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A Europa do pós guerra

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A Europa do pós-guerra
Inspirado no livro homônimo de Tony Judt
“ A história mundial não é solo em que germina a felicidade. Períodos de felicidade são, na história , páginas em branco.” 
Hegel
Situação da Europa 
A Europa é o menor continente. Sequer chega a ser um continente — é apenas um anexo subcontinental da Ásia. Toda a Europa (excluindo a Rússia e a Turquia)
compreende não mais do que 5,5 milhões de quilômetros quadrados: menos do que dois terços da superfície do Brasil.
Mas, quanto à intensidade das diferenças e dos contrastes internos, a Europa é singular. Na contagem mais recente, abrangia 46 países, a maioria dos quais consistindo em Estados e nações com idiomas próprios.
Vários desses países incorporam outras nações e línguas desprovidas de Estados; todos têm histórias, políticas, culturas e memórias distintas e sobrepostas; e cada um deles foi estudado a fundo.
Mapa do período 
Durante o período entre as duas guerras mundiais, conflitos internos e antagonismos entre Estados foram exacerbados — e, em certa medida, provocados — pelo concomitante colapso da economia européia. Com efeito, a vida econômica na Europa recebeu naqueles anos um golpe triplo
A Primeira Guerra Mundial
 distorceu índices de emprego, destruiu o comércio e devastou regiões inteiras — além de levar nações à bancarrota. Muitos países — sobretudo na Europa Central jamais se recuperaram dos efeitos dela.
Os que conseguiram fazê-lo foram novamente derrubados pela Depressão dos anos 30, quando deflação, falências e iniciativas desesperadas para instituir tarifas protecionistas contra a concorrência internacional resultaram não apenas em níveis de desemprego jamais vistos e na destruição da capacidade industrial, mas também no fracasso do comércio internacional
Então, veio a Segunda Guerra Mundial, cujo impacto, sem precedentes, nas populações civis e nas economias domésticas dos países envolvidos.
Desesperados com a situação na Europa, alguns fugiram: primeiro para as democracias liberais que ainda restavam no extremo ocidental do continente; depois — aqueles que conseguiram sair a tempo — para as Américas.
 E alguns, como Stefan Zweig e Walter Benjamin, acabaram com as próprias vidas.
Stefan Zweig e Walter Benjamin
Seja lá o que se perdeu quando da implosão da civilização européia — perda cujas implicações tinham sido há muito intuídas por Karl Kraus e Franz Kafka na Viena de Zweig —, jamais seria recapturado.
 No clássico filme de Jean Renoir, produzido em 1937, a Grande Ilusão da época era recorrer à guerra e aos mitos de honra, casta e classe a ela atinentes. Mas, já em 1940, para os europeus mais perspicazes, a maior das ilusões da Europa — agora desacreditada a ponto de ser considerada irresgatável — era a própria “civilização européia”.
Pôster do filme que criticava a situação da civilização europeia.
A crise 
 Depois de 1945, os Estados constituintes do continente europeu já não podiam aspirar a um status internacional ou imperial. As duas exceções a essa regra — a União Soviética e, até certo ponto, a Grã-Bretanha — consideravam-se apenas parcialmente europeias.
Como as ambições extintas no passado ideológico europeu imperialista foram substituídas já no início do século XXI, pelo rival representado pelo “American way of life.”
 Depois de 1945, os europeus ocidentais passaram a desejar o envolvimento dos EUA em questões europeias — mas também se ressentiam desse envolvimento e do que ele pudesse sugerir quanto ao declínio da Europa. Além disso, a despeito da presença dos EUA na Europa, especialmente depois de 1949, os dois lados do “Ocidente” continuaram a ser locais bastante diferentes. 
Sessenta anos depois da morte de Hitler, a guerra que ele causou e as consequências do conflito estão entrando para a História. O pós-guerra na Europa durou muito tempo, mas, afinal, está chegando ao fim.
Londres 
Varsóvia
Berlin 
Dresden
A conta do açogueiro
Quando a guerra na Europa acabou — quando Berlim caiu nas mãos do Exército Vermelho, em maio de 1945, depois de agüentar 40 mil toneladas de
bombas nos 14 dias finais —, grande parte da capital alemã estava reduzida a montes de escombros e metal retorcido soltando fumaça. Dos prédios da cidade,
75% estavam inabitáveis
As cidades em ruínas eram a prova mais evidente — e captada em fotografias — da devastação, e passaram a servir de uma espécie de emblema que expressava a tristeza da guerra. Uma vez que a maior parte da destruição fora imposta a casas e prédios residenciais e que, conseqüentemente, era imenso o número de sem-teto (estimativas apontavam 25 milhões na União Soviética; 20 milhões na Alemanha, dos quais 500 mil só em Hamburgo)
Os franceses — tanto quanto os britânicos, belgas, holandeses (que perderam 219 mil hectares de terras inundadas pelos alemães e que, se levarmos em conta a situação do país antes da guerra, viram, em 1945, sua rede de transportes ferroviários, rodoviários e aquáticos por meio de canais reduzida a 40% do que era),
No Leste Europeu, as consequências materiais da ocupação alemã, do avanço soviético e da ação da resistência foram, portanto, de ordem bastante diversa em relação à experiência da guerra no Ocidente
Na União Soviética, 70 mil vilarejos e 1.700 cidades de pequeno porte foram destruídos durante a guerra, além de 32 mil fábricas e 64 mil quilômetros de ferrovias.
Na Grécia, dois terços da frota da Marinha Mercante, vital para o país, foram perdidos, um terço das florestas foi arrasado e milhares de vilarejos foram riscados do mapa.
A Iugoslávia perdeu 25% dos seus vinhedos, 50% do gado, 60% das estradas, 75% das terras cultivadas e das pontes em vias férreas, uma em cada cinco residências, bem como a terça parte do limitado potencial da indústria do país — além de 10% da população que existia antes da guerra
No entanto, esses números, por mais dramáticos que sejam, exprimem apenas parte do cenário: o lúgubre pano de fundo “físico”. 
As perdas materiais sofridas pelos europeus durante a guerra, por mais terrível que tenha sido o conflito, foram insignificantes, comparadas às perdas humanas. Estima-se que cerca de 36,5 milhões de europeus sucumbiram, entre 1939 e 1945, de causas relacionadas com a guerra
(o que equivale à totalidade da população da França quando o conflito eclodiu) — número que não inclui mortes naturais nos anos em questão, tampouco qualquer estimativa da quantidade de crianças não-concebidas ou que deixaram de nascer, à época e mais tarde, em consequência do confronto.
O número total de mortos é assombroso (os cálculos aqui apresentados não incluem baixas de japoneses, norte-americanos, nem de povos não-europeus).
Essa estatística torna pequeno o índice de mortandade registrado na Grande Guerra de 1914-1918, já absolutamente vergonhoso.
O total de mortes de civis no território que antes da guerra pertencia à Polônia chegou perto de 5 milhões; na Iugoslávia o número total foi de 1,4 milhão; na Grécia, 430 mil; na França, 350 mil; na Hungria, 270 mil; na Holanda, 204 mil; na Romênia, 200 mil. Entre esses civis, e sobretudo nas estatísticas relativas à Polônia, Holanda e Hungria, estão incluídos 5,7 milhões de judeus, aos quais devem ser somados 221 mil ciganos.
As causas das mortes de civis incluíam massacres em campos de extermínio e campos de batalha, desde Odessa até o Báltico; doenças, subnutrição e fome
(induzidas ou não); fuzilamento ou incineração de reféns — pela Wehrmacht, pelo Exército Vermelho e por integrantes de diversas resistências.
As maiores baixas militares foram registradas pela União Soviética, que, segundo consta, perdeu 8,6 milhões de homens e mulheres nas Forças Armadas;
pela Alemanha, com 4 milhões de mortes; pela Itália, que perdeu 400 mil soldados, marinheiros e aeronautas;
 e pela Romênia, que perdeu cerca de 300 mil militares, a maioria lutando ao lado dos exércitos do Eixo, na frente russa.
Diante dessas estatísticas, não será surpresa que a Europa no pós-guerra, em particular a Europa Central e a Oriental,tenha padecido de grande escassez de homens.
 Na União Soviética, o total de mulheres excedia o de homens em 20 milhões, desequilíbrio que para ser corrigido necessitaria de mais do que uma
 geração.
Na Alemanha tomando com exemplo o subúrbio berlinense de Treptow —, em fevereiro de 1946, entre os adultos na faixa etária de 19 a 21 anos, havia apenas 181 homens, para 1.105 mulheres.
Resultado geopolítico 
Quando acabou a Primeira Guerra Mundial, as fronteiras é que foram inventadas e ajustadas, enquanto, de modo geral, as pessoas ficaram onde estavam. Depois de 1945, aconteceu exatamente o oposto: com uma grande exceção, as fronteiras permaneceram basicamente intactas e as pessoas foram deslocadas.
Com algumas exceções, o resultado foi uma Europa constituída de Estados-nações mais etnicamente homogêneos do que nunca.
Os deslocados e refugiados na Europa sobreviveram não apenas à guerra generalizada, mas a uma série de guerras civis locais. De fato, de 1934 a 1949, a Europa vivenciou uma sequencia inusitada de sangrentos conflitos civis dentro das divisas dos Estados constituídos. Em muitos casos, a ocupação estrangeira que se seguiu — fosse por parte de alemães, italianos ou russos — serviu, acima de tudo, para legitimar, por meios tão novos quanto violentos, a busca de interesses políticos e o reforço de antagonismos que já existiam antes da guerra.
Como julgar a colaboração? 
Colaboracionistas tendiam a ser universalmente execrados. Eram homens e mulheres que trabalhavam para as forças de ocupação, que com elas mantinham relações sexuais, homens e mulheres que selavam a própria sorte com a sorte dos nazistas ou fascistas e que, com oportunismo, buscavam vantagens políticas ou econômicas valendo-se do contexto da guerra.
Na França, cerca de 10 mil pessoas foram mortas em processos “extrajudiciais”, muitas das quais por grupos de resistência independentes, de modo particular as Milices Patriotiques, que caçavam colaboracionistas suspeitos, confiscavam-lhes as propriedades e, não raro, fuzilavam-nos sumariamente.
Rito sumário nas ruas de Paris 
O número preciso de execuções na Europa Oriental sob ocupação soviética, ou na Iugoslávia, durante os primeiros meses de expurgo e matança “não-autorizada” é desconhecido. 
Mas em lugar nenhum o acerto de contas desregulado durou muito tempo. Não era do interesse de governos novos e frágeis, que estavam longe de ser universalmente aceitos e que eram, muitas vezes, flagrantemente provisórios, torturar e matar à vontade.
Após atribuir culpa pelo passado recente e punir indivíduos cujos casos eram mais graves ou psicologicamente gratificantes, a maioria das pessoas que vivia em terras até recentemente sob ocupação alemã estava interessada em deixar para trás memórias constrangedoras ou desagradáveis e tocar para a frente as vidas sofridas. 
De qualquer modo, poucos homens e mulheres naquela época estavam dispostos a incriminar seus conterrâneos por crimes hediondos. Em relação a estes, segundo o consenso geral, a responsabilidade era totalmente dos alemães.
Tribunal de Nuremberg
Tribunal Militar Internacional de Nuremberg, que de outubro de 1945 a outubro de 1946 julgou o alto escalão da liderança nazista, é o mais conhecido, mas houve vários outros: tribunais militares norte-americanos, britânicos e franceses, em suas respectivas zonas de ocupação, julgaram nazistas pertencentes a escalões inferiores e, ao lado da União Soviética, as referidas forças de ocupação extraditaram nazista.
Goering e Speer
Resultado das perseguições 
Os vencedores sabiam que o nazismo não tinha sido apenas uma peça pregada no inocente proletariado alemão. 
Em todo caso, as autoridades na Alemanha Oriental, tanto quanto na Alemanha Ocidental, tinham poucas alternativas — com quem mais haveriam de gerir o país, senão com ex-nazistas?
A Segunda Guerra e seus traumas imprimiram a população e aos seus governantes um sentimento comum de amnésia coletiva para seguir na construção de duas novas ordens.
“Tratados são como garotas e rosas : duram enquanto durarem.” 
De Gaulle
A divisão da Alemanha
Depois que o segmento principal dos julgamentos de Nuremberg foi concluído, em outubro de 1946, e os termos dos Tratados de Paz de Paris foram finalizados no mês seguinte, poucos elos uniam os Aliados, além da co-responsabilidade pela Alemanha, e as contradições em relação a tal responsabilidade passaram a ser flagrantes.
O rompimento ocorreu na primavera de 1947, na reunião dos ministros das Relações Exteriores dos EUA, Grã-Bretanha, França e URSS, realizada em Moscou, de 10 de março a 24 de abril, reconvocada para retomar as discussões sobre um Tratado de Paz com a Alemanha e a Áustria. Àquela altura, as fissuras eram visíveis.
A ocupação conjunta aliada da Alemanha chegara ao fim: menos de duas semanas depois, em 1º de abril de 1948 , as autoridades soviéticas em Berlim começaram a interferir no tráfego entre a Alemanha Ocidental e as Zonas de Ocupação aliada em Berlim. Tinha início na Europa a verdadeira Guerra Fria. 
Alemanha dividida
Situação da cidade de Berlin
O Plano Marshall
O Plano Marshall deve ser entendido dentro do contexto histórico da Guerra Fria, pois foi uma forma de fortalecer o capitalismo e a hegemonia dos Estados Unidos. O Plano foi colocado em operação em 1947.
Objetivos
 Possibilitar a reconstrução material dos países capitalistas destruídos na Segunda Guerra Mundial;
- Recuperar e reorganizar a economia dos países capitalistas, aumentando o vínculo deles com os Estados Unidos, principalmente através das relações comerciais;
- Fazer frente aos avanços do socialismo presente, principalmente, no leste europeu e comandado pela extinta União Soviética.
Resultados
O Plano Marshall foi exitoso e possibilitou, nas décadas de 1950 e 1960, a recuperação econômica de grande parte dos países beneficiados. Para os Estados Unidos o resultado também foi muito positivo, pois aumentou as exportações norte-americanas para a Europa Ocidental, além de expandir a influência política dos EUA sobre a região.
Com os países capitalistas fortalecidos, ficou mais fácil e seguro para o bloco capitalista fazer frente ao socialismo durante a Guerra Fria.
Criação da OTAN em 1949
Pacto de Varsóvia de 1955

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