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aliment nutrição cães gatos03 1

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Curso de 
Alimentação e Nutrição de 
Cães e Gatos 
 
 
 
 
 
MÓDULO III 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos na Bibliografia Consultada.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
MÓDULO III 
 
Nutrição e Manejo alimentar de cães nas diferentes fases da vida 
 
Nos módulos anteriores estudamos os princípios da nutrição de animais de 
companhia, bem como a energia, os nutrientes e as suas particularidades para cães 
e gatos. No entanto, é preciso ressaltar que a nutrição e alimentação dentro de uma 
mesma espécie, são diferentes, dependendo da etapa fisiológica na qual o animal se 
encontra. Assim, balancear e manejar uma dieta para um cão ou gato filhote é 
distinto de fazê-lo para esses mesmos animais na fase adulta ou na senilidade. 
Falaremos sobre a nutrição e o manejo alimentar de cães e gatos neonatos, 
nas fases de crescimento, manutenção, gestação, lactação e senilidade, além de 
ressaltarmos as particularidades do cão atleta. 
 
Cães e gatos neonatos 
 
As primeiras horas de vida do cão e do gato constituem um dos períodos 
mais críticos do ponto de vista nutricional. Os cuidados nas primeiras 36 horas são 
fundamentais para garantir a sobrevivência dos animais nessa fase. 
Fisiologicamente, cães e gatos neonatos ainda são imaturos e o parto, juntamente 
com as condições ambientais, pode ser estressante. 
 Dessa forma, minimizar as causas de estresse é o principal objetivo do 
manejo de animais recém-nascidos. Dentre as principais particularidades 
fisiológicas nessa fase podemos citar: o controle ineficiente da homeotermia (a 
variação da temperatura corpórea é bastante grande e influenciada pelo ambiente, 
podendo chegar até 29,5ºC nos primeiros dias de vida, o que é bem abaixo do 
observado em um animal adulto- 38,1-39,5ºC); freqüência cardíaca variável nas 
primeiras semanas, quando o coração passa a exercer a função de bombeamento 
do sangue, nutrição e oxigenação de tecidos (o que não ocorria no útero da mãe 
quando a placenta realizava esse trabalho); freqüência respiratória variando de 15-
35 movimentos por minuto; densidade urinária mais baixa devido à reabsorção de 
 
 
 
 
 
113 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
água ineficiente, o que predispõe a desidratação, podendo haver presença de 
pequenas concentrações de proteína devido ao desenvolvimento incompleto da 
capacidade de reabsorção dos túbulos contorcidos; reserva limitada de glicogênio e 
incapacidade da gliconeogênese em suprir as necessidades e sistema nervoso 
imaturo com alterações ou ausência de alguns reflexos. 
O cão é considerado neonato até 6-8 semanas e após esse período passa a 
ser designado por filhote. Durante a fase neonatal, as necessidades nutricionais dos 
animais são normalmente supridas por leite materno. No entanto, em algumas 
condições tais como morte da mãe, incapacidade de produção de leite da cadela, 
mastites, cadelas recebendo medicamentos que serão excretados pelo leite e 
podem prejudicar o desenvolvimento dos filhotes, ninhadas muito grandes e animais 
muito menores do que o restante da ninhada, a alimentação artificial deve ser 
adotada. 
Para realizar o manejo nutricional adequado é importante que se conheça a 
composição do leite da cadela e da gata. Logo após o parto, os mamíferos 
produzem o colostro, que possui uma composição especial e é de vital importância 
na transferência da imunidade passiva ao filhote. 
A maioria dos fatores presentes são proteínas grandes e intactas que 
necessitam ser absorvidas pela mucosa intestinal com o objetivo de conferir 
imunidade aos neonatos. Com o avançar da idade, a possibilidade de absorção 
dessas proteínas em sua forma original vai se perdendo, pois as enzimas passam a 
agir de forma mais eficiente, levando a hidrólise das imunoglobulinas e eliminando a 
sua capacidade de proteção contra agentes infecciosos. O período em que os 
anticorpos de origem materna podem ser absorvidos pela mucosa intestinal dos 
recém-nascidos é curto, estendendo-se até 24 horas após o nascimento do cão ou 
gato. Após esse tempo a proteção via colostro não mais ocorrerá. 
No entanto, além da proteção imunológica, outras funções são conferidas ao 
colostro: a nutrição (é o único alimento ingerido pelo animal nas primeiras horas de 
vida) e a regulação do volume circulatório do animal; assim, uma deficiência no 
consumo pode levar à desidratação, bem como o excesso pode causar diarréias 
osmóticas, que em casos extremos pode levar os recém-nascidos a óbito. Dessa 
 
 
 
 
 
114 
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forma, garantir a ingestão de colostro é primordial para o bom desenvolvimento dos 
animais. 
Com o passar do tempo, a composição dessa primeira secreção láctea vai 
se alterando devido às mudanças nas necessidades dos animais, conforme o 
crescimento avança. De forma geral, o leite é uma emulsão de gordura em água, 
com uma suspensão de micelas de caseína (proteína) e solução de vitaminas, 
minerais, carboidratos e proteínas. A caseína é uma proteína rica em aminoácidos 
essenciais ao desenvolvimento do filhote e está organizada em frações nas micelas, 
ligada ao cálcio e ao fósforo de forma a garantir as necessidades desses minerais 
necessárias ao crescimento; as proteínas do soro incluem a alfa-lactalbumina (que 
faz parte da enzima lactose sintetase, necessária à síntese de lactose), a beta-
lactoglobulina (essas duas são também sintetizadas na glândula mamária), além de 
imunoglobulinas, albuminas (provenientes do soro da cadela ou gata) e uma série de 
enzimas como a fosfatase alcalina, as lipases e proteases; a gordura é composta 
especialmente de triglicerídeos de cadeia média que possuem uma absorção e uma 
digestão mais fácil, essencial para essa fase da vida; o carboidrato presente no leite 
é a lactose, principal fonte de energia nesse período. 
 Além disso, é o componente osmótico da secreção láctea, ou seja, sua 
presença no leite influencia na produção, pois ela atrai água para a glândula 
mamária. É exclusivo do leite e sintetizado na glândula mamária, constituindo-se em 
um dissacarídeo composto por D-glicose e D-galactose. Para sua utilização pelo 
animal é necessária a presença da enzima lactase na luz intestinal e essa 
consideração é bastante importante; vitaminas e outros minerais estão presentes no 
soro e são provenientes da circulação materna. A diferença na composição entre 
colostro e leite da cadela está demonstrada no quadro 13. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 13- Composição em nutrientes do colostro e do leite da cadela 
 Colostro Leite 
Proteínas (%) 4,3 7,53 
Lactose (%) 4,4 3,81 
Gorduras (%)2,4 9,47 
Sólidos totais (%) 12,0 22,7 
Energia bruta (kcal/100g) 64,0 146,0 
Fonte: Case et al. (1998) 
 
Embora a bioquímica do leite seja semelhante em todas as espécies 
mamíferas, é importante ressaltar que a composição varia muito entre elas, 
dependendo de suas exigências nutricionais. 
Alimentar um cão e gato com leite de vaca ou cabra in natura, não é a 
melhor solução porque o leite de vaca compõe-se de aproximadamente 87,5% de 
água, 3,5% de gordura, 3,2% de proteína, 4,9% de lactose e 0,7% de minerais e o 
de cabra possui 88% de água, 3,5% de gordura, 3,1% de proteína, 4,6% de lactose 
e 0,8% de minerais. Se compararmos com a composição do leite da cadela, logo 
notamos que o leite desta é mais concentrado que o das duas espécies citadas, com 
maiores teores de proteína, lipídeos e minerais (sendo 0,25% só de cálcio, contra 
0,12% do leite bovino). 
No entanto, o teor de lactose na secreção láctea da cadela é menor. Assim, 
se fornecermos leite in natura a cãezinhos recém-nascidos, poderá ocorrer uma 
diarréia osmótica, ou seja, não haverá enzima lactase suficiente para digerir a 
lactose no lúmen intestinal. Esse açúcar, em excesso, atrairá água para a região 
luminal, levando a um quadro de diarréia osmótica, que nos neonatos é grave, já 
que eles são susceptíveis a desidratação, conforme mencionado anteriormente. 
A composição do leite das gatas difere dos cães e possui cerca de 8,1% de 
proteína, 5,1% de gordura, 6,9% de lactose e 18,5% de matéria seca. Assim, a 
lactose do leite de vaca para gatos recém-nascidos não é tão problemática quanto 
para cães. No entanto, ainda haverá a deficiência de outros nutrientes, 
especialmente de proteínas. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Dessa forma, neonatos que necessitam de suporte nutricional devem ser 
alimentados com o leite da própria espécie ou com sucedâneos lácteos. O leite de 
cadela pode ser obtido a partir de outro animal que esteja lactando ou através de 
bancos de leite ou de colostro. Isto pode ser conseguido com mais facilidade em 
canis, mas para o proprietário comum é mais difícil. Dessa forma, a utilização de 
substitutivos do leite passa a ser a melhor alternativa. Estes podem ser comerciais 
ou caseiros e ambos apresentam vantagens e desvantagens, como qualquer 
alimento. 
Normalmente, os sucedâneos comerciais (substitutos do leite) apresentam o 
leite em pó de vaca como base, com as correções para atender as necessidades 
dos filhotes nessa fase, com a inclusão de fontes de gordura, proteína (caseína), 
minerais e vitaminas. A seguir, a composição de um sucedâneo comercial para 
gatos disponível no mercado: caseína, gordura animal estabilizada (manteiga 
estabilizada com BHA, um antioxidante sintético que tem como objetivo evitar a 
peroxidação lipídica), leite integral em pó, dextrose, fosfato monocálcico, carbonato 
de cálcio, fibra de acácia, lecitina de soja, cloreto de sódio (sal comum), cloreto de 
potássio, premix vitamínico mineral e probiótico. 
 A utilização desse sucedâneo exige apenas que o proprietário ou criador 
dilua o leite em água quente (como um leite em pó comum para humanos) e 
administre as quantidades previamente calculadas divididas em várias porções 
(cinco a seis) por dia. Sua composição assemelha-se ao do leite da cadela ou gata e 
foram testados exaustivamente pelas empresas que os comercializam. Também 
possui alguns aditivos conhecidos como funcionais tais como o probiótico, que ajuda 
a modular a microflora intestinal, auxiliando na imunidade e na manutenção da boa 
saúde geral do recém-nascido. 
O custo pode ser o fator limitante na aquisição dessas fórmulas. Neste caso, 
existem algumas alternativas caseiras; deve-se atentar para a qualidade dos 
ingredientes (especialmente quanto ao aspecto sanitário) que serão utilizados. 
Também se utiliza leite de vaca como base, com as devidas correções. Os 
inconvenientes dos sucedâneos caseiros, além da questão sanitária, é que a 
variabilidade de composição de ingredientes in natura pode levar a diferenças na 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
composição das preparações, mesmo quando se utiliza as mesmas proporções de 
ingredientes. No entanto, é uma alternativa e deve ser considerada. Abaixo, há um 
exemplo de um sucedâneo caseiro para cães (quadro 14). 
 
Quadro 14 - Fórmula de um sucedâneo caseiro do leite para filhotes de cães 
Ingredientes Quantidade 
Gema de ovo 100 gramas (4 gemas) 
Leite integral 610 ml 
Creme de leite 175 gramas (3 colheres de 
sopa) 
Água 100 ml 
Suplemento mineral vitamínico para cães em 
crescimento 
10 gramas 
Carbonato de cálcio 5 gramas 
Fonte: Saad et al. (2004). 
 
 
Há outras fontes de proteína e gordura disponíveis para a elaboração de 
sucedâneos: a manteiga pode substituir o creme de leite (no entanto ela é de difícil 
homogeneização), o leite de coco pode substituir o creme de leite, a gema de ovo é 
uma boa fonte de proteína e gordura, mas deve-se tomar cuidado com a relação 
invertida Ca:P (0,20% de Ca e 0,80% P, 1:4), lembrando-se de corrigir o cálcio; a 
casca de ovo tostada pode ser usada como fonte de carbonato de cálcio. O 
sucedâneo caseiro deve ser guardado em geladeira, não mais que um dia; ao ser 
fornecido, deve ser aquecido a aproximadamente 37ºC. 
Uma vez que se define qual alimento será administrado, deve-se determinar 
a quantidade que os animais devem receber. Segundo o National Research Council 
(2006), os cães neonatos necessitam de cerca de 25 kcal/100 g peso vivo e os gatos 
de 20-25 kcal/100 g de peso vivo. O leite natural de cadela tem cerca de 1450 
kcal/litro e o de gata 1300 kcal/kg, devendo os sucedâneos possuírem densidade 
energética próxima a essa; se a densidade for menos que 1000 kcal por dia, é 
necessária uma ingestão muito alta para suprir as necessidades, e um consumo em 
excesso pode levar à sobrecarga dos rins que ainda estão em formação. Por outro 
lado, densidades energéticas muito maiores diminuem a quantidade a ser 
 
 
 
 
 
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consumida, o que pode levar a alterações digestivas Assim, um cão que pesa 150 g 
tem uma necessidade energética de 37,5 kcal (25+12,5). Se ele for receber um 
sucedâneo de 1450 kcal deve consumir cerca de 26 ml diários (37,5/1450 = 26). 
O método de alimentação também é extremamente importante. E há duas 
maneiras possíveis: a utilização de mamadeiras e seringas ou a alimentação forçada 
via sonda. O primeiro deve ser feito com o animal na posição vertical e a cabeça 
inclinada para cima e para frente, com o objetivo de reduzir os riscos de aspiração 
do conteúdo que poderia levar à pneumonia. Quando se adota esse método, 
normalmente o animal pára de ingerir espontaneamente o alimento quando o 
estômago está cheio, mas é preciso que se façam os cálculos da quantidade exata 
que o cão ou gato deve consumir para evitar sobrecarga ou subalimentação. A 
sonda nasogástrica pode ser utilizada quando o neonato não ingere o sucedâneo da 
maneira anterior e tem a vantagem de evitar a ocorrência de pneumonia por 
aspiração. Mas é um método que exige conhecimento e que é invasivo devendo 
contar como auxílio de um profissional. 
 Para avaliar se o neonato está recebendo a alimentação adequada, a 
melhor forma é acompanhar o seu desenvolvimento ponderal. As curvas de 
crescimento são dependentes de raça, mas em geral cães apresentam um 
incremento ponderal diário da ordem de 10% do peso até a segunda semana de 
vida (considerando-se um decréscimo nos três primeiros dias devido à restrição 
alimentar) e de 7% a partir da terceira semana de vida. Já os gatos, têm um ganho 
de peso de 7% de seu peso diário até quinze dias, 5% de seu peso de 16-21 dias e 
3% de 22 a 35 dias. Para acompanhar se os recém-nascidos estão se 
desenvolvendo bem, são necessárias pesagens diárias durante as primeiras 
semanas de desenvolvimento e de três a quatro pesagens nas últimas semanas. 
As cadelas amamentam seus filhotes, em geral, por até seis semanas. O 
oferecimento de alimento sólido a eles pode começar com 2½ semanas de idade 
nos mais precoces, mas o ideal é iniciar a partir da quarta semana de lactação. 
Nessa idade, a quantidade e o conteúdo de nutrientes do leite começam a não ser 
mais apropriados. É possível desmamar os filhotes a qualquer estágio da lactação, 
mas isto não é recomendável porque efeitos indesejáveis sobre o comportamento 
 
 
 
 
 
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deles podem ocorrer, levando ao aparecimento de distúrbios comportamentais mais 
tarde. Por sua vez, os gatos devem ser amamentados em geral por 7-9 semanas, 
dependendo do tamanho da ninhada. A adição de alimento sólido pode começar 
com 2½ e deve ser introduzido, no máximo, na quarta semana de lactação. 
Para iniciar a desmama, por volta da quarta semana se faz o fornecimento 
de alimento sólido. Para tanto, pode-se utilizar papinhas pré-desmame comerciais, 
ou utilizar o próprio alimento comercial para filhotes umedecido, formando uma papa. 
A transição do leite para essa dieta semi-sólida deve ser realizada gradualmente de 
forma que após o desmame os cães e gatos possam se alimentar sozinhos. Não se 
deve esquecer que o fornecimento de água nessa etapa também é importante e 
deve ser em torno de 5-6 vezes a matéria seca ingerida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Filhotes em crescimento 
 
Considerações iniciais 
A fase de crescimento é uma das mais exigentes e importantes do ponto de 
vista fisiológico e nutricional. O manejo adequado dos filhotes é fundamental para o 
bom desenvolvimento e a boa saúde dos cães adultos e os primeiros seis meses, 
período em que a taxa de crescimento é mais rápida, é crucial nesse processo. 
O crescimento esquelético é influenciado grandemente por diversos fatores, 
tais como potencial genético do indivíduo (raça e sexo), o meio ambiente e a 
alimentação. 
Os cães, dentre todas as espécies de mamíferos, são os que mais 
apresentam variedade racial, especialmente quanto ao tamanho. As diferenças no 
peso corpóreo podem chegar a mais de 100 vezes quando se compara o Chihuahua 
de um quilo com um São Bernardo de 100 quilos, por exemplo. As grandes 
variações raciais fazem com que as taxas de crescimento sejam diferenciadas, 
havendo um crescimento explosivo de raças grandes e gigantes em relação ao peso 
 
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inicial, nos primeiros seis meses (atingindo cerca de 60-65% do peso adulto em 
raças gigantes e grandes, respectivamente). Esse crescimento se prolonga até 
aproximadamente os 18 meses. Por sua vez, as raças pequenas e médias 
costumam atingir o seu peso maduro por volta dos 10-12 meses. Essas diferenças 
marcantes no desenvolvimento dos cães exigem manejos nutricionais diferenciados, 
dependendo do porte do animal. 
Por sua vez, os gatos, nascem com aproximadamente 100-120 g e com 
cerca de dois meses pesam 500g. Após o desmame seguem crescendo até alcançar 
o peso adulto por volta de 8-12 meses. Diferentemente dos cães, em felinos a 
variedade racial não é grande, sendo atualmente reconhecidas um pouco mais de 60 
raças. Estas, não possuem grande amplitude no peso corporal, sendo que as 
maiores raças pesam um pouco mais de 10 kg e os pesos médios variam de 2-7 kg. 
De qualquer forma, energia e alguns nutrientes como proteína e cálcio são 
críticos no período de crescimento e as necessidades, nessa fase, excedem a de 
qualquer outra, com exceção da lactação. As exigências energéticas aumentam 
especialmente durante a fase de rápido desenvolvimento que se prolonga até 
aproximadamente seis meses de idade. Com a diminuição dessa velocidade as 
exigências vão diminuindo até que o crescimento se complete e as necessidades do 
animal sejam as de manutenção. As proteínas são utilizadas na formação de novos 
tecidos e devem ser de alta qualidade e digestibilidade para que sejam fornecidos 
todos os aminoácidos essenciais. O cálcio, por sua vez, é extremamente importante 
para o crescimento e desenvolvimento ósseo. 
A adoção de um programa nutricional rigoroso é essencial para que se evite 
a subalimentação ou a superalimentação. A subalimentação pode acontecer na 
parcela dos animais que se alimentam de restos de comida (que é bem diferente de 
dieta caseira, conforme veremos no módulo IV). No entanto, com o grande avanço 
nos conhecimentos e a grande disponibilidade de alimentos no mercado de nutrição 
de animais de companhia, a superalimentação é uma realidade. Com a finalidade de 
proporcionar uma dieta de qualidade e que resulte no bom desenvolvimento e na 
saúde de seus animais, muitos proprietários oferecem a eles alimentos comerciais 
associados a suplementos nutricionais. Apesar da boa intenção, esta prática ao 
 
 
 
 
 
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invés de proporcionar melhor nutrição e melhoria à saúde, pode induzir a prejuízos 
futuros e devido às variações no crescimento, os animais de raças grandes e 
gigantes são os mais predispostos à ocorrência de doenças ósseas e articulares. 
 
O crescimento 
 
O tecido ósseo é o primeiro a se desenvolver durante o crescimento e 
desempenha importantes funções no organismo, como armazenamento de minerais, 
hematopoiese, locomoção (sistema de alavancas com músculos e articulações), 
proteção e sustentação dos sistemas corporais. As células constituintes do sistema 
esquelético são os osteoblastos, osteócitos e osteoclastos. Os osteoblastos 
sintetizam a matriz colagenosa, diferenciando-se em osteócitos, após a 
mineralização; os osteoclastos são responsáveis pelo remodelamento do osso. 
O crescimento ósseo ocorre principalmente por ossificação endocondral 
(figura 19), porém, de forma secundária, há também crescimento aposicional. Em 
termos gerais, a cartilagem é inicialmente sintetizada pelos condrócitos e é removida 
para ser então substituída pelo osso. O aparelho de crescimento engloba a região 
que inclui a cartilagem epifisária e o osso esponjoso (trabecular) subjacente da 
metáfise. Essa região pode ser dividida em zonas arbitrárias, designando a 
progressão dos eventos nesse tipo de formação. Na região anterior à epífise, os 
condrócitos formam a matriz cartilaginosa e subseqüentemente começam a se 
multiplicar e a formar colunas separadas umas das outras, por faixas horizontais de 
cartilagem.Na direção vertical, as células são separadas por uma fina cápsula de 
matriz. À medida que o crescimento ocorre, as células mais velhas da cartilagem 
hipertrofiam-se e incorporam reservas de glicogênio. 
Através da atuação desses condrócitos hipertróficos, a matriz intersticial da 
zona de calcificação provisória torna-se mineralizada. Essa cartilagem calcificada 
fornece continuidade estrutural entre a cartilagem epifisária e o osso trabecular 
adjacente, na região metafisária. Depois, ocorre a penetração de vasos sangüíneos 
e de tecido conjuntivo na zona de cartilagem calcificada. O material intersticial não 
calcificado é removido, e as colunas verticais de cartilagem calcificada permanecem. 
 
 
 
 
Acompanhando a invasão do tecido conjuntivo estão as células osteoprogenitoras, 
que se diferenciam em osteoblastos maduros. Tais células participam da formação 
do osso sobre os remanescentes da cartilagem calcificada, apoiando-se na zona 
esponjosa primária. À medida que o osso continua a crescer, a esponjosa primária 
sofre modificação pela remoção da matriz calcificada e substituição pelo osso na 
forma de espículas ósseas, as trabéculas da metáfise. As extremidades inferiores 
das trabéculas, na parte média da metáfise, estão continuamente sendo 
reabsorvidas pelos osteoclastos, que são relativamente numerosos na região. 
Porém, as trabéculas metafisárias, que estão localizadas na periferia e nas 
adjacências da diáfise cortical, incorporam-se à diáfise, à medida que o crescimento 
continua. 
 
 
Figura 19- Esquema de ossificação endocondral. Fonte: Silveira (2005). 
 
 
 
 
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Posteriormente há o desenvolvimento da massa muscular, que com o passar 
do tempo se sobressai em relação à massa óssea. 
Todo esse processo está sob a influência hormonal, dentre os quais se 
destacam o paratormônio, a calcitonina, a vitamina D (envolvidos principalmente na 
biodinâmica de cálcio e fósforo) e o hormônio de crescimento. 
O paratormônio é um polipeptídeo de 84 aminoácidos, sendo o aminoácido 
33 n-terminal um metabólito ativo. Possui um peso molecular de 9500 Da, é 
sintetizado pela paratireóide e sua secreção é regulada em grande parte pelos níveis 
plasmáticos de cálcio. Sua maior ação é sobre os ossos e rins, mas atua 
secundariamente na absorção intestinal de cálcio. Dentre os seus efeitos biológicos 
estão incluídos o estímulo aos osteoclastos, que promovem reabsorção óssea, 
reabsorção de cálcio e excreção de fosfato pelos túbulos renais e estímulo para 
produção de 1,25 diidroxicolecalciferol (metabólito da vitamina D). Esses efeitos são 
obtidos após a ligação do aminoácido terminal da molécula de paratormônio ao seu 
receptor, que pertence à grande família de receptores que contém domínio 
transmembrana e que trabalha a partir da ativação de proteínas G. 
A calcitonina é o principal hormônio responsável pela diminuição das 
concentrações plasmáticas de cálcio. Seu principal mecanismo de ação seria a 
diminuição da reabsorção óssea osteoclástica, pelo aumento na concentração de 
cálcio citosólico que leva à contração dos osteoclastos. No entanto, ela pode ter 
alguns efeitos positivos sobre a excreção renal e efeitos negativos sobre a absorção 
intestinal de cálcio. Sua secreção é estimulada por vários fatores, mas o principal 
deles é a administração oral ou parenteral de cálcio. As células parafoliculares ou 
células C da tireóide parecem ser o seu principal sítio de produção. De acordo com 
a sua estrutura primária, a calcitonina pode ser dividida em três grupos: (1) artiodactil 
(suína, bovina e ovina), (2) o grupo de calcitonina dos humanos e ratos e (3) teleoste 
(salmão). Com 28, 31 e 29 aminoácidos em comum, respectivamente. 
O uso de métodos de biologia molecular permitiu a análise da freqüência da 
calcitonina canina e revelou que ela possui 24,25 e 24 aminoácidos em comum com 
a calcitonina suína, bovina e ovina, respectivamente e homologia de 56% com a de 
humano e a de rato. Em comparação com a calcitonina de outras espécies, a canina 
 
 
 
 
 
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tem baixo potencial biológico, mais provavelmente atribuído à estrutura alfa-
helicoidal na região dos aminoácidos 8-22. A baixa potência biológica da calcitonina 
pode explicar porque são necessárias grandes quantidades de cálcio para causar 
alterações esqueléticas em cães jovens. 
A vitamina D é uma forma não ativa que após se submeter a duas reações 
de hidroxilação forma seu composto biologicamente ativo (1,25 diidroxicolecalciferol) 
com funções esteróides (figura 20). Atua em conjunto com os hormônios 
paratireóideo e com a calcitonina no controle homeostático do cálcio e do fósforo. 
Assim, os tecidos alvo clássicos de 1, 25(OH)2D são aqueles que regulam o status 
mineral. Quando há uma diminuição no cálcio sérico, a glândula paratireóide 
aumenta a secreção de PTH, a qual estimula a 1α, 25-hidroxilase para aumentar a 
síntese de 1α, 25(OH)2D. Esses dois hormônios (PTH e 1α, 25(OH)2D em 
combinação aumentam a reabsorção óssea e restauram a concentração sérica de 
cálcio iônico. Receptores para 1α, 25(OH)2D foram encontrados nos osteoblastos 
mas não nos osteoclastos. Dessa forma é sugerida que a atividade osteoclástica é 
estimulada através dos osteoblastos ou por vias de transdução de sinal não 
genômicas como abertura dos canais de cálcio. A dissolução do osso contribui com 
ambos, cálcio e fósforo para o plasma, mas um aumento no fósforo é regulado por 
seu maior pool e excreção renal induzida por elevados níveis de PTH. 
 
 
 
 
 
Figura 20- Influências hormonais e minerais no metabolismo da vitamina D. Adaptado de Hazewinkel 
et al. (2002). 
 
 
O hormônio de crescimento (GH) é liberado pela hipófise de modo pulsátil e 
atua sobre os órgãos alvo (osso, cartilagem, músculo, rins e fígado) de modo direto 
e indireto, através das somatomedinas. O disco epifisário é extremamente sensível 
ao GH e sua secreção aumenta a atividade mitótica com proeminente atividade 
osteoblástica. Embora o GH possua meia vida curta, as somatomedinas têm uma 
meia vida maior. Esse hormônio está envolvido na grande variedade de tamanhos e 
formas (diferentes raças) encontradas na espécie canina. Segundo Favier et al. 
(2001) as diferenças entre o peso corpóreo entre animais médios e gigantes estão 
associados com diferenças na liberação de GH em animais jovens e não a 
diferenças na concentração de IGF-I ou IGF-2 circulantes. 
Tanto em Dogue alemão quanto em Beagle há um período de 
hipersomatotropismo juvenil. A relativa longa permanência desta liberação em cães 
de raças gigantes pode ser o atraso na maturação dos mecanismos que inibem a 
 
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secreção de GH. Assim, as diferenças entre os tamanhos estariam relacionadas ao 
tempo mais prolongado de secreção do hormônio de crescimento nas raças grandes 
e gigantes. 
Devido à ação desse hormônio temos diferentes tamanhos raciais e distintas 
curvas de crescimento (figura 21). Assim, cães de raças pequenas e médias 
completam o seu desenvolvimento mais precocemente, mas o seu peso final não 
aumenta tanto emrelação ao seu peso de nascimento, quando comparados com os 
animais de maior porte. Por esse motivo, a nutrição entre as raças maiores e 
menores deve ser diferenciada e as conseqüências de uma má nutrição 
normalmente são mais sérias nos animais gigantes. 
 
 
 
Figura 21- Curva média de crescimento de doze raças de cães. Mastife Inglês (-X-), São 
Bernardo (●), Irish Wolfhound (----), Dogue Alemão (▲), Terra Nova (+), Labrador Retrivier (), 
Beagle (■), Springer Spaniel Inglês (■ ■ ■), Cocker Spaniel Inglês (■■), Schnauzer miniatura (●●●), 
Cairn Terrier (-X), Papilon (----). Fonte: Hawthorne et al. (2004). 
 
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Além da curva de crescimento, a capacidade do sistema digestório de 
animais de raças grandes e gigantes é diferenciada. O tamanho relativo do trato 
gastrointestinal de cães de grande porte é menor do que nos pequenos sendo que o 
intestino equivale a cerca de 3-4% do peso corporal nos primeiros e 6-7% nos 
outros. No entanto, o tempo de trânsito é maior nas raças grandes (cerca de 43,2 x 
22,9 horas), sendo que a permanência no cólon representa cerca de 80-90% do 
período total. Isso estimula o desenvolvimento da microflora intestinal com a 
produção de ácidos graxos voláteis que aumentam a osmolaridade e reduzem a 
absorção de água, gerando fezes mais moles. 
 É extremamente importante também ressaltar que o consumo de alimento 
por quilo de peso vivo diminui à medida que o tamanho do cão aumenta. Enquanto 
um poodle miniatura de 35 semanas consome cerca de 34,4 g de alimento/kg de 
peso vivo, um dogue alemão com a mesma idade ingere cerca de 18,6 g. 
 
Necessidades energéticas e de nutrientes 
 
As exigências energéticas são extremamente importantes nessa fase. 
Embora a deficiência de energia possa levar ao retardo de crescimento, impedindo a 
máxima expressão do potencial genético do animal, o excesso pode ser tão ou mais 
prejudicial, especialmente nos cães de raças maiores. A edição atual do National 
Research Council trabalha num modelo fatorial em que se consideram as 
necessidades de manutenção somadas às exigências de crescimento, estas 
baseadas em um modelo matemático não linear. 
Esses modelos matemáticos, desenvolvidos empiricamente para relacionar 
peso e idade, têm-se mostrado adequados para descrever a curva de crescimento, 
permitindo que conjuntos de informações em séries de peso por idade, sejam 
condensados num pequeno número de parâmetros, facilitando a interpretação e o 
entendimento do fenômeno. No momento, as exigências energéticas de um 
indivíduo não podem ser mais que uma suposição e podem facilmente variar em 
 
 
 
 
 
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relação às reais exigências, em até 50%. As novas fórmulas do NRC (2006) para 
filhotes de cães e gatos estão demonstradas nos quadros 15 e 16. 
 
Quadro 15 - Energia metabolizável diária para cães em crescimento após 
desmamea,b 
 
 EM (kcal) = Energia de manutenção x 3,2 x [e(-0,87p)-0,1] 
 EM(kcal)= 130 x PVa 0,75 x 3,2 x [e(-0,87p)-0,1] 
Onde: p= PVa/PVm
PVa = peso do filhote no momento da avaliação (kg) 
PVm= expectativa de peso adulto (kg) 
e= base de log natural ≈ 2,718 
Exemplo: Filhote de labrador com 16 semanas de idade, 17 kg e expectativa de peso 
adulto de 25 kg. 
EM (kcal)= 130 x 17 0,75 x 3,2x [e(-0,87 x 17/35)-0,1 = 1934 kcal/dia 
a Esta tabela se refere as necessidades de cães filhotes após o desmame. Cães neonatos 
necessitam de aproximadamente 25 kcal/100 g (Kienzle et al., 1985). b As exigências energéticas de 
manutenção de cães inativos, tais como cães de companhia sem acesso ou estímulo ao exercício 
podem ser 10-20% mais baixas, e as de animais muito ativos como os Dogue alemães, em canis, 
podem ser maiores. Fonte: NRC (2006). 
 
 
Quadro 16- Energia metabolizável diária para gatos em crescimento após desmame 
 
 EM (kcal) = Energia de manutenção x 6,7 x [e(-0,189p)-0,66] 
 EM(kcal)= 100 x PVa 0,67 x 6,7 x [e(-0,189p )-0,66] 
Onde: p= PVa/PVm
PVa = peso do filhote no momento da avaliação (kg) 
PVm= expectativa de peso adulto (kg) 
e = base de log natural ≈ 2,718 
Exemplo: Filhote de gato com 1 kg e expectativa de peso adulto de 4 kg. 
EM (kcal)= 100 x 1 0,67 x 6,7 x [e(-0,189 x 1/4 )-0,66] = 198 kcal/dia 
Fonte: NRC (2006). 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Deve-se ter em mente que a alimentação na fase de crescimento deve ser 
controlada com o objetivo de evitar o desenvolvimento de obesidade juvenil, mais 
difícil de ser tratada. Além disso, o excesso de energia nos cães grandes tem sido 
associado a uma série de doenças esqueléticas, tais como 
osteocondrites,osteocondroses e displasias. Num estudo realizado por Kealy et al. 
(2000) com 48 cães das raças Labrador Retriever divididos em dois grupos, o 
controle (com alimentação restrita em 25%) e o grupo ad libitum, constatou-se que a 
prevalência e a severidade da osteoartrite em diversas articulações foram menores 
nos cães com restrição alimentar do que em cães do grupo controle. 
Dämmrich (1991) também concluiu que a superalimentação é um dos fatores 
mais importantes no desenvolvimento das osteocondroses, já que o excesso de 
ingestão de alimentos pode promover um aumento da massa muscular e peso maior 
do que as superfícies articulares são capazes de suportar. A supernutrição 
(administração à vontade) pode promover um aumento na velocidade de 
crescimento e a combinação entre crescimento esquelético rápido e 
desenvolvimento muscular proeminente leva à concentração de forças biomecânicas 
na superfície articular, onde elas são estruturalmente fracas. Assim, nos cães 
grandes, de crescimento rápido, esta combinação aumenta não só o 
desenvolvimento da doença, mas também o agravamento da severidade de lesões 
presentes. 
As necessidades protéicas nessa fase são mais elevadas que a de animais 
adultos, porque além de suprir as exigências de manutenção, requerem proteínas 
para o desenvolvimento de tecidos associados ao crescimento. Estas devem ser de 
alta digestibilidade e elevado valor biológico. Sua relação com a energia é 
importante devido ao intenso anabolismo, sendo necessário que ela corresponda, no 
mínimo, a 22% da energia metabolizável em cães e 26,25% em gatos, ou seja, da 
energia fornecida ao animal por carboidratos, lipídeos e vitaminas essa é a 
porcentagem mínima que cabe à proteína. 
Segundo a AAFCO (2007) deve-se fornecer no mínimo 22% de proteína na 
matéria seca de dieta contendo 3500 kcal para cães e 30% na matéria seca de dieta 
contendo 4000 kcal para gatos em crescimento. Quanto aos aminoácidos, as 
 
 
 
 
 
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exigências mínimas para cães filhotes são arginina, 0,62%; histidina, 0,22%; 
isoleucina, 0,45%; leucina, 0,72%; lisina, 0,77%; metionina-cisteína, 0,53%; 
fenilalanina-tirosina, 0,89%; treonina, 0,58%; triptofano, 0,20%; valina, 0,48%. Para 
gatos, as concentrações mínimas são arginina, 1,25%; histidina, 0,31%; isoleucina, 
0,52%; leucina, 1,25%; lisina, 1,20%; metionina-cisteína,1,10%; metionina, 0,62%; 
fenilalanina-tirosina, 0,88%; fenilalanina, 0,42%; taurina (alimento extrusado), 0,10%; 
taurina (alimento enlatado), 0,20%; treonina, 0,73%; triptofano, 0,25%; valina, 0,62%. 
Quantidades dietéticas de gorduras totais exigidas para o crescimento de 
animais são maiores do que aquelas requeridas para a mantença de adultos, mas 
menores do que o conteúdo de gordura do leite canino. Assim, as necessidades 
para o crescimento encontram-se provavelmente entre os perfis de nutrientes do 
leite e do necessário para a mantença. Para cães, recomenda-se cerca 8,5% da 
matéria seca (MS) (18% EM) em gordura. 
Para ácidos graxos, uma estimativa de ingestão de ácido linoléico (LA) de 
1,3% da MS e de 0,08% da MS de ácido linolênico (ALA) seria adequada, com 
relação LA:ALA de 16,3. Para o ácido docosahexaenóico (DHA), a ingestão 
adequada parece ser entre 0,03 a 0,05% da MS. Já para eicosapentaenóico (EPA) 
as exigências são menores e não devem exceder mais que 0,03% da MS. A AAFCO 
(2007) recomenda um mínimo de 8% de gordura e de 1% de ácido linoléico. 
Para gatos, o NRC recomenda 9% de gordura total, 0,55% de ácido 
linoléico, 0,02% de alfa-linolênico, 0,02% de araquidônico, 0,01% de 
docosahexaenóico e 0,01% de eicosapentaenóico por quilo de dieta contendo 4000 
kcal/kg. Os perfis da AAFCO indicam 9,0% de gordura, 0,5% de ácido linoléico e 
0,02% de ácido araquidônico por quilo de dieta contendo 4000 kcal. Não há 
indicações para DHA e EPA nas tabelas da AAFCO. 
Segundo o NRC (2006), as necessidades de cálcio para cães após o 
desmame são de 1,2% na matéria seca de dieta contendo 4000 kcal/kg, com nível 
máximo de 1,8%. Quanto à AAFCO (2007), é de 1,0% na matéria seca de dieta 
contendo 3500 Kcal, com um limite máximo de 2,5%. Para o fósforo, as 
recomendações são de 1,0%, segundo o NRC (2006) e 0,8%, segundo a AAFCO, 
sendo que a AAFCO estabelece um limite máximo de 1,6%. Ainda segundo a 
 
 
 
 
 
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AAFCO, a relação cálcio e fósforo, mínima, deve ser de 1:1, com máximo de 2:1. Já 
gatos necessitam de 0,8% e 1,0% de cálcio na matéria seca de dieta contendo 4000 
kcal/kg, segundo o NRC (2006) e a AAFCO (2007), respectivamente. Para o fósforo, 
as recomendações são de 0,72% segundo o NRC (2006) e 0,8%, segundo a 
AAFCO. Não há níveis máximos estabelecidos para felinos em nenhum dos dois 
boletins. 
O cálcio e o fósforo são minerais importantes durante a fase de crescimento. 
Para permitir um crescimento ótimo dos ossos, a sua ingestão deve ser 
cuidadosamente controlada, particularmente nos cães de raças grandes e gigantes. 
O intervalo de tempo mais crítico situa-se entre o desmame e cinco meses. Um teor 
inadequado nessa fase prejudica o crescimento ósseo e aumenta o risco de 
distúrbios do crescimento (Martin, 2004). A relação cálcio-fósforo também é 
extremamente importante. Dietas com alta concentração de fósforo causam 
mudanças bioquímicas que incluem a diminuição do fósforo plasmático, o aumento 
da fosfatase alcalina e da hidroxiprolina urinária total, nefrocalcinose, diminuição do 
cálcio urinário e redução da densidade óssea no fêmur (Schaafsma e Visser, 1980). 
Diversos autores têm relatado a influência de altos níveis desse mineral. 
Numa extensa revisão realizada pelo National Research Council há uma listagem de 
trabalhos clássicos. Hedhammar et al. (1974) citados por National Research Council 
(2006) descrevem que se alimentando à vontade, por um ano, filhotes de Dogue 
Alemão com dietas contendo 20,4g de Ca/Kg (5,2g por 1.000Kcal de EM) 
desenvolveram-se mudanças clinicas e patológicas esqueléticas incluindo 
osteocondrose, diminuição do turnover dos ossos e aumento do índice de minerais, 
comparado a animais alimentados de forma restrita. Hazenwinkel et al. (1985), 
citados por National Research Council (2006), verificaram que dieta contendo 33g de 
Ca/Kg na base da MS causou osteocondrose, curvatura do osso rádio e retardo no 
crescimento. 
Hazewinkel et al. (1991) demonstraram diminuição da porcentagem da 
absorção intestinal de Ca, aumento da absorção de Ca total, diminuição das taxas 
de turnover dos ossos e uma mudança similar patológica em Dogue Alemão em 
crescimento, alimentado com dietas contendo 8,9g de Ca por 1.000Kcal de EM, 33g 
 
 
 
 
 
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de Ca/Kg de dieta com 3.700Kcal de EM/Kg na base da MS. Nap et al. (1993) 
alimentando filhotes de Poodle Miniatura com dietas similares, causou mudanças 
metabólicas parecidas com as alterações vistas em cães de raças gigantes; no 
entanto, não foram observadas anormalidades esqueléticas significativas. 
Goodman et al. (1998), citados por National Research Council (2006), e 
Lauten e Goodman (1998), citados por National Research Council (2006), também 
relataram conformações inadequadas e lesões esqueléticas em filhotes de Dogue 
Alemão alimentados com dietas contendo 6,8g de Ca por 1.000Kcal de EM. Já 
Slater et al. (1992), encontraram que dietas com concentrações de Ca > que 3,6g 
por 1.000Kcal de EM estão associadas ao aumento do risco de osteocondrites. 
Assim, os excessos de cálcio dietético têm mostrado ser causa de anormalidades 
ósseas em cães em crescimento. No entanto, esses efeitos parecem restritos a 
filhotes de raças grandes e gigantes. 
Quanto às doenças carenciais, o hiperparatireoidimso nutricional secundário 
foi um problema significativo em filhotes de cães, até o último terço do século XX. 
Nesta patologia, níveis reduzidos de cálcio causados pela baixa biodisponibilidade 
ou redução na absorção intestinal, muitas vezes aliada a concentrações normais a 
elevadas de fósforo, ativam o PTH a realizar a reabsorção osteoclástica óssea, 
reabsorção renal de cálcio e excreção de fosfato com produção mais ativa da 
vitamina D. Com a intensa reabsorção, más formações esqueléticas com 
predisposição a fratura são observadas e em alguns casos, podem ser fatais. 
Atualmente esse quadro é menos comum em clínicas veterinárias, mas não 
podemos esquecê-lo, pois sabemos que ainda há uma parcela relativamente grande 
da população canina e felina que não tem acesso a dietas balanceadas. 
 Duas vitaminas exercem efeitos importantes sobre o esqueleto, A e D. A 
vitamina A parece estar associada à atividade de osteoclastos e de osteoblastos na 
cartilagem epitelial e à divisão e manutenção das membranas celulares mediante a 
síntese de glicoproteínas. Ela estaria envolvida nos processos de regeneração e sua 
deficiência pode causar herniação, distorção e degeneração de nervos, por 
alterações na passagem dos nervos pelos ossos. A vitamina D foi extensamente 
 
 
 
 
 
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revisada no módulo anterior e seu papel estaria associado à absorção ativa do 
cálcio, a partir da participação na síntese da proteína ligante de cálcio (a calbindina). 
Do ponto de vista nutricional, a fase de crescimento é uma das mais críticas 
e as medidas adotadas durante esta etapa se refletirão no desempenho e na 
conformação do animal adulto. O fornecimento de dieta equilibrada e de manejo 
adequado é fundamental para a obtenção de resultados positivos e manutenção da 
saúde do filhote. 
Muito tem sido discutido sobre o fornecimento de energia, proteína e cálcio, 
já que esses elementos são pontos de destaque na nutrição durante essa fase. O 
fornecimentode alimentações controladas, baseadas nas necessidades energéticas 
dos animais parece ser uma medida importante para evitar a aceleração da taxa de 
crescimento e o sobrepeso que podem ter conseqüências graves, com o 
aparecimento de uma série de doenças ósseas. 
A proteína é necessária para o bom desenvolvimento; quantidades 
superiores às recomendadas pela AAFCO não parecem ter efeitos deletérios sobre o 
esqueleto. Fontes de elevado valor biológico e alta digestibilidade são essenciais 
para proporcionar o crescimento adequado aos filhotes. Dentre todos os pontos 
críticos, o cálcio é o mais preocupante. Além das quantidades presentes nos 
alimentos comerciais, a suplementação realizada por muitos proprietários e 
criadores, predispõe a distúrbios esqueléticos graves em animais de raças grandes e 
gigantes. Cabe ao profissional da nutrição de pequenos animais orientar 
proprietários, criadores e colegas, que maximizar a taxa de crescimento não é 
proporcionar o desenvolvimento adequado e saudável. E de que excessos podem 
ser tão ou mais prejudiciais do que a própria deficiência. 
Em relação ao manejo alimentar, é importante ressaltar que a alimentação 
deve ser controlada nesta fase, especialmente para cães de raças grandes e 
gigantes que devem receber a quantidade necessária para suprir as suas 
necessidades, em duas ou mais refeições diárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Animais em reprodução, gestação e lactação 
 
A seleção dos animais para cruzamento deve incluir o controle de qualquer 
defeito ou anomalia que possa ser transmitida geneticamente. Todos os animais 
devem ser submetidos a uma avaliação concreta de seu temperamento, estrutura e 
saúde, antes de serem admitidos num programa de reprodução. Diversas provas de 
funcionalidade e morfologia corporal podem ser utilizadas para avaliá-los e compará-
los, a fim de estabelecer os padrões de cruzamento. Uma vez escolhido o cão ou o 
gato que será utilizado como reprodutor, deve-se fazer um exame físico completo, 
incluindo exames coproparasitológicos, com desverminação e aplicação de vacinas 
necessárias. Assim, antes do cruzamento, os animais devem estar em excelente 
estado físico e adequadas condições de saúde. 
Os cuidados com a alimentação de animais reprodutores devem começar 
antes mesmo da cobertura. Eles precisam apresentar peso compatível com a raça e 
escore de condição corporal entre 4 e 5 na escala de 1 a 9 (Tabela 1). 
Subalimentação, desnutrição ou obesidade apresentarão impacto negativo sobre a 
função reprodutiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1 – Sistema de Escore de Condição Corporal 
 
Fonte: National Research Council (2006) 
 
 
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Em relação às necessidades energéticas, pode-se dizer que as exigências 
de manutenção constituem a maior parte, variando de 60-90% e os ligados à cópula 
e à gametogênese variam entre 3,5-5,0%. Assim, a atividade reprodutiva não 
justifica a adoção de níveis energéticos muito elevados, pois as necessidades 
praticamente mantêm-se inalteradas. Ao contrário, essa prática pode levar ao 
excesso de peso que afeta diretamente as gônadas e a habilidade de copular dos 
animais, além de ser causa de envelhecimento precoce. 
Em fêmeas, a obesidade pode aumentar a concentração plasmática da 
leptina, que é secretada pelos adipócitos, e interferir no metabolismo da insulina, 
alterando a fisiologia neuroendócrina. Além disso, o acúmulo de tecido adiposo nos 
ovários provoca uma redução funcional direta na produção de hormônios e gametas. 
No entanto, um aumento na ingestão de alimentos na fase do proestro poderia ser 
responsável por um incremento na taxa de ovulação, mediado pela ação da insulina. 
No entanto, esse efeito flushing conhecido em outras espécies, precisa ser mais 
bem avaliado em cadelas. 
Por outro lado, a restrição inadequada pode culminar em deficiências para 
as atividades metabólicas e para a síntese de hormônios esteroidais, normalmente 
sinalizados pela baixa insulinemia e diminuição da produção dos hormônios sexuais. 
A hipoinsulinemia suprime o estímulo à ovulação e a baixa concentração de 
esteróides leva à produção de opióides endógenos, como o neuropeptídeo Y que 
inibe o estímulo noradrenérgico na modulação neuronal de GnRH e supressão da 
pulsatilidade de LH. 
Na gestação, as necessidades energéticas não são maiores que a de 
manutenção, até o terço final que ocorre por volta do quadragésimo dia, quando os 
filhotes começam a ganhar mais peso e necessitam de mais energia para a 
construção tecidual. Segundo o NRC (2006), em cadelas as necessidades seriam de 
26 kcal/kg PV da cadela, mais a energia de manutenção. Assim, usando a média 
das exigências energéticas de um cão de canil (130 kcal/kg PV0,75) como ponto de 
partida, as exigências energéticas de uma cadela gestante aumentam em 
aproximadamente 130% ou 160%, considerando-se animais de 5 e 60 kg, 
respectivamente e conforme demonstrado no quadro 17. 
 
 
 
 
 
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Quadro 17- Necessidades energéticas de cadelas no terço final de gestação 
Cálculo das necessidades energéticas para cadela de 5 kg a partir do 40º 
dia de gestação 
 
Energia para a manutenção da cadela =130 x 50,75 = 434 kcal/dia 
Energia adicional para crescimento dos filhotes = 26 x 5 = 130 kcal/dia 
 
Exigências = Emanutenção + Energia gestação =434+ 130 = 564 kcal/dia= 
aumento de 30% 
 
 
 
Cálculo das necessidades energéticas para cadela de 60 kg a partir do 40º 
dia de gestação 
 
 
Energia para a manutenção da cadela =130 x 600,75 = 2803 kcal/dia 
Energia adicional para crescimento dos filhotes = 26 x60 = 1560 kcal/dia 
 
Exigências = Emanutenção + Energia gestação =2802+ 1560 = 4363 kcal/dia= 
aumento de 56% 
 
Fonte: Feliciano et al. (2008). 
 
 
Em gatas, a situação é diferente. Elas tendem a perder peso durante a 
lactação, independentemente da sua dieta. Para uma performance reprodutiva 
satisfatória, o ganho de peso corpóreo na prenhez deve incluir o ganho tecidual na 
preparação para lactação, incluindo fetal, placentário e as renovações. Uma dieta 
para aumentar 40 a 50% do peso (cerca de 140 Kcal/Kg de PV0,67) é indicada a 
partir da segunda semana de gestação. Na gestação, a boa nutrição é o principal 
fator intra-uterino responsável não só pela garantia do bom desenvolvimento fetal, 
como também pela expressão do genoma e das conseqüências ao longo da vida 
dos fetos. 
A lactação é uma das fases mais exigentes do ponto de vista nutricional e as 
necessidades energéticas nessa fase são altas e limitantes. Para os cálculos é 
necessário considerar a produção de leite e o número de filhotes. Normalmente, a 
cadela produz cerca de 8% do seu peso vivo em leite, havendo aumento de cerca de 
1% do peso vivo da cadela por filhote na produção, quando a ninhada possui de um 
 
 
 
 
 
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a quatro cães e 0,5% do peso vivo quando o número de filhotesvaria de cinco a oito. 
Acima de oito, o aumento na produção de leite não é significativo. Além disso, o 
estágio de lactação precisa ser observado e, expressa como porcentagem média 
diária de leite produzido, a produção é a seguinte: 75% na primeira semana, 95% na 
segunda, 110% na terceira e 120% na quarta. 
Considerando esses fatores e determinando-se a partir da composição do 
leite que o conteúdo de energia bruta é de cerca de 1,45 kcal/g e que a eficiência na 
produção é de aproximadamente 60%, pode-se determinar pelo método fatorial que 
a necessidade energética das cadelas em lactação é: Energia para mantença 
(normalmente as cadelas cuidando de uma ninhada são consideradas 
moderadamente ativas) = 145x PV0,75+ PV (24m+12n) x L, onde PV= peso vivo da 
cadela, m= 1 a 4 filhotes, n= 5 a 8 filhotes e L é a semana de lactação, conforme 
demonstrado no quadro 18. 
 
Quadro 18- Necessidades energéticas de cadelas em lactação 
 
 Energia para a manutenção da cadela em lactação (Emantenção)=145 x PV0,75 
 Energia necessária para a produção de leite (Eprodleite) = PV x (24n + 12m) x 
L 
 Exigências energéticas para lactação (Elactação) = 
Emanutenção+Eprodleite 
 
Onde= 
 
PV= peso vivo da cadela em kg 
n= número de filhotes entre 1 e 4 
m = número de filhotes entre 5 e 8 (< 5 filhotes m=0) 
L= fator de correção para semana de lactação: semana 1- 0,75; semana 2- 
0,95, semana 3- 1,1; semana 4- 1,2. 
 
Exemplo: 
 
Cadela de 22 kg, 6 filhotes, terceira semana de lactação 
 
Ematuenção= 145 x 220,75= 145x 10,16= 1473 kcal 
Eprodleite = 22 x (24x4 +12 x 2) x 1,1= 2904 kcal 
Elactação= 1473+2904 = 4377 kcal/dia 
Fonte: Feliciano et al. (2008). 
 
 
 
 
 
 
140 
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Já a gata, produz cerca de 1,5-8% de seu peso vivo no pico de lactação, 
sendo que aquelas com um ou dois filhotes normalmente produzem abaixo de 2% 
do peso vivo, as com 3-4 filhotes têm a produção de leite entre 5-6% e um máximo 
de 8% foi observado em gatas com 6 filhotes. Estima-se que essa produção esteja 
distribuída da seguinte forma: 85% na primeira semana, 95% na segunda, 100% na 
terceira e na quarta, e 85,75 e 60% nas semanas 5,6 e 7, respectivamente. 
O cálculo das necessidades segue o mesmo princípio que o de cadelas e é 
baseado no conteúdo de energia gasto para produção de leite e somado às 
exigências de manutenção (100Kcal/Kg de PV0,67). O conteúdo de energia do leite 
das gatas aumenta gradualmente durante a lactação de cerca de 1 para 1,3 kcal/g. 
Para o cálculo fatorial da energia líquida para a produção de leite, as mudanças 
semanais do conteúdo energético e da produção, bem como os efeitos do tamanho 
da ninhada na produção foram consideradas. As perdas foram calculadas 
separadamente para ninhadas pequenas (1-2 gatos), médias (3-4 gatos) e grandes 
(mais que 4 gatos) em cada semana de lactação. Estimou-se a utilização da energia 
metabolizável para produção em cerca de 60 %. 
As perdas de peso durante a lactação, características da gata e citadas 
anteriormente, também foram consideradas nas equações elaboradas pelo NRC. A 
variação individual de uma perda diária de peso de cinco (para ninhadas pequenas) 
a 20 gramas (ninhadas médias e grandes) foi considerada nos cálculos fatoriais. 
Mais tarde, observou-se que a maioria da perda tecidual foi gordura e que esta foi 
utilizada muito eficientemente. Um grama de perda de peso deveria produzir de 7 a 8 
Kcal de energia metabolizável. Em uma gata com 3 Kg de peso vivo, uma perda de 
20 gramas poderia ser traduzida em utilização de 50 Kcal de energia metabolizável 
por Kg de peso vivo sendo utilizada dos estoques (e uma perda de 5 gramas, cerca 
de 12 Kcal/Kg de PV, respectivamente). Para gatas com ninhadas com mais de 4 
filhotes, 50 Kcal/Kg de PV foram subtraídos dos cálculos fatoriais; para gatas com 3 
a 4 somente 40 Kcal/Kg de PV foram subtraídos e para gatas com menos que 3, 
subtrações menores foram feitas porque estas gatas tendem a perder menos peso 
durante a lactação. Os resultados estão demonstrados no exemplo do quadro 19. 
 
 
 
 
 
 
141 
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Quadro 19- Necessidades energéticas de gatas em lactação 
Cálculo das necessidades energéticas para gatas em lactação 
 
 
 
Tamanho da ninhada Exigências energéticas 
 
 <3 Elactação = Emanutenção + 18xPVxL 
 
3- 4 Elactação = Emanutenção + 60xPVxL 
 
>4 Elactação = Emanutenção + 70xPVxL 
 
 
Onde= PV = peso vivo; Emanutenção = 100xPV0,67 e L= fator de correção para 
semana de lactação: 1ª semana: 0,9; 2ª semana: 0,9; 3ª semana: 1,2; 4ª semana: 
1,2; 5ª semana: 1,1; 6ª semana: 1,0; 7ª semana: 0,8. 
 
Exemplo: 
 
Gata de 3,5 kg, 4 filhotes, terceira semana de lactação 
 
Elactação= 100x (3,5)0,67+ (60x3,5x1,2) = 231+252= 483 kcal/dia 
 
 
Proteínas e aminoácidos são fundamentais na nutrição de animais em 
reprodução. O teor protéico e sua composição de aminoácidos podem interferir na 
disponibilidade de precursores e na atividade de hormônios sexuais envolvidos na 
liberação de GnRH, gonadotrofinas, esteróides sexuais e outros hormônios 
importantes para a reprodução. 
A tirosina, por exemplo, é um aminoácido importante na modulação da 
pulsatilidade do LH e a arginina está relacionada com a elevação da concentração 
de espermatozóides no sêmen e aumento da motilidade espermática (Mendes e 
Pinto, 2005). O NRC recomenda no mínimo 20% para cadelas em terço final de 
gestação e lactação e 21,3% e 30% para gatas em terço final de gestação e durante 
a lactação, respectivamente. Já a AAFCO (2007) postula no mínimo 22% para 
cadelas e 30% para gatas em todas as fases da reprodução. Quanto aos 
aminoácidos, o NRC coloca exigências mínimas de 1,0% de arginina, 0,44% de 
 
 
 
 
 
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histidina, 0,71% de isoleucina, 0,31% de metionina, 0,62% de metionina+cistina, 2% 
de leucina, 0,9% de lisina, 0,83% de fenilalanina, 1,23% de fenilalanina+tirosina, 
1,04% de treonina, 0,12% de triptofano e 0,85% de valina por quilo de dieta 
contendo 4000 kcal para cadelas em reprodução. 
Para gatas, as concentrações mínimas são: 1,5% de arginina, 0,43% de 
histidina, 0,77% de isoleucina, 0,5% de metionina, 0,9% de metionina+cistina, 1,8% 
de leucina, 1,1% de lisina, 1,91% de fenilalanina+tirosina, 0,89% de treonina, 0,19% 
de triptofano, 1% de valina e 0,05% de taurina em gatas gestantes e 1,5% de 
arginina, 0,71% de histidina, 1,2% de isoleucina, 0,6% de metionina, 1,04% de 
metionina+cistina, 2,0% de leucina, 1,4% de lisina, 1,91% de fenilalanina+tirosina, 
1,08% de treonina, 0,19% de triptofano, 1,2% de valina e 0,05% de taurina em gatas 
lactantes. Em relação às exigências de aminoácidos, a AAFCO determina tanto para 
cadelas quanto para gatas, as mesmas quantidades necessárias para o 
crescimento. 
A importância da gordura na reprodução está associada à síntese dos 
hormônios esteróides, à função estrutural, além do fornecimento de energia com 
baixo incremento calórico, transporte das vitaminas lipossolúveis e fornecimento de 
ácidos graxos essenciais. Os ácidos graxos essenciais (ômegas 3 e 6) são 
importantes elementos estruturais das membranas celulares, sendo necessáriospara a formação de novos tecidos. Na maioria dos tecidos corporais, os níveis 
desses ácidos graxos não representam mais que 6%, mas no espermatozóide e no 
plasma seminal do cão chegam a cerca de 60% do total de ácidos graxos (sendo 
3,2% ácido linoléico, 6,6% ácido araquidônico, 28,4% de docosapentaenóico e 3,6% 
de docosahexaenóico). 
 A manipulação da dieta para favorecer a elevação do conteúdo de 
docosapentaenóico, associada à elevada proteção antioxidante pode ser 
interessante. Para a lactação, um estudo recente relata que o ácido araquidônico e o 
docosahexaenóico estão presentes no leite da cadela, em quantidades similares 
àquelas em outros mamíferos: 1,22% e 0,7% da gordura total do leite, 
respectivamente. 
 
 
 
 
 
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As exigências dietéticas de gordura são maiores na reprodução, em relação 
à manutenção. A AAFCO (2007) recomenda um mínimo de 8% de gordura para 
animais em reprodução e 5% para animais em manutenção, o que representa um 
aumento de 60% nas necessidades. Quanto aos ácidos graxos, o NRC (2006) 
recomenda no mínimo 1,3% de ácido linoléico, 0,08% de alfa-linolênico e 0,05% de 
eicosapentaenóico+docosahexaenóico para cadelas. Já para gatas, são necessários 
0,55% de ácido linoléico, 0,02% de alfa-linolênico, 0,02% de ácido araquidônico e 
0,01% de eicosapentaenóico + docosahexaenóico. A AAFCO possui 
recomendações apenas de 1,0% de ácido linoléico para cães e de 0,5% de linoléico 
e 0,02% de araquidônico para gatos em reprodução. 
Com relação aos carboidratos, embora estes não sejam dieteticamente 
essenciais, deve-se considerar que há uma essencialidade metabólica de glicose. 
Como o feto utiliza exclusivamente glicose como fonte energética, a presença de 
carboidratos é fundamental ao bom desenvolvimento do feto durante a prenhez. 
Por sua vez, vitaminas e minerais têm uma participação extremamente 
importante na reprodução e por serem co-fatores metabólicos colaboram para a 
otimização do processo reprodutivo e para a viabilidade pré e pós-natal dos filhotes. 
Durante a gestação, por exemplo, diferentes vias metabólicas são alteradas levando 
a um maior consumo de oxigênio e a modificações que resultam no consumo de 
substratos energéticos, com maior exposição ao estresse oxidativo. 
Assim, a suplementação de nutrientes com funções antioxidantes pode ser 
benéfica. As necessidades mínimas de minerais para cães e gatos em reprodução, 
segundo a AAFCO (2007) são: 1,0% de cálcio, 0,8% de fósforo, 0,6% de potássio, 
0,3 e 0,2% de sódio, 0,45 e 0,3% de cloro, 0,04 e 0,08% de magnésio, 80 ppm de 
ferro, 7,3 e 5 ppm de cobre, 1,5 e 0,35 ppm de iodo, 120 e 75 ppm de zinco, 5 e 7,5 
ppm de manganês, 0,11 e 0,1 ppm de selênio. Alguns desses minerais, como o 
selênio, por sua ação antioxidante, têm sido especialmente estudados devido aos 
seus efeitos especialmente sobre a qualidade espermática, manutenção da 
integridade folicular e testicular, desenvolvimento folicular normal, entre outros. 
Em relação às vitaminas, E, A e C também por exercerem ações 
antioxidantes, têm sido particularmente estudadas. Em um trabalho realizado por 
 
 
 
 
 
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Hatamoto (2004) avaliando os efeitos do estresse e da suplementação de vitamina E 
sobre as características seminais de cães da raça Rotweiller, observou-se que a 
vitamina E atuou sobre a porcentagem de defeitos maiores, sobre a porcentagem de 
células com membrana acrossomal íntegra e sobre a viabilidade espermática; 
também atenuou os efeitos negativos do estresse sobre o sêmen dos cães. 
O ácido fólico é outra vitamina importante para a reprodução, 
particularmente para a gestação, pois está relacionado à síntese de purinas e 
pirimidinas e é essencial para a boa divisão dos tecidos de alta replicação. Sua 
deficiência causa anemia megaloblástica e suas exigências são maiores durante 
esse período. As exigências para cadelas em reprodução, segundo o NRC (2006), 
são 5050 UI de vitamina A, 13, 8 mg de vitamina E, 30 mg de vitamina K, 1,6 mg de 
tiamina, 2,25 mg de tiamina, 5,3 mg de riboflavina, 1,5 mg de piridoxina, 17 mg de 
niacina, 15 mg de ácido pantotênico, 35 microgramas de cianocobalamina, 270 
microgramas de ácido fólico, 1700 mg de colina. Para gatas, o NRC recomenda 
6667 microgramas de vitamina A, 7 microgramas de vitamina D, 31 mg de vitamina 
E, 1,0 mg de vitamina K, 6,3 mg de tiamina, 4,0 mg de riboflavina, 2,50 mg de 
piridoxina, 40 mg de niacina, 5,75 mg de ácido pantotênico, 22,5 microgramas de 
cobalamina, 750 microgramas de ácido fólico, 75 microgramas de biotina, 2550 mg 
de colina. A AAFCO (2007) relaciona as necessidades mínimas de vitaminas para 
cães em reprodução como 5000 UI/kg de vitamina A, 500 UI/kg de vitamina D, 50 
UI/kg de vitamina E, 1 mg/kg de tiamina, 2,2 mg/kg de tiamina, 10 mg/kg de ácido 
pantotênico, 11,4 mg/kg de niacina, 1 mg/kg de piridoxina, 0,18 mg/kg de ácido 
fólico, 0,022 mg/kg de cianocobalamina, 1200 mg/kg de colina (concentrações na 
matéria seca de dieta contendo 3500 kcal). 
Para gatos, as quantidades são as seguintes: 9000 UI/kg de vitamina A, 750 
UI/kg de vitamina D, 30 UI/kg de vitamina E, 0,1 mg/kg de vitamina K, 5 mg/kg de 
tiamina, 4 mg/kg de riboflavina, 5 mg/kg de ácido pantotênico, 60 mg/kg de niacina, 
4 mg/kg de piridoxina, 0,8 mg/kg de ácido fólico, 0,07 mg/kg de biotina, 0,02 mg/kg 
de cianocobalamina, 2400 mg/kg de colina, 0,1% de taurina para alimento extrusado 
e 0,2% para alimento úmido. 
 
 
 
 
 
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Finalmente, deve-se considerar que a ingestão de água é extremamente 
importante para animais em lactação. Varias fórmulas têm sido usadas para 
estimular as necessidades diárias para a manutenção do balanço normal de água. A 
mais simples, é baseada somente no peso corpóreo onde se considera a 
necessidade de ingestão de cerca de 50-60mL de água por quilo de peso vivo. Outra 
fórmula considera que a ingestão deve ser duas ou três vezes superior ao consumo 
de matéria seca. De qualquer forma, a exigência de um animal em lactação pode 
chegar a ser o triplo da necessidade de manutenção, sendo indicado o fornecimento 
de água limpa e fresca à vontade, para que ele regule o consumo. 
Com relação ao manejo, é importante ressaltar que as dietas no período de 
lactação, devem ser de alta densidade energética e nutricional, a fim de atender as 
exigências dos animais, podendo ser oferecidas à vontade. Durante a gestação a 
alimentação deve ser controlada, com o objetivo de evitar sobrepeso que pode 
prejudicar no momento do parto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Animais em manutenção 
 
A fase de manutenção é a mais fácil de se manejar do ponto de vista 
nutricional. Consiste em nutrir e alimentar um animal adulto. No entanto, é 
fundamental considerar a raça do animal, o sexo, o nível de atividade e o tipo de 
alimento que está sendo fornecido, entre outros fatores para nutrir bem. Justamente 
por ser a fase mais simples de manejar, às vezes, esses fatores são esquecidos e a 
ocorrência de doenças como a obesidade passa a ser freqüente. Assim, precisamos 
considerar alguns pontos. 
Em relação às exigências energéticas, é importante considerar que as 
necessidades dos animais resultam da relação existente entre massa (peso vivo)e a 
superfície do corpo, pois é ela que define o quanto de perda de calor (resultado da 
utilização da energia) vai ocorrer. Por esse motivo, os modelos alométricos, ou seja, 
aqueles que consideram essa relação ao elevar o peso vivo do animal a uma 
determinada potência, ganharam espaço na nutrição animal. 
Um animal que possui 50 kg não possui o dobro das necessidades 
energéticas de um animal de 25 kg. O expoente que melhor define essa relação é 
chamado pelos nutricionistas de peso metabólico e foi bastante discutido em 
nutrição de cães e gatos. A taxa metabólica basal (ou seja, o mínimo que os 
animais precisam para manutenção do funcionamento dos órgãos, é menor do que a 
 
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energia de manutenção) foi inicialmente descrita por Brody em 1934 como 70,5 x 
PV0,73. Para facilitar os cálculos, Kleiber, em 1961, sugeriu a equação Y= 70,0 x W 
0,75. 
Posteriormente, Heusner, em 1982, sugeriu que o expoente 0,67 seria mais 
indicado para descrever as necessidades energéticas de cães, porque este traduzia 
melhor as relações entre as diferentes raças pertencentes à mesma espécie, por 
serem corpos geometricamente semelhantes, sendo intra-específico, diferente do 
expoente de Brody que era mais interespecífico. No entanto, a nova edição de 2006 
do NRC volta a considerar que o expoente 0,75 seja mais adequado para definir as 
necessidades energéticas de cães, já que diversas raças caninas possuem os mais 
variados tamanhos e formas que não são geometricamente semelhantes. Dessa 
forma, com o aumento de tamanho, os cães tornam-se relativamente mais altos nos 
ombros e mais estreitos no quadril. Os órgãos e várias vísceras, incluindo o fígado e 
o trato gastrointestinal, tornam-se menores com o aumento do peso, um fato que 
ocorre também entre espécies ainda que não nas mesmas taxas. Além disso, o 
volume sangüíneo e a massa do coração, mesmo a razão cardíaca, mudam com o 
tamanho do cão em taxas similares àquelas vistas na variedade das espécies. 
No entanto, é importante destacar que algumas raças, como o Dogue 
Alemão e o Terra Nova, têm necessidades diferenciadas: o Terra Nova tem 
exigências 20% abaixo da média das raças gigantes e o Dogue Alemão até 60% 
acima dela. 
As equações para cães adultos em manutenção, segundo o NRC de 2006 
estão demonstradas no quadro 20. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 20- Necessidades energéticas de cães em manutenção 
 
Média para cães em canis experimentais ou em atividade a : 130 x PV 0,75 
 
Necessidades superiores à média 
 Cães de experimentais adultos jovens ou adultos jovens ativos : 140 x 
PV0,75 
 Dogue Alemães adultos experimentais ou Dogue Alemães ativos: 200 x 
PV0,75 
 Terriers adultos de laboratório ou terriers adultos ativos: 180 x PV 0,75 
Necessidades inferiores à média 
 Cães inativos b : 95 x PV 0,75 
 Cães experimentais idosos, cães idosos ativos ou Terra Nova 
experimentais: 
105 x PV 0,75 
 
Onde: 
a Cães mantidos em um ambiente doméstico com forte estímulo e ampla 
oportunidade de exercício, tais como cães em casas de campo múltiplas ou em 
casas com grandes jardins; b Cães mantidos em um ambiente doméstico com 
poucos estímulos e oportunidade para exercício. Necessidades para cães idosos ou 
com sobrepeso podem estar sendo superestimadas. 
 
Para gatos, como o peso e a forma do corpo não variam tão grandemente 
entre as raças, era comum utilizar-se o peso vivo como forma de definir as suas 
exigências energéticas. O modelo linear era mais comum que o alométrico, já que se 
baseava no peso corpóreo e não no metabólico. No entanto, o NRC propõe a 
utilização do expoente 0,67 (intra-específico) que evitaria a superestimação das 
necessidades em animais mais pesados. No entanto, animais com sobrepeso devem 
utilizar o expoente de 0,4 já que o tecido adiposo possui uma taxa metabólica bem 
menor do que o muscular e conseqüentemente diminui as necessidades energéticas 
do animal. Para felídeos e gatos exóticos, no entanto, recomenda-se a utilização de 
0,75. As equações para gatos adultos em manutenção estão demonstradas no 
quadro 21. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 21- Necessidades energéticas de gatos em manutenção 
 
Gatos domésticos, magrosb 100 x PV0,67
Gatos domésticos, com sobrepesoc 130 x PV0,4
Gatos Exóticos 55-260Kcal x Kg 
PC0,75
 
 a Necessidades individuais de gatos podem ser menores ou subestimadas 
em mais de 50%;b Escore de condição corporal ≤ 5 em uma escala de 9; c Escore de 
condição corporal > 5 em uma escala de 9 
 
 
Quanto às necessidades de proteína, lipídeos, minerais e vitaminas, elas 
são menores do que as exigidas para crescimento e reprodução. As concentrações 
mínimas para a manutenção segundo a AAFCO estão demonstradas nas tabelas 2 e 
3. 
 
 
Tabela 2- Níveis mínimos de nutrientes em alimentos para cães (%MS) 
Nutrientes Unidade Manutenção Máximo 
Proteína Bruta % 18 
arginina % 0,51 
histidina % 0,18 
isoleucina % 0,37 
leucina % 0,59 
lisina % 0,63 
metionina+cistina % 0,43 
fenilalanina+tirosina % 0,73 
treonina % 0,48 
triptofano % 0,16 
Valina % 0,39 
Gordura % 5 
Ácido linoléico % 1 
Minerais 
Cálcio % 0,6 
Fósforo % 0,5 
Ca:P 01:01 2,5
Potássio % 0,6 1,6
Sódio % 0,06 02:01
Cloreto % 0,09 
 
 
 
 
 
150 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Magnésio % 0,04 0,3
Ferroc mg/kg 80 3000
Cobred mg/kg 7,3 250
Manganês mg/kg 5 
Zinco mg/kg 120 1000
Iodo mg/kg 1,5 50
Selênio mg/kg 0,11 2
Vitaminas e outros 
Vitamina A UI/kg 5000 250000
Vitamina D UI/kg 500 5000
Vitamina E UI/kg 50 1000
Tiaminae mg/kg 1 
Riboflavina mg/kg 2,2 
Ácido pantotênico mg/kg 10 
Niacina mg/kg 11,4 
Piridoxina mg/kg 1 
Ácido fólico mg/kg 0,18 
Cianocobalamina mg/kg 0,022 
Colina mg/kg 1200 
Para dietas com densidade energética de 3500 kcal/kg 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 3- Níveis mínimos de nutrientes em alimentos para gatos (%MS) 
 
 
 
 
 
Nutrientes

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