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SÍNTESE TEXTUAL Mello e Barroso (2011), discutem a atuação do Tribunal de Ética e Disciplina da OAB-RJ, analisando a dualidade existente no órgão, na qual precisa ser ao mesmo tempo entidade de classe e órgão político. Partindo de uma metodologia qualitativa, os autores analisam as infrações mais comuns cometidas pelos advogados, para posteriormente avaliarem a postura da OAB-RJ enquanto entidade política. Ao analisar-se a OAB, é importante entender a importância dos profissionais que por ela são representados, frise-se, os advogados. Apesar do aumento de profissionais inscritos na OAB, o exercício da advocacia não perde sua relevância, doravante, o art. 133 da Constituição Federal de 1988 dispõe que o advogado é indispensável para a administração da justiça, visto que não existe democracia ou preservação de direitos sem a figura do advogado. Por isso, a existência de um órgão regulamentador é essencial, pois a postura dos profissionais tutelados pela OAB deve ser exemplar. Nesse sentido, a fim de estabelecer quais condutas e regras devem ser seguidas, cria-se o Código de Ética. Aqui destaca-se que apesar de ser comum a todas as profissões, o Código de Ética da OAB se diferencia das demais pelo seu caráter punitivo. Antes da existência da OAB, havia o primeiro Código de Ética Profissional dos advogados, criado em 1921 pelo Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP), no entanto, este código traçava apenas orientações, sem sanções caso não houvesse postura moral adequada. Sendo assim, o Código de Ética posterior se destaca por trazer as referidas penitências, induzindo o advogado a andar de acordo com os bons costumes advocatícios, sem lesar a população a qual se destina. A partir disso, o Código de Ética da OAB dispõe sobre os processos disciplinares, cuja competência para instauração é do respectivo Tribunal de Ética e Disciplina (TED), que atua por meio de cada Conselho Seccional. Outrossim, existem na OAB, dois tipos de processos: 1) a apuração da conduta do advogado, e 1 caso seja necessário, a aplicação de sanções; 2) o estabelecimento do processo administrativo, para abordarem questões administrativas. Como efeito, o Código de Ética aplica 4 tipos de sanções trazidas pelo Estatuto: censura, suspensão, exclusão e multa. Para aplicação das penalidades e instauração dos processos disciplinares, os Tribunais de Ética do País são disciplinados pelo Conselho Federal da OAB, para que tenham uma aplicação uníssona com os princípios norteadores da instituição, no entanto, cada tribunal nos demais estados possuem autonomia para criar e estabelecer os processos. Aqui, destaca-se a seccional do Rio de Janeiro da OAB, composta por 5 turmas de julgamento, cada qual com um presidente e um total de 12 membros, os quais trabalham remuneradamente, desde que compareçam no mínimo a quatro sessões mensais. Ante ao exposto, para aferir os dados apresentados no artigo, os referidos autores, realizaram um levantamento dos processos demandados entre 1996 e 2008, em um total de 15.453 processos, colhidos pois, dados estatísticos e relatos dos colaboradores da OAB. Nesse diapasão, na análise sumária dos processos, em relação ao aumento dos profissionais, observa-se uma diminuição na abertura dos processos, embora relativamente alto o número de ativos, não vislumbram um grande percentual haja vista a quantidade de profissionais inscritos. Além disso, apesar do avanço tecnológico, observa-se que entre o período de análise e julgamento dos processos administrativos, o tempo médio de sua duração não apresenta progresso em relação aos anos anteriores, assim como na análise do TED, igualmente não acompanharam a evolução, o que abre margem para crítica da atuação do próprio Tribunal. Destarte, percebe-se que a Ordem, possui papel fundamental no contexto político nacional, visto que mostrou-se essencial no processo de redemocratização do país. Entretanto, para manter êxito no contexto político, é necessário uma postura exímia em relação ao exercício de sua função classista e fiscalizadora dos profissionais por ela representados. 2 Como mencionado alhures, a OAB apresenta uma múltiplas funções, ao passo que exerce uma função regulamentadora da profissão dos advogados, e estabelece padrões éticos para o exercício da profissão na manutenção dos níveis de qualificação dos profissionais, também é uma instituição política que atua na defesa do Estado Democrático, portanto, o dever de garantir os aspectos honrosos não é apenas um aspecto colateral do órgão, mas sim, um dever institucional. Assim sendo, o artigo demonstra que a análise e regulamentação dos processos administrativos, na fiscalização de seus membros, não têm-se mostrado eficazes. Isto porque, mesmo com as ferramentas disponíveis para o órgão, aquilo que mais se critica no sistema judiciário, é a morosidade em exercer e aplicar a justiça. Portanto, apesar de ser um órgão fundamental para a sociedade, nos aspectos políticos e judiciários, a OAB se mostra falha ao atuar nas análises aos processos abertos dentro da instituição, concomitantemente, para exercer-se uma influência externa e relevante, é necessário haver uma estruturação interna, pois não há como exigir celeridade e presteza de outras instituições com falhas nos próprios eixos estruturais de qualidade. Bibliografia: MELLO, Marcelo Pereira de; BARROSO, Márcia Regina C. Profissão e corporação: Limites éticos da atuação do advogado. Sociologias, n. 28, p. 346–369, 2011. INTEGRANTES DO GRUPO: 1- DIOGO IGOR MOREIRA ALVES 2- MARIANA LINHARES MUSGO 3- JAQUELINE SANTANA SANTOS 4- LAILA DE MORAES GEA MARTINS 5- MATEUS OLIVEIRA SILVA 3
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