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Apostila Quim Exp

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Apostila de Química Analítica Experimental 
 
 
 
Prof. Dra. Claudia Wollmann Carvalho 
 
 2 
Roteiro das Aulas Práticas 
1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DE EXPERIMENTOS EM LABORATÓRIOS 
DE QUÍMICA ................................................................................................................................... 3 
2. INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 5 
2.1 Relatórios ................................................................................................................................................................................ 6 
3. TIPOS DE ERROS ................................................................................................................. 7 
3.1 Determinados .................................................................................................................................................................. 8 
3.2 Indeterminados ...................................................................................................................................................................... 8 
4. MINIMIZAÇÃO DE ERROS ................................................................................................... 9 
5. TÓPICOS DE ESTATÍSTICA ............................................................................................... 10 
5.1 Exatidão ......................................................................................................................................................................... 10 
5.2 Precisão ......................................................................................................................................................................... 10 
5.3 Rejeição de Resultados: Teste Q ..................................................................................................................................... 11 
Num. de replicatas ............................................................................................................................................................... 12 
Q 90% ...................................................................................................................................................................................... 12 
Q 95% ...................................................................................................................................................................................... 12 
Q 99% ...................................................................................................................................................................................... 12 
5.4 Teste F: para comparar um conjunto de dados .............................................................................................................. 12 
6. REGRESSÃO LINEAR E CORRELAÇÃO .......................................................................... 13 
6.1 A equação da reta e correlação de dados ....................................................................................................................... 14 
6.2 Balança analítica ................................................................................................................................................................. 15 
7 CALIBRAÇÃO DE VIDRARIAS VOLUMÉTRICAS .................................................................... 16 
7.1 Calibração de pipeta volumétrica ...................................................................................................................................... 16 
7.2 Calibração de balão volumétrico ....................................................................................................................................... 17 
8. ANÁLISE TITRIMÉTICA ............................................................................................................ 17 
9 PRÁTICAS .................................................................................................................................. 19 
9.1 Volumetria de neutralização .............................................................................................................................................. 19 
9.1.1 Padronização de solução de HCl 0,1 mol L
-1
 .............................................................................................................. 19 
9.1.2 Padronização da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L
-1
 .................................................................................... 20 
9.1.3 Titulação de ácido forte com base forte ....................................................................................................................... 21 
9.1.3.1 Determinação da concentração de uma solução de HCl ...................................................................................... 21 
9.1.4 Titulação de ácido fraco com base forte ....................................................................................................................... 21 
9.1.4.1 Determinação do teor de ácido acetilsalicílico em comprimidos ........................................................................... 22 
9.1.4.2 Determinação do teor de ácido acético em vinagre ............................................................................................... 23 
9.1.4.3 Determinação do Ácido Lático no leite ...................................................................................................................... 23 
9.1.4.3 Determinação do teor de Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2) em medicamentos, através da reação de 
retorno. ......................................................................................................................................................................................... 23 
9.1.5 Titulação base fraca com ácido forte ............................................................................................................................ 24 
9.2 Volumetria de precipitação ................................................................................................................................................ 24 
9.2.1 Método de Mohr .............................................................................................................................................................. 25 
9.2.1.1 Determinação de cloreto de sódio em solução fisiológica ...................................................................................... 26 
9.2.2 Método de Fajans ............................................................................................................................................................. 26 
9.2.3 Método de Volhard ........................................................................................................................................................... 27 
9.3. Volumetria de complexação ............................................................................................................................................ 28 
9.3.1 Determinação da dureza da água ................................................................................................................................. 29 
9.3.2 Determinação de magnésio em leite de magnésia ..................................................................................................... 30 
9.4 Volumetria de oxidação e redução .................................................................................................................................. 30 
9.4.1 Permanganimetria ............................................................................................................................................................ 30 
9.4.2 Iodometria .........................................................................................................................................................................31 
9.4.2.1 Determinação da vitamina C ....................................................................................................................................... 31 
9.4.3 Dicromatometria .............................................................................................................................................................. 32 
9.4.3.1 Dosagem de ferro em medicamento por dicromatometria ..................................................................................... 32 
10 ANÁLISE GRAVIMÉTRICA ..................................................................................................... 32 
10.1 Determinação de sólidos totais em água ...................................................................................................................... 33 
10.2 Determinação gravimétrica de sulfato como sulfato de bário ..................................................................................... 33 
11. Anexos ................................................................................................................................ 33 
11.1 Determinação de amônia em tintura de cabelo ............................................................................................................ 33 
11.2 Acidez do Refrigerante ..................................................................................................................................................... 34 
11.3 Determinação de teor de H2SO4 em efluente ............................................................................................................... 34 
11.4 Análise quantitativa de ferro em águas .......................................................................................................................... 34 
12. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS........................................................................................ 36 
 3 
 
 
1. ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A EXECUÇÃO DE EXPERIMENTOS EM LABORATÓRIOS 
DE QUÍMICA 
Para facilitar seu trabalho e evitar eventuais acidentes no laboratório, algumas instruções, quando 
devidamente observadas, conduzirão a bons resultados, a saber: 
Atenção!!! 
Quando em laboratório, utilize SEMPRE óculos de proteção, luvas e avental e escolha roupas 
adequadas (calçados fechados e sem salto alto, calças compridas, evite roupas sintéticas - prefira as de 
algodão -, utilize cabelos presos, etc.). 
É expressamente proibido fumar e ingerir alimentos e bebidas no laboratório. 
Conheça telefones de emergência e o local onde estão os equipamentos de proteção para uso em 
caso de acidentes (chuveiro de emergência, lavadores de olhos, manta corta-fogo, extintor, etc.) e busque 
ter conhecimento de como usá-los corretamente. 
Nunca trabalhe no laboratório sem estar acompanhado de outra pessoa. Trabalhos perigosos devem 
ser realizados em presença de, pelo menos, duas pessoas trabalhando no mesmo local. 
Em laboratório, conheça sempre os procedimentos que irá manipular, bem como os reagentes que 
serão utilizados (riscos, compatibilidade química, etc.). Tenha por hábito ler o procedimento que irá 
executar antes de ir ao laboratório. Recomenda-se que o aluno consulte, em bibliografia, as propriedades 
das substâncias desconhecidas, bem como sua toxicidade e os cuidados que devem ser tomados. 
É indispensável que se tenha o maior cuidado possível quando se trabalha com ácidos, em particular 
com ácido sulfúrico concentrado. Sempre adicione ácidos à água, nunca água em ácidos. Ácidos e bases 
concentrados atacam a pele e os tecidos, deve-se, pois, usá-los com todo o cuidado, principalmente na 
neutralização de um com o outro, evitando reações violentas. Preste a máxima atenção a qualquer 
operação onde haja aquecimento ou que reaja violentamente. 
Em aparelhos que funcionam a vácuo, não use recipientes de paredes finas e nem empregue os de 
superfícies planas. 
Em caso de acidentes, queimaduras e outros são dever do estudante procurar imediatamente o 
professor, para que o aluno seja imediatamente encaminhado ao médico. Improvisações são os primeiros 
passos em direção a um acidente, use material adequado. Ao locomover-se no laboratório, faça-o com 
cuidado, a fim de não provocar qualquer acidente e/ou tumultuar o ambiente de trabalho. 
EVITE O DESPERDÍCIO de reagentes, gás, luz, água e água destilada. 
Certifique-se sempre da voltagem do equipamento eletroeletrônico que fará uso no laboratório, antes 
de ligá-lo à respectiva corrente elétrica. 
Rotule sempre qualquer solução que venha a preparar, identificando-a quanto à substância química 
utilizada, sua concentração, meio diluente, data e responsável pela preparação. 
Use sempre água destilada ou deionizada ao preparar uma solução ou uma diluição. 
Todas as operações onde há desprendimento de gases tóxicos ou irritantes devem ser executadas na 
capela, assim como evaporação de soluções ácidas, amoniacais, etc. Substâncias tóxicas devem ser 
manipuladas na capela e, se as mesmas forem voláteis, deve-se usar máscara adequada. 
 4 
Tome o máximo cuidado para não contaminar os reagentes. Não os retorne aos frascos primitivos, 
mesmo que não tenham sido usados; coloque os sólidos em um recipiente especial para rejeitos químicos 
e em caso de líquidos, descarte-os nos frascos adequados de acordo com o tipo de resíduo. 
A balança analítica é um instrumento de precisão que deve ser utilizado com cuidado: não se deve 
forçar o peso sobre o prato da balança, esta deve estar sempre em local livre de trepidações, a pesagem 
deve ser feita na ausência de correntes de ar e umidade e a anotação da massa deve ser feita sempre 
com as portas fechadas. 
A boca nunca deve ser usada para sucção, tendo em vista a possibilidade de ingestão dos reagentes, 
muitas vezes tóxicos. Para sucção de líquidos utilizando pipetas (volumétricas e graduadas), deve-se usar 
uma pêra de borracha. 
A superfície de um líquido confinado num tubo estreito exibe uma curvatura marcante, chamada 
menisco. É comum utilizar a parte inferior do menisco como ponto de referência na calibração e no uso de 
qualquer equipamento volumétrico. Ao se ler volumes, seu olho deve estar no nível da superfície do líquido 
para evitar erros devido à paralaxe. Para esta transferência, preencha cuidadosamente a pipeta com um 
volume um pouco acima da marca de calibração. Rapidamente, substitua a pêra por seu dedo indicador, 
interrompendo a liberação da água. Certifique-se que não há bolhas de ar, incline um pouco a pipeta e 
enxugue sua parede externa com papel absorvente. Descanse a ponta da pipeta por mais alguns 
segundos após a água ter sido toda transferida. Finalmente, retire a pipeta com um movimento de rotação 
para remover qualquer gota aderida na ponta. O volume de água retido na ponta de uma pipeta 
volumétrica nunca deve ser soprado para ser liberado. 
Nunca se deve secar balão volumétrico, pipeta e bureta em estufa. Para calibração destes materiais é 
conveniente a repetição das aferições até que haja concordância dos valores medidos. A diferença entre 
duas determinações não deve exceder a 0,025 mL. 
Vidros do tipo borossilicato (Pyrex ou Kimax), que podem ser a composição dos Erlenmeyers 
utilizados em titulometria, devem resistir até temperaturas de cerca de 700 a 800 ºC, entretanto deve-se 
tomar cuidado ao aquecer (rachaduras e qualidade do material). 
A limpeza da vidraria deve ser feita, em geral, com água comum e após com água destilada, o que 
pode ser feito com auxílio de uma escova. Após, deve-se lavar repetidas vezes com água destilada ou 
deionizada e permitir que a água escorra naturalmente para secar (detergente e água quente podem 
utilizados para auxiliar a remoção de gordura e, em certos casos, solução alcoólicade KOH; álcool etílico 
pode ser utilizado para auxiliar na remoção de gordura e na secagem). Caso seja necessário utilizar a 
vidraria antes desta estar completamente seca, enxágue-a com a solução que será utilizada. Não é 
recomendado o uso de soluções de limpeza (tais como uma solução de CrO3 ou K2Cr2O7 em ácido 
sulfúrico). 
Terminados os trabalhos práticos e antes de retirar-se do laboratório, limpe sua bancada e organize os 
bancos. 
 
 
 
 
 5 
2. INTRODUÇÃO 
 
A química analítica é o ramo da química que compreende a análise íntima de substâncias, na 
qualificação (caracterização e identificação - química analítica qualitativa) e na quantificação 
(determinação das quantidades - química analítica quantitativa). Uma vez que diversas áreas, dentre elas 
a medicina, indústrias de transformação, órgãos regulamentadores em todos os setores de aplicação, 
dentre outras, baseiam-se na análise quantitativa para assegurar-se da pureza de alimentos, 
medicamentos, da obediência de matéria-prima a padrões de qualidade, etc., a química analítica assume 
papel de destaque. 
 A análise química pode ser definida como a aplicação de um processo ou de uma série de 
processos para identificar ou quantificar uma substância, ou os componentes de uma solução ou mistura 
ou, ainda, para determinar a estrutura de compostos químicos. 
 Assim, quando um analista recebe uma amostra completamente desconhecida, a primeira etapa a 
ser executada é estabelecer quais as substâncias que estão presentes (análise qualitativa). A seguir, deve 
determinar quanto de cada componente, ou de determinado componente, está presente (análise 
quantitativa) na amostra. 
 A função do analista é obter resultados os mais próximos possíveis dos valores verdadeiros, a 
partir da utilização correta dos procedimentos analíticos, devendo, ainda, ter consciência das fontes de 
erros que podem afetar os resultados. A análise quantitativa não se limita à coleta da amostra, à execução 
de uma única determinação e à afirmação de que o resultado obtido está correto. Ela requer um 
conhecimento sólido da química envolvida, das possíveis interferências e da distribuição estatística dos 
valores. 
Para que se obtenha a melhor exatidão e precisão dos resultados em determinado procedimento é 
necessário dedicar atenção às técnicas que serão empregadas, definindo o problema e identificando as 
ações a serem tomadas para o problema específico. Conhecido o problema, a amostragem e o 
armazenamento devem ser conduzidos de maneira eficiente, de modo que a amostra represente 
integralmente o todo e de que o(s) analito(s) seja(m) preservado(s), sem alterações, na referida amostra. 
Na sequência, deve-se escolher o procedimento adequado, levando em conta aspectos como o tempo, 
custos e a adequabilidade ao problema. Concluído o procedimento experimental (preparação de amostras 
e determinação do(s) analito(s)), é indispensável o correto tratamento estatístico dos dados obtidos para a 
correta interpretação dos resultados. 
A disciplina de Química Analítica Experimental será constituída de aulas teóricas e aulas práticas 
em laboratório, visando à aprendizagem, o desenvolvimento de habilidades e à familiarização com as 
técnicas básicas da análise quantitativa e a compreensão dos fundamentos teóricos que embasam tais 
técnicas. O trabalho em laboratório será realizado em grupos, de dois a três alunos por grupo e, 
envolverá a determinação da concentração ou da quantidade de matéria desconhecida (elementos ou 
compostos) em variados tipos de amostras, utilizando métodos básicos e rotineiros. Os resultados serão 
avaliados utilizando ferramentas básicas de tratamento estatístico de dados experimentais, dentro dos 
limites de erro pertinentes aos diferentes métodos usados. Após o término de cada bloco de 
experimentos, o grupo deverá elaborar um relatório, de caráter científico (ver item 2.1), o qual compõe 
 6 
a avaliação do aproveitamento do aluno na disciplina. Assim sendo, a disciplina apresenta características 
acentuadamente experimentais, as quais exigirão do aluno dedicação, interesse, cuidado, atenção e, 
especialmente, atividade em laboratório cuidadosamente planejada. 
Para o melhor aproveitamento das aulas, é indispensável ao aluno estudar previamente o 
procedimento da aula de laboratório antes de iniciar sua execução, de modo a facilitar o aprendizado, 
bem como propiciar a utilização mais adequada do tempo destinado às aulas práticas. É importante dispor 
de um caderno de anotações de laboratório, no qual todos os dados, observações, cálculos, e 
questionamentos devem ser anotados diretamente e de maneira organizada. Isto facilitará a estruturação 
dos relatórios e a compreensão do que foi feito no experimento por qualquer leitor interessado. Ao longo 
das aulas práticas, cada grupo de alunos trabalhará com um conjunto de materiais necessário para a 
realização das análises. Esses materiais devem ser entregues ao final de cada aula em devidas condições 
de limpeza e ordem. Qualquer acidente que, porventura, venha ocorrer deverá ser comunicado 
diretamente ao professor, o qual repassará a informação aos responsáveis pelo laboratório (sala de 
materiais). No início de cada aula prática serão apresentadas orientações e até mesmo poderão ser 
propostas alterações de roteiro experimental, para melhor andamento do trabalho e compreensão do 
assunto no contexto da disciplina. 
Aos alunos solicita-se que tragam avental e óculos de segurança (material obrigatório), caderno 
de laboratório. Adicionalmente, deve-se observar a manutenção dos kits, que serão responsabilidade do 
grupo, conservando os materiais limpos, secos e arrumados. A conferência será feita no início e no final da 
aula. Conservar limpas as bancadas, capela e estufa. Fazer o descarte dos reagentes nos frascos 
apropriados. Solicita-se a colaboração de todos evitando-se a colocação de resíduos em frascos trocados. 
Em caso de quebra de vidraria comunique ao professor imediatamente. 
 
2.1 Relatórios 
 
O trabalho científico realizado por um pesquisador pode ser de grande valia para outros, desde que 
transmitido adequadamente. A forma de transmissão mais difundida é a da linguagem escrita, 
principalmente na forma de resumos, relatórios, artigos científicos, outros, dependendo do público a ser 
atingido. Não existem normas rígidas para sua elaboração, mas, alguns protocolos guiam a escrita de 
relatórios, trabalhos de conclusão, dissertações e teses, tais como o guia da ABNT (Associação Brasileira 
de Normas Técnicas), dentre outros. Para a elaboração de artigos científicos, normalmente, cada periódico 
(revista, jornal) fornece suas próprias regras aos autores. Diante da importância da elaboração de 
documentos científicos na carreira profissional do aluno, serão dadas algumas recomendações que lhe 
serão úteis no progressivo aperfeiçoamento da sua técnica de redação científica. Ao elaborar um relatório, 
o aluno deve conhecer com clareza a questão abordada pela experiência e qual(is) a(s) resposta(s) 
(conclusões) que foram obtidas. A redação deverá ser coerente quanto ao tempo dos verbos empregados, 
recomendando-se expor os resultados das observações e experiências no passado, reservando o 
presente para as generalidades ou para as referências a condições estáveis. Deve-se também redigir o 
relatório de maneira impessoal (terceira pessoa do singular). É sempre conveniente recorrer às tabelas e 
gráficos, pois permitem apresentar e concentrar grande quantidade de informações. Os valores numéricos 
deverão estar acompanhados de unidades de medida, preferencialmente pertencentes ao mesmo sistema. 
 7 
A unidade de medida deverá ser incluída também no cabeçalho das tabelas e nos eixos das figuras.Cada relatório deverá conter: 
 
Capa: instituição, curso, disciplina, título, nome do autor, local e data. 
 
Introdução e objetivo: deverá conter a fundamentação teórica da experiência (revisão da literatura, 
referencial teórico), estabelecendo vínculos com o(s) procedimento(s) implementado(s). Divide-se em: i) 
fundamentos da técnica ou método; ii) vantagens e limitações da técnica e; iii) aplicações. Por fim, como 
objetivo, deve-se indicar o propósito da prática; o que se quer atingir e/ou descobrir; é a questão principal. 
 
Sessão experimental: devem ser mencionados os equipamentos e reagentes utilizados. Todo o 
procedimento analítico deve ser exposto nesta parte; se houveram modificações do roteiro fornecido, estas 
deverão ser explicadas e justificadas. O procedimento poderá ser resumido mediante a elaboração de um 
fluxograma didático, para evitar repetições. 
 
Apresentação e discussão de resultados: os resultados finais devem ser sempre apresentados em 
tabelas, gráficos ou destacados no texto. Sempre que houver valores teóricos ou esperados, estes devem 
ser citados e comparados com os valores obtidos, discutindo suas eventuais diferenças. Se houver 
cálculos, deve ser mostrado cada tipo, com exemplo. Se houver um número significativo de dados, indicar 
o tratamento estatístico utilizado. Também, devem ser discutidas as vantagens, potencialidades e 
limitações da técnica empregada, quando comparada à outras. 
 
Conclusões: finalmente, expresse as conclusões obtidas. 
 
Referências: as publicações mencionadas em um determinado trabalho, relacionadas em bibliografias, 
devem seguir normas pelas quais estas possam ser referenciadas. 
Os relatórios deverão ser entregues ao final de cada bloco de experimentos, segundo orientações do 
professor. 
 
3. TIPOS DE ERROS 
A função do Químico em um laboratório é a de obter um resultado tão próximo quanto possível do 
verdadeiro valor, mediante a aplicação correta do procedimento analítico que tiver adotado. Toda medida 
possui uma certa incerteza, chamada de erro experimental. Conclusões podem ser expressas com um alto 
ou baixo grau de confiança, mas nunca com completa certeza. 
Os erros que afetam um resultado experimental podem ser divididos em Determinados (ou 
Sistemáticos) e Indeterminados (ou Aleatórios ou Randômicos). 
 
 
 
 8 
3.1 Determinados 
 
Podem ser evitados ou, sua grandeza pode ser determinada. Podem ser classificados em: 
De Método – quando se realiza uma análise, normalmente, segue-se ou adapta-se um 
procedimento existente na literatura. Às vezes, a utilização de um determinado método pode induzir a 
erros, inerentes ao próprio método, não importando quão cuidadosamente se trabalhe. São os erros mais 
sérios, pois são difíceis de detectar. Originam-se da amostragem incorreta e de reações que não se 
completaram, a ocorrência de reações paralelas ou induzidas e a fraca sensibilidade de um indicador. 
 Exemplos: pHmetro calibrado de forma errada (o erro será atribuído às amostras na mesma 
proporção do erro), ruído de fundo na espectroscopia de absorção atômica, resposta ruim dos detectores 
de cromatografia e de espectroscopia, solubilização de precipitados e a decomposição ou volatilização por 
ignição de precipitados na gravimetria, uso de um indicador inadequado, efeitos de matriz (quando a 
composição da amostra a ser analisada e das soluções para fazer a curva analítica são diferentes). 
Operacionais (analista): dependem da capacidade técnica do analista (inaptidão de algumas 
pessoas em fazerem certas observações). Erros associados com a manipulação feita durante a realização 
das análises. Este tipo de erro independe das propriedades físicas ou químicas do sistema, mas apenas 
da capacidade técnica do sistema. Exemplo: Deixar um copo de becker com amostra destampado por 
vários dias, permitindo a introdução de poeira, secagem incompleta de uma amostra antes da pesagem, 
perda de material por fervura descontrolada ou por derramamento durante a dissolução de amostras, 
transferência incorreta de soluções, incapacidade do analista em fazer observações de forma correta (por 
exemplo, não perceber mudanças rápidas de cor em titulações visuais, dificuldade em estimar um valor 
entre duas divisões da escala de uma bureta). 
Outro exemplo, são os erros de pré-julgamento, ocorrem quanto o analista após fazer uma 
determinação, força os resultados das determinações subsequentes da mesma amostra, de modo a obter 
resultados concordantes. 
Instrumentais e de Reagentes – São erros relacionados com as imperfeições dos instrumentos, 
aparelhos volumétricos e reagentes utilizados. Vidrarias volumétricas sem calibração ou mal calibradas 
constituem fonte de erro em uma análise quantitativa, bem como o ataque de reagentes sobre o vidro, 
originando substâncias estranhas ao meio reacional original e a utilização de reagentes impuros, 
reagentes contaminados e defeitos de construção de balanças, vidrarias, etc. 
 
3.2 Indeterminados 
 
São manifestados nas pequenas variações que ocorrem em medições sucessivas, feitas pelo mesmo 
analista com todas as precauções necessárias e em condições de análise praticamente idênticas (parece 
que está tudo igual). São produzidos por fatores sobre os quais o analista não tem controle e, em geral, 
não podem ser controlados. Estas variações ocorridas entre uma análise e outra revelam a presença de 
erros que são devidos a fatores imprevisíveis e imperceptíveis. Quando se faz um número suficientemente 
grande de medições, esses erros assumem a lei da distribuição normal, isto é, o valor mais provável é a 
média aritmética de todos os valores; os desvios positivos e negativos são igualmente prováveis e desvios 
pequenos são mais prováveis que desvios grandes. Exemplos: leitura de escala de um equipamento, na 
 9 
qual diversas pessoas descreveriam uma faixa de valores refletindo suas interpolações subjetivas entre 
as marcações. Uma pessoa lendo o mesmo instrumento diversas vezes, provavelmente, obterá diversas 
leituras diferentes. Outro exemplo pode resultar do ruído de um instrumento elétrico, no qual este tipo de 
instabilidade é, normalmente, aleatório. 
 
4. MINIMIZAÇÃO DE ERROS 
Os erros sistemáticos podem, na maioria das vezes, ser reduzidos por um dos métodos descritos a 
seguir: 
Calibração do aparelho ou aplicação de correções – Todos os instrumentos (balões, 
buretas, pipetas, etc.) devem ser calibrados e as correções aplicadas às medidas originais. 
Ensaio em branco – Consiste na execução de uma análise nas mesmas condições 
experimentais usadas na análise da amostra, porém na ausência do constituinte de interesse. Os objetivos 
são verificar o efeito de impurezas eventualmente introduzidas por reagentes e aparelhos de laboratório ou 
determinar o excesso de solução padrão necessário para atingir, nas mesmas condições, o ponto final da 
titulação de uma amostra desconhecida. Correções de branco muito grandes são indesejáveis porque o 
valor exato fica mais incerto e a precisão da análise diminui. 
Métodos de análise independente – A exatidão de um resultado pode ser confirmada 
mediante a realização da análise de maneira inteiramente diferente do método utilizado. Exemplo: 
determinação da dureza da água por absorção atômica e por titulação com EDTA, medir o pH com 
indicador ácido e base e com um pHmetro. Se os resultados obtidos por dois métodos muito diferentes 
concordarem, é muito provável que os valores obtidos estejam corretos dentro de pequena margem de 
erro. 
Determinações paralelas – servem como controle do resultado de uma só determinação e 
indicam somente a precisão de uma análise. Análises em duplicata ou, no máximo, em triplicata, são, em 
geral,suficientes. Salienta-se que a boa concordância entre resultados obtidos com duplicatas ou 
triplicatas não garante que o resultado esteja correto, pois pode ter ocorrido um erro constante. A 
concordância mostra apenas que os erros acidentais ou as variações de erros sistemáticos nas análises 
em paralelo são iguais ou aproximadamente iguais. 
Adição padrão: junta-se à amostra uma quantidade conhecida do constituinte que está sendo 
determinado e depois se faz a análise sobre o total do constituinte. A diferença entre os resultados obtidos 
para as amostras, com e sem o constituinte adicionado, deve ser igual à quantidade do constituinte 
adicionado. 
Análise de controle: consiste na análise de uma substância padrão nas mesmas condições 
experimentais usadas na análise da amostra. A quantidade da substância padrão utilizada deve conter um 
peso do analito igual ao da amostra desconhecida. Utilizam-se padrões primários e Materiais de 
Referência Certificados. 
Padrões internos: envolve a adição de uma quantidade fixa de um material de referência (padrão 
interno) a uma série de amostras de concentrações conhecidas da substância a ser determinada. 
 
 10 
5. TÓPICOS DE ESTATÍSTICA 
5.1 Exatidão 
A exatidão de uma determinação pode ser definida como a concordância entre o resultado 
determinado experimentalmente e o valor verdadeiro. Os erros Determinados (ou Sistemáticos) provocam 
erro constante e assim afetam a exatidão do resultado. 
Erro de uma medida: normalmente é expresso em termos relativos. 
E = X – Xv 
 E = erro absoluto (é uma medida da exatidão da determinação) 
 X = valor medido 
 Xv = valor verdadeiro 
 
 Erro relativo: 
Xv
EEr
 
100
 
Onde: X é o resultado obtido, Xv o valor verdadeiro, E é o erro absoluto e Er o erro relativo (é 
adimensional e normalmente expresso em partes por 100 (%) ou em partes por 1000). 
Exemplos: 
- o teor verdadeiro de cloro num dado material é 33,30% (m/v), mas o resultado encontrado por um 
analista foi de 32,90% (m/v). Calcular o erro absoluto e o erro relativo do resultado. 
- o valor verdadeiro da concentração de uma solução é 0,1005 mol L-1 e o valor encontrado é 0,1010 mol 
L-1 . Calcular o erro absoluto e o erro relativo do resultado. 
 
5.2 Precisão 
 
 Em uma análise química observa-se a diferença entre as várias leituras e com isso torna-se 
necessário estabelecer a média aritmética das leituras obtidas. Por exemplo: Se em uma determinação de 
ferro em medicamento, após a análise em replicata, os teores encontrados foram respectivamente de 0,10, 
0,13, 0,12, 0,13 %, o valor a ser expresso como resultado final é dado pela média aritmética dos 
resultados obtidos em cada análise. No entanto, cada conjunto de dados analíticos, está sujeito a erros e, 
por isso, os resultados de uma análise devem vir acompanhados da indicação da precisão da análise. 
Uma das maneiras de expressar a precisão é através do desvio padrão que mede a proximidade dos 
dados agrupados em torno da média. Quanto menor for o desvio padrão, mais perto os dados estarão 
agrupados em torno da média. 
A precisão sempre acompanha a exatidão, mas uma elevada precisão não acarreta a exatidão. A 
exatidão exprime a correção de uma medida, enquanto a precisão exprime sua reprodutibilidade. 
 O Desvio Padrão (s) de infinitos dados experimentais é dado teoricamente através de: 
1 
)( 2




n
XXi
s
 
Onde: Xi é o resultado obtido em cada replicata, 
X
 a média e n o número de 
replicatas(determinações). 
 11 
 Exemplo: Calcule a média e o desvio padrão dos seguintes resultados analíticos: 15,67g – 
15,69g – 16,03 g. 
O desvio padrão relativo (coeficiente de variação) representa o desvio das medidas em função da 
média das medidas. Calcula-se pela razão entre o desvio padrão, s, e a média dos resultados. 
Normalmente é expresso em percentual. 
X
sCV
 
100
 
 
 RSD = s 
 X 
Determine o desvio padrão relativo para o exemplo anterior. 
- Na determinação de sódio em uma amostra de sangue, foram obtidos os seguintes resultados: 139,2 – 
139,8 – 140,1 e 139,4 mq L-1. Calcular a média, o desvio padrão e o coeficiente de variação. 
- As análises de um minério de ferro proporcionaram os seguintes valores para o teor de ferro: 7,08 – 7,21 
– 7.09 – 7,16 – 7,14 – 7,07 – 7,14 – 7,18 – 7,11 e 7,12. Calcular a média, o desvio padrão e o coeficiente 
de variação do conjunto de valores. 
 
5.3 Rejeição de Resultados: Teste Q 
 
Quando são feitas várias medidas de uma mesma grandeza, um resultado pode diferir 
consideravelmente dos demais. O problema reside em saber se este resultado pode ser rejeitado ou não, 
pois afetará a média. No entanto, resultados só podem ser rejeitados depois de se aplicar um teste 
estatístico apropriado. Este teste é dado através do cálculo de “Q” (Teste Q), que é utilizado somente 
quando o número de resultados é inferior a 10, o que o torna muito útil em Química Analítica. 
 
Q = |valor questionado – valor mais próximo| 
valor maior – valor menor 
 
 
 Se o valor calculado de Q for MAIOR que o valor crítico de Q (valor tabelado) o resultado 
questionado deve ser rejeitado 
Procedimento: 
1º. Colocar os valores obtidos em ordem crescente; 
2º. Determinar a diferença existente entre o menor e o maior valor da série (faixa) 
3º. Determinar a diferença entre o menor valor da série e o resultado mais próximo (em módulo) 
4º. Dividir esta diferença (em módulo) pela faixa, obtendo um valor Q. 
5º. Se o valor calculado de Q for MAIOR que o valor crítico de Q (valor tabelado) o resultado 
questionado deve ser rejeitado, ou seja, se Q>Qtab , o menor valor é rejeitado. 
6º. Se o valor for rejeitado, determinar a nova faixa e testar o maior valor da série. Caso o menor 
valor não tenha sido rejeitado, testar o maior valor da série utilizando a mesma faixa. 
7º. Repetir o procedimento até que o menor e o maior valor seja aceitos. 
 12 
Se o menor valor é aceito, então o maior valor é testado e o processo é repetido até que o maior 
e o menor valor sejam aceitos. 
Quando a série de medidas é constituída por três valores, aparentemente um valor será duvidoso, 
de modo que somente um teste precisa ser feito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tabela 1. Valores críticos do quociente de rejeição Q, para diferentes limites de confiança. 
 
 
Na determinação de Cd em medicamentos foram obtidos os seguintes resultados: 4,3 - 4,1 - 4,0 - 3,2 - 3,9 
e 4,0 mg g-1. Verificar se algum dos valores deve ser rejeitado e calcular a média e o desvio padrão. 
 
- No controle de qualidade de águas residenciais, uma análise de dureza da água, teve como resultados 
os valores: 102,3 – 102,8 – 103,1 – 102,3 mg L-1 de CaCO3. Verificar se algum dos valores deve ser 
rejeitado e calcular a média e o desvio padrão. 
 
- Numa titulação de uma determinada espécie foram realizadas cinco titulações, com os volumes gastos a 
seguir relacionados: 18,3 – 18,0 – 17,3 – 18,1 – 17,9 mL. Qual a média dos volumes a ser usada para os 
cálculos ? 
 
- Calcule o desvio padrão para os seguintes resultados analíticos: 25,157 – 24,691 – 25,515 – 25,346g 
 
- The following replicate molarities were obtained when standardizing a solution: 0,1067 - 0,1071 – 0,1066 
and 0,1050. Can one of the results be discarded as due to accidental error at the 95% confidence level? 
 
- The following replicate weighings were obtained: 29,8 mg – 30,2 mg – 28,6 mg and 29,7 mg. Calculate 
the standard deviation of the individual values. Express these as absolute and relative values. 
 
5.4 Teste F: para comparar umconjunto de dados 
 
Em trabalhos experimentais, principalmente quando se está desenvolvendo um novo procedimento 
analítico é comum realizar-se uma avaliação estatística dos resultados obtidos. O Teste F é executado 
com o objetivo de identificar a existência de uma diferença significativa na precisão entre este conjunto de 
dados e outro conjunto obtido por um procedimento de referência. 
Num. de 
replicatas 
Q 90% Q 95% Q 99% 
4 0,765 0,829 0,926 
5 0,642 0,710 0,821 
6 0,560 0,625 0,740 
7 0,507 0,568 0,680 
8 0,468 0,526 0,634 
9 0,437 0,493 0,598 
10 0,412 0,466 0,568 
 13 
Este teste utiliza a razão das variâncias dos dois conjuntos de dados para estabelecer se 
efetivamente existe uma diferença estatisticamente significativa na precisão: 
 
Procedimento: 
1º. Calcular o desvio-padrão dos dois procedimentos a serem avaliados; 
2º. Elevar estes valores ao quadrado (variância); 
3º. Aplicar a equação F = s2x/s
2
y . Por convenção, o maior valor de variância é colocado no 
numerador; 
4º. Comparar o valor obtido com o valor crítico (Tabela 2) 
5º. Se o valor obtido para F for maior que o valor crítico para F, então, há diferença significativa de 
precisão entre os dois procedimentos avaliados. 
 
Graus de 
liberdade 
(denominador) 
Graus de liberdade (numerador) 
3 4 5 6 12 20 
3 9,28 9,12 9,01 8,94 8,74 8,64 
4 6,59 6,39 6,26 6,16 5,91 5,80 
5 5,41 5,19 5,05 4,95 4,68 4,56 
6 4,76 4,53 4,39 4,28 4,00 3,87 
12 3,49 3,26 3,11 3,00 2,69 2,54 
20 3,10 2,87 2,71 2,60 2,28 2,12 
Graus de liberdade = n-1 
Tabela 2. Valores críticos para F com limite de confiança de 95 %. 
 
6. REGRESSÃO LINEAR E CORRELAÇÃO 
 
A análise de regressão linear e de correlação compreende a análise de dados amostrais para saber 
duas ou mais variáveis estão relacionadas uma com a outra. A análise de regressão linear apresenta 
como resultado uma equação matemática que descreve um determinado relacionamento. A análise de 
correlação fornece um número que resume o grau de relacionamento entre duas variáveis. Ela é útil em 
um trabalho quando um analista procura determinar quais variáveis são potencialmente importantes e o 
interesse está no grau ou na força desse relacionamento. A regressão linear simples constitui uma 
tentativa de estabelecer uma função matemática linear (linha reta) que descreva o relacionamento entre 
duas variáveis. A equação de regressão explica os valores de uma variável em termos da outra variável, 
isto é, pode-se suspeitar de uma relação de causa e efeito entre duas variáveis. A análise de regressão 
apenas indica qual relacionamento matemático pode existir, se existir algum. Em outras palavras, nem a 
regressão nem a correlação podem mostrar que uma variável tenda a causar certos valores de outra 
variável, ou seja, não garante que exista relação de causa e efeito. 
 
 14 
6.1 A equação da reta e correlação de dados 
 
Uma equação linear tem a forma: 
y = ax + b 
onde a e b são valores que se determinam com base nos dados amostrais; a é o coeficiente 
angular e b é a ordenada da reta (valor de y em determinado ponto quando x = 0). Por exemplo, para a 
equação linear y = 1,339 x + 2,8983, a reta intercepta o eixo do y (x = 0) no ponto em que y = 2,8983. 
Ainda, o conhecimento de diferentes valores de x permite conhecer y e vice-versa, o que é usado em 
análise quantitativa onde são construídas curvas de calibração (equações de reta) para a concentração de 
uma espécie no eixo x em função da resposta da técnica (absorbância, potencial, contagens por segundo, 
etc.) no eixo y. 
A força do relacionamento entre as duas variáveis (x,y) é o objetivo do estudo da correlação. O 
termo "correlação" significa literalmente "co-relacionamento", porque indica até que ponto os valores de 
uma variável estão relacionados com os valores de outra variável. Há muitos casos em que pode existir 
um relacionamento entre duas variáveis como, por exemplo: (i) a intensidade de um sinal e a concentração 
de um dado elemento em uma amostra e (ii) a densidade de um determinado líquido e a temperatura. 
Variáveis como essas se prestam à análise de correlação. O resultado de tal análise é o chamado 
coeficiente de correlação - um valor que quantifica o grau de correlação. O grau de relacionamento entre 
duas variáveis desse tipo é dado por um coeficiente de correlação, conhecido como r de Pearson (Karl 
Pearson 1857-1936, matemático inglês), que desenvolveu essa técnica. 
O coeficiente de correlação r tem duas propriedades que caracterizam a natureza de uma relação 
entre duas variáveis. Uma é o seu sinal (+ ou -) e a outra é a sua grandeza. O sinal é o mesmo que o do 
coeficiente angular de uma reta imaginária que se ajustasse aos dados se fosse traçada em um diagrama 
de dispersão, e a grandeza de r indica quão próximos da "reta" estão os pontos individuais. Por exemplo, 
valores de r próximos de -1 ou +1 indicam que os valores das observações estão muito próximos da reta, 
ou mesmo sobre ela, enquanto que os valores mais próximos de 0 sugerem maior dispersão. O coeficiente 
de correlação r da amostra varia entre -1 e 1. O valor de r igual a 1 mostra uma relação linear positiva 
perfeita entre x e y. Isto significa que, quando x aumenta, y aumenta linearmente e que, quando x diminui, 
y diminui linearmente. De modo idêntico, um valor de r igual a -1 indica uma relação linear negativa 
perfeita entre x e y. 
Entretanto, se o valor de r é igual a 0, as duas variáveis x e y são não-correlacionadas linearmente, 
embora possam ter um outro tipo de relacionamento. Por exemplo, para o conjunto de observações (1,1), 
(2,4), (3,9), (4,16) e (5,25), o coeficiente de correlação linear r calculado é igual a 0, embora as variáveis 
estejam relacionadas de acordo com a função y= x2. Um valor de r próximo a 0 (zero) indica que o 
relacionamento linear entre as variáveis é fraco. 
Uma estatística mais significativa é r2, denominado coeficiente de determinação, o qual fornece a 
porcentagem de variação em uma variável que é explicada estatisticamente pela variação da outra 
variável. Por exemplo, se r = 0,90, r2 = 0,81, significando que 81 % da variação dos valores em tomo das 
duas médias podem explicar-se pela relação entre as duas variáveis. Inversamente, o valor expresso por 1 
- r2, ou 19% da variação, não podem ser explicados pela relação, e assim deve-se considerá-los como 
devidos a outros fatores não incluídos no estudo. Considere a equação linear y = 1,339 x + 2,8983, 
 15 
ilustrada abaixo na Figura 2. A reta intercepta o eixo do y (x = 0) no ponto em que y = 2,8983, a 
utilização do programa Microsoft Excel para a construção de gráficos, permite também que seja mostrada 
a linha de tendência (cinza claro), a própria equação da reta e o valor de r2. 
 
 
Figura 2. Gráfico mostrando a correlação de dados e a equação de reta, para os dados experimentais apresentados. 
 
6.2 Balança analítica 
 
A balança analítica é um dos instrumentos de medida mais usados no laboratório e dela dependem 
basicamente todos os resultados analíticos. As balanças analíticas modernas, que podem ter precisão de 
leitura da ordem de 0,1 μg a 0,1 mg, já estão bastante aperfeiçoadas a ponto de dispensarem o uso de 
salas especiais para a pesagem. Mesmo assim, o simples emprego de circuitos eletrônicos não elimina as 
interações do sistema com o ambiente. Destes, os efeitos físicos são os mais importantes, pois não podem 
ser suprimidos. A precisão e a confiabilidade das pesagens estão diretamente relacionadas com a 
localização da balança analítica. Os principais itens a serem considerados para o seu correto 
posicionamento são: 
A sala de pesagem deve ter apenas uma entrada, o mínimo dejanelas, para evitar a luz direta do 
sol e correntes de ar e ser pouco susceptível a choques e vibrações. 
- A bancada deve ficar firmemente apoiada no solo ou fixada na parede, de modo a transmitir o mínimo de 
vibrações; deve ser rígida, não podendo ceder ou vergar durante a operação de pesagem, deve estar 
localizada nas posições mais rígidas da construção (geralmente nos cantos da sala). 
Para a correta utilização da balança, algumas indicações devem ser seguidas, dentre elas: 
- manter a temperatura da sala constante; 
- manter a umidade entre 45% e 60% (deve ser monitorada sempre que possível). 
- não permitir a incidência de luz solar direta; 
- colocar as luminárias distantes da bancada, para evitar distúrbios devido à radiação térmica (o uso de 
lâmpadas fluorescentes é menos crítico); 
- evitar efetuar pesagens perto de equipamentos que usam ventiladores (ex.: ar condicionado, 
computadores, etc.) ou perto da porta; 
- centre o peso do prato da melhor forma possível; 
- proteja a balança contra a corrosão; 
- pese somente se a balança estiver nivelada e calibrada e limpa; 
- todo o objeto deve ser pesado a temperatura ambiente; 
- manter sempre as laterais da câmara de pesagem fechadas quando se faz a leitura, pois qualquer 
corrente de ar externa pode causar erro; 
Eixo x 
 Conc. (mg/L) 
 Eixo y 
absorvância 
 
 
 
 
1 4 
2 6 
4 8 
6 11 
 16 
- use papéis ou pinças para manipular objetos pesados, evite o contato com as mãos; 
- nunca deixar pesos na balança após a pesagem. 
 
7 CALIBRAÇÃO DE VIDRARIAS VOLUMÉTRICAS 
As vidrarias volumétricas devem ser calibradas ou aferidas antes de serem utilizadas, a fim de 
verificar se os volumes indicados correspondem aos volumes reais ou se necessitam de uma correção 
nessa graduação. A calibração é realizada mediante a pesagem da quantidade de água nela contida e 
livrada, a uma dada temperatura. 
 
7.1 Calibração de pipeta volumétrica 
 
 A pipeta é geralmente utilizada em experiências que requeiram um instrumento para transferência 
de um volume conhecido de um líquido. Como esses volumes devem ser precisos, a pipeta deve ser 
aferida com, no máximo, um erro relativo de 1% entre as calibrações. Para uma pipeta de 25,00 mL, o 
desvio máximo aceitável é de 0,02 mL. 
Tempo de escoamento de pipetas volumétricas: antes de iniciar a calibração é necessário avaliar o 
tempo de escoamento da pipeta. O tempo de escoamento de qualquer pipeta de transferência não deve 
ultrapassar 1 minuto e não deve ser inferior aos valores listados na Tabela 3. 
 
Capacidade (mL) 5 10 25 50 100 200 
 t(s) pipeta lab. 15 20 25 30 40 50 
 
 Tabela 3. Tempo mínimo de escoamento para pipetas. 
 
Procedimento: para calibração da pipeta, pesar um béquer previamente limpo em balança analítica 
e tarar a balança. Utilizando uma pipeta previamente limpa, pipetar adequadamente a água em equilíbrio 
térmico com o ambiente até acima do menisco. Limpar a parte externa da extremidade livre com papel 
absorvente, esvaziar controlando a vazão até aferir o menisco. Transferir o volume de água para o béquer; 
tem-se, portanto, a massa de água escoada pela pipeta. Repetir este procedimento em triplicata. O 
escoamento da pipeta deve ser efetuado controlando-se a vazão (lentamente), estando com a ponta da 
pipeta encostada na parede do recipiente. Após o escoamento, afasta-se a extremidade da pipeta da 
parede com cuidado. A quantidade de líquido restante na ponta da pipeta não deve ser soprada para o 
interior do recipiente. 
Medir a temperatura da água usada na calibração e verificar o valor tabelado de sua densidade em 
função da temperatura na Tabela 4. Calcular o volume dispensado da pipeta, com as correções da 
densidade, de acordo com a temperatura. Calcular o volume médio, seu desvio-padrão e desvio-padrão 
relativo, erro absoluto e erro relativo. 
 
 
Densidade absoluta da água 
em diferentes temperaturas T 
(ºC) 
d (g/cm3) T (ºC) d (g/cm3) T (°C) d (g/cm3) 
15 0,999099 19 0,998405 23 0,997538 
16 0,998943 20 0,998203 24 0,997296 
 17 
17 0,998774 21 0,997992 25 0,997044 
18 0,998595 22 0,997770 26 0,996783 
 
Tabela 4. Densidade absoluta da água em diferentes temperaturas 
 
7.2 Calibração de balão volumétrico 
 
Procedimento: após a lavagem do balão volumétrico, deve-se enxugá-lo externamente com papel 
absorvente, e deixá-lo de boca para baixo (se necessário lavar com álcool etílico), sobre papel absorvente. 
Depois de seco, sem tocá-lo diretamente com as mãos, pesar o balão com tampa em uma balança 
analítica. Anotar a massa. Após essa operação, colocar água destilada até o menisco e medir a nova 
massa (do conjunto balão + água). Anotar a temperatura da água e calcular o volume do balão com base 
na densidade da água (Tabela 4). Repetir o procedimento das pesagens (vazio seco e com água 
destilada). A diferença entre as determinações não deve exceder 0,03 mL, para um balão de 50 mL. 
Calcular o volume contido no balão, com as correções da densidade, de acordo com a temperatura. 
Calcular o volume médio, seu desvio-padrão e desvio-padrão relativo, erro absoluto e erro relativo. 
 
7.3. Calibração de bureta 
Procedimento: para calibrar a bureta, previamente limpa, encher, a mesma, até um pouco acima do 
traço correspondente ao zero. Verificar se há bolhas de ar em sua parte interior, as quais, se existirem, 
deverão ser eliminadas, escoando-se, rapidamente, parte do líquido contido na bureta. Após eliminar as 
bolhas de ar, completar, novamente, a bureta até um pouco acima do traço correspondente ao zero e após 
aferir o volume zero. Enxugar a extremidade externa da ponta da bureta com papel absorvente, não 
permitindo que o papel absorva água de seu interior. Deixar escoar lentamente, com exatidão, 1,0 mL de 
água, recolhendo-a em um Erlenmeyer previamente pesado em balança. Mede-se a massa de água. No 
mesmo Erlenmeyer, escoar mais 1,0 mL da bureta e novamente, pesar o conjunto. Repetir essas 
operações, sucessivamente, de 1,0 em 1,0 mL. Medir a temperatura da água para calcular os volumes 
reais liberados pela bureta, com base na densidade da água (tabela 2). Ao final, construir uma curva do 
volume lido (eixo x) versus o volume real (eixo y). 
 
8. ANÁLISE TITRIMÉTICA 
Neste curso, dar-se-á ênfase a análise quantitativa pelo método titrimétrico. Entende-se por titrimetria a 
análise quantitativa efetuada através da determinação do volume de uma solução de concentração 
conhecida (solução padrão) a qual reage quantitativamente com um volume conhecido da solução 
contendo a substância a ser determinada (analito). A solução reagente de concentração conhecida é o 
titulante e a solução contendo a substância a ser determinada é o titulado. Para que uma reação possa 
ser empregada na análise titrimétrica é preciso que esta satisfaça as seguintes condições: 
» ser uma reação simples e rápida, que possa ser descrita em uma reação química na qual o titulante 
reage estequiometricamente com o titulado; 
» apresentar uma propriedade física ou química que se altere bruscamente quando todo o titulado tiver 
sido consumido pela adição do titulante (no ponto de equivalência). 
 18 
Para a titulação (procedimento de quantificação) uma solução padrão de concentração conhecida 
é adicionada gota-a-gota através da bureta. No ponto de equivalência (ponto final) diz-se que titulante e 
titulado reagiram quantitativamente. Para visualizar o ponto de equivalência, podem ser utilizadas espécies 
que se alterem frente à mudança nas propriedades do meio (indicador), indicando o término da titulação. 
A análise titrimétrica divide-se em quatro grupos principais, classificados de acordo coma reação 
química principal envolvida na determinação: 
 
Volumetria ácido-base: é a que envolve a combinação de íons H+ e OH- para formar H2O; ou seja, um 
ácido e uma base reagem quantitativamente. Neste caso, observa-se a alteração do pH no ponto de 
equivalência (o potencial de hidrogênio, o qual representa a quantidade de íons hidrogênio - H+ - presentes 
em uma solução). 
Volumetria de precipitação: aquela em que o agente titulante forma um produto insolúvel (precipitado) 
com o analito. 
Volumetria de oxidação-redução: envolve a transferência de elétrons entre as substâncias reagentes 
através do uso de agentes oxidantes para a titulação de agentes redutores (e vice-versa). Ocorre a 
alteração do número de oxidação do titulante e do titulado. 
Volumetria de complexação: ocorre a formação de um complexo (solúvel em água) entre o titulante 
(muitas vezes é um agente quelante) e o analito, um íon metálico. As reações envolvidas podem ser 
controladas pelo pH. 
 
Cabe destacar, que o material volumétrico utilizado (pipetas, balões e buretas) devem estar 
calibrados, para minimizar os erros experimentais. Além disso, todos os cuidados relacionados à correta 
maneira de manipular vidrarias volumétricas, principalmente em relação a como proceder uma titulação, 
devem ser tomados (aferição de menisco, liberação do líquido da bureta, etc.). 
Na volumetria é necessária a padronização das soluções envolvidas, pois estas serão a base do 
cálculo quantitativo envolvido. Apesar de estarem disponíveis reagentes p.a. (para analise) em qualquer 
laboratório, mesmos estes possuem impurezas (usualmente expressas nos rótulos) e impurezas outras 
que o fabricante poderá não considerar. Um padrão primário é um composto com pureza suficiente para 
permitir a preparação de uma solução padrão mediante a pesagem direta da quantidade de substância, 
seguida de sua diluição em solvente (comumente água) até um volume definido. Quando um reagente não 
se apresenta de forma pura, é preciso preparar as soluções de concentração aproximada e padronizá-las 
por titulação, com uma solução padrão ou titulando-a com um peso exato de uma substância considerada 
padrão primário. Dentre as características requeridas para que uma substância ser considerada padrão 
primário, destacam-se: deve ser de fácil obtenção; fácil de purificar e secar (110 ºC a 120 ºC); deve ser 
inalterável ao ar (o que implica em uma substância não higroscópica), estável ante o CO2 atmosférico; ser 
 19 
o mais solúvel possível em condições ambiente. Vale lembrar que a reação de entre o padrão e a 
substância em teste deve ser a mais rápida possível, ocorrer a temperatura ambiente, e ter estequiometria 
definida. 
 
9 PRÁTICAS 
 
9.1 Volumetria de neutralização 
 
A volumetria de neutralização ou volumetria ácido-base é um método de análise baseado na 
reação entre os íons H3O
+ e OH-, de acordo com a seguinte reação: 
H3O
+ + OH- ↔ 2 H2O KH2O = [H3O
+] [OH-] 
O objetivo é determinar a quantidade de ácido que é o exato equivalente da base (e vice-versa). O 
ponto em que ácido e base reagem quantitativamente é o ponto de equivalência. Para detecção do ponto 
final, são utilizados indicadores de neutralização. A primeira teoria sobre tais indicadores é creditada a W. 
Ostwald (1894), tendo como base a teoria da dissociação eletrolítica iônica dos indicadores. Segundo esta, 
os indicadores para titulações ácido-base são bases ou ácidos fracos cuja cor das moléculas não-
dissociadas difere da cor dos respectivos íons. A Tabela 5 apresenta alguns indicadores e sua respectiva 
faixa de viragem de pH e transição de cor. 
 
:Indicadores ácido-
base. Indicador 
Faixa de viragem 
de pH 
 
 
Transição de cor 
Azul de Timol 1,2 - 2,8 Vermelho - amarelo 
Alaranjado de 
Metila 
3,1 - 4,4 Vermelho - amarelo 
Azul de Bromofenol 3,0 - 4,6 Amarelo - azul 
Verde de 
Bromocresol 
3,8 - 5,4 Amarelo - azul 
Vermelho de Metila 4,4 - 6,2 Vermelho - amarelo 
Azul de Bromotimol 6,0 - 7,6 Amarelo - azul 
Fenolftaleína 8,0 - 10,0 Incolor - rosa 
Timolftaleína 9,4 - 10,6 Incolor – azul 
Tabela 5 
 
 9.1.1 Padronização de solução de HCl 0,1 mol L-1 
 
Procedimento: em balança analítica, pesar 0,05 a 0,06 g de Na2CO3, seco em mufla a 130 ºC por 1 
hora. Adicionar aproximadamente 15 mL de água destilada ao sal num erlenmeyer e agitar até a 
dissolução completa do sal. Não começar a titulação antes da dissolução completa. Adicionar duas gotas 
de vermelho de metila (colocar um fundo branco sob o erlenmeyer para facilitar a visualização da viragem 
 20 
do indicador). Adicionar a solução de HCl ao erlenmeyer, agitando lentamente sempre em movimento 
circular, sob agitação. Caso gotas da solução de HCl fiquem aderidas nas paredes do erlenmeyer, lavar 
com água destilada e continuar a adição de HCl. Proceder a adição de HCl até o ponto de viragem do 
indicador (solução avermelhada). Neste ponto, interromper a adição de HCl e ferver a solução por 2 min 
para eliminação do CO2 (ver equação química da reação). A coloração deve voltar para amarela. Reiniciar 
a adição de HCl até o aparecimento de coloração vermelho. Anotar o volume de solução HCl consumido, 
para o cálculo da concentração. O procedimento deve ser feito pelo menos em triplicata. Determinar a 
molaridade da solução de HCl. Calcular a média, o desvio-padrão e o desvio-padrão relativo dos 
resultados. 
 
Observações: o gás carbônico em solução leva ao estabelecimento do equilíbrio abaixo: 
H2O + CO2 ↔ H2CO3↔ HCO3
- + H+ 
H2CO3 ↔ HCO3
- + H+ 
Na titulação de carbonato de sódio, devem ocorrer 2 "protonações": 
CO3
2- + H+ ↔ HCO3- 
HCO3- + H+↔ H2O + CO2 
Isto representa a viragem do indicador com a adição de um volume de HCl menor que o necessário 
para reagir com todo Na2CO3. Para evitar isso, deve-se aquecer a solução para favorecer a eliminação o 
CO2. Quando isto ocorre, o vermelho de metila retoma a cor amarela. A não reversão da cor indica o 
excesso de ácido adicionado. 
 
 9.1.2 Padronização da solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 
 
É feita através da titulação da solução de NaOH com hidrogenoftalato de potássio (biftalato de 
potássio, C6H4COOK.COOH), um monoácido fraco. Possui todas as propriedades necessárias de um 
padrão primário. Pode ser obtido suficientemente puro para todas as determinações analíticas comuns de 
laboratório. Requer como indicador a fenolftaleína (faixa de viragem de pH 8-9). 
Procedimento: em balança analítica, pesar de 0,25 a 0,30 g de C6H4COOHCOOK, seco em estufa 
a 110 ºC, por 1-2 horas. Após, adicionar o biftalato de potássio ao erlenmeyer de 250 mL, juntar cerca de 
30 mL de água destilada e agitar até a dissolução completa do sal. Verificar se a bureta esta limpa e lavar 
com solução de NaOH antes de preenchê-la com a solução que será usada na titulação. Verificar se há 
vazamento e se há bolhas de ar na bureta (se houver, remova!). Preencher a bureta com a solução 
titulante e acertar o volume no zero. Adicionar duas gotas de fenolftaleína (colocar um fundo branco sob o 
erlenmeyer para facilitar a visualização da viragem do indicador). Adicionar a solução de NaOH ao 
erlenmeyer, agitando lentamente sempre em movimento circular, sob agitação. Caso gotas da solução de 
NaOH fiquem aderidas nas paredes do erlenmeyer, lavar com água destilada e continuar a adição de 
NaOH. O aparecimento de uma LEVE coloração rosada na solução do erlenmeyer, que persista por mais 
de 30 segundos, indica o final da titulação. Anotar o volume da solução de NaOH consumido. Esse volume 
será usado no cálculo da concentração. O procedimento deve ser feito pelo menos em triplicata. 
 21Determinar a molaridade da solução de NaOH. Calcular a média, o desvio-padrão e o desvio-padrão 
relativo. 
 
9.1.3 Titulação de ácido forte com base forte 
 
Nesta situação têm-se as melhores condições de titulação, pois todo o ácido é neutralizado em pH 
7 (Figura 3). Portanto, basta escolher um indicador cujo intervalo de pH para a completa viragem de cor 
seja o mais próximo de 7. 
 
 
 
Figura 3. Curva de titulação de ácido forte com base forte 
 
9.1.3.1 Determinação da concentração de uma solução de HCl 
 
Procedimento: com auxílio de uma pipeta volumétrica transferir 10,00 mL da solução de HCl 0,1 
mol L-1 para um erlenmeyer e adicionar 3 gotas de solução de fenolftaleína. Titular com NaOH 0,10 mol L-1. 
Continuar adicionando NaOH ao erlenmeyer até aparecer uma cor levemente rosada. Anote o volume de 
NaOH gasto na titulação e o pH. Repetir três vezes a titulação. Usar o valor para o cálculo da 
concentração de HCl. Calcular a média, o desvio-padrão e o desvio-padrão relativo dos resultados. 
 
9.1.4 Titulação de ácido fraco com base forte 
 
O ácido acetilsalicílico (C8O2H7COOH) é o analgésico mais utilizado em todo o mundo, tendo sido 
comercializado pela primeira vez em 1898. 
 22 
 
Figura 4. Curva de titulação de ácido fraco com base forte 
 
Neste experimento, o teor de ácido acetilsalicílico num comprimido é determinado através de sua 
titulação com uma solução padronizada de hidróxido de sódio, uma titulação do tipo ácido fraco-base forte, 
na qual a viragem de pH acontece em pH básico(Figura 4). A reação de neutralização é a seguinte: 
C8O2H7COOH(alc/aq) + NaOH(aq) C8O2H7COONa(aq) + H2O(l) 
onde, (alc/aq) significa solução hidroalcoólica, isto é, ácido acetilsalicílico dissolvido numa mistura 
etanol/água. 
 
9.1.4.1 Determinação do teor de ácido acetilsalicílico em comprimidos 
 
Procedimento: pesar o comprimido do analgésico, anotar a massa obtida e, a seguir, quebrar o 
comprimido com um bastão, colocando-o no erlenmeyer. Após adicionar cerca de 20 mL de água ao 
erlenmeyer, agitar a mistura até que o comprimido se desmanche. Em seguida, adicionar cerca de 20 mL 
de etanol ao erlenmeyer e agitar para que a mistura seja total. Adicionar de 3 a 5 gotas da solução 
alcoólica de fenolftaleína. Carregar a bureta com a solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 padronizada 
e, a seguir, titular a solução. Anotar o volume da solução de NaOH gasto para neutralizar o ácido 
acetilsalicílico. Proceder em triplicata. Calcular o teor em massa do ácido acetilsalicílico no comprimido e 
comparar o valor obtido com aquele indicado na embalagem do comprimido. 
Observações: 
» apesar do ácido acetilsalicílico estar pouco dissolvido, à medida que a reação de neutralização o 
consome formando o sal acetilsalicilato de sódio (solúvel em água), mais ácido se dissolve, até a sua 
dissolução total e término da reação. 
» a recomendação de que, ao final da titulação, a coloração rósea deve persistir por pelo menos um 
minuto se deve, neste caso, a dois fatos: a) a cinética da reação, ou seja, todo o ácido contido no 
comprimido deve ter reagido com a base adicionada (a coloração rósea indica que já há um pequeno 
excesso de base); b) a ocorrência da seguinte reação 
H2CO3(aq) + NaOH(aq) NaHCO3(aq) + H2O(l) 
pode fazer com que a coloração rósea da solução final, aos poucos, desapareça. Por isso que o 
surgimento da descoloração (em tempos superiores a 1 minuto) não deve ser interpretado como indicador 
de que a titulação não terminou. O ácido carbônico (H2CO3) provém do seguinte equilíbrio entre o gás 
carbônico do ar que se dissolve na solução e a água: 
 23 
CO2(aq) + H2O(l) H2CO3(aq) 
 
 
9.1.4.2 Determinação do teor de ácido acético em vinagre 
 
Procedimento: pipetar exatamente 10 mL de vinagre para balão volumétrico de 100 mL e completar 
com água deionizada (solução 1:10). Em um erlenmeyer, colocar 10 mL da solução da amostra, 40 mL de 
água deionizada e 2 gotas de fenolftaleína. Carregar a bureta com a solução de hidróxido de sódio 0,1 mol 
L-1 padronizada e, a seguir, titular a solução. Anotar o volume da solução de NaOH gasto para neutralizar 
o ácido acético na amostra. Proceder em triplicata. Calcular o teor de ácido acético na amostra e comparar 
o valor obtido com aquele indicado no rótulo. 
 
9.1.4.3 Determinação do Ácido Lático no leite 
 
 
 A acidez do leite pé expressa em g de acido láctico em 100mL de leite. E ela deve estar entre 0,14 
e 0,18g de acido láctico por 100mL de leite. Nesta técnica o NaOH é utilizado para neutralizar o ácido 
láctico existente no leite e a fenantrolina é utilizada para indicar a acidez é medida em ºDornic usando a 
conversão:O,1mL NaOH — 0,11N — 1ºD 
0,1 mL NaOH — 0,11N — 1 ºD 
 X mol L-1 NaOH — X ºD 
 
Procedimento: Colocar em um erlenmeyer 10mL de da solução da amostra, 20mL de água 
destilada e 3 gotas de fenolftaleína. Carregar a bureta com a solução de hidróxido de sódio 0,1 mol L-1 e, a 
seguir, titular a solução. Anotar o volume da solução de NaOH gasto para neutralizar o ácido acético na 
amostra. Proceder em quadruplicata. Calcular o teor de ácido acético na amostra e comparar o valor 
obtido com aquele indicado no rótulo. 
 
9.1.4.3 Determinação do teor de Hidróxido de magnésio (Mg(OH)2) em medicamentos, 
através da reação de retorno. 
 
Procedimento: Colocar em um erlenmeyer 1g de da solução da amostra, 25mL de HCl 0,1mol L-1. 
Carregar a bureta com a solução de NaOH 0,1 mol L-1 e, a seguir, titular a solução. Anotar o volume da 
solução de NaOH. Proceder em quadruplicata. Calcular o teor de ácido acético na amostra e comparar o 
valor obtido com aquele indicado no rótulo. 
 
 
 
 
 
 
 24 
9.1.5 Titulação base fraca com ácido forte 
 
Depois de ter atingido o ponto de equivalência, a solução contém excesso de íons H+, a hidrólise do 
sal fica reprimida e se pode admitir que as modificações posteriores do pH se devem, com exatidão 
suficiente, ao excesso de ácido presente (Figura 5). 
 
Figura 5. Curva de titulação de base fraca com ácido forte 
 
 
 
Figura 6. Curvas de titulação típicas ácido/base forte e ácido/base fraca. 
 
9.2 Volumetria de precipitação 
 
A volumetria de precipitação envolve a reação na qual forma-se um produto de baixa solubilidade. 
Sua principal aplicação está na determinação de haletos e alguns íons metálicos. A curva de titulação e a 
determinação do ponto final são grandemente afetadas pela diluição das soluções e solubilidade do 
produto. A reação deve processar-se praticamente de forma quantitativa no ponto de equivalência, 
completar-se em tempo relativamente curto e oferecer condições para uma sinalização do ponto final. O 
princípio deste método volumétrico é a formação de compostos pouco solúveis. Algumas condições devem 
ser alcançadas para a validade de resultados: 
» A reação deve ser de estequiometria conhecida. 
» Deve haver total reação entre o agente precipitante e o íon. 
» Tornar-se completa em um tempo relativamente curto. 
 25 
» Oferecer modos para eficiente sinalização do ponto final. 
Infelizmente estas condições somente são alcançadas em poucas reações, devido a falta de um 
modo adequado de localizar o ponto de equivalência, por outro lado, em algumas reações este ponto pode 
ser identificado pela simples visualização do momento em que deixa de ocorrer precipitação. No entanto, 
em determinações onde são desejados resultados mais precisos, o uso de indicadores é altamente 
recomendado,estes podem ser agrupados como: específicos e de absorção. 
Um fator limitante desta técnica é a lenta velocidade em que costumam evoluir as reações de precipitação, 
de modo a assegurar o equilíbrio de solubilidade, ter em mente que tentar apressar a adição de reagente 
pode gerar a formação de complexos solúveis, portanto o efeito oposto ao desejado. Deve-se enfatizar 
que, os mais importantes condicionantes são o produto de solubilidade e a concentração sob a qual se 
efetua a titulação, sendo como terceiro condicionante o grau de eficiência da reação, que definirá a 
visibilidade do ponto final da titulação. 
Diferentemente de outros métodos, que comumente têm aplicação restrita, se destaca a argentometria, 
que apresenta uso amplo, e está baseada na titulação de uma solução padrão de nitrato de prata, para a 
formação de sais de prata (haletos, cianeto, tiocianato), pouco solúveis. 
 
9.2.1 Método de Mohr 
 
Este método fundamenta-se em reações de formação de compostos insolúveis e é usada na 
análise de cloretos, brometos, iodetos, cianetos, sulfocianetos e de alguns íons metálicos (prata e 
mercúrio). O método baseia-se na precipitação fracionada de dois sais pouco solúveis sendo o primeiro o 
cloreto de prata (AgCl) e o segundo o cromato de prata (Ag2CrO4). Na determinação de cloreto, pelo 
método de Mohr, o ponto final é detectado através da formação de um precipitado de cor amarelo 
avermelhado entre o indicador K2CrO4 e AgNO3. As reações envolvidas são as seguintes: 
 Ag+ + Cl- AgCl(s) 
2Ag+ + CrO4
2- Ag2CrO4(s) 
Para que o ponto final seja visualizado é preciso adicionar-se um excesso e titulante, tornando necessária 
realização de um branco (Vb) que deve ser descontado do resultado da titulação da amostra (Va). A curva 
de titulação é afetada pela concentração dos reagentes (Figura 7A) e pela solubilidade dos precipitados 
(Figura 7B). 
 
 
 26 
 
 Figura 7. Fatores que afetam a volumetria de precipitação. 
 
 
9.2.1.1 Determinação de cloreto de sódio em solução fisiológica 
 
Procedimento: secar AgNO3 por 2 h a 150 ºC, resfriar e manter em dessecador. Preparar uma 
solução padrão de AgNO3 a 0,02 mol L-1 e solução do indicador K2CrO4 a 5% (pesar 2,5 g de K2CrO4, 
dissolver com água e diluir a 50 mL). Medir, em pipeta volumétrica 1 mL de uma solução fisiológica (0,9%). 
Adicionar 10 mL de água destilada. Ajustar o pH entre 7 a 10 com NaOH ou H2SO4. Adicionar 1 mL de 
indicador. Titular com solução padrão de AgNO3 a 0,02 mol L
-1 até mudança de cor de amarelo para 
marrom avermelhado. Calcular a concentração em mol L-1 e porcentagem de Cl- no soro e comparar com 
os dados da embalagem. Para a titulação do branco, repetir todos os itens, substituindo soro fisiológico por 
água destilada. 
Observação: não esperar todo o precipitado adquirir coloração avermelhada. Neste caso, o ponto final já 
passou. Considerar o volume onde o precipitado adquire coloração levemente vermelho tijolo. Volumetria 
de precipitação 
 
9.2.2 Método de Fajans 
 
 K. Fajans introduziu um tipo de indicador para as reações de precipitação, que resultou de seus 
estudos da natureza da adsorção. A ação destes indicadores é devida ao fato de que, no ponto de 
equivalência, o indicador é adsorvido pelo precipitado e, durante o processo de adsorção, ocorre uma 
mudança no indicador que conduz a uma substância de cor diferente; estes indicadores foram, então, 
chamados de indicadores de adsorção. As substâncias empregadas ou são corantes ácidos como os da 
série da fluoresceína, que são utilizados sob a forma de sais de sódio, ou corantes básicos, como os da 
série da rodamina que são aplicados sob a forma de sais halogenados. A teoria da ação destes 
indicadores está baseada nas propriedades dos colóides. Quando uma solução de cloreto é titulada com 
uma solução de nitrato de prata, o precipitado de cloreto de prata adsorve íons cloreto é chamada de 
camada primária de adsorção que fixará por adsorção secundária, íons carregados opostamente 
Logo que é atingido o ponto estequiométrico, os íons prata estão em excesso; estes ficarão, então, 
primariamente adsorvidos e os íons nitrato ficarão presos por adsorção secundária. Se a fluoresceína 
também estiver presente na solução, o íon fluoresceína negativo, que é adsorvido muito mais fortemente 
 27 
do que o íon nitrato é imediatamente adsorvido e revelará a sua presença no precipitado não pela sua 
própria cor, que é a da sua solução, mas por uma cor-de-rosa do complexo de prata formado e de um íon 
fluoresceína modificado na superfície com os primeiros traços de excesso dos íons prata. 
Uma interpretação alternativa é que durante a adsorção do íon fluoresceína ocorra um rearranjo na 
estrutura do íon com a formação de uma substância colorida. É importante notar-se que a mudança de cor 
se dá na superfície do precipitado. Se, for adicionado cloreto, a suspensão permanecerá cor-de-rosa até‚ 
que haja íons cloreto em excesso, quando a prata adsorvida será convertida em cloreto de prata que, 
então adsorverá primariamente íons cloreto. Os íons fluoresceína secundariamente adsorvidos passarão 
de volta à solução, à qual darão uma cor amarelo-esverdeada. 
As seguintes condições governarão a escolha de um indicador de adsorção adequado: 
 O precipitado deve se separar tanto quanto possível na condição coloidal. Grandes quantidades de 
sais neutros, particularmente de íons multivalentes, deverão ser evitadas, devido ao seu efeito 
coagulante. 
 A solução não deve ser muito diluída, porque a quantidade de precipitado formada será pequena e 
a mudança de cor estará longe de nítida com certos indicadores. 
 O íon indicador deve ter carga oposta à do íon do agente precipitante. 
 O íon indicador não deve ser adsorvido antes que o composto em questão esteja completamente 
precipitado, mas deve ficar fortemente adsorvido imediatamente após o ponto de equivalência. 
 
9.2.2.1 Determinação de iodeto de potássio (KI) em xarope 
 
Procedimento: Em um erlenmeyer de 150 mL, adicionar 2 mL de amostra do xarope 50 mL de água 
destilada e 3 gotas. Titular com solução de AgNO3 0,04 mol L
-1, lentamente e com agitação constante até a 
obtenção de um precipitado leitoso acinzentado. 
 
9.2.3 Método de Volhard 
 
O método de Volhard é um método indireto de determinação de haletos e outros íons precipitáveis 
com o íon Ag+. A titulação de haletos pelo método de Volhard deve ser feita com rigorosa agitação para 
evitar erros maiores provenientes, principalmente, da adsorção de íons Ag+ pelo precipitado. 
Como a titulação é indireta, deve-se primeiramente calcular o volume de AgNO3 que reagiu com o 
KSCN, esse volume é chamado de excesso da titulação, sendo de a subtração do volume total menos o 
volume de excesso é o volume que reagiu com o Brometo. 
 
9.2.3.1 determinação de iodeto de potássio em xarope de bronquiodeto 
 
Procedimento: Em um erlenmeyer de 150 mL, adicionar 2 mLde amostra do xarope 25 mL de água 
destilada 10 mL de AgNO3 e 1mL de indicador alumem férrico gotas. Titular com solução de KSCN 0,1 mol 
L-1, lentamente e com agitação constante até a obtenção de um precipitado laranja 
 28 
 
 9.3. Volumetria de complexação 
 
Os metais são muitos instáveis e, para adquirirem estabilidade, os ligantes adicionam pares de 
elétrons ao metal central até que este esteja rodeado por um número de elétrons equivalentes ao do gás 
nobre mais próximo. Essa é a regra do número atômico efetivo e ela explica corretamente o número de 
ligantes em muitos complexos. Existem várias teorias que explicam as ligações entre os metais e os 
ligantes nos complexos:

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