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Função e Disfunção do Tecido Hepático Introdução • É a maior órgão/glândula do corpo humano • Peso médio de 1500g • Possui capacidade de se regenerar Recebe fluxo sanguíneo de 2 fontes (duplo): a) Artéria hepática (proveniente da AORTA = supre 1/3 do fluxo) b) Veia porta: supre demais 2/3 do fluxo – rico em nutrientes coleta sangue drenado do sistema digestório (CIRCULAÇÃO ENTEROHEPÁTICA). Sistema de Vascularização Hepática Funções Hepáticas Síntese de: • aminoácidos não essenciais • proteínas plasmáticas: – Albumina, transferrina, ceruloplasmina – Transportadores de hormônios – Fatores de coagulação, fibrinolíticos e fibrinogênio – Fatores de crescimento – Globulinas – Lipoproteínas (VLDL, LDL, HDL) Síntese Protéica a. Metabolismo Energético e de Carboidratos: Manter glicemia Vias metabólicas: Glicogênese Gliconeogênese Glicogenólise b. Metabolismo Protéico: Converter AMÔNIA em uréia c. Metabolismo Lipídico: lipoproteínas Regulação do Metabolismo de Nutrientes Vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K Vitamina B12 Ferro Ácido fólico Armazenamento de Substâncias Não é um órgão endócrino Converte hormônios e vitamina nas suas formas ativas: – Hidroxilação da Vitamina D: • Forma ativa: 25-hidroxicolecalciferol – Caroteno é convertido em vitamina A – Folato é convertido em ácido 5-metiltetraidrofólico – Desiodinização da Tiroxina (T4) em Triiodotironina (T3) – Síntese de IGF-1 Função “Endócrina” Células Kupffer 80 a 90% dos macrófagos do sistema reticuloendotelial Filtro para circulação sistêmica Removem partículas estranhas: - Bactérias - Endotoxinas - Parasitas - Eritrócitos senescentes Função Imunológica Função mais importante para o sistema digestório Bile: (900ml/dia) - Componentes: - Ácidos biliares: - Colesterol e Fosfolipídeos - Pigmentos biliares e Fluido aquoso rico em bicarbonato Secreção gastrointestinal essencial para: - Excreção de solutos que não possam ser excretados pelos rins - Digestão e absorção lipídica Formação e Secreção da Bile Exógenos: Drogas Toxinas Endógenos: Sais biliares Bilirrubina Hormônios Metabolismo, conjugação e excreção de compostos: Destoxificação • Fígado: – responsável por 60% da destoxificação orgânica. • Processo de eliminação de xenobióticos • Objetivo principal: – ↑ hidrossolubilidade de substâncias, para ocorrer sua eliminação (urina ou bile) Disfunções Hepáticas Astenia/fadiga Náuseas e vômitos Dor no hipocôndrio direito Prurido Icterícia Sinais Clínicos das Hepatopatias • Sintoma mais específico da hepatopatia • Causa: – HIPERbilirrubinemia • Associa-se: – Colúria (urina escura) – Acolia fecal (branca) Icterícia A bilirrubina é um pigmento de coloração amarelada que surge como resultado da degradação dos glóbulos vermelhos, sendo metabolizada e eliminada pelo fígado, em conjunto com a bile, através do intestino. A icterícia pode surgir quando há alterações em qualquer fase deste processo de produção até a eliminação. • Exame Físico • História Clínica: Fatores de risco: – Consumo de álcool, drogas ou medicamentos – Contatos sexuais de risco – Toxicodependência • Fatores de risco: – Transfusões – Viagens – História familiar (hereditária) – Diabetes, obesidade, dislipidemia e dieta hiperlipídica Diagnóstico de Doença Hepática Testes Sorológicos • Enzimas hepáticas: – Aspartato aminotransferase (AST) – Alanina aminotransferase (ALT) – Desidrogenase lática (LDH) • Enzimas (colestase): – Fosfatase alcalina (FA) – Gama glutamil transpeptidase (GGT) • Bilirrubinas: – ↑ bil. Conjugada → Lesão hepática ou biliar • Albumina • Globulinas • Amônia • Tempo de protrombina (x Vitamina K) Padrões de Lesão Hepática Hepatocelular: - Lesão hepatócitos - ↑ ALT Colestático: - Supressão da bile - ↑ FA e GGT Misto - ↑ ALT/AST e FA e GGT Dados Complementares para o Diagnóstico Gama glutamiltrasnferase (GGT) H: 2 a 30 ou até 50UI/L M: 1 a 24 ou até 30UI/L Aspartato amino-transferase (AST) ou Transaminase glutâmico-oxaloacético (TGO) H: 10 a 35 ou até 38 M: 10 a 31 ou até 32 Alanina amino-trasnferase (ALT) ou Transaminase glutâmico-pirpuvica (TGP) H: 9 a 43 ou até 41 M: 9 a 36 ou até 31 Bilirrubinas séricas Total: 0,2 a 1,2mg/dL Direta: 0,1 a 0,4mg/dL Indireta: 0,1 a 0,8mg/dL Parâmetros Bioquímicos Estas enzimas normalmente são contidas dentro das células do fígado. Se o fígado estiver com algum problema, as células derramam as enzimas na corrente sanguínea, elevando os níveis destas enzimas no sangue e sinalizando o problema que possa existir. HEPATOPATIAS Agudas Destruição dos hepatócitos Função hepática PRESERVADA Crônicas hepatócitos FIBROSE Alteração da circulação hepática Tipos Características Hepatite A Inicio rápido; Transmissão: via fecal-oral; Contraída através de água potável, alimentos e águas de esgoto contaminada; Sintomas: anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal no quadrante superior direito, urina escura e icterícia; Hepatite B e C Começo lento; Podem evoluir para quadro crônico: CIRROSE E INSUFICÊNCIA HEPÁTICA Transmissão: sangue, derivados de sangue, sêmen e saliva; Hepatite D Depende do vírus B para sobreviver e propagar em humanos; Pode ser uma coinfecção ou superinfecção; Transmitido freqüentemente por contato sexual ou uso de droga intravenosa; Freqüente se torna CRÔNICA! Hepatite E Transmissão: uso de drogas intravenosas; contato sexual; via oral-fecal; água contaminada; Fatores de risco: condições de superlotação e insalubres; Hepatites Virais Agudas • Complicações: – Necrose hepática; – Evolução para hepatite crônica; – Manifestações extra-hepáticas (artralgias, artrite, urticária, vasculite cutânea e Pancreatite) • Sintomas da Hepatite Viral Aguda: – 1ª fase: febre, artralgia, artrite, erupção cutânea (rash) e angioedema; – 2ª fase - pré-icterícia: mal-estar, fadiga, mialgia, anorexia, náusea, vômito, disgeusia e disosmia (perda parcial da fala), dor epigástrica ou no quadrante superior direito; – 3ª fase – ictérica (após dias a 1 semana): icterícia; Neste caso, a icterícia se desenvolve rapidamente, o fígado fica com aspecto hemorrágico e com perda total e rápida das suas funções. Hepatite Aguda Fulminante • Características: – necrose – inflamação hepatocelular – Duração > 6 meses até 1 ano; • Etiologia (CAUSAS): – Auto-imune; – Virais (Hepatite B, C e D); – Metabólicas (doença de Wilson; Hemocromatose); Hepatite Crônica • Acúmulo de gordura (TG) no fígado; • Células inflamatórias circundando as gotículas de gordura; • Associa-se com tecido fibroso no fígado; • CAUSAS: – drogas, – anomalias congênitas – distúrbios metabólicos adquiridos: • DM Tipo 2, • lipodistrofia, • bypass ielojejunal, • obesidade e desnutrição Esteato-Hepatite não Alcoólico (EHNA) ÁLCOOL ↑ álcool desidrogenase ACETALDEÍDO + ↑ NADH (Doação de H+) Ciclo de Krebs↓ Oxidação de AG ↑ TG (Hiperlipidemia) (VLDL) Doença Hepática Alcoólica Álcool Acetoaldeído Ativação de vitaminas diminuída (Hipovitaminose) Inflamação e necrose Hepato-toxidade Hidrogênio Repõe a gordura como fonte de energia e a acumula Esteatose hepática Hepatite Cirrose Álcool acetaldeído (subproduto tóxico) dano à estrutura e membrana Mitocondrial Consiste em fibrose do parênquima hepático que resulta em formação de nódulos Alterações das capacidades funcionais dos hepatócitos e a circulação porta Classificação: - Metabólicas - Virais (B e C) - Alcoólica ( 5 a 10 anos – 60 a 80g/dia) - Fármacos (isoniazida, MTX, metildopa) - Auto-imune - Biliares - Criptogênicas (etiologia desconhecida Doença Hepática Crônica Cirrose Cirrose Cirrose • Destruição dos hepatócitos e substituição do tecido hepático funcional por um tecido cicatricial (fibrose) • Perda Funcional • Estágio avançado de agressão crônica• Presença de fibrose • Formação nodular difusas • Desorganização da arquitetura • É uma doença irreversível e a indicação é somente o transplante hepático. Cirrose Etiologia da doença: o Galactosemia (é um doença hereditária no qual o corpo não consegue metabolizar galactose em glicose) o Tirosinemia (aonde o organismo não consegue metabolizar o aminoácido tirosina) o Doença de Wilson o Virais: Hepatite B,D e C o Alcoólica: Ingestão de álcool em média de 80g/dia (para homens) e 60g/dia, para mulheres em um período de 10 anos. o Induzidas por fármacos: Metrotrexato, isoniazida, oxifenisatina e alfa-metildopa. o Auto-Imune: Afeta principalmente mulheres o Biliares: A bile acumulada no fígado causa um processo inflamatório com dano aos canais biliares e aos hepatócitos, que são lentamente destruídos, com formação de fibrose e posterior cirrose. • Acúmulo excessivo de líquidos na cavidade abdominal; • Causas: – Hipertensão portal; – Hipoalbuminemia; – Maior reabsorção de Sódio; – Vasodilatação esplâncnica; • Complicações: – Peritonite bacteriana; – Hidrotórax hepático; – Hérnias da parede abdominal; Ascite Terapias: Primária: restrição de sódio; Terapia dietética; Diuréticos: desequilíbrios eletrolíticos; Paracentese: para aliviar a ascite e prejudica o EN pela remoção de proteínas; • Síndrome neuropsiquiátrica: – reversível – complexa – proveniente da insuficiência hepática aguda ou crônica; • Resulta de alterações do comportamento e neuromusculares • Associada com HIPERAMONEMIA • Patogênese: – Multifatorial, dependente da: – RUPTURA DA BARREIA HEMATOLIQUÓRICA; Encefalopatia Hepática A amônia é um produto neurotóxico, formado no metabolismo das proteínas, que necessita ser transformado em uréia pelo fígado para poder ser excretada. Como o fígado está doente, esta transformação não ocorre, levando ao acúmulo de amônia na corrente sanguínea que irá causar toxicidade ao SNC. A amônia é produzida pelas bactérias intestinais a partir de proteínas da dieta. Com isso um dos tratamentos médicos é o uso do antibiótico (neomicina), que não é absorvido e esteriliza as bactérias intestinais. Uso de laxante - lactulona, que estimula a eliminação de amônia. Encefalopatia Hepática Paracenteses Distúrbios metabólicos e Hidroeletrolíticos ↑ AACA ↓ AACR ↑ substâncias nitrogenadas Ingestão protéica excessiva Produção de FALSO NEUROTRANSMISSORES: Octopamina Feniletolamina Diurético s ↑ Síntese de AMÔNIA renal Toxinas na circulação sistêmica Diarréias e vômitos Alcalose metabólica ↓ Perda de K+ urinário Hepatopatias Colestáticas Cirrose Biliar Primária Doença colestática crônica AUTOIMUNE: Mediada por resposta imunológica por Anticorpos ( Ig) e complexos imunológicos circulantes; Causa: Destruição progressiva de ductos biliares intra-hepáticos pequenos; Consequência: Cirrose hepática; Hipertensão portal; Transplante de fígado ou morte; Complicações Nutricionais: Osteopenia; Hipercolesterolemia; Deficiência de Vitaminas Lipossolúveis; Colangite Esclerosante Hepatopatia colestática crônica; Inflamação fibrosante dos segmentos de ductos biliares extra-hepáticos com ou sem envolvimento de ductos intra-hepáticos; Complicações nutricionais: – Deficiência de vitaminas lipossolúveis; Consequências: • Osteodistrofia hepática devido a esteatorréia, má-absorção de vit D e cálcio: osteomalácia ou raquitismo; • hiperparatireoidismo secundário, Distúrbios Hereditários Hemocromatose • Doença hereditária de SOBRECARGA DE FERRO; • ↑ na absorção de ferro lesão do tecido do parênquima; • Causa: acúmulo de ferro na forma de ferritina e hemossiderina em quase todas as células; • Sinais e sintomas: fadiga, artralgias, desconforto, impotência, amenorréia e palpitações; • Flebotomia: melhora a condição do paciente. • Complicações: Cirrose hepática; Varizes esofágicas; Ascite; Função de síntese hepática reduzida; Pigmentação anormal da pele; Diabetes melito: Intolerância à glicose; Miocardiopatia, arritmias cardíacas e comprometimento da contratilidade do músculo cardíaco; Hiperpigmentação da pele (melanina); Hipogonadismo; Artralgias e artrite deformante; Carcinoma hepatocelular; Doença de Wilson Distúrbio hereditário caracterizado pelo ACUMULO DE COBRE no organismo; Distúrbio que acomete pessoas jovens; gene ATP7B está presente no complexo de Golgi e é fundamental para o transporte de cobre através das membranas das organelas intracelulares. A ausência ou função diminuída do ATP7B ↓ excreção hepática de cobre, levando ao seu acúmulo no organismo. Consequências: • Acumulo de Cobre em vários tecidos: fígado, cérebro, córnea e rins; • Redução de Ceruloplasmina; proteina (alfa-2-globulina) produzida no fígado que carrega 70% a 90% do cobre plasmático. • Hepatite aguda e crônica (Cirrose). Sinais e Sintomas: • Indisposição, anorexia, icterícia e aminotransferases aumentadas (confunde com hepatite); • Manifestações neurológicas (1ª indicação ou enfermidade); • Deterioração intelectual, comportamento instável; • Artropatia; Cálculos renais; Colelitíase; Cardiopatia; Tratamento: • Quelantes de cobre e possivelmente suplementação de Zinco para inibir absorção intestinal de Cobre e ligação no fígado; • Dieta com baixo teor de cobre • Estabelecida a insuficiência fulminante, a sobrevivência só será possível com transplante; Alterações Nutricionais nas Hepatopatias Desnutrição Moderada Grave Ingestão INADEQUADA Má- absorção Má- digestão Alterações metabólicas Depleção de glicogênio hepático Aumento da oxidação de lipídeos ↑ Catabolismo protéico ↑ das necessidades energéticas Hipermetabolismo e Infecções Hemorragias GI Paracentese de grandes volumes Macronutrientes Hepatopatias Alterações Consequências Glicídios Aguda e graves Hiperglucanemia Glicogenólise Gliconeogênese Hipoglicemia Hiperlactacidemia Crônicas / Cirrose Degradação da insulina Resistência insulínica Hiperinsulinemia Intolerância à glicose Hiperglicemia Lipídeos Crônicas e agudas Oxidação hepática de AG Síntese de LDL lipogênese hepática Esteatose hepática gliconeogênese hepática lipólise periférica Oxidação periférica de AG Hiperlipidemia Cetose Colestase Crônica síntese e secreção de sais biliares concentração de sais biliares intraluminal Esteatorréia Má absorção de lipídeos e vitaminas Proteínas Aguda e Crônica síntese de proteínas plasmáticas liberação de aminoácidos teciduais Hiprotrombinemia Hipoalbuminemia Catabolismo protéico Crônica captação e metabolização de AACA função hepática Ciclo da uréia síntese de colágeno e auto- anticorpos concentração plasmática de aminoácidos amoniogênicos síntese de falso neurotransmissores hiperamonemia e Encefalopatia hepática fibrose hepática
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