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Nutrição Animal

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NUTRIÇÃO ANIMAL
ENERGIA
É o potencial exprimido por processos físicos, químicos, biológicos ou mecânicos. Na medicina, não é considerado um nutriente.
Vitaminas e minerais não fornecem energia. Eles agem como cofatores enzimáticos, participando do catabolismo de energia, mas sem gerar energia especificamente.
Unidade: Kcal ou Kjoules (1Kcal = 4,18 Kjoules).
Quantidade de energia fornecida para determinados nutrientes:
Carboidratos: 4,15 Kcal
Gorduras: 9,40 Kcal
Proteínas: 5,65 Kcal (ou 4 Kcal se considerarmos que há um custo maior de energia para o organismo metabolizar as proteínas em relação aos carboidratos).
TRANSFORMAÇÃO DA ENERGIA
1- Energia Bruta (EB)
· É toda a energia presente em um alimento, produzida pela oxidação total da substância;
· É medida através da Bomba Calorimétrica;
· Nem toda a energia bruta do alimento é absorvida pelo organismo;
· A gordura (ácidos graxos e glicerol) é o alimento que fornece maior energia, em segundo lugar é o carboidrato (amido) e em terceiro lugar é a proteína (aminoácidos). Esta última demanda muita energia para ser gerada, por isso não é comum ser utilizada pela maioria das espécies, sendo mais comum em gatos;
· Perda após a metabolização: fezes;
· Para saber quando de energia foi absorvida do alimento, deve-se colocar as fezes na bomba calorimétrica, medir quanto de energia foi excretada e subtrair da energia total que o alimento possuía.
2- Energia Digestiva (ED)
· Quantidade de energia absorvida pelo animal após serem subtraídas as fezes;
· Perda após a metabolização: urina e gases oriundos da fermentação;
· ED = EB dos alimentos – EB das fezes.
3- Energia Metabolizável (EM)
· Energia utilizada pelo organismo do animal para o metabolismo celular;
· Perda após a metabolização: calor;
· EM = ED - EB da urina e EB dos gases produzidos no intestino grosso e perdidos para o exterior.
4- Energia Líquida (EL)
· Energia utilizada pelo animal para produção própria (ex.: crescimento, produção de leite, etc);
· Geralmente expressa em %.
Alimentos com boa qualidade e/ou digestibilidade possuem um melhor aproveitamento da energia, com menor perda da mesma durante as etapas de sua utilização.
Significado de termos da nutrição:
Digestibilidade: O quanto o corpo consegue absorver de determinado nutriente.
Alimento: Substância digerível que sirva para alimentar ou nutrir.
Nutriente: Qualquer elemento ou composto químico necessário para o metabolismo de um organismo vivo.
Digestão: Conjunto de processos implicados na conversão de alimentos em substâncias adequadas à absorção e assimilação.
Absorção: Ato de assimilação de determinado nutriente ou composto pelo organismo do ser vivo.
DIGESTÃO DOS ALIMENTOS
Tubo digestório: Boca -> Faringe -> Esôfago -> Estômago -> Intestino delgado -> Intestino grosso -> Ânus
Glândulas anexas/acessórias: Glândulas salivares, Fígado e Pâcreas.
· Glicose e aminoácidos são enviados diretamente para o sangue, pois são polares. Entretanto, grande parte dos lipídios, que são apolares, vão primeiro para os capilares linfáticos e depois para o sangue.
Função:
Transformação de macromoléculas em micromoléculas (por digestão mecânica e química), assimilação dos nutrientes pelo organismo e defecação do que não for utilizado durante a metabolização.
Processo digestivo:
	DIGESTÃO QUÍMICA
	BOCA
	ESTÔMAGO
	INTEST DEL.
	Carboidrato
	X
	
	X
	Proteína
	
	X
	X
	Lipídio
	X
	X
	X
· Apesar de iniciar na boca, pela ação da Amilase Salivar, a maior parte da digestão do carboidrato é no intestino delgado;
· Apesar de iniciar no estômago, a maior parte da digestão da proteína ocorre também no intestino delgado, numa porção chamada Duodeno;
· Apesar de iniciar na boca, pela ação da Lipase Lingual, a maior parte da digestão dos lipídios ocorre no intestino delgado.
Como ocorre:
Boca:
Inicia-se na boca, com a digestão mecânica dos alimentos pelos dentes, transformando-os em partes menores, e digestão química pelas glândulas anexas (salivares), onde a Lipase Lingual e a Amilase Salivar vão iniciar a digestão dos carboidratos (transformando eles em carboidratos simples) e dos lipídios. O alimento mastigado e preparado pela boca recebe o nome de bolo alimentar. 
Estômago:
O bolo alimentar vai passar pela faringe até o esôfago, que vai iniciar os movimentos peristálticos, empurrando o bolo através do esfíncter (válvula) para o estômago, onde será transformado em quimo. No estômago vai ocorrer a digestão principalmente de proteína. Este órgão possui um muco protetor chamado Mucina gástrica, que protege o estômago do suco gástrico liberado por ele mesmo. O suco gástrico possui lípase gástrica (enzima fraca que digere lipídio) e ácido clorídrico, que serve para transformar o pepsinogênio em pepsina (que transforma a proteína em moléculas menores, mas não a ponto de virarem aminoácidos).
Intestino delgado:
O intestino delgado possui o suco intestinal, chamado suco entérico, que contém as enzimas Amilse Intestinal, Lipase Intestinal e Erepsina (digestão de proteína). A digestão final vai ocorrer principalmente no duodeno (primeira parte do intestino delgado), onde vai desembocar o pâncreas, que vai enviar ao intestino delgado o suco pancreático contendo amilase pancreática, lípase pancreática,tripsina e quimiotripsina (digestão de proteína) e íons bicarbonato. O quimo vai passar pelo intestino sofrendo a ação das enzimas produzidas pelo intestino e pelo pâncreas, que transformarão o alimento em moléculas menores que serão absorvidas pelo órgão.
Ao lado do estômago tem o fígado, que possui uma vesícula chamada vesícula biliar, onde o fígado guarda a bile (não é uma enzima), que vai ajudar as enzimas, emulsificando (transformando em pedaços menores, atuando como detergente) a gordura para que as lipases possam fazer a digestão melhor. A vesícula biliar libera a bile diretamente no duodeno. Ao final do intestino delgado, o quimo torna-se o quilo.
Intestino grosso:
O quilo vai chegar no intestino grosso, onde vai ocorrer a absorção de sódio e água (20% da água é absorvida pelo intestino grosso. Os outros 80% é feito no intestino delgado), formação do bolo fecal e eliminação de potássio.
CARBOIDRATOS
A natureza possui quatro biomoléculas de maior importância: os carboidratos, as proteínas, os lipídios e os ácidos nucléicos. Os carboidratos são as moléculas orgânicas mais numerosas no planeta Terra. São constituídos principalmente por Carbono, Hidrogênio e Oxigênio, mas podem possuir outros elementos como Nitrogênio, Fósforo e Enxofre.
Sua fórmula geral é: CnH2nOn
Também chamados: Hidratos de Carbono, Açucares, Glicídios e Sacarídeos.
Características:
· 1º fonte de energia utilizada pelo corpo (a 2º é a gordura e a 3º é a proteína);
· Função energética e estrutural;
· Originam-se nos vegetais pela fotossíntese;
· Incluem açucares, amido, celulose, etc;
· A glicose é considerada como principal carboidrato, nutricionalmente falando. Seus polímeros são de maior importância nutricional;
Classificação: Monossacarídio, Oligossacarídio (principalmente o dissacarídio) e Polissacarídio.
1- MONOSSACARÍDIOS
· Frequentemente denominados açúcares simples;
· São compostos por 2 a 7 carbonos em sua estrutura;
· São carboidratos não polimerizados (não são polímeros e sim apenas monômeros), por isso não sofrem hidrólise;
· Os principais são: Triases, Pentases e Hexases;
· São solúveis em água e possuem gosto adocicado;
· A glicose é o principal produto final da digestão dos carboidratos monossacarídios;
Triase: C3H6O3 / Tetrase: C4H8O4 / Pentase: C5H10O5 / Hexase: C6H12O6 / Heptase: C7H14O7
Os nutricionalmente mais importantes:
Pentase: 
· Desoxirribose: Participa da produção do DNA, atuando como matéria-prima. Representada por C5H10O4. Possui uma molécula de oxigênio a menos;
· Ribose: Participa na produção do RNA, atuando como matéria-prima. Representada por C5H10O5.
Hexase: (ambos são representador por C6H12O6)
· Glicose: Principal fonte de energia das células, mais usada na obtenção de energia;
· Frutose: Encontrada nas frutas;
· Galactose:Junto com a glicose participa da composição do dissacarídeo da Lactose.
2- OLIGOSSACARÍDEOS
· São compostos por 2 até 20 monossacarídeos;
· Podem sofrer hidrólise para se tornarem unidades mais simples, na digestão, por exemplo;
· São doces.
· DISSACARÍDIOS
· São os de maior importância, cujos mais comuns são: Lactose, Maltose, Sacarose e a Celobiose;
· A Sacarose é o mais abundante dos dissacarídeos;
· Possuem apenas 2 monossacarídeos;
· A Lactose é a combinação da Glicose com a Galactose; A Sacarose é a combinação da Glicose com a Frutose; A Maltose é a combinação de duas moléculas de Glicose; A Celobiose é a composição de duas moléculas de glicose também, mas é um produto da degradação parcial da celulose.
3- POLISSACARÍDEOS
· Considerados carboidratos complexos, pois são polímeros de um grande número de açúcares simples (moléculas gigantes);
· Constituem os mais importantes nutrientes em alimentos de origem vegetal, com grande destaque para o amido;
· Sofrem hidrólise, produzindo grande quantidade de moléculas de monossacarídeos;
· Não são doces nem solúveis em água;
· Os mais conhecidos são: Amido, Glicogênio e Celulose;
· AMIDO
· Reserva energética dos vegetais (batatas, arroz, mandiocas, etc) para serem consumidos em épocas desfavoráveis para as plantas;
· A digestão inicia-se na boca e depois no intestino, com adição de água e participação de catalisadores orgânicos para acelerar as reações químicas.
· GLICOGÊNIO
· Reserva energética dos animais (equivale ao amido dos vegetais);
· A síntese do Glicogênio ocorre no fígado, a partir de moléculas de Glicose, por isso fígado de boi e de galinha é rico em glicogênio.
· CELULOSE
· Possui função estrutural, participando da parede das células vegetais;
· Poucos seres vivos conseguem digeri-lo, entre eles estão alguns microorganismos que habitam o tubo digestivo de certos insetos (cupins) e dos ruminantes (bois, cabras, ovelhas, veados, etc), pois a maioria dos mamíferos não possui enzima capaz de realizar a hidrólise da Celulose.
PROCESSO DE METABOLIZAÇÃO
Em estado alimentado, o organismo está com alta concentração de glicose no sangue. Para compensar, será enviado um sinal ao pâncreas, que vai liberar o hormônio Insulina para que as células captem a glicose da corrente sanguínea e utilizem na respiração celular, gerando energia. A glicose que não for utilizada pelas células será estocada na forma de Glicogênio, num processo chamado Glicogênese.
Em estado de jejum, o organismo está com baixa concentração de glicose no sangue. Para compensar, será enviado um sinal ao pâncreas, que vai liberar o hormônio Glucagon que fará o inverso da Insulina, ordenando que as células liberem a glicose para o sangue. Esse processo pode ser feito através da Glicogenólise (quebra do Glicogênio estocado para formação de glicose e liberação no sangue) ou, se não for suficiente, a célula utilizar a Gliconeogênese (formação de novas glicoses através de ácidos graxos e aminoácidos).
LIPÍDIOS (Extrato Etéreo)
· Substância orgânica apolar (hidrofóbico) formada por Glicerol e Ácidos Graxos;
· Solúvel em substâncias orgânicas e insolúvel em substâncias inorgânicas (água);
· Reserva energética guardada nos adipócitos;
· Isolante térmico e elétrico;
· Função estrutural (o fosfolipídio forma a membrana plasmática da célula) e participam da formação dos hormônios;
· Carregadores de vitaminas lipossolúveis (KEDA são dissolvidas em lipídios para serem carregadas).
Divididos em:
1- Simples (gorduras,óleos e ceras);
· Óleo: Líquidos abaixo de 20ºC;
É comum a adição de óleo à ração animal com o objetivo de aumentar a densidade energética da dieta.
· Ceras: Secreções ou excreções comuns em animais, particularmente nos insetos, além de agirem como impermeabilizantes nas folhas e frutos;
· Gorduras: Principalmente os triglicerídeos que, do ponto de vista nutricional, são os mais importantes.
2- Compostos
· Combinações de gorduras + outro composto (fósforo, açucares, nitrogênio, enxofre, etc), originando os fosfolipídios, glicolipídios e lipoproteínas.
3- Derivados
· Assim chamados porque, por hidrólise, derivam dos grupos citados anteriormente.
PROTEÍNAS
· Polímero formado por Aminoácidos unidos por ligações peptídicas;
· Possuem grande quantidade de nitrogênio, podendo conter enxofre, fósforo e ferro;
· A proteína bruta corresponde a todo o nitrogênio contido no alimento ou no conjunto de alimentos;
Tipos de aminoácidos:
1- Naturais - O próprio corpo produz;
2- Essenciais - O corpo adquire na alimentação;
3- Semi-essenciais - O corpo produz em pequenas quantidades, por isso é necessário a suplemntação através da alimentação (Ex.: Histidina e Arginina).
Classificação das proteínas:
1- Simples - Aquelas que após a sua hidrólise fornecem apenas aminoácidos;
2- Conjugadas - Combinação de proteínas simples com um radical não protéico; 
3- Derivadas - Produtos alterados ou decompostos de proteínas naturais, tornando-se proteína desnaturada por ação do calor, enzimas ou agentes químicos.
Estrutura:
1- Primária - Proteína lisa;
2- Secundária - Enrolada;
3- Terciária - Enrolada com nós;
4- Quaternária - Várias proteínas terciárias.
Desnaturação:
· É a quebra de pontes de hidrogênio quando a proteína é submetida a temperaturas muito altas ou baixas e PH muito ácido ou básico;
· A desnaturação modifica a função das proteínas.
PROCESSO DE METABOLIZAÇÃO
Ciclo da uréia:
A degradação da proteína leva a uma perda diária de nitrogênio protéico pela uréia excretada, em quantidade aproximada de 35 a 55g/dia.
Qualquer aminoácido que não seja utilizado pelo organismo é degradado. O processo de remoção do grupo amino libera amônia, substância extremamente tóxica, que então é convertida em um composto não tóxico (uréia) excretado pela urina.
Ou seja, o ciclo da uréia é o principal processo de eliminação de amônia, tendo início na mitocôndria, necessitando de 4 adenosinatrifosfato (ATP) para excretar, pelos rins, duas moléculas de amônia na forma de uréia.
DIFERENÇAS ENTRE CANÍDEOS E FELINOS
Classe: Mamíferos / Ordem dos carnívoros / Espécies distintas: Canis familiares / Felis catus
CARBOIDRATOS
· Felinos possuem menor tolerância a carboidratos na dieta, pois não possuem a Amilase Salivar e possuem pouca Amilase Pancreática. Sendo assim, são considerados carnívoros estritos;
· Canídeos, entretanto, possuem uma melhor adaptação aos carboidratos. Sendo assim, podem ser considerados Onívoros;
· Os felinos possuem um metabolismo único para a glicose (maior semelhança com os ruminantes do que com os canídeos), utilizando o processo de Gliconeogênese para gerar moléculas de glicose a partir de Ácidos Graxos e Aminoácidos;
· Após a absorção, a glicose deve ser fosforilada antes de ser metabolizada. No fígado no cão as enzimas Hexoquinase e Glicoquinase catalisam (aceleram) essa reação. No fígado do gato, no entanto, só existe a Hexoquinase. Por isso a taxa metabólica de glicose não aumenta em resposta ao aumento de carboidratos.
· Em felinos, quanto maior a quantidade de carboidratos presente no alimento, maior o odor das fezes.
PROTEÍNA E AMINOÁCIDOS
Felinos:
· Possuem maior exigência de proteína que os canídeos;
· A dieta natural com maior quantidade de proteína e menor em carboidratos levou a adaptação dos sistemas enzimáticos do fígado;
· Apresentam alta conversão de aminoácidos em glicose, através da gliconeogênese, fazendo com que a necessidade protéica seja maior que a dos canídeos em 50% para o crescimento e o dobro para a manutenção de adultos;
· Necessitam de Taurina, um aminoácido não incorporado à cadeia protéica e essencial para o funcionamento do miocárdio e da retina, além de serem necessárias na produção de ácidos biliares
· Metabolização da taurina
Proveniente do metabolismo dos aminoácidos sulforados, nos animais o conteúdo corporal de taurina é derivado da dieta; da síntese, principalmente, no fígado; da reabsorção renal.
No fígado, a taurina pode ser sintetizada a partir dos seguintes aminoácidos: Metionina (aminoácido essencial), cisteína (aminoácido não essencial)e precisa da enzima piridoxal -5-fosfato (forma ativa da vitamina B6).
Assim, a dieta deficiente em vitamina B6 não contribui com a síntese de taurina. Os locais onde há maior concentração deste aminoácido são nas fibras esqueléticas e cardíacas (é o aminoácido mais abundante no músculo cardíaco), na retina, nos eritrócitos e nas plaquetas.
· Em felinos, a Taurina é um aminoácido semi-essencial, por isso deve estar presente na dieta deles;
· São extremamente sensíveis à deficiência de Taurina. A falta do aminoácido leva a degeneração da retina, cegueira e doença cardíaca;
· Felinos são extremamente sensíveis à deficiência de Arginina, diferente de cães. Esta é necessária para a síntese protéica e é componente do ciclo da uréia. Permite que a amônia gerada após o consumo de alimentos com alto teor de proteína seja transformada em uréia para excreção;
· Felinos não são capazes de sintetizar eficientemente Arginina a partir da Citrilina ou Ornitina como outros animais;
· Felinos são inaptos na conversão do aminoácido Triptofano e Niacina (vitamina do complexo B). As exigências de Niacina nos felinos são 4 vezes maiores que a dos cães;
LIPÍDIOS
· Os felinos não possuem a enzima Delta Dessaturase para a conversão do ácido graxo essencial em araquidônico, o que é possível nos cães;
· O araquidônico é um dos constituintes da membrana celular e sua deficiência leva a problemas reprodutivos, dermatite, pele hiperplásica, etc;
· Dietas para felinos deve conter esse ácido graxo e, na prática, significa que rações para gatos devem apresentar gordura animal em sua composição.
VITAMINAS
· Felinos são inaptos para a conversão de Betacaroteno (presente nas plantas) em vitamina A por conta da ausência da diaxigenase-mucosa intestinal. Por isso, precisam de uma fonte de vitamina A pré-formada na direta, ao contrário dos cães;
· Piriodoxina (vitamina B6) participa do metabolismo das proteínas. A exigência de piridoxina nos gatos é 4 vezes maior do que nos cães, devido ao alto metabolismo protéico dos felinos. A deficiência desta vitamina causa anemia, parada do crescimento, lesões renais irreversíveis e convulsões.
CÁLCULO DA NECESSIDADE ENERGÉTICA METABOLIZÁVEL (NEM)
CÃES
Fórmula:
NEM = fator de correção x (peso corporal) 0,75 = Kcal/dia
Fator de correção:
	85
	Cão obeso ou com sobrepeso
	95
	Cão adulto ou idoso castrado, não exercício
	105
	Cão adulto ou idoso castrado, passeia diariamente por 30min
	130
	Cão adulto jovem que passeia diariamente por 1 hora
	160
	Cão adulto jovem que pratica atividade física diariamente por mais de 2 horas
	200
	Cão adulto jovem não castrado atleta ou de trabalho
Exemplo:
Um cão SRD de 5,9kg, adulto, castrado, que passeia diariamente por 1 hora, deve ingerir quantas gramas de ração por dia?
1º Passo:
NEM = 105 (fator de correção da tabela) x (5,9) 0,75 (peso do cachorro elevado a 0,75 que já é da fórmula)
NEM = 105 x (5,9) 0,75
NEM = 105 x 3,7856
NEM = 397,49 Kcal/dia
2º Passo:
Pesquisar o valor da energia metabolizável na embalagem da ração que o cão costuma comer. Neste caso: 3.535kcal/kg
3º Passo:
Fazer uma regra de três.
Se 1.000g (porque 1kg = 1.000g) possui 3.535kcal, então em quantas gramas haverá 397,49Kcal?
1.000g ---------- 3.535Kcal
 Xg ---------- 397,49Kcal
3.535x = 397,49 x 1.000
x = 397.490 / 3.535
x = 112,44g/dia
As necessidades energéticas dos animais variam conforme as fases fisiológicas. Abaixo consta como saber qual a necessidade energética em cada fase do pet.
	GATOS
Para gatos não é utilizado o fator de correção e sim a avaliação do escore corporal do animal identificando se está acima do peso ou não.
Fórmulas para cada condição de escore:
· Magro ou com peso ideal:
Animais com ECC menor ou igual a 5.
NEM = 100Kcal x (PC – peso corporal) 0,67
· Sobrepeso ou obeso:
Animais com ECC maior que 5.
NEM = 130Kcal x (PC – peso corporal) 0,4
Exemplo 1:
Um gato, SRD, de 6kg e em condição corporal de sobrepeso, deve ingerir quantas gramas de sua ração ao dia, sabendo que a Energia Metabólica de sua ração é 3.600Kcal.
1º Passo:
Como o gato está com sobrepeso, utiliza-se a segunda fórmula.
NEM = 130 x (PC) 0,4
NEM = 130 x (6) 0,4
NEM = 130 x 2,047
NEM = 266,11Kcal/dia
2º Passo:
A questão informa que a Energia Metabólica disponibilizada pela ração é 3.600Kcal, então agora é necessário fazer a regra de três.
1000g ----- 3.600Kcal
 Xg ----- 266,11Kcal
3.600X = 266,11 x 1000
X = 266.110 / 3.600
X = 73,91g/dia
Exemplo 2:
Um gato, SRD, de 3,8kg e em condição corporal normal, deve ingerir quantas gramas de sua ração ao dia, sabendo que a Energia Metabolizável de sua ração é 3.600Kcal?
1º Passo:
Como o gato está com o peso normal, utiliza-se a primeira fórmula.
NEM = 100Kcal x (PC) 0,67
NEM = 100 x (3,8) 0,67
NEM = 100 x 2,445
NEM = 244,5Kcal
2º Passo:
1000g ----- 3.600Kcal
 Xg ----- 244,5Kcal
3.600X = 1000 x 244
X = 67,77g/dia
CADELAS GESTANTES
Alimentação
· Alta qualidade e digestibilidade;
· Deve se adequar às necessidades energéticas diárias de cada fase da gestante;
· Utilização de rações para filhote ou para gestantes.
OBS:
Existem controvérsias na utilização de rações de filhote para cadelas gestantes, pois este tipo de ração possui níveis de cálcio não recomendados para as cadelas nesta fase da vida. Durante o período de amamentação, a cadela necessita de mais cálcio do que a ração possui, sendo necessária então a retirada do nutriente dos ossos. Mas com a suplementação durante a gestação, esse metabolismo de retirada de cálcio dos ossos é inibido, fazendo com que a cadela não consiga cálcio suficiente que necessita durante a amamentação e acabe desenvolvendo uma Hipocalcemia.
Gestação
· Duração de 9 semanas;
· Dividida em três períodos: primeiro terço, segundo terço e terço final;
· Nem sempre é necessária a suplementação, geralmente apenas uma ração super Premium é o suficiente.
Primeiro terço:
· Manejo normal, utilizando ração para adultos comum;
· Ocorre menos de 30% do crescimento fetal;
· Aumento do peso indesejável.
Segundo terço:
· Introdução gradativa da ração para filhotes ou gestantes de melhor qualidade.
Terço final:
· Crescimento dos filhotes, período mais importante;
· Não suplementar com cálcio para não inibir o metabolismo de retirada deste nutriente dos ossos.
NE Gestação das cadelas
Terço final:
· Deve aumentar a ingestão de alimentos de 25 a 50% a mais do que já vinha ingerindo;
· Ganho de peso de 15 a 25% no final da gestação;
· Pequenas refeições várias vezes ao dia, pois o trato gastrointestinal está apertado pela presença dos filhotes, fazendo com que a cadela consiga comer menor.
Durante o parto:
· A cadela perde o apetite;
· Perdem praticamente todo o peso que ganharam durante a gestação;
· Normalmente cadelas em lactação emagrecem.
Fórmula:
NEG (Kcal) = NEM + 26 kcal x PV (peso vivo=peso corporal)
Como calcular:
1º Passo:
Calcular o NEM com a fórmula: NEM = 130Kcal x PC 0,75
2º Passo:
Substitui o resultado do NEM na fórmula específica para cadelas gestantes: NEG = NEM + 26Kcal x PV
GATAS GESTANTES
Alimento:
· Ração de alta qualidade e digestibilidade;
· Deve se adequar às necessidades energéticas diárias de cada fase da gestante;
· Utilização de rações para filhote ou para gestantes (existe a mesma controversa sobre a utilização de ração de filhotes para cadelas gestantes).
Gestação:
· Duração de 9 semanas;
· Acréscimo de peso linear a partir da segunda semana;
· Perdem apenas 40% do peso adquirido após o parto, pois durante a gestação acumulam energia e vão gastando ela aos poucos durante a lactação. Por isso, é interessante que a gata engorde um pouco durante a gestação;
· A gata aumenta o consumo de alimento de 25 a 50% iniciando-se desde a segunda semana para acumular reserva energética para a lactação.
Fórmula:
NEM = 140Kcal x PC 0,67
LACTAÇÃO DE CADELAS E GATAS
A lactação é o maior desafio nutricional do animal, pois é o momento em que precisa de mais nutrientes. Neste estágio de vida a consideração nutricional mais importante é a energia e a ingestão hídricaaumenta 2 a 3 vezes, variando conforme a ninhada, devido a produção de leite.
O estresse na lactação depende:
· Estado nutricional e peso corporal da fêmea durante o parto. Se houve boa alimentação durante a gestação, o estresse do corpo na lactação será menor;
· Tamanho da ninhada (grandes ninhadas exigem mais da fêmea para a produção de leite);
· Estágio da lactação (a lactação possui um pico e depois vai diminuindo até a cadela desmamar os filhotes).
Duração da lactação: 7 a 9 semanas (o pico é na 4º semana).
Após o pico da lactação, é necessário começar a introdução de alimentos sólidos aos filhotes (alimentos altamente palatáveis e de alta digestibilidade).
O alimento da cadela deve ser oferecido em boa quantidade e qualidade até o pico da lactação e depois da mesma, controlar a quantidade.
Quantidade necessária de energia na lactação
1º Semana: 1 vez e meia a mais do que a cadela consumia na manutenção;
2º Semana: 2 vezes mais do que na manutenção;
3º e 4º Semana: 2,5 a 4 vezes mais do que na manutenção (é nesta semana que ocorre o pico da lactação).
NE LACTAÇÃO DAS CADELAS
Fórmulaa: NEMt = NEM + PC (24n + 12m) + L
Considerando:
n: Número de crias de 1 a 4
m: Número de crias de 4 a 8
L: Fator de correção para a fase de lactação (em qual semana da lactação a cadela está).
Fator de correção para a fase de lactação:
1º Semana: 0,75
2º Semana: 0,95
3º Semana: 1,1
4º Semana: 1,2
OBS: A fórmula comporta até 12 filhotes. Se a cadela parir mais que esta quantidade, essa fórmula não será usada;
Se a cadela parir até 4 filhotes, utilizar apenar a letra “n” e ignorar a “m”;
Se a cadela parir 6 filhotes, será preenchido 4 no lugar do “n” e os outros 2 no lugar do “m”.
Como calcular:
1º Passo:
Calcular o NEM da cadela com a fórmula: NEM = 145 x PC 0,75
2º Passo:
Verificar quantos filhotes a cadela teve e substituir o “n” ou “m” pela quantidade;
Verificar em qual semana da lactação a cadela está e substituir pelo “L”.
Exemplo:
A cadela Nala, aos 23kg, pariu 5 filhotes e está na segunda semana de lactação. Qual a quantidade energética que Nala deve ingerir diariamente?
1º Passo:
Calcular o NEM da cadela com a fórmula: NEM = 145 x PC 0,75
NEM = 145 x 23kg 0,75
NEM = 145 x 10,5
NEM = 1.522,5Kcal
2º Passo:
Substituir na fórmula NEMt = NEM + PC (24n + 12m) + L
NEMt = 1.522,5 + 23Kg (24.4 + 12.1) + 0,95
NEMt = 1.522,5 + 23Kg (96 + 12) + 0,95
NEMt = 1.522,5 + 23Kg (108) + 0,95
NEMt = 1.522,5 + 2.484 + 0,95
NEMt = 4007,45Kcal
NEM LACTAÇÃO DAS GATAS
Fórmulas:
Menos de 3 filhotes: NEM = (100 x PC 0,67) + (18 x PC + L)
Entre 3 e 4 filhotes: NEM = (100 x PC 0,67) + (60 x PC +L)
Mais de 4 filhotes: NEM = (100 x PC 0,67) + (70 x PC + L)
Fator de correção para estágios de lactação
1º e 2º semana: 0,9
3º e 4º semana: 1,2 (possui o maior fator de correção pois é quando ocorre o pico de lactação)
5º semana: 1,1
6º semana: 1,0
7º semana: 0,8
CRESCIMENTO DOS FILHOTES
· Durante essa fase ocorre a maior necessidade de nutrientes para o crescimento (principalmente proteína e energia);
· Os filhotes devem ingerir alimento altamente digestível adequado a fase da vida. Não há necessidade de suplementação. Em situações normais somente a utilização de ração super Premium é o suficiente. Ocorre a necessidade de suplementação em casos anormais ou de utilização de alimentação natural;
· 3 a 4 refeições por dia até os 6 meses e depois diminui para 2 refeições ao dia controlando a quantidade fornecida ao filhote;
· Devem ser submetidos a exercícios regulares e devem tomar sol (verificar porque precisam do sol).
NE diminui ao longo do crescimento
Recém desmamado: 2 a 4 vezes a quantidade de NE de um adulto;
40% do peso adulto: 1,6 vezes a quantidade de um adulto;
80% de peso adulto: 1,2 vezes a quantidade de um adulto.
CÃES FILHOTES
Fórmula: NEM x 3,2 x [e (-0,87p) – 0,1)
Calcular o NEM a partir da fórmula: NEM = 130 x PC 0,75
Considerando que:
p = P atual / P adulto
e = base do logaritmo natural = 2,718
DESBALANÇOS NUTRICIONAIS EM CÃES E GATOS
CÃES
PRINCIPAIS DESBALANÇOS NUTRICIONAIS
OBESIDADE
Condição patológica caracterizada pelo acúmulo de gordura maior que o necessário para otimização das funções do corpo, suficiente para deteriorá-las e prejudicar a boa saúde e bem-estar animal.
OBS:
O tecido adiposo não é ruim e sim o seu excesso.
Existem raças com maior predisposição à obesidade (ex.: Pug e Beagle).
Como classificar um animal como obeso
A classificação do animal é feita através da avaliação da sua condição corporal pela tabela acima de 1 a 9 ou pela tabela abaixo de 1 a 5. Geralmente é mais utilizada a tabela de 1 a 9.
Pode-se chamar SOBREPESO quando se tem até 15% acima do peso ótimo, e de OBESIDADE quando esse excesso ultrapassa esse valor, sendo fácil observar cães 50% ou mais acima do peso ideal.
· Animais castrados têm maior facilidade de acumular gordura devido a redução nos níveis de hormônios anabólicos androgênicos (como testosterona nos machos e fêmeas). Estes hormônios aceleram o metabolismo, por isso, sua diminuição no organismo desacelera o metabolismo, aumentando a facilidade do animal de ganhar peso.
· Para resolver, após a castração o animal deve diminuir a quantidade de energia que consome ou aumentar a quantidade de exercício físico.
Fases do desenvolvimento da obesidade
· Fase inicial
A fase onde começa a ocorrer o ganho de peso do animal. É mais fácil de fazer o animal reduzir peso.
· Fase estática
Nesta fase geralmente a condição corporal do animal é enorme.
O consumo de alimentos diminui, pois o animal já está com excesso de tecido adiposo acumulado. Ele passa então a comer somente para atender a necessidade de manutenção corporal. Por isso é comum donos de cães obesos falarem: “Mas ele come tão pouco”.
· Quanto maior a quantidade de energia acumulada, menos energia o corpo tenta gastar para manter sempre a reserva armazenada.
Tipos de obesidade
· Hipertrófica (adipócitos com tamanho aumentado)
Conhecida como simples ou comum. Refere-se à presença de tecido adiposo com adipócitos aumentados de tamanho.
· Hiperplásica (+ adipócitos e com tamanho aumentado)
Obesidade juvenil. É causada por um número excessivo de adipócitos, além do aumento no tamanho das células. Por isso é importante não errar na dieta do animal jovem.
O número excessivo de adipócitos aumenta a capacidade do filhote de reservar gordura.
O adulto geralmente não produz mais adipócitos, por isso as células apenas aumentam de tamanho.
Causas da obesidade
As causas divididas em classe ou possuir algum motivo específico.
· Classes: (representa aproximadamente 5% dos obesos)
· Orgânica ou metabólica
Representada para obesidades causadas por algum tipo de doença, como Hipotiroidismo, Hiperadrenocorticismo e Diabetes Mellitus.
· Comportamento alimentar (animais com muito apetite);
· Causas genéticas (raças que possuem predisposição genético);
· Causas farmacológicas (fármacos que modificam questões hormonais, ex.: corticóide);
· Causas ambientais (animais confinados e estressados);
· Proprietário (pessoas acham que animal gordo é animal saudável, oferecimento de petisco e humanização do animal).
(tratar primeiro o psicológico do dono e posteriormente o sobrepeso do animal)
Diagnóstico da obesidade
Para realizar o diagnóstico da obesidade, leva-se em consideração:
· Peso do animal;
· Condição corporal;
· Cálculo de pontos da condição física;
Cálculo dos pontos de condição física
Exemplo 1:
Considerando o cálculo de pontos da tabela acima, foi verificado que um Beagle, com 16kg possui um escore corporal 5. Qual seria seu peso ideal?
Na tabela acima, o ECC 5 significa 20% a mais do que o peso ideal. Calculando 20% de 16kg chegamos a 3,2Kg a mais do que deveria estar. Então subtraímos seu peso atual (16kg) de quantos quilos está acima do ideal (3,2kg) e descobrimos que o peso ideal do cão é de 12,8kg.
Exemplo 2:
Um Labrador, com 38kg foi avaliado na tabela de 1 a 9 (FEDIAF) como escore corporal 8, indicando que possui cerca de 40% acima do peso. Qual seria o peso ideal deste cão?
Calcula quantoé 40% de 38kg (peso do animal) = 15,2kg a mais do que deveria.
Sendo assim, seu peso ideal é 38kg menos 15,2kg = 22,8kg
Peso ideal para várias raças de cães
Controle e tratamento da obesidade
· A melhor maneira de tratar é previnir para que não venha a acontecer;
· Os alimentos comerciais devem ser selecionados em função dos níveis de atividades e da condição física de cada animal. E as quantidades de alimento devem ser ajustadas em função das necessidades de cada um;
· Conscientização do proprietário (convencer o proprietário de que seu cão está com sobrepeso/obeso e que isso fará mal a sua saúde);
· Avaliação geral do paciente com análises laboratoriais antes de estabelecer um protocolo de emagrecimento.
· Hemograma completo;
· Química sanguínea;
· Enzimograma hepático;
· Análise de urina;
· Avaliação cardíaca;
· Ultrassom abdominal para saber como estão os órgãos.
(Não estabelecer protocolo de emagrecimento em animais que apresentem problemas hepáticos – problemas no fígado, por exemplo. É necessário primeiro tratar a doença e posteriormente a obesidade).
Controle alimentar
Existem duas metodologias para estabelecer o emagrecimento do animal.
· Metodologia da fome ou jejum (mais aceita para cães com sobrepeso)
Caracterizada pela redução no consumo da dieta normal (reduz a quantidade do alimento do animal. Para casos mais grave, a metodologia não funciona muito bem).
· Metodologia da dieta hipocalórica (mais aceita para cães obesos)
Tem como característica uma nutrição completa, equilibrada e consistente, conveniência para o dono e uma boa aceitação, com dietas palatáveis.
Utilização de, por exemplo, rações lights (menos palatáveis) ou rações que contenham menor quantidade de energia metabolizável.
Estudam aprofundados demonstram que 20% (sobrepeso) a 50% (obeso - de 30 a 50%) de restrição energética, baseada nas necessidades calóricas diárias para conseguir um peso ideal é uma maneira segura e eficaz para induzir a perda de peso em cães e gatos obesos.
Para calcular isso, calcula o NEM do animal e reduz a porcentagem que deseja para o emagrecimento.
Exemplo:
Um Labrador, com 36kg, avaliado com condição corporal 7 (30% acima do peso ideal).
Calculando 30% de 36kg descobrimos que o cão está com 10,8kg a mais do que o peso ideal. Sendo assim, o peso ideal dele é 25,2kg.
1º Passo:
NEM = fator de correção x peso ideal 0,75
NEM = 100 (falado pelo professor) x 25,2 0,75
NEM = 100 x 11,25
NEM = 1.125Kcal
2º Passo:
1.125kcal – 30% = 787,5Kcal/dia
3º Passo:
Verificar a energia metabolizável da ração que será utilizada (professor encontrou uma com 3.118kcal/kg)
1000g ----- 3.118kcal
 Xg ----- 787,5kcal
3.118X = 1000 x 787,5
X = aproximadamente 253kg/dia
Controle alimentar
· A primeira fase do controle alimentar consiste em determinar o peso ideal;
· O objetivo a alcançar deve ser razoável e, no caso dos animais que tiveram mais de 20% de excesso de peso, a operação de perda deve ser fracionada em 20%.
· Sempre trabalhar com metas de emagrecimento de 20%. Ou seja, quando o animal emagrecer 20%, recalcular a necessidade energética, aumentando a restrição na última fase para o animal chegar ao peso ideal de maneira gradativa.
· A redução da ingestão calórica pode ser conseguida com um alimento comum, numa quantidade controlada ou pela utilização de alimentos específicos (diet e light) com menor percentual de gordura e ricos em fibras, aumentando a sensação se saciedade com menos calorias;
· O consumo diário deve ser dividido em duas ou três refeições e não se deve oferecer mais nada além da dieta receitada;
· O peso deve ser registrado todas as semanas e marcado em um gráfico;
· Recomenda-se ver o paciente em intervalos quinzenais, a fim de inspecionar o progresso e também reassegurar ao paciente que a terapia é efetiva. A perda de peso deve ser aproximadamente 1% do peso inicial por semana e ocorrer na sua totalidade num período superior a 12 semanas;
· A pedra de 1kg de tecido adiposo requer défcit de energia de aproximadamente 7.700kcal. Esse défcit pode ser produzido por diminuição da ingestão de energia e/ou aumento do gasto de energia;
· A inclusão de um programa de exercício associado à restrição calórica minimiza esse decréscimo do metabolismo basal, o que permite continuar a perder peso, sem recuperar o peso perdido.
Principais desbalanços nutricionais
Baixa ingestão protéica
· Diminuição da ingestão de nutrientes;
· Retardo no crescimento;
· Perda de peso;
· Perda de reservas protéicas e massa muscular;
· Imunossupressão;
· Diminuição da função dos órgãos;
· Hipoalbuminemia;
· Emaciação;
· Ascite
PERFIL NUTRICIONAL DAS RAÇÕES PARA CÃES E GATOS
Estudo de caso:
1) Citar os níveis nutricionais que devem constar nos rótulos.
2) Relacionar excesso/deficiência de alguns nutrientes à baixa qualidade do alimento.
Questões:
1) Quais ingredientes podem elevar a matéria mineral das rações?
2) Quais são as informações relevantes no rótulo para fins de comparação entre eles?
Principais itens da Instrução Normativa:
Art. 21 § 1º Os níveis de garantia de microminerais, vitaminas e aminoácidos devem ser expressos em valores mínimos. Os macrominerais devem ser expressos em valores mínimos, com exceção do cálcio expresso em mínimo e máximo e do flúor expresso em valor máximo;
Art. 21A Os níveis de garantia das vitaminas, aminoácidos e microminerais adicionados aos suplementos, núcleos e premixes devem ser expressos em valores mínimos. Os macrominerais adicionados aos suplementos ou núcleos deverão ser expressos em valores mínimos, com exceção do cálcio expresso em mínimo e máximo e do flúor expresso em valor máximo;
Art. 3º Para os efeitos desta Instrução Normativa considera-se: 
I animais de companhia: os animais pertencentes às espécies criadas e mantidas pelo homem para seu entretenimento, sem propósito de fornecimento de produtos ou subprodutos de interesse econômico;
II alimento completo: é um produto composto por ingredientes ou matérias-primas e aditivos destinado exclusivamente à alimentação de animais de companhia, capaz de atender integralmente suas exigências nutricionais, podendo possuir propriedades específicas ou funcionais; 
(fornece todos os nutrientes para manutenção da vida do animal. Podem possuir propriedades específicas ou funcionais)
III alimento coadjuvante: é um produto composto por ingredientes ou matérias-primas ou aditivos destinado exclusivamente à alimentação de animais de companhia com distúrbios fisiológicos ou metabólicos, capaz de atender integralmente suas exigências nutricionais específicas, cuja formulação é incondicionalmente privada de qualquer agente farmacológico ativo;
(Auxiliam cães e gatos na recuperação de condições ruins de saúde, como cálculo urinário e dermatite)
IV alimento específico: é um produto composto por ingredientes ou matérias-primas ou aditivos destinado exclusivamente à alimentação de animais de companhia com finalidade de agrado, prêmio ou recompensa e que não se caracteriza como alimento completo, podendo possuir propriedades específicas;
V produto mastigável: é um produto à base de subprodutos de origem animal, podendo conter ingredientes de origem vegetal, destinado exclusivamente aos animais de companhia, com objetivo de diversão ou agrado, com valor nutricional desprezível; 
VI suplemento: é a mistura composta por ingredientes ou aditivos, podendo conter veículo ou excipiente, que deve ser fornecida diretamente aos animais para melhorar o balanço nutricional; 
VII aditivo: substância, microrganismos ou produto formulado, adicionado intencionalmente, que não é utilizada normalmente como ingrediente, tenha ou não valor nutritivo e que melhore as características dos produtos destinados à alimentação animal ou dos produtos animais, melhore o desempenho dos animais sadios, atenda às necessidades nutricionais ou tenha efeito anticoccidiano;
(Ex.: prebióticos ou probióticos)
Informações que devem estar presentes no rótulo:
· Peso líquido da ração;
· Informação do fabricante;
· Proteína, gordura e fósforomínimo;
· Umidade, fibra, cinzas e cálcio máximo
· Alta umidade indica que a ração estraga mais rápido;
· Cães e gatos não conseguem digerir muito bem carboidratos fibrosos, por isso os valores de fibra não podem ser muito altos;
· A porcentagem alta de cinzas e cálcio quer dizer que foi utilizado produto de origem animal de baixa qualidade, como farinha de pena de aves.
· Lista de ingredientes;
· A que se destina (Ex.: cães adultos; cães filhotes; cães idosos)
· Instruções de uso (Ex.: para cães entre 0 e 5kg, utilizar tal quantidade de ração)
Informações que não precisam conter no rótulo:
· Níveis nutricionais exatos;
· Digestibilidade;
· Biodisponibilidade;
· Qualidade dos nutrientes (Ex.: boa, ruim, intermediária);
· Qualidade de processamento (Ex.: bem feita ou não, com moagem eficiente ou não).
Lista de ingredientes:
· Milho, sorgo, farelo de arroz, farelo de soja, farelo de trigo;
· Farinha de carne e osso, farinha de vísceras de frango, carne fresca, gordura animal;
· Óleos vegetais (preocupar-se com óleos “digest” que possuem boa digestão);
· Minerais;
· Vitaminas;
· Antioxidantes
· BHT e BHA são os mais comuns;
· São utilizados para diminuir o processo de rancificação dos óleos, aumentando o tempo de prateleira.
Avaliação para cães:
Quando o grão encontra-se bem moído e com bom processo de extrusão não deve poder enxergar as partículas dos ingredientes na ração e deve ter “bolinhas de ar” bem visíveis, indicando que o amigo foi bem expandido.
Características dos alimentos comerciais:
· Econômicos (combate)
· Baixo custo (com a utilização de ingredientes baratos);
· Adequação nutricional (com baixa quantidade de nutrientes);
· Baixa proteína animal e alta proteína vegetal (proteína vegetal é mais barata);
· Baixa quantidade de gordura (acrescenta-se pequena quantidade apenas para tornar a ração palatável);
· Alta quantidade de fibra;
· Alta matéria mineral (com a utilização de farinha de carne e ossos, por ex.);
· Geralmente possui baixa digestibilidade (provocando aumento no volume das fezes) e baixa palatabilidade;
· Deve-se ter cautela em seu uso para o crescimento e lactação;
· Formulação variável (os ingredientes podem variar conforme a época do ano, devido a sazonalidade do dinheiro e disponibilidade);
· Formulação dentro do limite mínimo e máximo.
· Padrão/Premium
· Produtos nos quais os fabricantes investem em marketing;
· O apelo principal é sobre a palatabilidade e digestibilidade;
· Formulação variável;
· Níveis nutricionais mais altos;
· Normalmente confiáveis;
· Digestibilidade intermediária;
· Adequação nutricional (passar por uma análise química mais detalhada; algumas vezes a digestibilidade também).
· Super Premium
· O foco principal é a qualidade (utiliza ingredientes caros);
· Geralmente são vendidas apenas em locais específicos;
· Possuem alta digestibilidade;
· Alta disponibilidade dos nutrientes;
· Alta densidade nutricional;
· As empresas geralmente fazem campanhas que divulgam informações e materiais educativos para os proprietários dos animais;
· A formulação é fixa (independente da época do ano ou do valor do ingrediente, a formulação sempre será a mesma);
· Possuem garantia de qualidade comprovada por meio de testes em animais e seguindo protocolos reconhecidos (para ser conhecida como super Premium, é obrigatório passar pelos testes);
· Deve-se considerar o custo por nutriente biodisponível;
· É necessário uma menor quantidade da ração.
AGROSTOLOGIA
Ciência que estuda a produção de alimentos para animais herbívoros.
GUIA
Quem são os ruminantes de produção?
Bovinos, ovinos, caprinos e bubalinos. E os monogástricos eqüinos e coelhos.
Quais são os principais alimentos dos ruminantes de produção?
Pastagem e capim. 90% dos rebanhos no Brasil são criados a pasto.
O que é pastagem?
São espécies de plantas utilizadas na alimentação de animais herbívoros. São consideradas como volumosos, ricos em fibras, que são carboidratos que fazem parte da parede celular da planta.
Os alimentos podem ser divididos em:
Volumosos – Possuem níveis elevados de fibras (forragens/Pastagens)
Concentrados (normalmente compostos por grãos ou farelos / Não são pastagens) – Subdivididos em protéicos e energéticos.
	Proteicos – Possuem em sua composição níveis elevados de proteína;
	Energéticos – Possuem em sua composição níveis elevados de carboidratos ou lipídios.
O que é volumoso?
Alimentos que possuem níveis elevados de fibras (forragem).
O que é aceitabilidade?
Alimentos que possuem alta aceitabilidade. Os animais comem bem. Um dos principais motivos é o paladar e a composição química.
O que é exigência nutricional?
Quantidade que o animal precisa consumir diariamente dos nutrientes.
O que é proteína microbiana?
Proteína produzida pelos microorganismos durante o processo fermentativo do rúmen. Essa proteína faz parte da estrutura dos microorganismos e os ruminantes a utilizam como fonte de aminoácido.
O que é digestibilidade?
Consumo de alimento menos o que foi excretado. É a porcentagem do alimento que foi absorvida.
O que é estacionalidade de produção forrageira?
Responder
O que é manejo de pasto?
Responder
Como manejar adequadamente o pasto?
Responder
As pastagens são cultivadas conforme a temperatura da região.
Clima temperado: Pastagens mais curtas
Clima tropical: Pastagens mais longas
OBS: Os búfalos se adaptam muito bem às pastagens. Estudam indicam que isso se deve ao seu metabolismo.
QUALIDADE DA PASTAGEM:
Áreas bem manejadas (bem plantadas): Não é possível a visualização do solo.
 
Áreas mal manejadas (mal plantadas): O solo pode ser visualizado como “falhas no meio do capim”. Nela é comum ocorrer o super pastejo, quando há uma grande quantidade de animais pastejando, a pastagem fica baixa e batida. As plantas forrageiras começam a morrer e as plantas invasoras começam a aparecer na área.
 
TIPOS DE PLANTAS
Panicum maximum
· Bastante encontrada nas encostas de Salvador;
· São plantas exigentes conforme a quantidade de chuva e qualidade do solo (só se desenvolvem bem nessas áreas);
· Possuem alto valor nutricional e crescimento;
· Possui folhas longas e compridas;
· Permanece mais individual, sendo possível identificar os “bolos” das plantas;
· Existe solos mais férteis;
· Requer manejo mais extenso, com reposição de adubação para melhor ganho de peso do animal.
 
Brachiaria decubens
· Alto crescimento, mas qualidade inferior ao panicum;
· Possui menor porte;
· Se espalha mais, cobrindo o solo por completo;
· Possui sementes maiores que a do Panicum;
· Não exige solos muito ricos.
 
Cynodon (Tifton é um dos seus cutivares)
Pennisetum purpureum (capim elefante)
· Altamente produtivo;
· Muito utilizado como reserva de alimento para os animais;
· Crescimento muito acelerado e alta produção de alimento em pequena área;
· Ponto negativo: se errar na época do corte, produz um alimento de baixa qualidade.
Proteína microbiana
Processo de fermentação
Os microorganismos presentes no rúmen vão iniciar o processo fermentativo. As bactérias vão quebrar a celulose e absorver a glicose proveniente dessa quebra. Como não há oxigênio no meio em que vivem, elas realizam um processo de fermentação, quebrando os alimentos e utilizando-os como fonte de energia. A fermentação produz os ácidos graxos voláteis (AGV’s), cujos principais são acético, butílico e propiônico. O ruminante absorve esses AGV’s pela parede ruminal e os utilizam como fonte de energia.
Métodos de conservação de forrageiras
Fenação
Conservar o valor nutritivo da forragem pela rápida desidratação (redução da umidade da forragem fresca de 70 a 80% para 15 a 18%), uma vez que a atividade respiratória das plantas, bem como a dos microorganismos é paralisada quando a disponibilidade de água na forragem é reduzida.
Porque secar conserta o alimento?
Quanto menor a umidade, menor a proliferação dos microorganismos que causam a degradação do alimento.
Fatores que afetam a qualidade do feno
· Qualidade da planta: Se o feno for feito com uma planta com qualidade ruim, o feno ficarácom qualidade ruim também;
· Condições climáticas no momento da fenação: As regiões que fazem o processo de fenação são de climas quentes e em períodos de baixa chuva. A presença das chuvas ou umidade diminui a qualidade do feno;
· Sistema de armazenamento do feno.
Vantagens da fenação
· Armazenamento da forragem por longos períodos;
· Inúmeras plantas forrageiras podem ser fenadas;
· Pode ser feito manualmente ou mecânico;
· Podem ser utilizados para alimentar diversas espécies.
Escolha da forrageira (fator muito importante)
· Alta produção de forragem: Planta que consiga produz uma grande quantidade massa por área;
· Ótimo valor nutritivo: O Cynodon é bastante utiizado;
· Tolerância a cortes baixos: Para que a planta não morra caso seja cortada a 10cm do solo, voltando a crescer normalmente. A tolerância tem a ver com a estrutura da planta. Plantas grandes geralmente possuem suas gemas reprodutivas acima dos 10cm de corte, por isso tem seu crescimento afetado em casos de cortes baixos; Plantas mais baixas toleram cortes mais baixos;
· Elevado vigor de rebrota: Voltar a crescer após serem cortadas;
· Facilidade para a desidratação: Características dos Cynodos, por exemplo. Alta presença de estômatos possui maior facilidade de perda de água;
· Reduzida perda de folhas: Plantas como alfafa podem perder suas folhas se o processo de secagem for feito incorretamente.
Gramíneas para fenação.
Quase todas as gramíneas podem ser utilizadas, mas a qualidade vai varias conforme o tipo.
Os mais utilizados são os cynodos.
Podem ser utilizados:
Pangola, Jaraguá, Colonião, Gordura, Rhodes, Kikuio, espécies do gênero Cynodon em geral e braquiárias.
· Geralmente somente o Pangola e os Cynodons é capaz de produz feno de alta qualidade. Os outros produzem feno de qualidade intermediária.
O processo de fenação
Após definir a espécie forrageira escolhida, as fases do processo de fenação são:
1. Corte/Ceifa
O trator com a ceifadora geralmente regulada para 10cm do solo cortam a planta e enfileiram atrás de si;
Deve-se manter atento à época certa para realizar o corte da planta;
As lâminas devem estar bem afiadas para que a planta seja cortada, não mastigada. O processo de mastigação causado pela lâmina mal afiada diminui a qualidade do feno, pois aumenta a proteólise (enzimas do capim) dificultando no processo de secagem.
2. Secagem/Desidratação
Os capins ficam expostos ao sol em montes e ao menos duas vezes ao dia máquina reviram os capins para que os que estão embaixo vão para cima e desidratem;
Se essa fase não for feita corretamente, pode-se perder folhas no processo de reviragem.
3. Enfardamento
Após 30 a 48 horas no processo de secagem já é possível realizar o enfardamento, compactando o capim em forma de fardo para conseguir colocar grande quantidade de alimento em pequeno espaço;
Em alguns locais de clima ameno, o fardo de capim é coberto por plástico. Em climas quentes não se pode fazer.
4. Armazenamento
Utilizam-se galpões bem ventilados para evitar a proliferação de fungos;
Galpões não ventilados podem aumentar a temperatura do feno, causar um processo de fermentação dos fungos proliferado e gerar um incêndio.
Momento adequado do corte da planta
· Característica do broto:
· Alto valor nutricional;
· Alta concentração de proteínas e baixa concentração de fibras;
Conforme a planta vai crescendo, vai aumentando a quantidade de massa (tamanho da planta), mas diminuindo o valor nutricional dela, uma vez que há o aumento da fibra e redução de carboidratos solúveis e de proteínas.
Por isso, o ideal é que o corte seja feito antes da planta chegar ao tamanho máximo dela, devendo ser cortada ainda em fase de crescimento, buscando aproveitar um bom valor nutricional e boa quantidade de massa disponível.
Quando a planta chega ao seu máximo crescimento, começa a fase reprodutiva, onde ela lança sua enflorescência, lançando suas sementes e diminuindo seu valor nutricional. Após essa fase, vai ocorrendo a senescência. Se a planta tiver chegado a fase reprodutiva quer dizer que passou do tempo de cortá-la.
Tipos de feno
Os fenos são divididos em tipos de acordo com sua qualidade. Sendo:
TIpo A (Alta qualidade)
· 30 horas de secagem;
· Durante o processo de secagem não ocorreu chuva.
	
Tipo B (Qualidade intermediária)
· Seco passado (está seco, mas o momento do corte passou do ponto);
· Durante o processo de secagem não ocorreu chuva.
Tipo C (Baixa qualidade)
· Feno mais úmido, pois durante seu processo de secagem ocorreu chuva.
	FORRAGEIRA
	TIPO
	UMIDADE (%)
	PROTEÍNA BRUTA (%MS)
	FIBRA (%MS)
	Gramídeas
	A
	15-10
	>13
	<65
	
	B
	15-10
	9-13
	65-69
	
	C
	18-15
	<9
	>69
	Leguminosas
	A
	18-15
	>22
	<41
	
	B
	18-15
	19-22
	41-46
	
	C
	25-20
	<19
	>46
Aspectos de um feno de qualidade
Características desejáveis
· Alta relação folha/caule (muito mais folha do que caule. Quanto mais folha melhor);
· Caules finos e macios;
· Coloração esverdeada (indicativo de menores perdas);
· Estágio vegetativo ideal (se for identificado sementes no feno quer dizer que foi cortado no tempo incorreto);
· Não conter substâncias estranhas (plantas daninhas, plantas tóxicas, terra, pedaço de madeira, etc.);
· Não conter bolores (armazenamento incorreto em locais úmidos desenvolve fungos que produzem micotoxinas. É importante que não ocorre principalmente para eqüinos);
· O cheiro deve ser agradável;
· Deve ter boa aceitação pelos animais.
Ensilagem (produz a silagem)
É um processo de conservação de forragem/grãos por meio da acidificação da massa em decorrência da fermentação microbiana em condições de anaerobiose.
Ensilagem com grão
O alimento armazenado não estraga devido a presença do silo, ex.: o silo de superfícies (faz um buraco no solo, coloca uma lona, joga a massa e outra lona por cima) ou silo de trincheira.
O silo será compactado por tratores para diminuir a quantidade de oxigênio presente, promovendo a fermentação do alimento (produzindo AGV’s). O processo de fermentação causa a diminuição do PH do alimento para inibir o desenvolvimento de bactérias que apodrecem o alimento.
Se o silo não for aberto, não tem “tempo de validade” para ficar guardado.
Silagem
É o produto oriundo da conservação de forragens úmidas (planta inteira) ou de grãos de cereais com alta umidade (grão úmido) pela fermentação em meio anaeróbico, ambiente isento de oxigênio.
A mais comum é a silagem de milho.
O ambiente deve ser de máxima anaerobiose (ausência de O2) para limitar a atividade oxidativa das enzimas da planta e proliferação de bactérias produtoras de ácido butílico que causam a putrefação do alimento.
Essa microbiota não sobrevive a PH baixo, por isso deve-se favorecer o desenvolvimento da flora láctea, que induz o abaixamento rápido do PH do meio, conservando a forragem por períodos prolongados.
Silo
Estrutura ou local de armazenamento da silagem.
Atenção: Silos como o de superfície devem ter suas lonas bem esticadas.
 
Silo trincheira				 Silo em bags	 Silo de superfície (lona mal esticava)
O silo trincheira demanda gastos para criar a estrutura do silo, por isso o mais utilizado é o silo de superfície. No entanto, o silo de superfície é menos seguro, pois existe a possibilidade da lona rasgar.
O processo da ensilagem
1. Colheita/corte
· Deve-se manter atenção ao momento correto para realizar o corte da planta, definido pelo nível de umidade, que não pode ser muito nem pouco (em torno de 35% de matéria seca-MS e 65% de umidade);
· Se o material estiver com umidade maior do que deveria pode acarretar em fermentação butílica, causando o apodrecimento do alimento. Se o alimento estiver com matéria seca acima do que deveria, haverá dificuldade no processo de compactação, sobrando mais oxigênio e produzindo uma silagem de baixa qualidade;
· Em muitos locais máquinas cortam e já trituram a planta. O processo de mecanização é importante, pois o processo de silagem não pode durar mais de 6 horas.
2. Fragmentação/trituração do material
· Deve-se garantir um tamanho das partículas ideal para estimulara ruminação e salivação (pelo processo de mastigação) nos animais. As partículas então devem ser maiores que 2cm. Partículas muito grandes também dificultam o processo de compactação, aumentando a quantidade de O2 dentro do silo, por isso não devem passar de 5cm;
· A lâmina deve estar bem afiada, diminuindo o efeito da ação oxidativa das enzimas.
3. Transporte até o silo e carregamento ou enchimento do silo
· Deve ocorrer de maneira rápida e eficiente. O silo deve estar próximo ao local de colheita e as máquinas devem estar preparadas para encher o silo quando a matéria chegar.
4. Compactação
· Normalmente feita por um trator, que espalha o material e o compacta, passando por cima. Quanto maior o silo, maior deve ser o trator. As rodas do trator não devem ser duplas, para que não forme ondas no material.
5. Vedação do silo
· Utiliza-se uma lona bem grossa, geralmente específica para silagem, uma vez que se a lona rasgar perde-se tudo;
· Após o fechamento, o silo pode ser utilizado depois de 45 dias aproximadamente;
· A lona deve ser o mais esticada possível, evitando bolsas de ar debaixo dela.
Questionário
1. Mencione os principais pontos para obter uma silagem de boa qualidade, durante sua elaboração.
2. Quais são as principais características buscadas em uma planta para fenação?
Consumo de matéria seca (CMS)
É interessante estimar o consumo de matéria seca nos animais.
	ESPÉCIE
	CMS
	Bovinos
	Em torno de 2% do PV
	Equinos
	Em torno de 3% do PV
	Caprinos
	Em torno de 3% do PV
	Ovinos
	Em torno de 3% do PV
Fórmula:
CMS = PV x porcentagem da espécie / 100
Exemplo:
Qual será o consumo de matéria seca de um bovino de 600kg?
CMS = 2 x 600 / 100 = 12kg MS/dia
Então sabemos que o animal deve ingerir 12kg de matéria seca por dia.
Como saber o que representa a matéria seca
Silagem de boa qualidade:
	MS
	Água
	35%
	65%
	MS
	ÁGUA
	Carboidratos
	Água
	Proteínas
	
	Lipídios
	
	Minerais
	
Feno de boa qualidade:
	MS
	Água
	90%
	10%
Sendo a MS composta pelos mesmos nutrientes da silagem.
Levando em consideração o mesmo bovino (600kg) do exemplo anterior, quanto de silagem ele deve consumir para obter os 12kg de matéria seca por dia.
É feita a transformação de matéria seca (MS) para matéria natural (MN)
12kg --- 35% MS da silagem (levando em consideração só a matéria seca)
X kg --- 100% MN (alimento completo, que é a MS + água)
35x = 12 x 100
35x = 1200
X = 1200/35 = 34,28kg/dia
Então o bovino deve ingerir aproximadamente 34kg de silagem por dia.
Se em vez da silagem o bovino fosse alimentado com feno, quanto ele deve ingerir por dia?
12kg --- 90% MS do feno
X kg --- 100% MN do feno
90x = 12 x 100
90x = 1200
X = 1200/90 = 13,33kg/dia
Então o bovino deve ingerir aproximadamente 13kg de feno por dia.
Site para consultar exigência nutricional de um bovino de corte: www.brcorte.com.br
Exercício
1. Um produtor rural precisa alimentar 120 vacas leiteiras de peso médio de 600kg de peso vivo. Ele produziu 500 toneladas de silagem de milho (36%). Sabendo que as vacas consomem aproximadamente 2% do seu peso vivo de matéria-seca (MS) todos os dias, por quantos dias será possível alimentar as 120 vacas com essa silagem?
2% de 600kg de PV da vaca = 12kg/dia
12kg x 120 vacas do rebanho = 1440kg/dia para todas as vacas
1440kg --- 36% de MS da silagem
 Xkg --- 100% MS
36x = 1440 x 100
36x = 144.000
X = 144.000/36 = 4000kg de silagem por dia
Se o produtor tem 500 toneladas de silagem, quer dizer que são 500.000kg. Dividindo os 500.000 pelos 4000kg que as vacas consumirão por dia, descobrimos que a silagem durará 125 dias sem contar possíveis perdas.
2. Você foi contratado para ajustar a alimentação de um sistema de produção de leite de cabra. O sistema é composto por 80 cabras em lactação que consomem 3,5% de seu PV. Em MS, os animais estão com peso médio de 65kg. A relação volumoso/concentrado utilizado é de 65-35. Qual é a quantidade de silagem de sorgo (35%MS) é necessária para alimentar esses animais por 4 meses?
Relação volumoso/concentrado: Quantos % de MS será de volumoso e quantos % será de concetrado.
Neste caso será 65% de volumoso e 35% de concentrado.
3. O produtor rural quer confinar 800 ovinos com média de peso inicial de 15kg por 100 dias e o peso vivo final deve ser de 35kg e consumo de matéria seca de 3% do PV. Foi definido que a relação volumoso/concentrado que será utilizado será de 40-60 e que será utilizada a silagem de sorgo com 36% de MS e mistura concentrada com 90% de MS. Qual é o ganho médio diário para que os ovinos alcancem o peso final? Quanto será necessário de silagem de sorgo e mistura concentrada para alimentar os 800 animais nos 100 dias?
O aprendizado das comunidades quilombolas e indígenas não podem ser conceituado como científico, uma vez que não seguem rigorosamente um método científico desenvolvidos por etapas padronizadas.
Sendo assim, são baseados nas experiências conseguidas do decorrer de gerações, formando o conhecido de sendo comum, ao passo que o conhecimento científico deverá ser comprovado e testado para que possa ser usado pela sociedade.
Fatores que afetam as exigências nutricionais
Exigência nutricional:
Quantidade de nutrientes que deve ser fornecida ao animal para atender suas necessidades.
Subdivida em:
Exigência para mantença e exigência para ganho.
Os fatores que vão influenciar nessa quantidade de nutrientes necessárias ao animal são:
Sexo – Machos geralmente demandam mais energia para sua manutenção, sendo muitas vezes necessário separar os machos das fêmeas para controle de suas dietas;
Grupo genético – Se o grupo genético apresenta característica de conformação ou produtividade de outro grupo haverá então exigências nutricionais diferentes. Ex.: raças de bovinos que possuem exigências nutricionais diferentes;
Idade e peso – A exigência nutricional vai variar conforme a fase de vida e peso do animal, sendo necessário calcular a quantidade de energia em cada fase;
Processamento da dieta e tamanho da partícula – Quanto menor a partícula, maior a capacidade do animal de absorção da partícula;
Composição corporal – Relação entre tecido ósseo, músculo e gordura. Sendo que, quanto maior a quantidade de músculo, maior a exigência nutricional do animal. Quando maior a quantidade de gordura, menor será a exigência nutricional; A exigência nutricional deve ser ajustada conforme o peso do animal visando colocá-lo no peso ideal;
Nível nutricional – A depender do alimento e da informação nutricional deve haverá alteração na demanda nutricional daquele alimento para o animal;
Litros de leite e % de sólidos no leite – Na lactação a demanda nutricional do animal aumenta muito;
Ganho médio diário – Quanto maior o desempenho do animal em questão de musculatura, maior sua exigência nutricional dele;
Peso dos ovos – Normalmente ovos maiores demandam do animal uma exigência nutricional maior da ave;
Nível de empenamento – Durante o período de troca de penas das aves, ocorre uma redução na produção de ovos e aumento da exigência nutricional para formação de novas penas;
Linhagens – O desenvolvimento de linhagens mais produtivas modifica a necessidade energética delas;
Atividade física – Animais que não praticam atividade física alimentam-se apenas para manutenção, mas se realizam atividades física, possuem maior demanda nutricional;
Temperatura e umidade – Animais devem permanecer em zona de conforto térmico, onde o animal não precisa gastar energia para ajustar sua temperatura corporal. Se estiver fora dessa zona de conforto, o animal precisará de maior demanda nutricional para manter sua temperatura. Animais jovens possuem maior dificuldade de regular sua temperatura.
Sistema de determinação das exigências
Para cães e gatos: Nutrient Requirement of Horse - NRC (2006) – EUA ou FEDIAF.
Para peixe a camarão: Nutrient Requirement of fish and shrimp – NRC (2011) – EUA
Para cavalos: Nutrient Requirement of Horse – NRC (2007) – EUA
Para ovinos e caprinos: Nutrient Requirement of Horse – NRC (2007) – EUA
Água
Nos equinos,o consumo de água deve ser de 3 litros para cada kg de matéria seca (MS) consumida;
Exercícios provocam aumento no consumo de água de 20 a 300%;
A qualidade de água deve boa.
Exigência de manutenção
ED (energia digestível em Mcal/kg) = 1,4 + 0.03 x Peso corporal (kg)
Éguas gestantes
2/3 iniciais (manutenção)
1/3 final (suplementação)
· 20% mais energia
· 30% mais proteína
· 20% mais minerais
Garanhão
Se exercerem função reprodutiva demandam maior valor nutricional. 
Garanhões com temperamento sanguíneo (mais agitados) gastam mais energia que garanhões com temperamento linfático (mais calmos) e consequentemente demandam mais alimento. 
Equinos dominantes, que passam o tempo defendendo seu grupo, também demandam maior energia.
Éguas em lactação
Maior exigência das categorias
· 40% mais proteína
· 40% mais energia
· 40% mais minerais (pode ser feito o fornecimento de sal mineral)

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