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Escolas Penais - livro TRATADO DE DIREITO PENAL

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Anotações do livro TRATADO DE DIREITO PENAL – Escolas Clássica, Positiva e Criminologia Critica.
Escola CLÁSSICA – sec. XVIII
	Vontade culpável.
A pena era para os clássicos uma medida repressiva, aflitiva e pessoal, que se aplicava ao autor de um fato delituoso que tivesse agido com capacidade de querer e de entender. Os autores clássicos limitavam o direito penal entre extremos da imputabilidade e da pena retributiva, cujo fundamento básico era a culpa.
CARRARA – “escola clássica de Carrara”
- Fundamento básico: Dir. Natural.
				Emanavam direitos e deveres, cujo equilíbrio cabe ao Estado garantir.
- “A pena não é mais do que a sanção do preceito ditado pela lei eterna: a qual sempre visa a conservação da humanidade e a tutela dos seus direitos, sempre precede da norma do justo: sempre corresponde aos sentimentos da consciência universal.
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
Crime é um ente jurídico
Infração	violação de um direito.
Livre arbítrio
Responsabilidade penal, culpa moral.
Vontade livre e consciente
				Escolhe a conduta.
Tutela jurídica e retribuição da culpa: Pena	com o objetivo de:
- Restauração da ordem violada pelo crime ¹, produto da vontade livre ².
- Deve tutelar juridicamente e defender o direito.
4.Princípio da Reserva Legal
		Limita o poder punitivo estatal.
			Não admite desvios e nem exceções.
		Consciência jurídica que obedece a exigências de justiça.
		Elaboração de normas incriminadoras é função exclusiva da sei, ou seja: NENHUM FATO pode ser considerado CRIME e NENHUMA PENA criminal pode ser aplicada sem que antes da ocorrência do fato EXISTIA uma LEI definindo-o como CRIME e cominando-lhe SANÇÃO correspondente. 
	Art. 5, inc. 39, CF: “não haverá crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem previa cominação legal.” 
		Função da lei é tutelar bens jurídicos que infringe a tutela social.
									Infringe a lei
		Mas a ação converte-se em crime quando choca com a lei.
FEUERBACH – teoria COAÇÃO PSICOLÓGICA
- Pena não é medida retributiva, mas preventiva.
COAÇÃO PSICOLÓGICA:
	- Fundamento da ameaça é necessidade da segurança jurídica.
	- Execução da pena é a concretização da ameaça, que reafirma e lhe da seriedade.
	- Dispensa o livre arbítrio.
KANT
- Opõe-se ao iluminismo, contra o utilitarismo.
- Concebe a pena como imperativo categórico. AUTENTICA RETRIBUIÇÃO ÉTICA.
HEGEL
- Reelaborou a retribuição ética, transformando em JURÍDICA.
	“crime é negação do direito, a pena é negação do crime, ou seja, a reafirmação do direito.”
BINDING
- Pena é direito e dever do Estado.
- A aplicação da pena deve considerar o fato e não o delinquente, mas a pena deve ser proporcional a culpabilidade.
ESCOLA POSITIVA – fim do sec. XIX
Época predominante do pensamento positivista surge a Escola Positivista que coincide com o nascimento dos estudos biológicos e sociológicos. Esse fato determinou de forma significativa uma nova orientação nos estudos criminológicos. Ao abstrato individualismo da escola clássica, a Escola Positiva se opôs a necessidade de defender mais enfaticamente o corpo social contra a ação do delinquente, priorizando os interesses sociais em relação aos individuais.
Por isso a ressocialização do delinquente passa a um segundo plano. A aplicação da pena passou a ser concebida como uma reação natural do organismo social contra a atividade anormal dos seus componentes. O fundamento do direito de punir assume uma posição secundaria, e o problema da responsabilidade perde importância, sendo indiferente a liberdade de ação e de decisão no cometimento do fato punível. Admitindo o delito e o delinquente como patologias sociais, dispensava a necessidade de a responsabilidade penal fundar-se em conceitos morais. A pena perde seu tradicional caráter vindicativo-retributivo, reduzindo-se a um provimento utilitarista; seus fundamentos não são a natureza e a gravidade do crime, mas a personalidade do réu, sua capacidade de adaptação e especialmente sua perigosidade.
A corrente positivista pretendeu aplicar ao direito os mesmos métodos de observação e investigação que se utilizavam em outras disciplinas (biologia, antropologia, etc.). no entanto, logo se constatou que essa metodologia era inaplicável em algo tão circunstancial como a norma jurídica. Essa constatação levou os positivistas a concluírem que a atividade jurídica não era cientifica e, em consequência, proporem que a consideração jurídica do delito fosse submetida por uma sociologia ou antropologia do delinquente, chegando assim, ao verdadeiro nascimento da criminologia, independente da dogmática jurídica.
Principais fatores que explicam o surgimento da Escola Positiva:
Ineficácia das concepções clássicas relativamente a diminuição da criminalidade;
O descredito das doutrinas espiritualistas e metafisicas e a difusão da filosofia positivista;
Aplicação dos métodos de observação ao estudo do homem, especificamente em relação ao aspecto psíquico;
Novos estudos estatísticos realizados pelas ciências sociais permitiram a comprovação de certa irregularidade e uniformidade nos fenômenos sociais, incluída a criminalidade;
As novas ideologias politicas que pretendiam que o Estado assumisse uma função positiva na realização nos fins sociais, mas ao mesmo tempo entendiam que o Estado tinha ido longe demais na proteção dos direitos individuais, sacrificando os direitos coletivos.
A escola apresenta 3 fases distintas:
LOMBROSO – fase antropológica
- Tenta encontrar uma explicação causal do comportamento antissocial.
- Partia da básica da existência de um criminoso nato, (por paixão, louco, de ocasião, epilético), cujas anomalias constituíram um tipo antropológico especifico. 
	Lombroso chegou a acreditar que o criminoso nato era um tipo de subespécie do homem, com características físicas e mentais, crendo inclusive que fosse possível estabelecer as características pessoais das diferentes espécies de delinquentes (ladroes, assassinos, tarados sexuais, etc.). experimental, contudo, não conseguiu comprovar. Seus estudos sobre causas biopsíquicas do crime contribuíram decisivamente no desenvolvimento da sociologia criminal.
GAROFALO – fase jurídica (criminologia)
- Sistematização jurídica estabelecendo os seguintes princípios:
	1. periculosidade como fundamento da responsabilidade do delinquente.
	2. prevenção especial como fim da pena.
	3. direito de punir sobre a teoria da defesa social, deixando em segundo plano os objetivos reabilitadores.
	4. formulou uma definição sociológica do crime natural.
- Garofalo não foi tão expressivo e suas contribuições refletia um certo ceticismo quanto a readaptação do homem criminoso, que justificava suas posições a favor da pena de morte aos delinquentes que não tivesses absoluta capacidade de adaptação, caso dos criminosos “natos”.
- Preocupação fundamental não com a correção (recuperação), mas com a incapacitação do delinquente (prevenção especial, sem objetivo ressocializador), pois sempre enfatizou a necessidade de eliminação do criminoso.
- Insistiu na necessidade de individualizar o castigo, fato que permitiu aproximar-se das ideias correcionalistas.
FERRI – fase sociológica (sociologia criminal)
- Consolidou o nascimento definitivo da sociologia criminal
- TEORIA: inexistência do livre arbítrio, considerando que a pena não se impõe pela capacidade de autodeterminação da pessoa, mas pelo fato de ser um membro da sociedade.
- Passa da responsabilidade moral para social. 
- Apesar de seguir orientação de Lombroso e Garofalo, deixando em segundo plano o objetivo ressocializador (correcionalista), priorizando a Defesa Social, Ferri assume uma postura diferente em relação a recuperação do criminoso. Entende que a maioria dos delinquentes era readaptável e considerava incorrigíveis apenas os criminosos habituais, admitindo assim mesmo, a eventual correção de uma pequena minoria dentro desse grupo.
RANIERI
- A finalidade reeducativa da pena define-se claramente a partir da Escola Positiva. 
- Compreendia o DireitoPenal como expressão de exigência social e como aplicação jurídica dos dados fornecidos pela Antropologia, Sociologia, Psicologia Criminal e Criminologia. 
Aspectos principais da Escola Positiva:
Direito penal é produto social, obra humana.
Reponsabilidade social deriva do determinismo (vida em sociedade)
O delito é um fenômeno natural e social (fatores individuais, físicos e sociais)
A pena é um meio de defesa social, como função preventiva.
O método é indutivo ou experimental.
Os objetos de estudo do direito penal são o crime, o delinquente, a pena e o processo.
Tendo enorme repercussão, destacando-se como algumas de suas contribuições:
Descoberta de novos fatos e a realização de experiencias ampliaram o conteúdo do direito;
O nascimento de uma nova ciência causal-explicativa: a criminologia;
Preocupação com o delinquente e com a vítima;
Melhor individualização das penas (lega, judicial e executiva);
Conceito de periculosidade;
Desenvolvimento de institutos como a medida de segurança, a suspensão condicional da pena e o livramento condicional;
Tratamento tutelar ou assistencial do menor;
TERZA SCUOLA ITALIANA – FIM DO SEC. XVIII
ESCOLA MODERNA ALEMÃ – fim do sec XVIII
A mais notável das correntes ecléticas. Representa movimento semelhante a Terza Scuola italiana.
Conhecida também como escola de politica criminal ou escola sociológica alemã.
VON LISZT
- O direito penal deve sempre orientar-se segundo o fim, o objetivo a que se destina. O direito penal deve apresentar uma utilidade, um efeito útil, que seja capaz de ser registrado e captado pela estatística criminal. Para ele, a pena justa é a pena necessária. 
- Para Liszt a criminologia teria missão de explicar as causas do delito; a penalogia estudaria as causas e os efeitos da pena.
- Não concordava com Lombroso, Ferri e Garofalo e entra em choque com os pensadores da escola clássica.
Principais características da Escola Moderna Alemã:
Adoção do método logico-abstrato e indutivo-experimental
Necessidade de distinguir o direito penal das demais ciências criminais, como a criminologia, sociologia, antropologia, etc.
Distinção entre imputáveis e inimputáveis
Normalidade de determinação do indivíduo. Para o imputável a resposta penal é a pena, para o perigoso, a medida de segurança.
O crime é concebido como fenômeno humano-social e fato jurídico
Ao mesmo tempo que o crime é um fato jurídico também é um fenômeno humano e social.
Função finalística da pena
Se ajusta a própria natureza do delinquente; não perde o caráter retributivo e prioriza a finalidade preventiva.
Eliminação ou substituição das penas privativas de liberdade de curta duração
Busca de alternativas às penas privativas de liberdade de curta duração, começando a desenvolver uma verdadeira política criminal.
ESCOLA TÉCNICO JURÍDICA – sec. XIX
“[...] o juiz julga o réu e não o crime. Os positivistas num primeiro momento, confundiam os campos do direito penal, da política criminal e da criminologia. Havia na realidade uma excessiva preocupação com os aspectos antropológicos e sociológicos do crime, em prejuízo do jurídico.”
Inicia-se na Alemanha com estudos de Karl Binding.
ARTURO ROCCO
- Corrente de renovação metodológica
- Aponta o verdadeiro objeto do direito penal, qual seja o crime, como fenômeno jurídico.
-Sustenta que o direito sendo uma ciência normativa, seu método de estudo o técnico-jurídico ou logico-abstrato.
- Ciência penal é autônoma, não podendo ser confundida com outras ciências causal-explicativa ou políticas.
- “exposição sistemática dos princípios que regulam os conceitos de delito e de pena, e da consequente responsabilidade, desde um ponto de vista puramente jurídico”.
Principais características da Escola Técnico-jurídico
Delito é pura relação jurídica, de conteúdo individual e social;
A pena constitui uma reação e uma consequência do crime, com função preventiva geral e especial, aplicável aos imputáveis;
Medida de segurança – preventiva – deve ser aplicável aos inimputáveis;
Responsabilidade moral (livre arbítrio)
Método técnico-jurídico
Recusa o emprego da filosofia no campo penal.
ESCOLA CORRECIONALISTA – sec. XVIII
- Fixa a correção ou emenda do delinquente como fim único e exclusivo da pena.
- Carlos Roder afirmava: a teoria correcional vê na pena somente o meio racional e necessário para ajudar à vontade, injustamente determinada de um membro do Estado, a ordenar por si mesma.
- Para os correcionalistas a pena não se dirige ao homem abstrato, mas ao homem real que se tornou responsável por um determinado crime, revelador de uma determinação defeituosa da vontade.
- Finalidade de trabalhar sobre a causa do delito (vontade defeituosa), procurando converte-la segundo os ditames do direito.
- Apresentou-se como uma doutrina crista, tendo em conta a moral e o direito natural.
		- Delinquente é um ser anormal, incapaz de uma vida jurídica livre, perigo para a convivência social;
		- Não há relevância ao livre arbítrio;
		- Criminoso é um ser limitado, encontra no seu delito o sintoma mais evidente e por isso a sanção penal é vista como um bem;
		- Delinquente tem o direito de exigir sua execução e não o dever de cumpri-la
		- órgão publico atua de 2 modos:
				a) restringe a liberdade individual
				b) corrige a vontade defectível
		- O importante não é a punição do delito, mas sim a cura ou emenda do delinquente.
Outras principais características do correcionalismo:
Pena idônea é a privação de liberdade que deve ser indeterminada;
O arbítrio judicial deve ser ampliado em relação a individualização da pena;
A função da pena é de uma verdadeira tutela social
A responsabilidade penal como responsabilidade coletiva, solidaria e difusa.
DEFESA SOCIAL – fim do sec. XIX
Para Felipe Gramatica o direito penal deve ser substituído por um direito de defesa social, com o objetivo de adaptar “o indivíduo a ordem social”.
Marc Ancel publica “a nova defesa social”, que define como “uma doutrina humanista de proteção social contra o crime”. Esse movimento político-criminal pregava uma nova postura em relação ao homem delinquente, embasada nos seguintes princípios:
Filosofia humanista (reação social e garantia dos direitos do cidadão)
Analise critica do sistema existente e se necessário sua contestação
Valorização das ciências humanas, que são chamadas a contribuir no estudo e combate do problema criminal.

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