Buscar

Artigo Desenvolvimento

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

A IMPORTÂNCIA DA SEGURANÇA NA RADIOLOGIA ODONTOLÓGICA
Daiane de Oliveira
Edcléia de Araújo
Renata Santos
Ivan Nunes Gomes¹
Resumo
Este estudo tem como objetivo geral analisar a importância da segurança na radiologia odontológica, sendo que a exposição do paciente à radiação primária é geralmente limitada a partes do corpo, mas o corpo está de certa maneira exposto à radiação espalhada. Assim sendo, os estudos do campo da radioproteção estão relacionados à proteção da saúde humana e aos efeitos nocivos das radiações ionizantes. Suas bases teóricas devem incluir necessariamente julgamentos sociais e técnicos, pois o principal objetivo é estabelecer as razões que justifiquem o uso benéfico das radiações. Assim, não podem ser conduzidas apenas por considerações científicas. A radioproteção deve prevenir a ocorrência dos efeitos determinísticos e reduzir os efeitos estocásticos.
Palavras- Chave: radiologia, odontologia, radioproteção. 
Abstract
This study aims at analyzing the importance of safety in dental radiology, and patient exposure to primary radiation is generally limited to parts of the body, but the body is somehow exposed to scattered radiation. Thus, studies of the field of radiation protection are related to the protection of human health and the harmful effects of ionizing radiation. Their theoretical basis must necessarily include social and technical judgments, 2 since the main objective is to establish the reasons justifying the beneficial use of radiation. Thus, it can be conducted only by scientific considerations. The radiation protection should prevent the occurrence of deterministic effects and reduce the stochastic effects.
Key-words: radiology, dentistry, radioprotection.
	
1. INTRODUÇÃO
O Técnico e o Tecnólogo em Radiologia atuante na Radiologia Odontológica realizando exames específicos que contribuem para um diagnostico preciso, nos quais iremos discutir no decorrer deste artigo. Iremos aborda as normas de Radioproteção em Radiologia Odontológica, que junto as normas de Biossegurança são fundamentais para a saúde do profissional no setor. 
Desde a descoberta dos raios X por WilhelmConrad Röntgen, em novembro de 1895, várias pesquisas vêm enaltecendo a importância desta radiação para a humanidade, bem como suas ações deletérias devido à ação ionizante. Em nosso organismo, a ação ionizante se faz sentir especialmente nos cromossomos, cujos efeitos se manifestam durante a divisão celular, causando a evolução anormal ou morte da célula,sendo os principais riscos associados com baixas doses de radiação: o câncer, as mutações e as anomalias congênitas”.(MELO,2006,p 02).
Sabe-se que qualquer dose de radiação ionizante é suficiente para causar danos biológicos, e que cada dose acumulada é prejudicial ao profissional por estar freqüentemente tomando respectiva dose. Na Radiologia Odontológica não é diferente, cabe ao profissional da saúde respeitar as normas de radioproteção para evitar problemas para si e para os pacientes e acompanhantes. 
“Já os princípios de radioproteção fornecem diretrizes básicas para as atividades operacionais que utilizam radiação ionizante. São eles: Justificativa, Otimização e Limitação da dose, todos baseados no princípio fundamental conhecido como ALARA acrômio para As Low As reasonable Achievable, que significa: tão baixo quanto possivelmente exeqüível.” (SOARES, p 2 ). 
 “A prática odontológica envolve riscos por agentes físicos, químicos e biológicos, além dos ergonômicos e psicossociais.” (SALZEDAS et al,2014,p 02).
O objetivo deste trabalho é avaliar por meio de revisão de literatura a melhor maneira de utilização dos raios X na Odontologia sem que estes causem danos aos pacientes e profissionais que deles utilizam.
2. MATERIAIS E MÉTODOS 
O artigo trata-se de uma revisão de literatura acerca da importância da segurança na radiologia odontológica, foi buscado periódicos durante os anos de 2002 à 2015, a pesquisa foi feita em portais na internet como Scielo, google acadêmico, livros, portaria 453, onde nessas fontes foram utilizados 25 artigos para a elaboração deste publicados entre os anos de 2002 à 2015. Principais dificuldades para a produção deste artigo foi encontrar pesquisas distintas a respeito do tema; pois a maioria falava exatamente a mesma coisa e ainda existem estudos sendo realizados referentes à radiologia odontológica. Foram usadas as palavras chaves: radiologia, odontologia, radioproteção.
3. DESENVOLVIMENTO
3.1. Perspectiva Histórica da Radiação Ionizante
A radiação ionizante sempre esteve presente na terra. Antes da década de 1890, existiam apenas fontes naturais de radiação, tais como a radiação de origem cósmica, e material radioativo proveniente do corpo, rochas, solo e ar. Grande parte da exposição à radiação deu-se sob a forma de radiação cósmica ou terrestre de baixo nível. Como a radiação não pode ser observada, os humanos não tinham conhecimento da sua existência (MOREIRA, 2011).
Só depois da descoberta por Roentgen dos raios-X em 1895 é que as pessoas começaram a ter consciência da quase mágica presença destes "raios" invisíveis que nos permitem ver dentro do corpo (MOREIRA, 2011).
Quando Roentgen imobilizou por alguns momentos a mão de sua mulher na trajetória dos raios, sobre uma placa fotográfica, observou, após o processamento fotográfico da placa, a imagem da mão, revelando a sombra dos ossos e do anel que ela usava. Esta foi o primeiro roentgenograma obtido na história, a primeira imagem impressa de uma estrutura interna do corpo humano (MARTINS, 2005, p.60).
A radiação ionizante é conhecida desde o século XIX, e tem sido usada para o diagnóstico de agravos à saúde. Seu mau uso pode, no entanto, provocar graves consequências. A principal fonte de exposição da população à radiação advém de sua manipulação em hospitais, clínicas médicas e consultórios odontológicos. Considera-se que a utilização clínica e o ensino da radiologia odontológica no Brasil tiveram início na década de 1930 (FILHO et al, 2012).
A descoberta por Roentgen dos raio-x foi seguido pela descoberta por Henri Becquerel da radioatividade, em Novembro de 1896. Becquerel descobriu que as chapas fotográficas que estavam próximas à Pechblenda (variedade, provavelmente impura, de uraninita. Dela é retirado o urânio.) foram expostas, apesar de estarem seladas em envelopes à prova de luz. A exposição que encontrou, foi devida a radiações emitidas a partir da pechblenda. Estudos subsequentes mostraram que havia três tipos diferentes de radiação, a que chamou de radiações alfa, beta e gama. Posteriormente, verificou-se que os raio-X de Röentgen e os raios gama de Becquerel são o mesmo tipo de radiação (MOREIRA, 2011, P.6).
Segundo (MOREIRA,2011) nos anos seguintes outros cientistas notáveis contribuíram para esta nova área científica:
Villard descobriu os raios gama;
Rutherford descobriu gases radioactivos provenientes de tório e cunhou o termo "meia-vida" e partículas alfa usadas para desenvolver um novo modelo teórico do átomo;
Planck criou a teoria quântica;
Einstein descobriu a relação massa-energia e o efeito fotoeléctrico;
Hess relatou a existência de “Raios cósmicos “(radiação ionizante) em altas altitudes”.
3.1.1. Efeitos biológicos da radiação
Após a descoberta dos raios-X por Roentgen em 1895, sua utilização foi difundida como método de diagnóstico, logo foi percebido que a radiação ionizante afetava danosamente os tecidos biológicos (SEARES; FERREIRA, 2002).
Inicialmente, observaram-se danos na pele das mãos dos médicos radiologistas e queda de cabelo de pacientes irradiados. O primeiro relato associando a exposição às radiações à indução de câncer foi publicado em 1902. Logo em seguida, foi descoberto que a irradiação do tecido germinativo de plantas e animais resultava em efeitos nos descendentes. Entretanto, também foram detectados precocemente os benefícios do uso da radiação no diagnóstico e no tratamento médico (cura de tumores). Evidenciou-se a importância do estudo dos efeitos biológicos
das radiações ionizantes, a fim de minimizar os seus efeitos prejudiciais no homem e em outras espécies e maximizar os benefícios do seu uso. (SEARES; FERREIRA, 2002, p.1).
Moléculas como, por exemplo, o de DNA pode ser danificada pela produção de íons e energia depositada (SEARES; FERREIRA, 2002).
O profissional que trabalha com raios X deve conhecer os riscos e efeitos biológicos negativos decorrentes das radiações ionizantes, para proteção e segurança na sua utilização. (FILHO et al, 2012).
Após estudos realizados, verificou-se que moléculas importantes, como o DNA, poderiam ser danificadas pela produção de íons (radicais livres) e deposição da energia. Além disso, foi constatado que a quantidade do dano biológico produzido depende da energia total depositada, ou seja, a dose de radiação. Os efeitos das radiações são descritos através dos estudos de radiobiologia, em que são estabelecidas relações de dose / efeito. Considerando-se que as funções metabólicas ocorrem no citoplasma e as informações genéticas são encontradas no núcleo das células, as radiações podem induzir a quebra da molécula do DNA, ou causar um dano em uma seção dessa molécula, do qual resultará um dano somático no próprio indivíduo ou genético nos seus descendentes. (SEARES; FERREIRA, 2002, P.1).
3.1.2. Efeito determinístico
Ocasionado por altas doses de radiação num curto espaço de tempo a célula perde totalmente ou parcialmente a sua função biológica quando é submetida a altas doses de radiação, podem provocar no individuo irradiado esterilidade, radiodermites, náuseas, fadiga e catarata (LUIZ et al, 2011).
Para efeitos determinísticos, as principais fontes de informação no homem vêm de estudos sobre os efeitos: colaterais da radioterapia, nos radiologistas pioneiros, das bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki e de graves acidentes nucleares. São usadas ainda informações obtidas a partir de estudos com micro-organismos, células isoladas crescidas in vitro ou animais. (SEARES; FERREIRA, 2002, P.1).
3.1.3. Efeito estocástico
Qualquer dose de radiação, mesmo muito pequena, pode resultar em efeito estocástico. Quanto maior a dose, maior a probabilidade de ocorrência. São cumulativos. (SEARES; FERREIRA, 2002).
Efeito estocástico é causado por doses fracionadas de radiação ao longo do tempo, algumas células tem mais sensibilidade a este efeito do que outras, como por exemplo, tecido mamários e gônadas. Nas células germinativas podem causar uma mudança hereditária (LUIZ et al, 2011).
Para minimizar a probabilidade de ocorrência de efeito estocásticos, a proteção radiológica deve ser empregada de tal forma que a dose de radiação seja mais baixa possível, levando-se em conta o principio do ALARA – acrômio para As Low As reasonable Achievable, que significa: tão baixo quanto possivelmente exequível. Os efeitos estocásticos como a carcinogêneas e danos genéticos são os mais importantes. A indução do câncer pela radiação verificada em um individua exposto é chamada efeito somático. Os tecidos mais susceptíveis a indução de malignidades são a medula óssea, a mucosa do trato gastrintestinal, o tecido mamário, as gônadas e os tecidos linfáticos. O risco de câncer é maior para crianças que para adultos, e a radiação pode induzir tantos tumores benignos quanto malignos. (SEARES; FERREIRA, 2002, p.3).
3.2. Risco fetal
O conhecimento dos tecnólogos sobre os riscos da exposição pré-natal é muito importante para a justificação e uso correto das radiações ionizantes em pacientes gestantes. O feto é sensível aos efeitos das radiações ionizantes, isso se deve à intensa proliferação celular nas diversas fases do desenvolvimento embrionário, células precursoras do tecido ou órgão que irão se formar (LUIZ et al, 2011).
O risco de anormalidades congênitas é baixo quando a exposição é menor do que 1mGy. Para doses maiores do que 1mGy recebidas pelo feto no segundo ou terceiro trimestre da gravidez, o risco de leucemia pode ser aumentado em mais de 40%.Para doses maiores do que 100mGy aumenta o risco de malformação congênita. Nesse caso considera-se a possibilidades de interrupção de gravidez. (SEARES; FERREIRA, 2002, p.3).
Se uma radiografia for solicitada a uma mulher, ela tendo conhecimento de sua gravidez, deve entrar em contato imediatamente com o seu medico. O exame só poderá ser realizado com autorização por escrito e assinada pelo médico. 
3.2.1 Exposições ocupacionais
Segundo a (PORTARIA 453,1998) exposições ocupacionais para mulheres grávidas devem ser observados os seguintes requisitos adicionais, de modo a proteger o embrião ou feto:
A gravidez deve ser notificada ao titular do serviço tão logo seja constatada;
As condições de trabalho devem ser revistas para garantir que a dose na superfície do abdômen não exceda 2 mSv durante todo o período restante da gravidez, tornando pouco provável que a dose adicional no embrião ou feto exceda cerca de 1 mSv neste período.
3.3. Proteção Radiológica
O uso das radiações ionizantes é um grande avanço na medicina e seu uso é expansivo tanto na área de medicina quanto na área de odontologia. Já é conhecido o risco inerente ao uso das radiações ionizantes, devido a isso se faz necessário o uso de medidas de proteção radiológica (PORTARIA 453, 1998).
 “As normas de proteção radiológica, apesar de indicarem valores da dose, estabelecem o princípio fundamental conhecido como ALARA (SEARES; FERREIRA, 2002, p.3).” 
ALARA (As Low As Reasonably Achievable) – tão baixo quanto razoavelmente exequível, ou seja, utilizar a menor dose possível de modo que obtenha um diagnóstico médico preciso (PORTARIA 453, 1998).
3.3.1. Princípios básicos da Proteção Radiológica
Justificação: O uso da radiação só é aceito se houver benefícios para a sociedade ou o indivíduo ((SILVA et. AL, 2013)).
Otimização: Princípio ALARA (Portaria 453).
Limitação de dose: Doses efetivas ou equivalentes, dose individuais estabelecidas cuja suas magnitudes não podem ser excedidas (Portaria 453).
3.3.2. Fatores de proteção
Segundo (SILVA et al, 2013) os fatores de radioproteção são:
Tempo: Fazer o exame o mais rápido possível, de forma que não se perda o objetivo clínico.
Lei da inversão do quadrado da distância: Quanto maior for à distância da fonte menor será a exposição do paciente á radiação:
Blindagem: Usar barreiras artificiais entre a fonte e o indivíduo.
	
Quando o manuseio dos aparelhos de raios X não obedece a requisitos de segurança e proteção, podem ocorrer problemas associados à saúde tanto para os que os manipulam, como para os pacientes e para o meio ambiente. Os danos podem ser irreversíveis e dependem da dose dos raios X. Geram desde agravos leves, como eritemas e descamação da pele, até determinadas neoplasias malignas e defeitos genéticos. Podem também dar origem à catarata, à esterilidade e à anemia. Os tecidos com uma elevada taxa de renovação celular (medula óssea, gônadas, intestinos etc.) são mais radiossensíveis (FILHO et al, 2012).
3.4. A importância da Radiologia Odontológica 
Os raios X são usados em Odontologia para trazer benefícios, contribuindo para o diagnóstico das afecções dentárias. Entretanto, quem é exposto de maneira inadequada pode vir a ter sérios problemas à saúde. Portanto, a cautela com sua aplicação é muito importante, evitando-se riscos em curto e em longo prazo, e até mesmo o possível comprometimento da sobrevivência do indivíduo e das futuras gerações (FILHO et al, 2012).
O crescente uso da radiologia médica e odontológica faz com que sua utilização seja profundamente estudada devido à necessidade de se reduzirem as radiações recebidas pelos pacientes e profissionais (técnicos de raios X, médicos radiologistas, cirurgiões-dentistas e auxiliares), uma vez que estes recebem uma quantidade significativa de radiação fornecida em exames radiográficos (SANTOS et al, 2007,p.2).
3.4.1 A segurança na odontologia – saúde do paciente e do profissional dentista
Sabe-se que alguns microrganismos podem manter-se vivos ou com potencial de ativação
por mais de 48 horas e, ainda, sobreviver no interior dos líquidos de processamento radiográfico. O uso do controle de infecção na clínica de radiologia odontológica ,visa, a prevenção da transmissão de doenças do paciente para o profissional, do profissional para o paciente e de um paciente a outro paciente, bem como a proteção do ambiente de trabalho e dos proficionais. Os filmes radiográficos intrabucais podem ser contaminados, manipulados e transportados no ambiente de trabalho. Evitar a transferência da contaminação presente nesses filmes para o ambiente de trabalho é fundamental, pois nele se encontram superfícies que podem ser tocadas, como: cabeçote e braço articulado do aparelho de raios-X, disparador de raios-X, posicionadores radiográficos, painel de controle do equipamento radiográfico, cadeira odontológica, soluções processadoras para filme radiográfico, superfícies da câmara escura, e as diversas áreas que podem ser tocadas por luvas contaminadas ou por equipamentos utilizados na cavidade bucal. (SALZEDA; et al, 2014)
3.5. Controle de Infecção
O Centers for Disease Control and Prevention (CDC) considera que todo o sangue e outros fluidos corporais, como a saliva, são potencialmente infetados, pelos vírus do HIV, vírus da hepatite B e outros micro-organismos. Estabeleceu então, as precauções universais, com o objetivo de prevenir a contaminação dos trabalhadores da área da saúde, pelos micro-organismos. As precauções universais, incluem: o uso de barreiras ou equipamentos de proteção individual, tais como: luvas, máscara, óculos, bata e touca (SILVA, 2013, p.7).
Considerando o risco de contaminação e infecção cruzada durante os procedimentos na área de radiologia odontológica e a importância do aprendizado de ações de biossegurança para a prática odontológica na vida profissional, a apresentação de métodos confiáveis e de fácil entendimento deve ser considerada de extrema importância. (SALZEDA; et al, 2014)
Devido a algumas ocorrências é que foram criadas as normas de biossegurança, dentro dos consultórios odontológicos (ASSIS,2010).
A lei considera atividades ou operações perigosas todas aquelas que, pela natureza ou métodos de trabalho, coloquem o trabalhador em contato permanente com explosivos, eletricidade, materiais ionizantes, substâncias radioativas, ou materiais inflamáveis, em condições de risco acentuado (ASSIS, 2010).
3.5.1. Redução de Microorganismo
O uso de bochecho antimicrobiano com gluconato de clorexidina a 0,12% antes de inserir qualquer item na cavidade oral do paciente, reduz a quantidade de patógenos e minimiza a infecção cruzada (PEREIRA, 2008).
O ministério da saúde recomendou a higienização prévia da boca do paciente, através de escovação ou bochecho, citando a redução de contaminação em no mínimo 50% (PEREIRA, 2008).
3.5.2. Propagação de Microorganismo
A maior concentração de microorganismos no consultório dentário é a boca do paciente e o contágio ocorre por meio de uma das três formas de contaminação (direta, indireta e a distância) por um microorganismo de determinada virulência, em determinado número, em um hospedeiro com maior ou menor resistência (PEREIRA, 2008).
A transmissão de micoorganismo pode se dar por diferentes vias: contato direto com lesões infecciosas, ou com sangue e saliva contaminados; contato indireto, mediante transferência de microorganismos presentes em um objeto contaminado; respingo de sangue, saliva ou liquido de origem nasofaringea, diretamente inferida de pele e mucosa; e transferência de microorganismo por aerossóis, conforme o ministério da saúde (PEREIRA, 2008, p.25).
3.6. Equipamento de Proteção Individual (EPI)
É obrigatório o uso de Equipamento de Proteção Individual (EPI) - avental de manga longa, gorro e máscaras descartáveis e luvas de procedimentos durante o atendimento radiográfico. Os óculos de proteção não são de uso obrigatório considerando a ausência de aerossóis. No entanto, ambientes clínicos que contemplem atuação operatória e exame radiográfico, a utilização de óculos de proteção deve ser sistemática. Deve-se prover o ambiente clínico com saboneteira de acionamento por pedal contendo sabão líquido antisséptico, torneira automática, porta papel-toalha descartável, lixeiras para material contaminado e lixo reciclável, rolo de saco plástico para proteção de equipamentos e luvas de procedimento descartáveis (SALZEDA; et al, 2014).
3.6.1. Material e Método
Equipamentos de Proteção Individual- EPIs (avental de manga longa, gorro e máscara descartáveis e luva de procedimento), conforme Protocolo de Conduta Clínica - Processo FOA1339/2008;
Sabão líquido germicida, com mecanismo dispensador (saboneteira);
Caixas de luvas para procedimentos;
Porta papel-toalha e papéis-toalha descartáveis;
Torneiras automáticas;
Lixeiras clínicas para lixo contaminado e lixo reciclável;
Filmes radiográficos intrabucais;
Rolo de filme PVC transparente para embalar os filmes intrabucais;
Posicionadores autoclaváveis para radiografias pelo método do paralelismo;
Detergente enzimático e Hipoclorito de sódio 1% em diferentes recipientes plásticos com tampas distintas para efetuar a descontaminação do posicionador radiográfico;
Rolo de saco plástico transparente (44cmx33cm) para proteção do cabeçote do aparelho de raios-X odontológico, encosto de cabeça da cadeira e bancada auxiliar;
Colgadura e câmara escura contendo tanques com soluções para processamento radiográfico e lavagem das radiografias;
Lixeiras na câmara escura para descarte dos resíduos do filme radiográfico. (SALZEDA; et al, 2014)
3.6.1.1 Filmes para radiografias intra-orais
Os filmes radiográficos intra-orais devem ser embalados individualmente com filme plástico PVC (policloreto de vinil) transparente, ficando as dobras na face posterior do filme radiográfico - face impressa (SALZEDA; et al, 2014).
De acordo com ministério da saúde, os filmes devem ser mantidos em posição vertical e armazenados em locais protegidos do calor, humidade, fontes de radiação, vapores químicos e compatíveis com a especificação do fabricante (PEREIRA, 2008).
Glass, no ano de 1994, concluiu que existem vários meios de contaminação cruzada em procedimentos radiográficos, especialmente nos intra-orais. Cuidados rotineiros e detalhados podem garantir um controle efetivo da infecção e assim proteger paciente e equipe do consultório (PEREIRA, 2008).
4. DISCUSSÃO
Sabe que a radiação ionizante é prejudicial para a saúde, quando uma estrutura é exposta a uma respectiva dose de radiação pode-se gerar alterações biológicas, quando o profissional da área da saúde toma respectiva dose diariamente o risco dessa alteração é maior. O conhecimento da proteção radiológica é de suma importância para que o profissional e pacientes não sejam grosseiramente afetados. Durante a realização de radiografias intrabucais, deve-se utilizar, preferencialmente, a técnica do paralelismo com localizadores longos e posicionadores, a fim de evitar que o paciente tenha que segurar o filme com a própria mão, além de garantir uma imagem de qualidade superior e reduzir as chances de erros, que levaria a repetições dos exames.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os raios X são usados em Odontologia para trazer benefícios, contribuindo para o diagnóstico das afecções dentárias. Entretanto, quem é exposto de maneira inadequada pode vir a ter sérios problemas à saúde. Portanto, a cautela com sua aplicação é muito importante, evitandose riscos em curto e em longo prazo, e até mesmo o possível comprometimento da sobrevivência do indivíduo e das futuras gerações. A elaboração deste artigo contribui para conscientizar os profissionais (técnicos de raios-x, médicos radiologistas, cirurgiões-dentistas e auxiliares); pois com o crescente uso da radiologia médica e odontológica faz com que sua utilização seja profundamente estudada devido à necessidade de se reduzirem as radiações recebidas pelos pacientes e profissionais, uma vez que estes recebem uma quantidade significativa de radiação
fornecida em exames radiográficos.
6. REFERÊNCIAS 
LICA, Daniela; ALBURQUERQUE, Maria . Análise da espessura dos músculos mastigatórios por meio de tomografia computadorizada helicoidal. 2014. 7 f. dissertação (odontologia)- discente, São Paulo, 2014. Disponível em: <http://file:///C:/Users/biblioteca/Downloads/281-592-1-PB.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2017.
SILVA, José. A radiologia dentária na gravidez. 2013. 69 f. dissertação (mestre em medicina dentaria)- Ciências da Saúde, Porto, 2013. Disponível em: <http://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/5439/1/PPG_22368.pdf>. Acesso em: 04 dez. 2017.
D'IPPOLITO, Giuseppe ; MENDEIROS, Regina. Exames radiológicos na gestação. 1678. 6 p. academico (departamento de diagnostico)- paulista de medicina, universidade federal de são paulo, São Paulo, 2005. 38. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-39842005000600013>. Acesso em: 01 dez. 2017
SOARES, Marcelo; FERREIRA, Carlos. A IMPORTÂNCIA DO CONHECIMENTO SOBRE RADIOPROTEÇÃO PELOS PROFISSONAIS DA RADIOLOGIA . 203. 4 p. academico ( Núcleo de Tecnologia Clínica)- cefet, Florianopolis, 2007. Disponível em: <http://www.spenzieri.com.br/wp-content/uploads/2011/10/Radioprote%C3%A7%C3%A3o-para-Radiologistas.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2017.
COSTAS, Regina. RISCOS OCUPACIONAIS E BIOSSEGURANÇA NA CLÍNICA ODONTOLÓGICA. 2014. 110 p. universitaria (clinica integrada)- DOD, Rio Grande do Norte, 2010. Disponível em: <https://s3.amazonaws.com/academia.edu.documents/44768556/RISCOS_OCUPACIONAIS_E_BIOSSEGURANCA_NA_CLINICA_ODONTOLOGICA_2016.1.pdf?AWSAccessKeyId=AKIAIWOWYYGZ2Y53UL3A&Expires=1512759449&Signature=p2zAQSUaDBHcN6wej4mnT94faak%3D&response-content-disposition=inline%3B%20filename%3DRISCOS_OCUPACIONAIS_E_BIOSSEGURANCA_NA_C.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2017.
FERNANDES, Geraldo ; CARVALIO, Antonio ; AZEVEDO, Ana. Avaliação dos riscos ocupacionais de trabalhadores de serviços radiologicos. 2000. 3 p. dissertação (clinica integrada)- radio bras, Rio Grande do Norte, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/rb/v38n4/25758.pdf>. Acesso em: 01 dez. 2017.
CARVALHO, Carmem et al. ASPECTOS DE BIOSSEGURANÇA RELACIONADOS AO USO DO JALECO PELOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE: UMA REVISÃO DA LITERATURA. 2008. 6 p. dissertação (enfermagem)- campos, Piauí, 2009. Disponível em: <http://www.redalyc.org/html/714/71411706020/>. Acesso em: 01 dez. 2017.
FIGUEIREDO, Filipe; GAMA, André. Melhoria da proteção radiológica mediante um ciclo de avaliação interna da qualidade. 2012. 6 p. dissertação (diagnostico por imagem)- gama, Gama-za, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rb/v45n2/v45n2a05>. Acesso em: 04 dez. 2017.
OLIVA, Andre et al. Biossegurança na clinica de radiologia odontologica. 2014. 8 p. dissertação (diagnostico por imagem)- odontologia, universidade estadual paulista , Araçatuba, 2014. Disponível em: <https://scholar.google.com.br/scholar?hl=pt-BR&lr=lang_pt&as_sdt=1%2C5&as_vis=1&q=biosseguran%C3%A7a+na+clinica+odontologica&btnG=>. Acesso em: 04 dez. 2017.
PEREIRA, Nara Rejane Santos. Levantamento das condições de biossegurança em radioproteção nos consultórios odontológicos de Campo Grande/MS. 2008. 115 f. : Tese (Doutorado)-Programa Multi-Institucional de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, UnB/UFG/UFMS, Campo Grande, 2008.
MOREIRA, Daniel. Biossegurança em radiologia odontologica. 2014. 8 p. dissertação (radiologia odontológica e imagiologia )- odontologia, Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: <http://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/49826/000829795.pdf?sequence=1>. Acesso em: 04 dez. 2017.
FILHO, Marcos; CRUZ, Debora; VON, Augusto. Conhecimento e procedimentos em radioproteção em consultórios odontológicos: uma visão bioética. 2012. 8 p. dissertação (radiologia odontológica e imagiologia )- odontologia, Rio Grande do Sul, 2011. Disponível em: <http://file:///C:/Users/biblioteca/Downloads/4186-7185-1-PB%20(1).pdf>. Acesso em: 04 dez. 2017.
SOARES, Flavio; PEREIRA, Aline; FLOR, Rita. Utilização de vestimentas de proteção radiológica para redução de dose absorvida: uma revisão integrativa da literatura. 2011. 7 p. dissertação (proteção radiológica )- odontologia, Santa Catarina, 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/rb/v44n2/v44n2a09>. Acesso em: 04 dez. 2017.
Walkhoff O, " Altes und Neues vom Röntgenverfahren in der Zahnheilkunde ", Deutsche Monatsschrift fü r Zahnheilkunde, 1915, p. .8. Blackman Sydney, " Dental radiology Past, Present, Future ", British Dental Journal, September 1959, p. 83-86. Acesso em: 03 dez.2017.
Raper H.R., " Notes on the early history of Radodontia ", Oral surgery, 1953, n??6, pp. 70-81.Acesso em: 03 dez.2017.
MARTINS, Wilson. WILHELM CONRAD ROENTGEN E A DESCOBERTA DOS RAIOS-X. 2015. 5 p. dissertação (pucpr)- odontologia, Santa Catarina, 2015. 1. Disponível em: <https://periodicos.pucpr.br/index.php/oralresearch/article/viewFile/22893/21995>. Acesso em: 04 dez. 2017.
SILVA, Natanael et al. INCENTIVANDO A PRÁTICA DA RADIOPROTEÇÃO. 2013. 5 p. dissertação (proteção radiológica )- odontologia, Rio de Janeiro, 2013. 6. Disponível em: <http://www.iaea.org/inis/collection/NCLCollectionStore/_Public/45/066/45066073.pdf>. Acesso em: 06 dez. 2017.
SOARES, Flávio Augusto Penna; PEREIRA, Aline Garcia and FLOR, Rita de Cássia. Utilização de vestimentas de proteção radiológica para redução de dose absorvida: uma revisão integrativa da literatura. Radiol Bras [online]. 2011, vol.44, n.2, pp. 97-103. ISSN 0100-3984.Acesso em: 06 dez.2017.rd 
Álvares LC, Tavano O. Curso de Radiologia em Odontologia. 4 ed. São Paulo: Ed. Santos; 1998.Acesso em: 03 dez.2017.
Pereira NRJ. Levantamento das condições de biossegurança em radioproteção nos consultórios odontológicos de Campo Grande/MS [Tese de Doutorado]. Campo Grande: Programa Multiinstitucional de PósGraduação em Ciências da Saúde, Rede Centro-Oeste, UNB, UFG, UFMS; 2008. Acesso em: 03 dez.2017.
Ginja MMD, Ferreira AJA. Efeitos biológicos da radiação X e radioprotecção em medicina veterinária. Revista Portuguesa de Ciências Veterinárias 2002; 97(543): 101-9.Acessoem: 02 dez.2017.
Barbosa OD, Gewehr PM. Programa para avaliação e controle da utilização de raios X em clínicas odontológicas [artículo 00371]. Memórias II Congreso Latinoamericano de Ingeniería Biomédica; 2001 mayo 23-25; La Habana. Anales. La Habana: Congreso Latinoamericano de Ingeniería Biomédica; 2001.p.xxx. Acesso em: 02 dez.2017.
SOARES F.A.P., PEREIRA, A.G., FLÔR, R.C. Utilização de vestimentas de proteção radiológica para redução de dose absorvida: uma revisão integrativa da literatura. Radiologia Brasileira Mar/Abr; 44(2): 97–103 (2011). Acesso em: 02 dez.2017.
BASTOS, Andréa de Lima. Doses e risco de radiação em estudo tomográfico computadorizado do tórax com tecnologia de quatro cortes. 2006. 91 f. Dissertação (Mestrado) - Programa de Pós–graduação em Ciência e Tecnologia das Radiações, Minerais e Materiais, Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, Belo Horizonte, 2006. Acesso em: 02 dez.2017.
BATISTA, Sónia T. Medições de Dose no Cristalino e na Tiróide em Tomografia Computorizada. Instituto Politécnico de Lisboa - Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa. Dissertação, 61 f., 2010. Acesso em: 02 dez.2017.
CARVALHO, Antonio Carlos Pires. História da tomografia computadorizada. Revista Imagem, São Paulo, v. 29, n. 2, p.61-66, set. 2007. Acesso em: 02 dez.2017.
ASSIS, Silvia. A importancia da segurança na radiografia odontologica.
2010. 34 p. Dissertação (Especialização em radiologia odontologica)-
tuiuti do paraná, Curitiba, 2010. Disponível em:
<http://scholar.google.com.br/scholar_url?url=https%3A%2F%2Fwww.researchgate.net%2Fprofile%2FFernando_Leyton%2Fpublication%2F273227205_Riscos_da_Radiacao_X_e_a_Importancia_da_Protecao_Radiologica_na_Cardiologia_Intervencionista_Uma_Revisao_Sistematica%2Flinks%2F552080210cf2f9c13050b9b3.pdf&hl=pt-BR&sa=T&oi=ggp&ct=res&cd=1&ei=444qWoWzAYiGmwHkrqWQCg&scisig=AAGBfm3oJlUcu9GuocOUHHu79sk-9XuQfg&nossl=1&ws=1280x930>.
Acesso em: 06 dez. 2017.
PONDOLFO, Luiz; FERNANDES,
Roberto . EXAMES DIAGNÓSTICOS E TRATAMENTO
DE UROLITÍASE: UMA REVISÃO DA LITERATURA. 2015. 229 p. academico
(medicina)- Centro Univeritário FAG, Londrina, 2016. 6. Disponível em:
<http://www.themaetscientia.fag.edu.br/index.php/RTES/article/view/284/298>.
Acesso em: 03 dez. 2017.
	
 Professor da Faculdade LS. Especialista em radioterapia pela Faculdade LS. Tecnólogo em radiologia pelo Centro Universitário de Desenvolvimento do Centro Oeste (UNIDESC). 
1

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais