelar e sumaríssimo, totalmente dirigido pelo Tribunal, que ouvirá diretamente o acusado antes de proceder à sua suspensão.
 Diga-se que a decisão suspensiva é cumprida imediatamente, pois eventual recurso não terá efeito suspensivo.
O Estatuto prevê um tipo geral de recurso, a ser interposto contra a decisão de qualquer órgão da OAB.
 O Regulamento Geral introduziu os embargos de declaração, diigidos ao relator da decisão recorrida, que lhes pode negar seguimento. Não cabe recurso para as decisões nesses embargos.
 Importante constatar que o regime sob o qual se filia o servidor da OAB é o trabalhista, pois se trata de órgão não vinculado à Administração.
 Em atenção ao princípio do direito adquirido, o Estatuto manteve o direito à voto aos ex-presidentes do Conselho Federal e dos Conselhos Seccionais.
 Importante dizer que somente são considerados ex-presidentes com direito a voto os que assumiram os que assumiram os cargos originariamente – até 05 de junho de 1994.
 Ainda sob o mesmo fundamento de direito, o Estatuto permitiu que os antigos membros do Ministério Público optassem por continuar exercendo cumulativamente a advocacia.
 O direito adquirido prestou ainda seus reflexos sobre os critérios de ingresso nos quadros da OAB, pois dispensava do exame de ordem os que realizassem estágio (na advocacia, prática forense ou de organização judiciária) desde que concluíssem regularmente até o dia 05 de julho de 1996, com aprovação em exame final.
5. DAS LEIS 13.245/16 E 13.247/16 – ALTERAÇÕES NO ESTATUTO DA ADVOCACIA
Alterações importantes no Estatuto da OAB foram sancionadas pelas Leis n.s 13.245/16 e 13.247/16. 
A primeira reconhece, por lei, direitos aos advogados em face da renitência de acesso à informação de investigações e autos. Nesse sentido, ao entrar em vigor a Lei 13.245, de 12 de Janeiro de 2016, foi alterado o artigo 7º da lei 8906/94 do Estatuto da Advocacia e passa a exigir a presença do advogado para assistir aos investigados na fase inquisitorial, sob pena de nulidade absoluta do interrogatório e de todos os elementos investigatórios e probatórios decorrentes da mesma apuração.
Quando os autos do inquérito tramitarem sob sigilo foi incluída expressa previsão quanto à necessidade de apresentação da procuração para o exercício do direito garantido pela nova Lei.
Por isso, vejamos as principais alterações tratadas no incisos. 
O inciso XIV sofreu pequena alteração na redação anterior, sendo que a redação na Lei 8906/94 era: “examinar em qualquer repartição policial, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de inquérito, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos” e com as mudanças na sofridas com a Lei 13.245/16, passou a ser “examinar, em qualquer instituição responsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital”.
O inciso XXI e a letra “a”, abaixo destacados, foram incluídos:
XXI – assistir a seus clientes investigados durante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interrogatório ou depoimento e, subsequentemente, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusive, no curso da respectiva apuração:
a) apresentar razões e quesitos;
 
Por fim, os parágrafos 10, 11 e 12, que completam o sentido da Lei, garantindo não só maior proteção aos acusados, como também segurança às investigações. Vejamos:
“§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o advogado apresentar procuração para o exercício dos direitos de que trata o inciso XIV”.
A apresentação da procuração sempre foi necessária para o acesso aos autos que tramitam sob segredo de Justiça, seja na esfera judicial, administrativa ou policial. A regra só ratifica a necessidade de que o advogado comprove o vínculo com o cliente investigado.
A segunda trata da sociedade de advogados, uso de nome de fantasia e participação de não advogados em seus quadros.
Nesse sentido, a lei 13.247, em seu art. 2º, alterou a redação dos artigos 15, 16 e 17 da Lei no 8.906, de 4 de julho de 1994 – Estatuto da Advocacia.
6. CONCLUSÃO
 
Conclui que é de fundamental importância uma organização de classe regular o exercício de sua categoria essencialmente para a proteção da própria classe. Ela só não pode criar um corporativismo ou uma elitização da profissão impondo requisitos abusivos para o ingresso na advocacia. O Conselho de Ética é outro órgão que nos parece muito vulnerável quando apenas pune casos extremamente danosos mais para a dignidade ou a “imagem” da advocacia do que para o próprio cliente lesado. Criar um Estatuto orientador e regulador é verdadeiramenteproveitoso para a fluência da justiça, contudo ele aplicado a realidade brasileira e, sobretudo aos brasileiros da cultura do “jeitinho pra tudo” fica difícil extrair a verdadeira intenção do Conselho Federal em impor normas de ética e disciplina.
 Todavia, há que se acreditar na realização de uma atividade postulatória exercida com higidez e idoneidade, não se podendo deixar que alguns maus exemplos sirvam de degeneração à imagem de toda uma classe. O advogado, como muito ressaltado, é essencial à justiça, não se podendo chegar a esta sem a sua participação. Pautando-se sempre pelos ditames da Ética e da moralidade, o causídico conseguirá alcançar o objetivo de harmonização gradual da sociedade e, mantendo-se na busca por ora utópica do fim da litigiosidade, objetivando um corpo social no qual as desigualdades não sejam tão revoltantes.
 
7. REFERÊNCIA 
Alteração no Estatuto da OAB gera impactos relevantes. Disponível em: < http://emporiododireito.com.br/alteracao-no-estatuto-da-oab-gera-impactos-relevantes-confira/>. Acesso em: 26 junho 2016.
Lei 13.245/2016. Disponível em: <http://www.oabdeprimeira.com.br/como-passar-na-oab-2/dicas-da-laurady/lei-13-2452016-altera-o-estatuto-da-advocacia/>. Acesso em: 25 junho 2016.
Lôbo. Paulo Luiz Netto. 1949 - Comentários ao Estatuto da Advocacia e da OAB / Paulo Luiz Netto Lôbo. – 3. ed. rev. e atual. – São Paulo : Saraiva. 2002.

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