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1 ANATOMIA Ocupa o hipocôndrio direito estende-se ao epigástrio e pequena área do hipocôndrio esquerdo ANATOMIA o Glândula mais volumosa do organismo o Pesa aproximadamente 1500g no homem e 1300g na mulher Situa-se entre a corrente sanguínea proveniente do intestino e o resto do organismo Proporciona 50% da oxigenação das células hepáticas Recebe o sangue vindo... veia porta (2/3) - leva o sangue escoado do TGI artéria hepática (1/3 do total) 2 ARMAZENAMENTO, ATIVAÇÃO E TRANSPORTE VITAMINAS MINERAIS METABOLISMO CARBOIDRATOS LIPÍDIOS PROTEÍNAS ESTERÓIDES DROGAS CONVERSÃO: AMÔNIA EM URÉIA ANORMALIDADES alterações do EN Chemin 2007 FORMAÇÃO E EXCREÇÃO BILE Carboidratos Transforma em glicose os produtos da digestão de carboidratos (GAL e FRU) GlicogêneseArmazena glicose na forma de glicogênio Glicogenólisedisponibiliza glicose dos estoques de glicogênio Gliconeogênese Sintetiza glicose a partir de percussores não-glicídicos Proteínas Conversão de aa em substratos energéticos Síntese de aa não essenciais Síntese dos fatores de coagulação (fibrinogênio e protrombina) Síntese de proteínas plasmáticas (albumina, globulina, transferrina, ceruloplasmina e lipoptns) RELEMBRANDO... Albumina ● Síntese de Albumina depende da presença de aas precursores (triptofano) ● A concentração plasmática depende também da distribuição e da perda (renal, peritoneal e nas fezes) ● As principais funções da Albumina 1- Manutenção da pressão oncótica. 2- Capacidade de ser um carreador não especifico para drogas e substâncias endógenas Lipídeos β-oxidação de ácidos graxos energia Sintetiza corpos cetônicos substrato energético no jejum Sintetiza e hidrolisa TAG, fosfolipídios e colesterol Vitaminas Armazena vitaminas lipossolúveis Armazena B12 Sintetiza as proteínas transportadoras de vitamina A β-Caroteno retinol Ativa ácido fólico 5 metil-tetrahidrofolato Ativa Vit. D 25-hidroxi vit D3 (enzima: 25-hidroxilase) Hormônios esteróides São inativados e excretados Aldosterona Glicorticóides Estrógeno Progesterona Testosterona Bactérias e detritos no sangue Removidos do sangue por ação fagocítica das células de Kupffer 3 Álcool e drogas Detoxificação pelo sistema enzimático ADH: álcool desidrogenase ALDH: aldeído desidrogenase Níveis séricos de bilirrubina - produção excessiva (hemólise) ou captação hepática prejudicada Fosfatase alcalina Aumentada na colestase (também pode aumentar nos distúrbios ósseos, gravidez, alguns tipos de câncer) Enzimas hepáticas Alanina aminotransferase (ALT “antiga TGP”), Aspartato amonotransferase (AST “antiga TGO”), Desidrogenase lática sérica (LDH) Albumina sérica Produzida apenas pelo fígado Proteínas séricas Tempo de protrombina (TP), albumina sérica, globulina sérica, anticorpos Marcadores específicos para doenças hepáticas Ferritina sérica, ceruloplasmina, alfa-fetoproteína, alfa 1-antitripsina Marcadores para hepatites virais Imunoglobulinas Sua remoção completa causa óbito em 24 horas Tipos de vírus Inflamação disseminada do fígado As infecções virais são as causas mais comuns desta doença A, B, C, D, E, e G Excelente o Viremia curta o Recuperação é normalmente completa o Não desenvolve cronicidade Período de incubação Epidemiologia Transmissão Sintomas Prognóstico 4 oEvolução fulminante oPossibilidade de hepatite crônica ativa oCirrose o Insuficiência hepática Período de incubação Epidemiologia Transmissão Sintomas Prognóstico o Responsável por mais de 90% das hepatites pós-transfusionais Período de incubação Epidemiologia Transmissão oEvolução hepatite crônica oCirrose o Insuficiência hepática Prognóstico o Vírus defectivo, depende do VHB para sua síntese e replicação Transmissão oEvolução hepatite crônica Prognóstico Transmissão Não evolui para hepatite crônica Prognóstico Período de incubação Desinfetar água e alimentos com cloro ou iodo Transmissão oNão se conhece as consequências o Relatos “duvidosos de hepatite fulminante” Prognóstico o20 – 30 % dos usuários de drogas injetáveis o10% das transfundidas Sintomas gerais 1. Fase prodrômica (sintomática inespecífica) Fase inicial acomete cerca de 25% dos pacientes com febre, artralgia, artrite, erupção e angioedema 2. Fase pré-ictérica Mal-estar, fadiga, mialgia, anorexia, náusea, vômito, digeusia 3. Fase ictérica Fase com icterícia 3. Fase convalescente Os sintomas começam a desaparecer Insuficiência hepática grave com desenvolvimento de encefalopatia após 8 semanas, sem hepatopatia pre-existente Causas o hepatite viral o toxicidade química (paracetamol, ecstasy) o intoxicação exógena (cogumelos) o isquemia hepática o obstrução da veia hepática o presença de tumores 5 1. Edema cerebral Amônia > 200g/dL aumenta a pressão intracraniana (PIC) Mecanismo: da glutamina intracelular promove elevação na captação de sódio, alterando o volume da célula. 1. Edema cerebral 2. Coagulopatia e sangramento 3. Distúrbios ácido-base Acidose lática pode ocorrer em virtude da deficiência da captação e metabolismo de lactato ou aumento na produção de lactato pelas céls que estão em hipóxia 4. Anormalidades cardiovasculares Dificuldade em metabolizar compostos vasoativos hipotensão 5. Insuficiência renal (Sd hepatorrenal), complicações pulmonares (devido a hipóxia – vasoconstrição ocasionada pela ativação do SRAA) 5. Hipoglicemia e desequilíbrios de eletrólitos 6. Sepse infecções bacterianas e fúngicas SRAA: sistema renina angiotensina aldosterona ECA Renina (produzida na perfusão renal) (produzida no pulmão e endotélio renal) Curso de doença superior a 6 meses ou achados de biópsia que comprovem Causas o viral (VHB, VHC) o auto-imune o medicamentosa o genética Sintomas o fadiga, distúrbio do sono, dificuldade de concentração, dor moderada no quadrante superior direito o Grave - icterícia, perda muscular, colúria, ascite, edema, encefalopatia hepática, sangramento TGI, esplenomegalia Doença de Wilson distúrbio do metabolismo do cobre no hepatócito reduz excreção biliar de Cu elevação de Cu nos tecidos. Deficiência de alfa-1-anti-tripsina A1AT tem função de inibir a elastase neutrofílica, que tem a capacidade de hidrolisar as fibras de elastina no pulmão enfisema, bronquite crônica ou bronquectasia Tratamento Interferon-alfa Quadro clínico medicamento mais positivo no controle da replicação viral Anormalidades hepáticas relacionadas com a infiltração de lipídios no citoplasma dos hepatócitos de pacientes com consumo inferior a 20 g de etanol por dia DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA - DHGNA Esteatose hepática benigna, até esteatohepatite não-alcoólica ou NASH (Nonalcoholic Steatohepatitis) com necrose e regeneração nodular Pode evoluir para cirrose e insuficiência hepática Causa mais frequente: hepatite C 6 Cotrim H.P., et. al., 2011. Ann Hepatology Brasileiros com doença gordurosa não alcóolica do fígado (NAFLD - 1.280 pacientes) DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA Primárias diabetes, obesidade, hiperlipidemia que estão associados à resistência a insulina (síndrome metabólica) Secundária medicamentos (estrógenos, corticóides, tetraciclinas, isoniazida), procedimentos cirúrgicos (by pass jejuno-ileal, gastroplastias, ressecção intestinal extensa, diverticulite com supercrescimento bacteriano) doenças familiares (lipodistrofia parcial, hipotireoidismo, desnutrição aguda) Principais causas DHGNA Resistência periférica à insulina Hiperinsulinemia da β-oxidação + produção endógena de VLDL Acúmulo no fígado ESTEATOSE Associada ao EROs = Lipoperoxidação lipídica Formação de 4-hidroxinoneal (4HN) mitocondrial e malodialdeído (MDA) Inflamação FIBROSE Nenhum tratamento específico é aceito universalmente Nos casos de DHGNA secundária o tratamento da doença de base é obrigatório Em casos de resistência à insulina a reeducação dietética (especialmente obesos) é a primeira iniciativa → dieta hipocalórica + atividade física = enzimas hepáticas e do grau de esteatose Pacientes que perdem peso rapidamente podem inflamação hepática Medicamentos para a resistência à insulina tem sido usados (metformina e glitazonas – hipoglicemiantes orais) Deve ser considerado o mesmo tratamento nutricional para pacientes obesos DHGNA É um estágio intermediário da doença do fígado gorduroso. Ocorre acúmulo de gordura nos hepatócitos, envolvidos por céls inflamatórias Associada ao acúmulo de tecido fibroso no fígado Causas drogas, anomalias congênitas, DM tipo 2, lipodistrofia, obesidade e desnutrição Sintomas mal-estar, fraqueza, hepatomegalia Tratamento perda de peso (obesidade e DM tipo 2) Acetaldeído Produto tóxico do metabolismo do álcool Esteatose hepática Hepatite alcóolica Cirrose 7 Excesso de Acetil-CoA e hiperinsulinemia estimulam Acetil-CoA carboxilase Malonil CoA aumento na mobilização de ácidos graxos do tec. Adiposo (RI) aumento na síntese hepática de AG redução na oxidação de AG aumento na produção de TG aprisionamento de TG no fígado É reversível com abstinência do álcool Acetaldeído Produto tóxico do metabolismo do álcool Esteatose hepática Acetaldeído Produto tóxico do metabolismo do álcool o dor abdominal, anorexia, náusea, vômito, fraqueza, diarreia, perda de massa corporal, febre Hepatite alcóolica Sinais Sintomas o Hepatomegalia o Elevação das transaminases, aumento da bilirrubina sérica, albumina sérica pode estar normal ou diminuída o Presença ou não de anemia o abstinência do álcool o terapia nutricional específica Tratamento Acetaldeído Produto tóxico do metabolismo do álcool o hepatite alcoólica Cirrose alcóolica Sinais e sintomas acrescidos de encefalopatia hepática, sangramento do TGI, hipertensão portal, além de ascite, edema, redução da albumina ETANOL ACETALDEÍDO ACETATO EFEITO TÓXICO DIRETO NECROSE HEPATOCELULAR EXCESSO DE NAD REDUZIDO = NADH+ DESEQUÍLÍBRIO METABÓLICO GLICONEOGÊNESE LIPOGÊNESE OXIDAÇÃO DE TG HIPOGLICEMIA ESTEATOSE HEPÁTICA Bebida Unidade Volume (mL) Etanol (g) Cachaça Dose 50 17 Garrafa 660 220 Destilados (Vodka, Whisky) Dose 50 16 Aperitivos (Martini, Campari) Dose 50 8 Cerveja Copo 250 9 Lata 350 13 Garrafa 660 25 Vinho de mesa Cálice 120 1,7 Garrafa 750 10,5 Cuppari, 2009 Homens Mulheres 60 – 80g 40 – 60g Dose de etanol 8 o↑ transaminases o bilirrubina o↓ ptns plasmáticas Distúrbios nutricionais o Desnutrição energética Álcool como caloria vazia o Digestão e absorção prejudicadas Tiamina (Beribéri), B12, ácido fólico, Zn o Metabolismo alterado Zn, vitaminas A e D, folato, piridoxina, tiamina, Mg, P, Se Alterações laboratoriais oanemia otrombocitopenia ohepatomegalia Dividida em dois tipos: Cirrose biliar primária (CBP) Colangite esclerosante primária(CEP) Características CBP CEP Ductos biliares Destruição progressiva dos ductos biliares intra-hepáticos pequenos e médios Inflamação fibrosante dos ductos biliares extra-hepáticos (pode ou não comprometer intrahepático) Sexo acometido Maioria mulheres (90%) Maioria homens (60 a 70%) Complicações Osteopenia (redução da massa corpórea) Hipercolesterolemia Deficiência de vitaminas lipossolúveis Hipertensão portal Insuficiência hepática Colangiocarcinoma Particularidade Imunossupressores para postergar o transplante 75% dos pacientes apresenta retocolite ulcerativa (esteatorréia) DISTURBIOS HEREDITÁRIOS Distúrbio Fisiopatologia Sinais e sintomas Tratamento Hemocromatose Sobrecarga de ferro Hepatomegalia Várizes esofageanas Ascite Síntese hepática prejudicada Comprometimento cardíaco - Restrição do Ferro - Flebotomia incisão praticada na veia Doença de Wilson Acumulo de cobre devido à excreção biliar prejudicada (a bile é a maior forma de excretar cobre) Diminui níveis séricos de ceruloplasmina Sinais neurológicos podem ser as alterações mais precoces - Quelantes de cobre (Zn) - Dieta pobre em cobre Transplante hepático é necessário Def. de alfa-1- antitripsina Colestase ou cirrose ocorrem --- Transplante hepático CIRROSE HEPÁTICA Doença crônica, caracterizada por fibrose, necrose, nódulos de regeneração e transformação da arquitetura normal do fígado. CIRROSE HEPÁTICA CIRROSE Ocasionada por certas doenças crônicas do fígado Formação de tecido cicatricial Danifica estrutura do fígado Bloqueio do fluxo de sangue Diminuição da capacidade do fígado realizar suas funções 9 Processo difuso de fibrose e formação de nódulos, acompanhado frequentemente de necrose hepatocelular. CIRROSE Shimabukuro et. al., 2009. Circ J Acúmulo de gordura Inflamação Fibrose (cicatriz) FÍGADO GORDUROSO ESTEATOHEPATITE CIRROSE ETIOLOGIA DA CIRROSE 1. Hepática auto-imune 2. Lesão hepática induzida por álcool 3. Lesão hepática induzida por drogas ou toxinas 4. Hepatite viral B, C, D 5. Doenças metabólicas Doença de Wilson Hemocromatose 6. Cirrose biliar Cirrose biliar primária 40 – 70 anos Ambos os sexos • Desnutrição • Ascite • Encefalopatia hepática • Síndrome hepatorrenal • Alterações de glicose • Má absorção de gordura • Icterícia CIRROSE MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS CIRROSE - MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Insuficiência hepática 1. Encefalopatia 2. Icterícia (Jaundice) 3. Ascite 4. Anemia 5. Tendência à hemorragia 6. Edema Hiperestrogenismo 1. Ginecomastia 2. Eritema palmar 3. Atrofia testicular 4. Rarefação de pelos. Hipertensão portal 1. Varizes esofágicas 2. Esplenomegalia 3. Cabeça de medusa (umbigo) 4. Ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal) (devido a hipertensão portal e ginecomastia) PATOGENIA DA CIRROSE Agressão tecidual Necrose de Hepatócitos LESÃO Estímulo dos fibroblastos Fibrose Hepática Cirrose Depósito de colágeno tipo I e III 10 ICTERÍCIA Impregnação generalizada da pele e mucosas por pigmentos biliares o Icterícia provém do grego ikteros o Principal exterioriação clínica Coloração amarelada da esclerótica, mucosas, pele e líquidos orgânicos CLASSIFICAÇÃO DA ICTERÍCIA Quanto a fisiopatogenia a. Hemolítica ou pré-hepática (produção e/ou captação) b. Hepatocelular ou hepática (conjugação) c. Obstrutiva ou pós hepática (excreção) Quanto ao perfil da hiperbilirrubinemia a. Predominantemente Não-Conjugada b. Predominantemente Conjugada Produção excessiva Hemólise Eritropoiese imperfeita Redução da captação Drogas (Sulfonidas e Salicilatos) Septicemia Redução da conjugação Drogas (Novobiocina e Pregnanediol) Doença hepatocelular 11 Alteração na excreção intra-hepática Doença hepatocelular Colestase (estrogênios, eritromicida, piroxicam, tolbutamida) Gravidez Obstrução biliar extra-hepática Atresia vias biliares Cálculos Estenoses Neoplasia das vias biliares ou do pâncreas ICTERÍCIA Quadro clínico Icterícia, prurido, colúria, hipocolia fecal Laboratorial Hiperbilirrubinemia, fosfatase alcalina, colesterol, moderado transaminases Histológico Impregnação das estruturas hepáticas porprecipitados biliares Causas Colestaseintra-hepática Colestase extra-hepática hepatite viral, hepatite por drogas, alcoólica, cirrose biliar primária e gravidez litíase, tumor da via biliar, carcinoma de cabeça de pâncreas, lesão acidental da via biliar durante uma cirurgia HIPERTENSÃO PORTAL Aumento da pressão generalizada ou segmentar no tronco esplenoportal Aumenta o fluxo de sangue colateral e pode resultar em varizes no TGI Hemorragia maciça das varizes esôfago-gástricas NPT é indicada Se paciente permanecer por pelo menos 5 dias com o TGI em repouso VARIZES ESOFÁGICAS Esôfago normal HIPERTENSÃO PORTAL hipertensão portal acompanha-se de esplenomegalia do tipo congestivo. Variações anatômicas acompanhadas de leucopenia e trombocitopenia Circulação colateral dificuldade no fluxo portal faz com que o sangue procure vias de derivação originando uma circulação colateral superficial ou profunda o reto (hemorróidas) o junção esôfago-gástrica (varizes esôfago-gástricas) o espaço retroperitoneal o ligamento falciforme do fígado (circulação colateral abdominal e periumbilical tipo cabeça de medusa) Esplenomegalia HIPERTENSÃO PORTAL Insuficiência hepática Variável, depende da etiologia (hipoalbuminemia, síntese dos fatores de coagulação, redução dos processos de desintoxicação hepática) Encefalopatia hepática Ocorre como conseqüência de shunts porto-cava que desviam o sangue portal até a circulação venosa sem passar pelo fígado 12 Hemorróidas Ascite Varizes HIPERTENSÃO PORTAL COMUNICAÇÕES PORTO-CAVA v. gástrica v. cava superior Varizes Esofagianas v. mesentérica inferior v. cava inferior Hemorróidas v. umbilical obliterada v. cava inferior “Cabeça de Medusa” ENCEFALOPATIA HEPÁTICA A encefalopatia surge quando o fígado torna- se incapaz de eliminar ou metabolizar ENCEFALOPATIA HEPÁTICA CAUSAS 1. Ciclo da Uréia inadequado Ultrapassa barreira hematoencefálica CONFUSÃO MENTAL Amônia degradação protéica pelas bactérias intestinais e da oxidação da glutamina no intestino delgado ↓ da função - hepatócitos AAR AAA (metionina, glutamina, asparagina e histidina) AAA ocorre redução de degradação hepática aumentando sua concentração sérica AAR são consumidos pelo músculo, coração e cérebro na redução da gliconeogênese Por competição passa mais AAA pela barreira hematoencefálica Falsos neurotransmissores Alterações neurológicas ENCEFALOPATIA HEPÁTICA CAUSAS 2. Aumento de AAA Cuppari, 2009; Krause, 2010 AACA: triptofano, fenilalanina, tirosina AACR: valina, leucina e isoleucina (leucina, isoleucina e valina) ESTÁGIOS DE ENCEFALOPATIA HEPÁTICA Estágios Sintomas I Confusão leve, agitação, irritabilidade, distúrbio do sono, atenção diminuída II Letargia, desorientação, tontura III Sonolência despertável, fala incompreensível, confusão, agressão quando acordado IV Coma Critérios de West Haven 13 ASPECTOS LABORATORIAIS Medida 1 ponto 2 pontos 3 pontos Bilirrubina total, µmol/l (mg;dl) <34 (<2) 34-50 (2-3) >50 (>3) Albumina sérica, g/l >35 28-35 <28 PT INR <1,7 1,71-2,30 >2,30 Ascites - Leve Grave Encefalopatia hepática - Grau I- II (ou controlada por medicamento) Grau III-IV Pontos Classe Sobrevida 1 ano Sobrevida 2 anos 5-6 A 100% 85% 7-9 B 81% 57% 10-15 C 45% 35% Interpretação Pugh RN, et al. (1973). The British journal of surgery. 1973. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA 2. Bloqueio da absorção de compostos nitrogenados ou modificações da microbiota intestinal (lavagem intestinal com neomicina (antibiótico)) - lactulose - sulfato de magnésio Tratamento 1. Modificação em relação à proteína AACR (valina, leucina e isoleucina) ENCEFALOPATIA HEPÁTICA o Pacientes “toleram” dietas com 1,2 a 1,5g de ptn / kg /dia o Ptn vegetal é mais vantajosa em relação a ptn animal o Probióticos e simbióticos Tratamento Pobre em metionina (que tb encontra-se elevada) e em aas amoniogênicos, é rica em AACR. Possui um teor de fibras maior, auxiliando na excreção de compostos nitrogenados Redução de amônia no sangue portal, reduz inflamação e estresse oxidativo, reduz captação de outras toxinas No cirrótico, observa-se: síntese de albumina, com hipoalbuminemia, pressão oncótica do sangue = hipovolemia e permeabilidade dos capilares sanguíneos e linfáticos filtração glomerular em consequência da do fluxo plasmático renal, reabsorção de sódio a nível renal devido ao aumento da aldosterona (SRAA), reabsorção de água (maior retenção) = sódio = quantidade de líquido na cavidade abdominal (ASCITE) ASCITE É o acúmulo de líquido na cavidade abdominal síntese de albumina, com hipoalbuminemia, pressão oncótica do sangue = hipovolemia e permeabilidade dos capilares sanguíneos e linfáticos filtração glomerular em consequência da do fluxo plasmático renal, reabsorção de sódio a nível renal devido ao aumento da aldosterona (SRAA), reabsorção de água (maior retenção) = sódio = quantidade de líquido na cavidade abdominal (ASCITE) No cirrótico, observa-se: ASCITE É o acúmulo de líquido na cavidade abdominal Ação do ADH Perda de sódio via paracentese Uso excessivo de diurético (deve-se monitorar: massa corporal, circunferência abdominal, concentração urinária de Na, concentrações séricas de U, Cr, albumina, ác úrico e eletrólitos) Restrição muito intensa de sódio (atenção a palatabilidade da dieta) Paracentese: retirada de líquido ascíticoKrause, 2010 HIPONATREMIA 14 Hemorragias – aumento da produção de amônia a partir do sangue retido no TGI Medicamentos – sedativos – doses habituais são capazes de conduzir ao coma Paracentese – as grandes extrações de líquido ascítico levam a hiponatremia e hipocalcemia e indiretamente ao coma Infecções – aumento da lesão hepática = fator precipitante Operações – implicam sempre em lesão hepática pela agressão da anestesia, antibióticos, anóxia, infecções e transfusões = fator precipitante COMA HEPÁTICO É a perda da consciência em consequência de grave insuficiência hepática Pode ocorrer devido a lesão aguda ou crônica do fígado Coma secundário •Hiperinsulinemia ocorre em pacientes com cirrose produção aumentada de insulina e depuração hepática reduzida •Hipoglicemia de jejum redução da disponibilidade de glicose oriunda do glicogênio (ocorre com frequência na doença hepática aguda) •Hipoglicemia pode ocorrer após consumo de álcool em pacientes com depósito de glicogênio depletado pela inanição devido ao bloqueio da gliconeogênese hepática pelo etanol •Pacientes com diabetes devem receber terapia clínica e nutricional específica ALTERAÇÕES NA GLICOSE Intolerância à glicose ocorre devido a resistência à insulina nos tecidos periféricos Esteatorréia presente substituir parte dos TG da dieta por TCM Esteatorréia importante dieta com restrição de gordura (40g/dia) MÁ ABSORÇÃO DE GORDURA Absorção de gordura prejudicada por redução na secreção de sais biliares restrições severas de gordura reduzem a palatabilidade da dieta e dificulta a ingestão adequada de calorias OBS: Nutrientes Alterações Carboidratos gliconeogênese síntese hepática de glicogênio síntese hépática de glicose resistência periférica à insulina Proteínas catabolismo muscular ( AACR) inabilidade do fígado em metabolizar AAA converter amônia em uréia Lipídeos acúmulo no fígado ( síntese de lipoptns) má absorção e digestão metabolização incompleta Vitaminas e minerais deficiência devido à má absorção intestinal ou baixa ingestão síntese de ptns de transporte do armazenamento ou metabolização hepática efeito negativo do etanol ALTERAÇÕES METABÓLICAS NA INSUFICIÊNCIA HEPÁTICADESNUTRIÇÃO NA DOENÇA HEPÁTICA Doença Hepática Anorexia, ingestão oral inadequada Saciedade precoce ou disgeusia Náusea, vômitos Metabolismo alterado Dietas Restritas Má digestão ou má absorção Desnutrição DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA TRATAMENTO NUTRICIONAL Razões da DPC Mecanismos Ingestão inadequada Anorexia Náusea/vômitos Uso continuado do álcool Restrições dietéticas (sal, ptns) Hospitalizações frequentes (jejum frequente) Má absorção/ má digestão Colestase Supercrescimento bacteriano Doenças intestinais e pancreáticas pré existentes Perdas por medicações (lactulose, neomicina) 15 DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA TRATAMENTO NUTRICIONAL Razões da DPC Mecanismos Alterações metabólicas Hipermetabolismo Estoque hepático de glicogênio depletado Aumento da oxidação de lipídeos Desequilíbrio entre quebra e síntese proteica Aumento da demanda energética Infecções Hemorragias gastrointestinais (melena e hematêmese) Paracenteses de grandes volumes AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NA CIRROSE HEPÁTICA AVALIAÇÃO NUTRICIONAL História clínica • Inicio, duração e etiologia • Presença de comorbidades Exame físico (+ Avaliação subjetiva global) • Observar: edema, ascite e sinais de deficiências nutricionais Avaliação dietética • Recordatório 24h ou registro alimentar (3 dias) Indicadores bioquímicos • Albumina, pré-albumina, transferrina e proteína ligadora de retinol CUIDADO Produzidos pelo fígado • Ferro, ferritina, magnésio, zinco, cálcio, fósforo, B12 e folato • Índice creatinina-altura Mais afetados em doenças renais Não usar em pacientes graves • Balanço nitrogenado Grau de retenção de nitrogênio AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Vitamina Fatores predisponentes Sinais de deficiência Vitamina A Esteatorréia, neomicina, colestiramina, alcoolismo Dermatite, cegueira noturna Vitamina D Esteatorréia, glicocorticóides Osteomalácia Vitamina E Esteatorréia Edema e neuropatia periférica Vitamina K Esteatorréia, colestiramina, antibióticos Sangramentos Vitamina B6 Alcoolismo Lesões de membrana da mucosa e dermatites Vitamina B12 Alcoolismo Anemia megaloblástica, glossite, disfunção do SNC Folato Alcoolismo Anemia megaloblástica, glossite, irritabilidade Niacina Alcoolismo Dermatite, demência, diarréia Tiamina Alcoolismo,dieta rica em CHO Neuropatia, ascite, edema, disfunção do SNC AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Mineral Fatores predisponentes Sinais de deficiência Zinco Diarréia, alcoolismo e diarréia Imunodeficiência, disgeusia, cicatrização precária, síntese de ptns diminuída Magnésio Alcoolismo e diuréticos Irritabilidade neuromuscular, hipocalcemia, hipocalemia Ferro Sangramentos crônicos Estomatite, anemia microcítica, mal-estar Potássio Diuréticos, anabolismo, uso de insulina Fraqueza muscular, parada cardíaca e respiratória Fósforo Alcoolismo e anabolismo Anorexia, fraqueza, insuficiência cardíaca, intolerância a glicose AVALIAÇÃO NUTRICIONAL 16 AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Parâmetros objetivos podem ajudar quando monitorados em série medidas antropométricas avaliação da ingestão dietética + ingestão oral inadequada Anorexia Disgeusia Saciedade precoce Náusea Vômitos Restrições dietéticas ANSG • Antropometria Mesmos parâmetros de indivíduos saudáveis Edema ou ascite Preferir PCT, PC biciptal, subescapular e CMB Menor interferência de retenção hídrica Peso e Perímetro abdominal Acompanhar remissão ou progressão da ascite Fonte: Martins C, 2001. DESCONTO DE PESO POR RETENÇÃO HÍDRICA Edema Excesso de peso hídrico + Tornozelo 1 kg ++ Joelho 3-4kg +++ Raiz da coxa 5-6kg ++++ Anasarca 10-12kg Peso AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA Avaliação Nutricional Parâmetros nutricionais Fatores que os influenciam Peso Ascite Edema Diuréticos Antropometria (deve ser seriada paciente é controle dele mesmo) Fontes múltiplas de erro Alterações no estado de hidratação Proteínas séricas Síntese reduzida Alterações no estado de hidratação Má absorção DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA Parâmetros nutricionais Fatores que os influenciam Índice creatinina-altura e 3 metil-histidina Afetado pela desnutrição, envelhecimento, massa corporal diminuída, ingestão de ptn, alterações na função renal, infecção Creatinina: produto final do metabolismo da creatina, que é sintetizada no fígado Balanço nitrogenado Sd hepatorrenal pode afetar a excreção de nitrogênio Função imune Afetada por insuficiência renal, desequilíbrios de eletrólitos, infecção, insuficiência renal Bioimpedância Inválido na ascite / edema Avaliação Nutricional DOENÇA HEPÁTICA CRÔNICA TERAPIA NUTRICIONAL Reversão da desnutrição Otimizar aceitação da dieta Otimizar aproveitamento dos nutrientes Atender as necessidades Minimizar complicações metabólicas Melhoria do quadro Aporte adequado de aminoácidos para manter o balanço nitrogenado 17 Encefalopatia hepática oPacientes toleram dietas com 1,2 g de ptn / kg /dia oPTN VEGETAL é mais vantajosa em relação a ptn animal Tratamento AAA AAR o Uso de probióticos e simbióticos Melhoram a encefalopatia hepática Amônia Inflamação Estresse oxidativo Hiponatremia Restrição de volume 1 – 1,5L/dia Diabetes Restrição de açúcar simples TERAPIA NUTRICIONAL Má absorção de gordura Esteatorréia presente Usar TCM Restrição de gordura (40g/dia) Recomendação: 25 a 35% VET Sem esteatorréia TERAPIA NUTRICIONAL ESPEN (2006) Esteato-hepatite alcoólica, cirrose hepática, transplante e cirurgia Calorias: 35 a 40 kcal/kg/dia Proteína: 1,2 a 1,5g ptn/kg/dia Para melhorar ou elevar o BN 1,2 a 1,5 g/kg/dia Pacientes com EH 1g / kg / dia TERAPIA NUTRICIONAL Ácido graxo ômega-3 SUPLEMENTAÇÃO 1 g/dia reduz o inflamação o infiltração gordurosa no fígado 2 g/dia reduz o Concentração plasmática de triglicerídeos o Níveis de TNF-alfa o Enzimas hepáticas o Glicemia de jejum o Grau de esteatose hepática TERAPIA NUTRICIONAL Esteato-hepatite alcoólica: 35 a 40 kcal/kg/dia; 1,2 a 1,5g ptn/kg/dia Cirrose hepática: 35 a 40 kcal/kg/dia; 1,2 a 1,5g ptn/kg/dia Transplante e cirurgia - pré-operatório: 35 a 40 kcal/kg/dia; 1,2 a 1,5g ptn/kg/dia - pós-operatório: 35 a 40 kcal/kg/dia; 1,2 a 1,5g ptn/kg/dia TERAPIA NUTRICIONAL O uso de AACR (BCAA) são indicados para pacientes com encefalopatia hepática e em TNE. Indicada nos desnutridos moderados ou graves e nos bem nutridos nos períodos de descompensação da doença TERAPIA NUTRICIONAL Quando o paciente apresenta significante perda de peso corporal (>5% em três meses; ≥ 10% em seis meses) ou quando a ingestão via oral for inferior a 60% O uso de sondas (TNE) está contraindicada somente nos pacientes com varizes esofágicas com risco de sangramento importante.
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