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Resumo de Direito do Consumidor

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Direito do Consumidor
o consumidor é a parte fraca da relação jurídica de consumo. Essa fraqueza, essa fragilidade, é real, concreta, e decorre de dois aspectos: um de ordem técnica e outro de cunho econômico (NUNES, 2008).
Art. 4 do CDC: 
I – reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
 II – ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor: a. por iniciativa direta; b. por incentivos à criação e ao desenvolvimento de associações representativas; c. pela presença do Estado no mercado de consumo; d. pela garantia dos produtos e sérviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desempenho. 
III – harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios nos quais se funda a ordem econômica, sempre com base na boa-fé e no equilíbrio nas relações entre consumidores e fornecedores. 
IV – educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à melhoria do mercado de consumo;
 V – incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
 VI – coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos, que possam causar prejuízos aos consumidores;
 VII – racionalização e melhoria dos serviços públicos; 
VIII – estudo constante das modificações do mercado de consumo
Destaca-se, também, a inversão do ônus da prova prevista no artigo 6., inciso VIII do Código de Defesa do Consumidor, o qual determina como direito básico do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências
Equilíbrio das relações de consumo->Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que: [...] 
IV – estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a equidade; § 1. Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que: [...] 
III - se mostra excessivamente onerosa para o consumidor, considerando-se a natureza e o conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso
Instrumentos de defesa do consumidor: Segundo o artigo 5, do Código de Defesa do Consumidor,I - manutenção de assistência jurídica, integral e gratuita para o consumidor carente; 
II - instituição de Promotorias de Justiça de Defesa do Consumidor, no âmbito do Ministério Público; 
III - criação de delegacias de polícia especializadas no atendimento de consumidores vítimas de infrações penais de consumo;
 IV - criação de Juizados Especiais de Pequenas Causas e Varas Especializadas para a solução de litígios de consumo; 
 V - concessão de estímulos à criação e ao desenvolvimento das Associações de Defesa do Consumidor.
Jus postulandi->Tem o direito de postular em juízo sem a presença de um advogado.
Teoria geral do direito do consumidor:
 O Código de Defesa do Consumidor deve ser aplicado em toda relação de consumo, onde temos, em um dos polos da relação, o fornecedor, e, em outro polo da relação, o consumidor final do produto. Toda relação de consumo envolve três pontos principais (FILOMENO, 2007): 1. Envolve basicamente duas partes bem definidas: de um lado o adquirente de um produto ou serviço (consumidor); de outro o fornecedor ou vendedor de um serviço ou produto (produtor/fornecedor);
 2. Destina-se à satisfação de uma necessidade privada do consumidor; 
3. O consumidor, não dispondo, por si só, de controle sobre a produção de bens de consumo ou prestação de serviços que lhe são destinados, arrisca-se a submeter-se ao poder e condições dos produtores daqueles mesmos bens e serviços.
Concito de consumidor:
a. pessoa física ou jurídica, não importando os aspectos de renda e capacidade financeira;
 b. que adquire (compra diretamente) ou que, mesmo não tendo adquirido, utiliza (usa, em proveito próprio ou de outrem) produto ou serviço, entendendo-se por produto “qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial” (CDC, art. 3, parágrafo 1) e por serviço qualquer atividade fornecida a terceiros, mediante remuneração, desde que não seja de natureza trabalhista (CDC, art. 3, parágrafo 2);
 c. como destinatário final, ou seja, para uso próprio, privado, individual, familiar ou doméstico, e até para terceiros, desde que o repasse não se dê por revenda.
Conceito de fornecedor:
Segundo o artigo 3, do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8078/90), fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Produto pode ser conceituado como qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial (parágrafo 1, art. 3, CDC) e serviço, como qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, de crédito e secundária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista (parágrafo 1, art. 3, CDC).
Dos direitos básicos do consumidor:	
Proteção à vida, saúde e segurança-> Segundo o artigo 6, inciso I, do Código de Defesa do Consumidor, são direitos básicos do consumidor a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos.
 Têm os consumidores e terceiros não envolvidos em dada relação de consumo incontestável direito de não serem expostos a perigos que atinjam sua incolumidade física, perigos tais representados por práticas condenáveis no fornecimento de produtos e serviços (GRINOVER, 2007).
Educação e a divulgação do consumo adequado dos produtos-> A educação e a divulgação do consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações, também são direitos básicos do consumidor (art. 6, II, CDC).
Direito de informação-> Segundo o artigo 6, inciso III, do Código de Defesa do Consumidor, é direito básico do consumidor a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem.
Publicidade enganosa ou abusiva-> Publicidade enganosa e abusiva É direito básico do consumidor a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comercias coercitivos ou desleais, bem como contra prá- ticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços. (art. 6, IV, CDC).
A publicidade enganosa é aquela capaz de induzir o consumidor em erro, enquanto a publicidade abusiva é aquela que agride os valores éticos e morais de uma sociedade
Cláusulas contratuais abusivas-> defender o consumidor contra cláusulas contratuais abusivas, que possam lhe trazer prejuízo de grande monta. Permite a possibilidade de revisar ou modificar contratos considerados abusivos, excessivamente onerosos, ou com múltiplos sentidos.
Direito à indenização-> É assegurado como direito do consumidor o ressarcimento do prejuízo sofrido, seja patrimonial ou moral, individual, coletivo ou difuso, pois, do contrá- rio, não haverá efetividade da tutela (ALMEIDA, 2009).
Acesso à justiça-> É direito básico do consumidor o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniaise morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados (art. 6, VII, CDC).
Inversão do ônus da prova-> Segundo o artigo 6, inciso VIII, do Código de Defesa do Consumidor, é direito básico do consumidor a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências.
Prestação dos serviços públicos-> Por fim, é um direito básico do consumidor, também, a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral (art. 6, X, CDC).
Princípios específicos aplicáveis:
 Podemos destacar como princípios constitucionais de proteção ao consumidor: (NUNES, 2008) a. soberania; b. dignidade da pessoa humana; c. liberdade; d. justiça; e. solidariedade; f. isonomia; g. direito à vida; h. direito à intimidade, vida privada, honra e imagem; i. informação; j. eficiência; k. publicidade.
Aplicáveis nas relações de consumo-> Irrenunciabilidade, Equilíbrio contratual, Clareza, interpretação favorável ao consumidor.
O marketing e o consumidor:
Segundo o artigo 30 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.
 Nesse sentido, a partir de 11 de março de 1991, toda oferta relativa a produtos e serviços vincula o fornecedor ofertante, obrigando-o ao cumprimento do que oferecer. Aliás, em caso de descumprimento da oferta, pode o consumidor, inclusive, exigi-la do fornecedor por meio de execução específica, forçada, da obrigação de fazer. E a característica marcante da oferta é dirigir-se a uma gama indeterminada de consumidores (NUNES, 2009).
 Vale ressaltar que equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não, expostas à publicidade, nos termos do artigo 29 do Código de Defesa do Consumidor.
 Segundo o artigo 31 do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), a oferta e a apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidade, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e à segurança dos consumidores.
Se o fornecedor de produtos ou serviços se recusar a cumprir à oferta, apresentação ou publicidade, o consumidor poderá, alternativamente e à sua livre escolha (art. 35 do CDC):
 I – exigir o cumprimento forçado da obrigação, nos termos da oferta, apresentação ou publicidade;
 II – aceitar outro produto ou prestação de serviço equivalente; 
III – rescindir o contrato, com direito à restituição de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e perdas e danos.
A função social do marketing está estritamente ligada ao conceito de função social do contrato. O Código Civil de 2002, em seu artigo 421, dispõe sobre a função social do contrato, destacando que a liberdade de contratar será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. Ato contínuo dispõe, em seu artigo 422, que os contratantes são obrigados a guardar, na conclusão do contrato, bem como na sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.
O marketing também está inserido na função social da empresa. A Constituição Federal, em seu artigo 170, promove como um dos princípios gerais da atividade econômica a função social da empresa, ao dispor que “a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios”:
 I – soberania nacional; 
II – propriedade privada;
 III – função social da propriedade; 
IV – livre concorrência;
 V – defesa do consumidor (função social do marketing);
 VI – defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação (função social do marketing);
 VII – dedução das desigualdades regionais e sociais; 
VIII – busca do pleno emprego; 
IX – tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no país.
O próprio CDC, em seu artigo 51, parágrafo primeiro, descreveu as vantagens consideradas abusivas ou excessivas como sendo as que: 
I – ofendem os princípios fundamentais do sistema jurídico a que pertencem;
 II – restringme direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual; 
III – se mostrm-se a excessivamente onerosas para o consumidor, considerando-se a natureza e o conteúdo do contrato, o interesse das partes e outras circunstâncias peculiares ao caso.
Nenhum fornecedor pode divulgar informação depreciativa sobre o consumidor quando ele se referir ao exercício de direito seu. Por exemplo, não é lícito ao fornecedor informar seus companheiros de categoria de que o consumidor sustou o protesto de um título, de que o consumidor gosta de reclamar da qualidade de produtos e serviços, de que o consumidor é membro de uma associação de consumidores ou de que já representou ao Ministério Público ou propôs ação (GRINOVER, 2007).
Segundo o artigo 28, do CDC, o juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
A natureza jurídica do marketing e sua relação jurídica primária
Segundo o autor Ricardo Negrão (2010, p. 69), pela definição legal, é empresário aquele que exerce: (1) atividade econômica com vistas à produção ou à circulação de bens ou serviços; (2) de forma organizada; (3) profissionalmente.
O conceito de sociedade empresária está disposto no artigo 981 do Código Civil. Segundo este artigo, “celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados” (BRASIL, 2013).
Desse conceito, podemos atribuir ao conceito de sociedade alguns elementos essenciais: a) a existência de duas ou mais pessoas; b) reunião de capitais e trabalho; c) atividade econômica; d) fins comuns; e) partilha dos resultados (TOMAZETTE, 2012).
Ao adquirir personalidade jurídica, ocorrem diversas consequências úteis, tais como:
 •  A sociedade passa a a ser uma entidade autônoma com legitimidade contratual, responsabilidade patrimonial e legitimidade processual; 
•  A sociedade possui individualidade, isolando-se da vida particular dos sócios que a compõem, sendo que os efeitos do exercício de sua atividade não comprometem direta e pessoalmente o seu quadro social; 
•  A sociedade adquire autonomia patrimonial, não confundindo, portanto, com o patrimônio particular de seus sócios; e 
•  A constituição da sociedade é flexível, com possibilidade de modificar sua estrutura jurídica, econômica e administrativa.
Segundo o artigo 36, do Código de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90), a publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como tal.
É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
Princípio da autonomia -Esse princípio, conhecido, também, como autonomia privada ou liberdade negocial, consiste na faculdade reconhecida aos particulares para a autoregulamentação dos seus interesses (VIANA, 2008)
Consensualismo -Para validade de um contrato, há necessidadede um acordo entre os contratantes. As partes devem estar em concordância com todas as cláusulas, antes da assinatura dele.
Relatividade- O contrato envolve somente as partes contratantes, não podendo envolver terceiros, estranhos ao contrato, salvo exceções previstas em lei.
Obrigatoriedade- Por esse princípio, o contrato deverá ser cumprido, sob pena de execução patrimonial contra o inadimplente, a menos que ambas as partes o rescindirem voluntariamente ou haja a escusa por caso fortuito ou força maior (CC, art. 393, parágrafo único), de tal sorte que não se poderá alterar o seu conteúdo, nem mesmo judicialmente (DINIZ, 2006).
Revisão- Apesar de obrigatório o cumprimento dos contratos, ou seja, uma vez assinado, o contrato deve ser cumprido, e este, em casos específicos, poderá ser revisto.
Princípio da boa-fé Segundo esse princípio, na interpretação do contrato é preciso ater--se mais à intenção do que ao sentido literal da linguagem, e, em prol do interesse social de segurança das relações jurídicas, as partes deverão agir com lealdade e confiança recíprocas, auxiliando-se mutuamente na formação e na execução do contrato (DINIZ, 2006).
Princípio da supremacia da ordem pública -Segundo este princípio, acima do contrato, está a ordem pública. Assim, apesar da liberdade e da autonomia contratual, proíbe-se a estipulação de cláusulas contrárias à ordem pública, bem como à moral e aos bons costumes.
O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais (parágrafo 1, art. 12 do CDC): I – sua apresentação; II – o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam; III – a época em que foi colocado em circulação.
No entanto, nos termos do parágrafo 3, do artigo 12, do CDC, o fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar: I – que não colocou o produto no mercado; II – que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste; III – que a culpa é exclusivamente do consumidor ou de terceiro.
Os vícios, portanto, são aqueles problemas que, por exemplo (NUNES, 2009): fazem com que o produto não funcione adequadamente, como um liquidificador que não gire; fazem com que o produto funcione mal, como a televisão sem som, o automóvel que “morre” toda hora etc.; diminuam o valor do produto, como riscos na lataria do automóvel, mancha no terno, etc.; não estejam de acordo com as informações, como o vidro de mel de 500 ml que só tem 400 ml; o saco de 5 kg de açúcar que só tem 4,8 kg; o caderno de 200 páginas que só tem 180 etc.; constem de serviços que apresentem características com funcionamento insuficiente ou inadequado, como o serviço de desentupimento que no dia seguinte faz com que o banheiro alague; o carpete que descola rapidamente; a parede mal pintada; o extravio de bagagem no transporte aéreo etc.
Não sendo o vício sanado no prazo máximo de 30 (trinta) dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha (parágrafo 1, art. 18, do CDC): I – a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso; II – a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos; III – o abatimento proporcional do preço.
O fornecimento não solicitado é uma prática corriqueira – e abusiva – do mercado. Uma vez que, não obstante a proibição, o produto ou serviço seja fornecido, aplica-se o disposto no parágrafo único do dispositivo: o consumidor recebe o fornecimento como mera amostra grátis, não cabendo qualquer pagamento ou ressarcimento ao fornecedor, nem mesmo os decorrentes de transporte. É ato cujo risco corre inteiramente por conta do fornecedor (GRINOVER, 2007).
A responsabilidade civil Conforme já descrito anteriormente, o fornecedor de produtos ou serviços responde de forma objetiva (independentemente de dolo ou culpa) pelos danos causados ao consumidor

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